Capítulo 48 - Parte 2



NO CAPÍTULO ANTERIOR...




- , eu lutaria com qualquer um! Eu enfrentaria o mundo por você, mas a única coisa com a qual eu não posso lutar é com os seus sentimentos. – Mark afirmou, terminando a sua frase com um fraco sorriso que tinha o único objetivo de fazer com que eu me sintisse melhor. – Pense sobre tudo, decida o que você realmente quer pra você e se por acaso for eu, eu estarei bem aqui ao lado. – Ele apontou com a cabeça em direção a sua casa. Eu normalmente sorriria com aquela afirmação, mas dessa vez eu não consegui. – Ok? – Os dedos dele voltaram a secar as lágrimas em meu rosto. Me afastar do Mark era a última coisa que eu queria, mas eu tinha que respeitar a decisão dele.

- Ok. – Eu afirmei, tentando parecer forte. Depois de secar todas as lágrimas em meu rosto, Mark me observou de bem perto. Ele temia que aquilo fosse uma despedida. As mãos dele ainda seguravam o meu rosto e elas o ajudaram a trazer o meu rosto pra mais perto do dele. Eu fechei os olhos antes mesmo dos lábios dele tocarem os meus. Foi um selinho até que rápido, mas o significado dele foi maior que tudo. Os lábios dele se descolaram lentamente dos meus e eu mantive os meus olhos fechados, porque eu não queria vê-lo ir embora.
- Independente da sua escolha, eu te amo. – Mark sussurrou, enquanto ainda me tinha em seus braços. Os meus olhos fechados deram a ele a tranquilidade de expressar um pouco mais o seu sentimento de tristeza. Os olhos tristes me olharam pela última vez e a expressão em seu rosto deixava claro o seu esforço para não derramar qualquer lágrima.

Os meus olhos mantiveram -se fechados, enquanto eu sofria as escuras pelas palavras que ele havia acabado de me dizer. Foi a primeira vez que ele disse que me amava e foi justamente no dia em que eu parti o seu coração. Mark teve o seu último momento para dizer aquelas palavras que estavam entaladas em sua garganta há meses e ele aproveitou a oportunidade. Eu nunca fiquei tão triste em ouvir aquelas 3 palavras. Ele deixou de me tocar e eu soube que ele estava indo embora. O meu coração se apertou e a coragem para abrir os olhos não se manifestava. O choro e o desespero me consumiam mesmo com os olhos fechados. O barulho da porta batendo, me fez abri-los. Eu me vi sozinha no meio daquela sala. Sozinha novamente.





Capítulo 48 (PARTE 2) – Quarto 20



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Após sair da minha casa e entrar em seu carro, saiu sem rumo pelas ruas de Nova York. Ele não conhecia muito bem a cidade e não demorou muito a se perder. De inicio, ele não se importou. Ele não pretendia ir a nenhum lugar específico, então não fazia diferença onde ele estava. estava perdido na cidade em todos os sentidos e ele não queria pensar em nada. A dor e o sofrimento que o corroíam por dentro estavam sendo ignorados. Deu voltas na cidade por aproximadamente 40 minutos e foi só então que ele resolveu seguir para o seu hotel. O GPS o guiou até lá. A frieza era o que estava movendo ele. Deixou o carro na garagem do hotel e seguiu para o único lugar que poderia ajudá-lo a não pensar em tudo o que havia acontecido naquele dia. O bar do hotel era com certeza o bar mais refinado que ele já havia frequentado. O local estava lotado de pessoas que aparentavam ter muito dinheiro, mas isso não intimidou nem um pouco. Sentou-se em um dos bancos que ficava em frente ao balcão e o bartender foi extremamente educado ao perguntar o que ele queria.

- Eu quero uma cerveja. Qualquer uma que você tiver! - pediu, apoiando seus cotovelos no balcão. Ele normalmente pediria a coisa mais forte que havia naquele bar, mas ele não queria sair carregado de lá. O bartender colocou a pequena garrafa de cerveja sobre o balcão e a pegou sem qualquer hesitação. O bartender observou quase tomar a garrafa toda em um gole só e depois colocá-la sobre o balcão novamente.
- Dia difícil? - O bartender atreveu-se a perguntar.
- Semana difícil. - respondeu ao sorrir de canto. O bartender fez uma careta, que demonstrou que ele lamentava. deixou de olhá-lo para olhar para as suas mãos, que brincavam com a garrafa de cerveja.

A bebida sempre o ajudava a esquecer os problemas, mas não estava funcionando dessa vez. A segunda garrafa de cerveja já estava no fim e a sua mente ainda continuava brincando com o seu coração, trazendo flashbacks da conversa completamente exaustiva que havíamos tido há menos de uma hora atrás.

- Aposto que tudo isso tem a ver com mulher. – O bartender sorriu para o , que negou com a cabeça.
- Você já amou alguma? – perguntou para ele.
- Não só amei, como ainda amo. – O bartender mostrou a sua aliança de casamento. – E você? Já amou? – Ele quis saber.
- O que você acha? – forçou um sorriso, antes de levar a garrafa a sua boca novamente.
- E qual o problema? – O bartender curioso perguntou.
- Traição. – disse em meio a um suspiro.
- Ela te traiu... – O bartender concluiu, negando com a cabeça.
- Ela não traiu. Esse é o problema. – arqueou ambas as sobrancelhas.
- Como? – O bartender pareceu confuso. Um sorriso espontâneo surgiu no rosto de antes dele beber o último gole de sua cerveja.
- Valeu pela cerveja. – colocou algumas notas de dinheiro sobre a mesa e o bartender apenas concordou, pensando que tipo de louco o era.

já estava alcoolizado, mas não estava em seu pior estado. Na verdade, ele estava muito mais consciente do que gostaria. Ele poderia voltar a beber e acabar com todas as bebidas daquele bar, mas ele tinha certeza que nada seria tão forte a ponto de fazê-lo esquecer o que tinha acontecido naquele dia. Depois de pegar o elevador, seguiu até o seu quarto. A dor de cabeça estava mais do que insuportável, mas não era isso que o incomodava. O problema era a outra dor que ele sentia.

Pior do que , estava Mark. Sem querer fazer comparações, mas ver a garota que você ama te trocar pela segunda vez pelo mesmo cara não deve ser a melhor das sensações. O que o enchia de esperanças foram as palavras que eu disse a ele antes dele ir embora da minha casa. Ele me viu chorar por ele e me viu implorando para que ele não me deixasse. Mark sabia o tamanho do meu orgulho e também sabia que eu jamais me humilharia daquela forma se não fosse verdadeiro. De qualquer forma, o era um adversário forte. Ele foi o primeiro garoto que eu amei e Mark estava completamente ciente de que, se não fosse pelos deslizes do , ele também seria o último garoto que eu amaria.

A atitude de Mark foi extremamente corajosa e eu, sinceramente, não esperava nada diferente dele. Mark não queria conviver com a dúvida: eu ainda sentia alguma coisa pelo ou não? Pode parecer loucura deixar o caminho livre para o e não lutar por mim, mas ele me respeitava demais para ignorar a minha explicita confusão. Ele queria me dar espaço para que eu tomasse a minha decisão. Não foi fácil arrumar coragem para correr esse risco, mas Mark sabia que era o melhor a se fazer. Até mesmo pra ele. Ele quer ter certeza de que tudo o que ele sente é correspondido.

Mark estava completamente sozinho agora. As lágrimas de quem perdeu a última coisa que ainda tinha se mantiveram em seus olhos por algum tempo. Fazer as coisas por quem você ama pode ser mais doloroso do que se imagina. Mark chegou em sua casa e jogou-se no sofá. Ele precisava de um tempo para pensar e se convencer de que voltar atrás na sua decisão não é a coisa certa a se fazer. O meu sofrimento também o preocupava. Se antes eu estava mal, agora eu estava pior. Mark não queria que eu ficasse sozinha, por isso, ele decidiu ligar para Meg.

- Oi, Mark! – Meg atendeu empolgadamente o celular. Havia acabado de conversar com o pelo Skype e ela não poderia estar melhor.
- Meg.. – Mark não queria se prolongar e nem muito menos passar a impressão de que estava bem. Ele só precisava que Meg fosse me fazer companhia.
- Está tudo bem? – Meg imediatamente estranhou a voz do melhor amigo.
- Está, mas... – Mark queria evitar perguntas. – A não está. Acho que ela está precisando de você. – Ele completou.
- Mas por quê? O que houve? – Meg ficou preocupada.
- Não dá pra falar agora, mas ela te explica. Só... – Mark negou com a cabeça. – Só vá até a casa dela e a ajude. – Ele pediu.
- Está bem, mas e você? – Meg sabia que o amigo também não estava bem.
- Não se preocupe comigo. – Mark reafirmou. – Eu vou sair agora e vou resolver umas coisas. – Ele mentiu para que Meg não aparecesse em sua casa. Ele não queria falar com ninguém e queria mesmo que Meg se preocupasse apenas comigo.
- Então ta... – Meg continuou estranhando, mas concordou.
- Obrigado, Meg. – Mark agradeceu a amiga. Ele estava mais aliviado agora.
- Cuide-se, Mark. – Meg fez questão de dizer, pois sabia que ele também não estava bem.

Meg largou tudo o que estava fazendo para atender o pedido de seu amigo. Ela não fazia a menor ideia do que havia acontecido, mas ela sabia que era algo ruim. Ela precisava se apressar. Pegou o seu carro e seguiu para a minha casa. Meg não sabia o que esperar, mas estava muito preocupada. Não levou mais de 15 minutos para que ela chegasse em minha casa. Big Rob não estava onde costumava está, mas não fez a menor diferença, já que a visita dela nunca precisava ser anunciada. Chegou na porta da minha casa e já foi abrindo a porta. Ela entrou rapidamente na casa e me encontrou na sala. Eu estava sentada no sofá, meus cotovelos estavam apoiados em minhas coxas e as minhas mãos tampavam o meu rosto.

- ... – Meg veio até mim ainda mais preocupada do que antes. Ela se sentou na baixa mesa de centro e ficou de frente pra mim. – Hey! – Ela tocou as minhas mãos e as tirou do meu rosto. Não foram só as lágrimas que a surpreenderam, mas também os meus olhos inchados e vermelhos. O meu semblante a assustou. – O que aconteceu? – Meg perguntou, assustada.
- Foi o Mark que te pediu pra vir aqui? – Eu perguntei com a voz falha.
- Foi. – Meg confirmou e viu um triste sorriso surgir em meu rosto. Eu me sentia péssima por não ter sido capaz de dizer ao Mark que não havia mais nada entre eu e o , mas isso não parecia incomodá-lo, já que ele ainda se importava. Quem mais pediria a Meg para vir até ali?
- Como ele está? – Essa era a minha maior preocupação.
- Como assim ‘Como ele está?’ – Meg me olhou, confusa. – O que foi que aconteceu aqui? – Ele abriu os braços.
- Eu... – Eu suspirei e nem sabia como começar. – Eu acho que nem vou conseguir te contar. – Eu neguei com a cabeça.
- Está bem! Vamos fazer assim: vai tomar um banho, se acalma, esfria a cabeça e ai você me conta tudo o que aconteceu. – Meg não se importava em esperar mais um pouco para saber.
- Ok.. – Eu passei uma das mãos pelo meu rosto, enquanto concluía que aquela era a melhor opção. – Eu vou. – Eu respirei fundo, tentando bancar a forte.
- Acha que dá pra você tomar banho sozinha sem que você tente se afogar? – Meg brincou. Ela consegui até me arrancar um sorriso.
- Não, tudo bem. Espere aqui e eu desço daqui a pouco. – Eu me levantei do sofá e fui em direção a escada.
- Qualquer coisa você me chama. – Meg gritou, me vendo subir as escadas. Eu não respondi.

Encarar o espelho e ver o meu semblante foi horrível para não dizer, trágico. Foi naquele segundo que eu tive uma noção do tamanho do meu sofrimento, que até agora eu julgava exagerado. A tristeza estava nos meus olhos e eu mal conseguia forçar um sorriso sem desistir no meio do caminho. Não havia mais lágrimas escorrendo pelos meus olhos, porque elas simplesmente já tinham acabado. Eu devo ter chorado em uma hora o que uma pessoa normal choraria em 3 dias.

Deitei o meu corpo na banheira já cheia e deixei só o meu rosto de fora. Com a cabeça apoiada em uma das laterais da banheira, os meus olhos fechados me faziam rever cenas daquele dia péssimo. Não eram as palavras de que me perturbavam tanto. Nós brigamos o ensino médio todo. Eu me acostumei a ouvir as grosserias dele desde bem cedo. O que me perturbava mesmo era o olhar dele. Havia dor nos olhos dele e se há dor, há outros sentimentos. A dor nunca anda sozinha. Ela é sempre a causa de algum outro sentimento, seja ele bom ou ruim. Pode ser o ódio, mas também pode ser o amor. Eu não sou tão otimista assim, mas eu também não sou ignorante. Havia algo no olhar dele. Algo que mostrava que ele ainda se importava, mas também havia o ódio que ele sustentou por mim durante todos esses meses.

A minha dor, neste caso, era causada por algo ruim. Algo que eu chamaria de arrependimento. Arrependimento sim por não ter ido até aquele parque na hora exata em que marcamos. Se eu tivesse ido, não haveria telefonema e eu não teria visto agenda alguma. Era péssimo pensar que o nosso término aconteceu por causa de uma sucessão de coincidências e falta de confiança. Eu sei sim da minha culpa em tudo isso e ela pesa nos meus ombros mais do que qualquer outra coisa no mundo, mas eu não vou me martirizar por isso, pois eu tenho uma certeza: mesmo que eu estivesse naquele parque na hora certa, mesmo que eu tivesse ficado em Atlantic City para tirar satisfações ou até mesmo para matar a Amber, nada... Nada no mundo teria feito o nosso namoro resistir até agora. A situação já estava complicada entre nós há meses e o nosso namoro acabaria de qualquer jeito. Seja por causa da Amber, do Mark ou até mesmo por causa do apartamento dele. Acabaria de qualquer jeito!

Analisando melhor, eu deveria ter contado a ele toda a verdade. Talvez eu nunca mais tenha a oportunidade ou a coragem de fazer isso. Ele deveria saber que eu estive em Atlantic City naquele dia. Ele deveria saber o motivo que me levou a escrever aquela carta. Eu não tive coragem. Talvez os adjetivos que ele tão grosseiramente nomeou a mim sejam verdadeiros. Covardia, fraqueza e todo o resto. Mesmo assim, eu não o odeio. Eu não odeio por ter feito do meu dia um inferno, porque eu não posso culpá-lo por ter me amado tanto durante anos.

Mark também estava na minha mente, mas era um pouco menos complexo. Eu gosto dele. Quer dizer, eu gosto MUITO dele. Ele cuidou de mim desde o primeiro dia em que eu me mudei pra Nova York e ele tem sido o meu maior porto seguro desde então. Nunca houve um momento difícil em que eu não pensasse nele. Eu sempre pensava: ‘Como é que o Mark vai fazer com que eu me sinta melhor dessa vez?’. Independente de qualquer coisa, ele conseguia. Mark conseguia ver o lado bom de tudo. Ele até tentou me fazer ver o lado bom de , mas eu fiz questão de parar de enxergar isso há alguns meses atrás. Não existe ninguém como o Mark pra mim. Não existe ninguém que possa me fazer tão bem quanto ele. Agora, eu estava sem ele também e isso doía tanto que eu, sem exagero, poderia dizer que isso acabaria criando um buraco enorme no meu peito.

Eu ficaria naquela banheira por mais 3 horas, mas Meg não esperaria tanto tempo. Saí da banheira e fui colocar qualquer roupa que eu acabasse encontrando. Coloquei uma blusa simples e um shorts jeans. Depois de vestir uma rasteirinha qualquer, penteei o meu cabelo ainda molhado. O relógio marcava um pouco mais de 18 horas, quando eu voltei a descer para o primeiro andar da casa. Meg estava deitada no sofá e ela assistia alguma coisa na TV. Seja o que for, não deveria ser importante, pois ela desligou rapidamente quando me viu descer as escadas.

- Melhor? – Meg questionou ao me ver com um semblante um pouco melhor. Não havia lágrimas nos meus olhos e ela ficou aliviada ao constatar isso.
- Um pouco. – Eu ergui os ombros e me sentei ao lado dela no sofá.
- Dá pra me contar o que aconteceu agora? – Meg virou-se para mim.
- O aconteceu. – Eu fiz cara feia.
- ? O seu ex- namorado babaca e gostoso? – Meg estranhou e falou sem pensar. Eu a encarei e arqueei uma das sobrancelhas. – Desculpe. Eu falei sem pensar... – Meg sorriu, sem graça.
- Ele veio aqui hoje. – Eu relevei o que ela havia dito.
- Ele... – Meg arregalou os olhos. – Ele veio aqui? Você está brincando! – Ela estava chocada.
- Quem dera. – Eu rolei os olhos.
- Mas o que aconteceu? O que ele queria? – Meg se interessou ainda mais pelo assunto. Era pior do que ela imaginava.
- Ele apareceu na minha porta do nada e eu não sabia o que fazer. Nós até conversamos civilizadamente por um tempo. Eu fiquei nervosa, mas estava tudo bem até a hora que começamos a falar sobre nós. – Eu dei uma boa resumida.
- E como foi? – Meg queria saber todos os detalhes.
- Foi muito pior do que eu imaginei. Ele... surtou. – O jeito que eu falei demonstrou a proporção do que havia acontecido.
- Não acredito... – Meg estava atônita.
- Ele me disse coisas que eu nunca esperei ouvir... dele. – Eu comentei. – Na verdade, de ninguém. – Eu sorri de canto.
- Mas que moral ele tem pra falar de você? Não foi ele que te traiu com a tal da Amber? – Meg ficou momentaneamente indignada.
- Não, Meg. Ele não traiu. – Era definitivamente a pior parte de explicar.
- Como não? Você foi até lá e... – Meg estava tão certa sobre a traição de , que nem cogitou a possibilidade de ela não ter acontecido.
- Ele foi até o parque. – Eu a interrompi. – Ele me disse que foi pro parque na hora marcada e como eu me atrasei, ele foi pra casa para me ligar, já que ele havia esquecido o celular dele com a Amber. Foi ai que ele viu a carta e... – Eu não achava que precisava explicar o resto.
- Ele mentiu! – Meg achou que tivesse me manipulado de alguma forma. – Aposto que ele só disse isso porque se sentiu mal por você ter ido até lá também. – Ela afirmou com certeza.
- Ele não sabe, Meg. Eu não tive coragem de contar. – Eu deixei de olhá-la, pois a minha falta de coragem me envergonhava.
- Ele não sabia de nada? Então ele... – Meg não queria chegar a aquela conclusão. – Droga, ele não mentiu, não é? – Ela estava surpresa. Uma surpresa que não a agradou muito.
- Foi tudo um engano. – Eu concluí em voz alta.
- E... ele ainda acha que você o traiu. – Meg pareceu concluir o problema. – Eu já entendi tudo. – Ela suspirou.
- E como se já não estivesse ruim o bastante, o Mark apareceu. – Eu disse, mostrando a ela que eu não havia contado nem a metade da história.
- Ai não... – Meg fez careta.
- É claro que aconteceu o pior. Eles brigaram e depois que o foi embora, o Mark veio com uma conversa de que achava que eu ainda sintia alguma coisa pelo . – Eu rolei os olhos, pois era a parte que mais me indignava.
- Agora eu entendi porque ele estava estranho no telefone. Aposto que ele pediu um tempo. – Meg conhecia muito bem o seu melhor amigo.
- Ainda não acredito que ele fez isso comigo. – Eu neguei com a cabeça.
- Ele não está nada bem também. – Meg fez questão de me dizer.
- Mas foi uma opção dele! Ele escolheu dar esse tempo! Eu não pedi nada! Eu até implorei para que ele ficasse comigo. – Apesar da indignação, eu não conseguia ficar brava com o Mark.
- Você sabe que ele está fazendo isso por você e não por ele, não é? – Meg queria tentar me fazer enxergar o lado do Mark também.
- Pior que eu sei. – Eu sorri sem mostrar os dentes. – E sabe qual foi a pior parte? – Eu a olhei com os olhos tristes. Se eu ainda tivesse lágrimas para gastar, elas certamente seriam usadas nesse momento. – A última coisa que ele me disse foi ‘eu te amo’. – Eu contei visivelmente abalada.
- Ain... – Meg fez um bico enorme. As pouquíssimas lágrimas nos olhos dela mostraram toda a sua comoção.
- Foi a primeira vez que ele me disse isso e foi justamente quando ele estava ‘terminando’ comigo. – Eu deixei de olhá-la e encarei as minhas mãos, que brincavam com um anel que eu costumava usar.

Meg e eu conversamos por um bom tempo. Eu notei que ela se segurou várias vezes para não expor suas opiniões que poderiam me deixar ainda pior. Ela só me ouviu e me ajudou a desabafar um pouco. O único problema é que ela não conhecia os dois lados da história. Mark era o seu melhor amigo, mas e o ? Ela não o conhecia, mas já o odiava. Como eu poderia fazê-la entender o que nós vivemos? Como eu poderia provar a ela que tudo aquilo não era drama? Acho que é impossível.

- Você comeu? – Meg estava preocupada comigo.
- Eu só almocei, mas mais tarde eu faço alguma coisa pra comer. – Eu não estava com fome no momento.
- E você quer que eu fique com você? Eu posso dormir aqui hoje e... – Meg se dispôs a ajudar ainda mais do que já havia ajudado.
- Não, não precisa. – Eu me antecipei. – Eu acho que eu preciso ficar um pouco sozinha. Pensar um pouco, sabe? – Eu sorri para ela. Não queria que ela interpretasse aquilo de maneira errada.
- Eu entendo totalmente. – Meg foi mais do que compreensiva. – Eu só fico preocupada com você aqui sozinha. – Ela completou.
- Eu vou ficar bem. Eu acho que vou comer alguma coisa, chorar mais um pouco e se eu tiver sorte, dormir. – Eu detalhei para que ela visse que não tinha motivos para se preocupar.
- Então, tudo bem. Eu vou te deixar sozinha. – Meg piscou um dos olhos pra mim.
- Muito obrigada, Meg. – Eu sorri fraco, mas continuava com os olhos tristes. – Obrigada por ter me ouvido. Foi muito importante e me ajudou muito. – Eu a agradeci.
- Não precisa me agradecer, sua boba! – Meg sorriu, se aproximando para me abraçar. Eu retribui o abraço e descobri que eu precisava imensamente daquilo.
- Vá atrás do Mark. Fique com ele! Certifique-se de que ele está bem, por favor. – Eu pedi encarecidamente, enquanto nós ainda nos abraçávamos.
- Eu vou tentar. – Meg disse, mesmo sabendo que a sua tentativa seria falha. Mark já havia recusado qualquer tipo de ajuda pelo telefone e nem mesmo estava em casa.
- Obrigada. – Eu terminei o abraço e a olhei com carinho.
- Eu te ligo mais tarde, está bem? Me atenda ou eu vou vir até aqui! – Meg ameaçou, me arrancando um sorriso.
- Está bem. – Eu concordei.
- Eu estou indo embora. Cuide-se, está bem? – Meg me olhou seriamente.
- Eu vou! – Eu afirmei com a cabeça. Ainda sentada no sofá, vi Meg se levantar e se afastar.
- Eu vou ligar, hein! – Meg gritou, antes de sair pela porta.
- Ok! – Eu elevei o tom da voz para afirmar e a vi sair pela porta.

Sozinha! Momento bom pra chorar, não é? Acontece que acabaram-se as lágrimas, mas a dor continuava intacta, na verdade, ela estava pior. Acontece que o sofrimento estava em um nível tão elevado, que eu já não conseguia medi-lo. Eu só sei que está doendo e muito! Eu estava mais calma sim, mas agora só me restaram as cicatrizes. Eu queria tanto deletar aquele dia da minha vida. Eu não queria ter que pensar em nada.

Eu quero saber quando foi que a minha vida foi do céu ao inferno em menos de duas semanas. Como isso é possível? Como? Eu vou te responder com apenas uma palavra: . Esse cara é capaz de fazer o que ele bem entender com a minha vida. Ele pode destruí-la com palavras rudes e grosseiras, mas pode me fazer viver os melhores momentos. Mesmo sem um relacionamento, nós vivemos em altos e baixos. Nós nos importamos a ponto de nos permitir sentir e sofrer por isso. Isso não pode ser normal.

estava há mais de uma hora deitado em sua cama. Ele mantinha os seus olhos fixos no teto do quarto, que não lhe dizia absolutamente nada. Havia um vazio dentro dele. Esse seu comportamento definitivamente não estava nos seus planos. não foi até a minha casa com a intenção de ficar ainda pior. Ele queria se libertar. Ele estava tão certo que dizer tudo o que ele sempre quis o faria se sentir mais leve e mais livre. Não havia liberdade alguma! Ele ainda estava preso a mim de alguma forma. Era como se tivesse uma corrente invisível em seus braços que o prendia exclusivamente a mim. já tentou quebrar essa corrente de todas as maneiras possíveis, mas ela é com certeza a coisa mais forte e mais resistente que ele já ‘viu’.

A cada segundo a raiva acumulada por por tanto tempo ia desaparecendo. Quanto mais ele pensava, menos motivos para me odiar ele encontrava. Apesar da iniciativa para o término ter sido minha, aos poucos ele também conseguia enxergar a culpa dele naquilo tudo. Nada justificava as minhas atitudes, mas ele sabia que eu jamais teria que tomar a decisão de terminar o relacionamento se ele não estivesse sendo bom pra mim e se lembra muito bem de não fazer o mínimo esforço para me fazer feliz nos últimos meses antes do término. Ele se lembra de todas as chamadas perdidas no seu celular e de todas as mensagens de texto que eu deixava em seu celular todas as noites. Ele se lembra também do quão difícil foi fazer isso, mesmo sabendo que se afastar era o melhor pra mim.

Pode até parecer besteira, mas Buddy fazia uma tremenda falta para nessas horas. sempre se sentia melhor quando conversava sobre esses assuntos com o Buddy. Ele ouvia e obviamente não fazia nenhum tipo de julgamento ou comentário. gostava da sensação de poder colocar tudo pra fora, de poder conversar com alguém sem que esse alguém lhe julgasse. Buddy foi o seu fiel ouvinte nos últimos meses, mas agora ele não estava ali. Com Buddy ou sem Buddy, precisava conversar com alguém. Seu pai seria uma ótima opção agora. Quem mais o entenderia quando se tratava justamente da garota de quem o seu pai falou em seus últimos suspiros? O pai de não está aqui, mas tem os seus amigos. definitivamente não é uma opção, considerando que ele é meu irmão. não sabia de toda a história e não tinha a menor intenção de repetir detalhes do que foi a sua semana. Restou o . O único que já sabia sobre o reencontro e que passou por coisas parecidas com a .

- ! – atendeu o telefonema completamente empolgado. – Que bom que você ligou, cara. – Ele queria mesmo falar com o amigo. estranhou tamanha empolgação.
- O que aconteceu? – arqueou uma das sobrancelhas.
- Eu estou prestes a cometer uma loucura. – avisou. Ele estava prestes a sair de sua casa.
- Uma loucura? Tipo o que? - não conseguiu pensar em nada.
- Tipo... pedir a em namoro. – sorriu, pois ele sabia exatamente qual a expressão no rosto de naquele momento.
- O que!? – fez careta. – Vocês se odiavam há 2 semanas atrás. – Ele não entendeu nada.
- Muitas coisas acontecerem desde que você foi pra Nova York. – justificou.
- Vai me dizer que você não é mais virgem também? – aproveitou pra zoar o amigo.
- Vai se ferrar! – rebateu entre risos. – Eu estou falando sério! Estou indo pra casa dela agora mesmo. – Ele explicou.
- Pra casa dela? Que ótimo. Eu não consigo pensar em nada mais criativo que isso. – voltou a brincar com o amigo.
- Oh! Me desculpe por não ser tão bom cantor quanto você! – ironizou.
- Você tem razão. Você é uma droga cantando. – gargalhou.
- Isso é ridículo! Eu não preciso cantar ou fazer o pedido em frente de centenas de pessoas pra provar o que eu sinto por ela. – disse sem pensar que aquilo poderia soar como uma indireta.
- Sem tirar que é bem menos constrangedor, não é? – lembrou-se do quão nervoso e envergonhado ele estava ao subir naquele palco no dia do meu aniversário.
- Exatamente! – foi obrigado a concordar.
- Bem, eu... fico feliz por vocês, cara. Eu sei o quanto você quis isso e o quanto você gosta dela. – deixou as brincadeiras de lado e resolveu apoiar o amigo.
- Constrangedor vai ser se ela não aceitar, não é? – sorriu, nervoso.
- Se ela não aceitar, você me liga. Você vem pra Nova York e nós beber e ficar loucos juntos, beleza? – queria mostrar que apesar das brincadeiras, ele estaria sempre lá por .
- Combinado! – sorriu, feliz com o apoio de . – Eu já ia me esquecendo! O que você queria? Você me ligou e eu comecei a falar.. – Ele se esqueceu que foi quem havia ligado.
- É, eu liguei... – fechou os olhos por poucos segundos. Ele queria tanto desabafar com o , mas ele não queria estragar a noite dele com os seus problemas. Aquele dia era um dia especial para o e ele não tinha o direito de enchê-lo com os seus conflitos amorosos. – Eu queria saber do Buddy. – Ele mentiu.
- O Buddy? – segurou o riso. – Oh meu Deus! Quanto tempo será que ele aguenta sem comida? – Ele usou sua voz de desespero.
- O QUE? – arregalou os olhos.
- Brincadeira! – desmentiu antes que aparecesse em sua porta.
- Eu te mato, seu infeliz. – o ameaçou, segurando o riso.
- Ele está ótimo, . Acho até que ele está mais feliz do que antes. Quando você voltar, ele não vai querer voltar pra sua casa. – provocou o amigo, que riu de sua afirmação.
- Até parece. – rolou os olhos.
- Acho que ele está vivendo algum caso de amor com a minha mãe. Ela está cuidando melhor dele do que de mim. – comentou e fez gargalhar ainda mais.
- Você está com ciúmes de um cachorro. – brincou.
- Estou nada! – desconversou.
- Se ele está bem, tudo bem. Era só isso que eu queria saber. Agora eu vou desligar porque sei que você tem um trabalho pra fazer. – referia-se ao pedido de namoro.
- Você está certo. Eu estou indo lá agora. – voltou a ficar nervoso com o que iria fazer.
- Vai dar tudo certo, ok? Apenas vá até lá e faça o que você tem que fazer. – voltou a incentivar o amigo.
- Valeu, cara. – ficou realmente agradecido com o apoio de .
- Falo com você depois. – sabia que teria tempo para falar de seus problemas com , já que aquela angústia não iria embora tão cedo.
- Até depois. – disse antes de desligar. Se não fosse pelo nervosismo, ele certamente teria notado que algo havia acontecido com o .

O arrependimento de em ter feito aquela ligação foi quase que imediato. Não é que ele não estivesse feliz com a felicidade de , mas é que saber que todos os seus amigos estavam se dando bem com essa coisa estranha chamada ‘amor’ e ele não era um pouco frustrante. e estão mais apaixonados do que nunca. nunca esteve tão feliz quanto agora que está com Meg. Agora também está prestes a assumir um namoro, enquanto só vê a sua vida amorosa piorar a cada dia. Quando foi que isso aconteceu? Ele se lembra de se sentir tão sortudo na época em que namorávamos por termos um amor tão real e sincero e agora ele não tem nada!



Não era nem 9 horas e eu já estava na cama. Depois da morte da tia Janice, aquele havia sido o pior dia. Eu estava uma completa bagunça. Eu estava mal por causa do Mark e estava mal por causa do . Eu me sentia horrível, porque parecia que eu era o motivo de sofrimento dos dois e eu nunca quis isso. Eu sempre tentei fazer tudo certo. Eu sempre quis que eles ficassem bem, mas tudo o que eu consegui foi que eles sofressem. Talvez o Peter e o estivessem certos. Eu só quebro o coração das pessoas que eu amo.

Já passava de 10 horas da noite e seguiu o seu plano de ir até a casa de . Era sábado a noite e eles costumavam sair nesse dia, mas inventou um trabalho da faculdade para que eles não saíssem. não ficou tão feliz com a ideia de ficar em casa no sábado a noite, mas ela obrigou-se a ser compreensiva. 10 horas da noite de sábado e ela já estava de pijama. Onde já se viu? Triste realidade.

seguiu para a casa de e estacionou o carro silenciosamente em frente a sua casa. Ele olhou para a janela do quarto dela e viu que a luz estava acesa. Agradeceu mentalmente por ainda estar acordada. O problema era que a luz do quarto da mãe de também estava acesa. teria que ser extremamente cuidadoso. Desceu do carro e colocou a caixinha com o anel em um de seus bolsos. Aproximou-se da enorme árvore que ficava ao lado da janela do quarto da . escalou a árvore como um ninja. Ok, um ninja um pouco mais lento e atrapalhado. Ele demorou uns 10 minutos para conseguir chegar no galho mais alto, que o levaria até a sacada do quarto da .

não fazia a menor ideia do que estava prestes a acontecer. Levantou-se de sua cama e saiu de seu quarto por alguns minutos para ir até o banheiro. aproveitou a deixa para entrar apressadamente no quarto. Ele sabia que ela estava prestes a voltar, então se escondeu atrás da cortina. voltou ao seu quarto e fechou a porta. Ela não desconfiou de absolutamente nada. Ela aproximou-se de sua cama e virou-se de costas para a cortina para estender o lençol e a coberta para que ela pudesse voltar a deitar. segurou o riso ao ver o pijama de ursinhos que ela vestia. Aproveitou que ela estava de costas e saiu detrás da cortina, aproximando-se lentamente dela. só notou que havia alguém ali, quando ele a agarrou por trás e tampou a sua boca com uma das mãos. estava ciente de que a assustaria e que o grito dela poderia chamar a atenção de sua mãe.

- Shhhhhhhhhhhh. Sou eu! Sou eu! – sussurrou no ouvido dela, enquanto segurava o riso. Ela levou um baita susto. fechou os olhos, demonstrando o seu alivio ao ouvir a voz dele. Quando viu que ela se acalmou, tirou a mão da boca dela.
- O que... – começou a falar assim que conseguiu. Virou de frente para furiosa. – Que ideia é essa? – Ela esbravejou. só não gritou por causa de sua mãe. a observou e não disse uma só palavra. – Você está maluco? A minha mãe está no quarto aqui do lado e se ela te ver... – ia dizendo descontroladamente , quando resolveu interrompê-la.
- Eu te amo. – disse ao sorrir de um jeito bobo, que demonstrava todo o seu constrangimento ao dizer aquilo pela primeira vez.
- Escuta, eu não quero saber se.. – estava tão determinada em brigar, que ignorou as palavras ditas por ele e nem sequer as ouviu. Quando ela se deu conta, ela paralisou. – O que foi que você disse? – Ela parecia estar em choque.
- Eu disse que eu te amo. – repetiu de forma menos tímida dessa vez. tentou não sorrir, mas foi inevitável.
- , o que é isso? O que está acontecendo? – não entendeu o porquê dele estar dizendo isso agora.
- Responda. – não tirava os olhos dela.
- O que? Responder o que? – riu, achando que estava louco.
- Diga, por favor. – pediu com uma certa ansiedade. Ele sabia que sabia muito bem o que ele queria ouvir. ficou extremamente sem graça. Ela não planejava dizer isso tão cedo. – Vamos... – Ele insistiu para que ela dissesse.
- Eu... – deixou de olhá-lo e negou com a cabeça. – Eu também te amo, . – Ela sorriu, constrangida.
- Que bom. – sorriu, aliviado.
- Foi pra isso que você veio aqui? – abriu os braços, achando graça da felicidade de .
- Na verdade, não. – fez careta. Coragem, ! – Eu vim te fazer uma pergunta. – Ele respirou fundo.
- Mas eu já respondi. – riu debochadamente de .
- É... outra pergunta. – sorriu fraco.
- Qual pergunta? – ficou curiosa.
- ... – respirou fundo e colocou uma das mãos em seu bolso. O movimento de já fez o coração de parar. Não podia ser! Ao ver a caixinha, se segurou para não ter um colapso. Uma das mãos dela foi até a boca e os olhos se esbugalharam. – Você quer namorar comigo? – Ele se ajoelhou e não deixou de olhá-la. paralisou por um tempo.
- Oh...não.. – resmungou, fazendo careta.
- Não? – A expressão no rosto do mudou.
- Não acredito que você está me propondo isso, enquanto eu visto esse... pijama de ursinhos. – olhou pra sua roupa.
- O que? – fez careta. Fazia diferença?
- Eu estou brincando, seu idiota. É claro que eu aceito! – desfez rapidamente a sua expressão de desespero e deu um enorme sorriso.
- Você... – suspirou ao rir de si mesmo. Ele negou com a cabeça, enquanto colocava-se de pé novamente.
- Precisava ter visto a sua cara. – fez careta, enquanto colocava a aliança em seu dedo.
- Nem nessas horas você para de me sacanear. – cerrou seus olhos. riu, enquanto acabava de colocar a aliança no dedo de .
- Eu sou boa nisso, não acha? – fez careta. a observou e tomou a liberdade que qualquer namorado tem.
- Vem aqui. – a puxou pela cintura e eles se beijaram em meio a sorrisos. O beijo selava o inicio do namoro deles. Agora é oficial! – Sabe, eu até que eu achei o seu pijama fofo. – Ele sussurrou assim que interrompeu o beijo.
- Você é um idiota. – fuzilou ele com os olhos, enquanto selava os lábios dele mais uma vez.
- Ei! Nós somos namorados agora. Não vai poder ficar me chamando de idiota. – disse entre um selinho e outro.
- Você tem razão. Temos que começar a usar esses apelidos melosos que os casais costumam usar. – concordou com ele. Os braços dela estavam enroscados em torno do pescoço dele e os dele em torno de sua cintura.
- O que você acha de ‘amor’ ? – observou o rosto dela de bem perto.
- Muito clichê. – fez careta. – ‘Príncipe’ ? – Ela propôs.
- Você está de brincadeira, né? – também fez careta.
- ‘’ ? – mordeu o lábio inferior. segurou o riso.
- Aparentemente, esse não dá muita sorte. – ergueu os ombros.
- É mesmo. – concordou.
- Vamos fazer assim: vamos deixar acontecer. No momento certo, nós vamos descobrir qual será o nosso apelido. – propôs.
- Ótima ideia! – afirmou com a cabeça.

Como pode? Como o amor pode ser tão bom para algumas pessoas e tão ruim para outras? Como é possível alguém sofrer por amor, enquanto alguém comemora a existência do mesmo? Amor é uma coisa extremamente mágica. Ele pode ser a melhor coisa da sua vida, mas também pode ser a pior. Ele pode trazer a qualquer pessoa que faça uso dele qualquer tipo de sentimento bom, mas ele também tem o poder de te fazer sentir o maior sofrimento da sua vida. O amor, agora, é a felicidade de e da e também é o sofrimento sentido por mim e pelo .

Apesar do risco, ficou mais algum tempo com . Não, não aconteceu nada demais. Quando ele foi embora, não conseguia parar de olhar para a sua aliança. Era inacreditável pensar que ela havia sido dada justamente por . Ela nunca imaginou isso. Nem em seus melhores sonhos. Como qualquer outra garota normal, ela precisava contar a novidade para a sua melhor amiga. A ligação veio na hora perfeita. Quando eu vi o nome dela no visor do meu celular, eu nem consegui acreditar.

- Oi, . – Eu atendi, enquanto continuava deitada em minha cama.
- ! – gritou. – Você não vai acreditar! – A empolgação na voz de me ajudou a adivinhar o que havia acontecido.
- O que aconteceu? – Mesmo sabendo do que se tratava, eu perguntei para que ela me contasse. Eu sei que ela queria.
- O me pediu em namoro! – nunca me pareceu tão feliz.
- Jura? – Um fraco sorriso surgiu em meu rosto ao notar a felicidade dela.
- Foi lindo! Ele veio até o meu quarto e me surpreendeu. – explicou.
- Awn! Parabéns, ! – Eu continuei fingindo que não sabia de nada e pretendia fazer isso até o final da ligação.
- Eu estou tão feliz. – voltou a olhar para a aliança em seu dedo.
- Eu estou tão feliz por vocês. Nada poderia me deixar mais feliz hoje. – Eu disse no sentido literal. O meu dia foi horrível. A notícia de que os meus dois melhores amigos estavam namorando foi a única coisa boa do dia!
- Obrigada, . – sorriu, tentando conter a sua empolgação.
- Vocês vão ser muito felizes. – Eu completei e dessa vez notou que havia algo errado. A sua empolgação não deixou que ela notasse antes.
- Espera. Qual o problema? – mudou o seu tom de voz.
- Não é nada. Está tudo bem. – Eu desconversei, pois não queria estragar a noite dela.
- Não está tudo bem. Eu te conheço! – não desistiria até saber.
- Me esquece. Hoje é sobre você e o ! – Eu continuei negando.
- , me conta. – exigiu saber.
- Awn, ... – Eu disse em meio a um suspiro. – O meu dia foi uma droga. – Eu abaixei os meus olhos e senti a dor em meu peito aumentar.
- Mas o que aconteceu? – sentiu o seu coração apertar.
- O veio aqui hoje. Foi horrível! Ele me disse coisas horríveis. – Eu expliquei, sentindo a dor aumentar ainda mais.
- Não acredito. – negou com a cabeça.
- E eu acabei descobrindo que na verdade ele não me traiu com a Amber e que ele até foi naquele parque no dia do meu aniversário para me encontrar. – Eu contei tudo de forma resumida.
- Ele não traiu? Você está brincando! – não conseguiu acreditar.
- Tem noção da confusão que eu fiz? Foi tudo culpa minha e foi por... nada! – Eu lamentei dolorosamente.
- Você não sabia! Não tinha como você saber. – tentou me consolar.
- Eu sei, mas agora tudo soa tão... estúpido. Eu devia ter ido tirar satisfação com ele. Eu devia ter feito alguma coisa! – Eu só conseguia me culpar.
- Pra quem não sabia de nada, você fez o que devia fazer. Agora é tarde! Não adianta ficar remoendo o passado. – aconselhou.
- Foi só isso que eu fiz o dia todo. Eu me sinto tão mal pelo que eu fiz a ele, mas ao mesmo tempo eu estou furiosa por ele ter sido tão desprezível hoje. – Eu queria que ela entendesse o que eu estava sentindo. – E como se isso já não fosse o ruim o bastante, o Mark chegou na hora e eles brigaram. – Eu rolei os olhos.
- Eles brigaram? – arregalou os olhos.
- Brigaram! E quando o foi embora e eu achei que tivesse acabado, o Mark veio com uma história absurda de que eu ainda gosto do . – Eu disse em tom de desabafo.
- E você e o Mark brigaram por isso? – questionou.
- Não. Pior do que isso. Ele pediu que nós nos afastássemos para que eu tivesse tempo para pensar no que eu realmente quero. Eu não sei de onde ele tirou isso! – Eu demonstrei a minha indignação com o assunto.
- Talvez seja bom esse tempo mesmo. – temeu apoiar a decisão de Mark.
- Eu não preciso de tempo! – Eu repeti para ela a mesma coisa que eu já havia dito para o Mark.
- Ok! Eu sei que você está com raiva do ! Eu sei! Eu sei que a ideia de ainda sentir alguma coisa por ele te assusta e te faz entrar em pânico, mas... – não sabia como me dizer aquilo. – Seja honesta com você mesma. Não fique brava comigo, ok? Só seja honesta e me ajude a te ajudar. – Ela falou calmamente.
- Ok... – Eu fechei os olhos e tentei ouvir o que meu coração dizia.
- Pense, ! Você não sente mais nada pelo ? Quando você olha pra ele, você não sente nada de diferente? – estava tentando me ajudar.
- Eu... – Eu neguei com a cabeça. – Eu não sei. Tem alguma coisa, mas eu não sei o que é ou o que quer dizer. Talvez seja só remorso por tudo o que eu fiz a ele ou até mesmo saudade do que nós vivemos. – Eu fui o mais honesta possível.
- Tem certeza? – insistiu. Ela sabia que não devia ser só aquilo.
- Eu não sei! Eu acho que também é algo físico. Ele é bonito e ficar perto dele me deixa nervosa. Sabe? Do jeito que qualquer garota fica perto de um cara bonito. – Eu tentei explicar os meus sentimentos. Eu queria me convencer que tudo aquilo não passava de besteira.
- Do jeito que qualquer garota fica perto do garoto que ela gosta. – me corrigiu.
- , você deveria estar me ajudando. – Eu me irritei com a insinuação que ela fez.
- Eu estou ajudando! , enxergue! Você sofreu pra caramba por causa dele e você continua sofrendo como se nada tivesse acabado. Você não sofreria tanto se ele fosse tão insignificante assim pra você. Além do mais, ele foi o primeiro garoto que você amou. É totalmente normal você se sentir estranha com relação a ele. – continuou com os seus conselhos.
- Eu devia ter contado pra ele. Talvez se eu contasse, eu não estaria me sentindo tão culpada agora. Eu devia ter contado que eu fui pra Atlantic City e que eu esperei por ele. Eu não contei e agora eu sinto como se nós fossemos um assunto... inacabado, sabe? – Eu comecei a ser mais honesta.
- Então conte a ele! – disse como se fosse o óbvio a ser feito.
- Como? Como eu vou conseguir encará-lo depois de hoje? Eu mal consigo pensar nisso sem chorar. – Eu neguei com a cabeça.
- Então chore! Chore, seja honesta e abra o seu coração pra ele. Se depois disso você ainda não estiver se sentindo livre dele e desses sentimentos, você sabe qual é o problema. – me orientou sabiamente.
- Você está certa. Eu... vou tentar fazer isso. – Eu tentei parecer determinada, mas não fui muito convincente. – Eu vou fazer isso. – Eu corrigi. – E vou me livrar dele de uma vez por todas. – Eu voltei a abrir os olhos.
- É assim que se fala! – gostou do que ouviu. – Agora durma e descanse! Seu dia foi cheio e você precisa estar com a cabeça vazia pra pensar e decidir o que você tem que fazer, mas não tenha pressa em fazer nada disso. Leve o seu tempo, está bem? – Ela voltou a aconselhar.
- Está bem. – Só me restou concordar.
- Se você precisar de mim, me liga! Te ajudar nunca é um incomodo, entendeu? Deixa de ser boba! Eu estou aqui pra isso. – me deu uma bronca.
- Obrigada, . – Eu sorri, agradecida.
- Fica bem! Te ligo depois. – avisou.
- Ok! E... parabéns de novo. Eu estou muito, muito feliz! – Eu reafirmei.
- Obrigada! Eu te amo. – despediu-se carinhosamente.
- Eu também te amo. – Eu disse, antes de desligar o telefonema.

Falar com a minha melhor amiga sempre faz com que eu me sinta mais leve e dessa vez não foi diferente. Desabafar sempre é bom e os conselhos de sempre eram precisos. Os conselhos dela me ajudaram a enxergar algumas coisas e a deixar de ignorar outras. A pior parte definitivamente foi me dar contar de que eu teria que enfrentar o de novo. Isso me sufoca e me causa desespero só em pensar. Eu sempre sinto que não estou pronta para falar com ele e é por isso que dessa vez eu vou me preparar bem pra fazer isso.

Além de todos os problemas, agora também tinha a insônia. Era óbvio que eu não conseguiria dormir de novo! Mesmo com a Meg ligando e me distraindo o pouco, eu não consegui me esquecer do que eu havia acontecido e do que eu teria que fazer. Eu virei a noite pensando no que poderia ser certo dizer a ele e o que poderia soar como drama e exagero. Eu não queria ser chata e nem queria brigar de novo. Eu só queria expor o que realmente aconteceu e como eu me senti. Eu só preciso que ele saiba para que eu esperançosamente possa seguir em frente. Fácil dizer, difícil fazer.

A insônia não era um problema pro , mas os sentimentos e pensamentos eram. Os conflitos de sentimentos ainda o deixava confuso e o fazia repensar tudo o que ele havia feito nos últimos meses. Perder o seu tempo pensando naquilo, sentindo aquilo fazia ele se sentir um completo idiota, porque, para ele, eu estava com o Mark naquele momento e nem sequer estava me lembrando dele. já não sabia o que fazer. Ele havia tentado de tudo para seguir em frente, mas sempre parecia faltar alguma coisa. Ele nunca estava pronto para seguir em frente.

Eu consegui adormecer quando o dia já estava amanhecendo. A insônia me fez acordar na hora do almoço do domingo. Ao me levantar da cama, eu me lembrei que se e eu o Mark estivéssemos juntos ele estaria me acordando aos beijos naquele momento. Depois de fazer a minha higiene matinal encontrei no espelho a pessoa triste que eu não esperava reencontrar. A fome me obrigou a descer para ir até a cozinha. Fiz um macarrão instantâneo que não levou mais de 5 minutos para ficar pronto. Enquanto eu almoçava, eu continuava pensando em tudo. A minha cabeça não parava um só segundo. Eu havia acabado de acordar, mas eu já consegui notar o quão emotiva e nostálgica eu acordei naquela manhã. Entre uma garfada e outra eu me lembrava da época do ensino médio em que eu era feliz e não sabia. Os meus amigos e a minha família estavam lá por mim. Eu tinha tudo e não me dava conta do quanto isso me faria falta mais tarde. Além de todas as pessoas maravilhosas que eu tive do meu lado, eu também tive o meu amor inocente de colégio. Eu tive tudo o que uma garota sempre sonhou e eu deixei escapar.

Abandonei a cozinha depois de deixar os pratos na pia e voltei para o andar de cima determinada a voltar para a minha cama e dormir o resto da tarde, mas a minha determinação não era tão grande quanto eu imaginava. Eu parei no meio do corredor e não por coincidência na frente do quarto que ficou na última vez que ele esteve ali. Eu não queria entrar, mas o meu lado masoquista falou mais alto que tudo. Entrei no quarto e tudo estava exatamente como ele deixou da última vez. A cama que ele havia feito ainda estava lá.

Ao parar no centro do quarto, eu olhei em volta e depois de um tempo encarei o guarda-roupa que havia em uma das paredes. Minha coragem foi grande o suficiente para ir até lá e abrir as postas do guarda-roupa e ver na prateleira mais alta aquela caixa. Sim, aquela caixa! Aquela que ele me deu no dia em que eu me mudei para Nova York. A caixa não estava lá em cima por acaso. Eu a coloquei lá justamente para que eu não tivesse a estúpida ideia de vê-la novamente. Tarde demais. Peguei uma cadeira que havia ali naquele mesmo quarto e com a ajuda dela, eu consegui pegar a caixa novamente.

A preocupação de Meg a levou até a minha casa. Ela poderia ligar, mas era muito melhor me ver pessoalmente e tirar a sua própria conclusão sobre como eu estava. Além disso, ela sabia que eu estava sozinha. Ao chegar na minha casa, ela notou que o carro de Mark não estava na garagem. Ele não estava em casa e nem atendia os seus telefonemas. Onde foi que ele se meteu?

- E ai, Big Big. – Meg sorriu ao ver o Big Rob em frente a minha casa.
- É Big Rob, Meg. – O segurança fez cara feia.
- A está em casa, Big Big? – Meg continuou só para irritá-lo.
- Está! Entre logo! Vá, vá! – Big Rob começou a expulsá-la em tom de brincadeira.
- Estou indo! – Meg gargalhou, indo em direção a porta da minha casa. Ela tinha permissão para entrar quando quisesse.

Eu me sentei no chão do quarto e coloquei a caixa em minha frente. Eu a encarei, pensando se conseguiria lidar com aquilo. Eu não tinha certeza, mas aquilo não me impediu. Eu tirei a tampa da caixa e me deparei com todas aquelas coisas. Foi como dar um tiro no pé. Eu só fiquei olhando para todas aquelas coisas, sem coragem de tocar em nada.

- ? – Meg gritou ao entrar na casa. Ela queria anunciar a sua chegada. O grito dela não me chamou tanta atenção.
- Eu estou aqui em cima. – Eu gritei de volta. Os meus olhos não saiam daquela caixa e eu consegui ter coragem para pegar um porta-retrato que estava em cima de tudo o que estava na caixa.
- Oi, ! – Meg estranhou ao me ver naquele quarto. Ela esteve ali poucas vezes. Meg entrou no quarto, estranhando o fato de eu estar sentada em frente daquela caixa que ela nunca havia visto. – O que... – Meg começou a perguntar curiosa e decidiu se sentar em minha frente.



- Oi, Meg. – Eu deixei de olhar aquele porta-retrato pela primeira vez para olhá-la.
- O que você está fazendo? – Meg questionou, olhando para aquela caixa sem entender o que eram aquelas coisas.
- Olha só... – Eu estendi o porta-retrato na direção dela e ela o pegou. Meg olhou para a minha foto com . Ele beijava a minha bochecha, enquanto eu fazia uma careta para a foto.
- É o ? – Meg perguntou, já que não dava para ver muito bem o rosto de .
- É.. – Eu sorri fraco. Eu voltei a olhar para a caixa e vi o CD dos Beatles. – Ele me deu esse CD, porque Beatles é a banda favorita dele. – Eu mostrei pra ela. – ‘Hey Jude’ foi a primeira música que nós dançamos juntos. – Eu contei.
- ‘Hey Jude’ é uma boa música. – Meg sorriu, admirada.
- Olha todas essas cartas que ele me escreveu quando nós nem estávamos juntos. – Eu juntei todas as cartas e comecei a dar uma rápida olhada em cada uma delas.
- Quanto tempo ele gostou de você antes de vocês ficarem juntos? – Meg perguntou sem achar que a resposta a surpreenderia.
- 6 anos. – Eu disse e ela quase teve um surto.
- 6 ANOS? – Meg abriu a boca, perplexa.
- Eu não sabia que ele gostava de mim. – Eu justifiquei.
- E esse galho? – Meg riu ao pegar o pequeno galho nas mãos.
- Ele me deu quando me convidou para ir ao baile de formatura. O galho foi a única coisa que ele conseguiu na hora. – O meu sorriso aumentou ao me lembrar daquela cena.
- Que idiota... – Meg gargalhou. – E essa letra do Nickelback? Ele curte essa banda também? – Meg perguntou.
- Não. Na verdade, eu curto. Eles cantam a minha música favorita. O escreveu a letra pra ele cantar pra mim quando ele me pediu em namoro. – Eu senti o meu corpo estremecer com aquela lembrança.
- O QUE? Ele cantou pra você? – Meg voltou a ficar em choque.
- Ele canta muito bem se quer saber. – Eu afirmei com a cabeça.
- Espera! – Meg estendeu as mãos. – Você está querendo me dizer que o babaca do seu ex-namorado é o mesmo cara que fez essas coisas adoráveis e ainda cantou pra você quando te pediu em namoro? – Ela não se conformaria tão cedo.
- As pessoas mudam, Meg. – Eu justifiquei, mas isso não fez com que ela ficasse menos surpresa. – Olha! Essa música.. – Eu estendi o papel com a letra. – Foi a música que nós compomos pra eu me apresentar no musical da escola. Nós acabamos cantando juntos. – Eu contei a ela.
- Vocês dois cantando? – Meg me olhou com desconfiança.
- Eu juro que é verdade! – Eu afirmei entre risos.
- Você canta? Como eu nunca soube disso? – Meg abriu os braços.
- Eu cantei poucas vezes na frente de outras pessoas. – Eu expliquei os meus motivos.
- Como eu não sabia de tudo isso? – Meg estava indignada.
- Você nunca perguntou! – Eu brinquei e ela me fuzilou com os olhos.
- E você juntou tudo isso? Essa caixa e todas essas coisas? – Meg perguntou.
- Não fui eu, foi ele. – Eu respondi sem dar muita importância.
- ELE? ELE FEZ ISSO? – Meg apontou pra caixa.
- Qual o problema? – Eu abri os braços.
- Qual garoto faz isso? – Meg negou com a cabeça. – Ele não pode ter feito isso. – Ela não conseguia acreditar.
- Ele fez! Ele guardou tudo isso e me deu no dia que eu vim pra Nova York. – Eu sorri fraco e através daquele sorriso Meg conseguiu perceber que tudo aquilo ainda mexia comigo de alguma forma. Depois de algum tempo em silêncio, Meg voltou a se manifestar.
- Foi real, não foi? Vocês dois... – Meg perguntou, me olhando com tristeza.
- Foi. – Eu afirmei com a cabeça. – E eu... – Eu hesitei dizer. – Eu sei que eu devo devolver tudo isso pra ele. – Eu completei.
- Se você acha que deve, eu te apoio totalmente. – Meg voltou a demonstrar o seu apoio.
- Eu só preciso de coragem. – Eu rolei os olhos. Eu me sentia tão fraca dizendo aquilo.

Meg e eu ficamos ali por um tempo. Eu não tenho certeza se tudo aquilo que eu estava mostrando pra ela fazia com que o ódio que ela sente pelo diminuir, mas definitivamente ela tem uma nova impressão sobre ele. Demorou para ela entender o motivo de tamanho sofrimento quando eu ouvia apenas o nome dele. Meg sabia agora a proporção de tudo o que eu e vivemos e isso a surpreendeu mais do que qualquer outra coisa.

estava fazendo a mesma coisa de sempre: fingindo não se importar. Ele saiu do hotel logo cedo e resolveu dar uma volta na cidade. Não é o tipo de passeio que se deve fazer sozinho, mas isso o ajudaria a espairecer e a pensar no que ele precisava pensar. Em alguns momentos, ele pensava 'O que eu estou fazendo aqui? É óbvio que ter vindo foi uma péssima ideia.' , mas depois ele se lembrava que veio com um único propósito: o futuro de sua carreira e da empresa de seu pai. almoçou em um restaurante e depois resolveu voltar para o hotel. Usou o trabalho para ajudar a passar o tempo e para não continuar pensando no que havia acontecido no dia anterior.

- E você falou com o Mark? - Eu perguntei para Meg, pois estava preocupada.
- Não consegui falar com ele. Ele não atende o telefone e nem está em casa. - Meg negou com a cabeça.
- Ele quer ficar sozinho. - Eu comentei, enquanto me lamentava.
- Eu não sei qual é o problema de vocês! Vocês ficam mal e ao invés de quererem ficar melhores, vocês ficam se isolando. - Meg disse com uma certa indignação. - Quando você está com fome? Você come! Quando você está com sede? Você bebe! Quando você está triste? Você tenta se divertir. É assim que deve ser. - Ela explicou o seu ponto de vista.
- Acontece que é mais fácil falar do que fazer. - Eu tentei fazer com que ela entendesse.
- Por exemplo: hoje! Não sei se você se lembra, mas hoje tem a festa de aniversário daquela garota da nossa sala. - Meg finalmente chegou onde ela queria.
- Que garota? - Eu a olhei, fazendo careta.
- Aquela que senta na fileira do meio, que sempre usa aquelas coisas estranhas no cabelo. - Meg tentou me fazer lembrar.
- Oh, sei! - Eu me lembrei imediatamente. - Nós nem falamos com ela! - Eu neguei com a cabeça.
- Mas ela convidou a sala inteira e nós fazemos parte da sala. - Meg sorriu largamente.
- Uma festa? Jura, Meg? - Eu a olhei com desanimo.
- Pra ser sincera, eu também não estava nem um pouco a fim de ir nessa festa, mas você está precisando se distrair, então eu vou com você! - Meg mostrou-se novamente preocupada.
- Você realmente acha que é uma boa ideia? - Eu suspirei longamente.
- E qual é a sua outra opção? Chorar no seu quarto, enquanto você escuta a trilha sonora de 'Ghost'? - Meg disse daquele jeito despojado que só ela tinha e me arrancou um singelo sorriso.
- Está bem! Talvez seja uma boa ideia. Eu acho que pode ser bom eu me distrair. - Eu ergui os ombros. Eu não tinha nada a perder.

A festa começaria um pouco tarde, o que nos deu tempo para descansar um pouco durante a tarde. Nós assistimos algumas séries na TV e compramos algumas bobagens pra comer. Meg saiu de casa ás 7 horas prometendo voltar ás 10 para me buscar. Eu enrolei mais um pouco para começar a me arrumar. Depois de tomar um longo banho, fui até o meu guarda-roupa para escolher o que eu iria vestir.

Eu não sei se isso é normal ou se eu sou maluca mesmo, mas nada me motivo mais para me arrumar do que estar triste e mal. Me olhar no espelho e ver toda aquela coisa deprimente e triste me fazia querer me arrumar mais do que nunca. Eu precisava fazer um bom trabalho para convencer todos a minha volta que eu estou bem e também para levantar um pouco a minha autoestima. Não foi diferente naquela noite. Eu estava péssima e eu tinha que fazer algo para melhorar isso. Eu escolhi a melhor roupa e usei todos os utensílios de maquiagem que eu tinha. Depois de secar o meu cabelo, preferi deixá-lo solto. Coloquei anéis e pulseiras.

Meg estava um pouco atrasada, então quando chegou em minha casa nem saiu do carro. A buzina do carro dela me alertou e eu soube que ela tinha chegado. Dei uma última conferida no espelho e juro que me senti melhor e mais confiante que antes. Coloquei o meu celular e a minha carteira dentro da minha bolsa e coloquei a sua alça em um dos meus ombros. Estava prestes a sair do meu quarto, quando algo me fez parar na porta. Eu olhei para trás e vi aquela caixa sobre a minha cama. Depois de alguns segundos de conflitos internos, eu decidi voltar para pegá-la. Quem sabe hoje não era o dia para fazer o que eu tinha que fazer?

- Desculpa a demora, Meg. - Eu gritei assim que me aproximei do carro de Meg. - Boa noite, Big Rob. Não precisa me esperar. - Eu pisquei pra ele e ele entendeu o recado.
- Divirtam-se! - Big Rob gritou ao me ver entrando no carro de Meg.
- OH MEU DEUS! - Meg disse assim que eu entrei no carro.
- O que foi? - Eu a olhei, achando que havia algo errado.
- Você está ma-ra-vi-lho-sa! - Meg estava estonteada com o quão arrumada eu estava (VEJA A ROUPA AQUI)
- É mesmo? - Eu fiquei meio sem graça.
- Eu achei que você ia vir vestida igual a uma mendiga. Wow! - Meg e seus comentários inusitados.
- Eu posso estar um lixo por dentro, mas ninguém precisa saber disso, não é? - Eu ergui os ombros.
- É isso que eu quero ouvir! Entendeu agora? - Meg sorriu empolgadamente. - Mas, espera. E essa caixa? - Ela arqueou uma das sobrancelhas.
- Eu não sei! Nunca se sabe quando eu vou arrumar coragem pra fazer isso. - Eu expliquei sem tanto drama.
- Está bem! - Meg preferiu nem comentar.
- Vamos fazer isso. - Eu pisquei pra ela. Meg ligou o carro e seguimos para a festa.

O local da festa era um pouco longe da minha casa. A música que tocava no rádio me distraia, mas eu não pude ignorar a nossa rápida passada em frente ao New York Palace. Eu tentei não demonstrar emoções para que Meg não me enchesse de perguntas e o silêncio dela me mostrou que eu consegui. Olhei discretamente para a caixa, que agora estava no chão do carro e me perguntei se eu deveria fazer isso hoje.

- Nossa! Que estranho! Parece meio... - Meg fez careta ao chegar no local da festa, que era na casa da aniversariante.
- Vazio? - Eu também fiz careta.
- Estamos mesmo no local certo? - Meg perguntou ao me olhar. Eu olhei novamente no convite para conferir o endereço.
- Estamos. - Eu suspirei longamente.
- Que palhaçada! - Meg disse ao estacionar o carro.
- Vamos entrar assim mesmo? - Eu perguntei, surpresa. Porque ela estava estacionando o carro?
- Já estamos aqui e não temos mais nada pra fazer. - Meg ergueu os ombros e saiu do carro.
- Que ótimo... - Eu rolei os olhos ao sair do carro. Deixei a caixa lá dentro.
- Meg, espera! Vamos fazer outra coisa! - Eu a chamei, andando apressadamente atrás dela.
- Vem logo! - Meg fez gestos com as mãos.
- Meg! - Eu chamei a atenção dela mais uma vez, mas ela ignorou e tocou a campainha. - Meg! Mas que... - Eu ia xingá-la, mas a porta foi aberta e eu não pude continuar. - Hey! - Eu forcei um sorriso ao ver a aniversariante.
- Meninas! Entrem! - A aniversariante ficou feliz da vida. Meg e eu entramos na casa e depois de parabenizá-la fomos para um dos cantos para nos sentar no sofá.
- Eu quero te matar. - Eu sussurrei para Meg.
- Quem são essas pessoas? Os parentes dela? - Meg me olhou.
- Essa é a coisa mais ridícula que eu já fiz. - Eu sorri, enquanto negava com a cabeça.

Aos poucos a festa foi ficando animada, mas nem de longe é a melhor que eu já fui. Um pessoal da nossa sala acabou chegando mais tarde e nos reunimos em uma rodinha para conversar. A música era uma droga e não tinha nem lugar pra dançar, mas o pessoal da faculdade acabou se divertindo. Acabamos compartilhando algumas histórias engraçadas. Todos ali tinham histórias divertidas e quando eu fui pensar em alguma para contar a eles, eu simplesmente me dei conta de que todas elas tinham a ver com o . Isso foi o que bastou para que toda aquela festa perdesse o sentido pra mim.

Meg continuava sendo sociável com todos e eu ainda estava sentada ao lado dela, mas eu já não prestava a atenção na conversa como antes. Eu apenas forçava um sorriso quando todos caiam na gargalhada e eu achava que isso os convenceria de que eu estava participando da conversa. Não funcionou. Depois de algum tempo, eu nem olhava mais pra eles. Eu só mantinha o meu olhar fixo em qualquer lugar e sentia os meus pensamentos indo para lugares cada vez mais longe. Era como se eu não estivesse ali.

- ? – Meg me cutucou e eu a olhei repentinamente. O foco de todos não estava mais em Meg e ela aproveitou para conversar comigo.
- Oi. – Eu forcei um sorriso, pois temi que ela já estivesse me chamando algum tempo.
- Tudo bem? – Meg me olhou, séria.
- Sim, está. – Eu afirmei com a cabeça.
- Você parece longe. – Meg me analisou.
- Pareço? – Eu fiz careta.
- Você quer ir embora? Acho que ter ficado 3 horas nessa festa foi uma enorme superação. – Meg sussurrou entre risos.
- Por mim, tudo bem. – Eu ergui os ombros, enquanto segurava o riso.
- Então vamos. – Meg afirmou ao se levantar do sofá. Eu me levantei em seguida.

No momento, estar na festa ou não era indiferente pra mim. Eu acho que eu não ficaria bem em nenhum lugar mesmo. Nos despedimos rapidamente do pessoal da faculdade e da aniversariante. Usamos a desculpa de que teríamos que acordar cedo no dia seguinte. Seguimos em silêncio até o carro.

voltou para o hotel um pouco antes do jantar. O dia todo fora de ‘casa’ fez com que ele ficasse um pouco mais leve. Ele passou o dia todo pensando na nossa situação e depois de tantas conclusões, ele já não sentia tanta pressão sobre os seus ombros. Sua principal conclusão foi: nós nos apaixonamos, nós lutamos um pelo outro mais que por qualquer outra coisa e essa foi a melhor época da sua vida. A época da sua vida que acabou. A melhor coisa que já aconteceu em sua vida não pode ser algo que traga tanta dor e tristeza. Houve momentos bons e inesquecíveis que ele jamais esquecerá e que ele guardará pra sempre no pequeno espaço que vai estar sempre reservado em seu coração. Se for pra sofrer, que seja pela saudade dos bons momentos e não pela dor dos momentos ruins.

- O que foi que aconteceu? – Meg me olhou, enquanto dava partida no carro.
- O que? – Eu me fiz de desentendida.
- Toda aquela sua autoestima e determinação para se divertir. O que aconteceu? – Meg explicou a sua pergunta.
- É complicado. – Eu neguei com a cabeça, olhando através do vidro da janela do carro. – Eu tento fazer dar certo, mas tem sempre algo que me puxa de volta. É como se eu estivesse presa de alguma forma. – Eu não conseguia entender.
- Presa a ele? – Meg questionou.
- Eu não gosto disso. Eu não quero me sentir desse jeito toda vez que alguma coisa me faz lembrar dele. – Eu neguei com a cabeça. – Eu nem mesmo consigo pensar nos meus momentos de diversão sem me lembrar dele. Como isso é possível? – Isso me deixava um pouco indignada.
- Você tem que resolver isso de uma vez. Seja qual for a solução que você encontre. Você precisa! Isso está acabando com você. – Meg negou com a cabeça.
- É, eu sei. – Eu suspirei longamente.

Era tão exaustivo me sentir daquele jeito. É tão chato ficar esperando a hora em que eu vou voltar a ficar bem e essa hora nunca chegar! Isso está me sufocando de tal forma e eu não sei como voltar a respirar. É como se eu estivesse procurando a maldita luz no fim do túnel e ela estivesse fugindo de mim e me fazendo de idiota. Eu queria tanto me ver livre desses sentimentos, desses pensamentos e dessa sensação de que há algo inacabado.

- É impressão minha ou vai chover? – Meg olhou através do vidro do carro e eu mal dei atenção, porque justamente naquela hora nós estávamos passando novamente em frente ao hotel New York Palace. Eu respirei fundo e tentei engolir aquele nó na minha garganta de uma vez por todas. Abaixei a cabeça e encarei a caixa, que naquele momento estava em minhas mãos. É agora ou nunca.
- Para o carro. – Eu pedi com uma certa determinação.
- O que você disse? – Meg me olhou com uma careta.
- Me deixa no hotel. Eu vou resolver isso hoje e agora! – Eu tirei o cinto de segurança.
- No hotel? Mas porque você quer ir ao hotel? – Meg ainda não havia entendido qual era o meu objetivo.
- está nesse hotel e eu vou acabar com isso de uma vez por todas. – Eu expliquei de forma objetiva.
- Você está falando sério? – Meg não sabia se tinha mesmo que parar o carro ou não.
- Estou! – Eu afirmei sem qualquer sombra de dúvidas. Ainda em choque, Meg estacionou o carro em frente ao hotel.
- Você tem certeza que você quer fazer isso agora? São mais de 1 hora da madrugada. – Meg me alertou.
- Nem se fosse 6 horas da manhã! Eu precisava de coragem, não é? Eu me sinto corajosa agora. Eu não aguento mais um dia dessa porcaria. – Eu estava mesmo determinada. – O que eu tenho a perder? Mais alguns insultos? Mais palavras de desabafo? Eu quero que se dane! Eu vou devolver todas essas memórias pra ele e hoje mesmo eu coloco um ponto final nisso tudo. – Eu abri a porta do carro.
- Espera! – Meg me puxou pelo braço. – Eu... te espero aqui. – Ela não sabia muito bem o que dizer.
- Não precisa. Eu não sei quanto tempo eu vou demorar e eu sei que você tem que acordar cedo amanhã. – Eu disse, mantendo a caixa em minhas mãos.
- Não! Eu vou te esperar! – Meg reafirmou.
- Eu pego um taxi! – Eu achei uma rápida solução. – Por favor, Meg! Eu não quero tomar mais um minuto do seu tempo com isso. Nem eu aguento mais isso. – Eu pedi com sinceridade.
- Mas eu posso... – Meg ia insistir, mas eu a interrompi.
- Vá pra casa! Descanse e nós nos falamos amanhã. Eu preciso resolver isso sozinha. – Eu disse de forma mais séria.
- Você é mesmo muito teimosa, não é? – Meg negou com a cabeça.
- Eu vou ficar bem. – Eu frisei para que ela ficasse menos preocupada.
- Está bem! Está bem! – Meg disse, irritada. – Qualquer coisa você me liga e eu venho te buscar. – Ela colocou-se a disposição.
- Pode deixar! – Eu disse antes de descer do carro e bater a porta.
- Ei! – Meg chamou a minha atenção novamente e eu voltei para ouvir o que ela tinha a dizer. – Boa sorte. – Ela sorriu fraco.
- Valeu. – Eu pisquei um dos olhos pra ela e voltei a me afastar do carro. Encarei a faixada daquele hotel luxuoso e me perguntei em que andar ele deveria estar. Sem qualquer medo, eu comecei a me aproximar da entrada do hotel, que naquela hora da noite estava pouco movimentado.

De última hora, resolveu ir em uma balada que ficava bem perto de seu hotel. Ele havia passado lá na frente mais cedo e viu um cartaz enorme que anunciava um show de uma banda bastante conhecida na região. Ele não trabalharia no dia seguinte e não tinha nenhum motivo para não sair. Ele decidiu ir tomar banho e ir até o local para ver o movimento. Se lhe agradasse, ele até poderia ficar por lá.

- Olá, boa noite. – Eu dei o meu melhor sorriso para o recepcionista do hotel. Eu não contava com aquele imprevisto e tive que improvisar rapidamente.
- Boa noite! Em que posso ajudá-la? – O recepcionista pareceu simpático.
- Bem, eu... – Eu enrolei, pois ainda não tinha pensado em nada. – Eu preciso ir até um quarto. – Eu fiz careta. Eu não estava fazendo isso certo.
- E qual o número do quarto para que eu possa anunciá-la? – O recepcionista também sorriu.
- Não! – Eu afirmei com mais intensidade do que deveria. – É que... – Eu respirei fundo. Vamos, . Pense em alguma coisa! – O meu namorado está hospedado aqui e eu vim fazer uma surpresa. Eu vim de longe e ele só acha que eu vou chegar amanhã. – Eu fiz cara de anjo.
- Eu não sei se posso deixá-la entrar, moça. – O recepcionista fez careta.
- Vamos! Me ajude! É uma surpresa! – Eu dei um sorriso doce. – É o aniversário dele e eu até trouxe um presente. – Eu mostrei a caixa. Era mentira, mas era necessário.
- Parece ser uma ótima surpresa, mas... – O recepcionista parecia descontente em me contrariar.
- Por favor! Olhe! Ninguém vai ficar sabendo! Eu subo bem rápido e eu juro que ninguém nem vai saber. – Eu pedi da forma mais gentil que eu consegui.
- Você pode pelo menos me dizer o nome do hóspede? – O recepcionista parecia que ia ceder.
- O nome dele é Jonas. – Eu afirmei, voltando a sorrir.
- Está bem, mas é apenas uma exceção! Não me peça uma outra coisa dessas. – O recepcionista disse mais sério.
- Eu juro que não vou! – Eu afirmei com a cabeça.
- Ele está hospedado no 10° andar, quarto 20. Vá de uma vez. – O recepcionista sussurrou.
- Obrigada! – Eu pisquei um dos olhos pra ele e andei apressadamente até o elevador. As portas se abriram e eu entrei rapidamente.

A minha ficha começou a cair quando eu apertei o botão do décimo andar. Eu não achei que ela fosse cair tão cedo! O silêncio do elevador fez com que eu conseguisse ouvir a minha própria respiração, que estava extremamente calma. Eu encarei a caixa em minhas mãos e no mesmo instante comecei a tentar criar um bom discurso para dizer a ele. Tinha que ser algo bom ou que pelo menos fosse um bom motivo por eu aparecer na porta dele no meio da madrugada. As portas do elevador se abriram repentinamente e eu me dei conta de que teria que descer. Eu não queria descer. Encarei o corredor em minha frente sem nem sequer me mover. Levei uma das minhas mãos até o meu cabelo e o joguei pra trás, enquanto dava um longo suspiro. Chegou a hora. Dei poucos passos e ouvi a porta do elevador se fechar atrás de mim. Agora não tinha mais pra onde correr. Observei novamente o longo corredor e notei que havia somente duas portas. Me aproximei lentamente da porta que estava mais próxima de mim e vi o número 20 na parte superior dela.

havia saído do banho há menos de 5 minutos. Ele só teve tempo de colocar uma calça jeans e o tênis. Ele ainda estava sem camisa, pois ainda não tinha escolhido qual usaria e ele também não tinha arrumado o cabelo, que estava molhado e todo bagunçado. estava se convencendo de que sair naquela noite faria bem a ele. Passou o seu perfume e aproximou-se do espelho para arrumar o seu cabelo. Ele não fazia ideia do que estava por vir.

Juro que não consigo reconhecer a mim mesma nesse momento. Eu estou tão calma, que parece que até que eu estou dopada. A minha única preocupação era dizer a coisa certa e me manter firme independentemente do que ele dissesse ou fizesse. Encarei a porta de número 20 e tentei ensaiar mais um discurso, mas eu sabia que o improviso era sempre melhor. Respirei fundo pela última vez e aproximei uma das minhas mãos da porta de madeira. Abaixei a minha cabeça por poucos segundos e bati duas vezes na porta. Levantei a minha cabeça e encarei a porta, me preparando para vê-lo a qualquer momento.

ainda encarava o espelho e estava prestes a passar o gel em seu cabelo, quando ouviu as batidas na porta. Seus olhos falaram por si só, ao encararem a porta de longe. Quem deveria ser? Ele abandonou o gel sobre a pia do banheiro e aproximou-se da porta. Como a recepção do hotel não havia anunciado nenhuma visita, ele deduziu que fosse algum funcionário do hotel. negou com a cabeça, se perguntando que tipo de hotel é esse que incomoda os seus hóspedes até de madrugada. A chave da porta era um cartão, que ficava preso na porta (do lado de dentro do quarto, é claro). Para destrancar a porta, bastava empurrá-lo um pouco para baixo e foi isso o que o fez. A porta se abriu e expressão de irritação dele desapareceu. Não era um funcionário do hotel! foi pego de surpresa e ele demorou um bom tempo para ter qualquer reação. Foram alguns longos segundos de troca de olhares. Eu realmente não havia me preparado psicologicamente para vê-lo sem camisa e isso me deixou extremamente nervosa. E o cabelo dele? Porque está molhado desse jeito? Porque está bagunçado desse jeito? Desgraçado.



- Você? – estava surpreso, mas o nervosismo estava estampado em seu rosto. O meu arrependimento de ter ido até ali veio no segundo em que os olhos dele fizeram um tour pelo meu corpo. Pode-se dizer que ele ficou impressionado com o que viu e se perguntou se eu estava usando aquele shorts curto propositalmente. A caixa que estava em minhas mãos também lhe chamou atenção. Ele a conhecia muito bem.
- Desculpa eu ter vindo tão tarde, mas.... – Eu me peguei olhando pra ele e imediatamente puni a mim mesma. Neguei com a cabeça e fechei os olhos por poucos segundos, enquanto ria de mim mesma. - Se eu não viesse aqui hoje, agora... – Eu engoli seco e voltei a abrir os olhos. - Eu não sei se teria a mesma coragem amanhã. – Eu disse me sentindo uma completa idiota. Por poucos segundos, eu tive recapitular e me lembrar o que eu tinha vindo fazer ali. notou o quão conturbada eu estava, mas ele não deixou que aquilo o abalasse também.
- Olha, eu já estou cansado de brigar. – afastou-se da porta e entrou ainda mais para o interior do apartamento. Foi a deixa para que eu entrasse no quarto e fechasse a porta. Ele aproveitou para colocar uma camiseta preta que havia tirado antes de tomar banho.
- Eu não vim para brigar. – Eu afirmei, olhando ele de costas. Eu me sentia melhor vendo ele de camiseta. Me deixava mil vezes menos nervosa. A minha afirmação chamou a sua atenção e ele virou-se para me olhar.
- Você veio sozinha? – começava a cogitar uma possível conversa, mas antes ele queria saber se Mark estava ali. Ele não queria mais problemas.
- Sim, eu estou sozinha. – Eu respondi de prontidão e vi que ele pareceu mais confortável ao ouvir aquela notícia.
- O seu namorado sabe que você está aqui? – queria desesperadamente saber se aquilo lhe traria problemas com o Mark. Ele não estava com medo de Mark, mas também não queria levar outro soco daquele sem dar outro em troca.
- O Mark nunca foi o meu namorado e não, ele não sabe que eu estou aqui. – Eu falei com uma certa irritação. – Nós... terminamos ou nem começamos, eu não sei. – Eu revirei os olhos. Isso realmente não tem importância agora. O foi novamente pego de surpresa, mas dessa vez ele não deixou transparecer.
- Bem, eu gostaria de dizer que eu sinto muito, mas eu não sinto. – ergueu os ombros ao dizer aquelas palavras com desprezo.
- Eu esperava que dissesse isso. – Eu ignorei totalmente o comentário dele, pois eu realmente não queria mais brigar.
- Não que eu me importe, mas o que aconteceu? – me olhou com atenção e cruzou os braços. Tudo parecia uma piada pra ele.
- Você aconteceu. – Eu disse com um tom de deboche, pois achei a sua pergunta idiota. Até parece que ele não sabe o quanto de problemas que ele trás pra minha vida.
- Eu? – achava que estava sendo acusado de alguma coisa.
- Bastou você pisar nessa cidade pra minha vida virar de cabeça pra baixo. – Eu disse em forma de desabafo.
- Esse deve ser o meu dom. – ironizou só pra variar.
- Eu chamaria de ‘maldição’. – Eu o corrigi e ele pareceu ter gostado de escutar aquilo.
- Ótimo. Acho que estamos quites agora. – disse ao sorrir sem mostrar os dentes. A frase dele me fez entender que de alguma forma, eu também atrapalhava a vida dele. Isso me fez ficar um tempo em silêncio, dando a ele a oportunidade de me analisar novamente. – O que você está fazendo com essa caixa? – Ele finalmente perguntou.
- Eu... estou tentando me desfazer de algumas coisas. – Eu não sabia muito bem como explicar.
- Você está tentando se desfazer de mim. – me corrigiu, dizendo tudo o que eu não estava conseguindo dizer.
- Especialmente de você. – Eu confirmei sem qualquer hesitação. Que bom que estávamos sendo claros e objetivos.
- Eu achei que você já tivesse feito isso. – O jeito que ele me olhava com os olhos um pouco cerrados me incomodavam um pouco e tiravam toda a minha concentração.
- Eu também achei, mas parece que eu estava errada. – Eu disse em um impulso e no segundo seguinte eu quis concertar. Deixei de olhá-lo e encarei a caixa em minhas mãos. – Pegue. – Eu estiquei os meus braços e levei a caixa em direção a ele. olhou a caixa por um tempo antes de pegá-la. Foi como se um filme tivesse passado em sua cabeça. Aquela caixa realmente o acompanhou por muito tempo e há muitas lembranças ali. estendeu as suas mãos e pegou a caixa. Quando eu me vi livre dela, eu senti uma sensação estranha. Foi como se eu estivesse me desfazendo de algo que fazia parte de mim. – Era só isso. – Eu tinha que sair logo dali. – Obrigada e.. desculpe de novo pelo horário. – Eu não achei que me desfazer daquela caixa seria tão estranhamente doloroso. Eu precisava ir embora. Me virei de costas pra ele e deu no máximo 3 passos em direção a porta. Ainda com a caixa nas mãos, observou eu me afastar.
- Espera. – disse isso por impulso. Quando ele percebeu, já era tarde demais. O meu coração estremeceu quando eu voltei a ouvir a voz dele. Isso era o que eu mais temia. Meus olhos se fecharam e eu tentei me acalmar antes de me virar novamente de frente pra ele. – É só isso? – Quando viu que eu voltei a olhá-lo, ele colocou a caixa sobre uma mesa que estava próxima a ele. – Você não tem mais nada pra me dizer? – Ele abriu os braços.
- Dizer? Dizer o que? – Eu não sabia o que ele estava querendo de mim.
- Eu não sei. Talvez, desculpa? – arqueou ambas as sobrancelhas.
- E porque eu faria isso? Nós dois sabemos que você nunca vai me perdoar. – Eu ergui os ombros. Eu estava sendo completamente honesta.
- Posso te dizer uma coisa? – nem esperou que eu respondesse. – Eu quase fiquei louco pensando no que eu poderia ter feito de tão ruim pra receber aquela carta. Eu cogitei todas as hipóteses. Eu pensei em cada briga que nós tivemos, mas nada parecia tão ruim a ponto de fazer você terminar o nosso namoro daquele jeito tão... – Ele negou com a cabeça. Ele não encontrou a palavra certa, mas nem precisou. – Eu não sei. Eu não esperava aquilo. – ergueu os ombros. O jeito calmo e sereno que ele me disse aquilo fez com que eu me sentisse ainda pior com o que eu havia feito.
- Eu te entendo. Eu realmente entendo, mas apesar de isso ter te machucado tanto, eu não me arrependo de ter escrito aquela carta. – Eu tive que confessar. – Eu não me arrependo de nada do que eu fiz, porque na época essa foi a melhor alternativa que eu encontrei. – O fato de eu me sentir mal com o que eu havia feito não fazia com que eu me arrependesse de tudo o que eu fiz. Eu fiz tudo de forma consciente, apesar de ter sido doloroso.
- Melhor alternativa? – O fato de eu não ter me arrependido parecia ter incomodado ele. deu um sorriso irônico. – , você poderia ter ido até Atlantic City. Você poderia ter falado comigo. – Ele finalmente disse isso que estava entalado. Era isso o que ele sempre quis que eu tivesse feito.
- Não, eu não podia. – A alternativa dele nem foi cogitada por mim na época e os motivos me deixavam um pouco assustada.
- Por quê? – me olhou com incompreensão. Ele deu um passo em minha direção. – Porque não? – Ele repetiu a pergunta, quando percebeu que eu não queria respondê-la. A vontade de ser honesta e a de me esconder atrás de todas aquelas mentiras que me machucavam tanto duelavam dentro de mim, enquanto ele continuava esperando uma resposta. Eu não consegui omitir mais aquilo dele.
- Porque se eu te visse de novo eu não conseguiria fazer o que eu tinha que fazer. – Eu disse e no mesmo segundo eu me senti extremamente vulnerável. O olhar dele mudou quando ele me ouviu dizer aquilo e eu fiquei ainda pior. – Eu sei, parece besteira e você deve estar me achando uma idiota agora, mas essa é a verdade. – Eu não queria saber se ele achava isso certo ou não. Eu fiz o que eu tinha que fazer.
- E você não pensou que talvez isso significasse que você não queria terminar? – O que eu havia dito deu a ele a impressão de que, na verdade, eu não queria terminar. Isso não só o incomodou, mas também fez um nó em sua garganta.
- Eu tinha... que terminar. – As minhas emoções começavam a transparecer. A minha afirmação não significou absolutamente nada pra ele. A chance mínima de que eu não queria ter terminado aquele namoro também trazia as emoções dele a flor da pele. ficou em silêncio por um tempo, mas os olhos tristes queriam me dizer alguma coisa.
- Não tinha acabado. – afirmou, enquanto negava com a cabeça.
- Tinha acabado sim, você só não conseguia aceitar. – Eu tinha plena ciência no que eu estava dizendo, então não tinha porque voltar atrás só porque ele estava demonstrando emoções sobre o assunto. – Nós não conversávamos mais. Nós não nos víamos mais. Nós nem nos comportávamos mais como um casal. – Eu justifiquei rapidamente a minha atitude. – Eu sabia que você jamais terminaria, então eu terminei. Mesmo sabendo que você jamais iria me perdoar. – Eu podia ficar horas jogando a culpa nas costas dele, mas eu não preciso disso. Eu fiz o que eu fiz e estou assumindo as consequências.
- As coisas não poderiam ter acabado daquele jeito. – já conhecia todos aqueles problemas que tivemos no final do nosso relacionamento, mas ele ainda não os achava suficiente para justificar tal atitude minha. – Olhe pra nós! Quando eu poderia imaginar que as coisas chegariam nesse ponto? – Ele voltou a negar com a cabeça, dessa vez com mais indignação.
- As coisas mudaram, . Nós mudamos. – Como ele esperava que agíssemos depois de tudo o que aconteceu? Tanta coisa aconteceu depois do término!
- Você mudou! – apontou o dedo em minha direção. – A que eu conhecia nunca terminaria as coisas daquele jeito. – Os olhos cerrados voltaram a me incomodar. Porque ele faz isso?
- A que você conhecia foi obrigada a amadurecer. Cidade nova, sem amigos, sem namorado e sem família. Eu não tive opção. – Eu sei que eu mudei, mas eu também sei que as mudanças foram necessárias para que eu pudesse enfrentar e viver essa nova vida que de repente foi jogada nos meus braços. Ver que ele não conseguia deixar de me culpar por cada detalhe fez com que eu me sentisse um pouco injustiçada.
- Sempre há opção! – mal esperou que eu terminasse de falar e já disparou uma resposta com um tom mais agressivo.
- E quais eram as minhas opções? Viver o meu sonho ou voltar pra Atlantic City? – Eu o olhei com total indignação. – Eu não me arrependo de ter vindo pra Nova York, . – Eu afirmei para que ele soubesse que independente dos problemas que o meu sonho me causou, eu não deixaria de vivê-lo.
- É claro que não. – sorriu com deboche. Ele se achou um idiota por ter pensado que algum dia eu o colocaria acima de qualquer coisa e por ter pensado que o sofrimento que ele havia descrito e demonstrado no dia anterior faria com que eu me sentisse só um pouquinho mal por tê-lo deixado sozinho em Atlantic City.
- E tudo o que aconteceu com nós só me fez ter mais certeza disso. – Eu tive que completar a frase para que tudo ficasse extremamente claro entre nós.
- Mesmo sabendo que se você não tivesse vindo pra Nova York, nós provavelmente não estaríamos na situação que estamos hoje? – entendeu que eu já havia respondido isso indiretamente nas minhas frases anteriores, mas elas pareciam tão absurdas pra ele que ele precisava me ouvir dizer em alto e em bom som.
- Não estaríamos? Aposto que estaríamos! A única diferença é que estando aqui, eu não precisei ver você se afastar. Eu não precisei brigar ou até mesmo ver você e a Amber bancando os melhores amigos. – Ele realmente acha que teria dado certo com a Amber por perto? Ele acha mesmo que eu iria tolerar aquela amizade patética deles por tanto tempo? Ele realmente não me conhece.
- Amber? – fez careta ao ouvir o nome dela. – Você acha mesmo que ela é o maior problema no meio de tudo isso? – Como o não sabia de toda a verdade, ele não entendia a relevância da Amber no término. Para ele, era como se eu estivesse procurando alguém para compartilhar a culpa e a Amber era a vítima da vez. Pobre Amber, não é?
- Você não entende! – Eu já estava me arrependendo por ter tocado no assunto. Ele nunca entenderia! Me irrita tanto vê-lo colocar a Amber em um pedestal como ele sempre fez.
- Então me explica. – estava cansado de me ouvir dizer que ele não entendia algo que eu nem havia explicado. – Vamos! Me explique! – Ele deu vários passos na minha direção e olhou nos meus olhos de mais perto.
- Você sempre achou que foi frescura minha, não é? Achou que era só um ciúmes bobo de adolescente insegura. – Eu forcei um sorriso, pois comecei a notar que aquilo estava me afetando muito mais do que eu gostaria.
- E não era? – também sorriu. O tom de deboche me deixou ainda mais irritada.
- Não! Não era! – A minha indignação me fez dar mais alguns passos na direção dele. – Aquilo realmente me machucou, ! – Eu meio que cuspi as palavras, olhando fixamente para os olhos dele. O meu rosto estava há 3 palmos do dele. – Me machucava o fato de eu ter que torcer para não ouvir você dizer o nome dela quando você me ligava, porque você sempre fazia isso. – Engraçado como toda a minha raiva vai desaparecendo aos poucos, enquanto eu vou me aprofundando do assunto. Esse assunto me fez sentir raiva por muito tempo, mas não chega nem perto do quanto ele me machucou.
- Eu não sabia que a Amber era um assunto proibido. Eu achei que já tivéssemos passado dessa fase. – Tudo ainda parecia uma brincadeira pra ele. dizia as coisas com tanta tranquilidade e com um tom de deboche que era incompreensível. Ele realmente não tinha a mínima noção da proporção daquilo pra mim.
- 'Amber me ajudou a escolher o apartamento.' ; 'Amber me ajudou a decorar a casa.' ; 'Amber me ajudou com o trabalho da faculdade.' ; 'Amber foi jantar na casa dos meus pais hoje.' ; 'Amber e eu fomos almoçar no Starbucks.' ; 'Vou levar a Amber pra casa e eu já te ligo.' – Eu engrossei um pouco a voz. – Eu tinha que te ouvir dizer todos os dias as coisas que você havia feito com Amber. Coisas que você estaria fazendo comigo, se eu estivesse lá. – A minha frase pareceu ter causado algum efeito nele. O silêncio de , enquanto ele continuava me encarando me dava a impressão de que agora sim ele estava começando a entender o meu lado da história.
- Mas você não estava lá. – ergueu ambas as sobrancelhas, enquanto negou levemente com a cabeça.
- E isso era o que mais me machucava! Eu queria estar lá com você, eu queria participar desses pequenos momentos da sua vida, mas parecia que você mal estava se importando com o fato de eu não estar lá com você. – Foi nesse momento que o mesmo sentimento, o mesmo desespero que eu sentia a cada noite que eu dormia sem um telefonema dele veio a tona. Parecia que eu estava vivendo tudo de novo.
- Era isso o que você achava? – parecia estar um pouco surpreso com as novidades. Ele nunca imaginou que eu tivesse me sentido daquele jeito.
- Eu tinha certeza. – Eu disse em meio a um suspiro. – A cada vez que você me ligava, eu sentia que você estava ainda mais longe de mim e cada vez mais próximo dela e eu não podia fazer nada! Eu estava longe, o que mais eu iria querer? – Mesmo estando machucada, eu sempre estive ciente que tudo o que aconteceu foi consequência de uma decisão minha.
- Eu não sabia que você se sentia desse jeito. – parecia decepcionado, pois a culpa dele em tudo aquilo começava a se revelar aos poucos.
- Essa era a pior parte. Eu sabia que você não estava fazendo de propósito. Era real, . – As lágrimas começavam a dar indícios de que estavam a caminho para demonstrar ao mundo toda a minha fraqueza. – A Amber assumiu um papel na sua vida. Um papel que você permitiu que ela assumisse. – Eu completei, achando que eu já havia dito o bastante. Mesmo achando que mais nada o surpreenderia e ameaçaria o seu coração novamente, não tinha o que fazer. Diante de tudo o que já foi dito, a nossa conversa já estava em outro patamar.
- Você quer mesmo me convencer de que a Amber é a raiz do nosso problema? Isso não tem nada a ver com ela. Tem a ver com nós! – Para o , a Amber só era uma desculpa. Uma desculpa que eu estava usando para não ter que conviver com toda a culpa do fim do nosso namoro.
- Tem tudo a ver com ela. – Ele ainda não percebeu? Ele ainda não entendeu que tem muita coisa que ele ainda não sabe?
- Como? – novamente queria respostas. Respostas que ele nunca soube e que eu nunca gostaria que ele soubesse, mas a aquela altura eu já estava vulnerável e cansada de guardar todas aquelas verdades. A reação dele me deixava receosa, então eu demorei algum tempo para ter coragem de contar a ele mais aquela verdade.
- Você não foi o único que foi até lá. – As poucas lágrimas que começaram a encher os meus olhos me fizeram deixar de olhá-lo.
- O que? – O medo de de ouvir aquilo era tão grande, que quando ele me ouviu dizer aquelas palavras que não foram tão claras, ele imediatamente se deu conta do que se tratava. O silêncio dele falou mais do que qualquer outra palavra de desespero. Ele engoliu seco, implorando mentalmente para que eu estivesse mentindo.
- Naquele parque. – Eu achei que essas duas palavras seriam mais do que suficientes para que ele entendesse do se tratava.
- Não! – não demorou um segundo para se manifestar. – Não pode ser. Eu teria te visto. – Ele estava em negação.
- Você teria me visto se você estivesse lá na hora que eu cheguei. – A tristeza em meu rosto era tão evidente quanto o desespero no dele.
- Não pode ser... – negou incessantemente com a cabeça. Ele estava visivelmente perturbado.
- A última vez que eu fui para Atlantic City foi no dia do nosso aniversário de namoro. – Eu confirmei a notícia de vez e foi a mesma coisa que ter arrancado o coração dele da pior forma possível. Foi como se o mundo tivesse parado por alguns longos segundos só para que ele processasse aquela informação.
- Então, você foi até lá para terminar comigo? – estava segurando todas as suas emoções, mas ele esqueceu que isso nunca funcionava comigo. Os olhos dele diziam tudo.
- Eu fui até lá para fazer o que nós tínhamos prometido no ano anterior. – Eu estava começando a me esforçar para não chorar. Eu abaixei a minha cabeça e encarei as minhas mãos trêmulas de tanto nervosismo. – Eu fui até lá para comemorar o meu aniversário com você. – Eu disse e logo em seguida voltei a olhá-lo com um sorriso de canto.
- Como você pode me esconder isso todo esse tempo? – não conseguiu dizer aquilo com toda a raiva que ele queria. Os olhos dele começavam a revelar toda a tristeza que também havia dentro dele.
- Eu cheguei mais cedo em Atlantic City naquele dia e fui até a sua casa pra fazer uma surpresa. – Se ele já sabia da pior parte, porque não explicar tudo de uma vez? – Eu peguei a chave embaixo do extintor de incêndio e entrei no seu apartamento. Eu pretendia te esperar. – Eu estava sendo mais forte do que nunca para contar e relembrar a dor e tristeza que resumiram aquele dia. – E então eu vi a sua agenda. Aquela agenda que eu havia dado pra você. Eu achei que você tivesse esquecido ela, já que você costumava usá-la todos os dias. – Eu estava revivendo a história na minha mente.
- É, eu esqueci. – afirmou, sem tirar os olhos de mim. Ele já não fazia isso há algum tempo.
- Tinha um compromisso marcado com a Amber no mesmo dia e na mesma hora que havíamos marcado para estar naquele parque. – Quando eu disse isso, a expressão no rosto dele mudou completamente.
- Um compromisso com a Amber? Mas eu não tinha compromisso nenhum naquele dia. – ficou imediatamente intrigado. – Aquele era o único dia da minha agenda em que eu não tinha compromisso algum, porque nós tínhamos planos. Você era o meu único compromisso naquele dia. – Se ele soubesse o quão adorável isso soou, ele retiraria o que disse.
- Não era isso que estava na sua agenda. Nem mesmo era a sua letra. – Eu insisti, pois eu tinha certeza do que eu estava falando. continuava perdido no meio de tudo aquilo que eu estava contando. Era um pouco demais pra ele.
- Você achou que eu tivesse esquecido. – deduziu o óbvio.
- Eu não tinha certeza até eu ligar pra você. – Eu contei e a reação dele foi imediata. Ele se lembrou que não estava com o seu celular naquele dia.
- Você ligou pra mim. – comentou em voz alta ao revirar os olhos e sorrir de sua própria desgraça. Ele se lembrava muito bem de ter esquecido o celular com a Amber naquele dia. Tudo estava claro agora.
- A Amber atendeu. – Eu completei a informação.
- Você não pode estar falando sério... – não conseguia acreditar em tamanha coincidência. Ele não conseguia acreditar que aquilo ocasionou o fim do nosso namoro.
- Eu achei que vocês estavam juntos. – Parecia tão ridículo dizer isso em voz alta agora, mas foi o que aconteceu na época. Não tinha porque esconder isso agora. – Eu já sabia que vocês estavam próximos, mas quando eu vi a agenda e ouvi a voz dela atender o seu celular eu só... juntei as coisas. – Eu ergui os ombros.
- Juntou as coisas? E você não pensou em me perguntar se era verdade? Você nem questionou nada? – Os olhos cerrados demonstravam o quão incrédulo ele estava com o que eu havia contado.
- Eu já te disse! Seria mil vezes mais doloroso ter que te enfrentar. – Eu me alterei um pouco, pois o modo com que ele estava falando parecia ser de julgamento.
- Mais doloroso do que terminar? – não conseguia se conformar com o que estava ouvindo. – Porque eu não consigo pensar em nada pior do que isso. – Ele continuou a me julgar.
- Tente imaginar a pessoa que mais te odeia no mundo e que sempre teve o prazer em ser melhor do que você em tudo só pra impressionar a pessoa que você ama. Agora imagine tudo isso acontecer no dia do seu aniversário? Parece doloroso o suficiente pra você? – Era tão injusto ele ficar falando daquele jeito como se eu tivesse planejado tudo aquilo. Como se eu tivesse feito tudo de propósito. Ele não para um minuto pra pensar o quão doloroso isso foi pra mim?
- Sabe qual a melhor parte de tudo isso? – sorriu ao negar com a cabeça. – Quando você estava em Atlantic City, todo dia eu tinha que separar uma briga sua com a Amber e no dia em que você mais tinha que ter brigado, você fugiu. – E os julgamentos continuaram e a culpa que eu já sentia antes só aumentava.
- Quando eu vim pra Nova York, eu estava ciente dos riscos que eu corria. Eu estava ciente que eu estava te deixando sozinho na cidade e eu sabia que haveria garotas no meio do caminho. Eu sabia, mas eu preferi correr o risco. – Eu fiz uma breve pausa. –Quando aconteceu, eu não me senti no direito de brigar por isso, porque eu sei que foi tudo culpa minha. Foi uma decisão que eu fiz e eu não posso ficar remoendo isso o resto da minha vida. – Eu não queria mostrar que a culpa que caia cada vez mais sobre os meus ombros estava me deixando cada vez pior. Eu não queria demonstrar fraqueza.
- Eu também sabia dos riscos e eu por mim estava tudo bem porque eu amava você! Eu queria ficar com você e eu estava disposto a esperar. Seja por quantas crises nós precisássemos passar, mas não conseguimos passar nem da primeira e tudo por causa de... – A muralha que havia construído em torno de si mesmo desabava a cada palavra. – Coincidências. – Ele completou com pesar. Nunca foi tão difícil ouvir uma coisa como agora. Ouvir ele dizer que me amava e que estava disposto a me esperar só serviu pra fazer a minha vontade de chorar triplicar. As lágrimas começavam a me sufocar.
- Talvez nós não devêssemos ter ficado juntos. Talvez as coincidências só tenham consertado toda a besteira que nós fizéssemos. – Me doía tanto dizer aquilo, que eu não consegui disfarçar. A minha frase também doeu nele. Ele abaixou a cabeça na tentativa de manter-se forte.



- Não fala isso pra mim. – pediu, voltando a me olhar. Os olhos dele estavam extremamente tristes. – Você sabe que foi real. Você sabe... – Ele negou com a cabeça. Nem parecia o mesmo garoto que havia me dito que se arrependia de ter ficado comigo. A tristeza dele sempre foi um dos meus pontos fracos e dessa vez não foi diferente.
- Eu sei. O que eu não sei é se valeu a pena toda a dor e sofrimento que isso causou. – Minhas lágrimas estavam no limite.
- Não foram só coincidências. Aquela carta não foi uma coincidência. – voltou no assunto da carta. Se tinha mais alguma coisa sobre a carta que ele não sabia, ele queria saber.
- Aquela carta foi prova que eu precisava para ter certeza de que havia acabado. – Eu passei discretamente uma das mãos embaixo dos meus olhos para evitar que as lágrimas escorressem pelo meu rosto.
- O que você está dizendo? – não entendeu o que queria dizer, mas a minha afirmação chamou a sua atenção.
- Quando eu escrevi aquela carta, eu sabia que você tinha só duas opções: ou você aceitaria e seguiria a sua vida sem mim ou você viria atrás de mim. – Eu respirava com cuidado para que eu não deixasse as lágrimas escaparem e pra não deixar a minha voz de choro em evidência.
- Ir atrás de você? – Os olhos dele me indagaram e eu senti o meu corpo estremecer.
- Eu não sabia se você ainda sentia alguma coisa por mim. Eu achava que você estava com a Amber, mas no fundo eu ainda tinha uma esperança de que você ainda se importava. – Eu fiz uma pausa, porque o choro havia tomado conta da minha voz. Eu neguei com a cabeça e encarei o chão por poucos segundos. – Eu estava certa que se você ainda se importasse, você viria atrás de mim e tentaria consertar as coisas como você sempre fez. – Eu fechei os olhos para evitar que as lágrimas escorressem. Mais uma surpresa e estava sem rumo. Agora sim a culpa foi jogada nos braços dele e ele não tinha mais como fugir.
- Eu... não sabia disso. – Além da culpa, também havia todo o sofrimento que estava presente em cada atitude minha. Pela primeira vez desde o término, ele se sentia culpado pelo meu sofrimento e também pelo término. Pela primeira vez, ele quis fazer qualquer coisa que fizesse com que eu me sentisse melhor, mas ele não tinha as mesmas liberdades de antes.
- Essa era a parte mais importante. – Eu voltei a levantar o meu rosto. – Você não sabia. Se você viesse, seria por você e não por mim. – Eu completei com tristeza. me olhava com atenção e parecia estar reprimindo todas as suas emoções naquele momento. Nós dois, ali, frente a frente, estávamos lidando com a consequência de termos nos amado tanto. – Toda vez que a campainha tocava, o meu coração quase saia pela boca. Cada vez que eu abria a porta, era um pedaço do meu coração que se quebrava, porque você não estava ali, . – O choro veio de uma vez só e me impediu de continuar a dizer o que eu tanto queria, mas eu insisti. – Toda vez que o meu celular tocava, eu simplesmente começava a chorar porque não era a sua voz do outro lado. Eu ficava na janela, esperando o carteiro passar. Esperando que alguma carta sua pudesse estar dentro daquela mochila dele, junto com outras milhares de carta. – O meu choro não foi escandaloso, ele foi silencioso e doloroso para qualquer pessoa que o visse. Estava sendo mais do que doloroso para o .
- Você me fez te odiar. Você me fez pensar que você estava com outro cara. Como eu poderia vir até aqui atrás de você? – A verdade em minhas palavras fizeram as lágrimas alcançarem os olhos dele também, mas ele era bem mais forte do que eu. precisava se justificar e não era só pra mim, mas pra ele mesmo também. Ele não aguentaria conviver com o fato de que ele não ter vindo atrás de mim fez com que ele perdesse a única garota que ele amou até hoje.
- E quando foi que você se deixou intimidar por outro cara? Quando foi que você se importou com os obstáculos que sempre apareceram no nosso caminho? Você nunca viu limites para nós. Você sempre veio, . – Eu tentei engolir o meu choro. – Eu te esperei por quase um mês. Eu não conseguia olhar para os outros caras, porque nenhum deles era você. – Eu rolei os olhos, me achando uma idiota por estar dizendo isso logo pra ele.
- Se eu soubesse disso na época as coisas teriam sido bem diferente. – Por um momento, achou que a sua frase me ajudaria de alguma forma, mas só acabou piorando tudo.
- Não! – Eu esbravejei. – Não faz isso, ok? Isso não faz a menor diferença agora. – Eu respirei fundo e comecei a secar todas as lágrimas em meu rosto. Eu estava mal e ele ficar dizendo que as coisas poderiam ter sido diferentes só me fazia querer desejar que isso fosse verdade. Só me fazia idealizar uma verdade que não é real. – Está feito e nada do que nós dissermos agora vai mudar alguma coisa. – Eu não quero voltar a me iludir e a sofrer por causa disso. – Eu não sei nem porque nós estamos falando disso. Eu não sei nem porque eu vim até aqui. – Olhei pra ele pela última vez e neguei com a cabeça antes de me virar de costas e sair apressadamente pela porta.

O que eu estava fazendo? O que eu estava pensando? Eu sou mesmo uma idiota. Era só entregar a maldita caixa e ir embora. Porque remoer o passado? Porque mexer em feridas que estava quase cicatrizando? Aquela conversa só me fez querer voltar atrás e fazer tudo certo. Só me fez querer fazer tudo pra ficar com ele, mas eu não podia. É tarde demais. Existe muita mágoa e muito sofrimento nessa história e é perigoso demais remexer nisso agora. Isso me deixa muito assustada.

ainda olhava para a porta que eu havia saído e esperava que eu voltasse a qualquer momento. Ele esperou por alguns segundos, enquanto o seu coração se apertava cada vez mais. Nesses segundos, ele pensava no que fazer. Cada sentido do seu corpo mandava que ele fosse atrás de mim. O medo voltou a ser um problema. Ele não sabia o que era pior: o medo de se arrepender por não ter ido atrás de mim ou o medo de ir atrás de mim e não conseguir aguentar ficar um minuto ao meu lado sem sentir que ainda resta alguma coisa entre nós. As coisas haviam saído do controle e agora ele estava novamente naquela situação em que tudo o que ele mais quer é tudo o que ele não pode ter.

O elevador demorou um pouco para chegar ao 10° andar. Quando ele chegou, eu saltei para dentro do elevador e apertei no mínimo umas 5 vezes o botão do térreo. Eu precisava sair logo dali antes que algo me fizesse ficar. As portas do elevador se fecharam e fiquei mais aliviada. Aqui estou novamente! Fugindo dos meus sentimentos e das minhas vontades simplesmente por achá-las erradas e dolorosas demais para viver novamente.

estava completamente perdido. O tempo passava e ele tinha que tomar uma decisão. Em meio a uma turbulência interna, ele começou a pensar em tudo o que eu havia acabado de revelar. Sempre foi tão fácil me culpar por tudo o que aconteceu, mas agora não havia mais motivos para me odiar. Não havia qualquer outro culpado que não fosse o destino. Mais uma vez, o destino está brincando com nós. O que o destino está querendo agora? Porque ele o trouxe a Nova York? Porque ele fez com que nos reencontrássemos? O que ele está querendo!? O desespero e a confusão fez com que surtasse. Encarou a mesa e viu aquela mesma caixa. Não hesitou em andar até ela e empurrá-la até que ela caísse no chão.

- O que eu devo fazer? – disse com a adrenalina e a raiva no limite. Ao cair no chão, a caixa abriu e de repente todas aquelas memórias perturbadoras estavam no chão de seu quarto. Fotos, CD’s, cartas, notas fiscais e até mesmo o pequeno galho estavam espalhados pelo chão. Por mais involuntária que fosse, foi a resposta que ele queria. – Eu não consigo... – Ele suspirou. Andou apressadamente até a porta e correu até a porta do elevador. Ele precisava me alcançar a tempo. – Vamos! Droga! – apertou o botão do elevador mais de 10 vezes. Ele estava no térreo e demoraria um pouco para chegar ao 10° andar. Chegou a pensar em usar a escada, mas 10° andares parecia muito. – Vamos! – estava implorando para que o elevador chegasse rápido.

Ao chegar no térreo, sai quase que correndo do elevador e mal cumprimentei direito o recepcionista que havia sido tão legal comigo. Fui me aproximando da porta de saída do hotel e não acreditei no que estava vendo. Estava chovendo muito e eu não tinha um guarda-chuva. Parei na porta do hotel e de lá avistei um taxi estacionado em frente ao hotel. Um hotel é um bom ponto para um taxista e com certeza era por isso que ele estava ali. Olhei para cima e vi que a chuva não pararia tão cedo. A notícia boa é que não havia raios ou relâmpagos.

- E agora... – Eu falei sozinha, sem saber o que fazer. Eu deveria esperar a chuva parar? Por um segundo eu achei que sim, mas pensar que eu estava tão perto de me fez mudar de ideia. Eu queria me afastar e ir para o mais longe possível dele. Dane-se a chuva! Eu preciso ir para longe dele. Saí no meio da chuva e fui em direção a taxi. A gotas geladas me incomodaram no começo, mas quando cheguei no meio do caminho eu já havia me acostumado com a temperatura. O salto me fez andar mais lentamente e as minhas mãos seguravam uma parte da bolsa para tentar evitar que o meu celular molhasse.

Quando o elevador parou no 10° andar, nem esperou que as portas abrissem completamente para que ele entrasse. Apertou o botão do térreo apressadamente e viu as portas do elevador se fecharem. Inquieto dentro do elevador, conseguiu sentir o meu perfume que ainda estava impregnado ali. As portas do elevador se abriram e ele saiu correndo de lá de dentro. O recepcionista chegou a se assustar com , que passou correndo por ele. parou na porta do hotel e a chuva apenas dificultou a sua vida. Ele não conseguia enxergar muita coisa, então ele decidiu sair no meio da chuva para poder me procurar melhor. Eu não poderia ter ido longe. Parou quase que no meio do jardim do hotel e olhou em volta. Seus olhos quase não acreditaram quando me viram entrar em um taxi. não hesitou um só segundo e saiu correndo em direção ao taxi. Ele não se importava em estar completamente molhado e em pegar um resfriado mais tarde.

- Me tira daqui. – Eu disse ao taxista assim que entrei no taxi. Eu sei que eu tinha que passar o endereço pra ele, mas eu estava tão atordoada que eu não me toquei. Eu só queria sair dali. Apesar de estar completamente molhada, eu estava mais calma. O fato de eu estar dentro do taxi me deixava mais calma. O taxista ligou o carro e eu tentava tirar o excesso de água do meu corpo. O taxista estava prestes a dar a partida no carro, quando entrou na frente do taxi e apoiou suas mãos no capô do mesmo.
- PARA! – gritou com medo que o taxista não o tivesse visto e acabasse saindo com o carro. Eu estava abrindo a minha bolsa para confirmar se o meu celular ainda estava pegando, quando a voz do motorista me chamou atenção.
- Quem é esse? – O motorista perguntou, assustando-se com o rapaz que estava evitando a sua saída. O meu coração se despedaçou quando eu o vi na frente do carro. – Garoto, saí da frente! – O taxista gritou depois de abrir um pouco da janela do taxi.
- Eu não vou sair, enquanto eu não falar com ela. – gritou, me olhando com certa dificuldade por causa da chuva. Eu não conseguia falar, piscar e nem mesmo respirar.
- Moça, acho que ele quer falar com o a senhora. – O motorista virou-se para me olhar.
- Esqueça ele. Vamos embora, por favor. – Eu queria que o taxista desse algum jeito. Não importa. Eu não sairia daquele carro!
- Se ela não vai descer, é melhor me atropelar de uma vez, porque eu não vou a lugar nenhum. – gritou novamente ao perceber que eu não estava querendo sair.
- Moça... – O taxista voltou a me olhar como se esperasse que eu tomasse alguma atitude. Eu conhecia e e sabia que ele estava falando sério quando disse que não sairia da frente do carro. Como eu vou embora?
- Droga... – Eu suspirei, quando conclui que eu teria que descer. Minhas mãos tremiam e as minhas pernas estavam bambas. Respirei fundo antes de abrir a porta do carro e sair de lá de dentro. O rosto de acompanhou o meu movimento e sentiu a melhor sensação do mundo quando me viu. Eu estava ali! Ele havia conseguido. saiu da frente do carro e foi começou a andar na minha direção. Ele parou em minha frente e me olhou. – Porque você não pode simplesmente me deixar ir embora? – Eu perguntei, vendo ele completamente molhado em minha frente. Apesar da chuva, eu conseguia ter uma boa visão dele.
- Eu preciso saber de uma coisa. – me olhou, sério. A frase dele me fez perceber que ele ainda queria falar sobre aquele maldito assunto.
- Deixa isso pra lá, ! Nós não precisamos complicar as coisas agora. – Eu abri os braços e neguei com a cabeça. Eu não queria mais falar sobre aquilo. Eu estava cansada e extremamente machucada.
- E se eu tivesse vindo? – ignorou completamente o meu pedido. Ele precisava saber. – O que teria acontecido se eu tivesse vindo atrás de você na noite em que eu recebi aquela carta? – Apesar da resposta assustá-lo, sabia que ela era uma peça importante do quebra-cabeça, que acabaria fazendo ele se odiar pra sempre ou aceitar que nada do que ele fizesse poderia ter consertado as coisas.
- O que? – Eu não queria responder aquela pergunta.
- Você disse que queria que eu viesse atrás de você, não disse? Como isso poderia ter consertado as coisas entre nós? – não tirava os olhos de mim. Ele só deixou de olhar nos meus olhos, quando os olhos dele desceram pelo meu corpo para que ele conferisse o estrago que a chuva estava fazendo.
- .. – O olhar dele me fez lembrar que eu estava com uma camiseta branca, que provavelmente estava transparente naquele momento. Levei minhas mãos até a minha camisa jeans que estava por cima da camiseta branca e a fechei discretamente.
- Responde! – me pressionou ainda mais. Ele precisava de uma resposta.
- Não importa! Você não veio. – Eu cruzei os meus braços, pois eu estava começando a ficar com frio.
- E se eu tivesse vindo? – insistiu sem qualquer receio.
- VOCÊ NÃO VEIO, OK? – Eu elevei o tom da voz, pois parecia que ele não estava me ouvindo. Descruzei os meus braços e o encarei, tentando mostrar a ele o quanto aquele assunto me irritava.
- Bem, eu estou bem aqui agora, não estou? – abriu os braços. – Você estava indo embora e eu vim atrás de você. Do jeito que deveria ter acontecido há meses atrás. – Ele também pareceu um pouco alterado. – Você queria que eu viesse, não queria? Eu estou aqui. Agora eu quero que me diga. – deu mais alguns passos em minha direção, o que me deixou ainda mais nervosa. Ele respirou fundo e me olhou com um certo cansaço. – Se eu tivesse vindo, o que adiantaria? – perguntou mais uma vez. O olhar dele me desestabilizou um pouco. Eu neguei com a cabeça e me virei de costas pra ele. Era tão difícil olhar pro daquele jeito e não sentir nada. – Por favor, me diz... – Ele pediu, me olhando de costas. Eu fechei os meus olhos, pois a vontade de chorar invadiu o meu corpo e eu nem tive tempo de me segurarr. Me virei novamente de frente pra ele e a boa notícia é que as gotas de chuva se misturaram as minhas lágrimas e ele não conseguiria enxergar a diferença entre elas.
- Se você tivesse vindo, você me provaria que você ainda estava disposto a lutar por nós. Se você tivesse vindo, eu te daria a minha prova de que eu também estava disposta a lutar por nós. – Eu acabei cedendo, depois de uma tentativa frustrada de engolir o meu choro.
- O que isso significa? – ficou com medo de ter entendido o que aquilo queria dizer. A preocupação estava evidente em seu rosto e o coração estava disparado.
- Eu ia voltar pra Atlantic City, . – Eu fui clara e objetiva, mas não pense que não foi doloroso. Eu estava devastada por estar contando isso a ele. – Era isso o que você queria ouvir? – Eu o olhei com indignação. – Sim! Eu ia desistir de tudo por você e eu faria isso com a maior alegria do mundo, porque eu sabia que você valia a pena! – Já que tudo já foi dito, eu não tinha mais nada para esconder. As minhas afirmações mudariam a vida dele para sempre. Ele sabia que jamais seria o mesmo depois do que ouviu e a sua mudança de comportamento também deixou isso bem claro pra mim. Ele demorou para aceitar as minhas palavras.
- Você não pode fazer isso! – cerrou os olhos em minha direção. – Você não pode aparecer na minha porta no meio da madrugada e me dizer essas coisas. – Ele negou com a cabeça com extrema indignação. não estava preparado para nada daquilo. Agora ele estava sem chão e completamente sem rumo.
- Você não queria saber de tudo? Agora você sabe de tudo! – Eu joguei isso na cara dele. – Pelo menos agora, você sabe os motivos que ocasionaram o maior arrependimento da sua vida. – Eu voltei no assunto que tanto me incomodava. Eu jamais esqueceria as suas dolorosas palavras que me intitularam como o maior arrependimento da vida dele.
- E se eu disser que eu menti? – O desespero de trouxe toda a sua honestidade à tona. A emoção estava tomando conta dele e nem mesmo o seu orgulho o seguraria. estava voltando atrás em suas palavras e isso me deixou em situação ainda pior. Ele não podia fazer isso agora. Não agora.
- Eu diria que é tarde demais. – Eu estava dando tudo de mim para não ceder a aqueles olhares e a aquelas palavras.
- Tarde demais? – ficou ainda mais indignado. – Se é tarde demais, porque você veio até aqui? Hein? Pra fazer com que eu me sentisse ainda pior do que antes? – Ele se aproximou ainda mais de mim. O rosto dele ficou a 2 palmos do meu e eu senti a necessidade de me afastar, mas eu não consegui.
- Eu vim... – Eu olhei nos olhos dele, porque eu não conseguia ver nada além disso. Eu não pensava em nada que não fosse o meu coração reagindo a cada palavra e a aproximação dele. – Eu vim por que... eu queria te ver mais uma vez. – Quando notei que a minha voz saiu embargada, eu respirei e engoli o choro. – Só mais uma vez. A última vez antes de eu seguir em frente. – A indignação desapareceu do rosto dele quando ele ouviu a minha última frase.
- Última vez? – repetiu aquelas temidas palavras. Ele não conseguia pensar em nada pior do que aquilo. Ele não conseguia pensar em nada pior do que não me ver nunca mais. – Não! Não precisa ser assim. – Ele negou com a cabeça. Os olhos tristes e a voz doce dele fizeram as lágrimas acumularem ainda mais em meus olhos.
- Sim, precisa! – Meus olhos decaíram e a minha voz de choro novamente ficou em evidência. Eu fechei os olhos por poucos segundos para tentar me recompor. – Por favor, não dificulte mais as coisas pra mim. – Eu implorei, olhando pra ele.
- Eu respeito a sua decisão, mas... – hesitou por poucos segundos. Ele estava tomando coragem para o que estava prestes a fazer. – Eu preciso que você me responda mais uma coisa. – Os olhos dele começaram a percorrer o meu rosto e ele percebeu que apesar do tempo que ficamos afastados, ele ainda se lembrava de cada detalhe do meu rosto. O meu silêncio fez com que ele deduzisse que eu não responderia. Meu coração continuava disparado. Pelo menos até o fazer a única coisa que seria capaz de fazer o meu coração parar de vez: ele olhou para os meus lábios. – Do que vale uma última vez sem um último beijo? – Eu não tive nem tempo de reagir a frase dele. levou suas mãos até o meu rosto e colou os seus quentes e molhados lábios nos meus.

No primeiro momento, foi como ser anestesiada. Eu não consegui fazer nada. Eu só estava parada e não correspondia a nada. Meu mundo estava voltando a ganhar cor novamente. Os dedos dele afastaram o meu cabelo do meu rosto. O beijo começou com um longo selinho e eu não achei que passaria disso até o momento que ele puxou o meu lábio inferior como ele costumava fazer. Eu não consegui evitar que o beijo fosse aprofundado. Eu estava entregue novamente nos braços dele.

ficou um pouco mais apreensivo do que eu. Enquanto eu bancava a inconsciente, ele é quem teve que tomar todas as decisões racionais. A racionalidade nas atitudes de foi desaparecendo, quando eu comecei a corresponder aos seus beijos e gestos. Saber que eu estava correspondendo a um beijo seu exatamente como antes causava total instabilidade nele. Durante o beijo, insistia em não acreditar que era eu quem estava ali nos braços dele, mas aqueles lábios, o gosto que ele só encontrava na minha boca e o encaixe perfeito dos nossos lábios estavam lá para provar o contrário. Ele reconheceria aquele beijo em qualquer lugar do mundo, independentemente de quantas garotas ele já beijou. O meu beijo era diferente e as sensações que ele lhe causava também diziam tudo o que ele precisava saber.

A chuva que ainda caia sobre nós não nos atrapalhou nem um pouco. Era como se ela nem estivesse lá ou nós estávamos ocupados demais para darmos atenção a ela. As mãos dele guiavam a mudança de direção dos nossos lábios. Era a primeira vez em meses que o sofrimento não estava presente em nossos corações. Todo o alivio que procurávamos sentir veio através daquele intenso beijo. Foi como se nada tivesse mudado. Foi como se ainda estivéssemos no último ano do ensino médio.

Apesar da chuva não nos incomodar, decidiu ir para um lugar mais seco. Ele me empurrou para trás e antes mesmo que eu me perguntasse para onde ele estava me levando, minhas costas encostaram em uma parede e eu não senti mais as gotas de chuva. Nossos lábios acabaram se descolando durante o trajeto, mas quando eu fui colada contra a parede o corpo dele já colou no meu. As mãos dele não estavam mais no meu rosto. As pontas dos nossos narizes ainda se tocavam, quando abrimos os olhos. A mão dele estava apoiada na parede e ele me olhou nos olhos da forma mais intensa de todas. Eu queria dizer alguma coisa, mas eu simplesmente não conseguia. Ainda havia algumas gotas de água no meu rosto e também no rosto dele, mas não foram elas que me fizeram olhar para os lábios dele. A boca dele estava entreaberta e a respiração dele chegava até os meus lábios. O corpo dele colado ao meu me causava sensações que eu não conseguia explicar. estava maluco para me beijar novamente, mas ele não queria fazer isso novamente. Ele não queria fazer nada que parecesse que ele estava me forçando a alguma coisa. Ele queria saber se a vontade que existia em mim me faria tomar uma atitude também. A razão me pedia para afastá-lo e a emoção me pedia para trazê-lo para mais perto. Dane-se os dois!

Os olhos dele também estavam fixos em meus lábios e isso só facilitou a minha decisão. Toquei o rosto dele com uma das minhas mãos e sequei algumas gotas de chuva que ainda estavam em sua bochecha. Não conseguíamos dizer nada, mas os nossos olhares e gestos diziam tudo o que precisava ser dito. Minha mão puxou o rosto dele pra perto do meu e eu o beijei dessa vez. Apesar de aprofundado, o beijo não foi intensificado em nenhum momento. Minha mão deslizou até a nuca dele e meus dedos entrelaçaram em seus curtos fios de cabelo. O braço dele finalmente fez a volta em minha cintura e me levou para ainda mais perto dele. Eu já tinha me esquecido de como era ser beijada por ele daquele jeito tão único e tão cheio de emoções.

Meus dedos entrelaçando em seus fios de cabelo era o tipo de lembrança que sempre guardou. Nenhuma outra garota tinha o mesmo jeito de beijá-lo, de tocá-lo durante o beijo e como ele sentiu falta disso. Como ele sentiu falta da sensação de paz que ele sentia quando nos beijávamos. Nenhum detalhe passava em branco para ele. Cada gesto meu o deixava mais louco, porque ele se lembrava que ainda eram os mesmos gestos de antes. O ódio pareceu nunca ter existido e a mágoa parecia ridícula perto do que ele estava sentindo nesse momento.

O beijo foi longo, mas eu nem percebi o tempo passar. Foi como se estivéssemos matando a saudade de todos esses meses. Por mim, eu ficaria beijando ele por mais quanto tempo eu pudesse, mas ele preferiu terminá-lo o beijo. Meus olhos ainda estavam fechados, quando os lábios dele puxaram o meu lábio inferior. A nossa marca registrada. Minha mão que estava em sua nuca, deslizou até o rosto dele novamente. abriu os seus olhos e me viu de bem perto. Os corações continuavam disparados, mas já havíamos nos acostumado com isso. A ponta do nariz dele ainda tocava o meu, quando eu decidi abrir os meus olhos. Vê-lo de tão perto foi completamente insano. Aqueles olhos, aquelas sobrancelhas e as bochechas rosadas estavam ali, bem em frente dos meus olhos novamente. Ele estava ali. Eu ficaria olhando pra ele por horas, mas a voz dele me fez acordar de um transe.

- Sobe comigo. – sussurrou ao sorrir sem mostrar os dentes. O pedido dele me deu o chacoalhão que eu precisava (ou não). De repente, eu me dei conta do que estava fazendo e do que estava prestes a fazer. A realidade voltou de uma só vez.
- Não... – Eu suspirei, tirando a minha mão de seu rosto e o empurrando pra trás. – Não, não.. – Eu descolei o meu corpo da parede e dei alguns passos para longe dele. Levei minhas mãos a cabeça e comecei a me perguntar o que é que eu estava fazendo. O empurrão também pegou de surpresa.
- Porque não? – me olhou, sem compreender. Ele não sabia o que havia acontecido.
- Eu... preciso ir embora. – Eu me virei para olhá-lo, mas fiz questão de me manter longe.
- Não...por favor! Fique comigo. – negou com a cabeça.
- Eu não posso. Eu... – Eu respirei fundo. – Eu preciso ir embora. – Eu o olhei com pesar, pois eu não queria decepcioná-lo. Eu só precisava me sentir segura de novo e perto dele eu nunca tenho certeza do que eu estou fazendo. A minha insistência em ir embora o deixou um pouco irritado.
- E eu posso saber como você pretende fazer isso? – abriu os braços. O taxi que estava em frente do hotel havia saído há alguns minutos atrás.
- Eu vou... ligar pra um taxi. – Eu abri a minha bolsa e tirei de lá o meu celular. Era um milagre ele estar funcionando. foi extremamente rápido ao se aproximar e pegar o celular da minha mão.
- Está maluca? São duas da madrugada! Você não pode pegar um taxi agora. – me olhou como se eu fosse louca. É claro que ele também queria dificultar a minha ida.
- Então você pode me levar, não pode? Você tem um carro, não tem? – Eu procurei uma rápida solução.
- Levar você? – sorriu debochadamente. – Eu não vou te levar pra qualquer lugar que seja longe de mim. – Ele gostava de dificultar a minha vida.
- Então está bem. – Eu ergui os ombros. – Eu vou a pé mesmo! – Eu me virei de costas e saí andando. Eu estava quase voltando para a chuva, quando o meu braço foi bruscamente puxado pelo . Ele foi obrigado a ceder.
- Ok! Ok! – suspirou, irritado. – Vamos subir. – Ele apontou em direção ao hotel.
- Eu não vou subir. – Eu reafirmei, pois eu sabia o que aquele convite significava. Eu estava fora de mim e não queria ter que tomar uma decisão tão importante daquele jeito.
- Eu tenho que pegar a chave do carro! Você não quer que eu te leve? Eu levo! – explicou impacientemente.
- Eu.. espero aqui. – Eu estava com medo de subir. Não era medo de ele me agarrar, mas medo de não conseguir me controlar.
- Você está brincando, não é? – me olhou, incrédulo. – Vem logo! – Ele agarrou a minha mão e começou a me puxar em direção a entrada do hotel.

Eu estava surtando por dentro. O meu coração estava quase saindo pela boca e eu não conseguia me acalmar. Eu sabia que tinha que assumir o controle para que eu pudesse tomar todas as minhas decisões racionalmente, mas era tão difícil fazer isso perto dele. Eu ainda estava sob os efeitos daquele beijo e não sei quando esse efeito passaria. Era por isso que eu precisava ficar o mais longe dele possível.

Passamos novamente pela recepção e o simpático recepcionista sorriu ao nos ver de mãos dadas. Ele com certeza ficou mais tranquilo, pois viu que a história que eu contei a ele era realmente verdadeira. Esperamos o elevador, que demorou um pouco para chegar. também estava nervoso. O beijo havia tirado ele da sua zona de conforto, mas também o deixou apreensivo com o que aconteceria a seguir. Ele tinha medo de eu realmente ir embora e desaparecer para sempre da sua vida. Ele tinha medo de me perder novamente.

O elevador chegou e nós entramos nele. Ele soltou a minha mão, depois de perceber um certo constrangimento. Eu imediatamente encostei em um dos lados do elevador, pois achei que ele iria para o outro. Ele não foi! As portas do elevador se fecharam e ele ficou parado em minha frente. Estávamos a um passo de distância. Ele me encarou como se estivesse me cobrando alguma coisa.



TROQUE A MÚSICA:



- Do que você tem tanto medo? – perguntou, me olhando intensamente.
- Medo? – Eu neguei com a cabeça. – Eu não estou com medo! – Eu fiz careta, saindo da frente dele e indo para o outro lado do elevador.
- Não? Então porque você se afasta toda vez que eu me aproximo? – virou-se de frente para mim.
- Por que... sim. – Eu ergui os ombros. É claro que eu não diria a ele os meus verdadeiros motivos.
- Porque sim? – sorriu, achando graça da minha resposta.
- Olha só! O que você quer de mim? – Eu fiquei irritada com o deboche dele.
- A pergunta certa é: o que você quer? – deu mais alguns passos em minha direção. – Eu acho que já está bem claro o que eu quero. – As palavras dele só pioravam a minha situação. Eu só queria que ele calasse a boca e parasse de me colocar contra a parede. Naquele mesmo segundo, a porta do elevador se abriu e eu senti como se aquela fosse a minha salvação. Eu fugi novamente da pergunta e fui em direção a porta do elevador. esbravejou silenciosamente. Ele odiava quando eu fugia das suas perguntas. Eu sai do elevador, ciente de que ele estava atrás de mim. Eu comecei a mexer no meu cabelo para tentar arrumá-lo de alguma forma e também para disfarçar um pouco do meu nervosismo. Eu já estava bem próxima da porta do quarto dele, quando senti as mãos dele na minha cintura me empurrando novamente contra a parede. – Para de brincar comigo! – me encarou, sério. Ele novamente estava bem próximo de mim.

- ... – Eu ia desconversar, mas ele me interrompeu.
- Não, . Eu quero saber! O que você quer? – não deixava de olhar em meus olhos. Eu novamente não consegui responder. Ele estava perto demais.
- Não faz isso comigo... – Eu implorei, enquanto negava com a cabeça. Meus olhos passaram a encarar os lábios dele.
- Você quer que eu pare? Então me peça pra parar! – me desafiou. Os olhos dele também se abaixaram para encarar os meus lábios. – Vamos! Me diz que você quer que eu me afaste e eu juro que eu te levo embora e você nunca mais vai ter que me ver. – Ele não tinha limites. Eu estava em um monstruoso conflito que ninguém jamais poderia entender. A mão dele na minha cintura, os olhos dele nos meus lábios, a voz baixa sendo sussurrada perto da minha boca e tudo o que eu mais queria era beijá-lo. Era dizer que o que eu queria era ele! Mas a razão me dizia que tudo aquilo era sinônimo de sofrimento. – Diz... – Ele pediu pela última vez. estava certo de que eu não cederia e pedira para que ele se afastasse. Ele estava prestes a desistir daquilo. O olhar dele de decepção me quebrou e eu acabei fazendo o que eu queria. Eu queria ele! Segurei o rosto dele com uma das mãos e o beijei pela segunda vez naquela noite. O primeiro beijo foi de despedida e o segundo foi...uma resposta do que eu queria. Foi a resposta que ele tanto queria. Foi o beijo da minha vida.



No segundo em que eu decidi beijá-lo, eu desliguei a minha razão. Eu desliguei aquela voz chata que ficava me dizendo pra não fazer tudo o que eu mais queria fazer. Agora eu me sentia livre para seguir o meu coração e eu sabia muito bem a direção que o meu coração queria que eu seguisse. Deslizei a minha mão que estava no rosto dele e a levei até o peitoral dele. Eu o empurrei para trás até o momento que o corpo dele se chocou contra a porta de número 20. achou que a minha atitude de levá-lo até a porta queria dizer alguma coisa e ele estava certo. Ele colocou a sua mão no bolso da sua calça e tirou de lá o cartão da porta do seu quarto. não precisou nem olhar para colocar o cartão e a porta se abriu na primeira tentativa. Jogou o cartão no chão e passou o seu braço em torno da minha cintura, me puxando para dentro do quarto. Quando passamos pela porta, ele esticou um dos braços e empurrou a porta, fazendo com que ela batesse e se fechasse.

estava eufórico, mas ele preferia manter o clima ao invés de cantar vitória. Ele ficou feliz não só com a minha decisão, mas também com a minha atitude. Ele estava feliz por saber que eu o queria tanto quanto ele me queria. O sentimento mútuo é a melhor coisa do mundo. jamais imaginou que a sua noite terminaria daquele jeito.

O beijo continuava no meio do quarto e todas aquelas coisas que antes estavam na caixa continuavam no chão. Minha bolsa também já estava no chão. Estávamos mais secos, ou melhor, menos molhados do que antes. Não estávamos mais pingando ou com gotas de chuva por todo o nosso corpo. A chuva continuava lá fora e era a melhor trilha sonora que eu poderia querer. Eu demonstrei que encerraria o beijo, quando levei minhas duas mãos até o rosto dele. O beijo se transformou em um longo selinho.

- Eu deveria pegar a chave do carro? – A pergunta de tinha um duplo sentido. Ele queria saber se eu ia ficar ou não.
- Não. – Eu disse ao sorrir fraco. Eu estava ciente do que estava dizendo.
- Essa é a minha garota. – deu um enorme sorriso. A afirmação dele me fez ficar meio abobalhada. Ele aproximou uma das suas mãos até o meu rosto e o acariciou, enquanto analisava o meu rosto de perto. Ele aproximou lentamente o seu rosto do meu e voltou a me beijar. Tirei minhas mãos de seu rosto e as levei até os pulsos dele. O beijou continuou por um bom tempo e eu comecei a achar que ele estava com medo de avançar o sinal. Então eu resolvi avançar o sinal para que ele soubesse que podia fazer o mesmo. Deslizei as minhas mãos pelo peitoral dele e cheguei até a sua cintura. Toquei a borda debaixo de sua camiseta e comecei a puxá-la lentamente para cima. Naquele momento a ficha de caiu: estava acontecendo!

A melhor parte é que eu não estava nem um pouco nervosa com o que eu estava fazendo e com o que estava prestes a fazer. Minhas mãos continuaram levantando a camiseta dele e tivemos que interromper o beijo para que a camiseta passasse por sua cabeça. A camiseta dele ainda estava nas minhas mãos, quando ele voltou a me beijar. Eu joguei a camiseta no chão, enquanto os dedos dele se entrelaçavam em meu cabelo. O beijo era viciante e completamente envolvente. As mãos dele abandonaram o meu cabelo e desceram até os meus ombros e depois até os botões da minha camisa jeans. Para a felicidade dele, os botões já estavam abertos e ele não teve trabalho algum. começou a empurrar a camisa para trás e teve um pouco de dificuldade para tirá-la, já que ela estava completamente molhada. O beijo foi interrompido pelo meu sorriso, que foi causado pela dificuldade dele de tirar a minha camisa. Eu o ajudei a tirá-la e ela também foi para o chão. Nos olhamos e trocamos sorrisos bobos.

O fato de não estarmos mais nos beijando, me deu a chance de olhar pra ele. Eu não me sentia mais mal por estar olhando para ele sem que ele estivesse usando uma camisa. As minhas mãos livres também me davam o direito de tocar e foi isso que eu fiz. Toquei a sua cintura e fui subindo lentamente as minhas mãos. Meu olhar inocente ao fazer aquela ação o deixou fascinado. As minhas mãos subiram até chegar em seus ombros e eu voltei a olhar para o rosto dele. Ele parecia admirado e até mais bobo do que eu. Havia um sorriso no canto do rosto dele e eu acabei ficando um pouco sem graça. percebeu e aproximou-se para roubar um selinho. Suas mãos imediatamente desceram até as minhas coxas e as seguraram. Ele me levantou e colocou cada uma das minhas pernas de um lado do seu corpo. Eu levantei o seu rosto para beijá-lo mais uma vez. Nos beijamos durante todo o trajeto até a mesa. Ele me colocou sentada nela e as minhas pernas continuaram nas laterais de seu corpo. Minhas mãos deslizaram de seu rosto e desceram pelas costas dele. Quando cheguei no inicio de sua calça, notei que havia algo no seu bolso detrás. Ao notar que se tratava do meu celular, eu fiz questão de tirá-lo de lá. Eu também o joguei no chão para que ele não fosse um problema dessa vez.

As mãos dele ainda tocavam as minhas coxas e nós ainda nos beijávamos. As mãos dele começaram a subir lentamente e alcançaram a minha cintura. tocou a parte debaixo da minha camiseta branca, que continuava transparente. Mesmo estando transparente, ele preferia tirá-la. Suas mãos foram subindo e ele aproveitava para ir tocando em todos os lugares que iam ficando descobertos. finalizou o beijo para que os seus olhos acompanhassem a trajetória de suas mãos. Ele abaixou a sua cabeça e suas mãos continuaram subindo. Eu levantei os meus braços e a camiseta foi passada pela minha cabeça. a jogou para trás e voltou a olhar para o meu rosto. Ele estava sério e completamente irresistível com aquele cabelo molhado e bagunçado. Ele ficou em silêncio e continuou me olhando.

- O que foi? – Eu perguntei, depois dele passar um bom tempo me olhando daquele jeito. Uma das mãos dele foi até o meu rosto e o acariciou, colocando uma mecha do meu cabelo ainda molhado atrás da orelha.
- Eu estou feliz que esteja aqui. – continuou acariciando o meu rosto. Duvido que ele tenha notado o quão doce aquilo soou. Sua frase me arrancou um espontâneo sorriso.
- Eu também estou feliz de estar aqui. – Eu respondi da mesma forma que ele. Levei a minha mão até os botões da calça dele e aproveitei para empurrá-lo para trás para que eu voltasse a colocar os meus pés no chão. A minha atitude fez com que ele sorrisse. – Eu... estou feliz por finalmente estar aqui. – Eu melhorei a minha frase e ele pareceu ficar ainda mais encantado.

não conseguia acreditar no que estava finalmente acontecendo. Nada daquilo ainda era novidade para nós, mas ainda sim já era a melhor coisa que havia acontecido em sua vida. Era surreal ver a garota que ele viu crescer e por quem ele foi apaixonado por anos finalmente se entregando a ele. estava estonteado com cada gesto, com cada olhar, com cada sorriso e com cada beijo que trocávamos de forma tão natural, mas ao mesmo tempo tão intensa.

Minhas mãos abriram os botões e o zíper da calça dele, enquanto ele tirava o seu tênis. Minhas mãos começaram a descer a calça dele, mas não foi preciso levá-la até embaixo. Ela desceu sozinha no meio do caminho e terminou de tirá-la e depois fez o mesmo com as suas meias. A cor da cueca dele era da mesma cor da minha lingerie (preta). Parecia até que havíamos combinado. Vê-lo só de cueca era uma novidade pra mim, mas não me causou nenhum tipo de nervosismo. Eu estava tão certa do que eu queria, que eu não tinha motivos para ficar nervosa, mas motivos para ficar louca eu tinha. Afinal de contas, tinha um corpo maravilhoso e estava só de cueca na minha frente. Eu estava meio atordoada e não sabia como começar a explorar nada daquilo.

O nervosismo também não existia da parte de e não era porque aquela não era a sua primeira vez, mas sim porque aquela era a primeira vez com a garota certa. Eu me aproximei um pouco mais dele e ele esticou o seu braço para tocar a minha mão. Ele segurou a minha mão e me puxou para mais perto dele. Meu rosto ficou a menos de um palmo do dele e ele novamente usou a sua mão para colocar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Você tem certeza? – queria ter certeza de que eu realmente queria continuar com aquilo. Ele tinha medo de estar me pressionando de qualquer forma.
- Eu tenho. – Eu afirmei com a cabeça sem pensar duas vezes. Os meus olhos responderam a pergunta com a mesma honestidade. – E você? – Eu mordi o meu lábio inferior, pois eu estava um pouco sem graça por fazer aquela pergunta. A minha pergunta fez o sorriso de aumentar, nossos dedos continuavam entrelaçados e ele começou a me puxar em direção a cama.
- Eu não sei. – fingiu uma cara de pensativo. Ele continuou me levando em direção a cama e quando chegamos, paramos em frente dela. – Eu acho que vou ter que pensar nisso. – Ele me olhou daquele jeito malandro que eu não via há meses. Mesmo sabendo que ele estava brincando, eu cerrei os meus olhos para demonstrar indignação. A minha expressão fez ele sorrir de novo. – Eu tenho certeza. – me puxou para mais perto. Levou uma de suas mãos até uma das minhas bochechas e o seu dedão acabou se aproximando de um dos cantos da minha boca, fazendo com que ele olhasse pra ela. O sorriso no rosto dele foi desaparecendo pouco a pouco. – Eu acho que tenho essa certeza desde que te vi pela primeira vez. – Ele afirmou da forma mais doce que se possa imaginar. Isso simplesmente me desmoralizou.

A nossa troca de olhares durou alguns segundos e eles valeram mais do que milhões de palavras. Eles nos disseram tudo o que nós já sabíamos: essa era a coisa mais certa do mundo. Os nossos sentimentos, nossas brigas e as nossas lembranças estavam naquela troca de olhares. A euforia em meu coração foi se acalmando lentamente e eu só queria sentir aquela sensação de felicidade, paz e desejo pra sempre. Foi diferente de qualquer coisa que nós já sentimos. O rosto dele se aproximou lentamente do meu e os meus olhos se fecharam antes mesmo que os lábios dele tocassem os meus. Ele selou os meus lábios e eu imediatamente correspondi. Puxei o lábio inferior dele e ele sentiu o seu coração palpitar.

Eu estava de costas para a cama e estava em minha frente. Quando eu terminei de puxar o lábio inferior dele, as mãos dele imediatamente desceram pelas laterais do meu corpo e alcançaram a minha cintura. Seus braços envolveram a minha cintura e eu passei os meus em torno de seu pescoço. empurrou o meu corpo e me segurou, trazendo o seu corpo por cima do meu. Eu senti quando as minhas costas tocaram nos lençóis da cama. A movimentação fez com que nossos lábios se descolassem, mas a boca dele continuava praticamente colada na minha. Minha mão levou o rosto dele de encontro ao meu novamente e quando voltamos a nos beijar ele deixou o seu corpo cair sobre o meu.

Não cansávamos de nos beijar. Era simplesmente a melhor coisa do mundo. resolveu abandonar os meus lábios, mas isso não significava que ele pararia de beijar. Os lábios deles escorregaram até o meu queixo e desceram pela lateral do meu pescoço. Aqueles beijos dele sempre me deixaram maluca e dessa vez não foi diferente. Meus olhos continuaram fechados, minha boca entre aberta e os dedos enterrados em sua nuca. queria explorar cada centímetro do meu corpo e ele faria isso independente do tempo que levasse.



Os beijos foram para o outro lado do meu pescoço e uma das mãos dele desceu até a minha coxa e começou a subir lentamente o meu short. Eu estava em ecstasy. Os beijos começaram a descer e também passaram lentamente pelos meus seios e pelo meu sutiã. Os beijos seguiram pela minha barriga e pararam em minha cintura. A pausa dos beijos me deu tempo para recuperar o fôlego e a consciência. Eu abaixei a minha cabeça para olhá-lo e vi ele tocar no elástico do meu shorts. Com toda a delicadeza do mundo, começou a tirar o tirar o meu shorts e eu levantei rapidamente o meu quadril para ajudá-lo nisso. As mãos dele foram descendo pelas minhas coxas e depois pelas minhas pernas, enquanto ele levava o shorts com elas. chegou ao final da cama e saiu da cama por poucos segundos para tirar de vez a minha peça de roupa. Eu aproveitei para puxar o meu corpo mais para trás, já que estávamos muito na beirada da cama.

não conseguia acreditar no que os seus olhos estavam vendo. Ele estava no céu. Ele estava completamente apaixonado por aquele corpo e por aqueles beijos. Nada estava sendo feito com pressa e não era só por ele ter percebido que aquela era minha primeira vez, mas também porque ele queria curtir cada segundo daquilo. aproveitou que estava próximo dos meus pés e começou a tirar as minhas sandálias. Ele era realmente péssimo com essas coisas. Ele também teve dificuldade de tirar a minha sandália. me olhou e fez uma careta, enquanto mordia o seu lábio inferior. Eu sorri, enquanto negava com a cabeça. Depois de um pouco de sacrifício, ele conseguiu se desfazer das minhas sandálias.

Eu não deixava de observar um só movimento dele. Eu havia apoiado os meus cotovelos no colchão e não perdia nenhum detalhe daquilo. Mesmo estando seminua, eu ainda não estava nervosa. Eu sempre ouvi as garotas dizendo que a primeira vez é constrangedora e te deixa completamente nervosa, mas parecia que eu era uma exceção. Seja por causa da minha confiança ou por causa do que era sem sombras de dúvidas o meu cara certo.

voltou com os beijos e também voltou a subir pelo meu corpo. As mãos dele exploravam cada parte do meu corpo e os beijos vinham logo atrás. Os beijos passaram novamente pela minha barriga e pelos meus seios, chegando em meu pescoço. Eu estiquei o meu pescoço e os meus olhos voltaram a se fechar involuntariamente. Os lábios subiram até o meu queixo e eu voltei a colocar o meu rosto de frente pro dele. Eu procurei imediatamente os lábios dele e voltei a beijá-lo. Meus cotovelos não estavam mais apoiados no colchão. Uma das minhas mãos foi até a nuca dele para impedir que o beijo fosse interrompido e a minha outra mão desceu pelas suas costas até chegar no elástico de sua cueca.

Apesar de estar completamente empolgada com tudo o que ele estava fazendo, eu queria que fosse uma coisa mútua. Eu também queria dar a ele qualquer tipo de prazer e eu estava ciente de que deveria fazer a minha parte. Usei toda a minha força para jogar o meu corpo sobre o dele e não foi tão difícil, já que ele cedeu completamente. Coloquei cada uma das minhas pernas em um lado do corpo dele e apoiei os meus joelhos no colchão. Mesmo não querendo, eu fui obrigada a interromper o nosso beijo. Me certifiquei de jogar o meu cabelo para trás para que ele não ficasse caindo no rosto de . Minhas mãos desceram pelo seu peitoral, enquanto eu levava os meus lábios até a lateral do pescoço dele.

Os beijos eram distribuídos em cada centímetro do pescoço dele e a reação dele foi exatamente igual a minha. Os lábios estavam sempre entreabertos para que a respiração que acabava ficando mais intensa pudesse acontecer. Os meus lábios desceram até o peitoral dele e as minhas mãos vinham acompanhando todo o trajeto. Cheguei no tanquinho e depois no elástico de sua cueca. acompanhava cada movimento meu e só conseguia pensar que eu era boa demais para ser verdade. Ele não achou que eu não teria coragem de tirar a sua cueca logo na primeira vez, mas ele estava enganado. Eu estava calma e consciente demais para bancar a garotinha que morre de medo de ter a sua primeira vez. Eu comecei a puxar o elástico da cueca dele e ficou perplexo e impressionado.

não conseguia acreditar naquela cena. Era a minha primeira vez e ele estava tão neurótico em ir devagar para não me assustar e agora ele já estava completamente nu e eu ainda não. Isso parecia tão errado pra ele. Depois de tirar a sua cueca, voltei a subir em direção ao seu rosto. Confesso que fiquei um pouco envergonhada de inicio, afinal era a minha primeira experiência sexual e eu não estava acostumada com todas aquelas sensações, toques e tudo mais. Porém, agora eu acho que o pior já passou. Se eu sobrevivi até agora, eu vou até o final.

Meu corpo ainda estava por cima dele e eu estava me aproximando de seu rosto novamente. tocou as minhas coxas e as puxaram um pouco para cima, para que o meu rosto chegasse mais rapidamente até o dele. Ele selou os meus lábios imediatamente e quando nossos lábios descolaram, os olhos dele se abriram e os meus fizeram o mesmo em seguida. Trocamos olhares próximos e ele parecia ter algo a dizer. demorou para encontrar as palavras certas.

- Onde você esteve todo esse tempo? – sussurrou ao negar com a cabeça. Eu sorri involuntariamente antes de selar os lábios dele mais uma vez. Uma das mãos dele abandonou a minha coxa e foi até a minha cabeça, entrelaçando seus dedos em meu cabelo, fazendo com que aprofundássemos o beijo.

A chuva lá fora ainda era a nossa trilha sonora e se não estivéssemos úmidos seria como num conto de fadas. A mão dele deslizou pelo cabelo e chegaram até o centro das minhas costas, onde ele encontrou o fecho do meu sutiã. Era exatamente isso que procurava. Com uma impressionante habilidade, ele conseguiu soltar o meu sutiã com apenas uma mão. Nem mesmo eu conseguia fazer isso. O nosso beijou continuou, quando jogou o seu corpo sobre o meu novamente e as mãos dele foram direto para as alças do meu sutiã. Ele parecia ansioso com aquilo. Os lábios dele novamente deslizaram pelo meu pescoço, enquanto ele ia puxando lentamente as alças do meu sutiã. A minha excitação triplicou e a minha respiração também. finalmente conseguiu se livrar do meu sutiã e essa deve ter sido a maior conquista de toda a sua vida. As mãos dele passaram ligeiramente pelos meus seios, enquanto elas desciam em busca da minha calcinha. Eu achei que fosse explodir.

definitivamente não podia morrer sem fazer isso. Ele estava sendo extremamente razoável, pois se tratava da minha primeira vez. Ele não queria que quando eu me lembrasse dessa noite, eu só conseguisse me lembrar do prazer. também queria que eu me lembrasse da delicadeza e inocência dos nossos gestos, do amor e carinho em cada beijo e em cada olhar. Ele queria que eu tivesse a primeira vez que toda a garota sonha.

A última peça de roupa que ainda vestíamos agora também estava no chão. Os beijos enlouquecedores faziam com que eu tivesse que morder o meu lábio inferior com frequência para que eu não acabasse soltando qualquer ruído. Além a trilha sonora, a chuva também foi responsável pelo frio que não se tinha há muitos meses em Nova York. O lençol da cama foi jogado por cima dos nossos corpos e os beijos voltaram com tudo. As mãos bobas não foram tão abusivas, pois não queria me assustar. Depois de longos beijos, acalmou um pouco o clima ao se esticar na cama para abrir a sua gaveta em busca de proteção.

O cuidado excessivo de me deixaram ainda mais calma ao oficializar a minha primeira vez. A dor era esperada, mas ela não me aterrorizou tanto. Dizem que a calma e a confiança na pessoa que está dividindo aquele momento com você é crucial para os efeitos da perda da virgindade de uma garota. Foi exatamente o que aconteceu comigo. não poderia ter sido mais atencioso e carinhoso. Ele era definitivamente o cara perfeito. Mesmo estando completamente preocupado comigo, não deixou de curtir o momento também. Era impossível não curtir aquele momento com o qual ele sonhou e idealizou tanto.

Nossos corpos não estavam mais úmidos, mas o meu cabelo ainda estava. não se importou que eu molhasse um de seus travesseiros. Ainda debaixo dos lençóis, nós nos deitamos lado a lado. O pior e o melhor já havia passado. Estávamos virados de frente um para o outro e não dizíamos nada. Nem era preciso. Havia uma expressão de satisfação no rosto dele, mas também havia uma doçura fora do comum. Ele olhava os detalhes do meu rosto e eu fazia o mesmo. Eu não cansava de olhá-lo.

- Tudo bem? – perguntou baixinho. A preocupação dele me fez sorrir igual uma boba.
- Tudo ótimo... – Eu disse e ele riu daquele jeito encantador. – Eu só acho que preciso tomar um banho. – Eu fiz careta.
- É claro! Pode tomar. – afirmou com a cabeça com total compreensão.
- Então... – Eu me levantei um pouco do colchão para aproximar o meu rosto do dele. Eu toquei o rosto dele ao selar longamente os seus lábios. – Eu já volto. – Eu pisquei um dos olhos pra ele e ele deu um enorme sorriso. Eu peguei um dos lençóis e o enrolei no meu corpo. Eu me levantei da cama e comecei caçar o meu sutiã e a minha calcinha pelo quarto. Os olhos de me acompanharam e acharam até um pouco de graça na cena. – Achei! – Eu mordi o lábio inferior ao olhar pra ele. Eu achei a cena um pouco ridícula e fiquei até sem graça. Fui até o banheiro e fechei a porta.

Eu demoraria algum tempo para parar de sorrir atoa. Eu encarei o espelho e nem mesmo o meu cabelo horrível fez o sorriso desaparecer do meu rosto. Nem parecia o mesmo reflexo que eu havia visto no espelho naquela manhã. Pode parecer exagero, mas eu me sentia completamente diferente. Eu me sentia mais livre como se mais nada fosse um obstáculo pra mim e até mesmo pra nós. Não tem como ficarmos mais íntimos do que isso e isso faz com que eu me sinta bem. havia feito com que eu me sentisse mais confiante e um pouco mais madura. Eu me sentia bem por ter partilhado mais esse momento com ele. Foi tudo tão perfeito e único que eu queria guardar cada detalhe só pra mim.

estava pior do que eu. Todo mundo sabe que sexo é motivo de glória para os homens, mas dessa vez havia sido diferente. A primeira vez dele jamais chegaria aos pés daquela noite e não era só por causa da Amber, mas pelo jeito que foi. Foi tudo tão cheio de sentimento que nem parecia aquela coisa vulgar que os garotos adoram se gabar para os seus amigos. Agora, se sentia completo. Não havia mais tristeza ou mágoa. O peito dele estava prestes a explodir de tanta felicidade por ter de um jeito completamente novo e único a garota que ele sempre amou. Ele se sentia especial e extremamente honrado por ter sido o primeiro homem que eu realmente amei em todos os sentidos.

Aquele banho foi revigorante. Apesar da chuva que eu tomei, não era a mesma coisa que tomar um banho quente, ainda mais com aquele frio. Também foi bom para dar uma melhorada no meu visual. O meu cabelo estava horrível! Lavei o cabelo com aqueles shampoos que os hotéis disponibilizam para os seus hóspedes. Eu não achei que fosse usá-los. Fui obrigada a usar a toalha do , já que era a única que havia naquele banheiro. Voltei a colocar a mesma lingerie de antes, que já estava seca.

O meu rosto estava completamente limpo e eu não tinha creme, perfume ou sequer uma escova de dentes. Eu não queria voltar para lá daquele jeito. Peguei o perfume dele que estava sobre a pia e passei só um pouco. Tive que escovar os meus dentes com o dedo, usando a pasta de dente que também estava sobre a pia. Penteei o meu cabelo com o pente que o certamente usava para arrumar o seu cabelo. Por mim, eu jogava aquele pente no lixo! Todos estão cansados de saber que eu prefiro o cabelo dele bagunçado.

estava me esperando sair do banheiro. Ele já havia colocado a sua cueca novamente e voltou a se cobrir com o lençol por causa do frio. Os olhos dele estavam fixos na porta desde que ele ouviu o chuveiro ser desligado. Antes de sair do banheiro, dobrei o lençol que eu havia levado para lá e o coloquei discretamente em frente do meu corpo. O sono de estava vencendo a sua ansiedade para a minha volta e os olhos dele começaram a se fechar.

Eu finalmente sai do banheiro e da porta eu consegui ver os olhos de fechados. Um sorriso espontâneo surgiu em meu rosto. Tentei fazer o mínimo de barulho possível. Eu coloquei o lençol sobre uma das cadeiras e me aproximei da cama. Levantei o lençol e me deitei ao lado dele, colocando o lençol sobre o meu corpo também. Eu me virei de lado para poder ficar de frente pra ele e não conseguia acreditar que ele realmente estava ali. Era o mesmo garoto do ensino médio. Com a barba rala e um pouco mais de músculos, mas era! Eu não resisti e tive que mexer com ele. Levantei a minha cabeça do travesseiro e aproximei o meu rosto do dele. Toquei o rosto dele com uma das minhas mãos e acariciei uma de suas bochechas rosadas. Levei os meus lábios ao encontro dos deles e os selei calmamente. A resposta dele veio com um sorriso imediato. Por baixo do lençol, esticou o seu braço e o enroscou em minha cintura, puxando o meu corpo pra perto do dele.



- Desculpa te acordar. – Eu sussurrei antes de selar os lábios dele mais uma vez.
- Eu estava te esperando. – finalmente abriu os olhos. – Só pra variar.. – Ele disse, me arrancando um sorriso.
- Eu estou aqui agora. – Eu olhei os seus olhos bem de pertinho, enquanto sentia as borboletas fazerem festa no meu estômago. – Eu posso ficar aqui? – Eu já sabia qual seria a resposta, mas perguntei só pra não bancar a inconveniente.
- Fique pra sempre. – me surpreendeu novamente. Ele não pode ficar fazendo essas coisas. Os olhos sonolentos dele mantinham-se fixos nos meus e a mão dele foi até o meu rosto para afastar os fios de cabelo dos meus olhos. Ele aproveitou para acariciar uma das minhas bochechas. O carinho dele começou a me deixar sonolenta também.

e eu dormimos sem nem mesmo percebemos e deve ter sido quase na mesma hora, porque nós não nos lembrávamos de ver o outro dormir, mas eu sei que estávamos bem próximos. A última coisa que eu me lembro de ter visto era os olhos dele.



TROQUE A MÚSICA:



Na manhã seguinte, eu fui a primeira a acordar. Eu não sabia que horas eram, mas eu sabia que a chuva tinha desaparecido, pois foi a claridade do sol que me acordou. Eu acordei meio perdida. Demorei alguns segundos para me lembrar onde estava. Eu estava deitada de lado e estava atrás de mim. O seu braço estava em torno da minha cintura e o rosto estava bem próximo do meu pescoço. Eu inclusive conseguia sentir a calma respiração dele. Olhando pra nós agora, eu até consigo nos ver como um casal de novo. Eu não me lembrava de como havíamos chegado naquela posição. deve ter acordado para ir ao banheiro durante a noite ou qualquer coisa assim. Ele realmente acordou, pois precisava ir ao banheiro. Ele aproveitou para tomar um rápido banho e até mesmo escovar os seus dentes.

Mesmo eu adorando estar ali nos braços dele daquele jeito tão confortável, eu teria que levantar. Eu estava com vontade de ir ao banheiro. Com todo o cuidado do mundo, eu tirei o braço dele de cima de mim e me movi lentamente para sair da cama. Eu não queria acordá-lo. Ao sair da cama, olhei para trás e confirmei que apesar de se revirar na cama, ele continuava dormindo. Fui em direção ao banheiro e no caminho passei pela mala do . Resolvi procurar uma camisa que eu pudesse vestir para que eu não tivesse que ficar andando de calcinha e sutiã por ai. Peguei qualquer camisa e segui em direção ao banheiro.

O barulho da porta do banheiro se fechando, acabou acordando o . Ele se remexeu na cama e se espreguiçou umas 2 vezes antes de abrir os olhos. A claridade fez com que ele levasse uma das mãos aos olhos. Depois de algum tempo, ele voltou a abrir os olhos. Olhou para o lado e estranhou quando não me viu. apoiou os cotovelos no colchão e olhou em volta para procurar qualquer vestígio que provasse que eu ainda estava ali. O barulho da torneira do banheiro foi a prova que ele precisava. Agora que ele sabia que eu ainda estava ali, ele ficou mais tranquilo. Espreguiçou-se uma última vez, antes de tomar coragem para levantar-se da cama. Levou a sua mão até a cabeça e bagunçou o cabelo, que não estava mais molhado. Sabendo que eu sairia do banheiro a qualquer momento, resolveu se esconder para me dar um susto. Como nos velhos tempos.

Depois de usar o banheiro, eu novamente usei o meu dedo para escovar os dentes. Isso era ridículo, mas eu caprichava tanto por estar escovando com os dentes que acho que nem com a escova eles ficariam tão limpos. Lavei o meu rosto e dei uma básica ajeitada no cabelo. Peguei a camisa dele e a coloquei em meu corpo. Me olhei no espelho e ri de mim mesma. A camisa havia ficado grande, mas não tinha problema. Era provisória mesmo. Fechei alguns botões da camisa e deixei só os 3 de cima abertos. Abri a porta do banheiro, certa de que voltaria dormir com o , mas parece que eu me enganei. não estava na cama. Dei alguns passos para fora do banheiro e andei até o centro do quarto. Foi então que o teve a sua chance. Ele deu passos silenciosos e quando chegou atrás de mim, passou repentinamente os seus braços em torno da minha cintura. Eu levei um susto enorme e cheguei a dar um pulo.

- Calma, sou eu. – sussurrou em meu ouvido, enquanto ria. Eu fechei os meus olhos por poucos segundos e balancei negativamente a cabeça. Eu me virei para ficar de frente pra ele. Eu ia xingá-lo, mas ao ver aquela cara de sono eu não consegui. Os braços descobertos continuavam envolvendo o meu corpo.
- Bem, parece que você ainda lembra como me assustar. – Eu rolei os olhos em meio a um sorriso.
- Eu acordei e não te encontrei. – explicou, olhando atentamente para o meu rosto.
- Ficou desesperado achando que eu tinha ido embora. – Eu disse em tom de deboche, enquanto passava meus braços em torno do pescoço dele.
- Fiquei nada! Eu sabia que você jamais iria embora. – cerrou os olhos, enquanto negava com a cabeça.
- E como você pode ter tanta certeza? – Eu entrei no joguinho dele.
- Porque você ainda é maluca por mim. – disse, se achando. Que convencido!
- Sério? É por isso que está tão feliz? – Eu dei um sorriso malandro.
- Vamos, assuma! – usou o seu sorriso encantador para tentar me manipular.
- Você nunca saberá. – Eu desconversei, piscando um dos olhos pra ele. Ele riu, aproximando o seu rosto do meu e beijando carinhosamente uma das minhas bochechas.
- Eu já sei. – aproveitou para sussurrar na minha orelha. Eu o olhei com indignação, e ele começou a me empurrar para trás.
- E você? – Eu arqueei uma das sobrancelhas.
- O que tem eu? – se fez de bobo, enquanto continuava me empurrando em direção a cama.
- Ainda é maluco por mim? – Eu entrei na brincadeira.
- Você nunca saberá. – segurou o riso ao usar a mesma frase que eu.
- Ok, eu esperava por isso. – Eu achei justo. Quando chegamos na cama, ele me empurrou e depois trouxe o seu corpo por cima do meu.
- Mas eu posso dar uma dica... – posicionou o seu rosto na frente do meu. Estávamos a menos de um palmo de distância.
- Uma dica? Então diz. – Eu esperei que tivesse alguma gracinha a caminho.
- Sabe essa felicidade que você acaba de dizer ter visto em mim? – As pontas dos nossos narizes se tocaram. Olhávamos nos olhos um do outro de bem perto.
- O que tem? – Eu olhei atentamente pra ele. demorou algum tempo para continuar. Os olhos dele abandonaram os meus e desceram rapidamente até os meus lábios.
- A última vez que eu a senti, eu estava com você. – disse, parecendo estar meio sem graça. A revelação dele realmente me surpreendeu. Eu achei que ele viria com alguma gracinha ou bobagem. A perplexidade ficou estampada no meu rosto. Eu demorei para conseguir responder alguma coisa.
- Você também lembra como me deixar sem palavras... – Eu disse, fazendo com que ele voltasse a me olhar nos olhos. levou uma das suas mãos até o meu rosto e afastou delicadamente alguns fios de cabelo que estavam próximos dos meus olhos.
- Sim, eu lembro. – afirmou com a cabeça. Eu estava completamente encantada. Meus olhos e o meu sorriso bobo me entregavam. – Eu até lembro que depois de cada vez que eu te deixava sem palavras, você me olhava com esse mesmo olhar e com esse mesmo sorriso que você está dando agora. – Os olhos dele voltaram a olhar para os meus lábios. – Esse olhar e esse sorriso me faziam ter certeza do quão maluca você era por mim. – Ele completou e eu não conseguia acreditar em como ele podia me conhecer tão bem. São anos de experiência, que não poderiam ser apagados por causa de alguns meses. Ele esperou pela minha resposta, mas ela não viria. Eu não consegui segurar a minha felicidade e ela ficou a mostra em forma de sorriso.



Nos beijamos pela primeira vez naquele dia. Foi tão mágico quanto os beijos da noite anterior, mas dessa vez foi mais... leve. Como eu disse, estávamos mais íntimos do que nunca agora. Isso nos deixava mais a vontade em qualquer coisa que fizéssemos. Minha mão deslizou de sua nuca e foi descendo lentamente por suas costas. Minhas unhas iam arranhando levemente a sua pele e ele imediatamente se arrepiou. interrompeu o beijo e olhou para baixo.

- Porque essa camisa me parece familiar? – perguntou ao voltar me olhar.
- Eu peguei emprestado. Tudo bem pra você? – Eu mordi o meu lábio inferior ao fazer careta.
- Tudo bem, mas só tem uma condição. – me olhou sério.
- Condição? – Eu o olhei com incompreensão, mas mantive o riso no canto do rosto.
- Como eu sou o dono, eu posso tirá-la na hora que eu quiser. – me olhou com aquele seu jeito malandro.
- É mesmo? – Eu neguei com a cabeça, enquanto me segurava para não rir. Eu selei os lábios dele entre risos.
- Eu estou falando sério! – afirmou, antes de voltar a me beijar. O beijo me deu a possibilidade de empurrar o corpo dele e jogar o meu por cima do dele. A nova posição deu a ele a possibilidade de tocar as minhas coxas e foi isso que ele fez. As mãos subiram as minhas coxas e passaram reto pela minha cintura. Quando a camisa começou a atrapalhar o trajeto de suas mãos, ele interrompeu o nosso beijo. – Tipo agora. Eu quero tirá-la agora. – As mãos dele procuraram imediatamente os botões da camisa, enquanto eu aproveitava para depositar alguns beijos em seu pescoço. Minhas mãos exploraram o seu peitoral.

tinha sérios problemas com botões e dessa vez não foi diferente. Ele demorou até conseguir desabotoar o último botão da camisa. Com os botões abertos, ele passou um dos braços em torno da minha cintura descoberta e voltou a me colocar no colchão, colocando o seu corpo em cima do meu. abandonou os meus lábios e desceu até o meu pescoço, mas a sua mão foi mais rápida e deslizou pelo meu sutiã, chegando e parando em minha cintura, onde ele apertou. O gesto dele fez com que minha respiração acelerasse. Os beijos dele começavam a descer do meu pescoço, quando um barulho nos interrompeu. Era a campainha.

- Ah, qual é! – resmungou ao olhar para o meu rosto. Adeus clima!
- Quem é? – Eu estranhei. Será que ele estava esperando alguém? saiu de cima de mim e foi até o criado mudo para pegar o seu celular.
- É o café da manhã. – rolou os olhos. Era o horário que o café da manhã costumava vir no quarto todas as manhãs. – Eu vou vestir uma roupa. – Ele se levantou furioso da cama.
- Eu posso atender se você quiser. – Eu ia me levantar da cama, mas ele me lançou um olhar ameaçador.
- Vestida desse jeito? – arqueou a sobrancelha e eu nem me movi. – Fecha a sua camisa e fica embaixo do lençol. – Ele deu as ordens. Sistemático como sempre! Eu fechei rapidamente os botões da camisa e me cobri da cintura pra baixo com o lençol. Depois de colocar uma camiseta e um shorts, foi atender a porta.
- Bom dia. – O garoto em sua frente sorriu. Ele segurava um carrinho cheio de comida.
- Fala, garoto. – sorriu para o garoto, que deveria ter uns 15 anos. Ele sempre ia levar o café da manhã para o . – Só um minuto. Eu vou pegar a gorjeta. – se afastou da porta e foi até o outro lado do quarto para buscar a sua carteira. O garoto entrou no quarto com o carrinho assim como costumava fazer todas as manhãs. Quando o garoto adentrou no quarto e me viu na cama, ele arregalou os olhos.
- Olá. – Eu acenei com uma das mãos, estranhando a reação dele. O garoto nem piscava.
- Aqui, achei. – voltou com algumas notas na mão e ao olhar para o garoto, se deparou com os seus olhos esbugalhados. Ele percebeu que ele estava olhando pra mim. – Ei... – Ele chamou a atenção do menino, que continuava me olhando do mesmo jeito. Em determinado momento, eu tive que me segurar para não rir. – EI! – estalou os seus dedos em frente ao rosto do menino, que pareceu ter acordado de um transe.
- Oh, desculpe. – O menino se recompôs com nervosismo. negou com a cabeça ao entregar a gorjeta ao garoto, que tirou uma bandeja do carrinho e colocou sobre a cama.
- Pegue. – acompanhou o menino, que andou apressadamente até a porta.
- Obrigado, senhor. – O garoto continuava nervoso
- Você... – diminuiu o tom da voz. – É virgem, né? – Ele olhou seriamente para o garoto, que apesar de ficar extremamente constrangido afirmou com a cabeça. – Olha só, vá até a banca de revistas que tem aqui na rua e compre uma daquelas revistas. Você sabe do que eu estou falando, né? – estendeu mais algumas notas de dinheiro para o garoto e piscou um dos olhos.
- Sei sim. – O garoto afirmou novamente com a cabeça e nem conseguiu esconder a sua felicidade com o presente.
- Espere! – chamou o garoto, que já ia se afastando. – Compre duas. – Ele estendeu mais algumas notas.
- Obrigado mesmo, senhor. – O garoto deu um enorme sorriso. viu o garoto se afastar apressadamente, enquanto guardava todo o dinheiro dentro do bolso do seu terno. riu da cena e voltou para dentro do quarto.
- Virgens... – negou com a cabeça ao me olhar e se aproximar da cama. Ele sentou-se na cama.
- É impressão minha ou você deu dinheiro pra ele comprar pornô? – Eu olhei pra ele, incrédula.
- O que foi? Ele quase morreu quando te viu desse jeito na minha cama. Acho que ele vai ter sonhos eróticos com você o resto da semana. – se segurou para não rir.
- Você anda ficando muito perto do meu irmão. – Eu ri e neguei com a cabeça. Ele fez careta pra mim.
- E então? Você está com fome? – perguntou, olhando para a bandeja em nossa frente.
- Estou! – Eu afirmei, olhando para todos os alimentos que estavam sobre bandeja.
- Eu também estou. – disse, pegando uma rosquinha.
- Isso é chantilly? Eu adoro chantilly. – Eu não hesitei ao pegar um dos morangos e passá-lo no chantilly.
- Eu não gosto de chantilly. – fez careta.
- Você já experimentou? Fica gostoso com morango. – Eu estendi um morango coberto com chantilly na direção dele.
- Não. – olhou para o morango em minhas mãos.
- Então experimenta. – Eu novamente ofereci e ele parecia em dúvida sobre experimentar ou não. parecia que estava cedendo, mas quando ele estava prestes a provar a fruta, eu passei todo o chantilly que estava no morango em uma de suas bochechas.
- Ahhhhhhhh, . – me olhou, irritado. – Eu deveria prever isso. – Ele pareceu mesmo ter ficado bravo e eu quis imediatamente consertar.
- Desculpe! – Eu me levantei, ficando de joelhos da cama e me aproximei dele. Eu segurei o seu rosto com minhas duas mãos e comecei a retirar todo o chantilly do rosto dele com a minha boca. – Eu não resisti. – Eu completei entre risos. Eu continuei limpando o chantilly e começou a gostar da brincadeira.
- Quer saber? Acho que o chantilly não é tão ruim assim. – disse, malandro. Eu aproveitei a brincadeira para limpar um local bem próximo da boca dele e acabou resultando em beijo. O beijo novamente foi interrompido, mas dessa vez foi pelo toque do meu celular. – Estava demorando.. – suspirou, quando eu interrompi o beijo.
- É o meu celular. – Eu reconheci o toque. – Espera? Que horas são? – Eu perguntei sem qualquer noção de tempo.
- São quase 9:30. – respondeu, sem achar que fosse importante.
- 9:30? AI QUE DROGA.. – Eu esqueci da faculdade. – Eu tenho que ir pra aula. – Eu me afastei dele e saltei da cama.
- Ah, não! Você não vai reprovar se faltar um dia! – odiava o meu lado nerd.
- Eu tenho uma aula importante hoje. Se eu sair daqui agora ainda consigo chegar a tempo. – Eu nem sequer olhei pra ele e comecei a procurar a minha roupa no meio daquela bagunça.
- O tempo passa e você continua nerd. Impressionante. – fez cara feia ao negar com a cabeça.
- Desculpe, mas eu tenho mesmo que ir. – Eu fiz careta pra ele, enquanto colocava o meu shorts que obviamente já estava seco.
- Está bem. Então eu te levo. – rolou os olhos. Ele sabia que não conseguiria me convencer a ficar.
- Está bem. – Eu afirmei, colocando apressadamente a minha camiseta, que apesar de um pouco amassada, estava usável.

Eu consegui ficar pronta em menos de 5 minutos, o que foi um milagre. Eu não tinha nada ali. Nem mesmo os meus cadernos, mas eu daria um jeito. trocou o seu shorts por uma calça e ficou pronto rapidamente. O café ficou sobre a cama, já que o hotel mandaria alguém para arrumar o quarto mesmo. Nós saímos apressadamente do quarto de e fomos para o estacionamento.

- Que carro é esse? – Eu estranhei, quando destravou o carro. Não era o carro dele que eu conhecia.
- A empresa me emprestou o carro para vir para Nova York. – explicou assim que entramos no carro.

Seguimos para a minha faculdade. não sabia o caminho, então eu tive que guiá-lo até lá. Se fosse em qualquer outro dia, eu faltaria sem pensar duas vezes, mas justamente naquele dia um dos professores daria um trabalho que acrescentaria a nota da prova. Eu não podia perder de jeito algum. Meg sabia disso, é por isso que ela havia ligado tantas vezes para o meu celular. Chegamos na faculdade e estacionou o carro na frente da entrada.

- Obrigada por me trazer. – Eu estava tão preocupada, pois a aula já havia começado há 10 minutos. Eu fui logo abrindo a porta do carro.
- Ei, ei! Espera.. – segurou um dos meus braços. – Só isso? – Ele abriu os braços. Eu imediatamente sorri e me aproximei, selando longamente os seus lábios.
- Te vejo depois. – piscou um dos olhos pra mim. Eu voltei a me afastar e abri a porta, saindo rapidamente do carro.

Eu estava sem documento e sem a carteirinha da faculdade. Se eu não conhecesse o segurança da portaria, eu com certeza não conseguiria entrar. Corri o mais rápido que consegui até a minha sala e quando cheguei na porta vi que o professor já estava lá dentro.

- Com licença, professor. Ainda dá tempo de entrar? – Eu dei o meu melhor sorriso e o professor apenas afirmou com a cabeça com uma cara feia.

A preocupação de Meg desapareceu quando ela me viu entrar na sala. Todos os alunos da sala já estavam fazendo o trabalho e só então eu notei que eu realmente estava atrasada. Meg viu eu me aproximar e estranhou o fato de eu estar sem a minha bolsa e com a mesma roupa da noite passada. Eu me sentei ao seu lado e mal conseguia respirar direito por causa do quanto que eu havia corrido.

- O que aconteceu com você? – Meg sussurrou ao me olhar.
- Eu perdi a hora. – Eu menti descaradamente. Não dava pra contar nada pra ela agora. Ela jamais entenderia.
- E porque não trocou de roupa? – Meg me olhou, sem entender.
- Eu acordei atrasada e vesti a primeira coisa que encontrei. – Eu continuei mentindo.
- Porque você não atendeu os meus telefonemas? – Meg fez mais uma pergunta e manteve a cara amarrada.
- Silêncio! – O professor gritou de onde estava. Ele estava olhando para mim e para Meg. Ele foi a minha salvação. O trabalho não só salvaria a minha nota, mas me ajudaria a não responder todas as perguntas que Meg com certeza queria me fazer.

Depois de me deixar na faculdade, voltou para o hotel. Ele precisava resolver algumas coisas do trabalho, mas ele não podia ir vestido daquele jeito. Ele passou no hotel só para se trocar e seguiu para o estádio dos Yankees para tirar uma dúvida com um dos presidentes do clube. tinha uma ideia para a divulgação da marca, mas precisava tirar algumas dúvidas para ver se ela daria realmente certo. Feliz como nunca, ele saiu do estádio com algumas anotações novas. Pensou em ir me buscar na faculdade, mas não tinha certeza do horário que eu ia sair. De qualquer forma, ele resolveu ir até lá e tentar.

Eu demorei mais de 2 horas para terminar o trabalho da faculdade. Meg ainda estava fazendo o seu quando eu sai da sala. Eu agradeci mentalmente, porque assim não teria que responder a mais perguntas. Meg me viu saindo e quis ir atrás de mim, mas para isso ela teria que terminar o seu trabalho. Ela começou a responder as questões mais rapidamente.

Eu sabia que eu tinha que ir pra casa para me trocar e ir para o trabalho, mas eu estava sem carro. Com sorte, eu ainda tinha dinheiro na bolsa. Minha bolsa ainda estava meio úmida e eu comecei a revirá-la atrás de dinheiro. Fui indo em direção a saída da faculdade e parei no portão, quando percebi que o meu único dinheiro tinha molhado e estava meio ‘zuado’.

havia estacionado o carro bem em frente a faculdade. Ele desceu do carro para que eu pudesse vê-lo e para que ele também pudesse me procurar com mais facilidade. O sol estava bem forte e ele teve que colocar o seu ray-ban. Ele apoiou o seu quadril em uma das laterais do carro e ficou olhando atentamente para o portão da faculdade.

Sem saber o que fazer, levantei o meu rosto e olhei em volta. Foi nesse momento que eu o vi. Meu Deus! Ele não podia ser real. Ele estava apoiado no carro com os braços cruzados. usava uma camiseta azul escura, calça jeans e tênis preto. O ray-ban dava a ele uma sensualidade fora do comum. Eu comecei a andar em direção a ele, mas parecia que ele ainda não tinha me visto. Algumas garotas que estavam próximas a mim, olhavam e fofocavam sobre o cara maravilhoso que estava do outro lado da rua. É loucura pensar que ele estava ali por causa de mim.

continuava sério e concentrado em me procurar. O ray-ban não me deixou ver onde ele estava olhando, então eu nunca tinha certeza se ele já havia me visto ou não. Eu parei na ponta da calçada e ele estava do outro lado. Eu parei na mesma direção que ele, mas demorou algum tempo para que me visse. Quando ele me viu, ele deu um enorme sorriso pra mim. O sorriso mais destruidor de todos! Eu fui ao céu e voltei! Eu estremeci e as borboletas atacaram o meu estômago. Eu me perguntava se todas aquelas garotas estavam vendo ele sorrir mim. Chupem essa, otárias!

- Achei que já tivesse ido embora. – disse um pouco mais alto, enquanto eu atravessava a rua e ia em sua direção.
- Que bom que você veio. – Eu disse, chegando até ele.
- Roupa nova? – me olhou de cima a baixo. Ele brincou porque eu estava usando a mesma roupa da noite anterior.



- Que ótimo que você notou. Eu preciso ir pra casa logo pra tirar essa roupa. – Eu fiz careta.
- Espera. Isso foi um convite ou... – me olhou, desconfiado.
- Não foi um convite. – Eu gargalhei da ousadia dele.
- Foi só pra saber. – ergueu os ombros. – Vamos, eu te levo pra casa. – Ele apontou com a cabeça em direção ao seu carro.
- Vamos. – Eu confirmei, dando a volta no carro. Entramos no carro e fez o movimento de tirar a carteira do seu bolso como sempre fazia ao entrar no carro.
- Que droga. Esqueci a carteira no hotel. – resmungou, irritado.
- E agora? – Eu virei o meu rosto para olhá-lo.
- Se importa se passarmos no hotel rapidinho? Só pra eu pegar a carteira. Ai eu te levo pra sua casa e depois vamos almoçar. – parecia ter tudo planejado.
- Por mim, tudo bem. – Eu não vi problemas. – Mas eu tenho que entrar no trabalho daqui duas horas. – Eu só disse para que ele ficasse ciente.
- Dá tempo. – disse ao ligar o carro.

Como o planejado, seguimos para o hotel. Não ficava muito longe da minha faculdade. deixou o carro no estacionamento e subimos para o saguão. Nós conversávamos o tempo todo e não parávamos de fazer brincadeiras um com o outro. Passamos pela recepção e eu acenei para o gentil recepcionista. Era o mesmo da noite anterior.

- Você conhece ele? – perguntou, enquanto esperávamos o elevador chegar.
- Como acha que eu cheguei até o seu quarto sem ser anunciada ontem? – Eu olhei pro e ele riu.
- Entendi. – afirmou com a cabeça. O elevador chegou e nós entramos. Eu encostei em uma das laterais do elevador e se aproximou, ficando em minha frente.
- E então, onde nós vamos almoçar? – Eu sorri sem mostrar os dentes. se aproximou, passando seus braços em torno da minha cintura e beijando carinhosamente o meu rosto.
- Eu vou pra qualquer lugar que você quiser. – disse, voltando a colocar o seu rosto de frente pro meu.
- Qualquer lugar? – Eu passei meus braços em torno do pescoço dele e ele pareceu ter gostado do meu gesto. Aproximou-se e selou os meus lábios, enquanto afirmava com a cabeça. As portas do elevador se abriram e tivemos que nos afastar.
- Você vai fazer alguma coisa depois do trabalho? – perguntou, enquanto saiamos do elevador.
- Acho que não. – Eu sabia que ele estava prestes a me fazer um convite.
- Então, você quer sair comigo? Eu quero te levar em um lugar. – segurou a minha mão e começou a me puxar em direção a porta de seu quarto.
- Hm.. – Eu fiz cara de pensativa e ele rolou os olhos, rindo. Me puxou pra mais perto dele e selou longamente os meus lábios.
- Diz que sim.. – fez bico, me olhando de bem perto.
- É claro que eu aceito. – Eu dei um enorme sorriso, roubando um beijo dele.
- Está combinado, então. – piscou um dos olhos pra mim e se afastou um pouco para abrir a porta de seu quarto. Nossos dedos continuavam entrelaçados, quando ele abriu a porta.
- É rapidinho. – me puxou pra dentro do quarto. – Eu só preciso achar... – Quando adentramos o quarto, ambos fomos surpreendidos. Ao pararmos em frente da cama, nos deparamos com a cena mais desprezível e repugnante de todas.
- Amber? – arregalou os olhos ao ver a amiga deitada em sua cama vestindo um shorts minúsculo e um top. Eu olhei pra ela com nojo.
- O que essa garota está fazendo aqui? – Eu a olhei com todo o ódio do mundo. Amber parecia tão surpresa quanto eu ao ver meus dedos entrelaçados ao do .










CONTINUA...









Nota da Autora: 


Hey! Então, eu espero que estejam gostando da fanfic. Está dando muito trabalho, mas eu estou AMANDO escrevê-la. Eu me inspirei em uma outra fanfic que eu li e fiz as minhas MUITAS alterações (com a autorização da autora da mesma). Como vocês já perceberam, ela está em andamento. Eu vou postar de acordo com o que eu for escrevendo. 

Vocês devem ter percebido que nessa fanfic, os Jonas não são tão 'politicamente corretos' e nem tem uma banda. Eu achei legal fazer uma coisa diferente.

Enfim, deixe o seu comentário aqui embaixo. A sua opinião é importante, pois me incentiva a escrever ainda mais e mais.

Beijos e qualquer coisa e erro, mandem reply pra mim lá no @jonasnobrasil . 


10 comentários:

  1. OMG A PRIMEIRA VEZ!!!! FINALMENTE, ALELUIA. QUE LINDO, TO CHOROSA, QUE SAUDADES EU ESTAVA DO MEU JONAS CARA <3

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  2. Perfeitamente perfeito <3

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  3. Esperei por esse capitulo desde o começo do namoro

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  4. Capitulo 49 venha que eu quero lhe usar

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  5. PQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQ?????????????????!!!!
    aH POXA O JONAS SÓ FAZ (EU KK) CHORAR !!!!! N QURIA Q FOSSE C ELE NÃO :( ELE N MERECE!

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  6. sorry mas eu queria que a primeira vez fosse com o Mark... affff odeio o Jonas

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  7. DEPOIS DE 84 ANOS O JONAS VOLTA! JONAS POWER! ♥

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