Capítulo 1 ao 15





Capítulo 1 - Apenas o começo




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Por que demorou tanto pra chegar hoje? – perguntou, se aproximando do meu armário, onde eu pegava o meu material pra ir pra aula da Sr.Pat.


- O despertador não funcionou de novo. – Eu disse, revirando os olhos. Era a 3° vez na semana que eu me atrasava por causa daquele maldito despertador.


- Já sei o que vou te dar de presente no seu próximo aniversário. – riu, enquanto recebia uma risada sarcástica minha. Ela estava me esperando, pois teríamos a primeira aula juntas.


– Não está mais aqui quem falou.. – disse, erguendo as mãos demonstrando-se inocente.


– Já viu alguma das meninas, hoje? – perguntou, enquanto caminhávamos pelo corredor totalmente lotado.


- Ainda não. – Eu disse, disparando olhares por todo corredor na esperança de ver e em algum lugar.


- Nós vemos elas no intervalo. Vamos.. – disse, enganchando o seu braço no meu e me arrastando pelo corredor. Qual é, eu tinha acabado de acordar. Ainda estava naquela fase ‘lerda’.




- Sério, o que a metamorfose da borboleta vai mudar na minha vida? Eu nem sei por que aprendemos isso na escola. Ninguém aqui é uma borboleta. – disse quase sussurrando enquanto a Sr.Pat fazia o sua explicação para a sala. Eu ri por um minuto, mas fiquei séria novamente ao perceber que a Sr.Pat havia percebido.


- Dá pras duas pararem de falar besteira ai? – Uma voz conhecida disse atrás de mim. Olhei imediatamente pra trás para ver quem era aquele indivíduo. Era o .


- Hey, ! Eu havia me esquecido que você também tinha essa aula. – Eu disse, rindo da forma que ele estava debruçado em sua mesa mostrando sua total atenção no assunto que a Sr.Pat abordava na lousa.


- Se esqueceu de mim? – fez bico. – Eu deveria ficar uma semana sem falar com você por causa disso. – Ele disse, fazendo uma cara maligna.


- Para de drama, . – disse, rindo enquanto terminava de copiar o ‘pequeno texto’ que a Sr.Pat havia passado na lousa.


- Oi pra você também, . – disse, enquanto sorria sarcasticamente.


- Oi ! – disse, olhando de forma revoltada pro , que sorria, satisfeito.


- Os três ai no fundo podem parar de falar ou querem vir explicar aqui na frente? – Sr.Pat de repente nos interrompeu. Nós três olhamos pra sua cara totalmente assustados e fingimos um sorriso.


- Desculpe, Sr.Pat. – sorriu mais forçadamente. – Pode continuar. – Ele disse e na sequência fez um sinal de positivo pra professora fazendo com que uma parte da classe começasse a rir. Eu e a nos seguramos para não rir também.



- Seu besta! Levei uma bronca por sua causa! – disse, dando um tapa no braço do enquanto saiamos da sala.


- Não sei se você viu, mas eu também levei uma bronca por causa de vocês duas. – disse, passando a mão no local em que havia socado anteriormente.


- Mas vocês estão atacados hoje, hein. – Eu disse, rindo da cena ridícula entre e .


- Ta bom, vamos mudar o assunto. – disse, respirando fundo e sorrindo forçadamente.


– Vocês vão no nosso jogo depois da aula? – Ele perguntou, enquanto passávamos pelo corredor onde algumas pessoas o cumprimentava.


- Eu não sei.. – Eu disse, mostrando todo o meu desconforto sobre o assunto. logo percebeu que havia tocado em um assunto delicado e lhe deu um cutucão.


- Claro que vamos! – disse, convicta. Ela sabia muito bem o meu motivo pra não querer ir até lá e de certa forma queria que eu enfrentasse isso de uma vez por todas.


- É, . Eu quero que você vá. – passou os braços pelos meus ombros carinhosamente.


– Eu prometo que faço um gol pra você. – Ele disse, fazendo com que eu risse. Ele era um amigo incrível.


- Tudo bem, então eu vou. – Eu disse, rindo da necessidade que ele tinha que eu fosse ao jogo.


- Sério, cadê as meninas? Eu ainda não as vi, hoje. Será que elas vieram hoje? – perguntou novamente. Ela realmente parecia preocupada com o sumiço repentino de e . Nós não tínhamos aulas com elas naquele dia, mas sempre acabávamos nos encontrando pelos corredores da escola.
- Eu vi a .. – disse, enquanto entravamos na sala de aula do Sr.Berry.


- Claro que você viu, . – Eu disse, rindo.




tinha uma paixão secreta pela . Ele nunca quis assumir, mas todos sabíamos. Eles nunca haviam tido nada, tirando alguns desentendimentos. Ok, não foram alguns. Foram MUITOS.




- O que você quer dizer com isso, ? – disse, revirando os olhos.


- Ela esta se referindo aos minutos em que você fica olhando pro portão da escola esperando a entrar, só pra poder babar mais um pouco nela. – disse sabiamente. A turma toda já havia percebido as estratégias de de olhar pra sem que ela percebesse.


- Obrigado por responder, ! – disse, fazendo uma cara feia pra que ria quase escandalosamente.


– Não pense que eu não vá me vingar, . – disse em tom de ameaça.


- Ta bom, desculpa. Mas você precisa disfarçar mais, . Ta ficando muito na cara. – disse de forma generosa fazendo com que o olhar que lançava pra ela não fosse tão maligno assim.


- Só estou falando pro seu bem. Não quer escutar, não escuta. – disse, revoltada.





Bem, a aula de Matemática do Sr.Berry tinha passado incrivelmente rápido naquele dia. Depois fomos pra sala de Geografia com o Sr.Tompson, que era um dos professores mais legais da escola.




- Eu to morta de fome. Não deu tempo de tomar café, hoje. – Eu disse, indo rapidamente em direção a cantina da escola ao lado de . já havia ido pra nossa mesa, encontrar os meninos.


- O que você vai comprar? – perguntou, enquanto tirava o seu dinheiro do bolso.


- Acho que um Ruffles e uma coca-cola. – Eu disse, também tirando o meu dinheiro do bolso.


- Também vou pegar isso. – disse, enquanto contava seu dinheiro.




Ficamos um certo tempo na fila mas conseguimos pegar os nossos Ruffles e os refrigerantes. Fomos em direção a nossa mesa. Eu digo ‘nossa’ mesa, por que é a mesa em que eu e o meu grupo de amigos sentávamos todos os dias durante o intervalo.




- Suas loucas, onde vocês se meteram a manhã toda? – disse assim que viu e sentadas em nossa mesa.


- A passou a manhã vomitando. Eu estava com ela. – disse, fazendo uma cara feia. Olhamos imediatamente pra que parecia estar com uma cara boa.


- Nossa, você ta bem, ? – Eu perguntei, preocupada.


- Agora sim.. – sorriu, agradecida pela minha preocupação.


- Ih, ta grávida. – disse, fazendo com que quase engasgasse com o seu refrigerante.


- Só se for do ar, seu jumento. – respondeu irritada. É exatamente por isso que eu amo ela.


- e as suas piadinhas sem graça. – Eu disse, enquanto fazia uma cara totalmente irônica.


- Começou cedo hoje, ? - Ele perguntou com um tom totalmente sarcástico. sabe exatamente como me irritar. Me chamar de ‘’ era um desses métodos fáceis.


- Não enche o meu saco, Jonas. – Eu disse, me segurando pra não demonstrar a minha raiva. Não queria dar esse gostinho pra ele.


- Você acha que consegue ficar até o jogo? – perguntou pra que comia parte do Ruffles da , que fazia uma trança embutida em seu lindo cabelo.


- Consigo sim. Eu já estou bem. Eu só devo ter comigo algo estragado. – respondeu, parecendo estar realmente bem.


- Alguém quer? – Eu disse, estendendo o saquinho de Ruffles pro pessoal da mesa.


- Eu quero! – disse, colocando a sua mão em direção ao meu salgadinho.


- Vai ficar querendo, . – Eu disse, assim que puxei o saquinho de Ruffles de perto dele. Todos na mesa riram. Eles sabiam que eu não fazia aquilo por egoísmo e sim pra irritá-lo. Esse era o meu troco. A raiva invadiu os olhos de rapidamente. Meu objetivo do dia foi alcançado.


- Engula essa porcaria, então. – Ele disse totalmente irritado. Eu sorri satisfeita. Irritá-lo simplesmente era um dos meus passatempos favoritos.


– Tomara que te dê uma dor de barriga depois. – Ele disse, dessa vez rindo sarcasticamente.


- Ficou nervoso, ? – Eu provoquei mais uma vez. Ele não respondeu. simplesmente olhou pra mim e forçou um sorriso enquanto balançava a cabeça negativamente como quem dissesse ‘eu odeio você’.





O sinal do intervalo tocou e voltamos pra sala de aula. Tivemos duas aulas de Inglês e uma de História. As duas de Inglês foram com e e na última eu estava sozinha. Depois das aulas, fui direto pro ginásio pra encontrar as meninas. Todas iríamos assistir mais um jogo classificatório dos meninos.


Capítulo 2 - Jogo sem sofrimento




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Que demora, ! – gritou assim que me viu. Obrigada, . Agora o ginásio todo estava olhando pra minha cara. Eu sabia que ela não tinha feito por mal, mas enfim.


- Meu armário emperrou. – Eu disse ainda revoltada com o meu armário.


- Senta aqui, já vai começar. – disse batendo com uma das mãos em um dos lugares vagos ao seu lado.


- Todos vão jogar? – Eu perguntei como quem não quisesse nada. As três olharam rapidamente pra minha cara. Droga! Era impossível esconder algo delas.


- To-dos. – quase soletrou.




Olhei pro gramado pela primeira vez e lá estava ele, Peter. Ele era o meu ex-namorado. O término tinha acontecido há uma semana. Não tínhamos terminado de forma complicada, foi uma decisão de nós dois. Combinamos que continuaremos amigos, mas eu, é claro, ainda sentia algo por ele. Tudo ainda estava muito recente. Os boatos na escola eram de que Peter me traia com uma líder de torcida qualquer – leia-se puta.




, e sabiam pelo que eu estava passando. Eu só estava ali por causa de , que insistiu tanto. Eu havia decidido algo, minutos antes de entrar naquele ginásio: eu não ficaria sofrendo pelos cantos, muito menos fazendo draminha. Eu ia encarar aquilo normalmente, sem sofrer. Eu precisava mostrar pro Peter que eu não estava sofrendo por ele.




- Começou! – gritou. Ela com certeza era a mais espontânea ( leia-se escandalosa) de todas nós.


- VAAI ! – Eu gritei, empolgadamente da arquibancada. era meu irmão, eu tinha que dar um apoio pra ele. Ele apenas olhou pra mim e riu, enquanto balançava a cabeça, inconformado com a irmã maluca que ele tinha. Eu não sou maluca ,ok?


- ANDA, FAZ O GOL! – gritou, assim que viu sozinho na frente do gol.


- NÃAAAAAAAAO! – gritou, vendo perder aquele gol. É.. acho que ela realmente já tinha melhorado.


- PARA DE ERRAR OS PASSES, ! – gritou, totalmente revoltada. parou de correr no mesmo momento e olhou pra ela com uma cara feia que até eu fiquei com medo.


- EU QUERO O MEU GOL, ! – Eu gritei tentando acalmá-lo e acho que consegui, pois ele olhou pra mim imediatamente e riu, enquanto fazia um positivo com um de seus polegares.


- PASSA A BOLA, ! – gritou e foi exatamente isso que fez. Passou a bola para , que estava sozinho na frente do gol e marcou.


- GOOOOOOOOL! – Nós 4 gritamos juntas enquanto batíamos palmas empolgadamente. imediatamente olhou pra mim e apontou o dedo pra mim, querendo dizer que o gol era pra mim. O MEU gol!


- LINDOO! – Eu gritei, enquanto ria. Não,não tinha nada de romântico entre nós. Eu sei que você está se perguntando isso. Éramos amigos há muito tempo e ele era um dos poucos garotos que tinham o meu respeito. Nós sempre nos ajudamos muito e sempre nos demos super bem. Tão bem quer seria IMPOSSÍVEL rolar algo romântico entre nós. Ele era quase um outro irmão mais velho.




Minutos depois foi a vez de fazer o gol. era o capitão da equipe, como eu já disse. Cargo esse que foi conseguido com muita luta, literalmente. Esse é um dos motivos de Peter e se odiarem mesmo sendo do mesmo time. Peter e ele disputaram o cargo de capitão do time. Houve MUITAS brigas por causa disso, mas finalmente conseguiu a posição. Na época isso me irritou, pois eu queria que Peter fosse o capitão, afinal ele era o meu namorado.




Ao fazer o gol, foi imediatamente dar um beijo em sua namorada-puta, que era uma das lideres de torcida. Não era perfeito? O capitão do time de futebol namorando com uma líder de torcida? Seria se ela não fosse tão vadia e superficial. Ela é o tipo de garota que conquista qualquer cara pelo corpo que tem, por que o que tem por dentro é inútil. O jogo continuou.




- JONAS, COMO VOCÊ PÔDE PERDER ESSE GOL? – Eu gritei revoltada, depois que perdeu a chance de marcar o seu segundo gol na partida. olhou pra mim e colocou o dedo indicador sobre os seus lábios me mandando ficar quieta. Eu responderia ele, mas não ali na frente de todos. Ele que me aguarde!




O jogo acabou. O time da escola ganhou por 2 x 0.




- Você fez o meu gol! Obrigada. – Eu disse enquanto se aproximava de mim ao lado dos outros meninos. Ele riu da minha empolgação.


- Eu disse que faria. – Ele sorriu, se achando.


- Aqueles gols que você perdeu, foram críticos. – disse, assim que achou a primeira oportunidade de irritá-lo. Eu não sei por que ela fazia isso.


- Eu com certeza os perdi por que eu quis, . – ironizou, revirando os olhos fazendo com que mostrasse a língua por trás dele.


- Ta, onde nós vamos comemorar? – perguntou, enquanto segurava o celular com uma das mãos. – Eu preciso avisar a Jessie. – Ele disse, fazendo com que meu estômago revirasse só em ouvir o nome daquela garota.


- Vamos no Mc Donalds. – deu a ideia, que foi rapidamente apoiada por todos. já estava ligando pra Jessie.


- Jess, nos vamos no Mc Donalds. A gente se encontra lá, ok? – disse.




As garotas foram no carro da , enquanto os garotos foram no carro de .




- O que vocês vão querer? – perguntou pegando o cardápio, enquanto o garçom olhava pra nossa cara.




Os garotos pediram lanches maiores, enquanto as garotas pediram coisas mais ‘leves’.




- Eu não acredito que perdi aquele gol. – disse, achando aquilo a coisa mais absurda do mundo.


- Você estava sozinho! – disse, também inconformado.


- Eu nem sei onde estava com a cabeça.. – Ele disse, rindo da sua própria desgraça.


- Todos sabemos onde estava a sua cabeça. – disse e todo mundo olhou pra cara de que ficou vermelha em segundos.


- Que graça. – revirou os olhos, ainda envergonhada. sabíamos que estávamos certos, por isso nem se pronunciou a respeito.


- Hey, você chegou. – de repente interrompeu a conversa, enquanto olhava pra uma pessoa atrás de mim, que eu pude perceber rapidamente quem era ao sentir o perfume de vadia.


- Hey baby. – A voz dela era tão fina quanto a de uma pessoa de 4 anos.


- Senta aqui. – puxou a cadeira ao seu lado para que ela sentasse.


- Belo jogo hoje, garotos. – Ela disse sorrindo forçadamente. Seus cabelos loiros caiam sobre seus ombros que era puro osso de tão magra que a garota era.


- Obrigado. – foi o único que agradeceu, dando-lhe um selinho. Ninguém parecia realmente gostar dela, mas eles não deixavam de ser simpáticos.


- Ahn, oi fofinhas. – Jessie disse ao olhar pra mim e as outras garotas. O que ela queria dizer com ‘fofinhas’? Que desgraçada.


- Oi Jessie. – Eu respondi seriamente, fazendo com que me lançasse uma cara feia. Ah ta! E eu estava morrendo de medo dele.


- Do que vocês falavam? – Jessie perguntou, usando o seu sorriso de propaganda de pasta de dente.


- Do jogo. – respondeu tentando ser gentil. Todos na mesa voltaram a sua atenção pra ela, que riu do nada.


- Que jogo? – Jessie perguntou enquanto continuava rindo. Todos na mesa se entreolharam e se seguraram pra não rirem da cara dela.




balançou a cabeça não se conformando com a pergunta de sua namorada.




- O jogo de hoje, Jess. – disse, sorrindo forçadamente e com certeza se segurando pra não chamá-la de burra.


- Ah, sim. Belo jogo. – Ela repetiu. Qual é o problema dela? Que garota burra! Ainda bem que o corpo dela chamava a atenção dos garotos, senão ela estaria ferrada. Pelo menos um emprego de prostituta ela conseguiria. Ok, parei.


- Obrigado. – agradeceu dessa vez, enquanto se segurava pra não rir novamente.





Nossos lanches chegaram e nós almoçamos. Jessie continuou falando besteira durante o almoço todo. me olhava feio cada vez que eu respondia ironicamente a garota. Terminamos o almoço e eu e as garotas fomos pra casa da , onde ‘estudaríamos’. Pelo menos esse era o plano inicial.




- Sério, aquela garota é muito burra. – disse, assim que chagamos na casa de . Deixamos nossas bolsas sobre o sofá e nos sentamos nos lugares que restaram.


- O Jonas só pode estar com ela por causa do corpo dela, por que o que tem dentro ta podre. - disse, fazendo todas nós gargalharmos.


- Ele não vai aguenta-la por muito tempo. – Eu disse, ainda rindo.

- Falando sobre namorados.. – começou a dizer e todas elas olharam pra mim.


- O que foi? Eu não tenho um namorado. – Eu disse, dando um sorriso fraco.


- O Peter não tirou os olhos de você durante o jogo. – disse, fazendo uma cara feia.


- Eu tentei ignorar ele. Eu não quero que ele saiba que estou sofrendo por causa dele. O término foi amigável. – Eu expliquei, tentando não me aprofundar tanto no assunto que ainda me deixava mal.


- Você está fazendo bem. Nenhum homem merece saber que uma mulher está sofrendo por ele. – disse também com um sorriso fraco. Todas tínhamos certeza que ela falava sobre , mas ela jamais assumiria.




Passamos a tarde jogando conversa fora. Como o previsto, nenhum livro ou caderno foi aberto. Jantamos na casa de e em seguida fomos embora. Ao chegar em casa eu estava exausta. As únicas coisas que eu fiz foi tomar banho e ir dormir. Eu não costumava ir dormir tão cedo, mas aquele dia era uma exceção.

Capítulo 3 - Indo longe demais




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Hoje você despertou né, seu desgraçado. – Eu disse, socando o despertador sobre o criado mudo ao lado da minha cama. Levantei mais mole que uma lesma e fui me arrastando até o banheiro. Abri o chuveiro com uma força que eu não sei de onde veio. Entrar no banho foi o bastante pra me acordar. Coloquei o uniforme, me arrumei e desci pra tomar café da manhã.


- Oi querida. – Minha mãe disse, assim que me viu. Ela estava fazendo torradas. Torradas que não dariam tempo de eu comer. Elas certamente estavam sendo feitas pro meu pai.


- Oi mãe. – Eu disse, indo até a fruteira e pegando uma maçã.


- Quer comer alguma coisa? – Ela perguntou, atenciosa e eu apenas balancei a cabeça negativamente. – Tem certeza? – Ela insistiu.


- Não, obrigada mãe. – Eu disse. sorrindo pra ela. – Cadê o ? Não posso me atrasar hoje. – Eu disse, enquanto bebia um copo de água.


- Tente acordá-lo pra mim. – Minha mãe disse com os olhinhos brilhando. Fiz uma cara feia e fui até o quarto dele. Quase esmurrei a porta ao empurrá-la.


- , ACORDA GAROTO. ESTAMOS ATRASADOS! – deu um pulo na cama. Ele estava em pânico e eu desatei a rir.


- Para de gritar, garota! Ta maluca? – disse, irritadíssimo, enquanto se levantava da cama.


- Ninguém mandou não acordar. – Eu disse, ainda rindo do susto que ele havia levado. – Vamos logo, não quero me atrasar hoje. – Eu disse saindo do quarto, quando percebi que ele já havia entrado no banheiro com sua toalha de banho nas mãos.




Não cheguei atrasada naquele dia. Deu tempo de ver as meninas e conversar com elas antes que o sinal de entrada tocasse. Eu estava saindo da sala de Inglês, a minha terceira aula do dia e indo pro intervalo. Como eu já tinha tomado café, não pretendia comprar nada na cantina e então fui direto pra mesa do pessoal.




- Nossa, o Sr.Barry estava revoltado hoje. Expulsou duas pessoas da sala. – Eu disse assim que cheguei na mesa. Todos já estavam na mesa. Só faltava eu.


- Nem me fale, ele me passou 300 exercícios hoje. – disse, revoltada.


- Ainda bem que só tenho aula com ele amanhã. – disse, aliviado.


- Eu tenho as duas últimas com ele. – revirou os olhos.


- Boa sorte. – Eu ri e ele fez careta.


- , é hoje a prova de Geografia? – me perguntou de forma assustada. Ela tinha se esquecido, como sempre.


- É.. – Eu ri, vendo ela ter um colapso por ter se esquecido. – Vou até estudar um pouco agora. – Eu disse, pegando o livro de Ggeografia da minha bolsa.


- Quem vê, pensa que você é a nerd da escola, . – comentou com o seu odiável tom sarcástico. Estava demorando pra ele me irritar naquele dia.


- Não é todo mundo que quer ser uma burra como a sua namorada, . – Eu sorri vitoriosa. Todos na mesa riram.


- O que foi? Não tem insultos pra mim hoje? Deve ser por isso que está envolvendo a Jessie. – Ele riu, sarcasticamente. – Ela pode ser o que for, mas ela tem uma coisa que você não tem. – Ele disse, piscando um dos olhos.


- O que? Burrice? – Eu disse, rindo.


- Não. Um cara que gosta dela. – Ele sorriu, se achando o maior gostoso na escola. Bem, era isso que todas as garotas da escola achavam, mas pra mim ele era um monte de lixo.


- E você é o cara? Que azar o dela. – Eu revirei os olhos, voltando a atenção pro meu livro de Geografia.


- Pelo menos eu tenho uma namorada. – Ele disse, arqueando a sobrancelha. – E o seu, cadê? – Ele continuou com o mesmo tom sarcástico. Eu queria socá-lo naquele momento. – Ahn, é claro, ele te largou. – Ele riu se achando vitorioso. Todos na mesa observavam a cena, implorando mentalmente para que parasse.


- O que você está querendo dizer? – Eu disse tentando evitar que as lágrimas alcançassem os meus olhos. Eu deveria estar xingando ele de todos os palavrões que eu conhecia, mas eu não conseguia fazer isso. Não se tratando daquele assunto que me deixava mais frágil do que nunca.


- Olha pra você! Você é insuportável. Quem conseguiria ter um relacionamento duradouro com você? Nem o desgraçado do Peter aguentou. – disse,deixando o sarcasmo de lado e mostrando toda a sua raiva. As lágrimas vieram imediatamente aos meus olhos. Eu não deixei que elas caíssem.


- Parabéns, Jonas. Você conseguiu o que queria. – Eu disse, me levantando da mesa e carregando meu material nas mãos. Se aquele assunto não me deixasse tão mal, eu meteria a mão na cara dele. Nós tínhamos as nossas provocações sim, mas ele havia passado do limite. De todos os limites. Faltavam apenas 5 minutos pro sinal do intervalo tocar, então me adiantei e fui direto pra sala de Geografia. Eu sabia que não havia ninguém lá.


- Você foi longe demais dessa vez, Jonas. – disse, se levantando da mesa e indo atrás de mim. e a acompanharam, não sem antes lançarem olhares malignos pro .


- O que?! – perguntou de forma inocente, enquanto , e o olhavam com uma cara feia. – Ela que começou. – se defendeu, mesmo se mostrando arrependido do que tinha feito.


- Não precisava falar assim, né.. – disse em minha defesa.


- Ta, eu sei! Mas é que ...ela me tira do sério! – disse, se levantando da mesa com uma cara emburrada.




Ele foi até o corredor na esperança de me encontrar. Viu , e vindo em sua direção.




- Cadê ela? – Ele perguntou, enquanto colocava a mochila nas costas.


- Muito bem hein, Jonas. – deu um tapa em seu braço.


- Cadê ela?! – Ele repetiu de forma irritada.


- Não te interessa. Ela quer ficar sozinha. – disse, séria.


- Eu quero falar rapidinho com ela. – insistiu, demonstrando-se arrependido.


- Respeite ela pelo menos uma vez na sua vida. – disse, empurrando ele na direção contrária de onde eu estava.


- Merda. – Ele disse revirando os olhos. Tinha tanto outros assuntos que ele poderia usar para me provocar, por que o Peter? Era isso que ele se perguntava.




As três últimas aulas foram as mais longas da minha vida. Sai da sala o mais rápido possível pra não encontrar ninguém que perguntaria se eu estava bem. Eu não queria aquele tipo de preocupação comigo. Não por causa do Peter e daquele imbecil do . Fiz a pior prova da minha vida, naquele dia. Com certeza teria que fazer outra de recuperação. Não me deixe esquecer de jogar isso na cara do Jonas depois.




O sinal da última aula bateu e eu sai imediatamente. Nem esperei pela carona do . estaria com ele e se preocuparia comigo. Eu realmente não queria que as pessoas se preocupassem comigo por causa de dois idiotas.




Consegui chegar em casa antes mesmo de , que deve ter ficado umas 3 horas me procurando. Almocei e subi pro meu quarto. Passei a tarde lá ouvindo música e estudando. Não havia prova no dia seguinte, mas estudar era a única coisa que eu podia fazer pra me distrair. Meu celular tocou a tarde toda. Em todas as vezes eram , e . Eu não queria falar com ninguém, por isso ignorei todas as ligações. Era só falar que não ouvi tocar, depois.




- Vai ficar ai o dia inteiro? – perguntou, enquanto entrava no meu quarto tomando uma latinha de Coca-Cola.


- Vou. – Eu olhei pra ele por um segundo e voltei a minha atenção pro livro em meu colo. – Tenho que estudar. – Expliquei, sem olhá-lo.


- Poderia ter me avisado que viria a pé, né? – disse, irritado.


- Eu esqueci. Desculpe. – Eu disse, sem deixar de olhar pro meu livro.


- Ta bom.. – revirou os olhos e saiu do meu quarto deixando a porta apenas encostada.




1 hora depois, a porta do meu quarto se abriu novamente. Não olhei pra ver quem era, não me importava.




- Eu quero falar com você. – Eu podia ter certeza de que aquela voz era de . Só consegui ter certeza, depois que olhei pra ele. me olhava, sério.


- Eu não quero falar com você, Jonas. – Eu disse, voltando a olhar pro meu livro e já sentindo o meu sangue subir. Ter o por perto era o bastante pra me deixar MUITO IRRITADA.


- Não importa. – disse se aproximando da minha cama. A cada passo que ele dava em minha direção, a minha vontade de pular no pescoço dele aumentava.


- Sai daqui, Jonas. – Eu disse, ainda sem olhá-lo.


- Dá pra me escutar? – disse, começando a ficar irritado.


- NÃO. – Eu disse, tentando não parecer tão irritada. – Dá o fora! – Dessa vez eu olhei pra ele com o olhar mais furioso que eu consegui fazer.


- Eu não vou sair até você me escutar, . – disse voltando a usar o seu irritante tom sarcástico. ? Desgraçado.


- é o caramba! – Eu disse me levantando da minha cama e dando lentos passos em sua direção. – Sai daqui agora, Jonas! – Eu o alertei mais uma vez.


- Por que você é tão.. – Ele começou a dizer com sua voz de implicância.


- Insuportável? – Eu disse num tom irônico, repetindo o que ele já havia me dito hoje mais cedo. Ele me encarou com o seu olhar de raiva. – Você já me disse isso hoje, . – Eu disse utilizando o mesmo tom sarcástico que tanto me irritava.


- Vai me deixar falar? – disse, respirando fundo pra tentar manter a calma.


- Não. – Eu quase gritei. – SAI! AGORA! – Agora eu gritei.


- Foda-se. Eu vou falar de qualquer jeito. – disse, me olhando de forma irritada. Por que ele era tão insuportável?


- Você já não estragou demais o meu dia, hein? Não está satisfeito ainda? – Eu disse, irada.


- Me dá 5 minutos! – pediu, demonstrando estar chateado com a situação.


- Eu mandei sair. – Eu disse, arqueando a sobrancelha.


- Não vou sair! – Ele me respondeu do mesmo jeito. Bem, se ele queria me tirar do sério – de novo- ele tinha conseguido.


- Ah, você vai sim, . – Eu disse indo em sua direção e o empurrando com toda a minha força em direção a porta. Se eu fosse um garoto ele com certeza estaria me batendo naquele momento. Com um certo sacrifício, consegui colocá-lo do lado de fora do meu quarto e bati a porta com força em sua cara. Tranquei pra evitar que ele entrasse de novo. Foi só fechar a porta que as lágrimas invadiram o meu rosto imediatamente.


Capítulo 4 - Desculpa pra agora, baile pra depois


OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Acordei naquela manhã até pensando em não ir para a escola. passaria a manhã enchendo o meu saco. Eu tinha aula de matemática naquele dia, não podia faltar.



- Finalmente um dia sem se atrasar... – Minha mãe disse, assim que viu eu e o descendo as escadas.


- A resolveu se apressar hoje. – disse, se fazendo de cínico.


- Ahn é, sou eu sim! – Eu disse, revoltada. Era sempre ele que me atrasava.


- Claro que é, você sabe que é. – riu dessa vez. Ele sabia que estava me irritando.


- ...cala a boca, vai. – Eu disse de saco cheio. Todo mundo tinha tirado a semana pra encher o meu saco?



Fomos direto pra escola naquele dia. tinha avisado que iria mais cedo pra escola pra ver alguns papéis na secretária. Ao chegarmos na escola, as meninas ainda não haviam chegado. Pude ver de longe que os meninos já tinham chego. Estavam em uma rodinha há alguns passos de mim.



viu quando eu e chegamos e não desgrudou os olhos de mim. ao me ver, me deu um xau de longe. Eu retribui, rindo. Normalmente eu iria até eles e ficaria com eles até as garotas chegarem. Não foi isso que eu fiz dessa vez. Desci diretamente pra minha sala. Eu não estava nem um pouco a fim de ouvir a voz do .


- Ué, cadê a ? Eu acabei de ver ela chegando com você. – perguntou, me procurando pelo pátio da escola.


- Não sei, acho que desceu. – respondeu, erguendo os ombros.


- Ela não quer nem chegar perto do . – disse, olhando feio pra .


- Vocês vão ficar jogando isso na minha cara toda hora? – perguntou, suspirando demonstrando a sua irritação.


- Eu nunca vi ela tão brava. – respondeu. – E olha que o histórico de vocês é beeeem, beeeem grande. – Ele disse, fazendo com que e rissem.


- Eu tentei pedir desculpa pra ela ontem. E sabe o que ela fez? – fez uma pausa. – Bateu a porta na minha cara. – disse com um tom indignação. – Então, não me digam que eu não fiz nada pra concertar, ok? – disse, irritado.


- Eu vou falar com ela. – disse, indo em direção a escada.


- ! Hey! – Ouvi gritar atrás de mim. Me virei para olhá-lo e ele sorria.


- Hey baby. – Eu disse, rindo.


- Então.. – sorriu, dando a entender de que queria falar comigo.


- Eu sei, você quer falar do . Eu te conheço, . – Eu disse, revirando os olhos.


- Você está se afastando de todo mundo por causa daquele bicha. Eu não admito isso, . – disse, fingindo estar bravo. – Você sabe que ele só faz merda, só fala merda. Você sabe disso mais do que ninguém. – disse com um sorriso fraco no rosto. Eu ri dos argumentos dele.


- E como eu sei. – Eu concordei.


- Então, deixa isso pra lá... – disse, colocando as mãos nos cantos da minha boca e os puxando pra cima. – E sorria. – Ele disse, rindo da sua própria atitude.


- Ele não precisava jogar aquilo na minha cara. Aquele assunto é delicado pra mim.. – Eu disse tirando as mão de do meu rosto.


- Ele sabe que fez besteira. Até está querendo se desculpar. – disse com um sorriso fraco no rosto.


- O QUE? DESCULPA? – Eu gritei e comecei a rir histericamente. estava querendo me pedir desculpa? Até parece.


- Para de rir, sua sacana. – disse, rindo. – Ele está se esforçando ao máximo pra fazer isso. – balançou a cabeça, reprovando a minha atitude.


- Tanto faz. No intervalo a gente vê isso. – Eu disse, sorrindo tentando tranquilizar .


- No intervalo, então. – Ele confirmou.


- Certo. – Eu sorri.


- Agora deixa eu ir por que o sinal já vai bater. – disse, se aproximando do meu rosto e beijando minha bochecha.


- Até depois. – Eu sorri pra ele. Eu entendi exatamente o que ele tentou fazer ali e eu adorava ele por isso. Sempre se preocupa comigo e sempre me ajuda nos momentos difíceis.





A aula do Sr.Barry foi chata como sempre. Eu não via a hora de chegar o intervalo. Ver o pedindo desculpa pra alguém não é uma coisa que se vê todos os dias. Ao ouvir o sinal do intervalo bater, fui direto pro meu armário guardar o meu nada pesado, livro de Matemática.





- Por que você não me atendeu ontem? – apareceu toda irritada ao meu lado.


- Eu não ouvi, estava no vibra. Desculpa. – Eu fiz uma cara de piedade e sorriu.


- Não faça mais isso. Você me deixou preocupada. Só não fui na sua casa, por que minha mãe não deixou. – fingiu um tom de autoridade, fazendo com que eu sorrisse.


- Tudo bem. – Eu sorri para a mostrar a minha gratidão pela preocupação dela. – Cadê as meninas? – Eu mudei de assunto rapidamente.


- Elas correram pra cantina. – disse, fazendo com que eu risse.


- Como sempre. – Eu ri, lembrando das vezes que elas faziam isso.


- Vamos, todo mundo já esta na mesa. – disse, olhando pra nossa mesa. Eu também olhei pra lá e rapidamente avistei , que também viu que eu me aproximava. Aquele momento seria épico.


- Hey ! – disse gentilmente. também era um doce. Já tive vários papos interessantes com ele.


- Hey! – Eu disse empolgadamente, olhando rapidamente pra todos na mesa. Me sentei entre e e fiquei exatamente na frente de . Eu tinha que ter um ótimo ângulo da cena que aconteceria em poucos segundos.




Olhei pra , ele olhava pra mim quase rindo. Acho que ele não se conformava do quanto eu estava empolgada com o fato do me pedir desculpas. não olhava pra mim nem por um segundo. Sua cabeça estava baixa enquanto ele mexia em um dos zíperes de sua bolsa.




Enquanto me contava uma história da sua aula de Artes, eu pude perceber a cotovelada que deu em , acho que para lembra-lo do que devia fazer. o olhou com uma cara feia e falou algo sem emitir som, algo que eu não consegui entender.




- , o quer falar com você. – disse, repentinamente. Todos na mesa olharam pra cara do que fuzilou com o olhar.


- O que? – Eu me fiz de desentendida. Todos na mesa olhavam a cena com atenção.


- Fala, Jonas! – disse, rindo. Muitos encarariam aquela atitude de de forma ruim, mas eu entendi exatamente o que ele queria fazer. Ele sabia que queria fazer aquilo. Sabia o quanto fazer aquilo era difícil pra ele. Ele apenas tentou incentivá-lo.


- Posso falar agora? – Ele olhou torto pra mim.


- O que você quer, Jonas? – Eu disse devolvendo a mesma cara feia pra ele.


- Ta vendo! – Ele balançou a cabeça negativamente. – Não precisa falar assim, garota. Eu to falando numa boa com você! – disse em um tom revoltado.


- Tudo bem... – Eu o encarei e forcei um SUPER sorriso. – O que você quer, Jonas? – Eu disse dessa vez sorrindo forçadamente. Eu tinha falado mais educadamente agora, né?


- HAHA – fingiu achar graça. - Posso falar? – Ele disse com a expressão séria, mesmo enquanto todos na mesa riam da minha graça.


- Fala. – Eu disse em meio a um suspiro de irritação.


- Eu não devia ter falado aquilo ontem.. – disse depois de hesitar por um bom tempo. Eu arqueei a sobrancelha.


- Hm.. – Eu disse encarando ele seriamente. Eu percebi o quanto ele estava tenso por estar falando aquilo pra mim. Isso foi o bastante pra eu explorar aquele momento o máximo que eu pude.


- Me desculpa. – disse mostrando-se arrependido. Eu sorri de lado.


- O que? – Eu quase ri. – Não entendi. – Eu disse voltando a encará-lo.


- Me desculpa! – disse um pouco mais alto, dessa vez também me encarando com um olhar raivoso. Ele já havia entendido a minha estratégia.


- Por que você está falando tão baixo? – Eu arqueei a sobrancelha. – Eu não ouvi. – Eu balancei a cabeça negativamente, me segurando pra não rir. Percebi o olhar de riso de todos que estavam na mesa. colocou as mãos no rosto, sem acreditar que eu estava mesmo fazendo aquilo.




Eu ainda olhava pro , ele me encarava com toda a raiva do mundo e balançava a cabeça negativamente. Ele então se levantou do banco, apoiou as mãos sobre as mesa e inclinou o seu corpo em minha direção, deixando o seu rosto muito perto do meu.




- Eu pedi pra você ME DESCULPAR, porra! – Ele gritou na minha cara, irado. – Entendeu agora, ? – Ele disse ainda naquela posição, voltando a usar o seu tradicional sorriso sarcástico. Eu sorri de lado, quase rindo.


- Agora sim, . – Eu ri dessa vez, fazendo com que ele voltasse a sentar em seu banco de forma revoltada. – Pense primeiro antes de falar, Jonas. – Eu disse, deixando o riso de lado e mostrando a minha raiva pelo ocorrido do dia anterior.


- E você, vê se aprende e ser educada e não fechar a porta na cara dos outros. – Ele disse em tom irônico.


- Porta do MEU quarto. Abro pra quem quiser e fecho na cara de quem eu quiser. – Eu disse em tom de desprezo. O sangue me subiu a cabeça novamente ao vê-lo repetindo o que eu havia falado com uma voz irritante. Se ele fosse uma garota, eu já tinha saído rolando com ele pelo pátio da escola. – Muito maduro, como sempre. – Eu revirei os olhos, enquanto ele ria. Todos na mesa também riam com a imitação ridícula dele. Eu mereço.


- Vocês não tem jeito.. – disse, ainda rindo.


- Desculpa atrapalhar.. – Uma voz conhecida disse. – Eu posso falar com você, ? – Era o Peter. OMG, o que ele quer? Estou bonita o bastante? Droga.


- Claro. – Eu me levantei da mesa, recebendo olhares desconfiados de toda a mesa. – Pode falar. – Eu disse, sorrindo bobamente quando já tínhamos nos afastado dos meus amigos.


- Você esta bem? – Ele sorriu, fazendo com que eu quase me derretesse ali mesmo.


- Sim, estou. E você? – Eu sorri de volta tentando não parecer tão boba.


- Também estou.. – Ele disse colocando as mãos no bolso demonstrando o seu lado envergonhado. – Bem, eu estava pensando...Você já tem uma companhia pro baile da semana que vem? – Peter fazendo algumas caretas. Meu coração disparou, ele estava me convidando?


- Ainda não.. – Eu disse sorrindo de lado. Percebi o sorriso de orelha a orelha que ele deu a ouvir a minha resposta.


- Então, você gostaria de ir comigo...como nos velhos tempos? – Peter disse todo sem jeito. Ele não costumava ser tão envergonhado com essas coisas. Esse ‘velhos tempos’ fez parecer que tínhamos 60 anos.


- Claro. – Eu disse, controlando a minha vontade de sair saltitando pela escola.


- Então, durante a semana nós combinamos os horários, certo? – Ele sorriu novamente.


- Certo. – Eu concordei com cabeça.





- A garota não cansa de sofrer.. – disse para , enquanto olhava eu e Peter conversar.


- O cara é um idiota e ela sabe disso. Se ela gosta.. – disse, bebendo um gole do refrigerante da .



- OMG! – Eu quase gritei, assim que voltei a mesa. Todos olharam pra minha cara, esperando pelo que eu diria. – Ele me convidou pro baile. – Eu disse, histericamente.


- YEAH! – disse batendo palmas.


- Vocês vão voltar? – perguntou com os olhos brilhando. Os garotos nos observavam com cara de idiotas. Eles odiavam o Peter, principalmente o .


- Eu espero! – Eu disse, mostrando a minha felicidade com o que tinha acabado de acontecer.


- Estou torcendo! – me abraçou de lado. Os meninos mantinham os seus olhares revoltados sobre nós.


- Você sabe que eu não gosto desse cara, . – disse, tentando fazer o seu papel de irmão chato.


- E daí? – Eu revirei os olhos.


- Você acha mesmo que é uma boa ideia? – perguntou, arqueando a sobrancelha.


- Eu acho que sim. O que poderia acontecer? – Eu olhei pro , que fazia uma cara feia.


- Por que justo esse cara hein? – perguntou, fazendo careta. Ok, toda essa revolta só por que eu ia ao baile com o Peter?


- Cadê o seu amor próprio, ? – disse com o mesmo tom irônico. Estava demorando mesmo pra ele se manifestar sobre o assunto.


- Não enche, Jonas. – Eu disse, lançando olhares raivosos sobre ele e os outros garotos. – Eu sei que vocês estão preocupados. Tudo bem. É só um baile. – Eu sorri pros outros garotos.


- Se aquele cara fazer alguma merda, eu vou quebrar a cara dele. – disse todo irritado e eu ri.


- Ele não fará ou eu mesma vou dar na cara dele. – Eu disse, fazendo com que os garotos rissem da minha cara. – É sério. – Eu disse num tom sério e eles continuaram rindo. Qual é?


- E vocês garotas, com quem vão? – perguntou, despertando a curiosidade de todos na mesa.


- Eu não vou com ninguém. – disse, despertando o interesse de . – Eu arranjo um par por lá. – disse meio rindo.


- Também não quero um par. Não tem uma pessoa decente o suficiente pra me acompanhar. – disse fazendo uma careta. Todos riram.


- Desculpa ae.. – riu.


- Eu ainda não encontrei um par. – disse com uma cara desanimada. Os olhinhos de brilharam.


- E você quer um? – perguntou, interessado.


- Seria legal.. – sorriu fraco. Ela visivelmente precisava de uma companhia.


- Eu estou de bom tamanho pra você? – disse num tom sedutor fazendo com que todos na mesa olhasse pra cara dele.


- Você está me convidando pra ir no baile com você? – disse, chocada.


- É.. Você aceita? – deu o seu melhor sorriso. Confesso que foi muito sedutor. sorriu, sem jeito.


- Não. – disse fazendo com que arregalasse os olhos de forma engraçada. Os garotos logo riram do fora que tinha acabado de levar. – Estou brincando. É claro que aceito. – disse, fazendo com que risse de forma aliviada. mostrou a língua pros garotos, que ainda riam.





O intervalo terminou e eu voltei pras minhas aulas que passaram de forma rápida naquele dia. As garotas tinham combinado de ir tomar sorvete em uma sorveteria ali perto, mas eu não pude ir. Tinha que estudar pra uma prova.



Capítulo 5 - Trapacear e viajar, é só começar




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Naquele dia, tínhamos combinado de fazer um trabalho na minha casa. faria o trabalho com os seus amigos e eu com as garotas. Ambos os trabalhos eram de Sociologia, a única matéria que tínhamos todos juntos.




- Eu não to nem um pouco a fim de fazer essa porcaria.. – revirou os olhos.


- E você acha que eu quero? – também estava revoltado.


- Se vocês pararem de reclamar, a gente termina isso mais rápido! – disse, atacando uma almofada na cara de e .


- Vamos fazer isso logo! – quase gritou. Eu e as garotas podíamos ouvir a conversa deles do meu quarto, que ficava ao lado.




- Cara, o trabalho deles vai ficar um droga. – riu.


- Querem apostar que daqui a pouco eles vão vir pedir a nossa ajuda? – disse, rindo e nós também rimos.


- Bem, eu acho que eles vão fazer isso daqui 20 minutos.. – riu.


- Eu acho que 10 minutos é o suficiente.. – gargalhou.


- 5 MINUTOS! – Eu gritei e todas riram.





5 minutos depois e adivinha só?





- Hey meninas! – disse de forma empolgada. Os garotos estavam com ele.


- YEAH, GANHEI! – Eu gritei e todas riram. Os garotos se entreolharam sem entender nada.


- Ganhou o que, garota? – disse em um tom engraçado.


- Nós apostamos quanto tempo vocês iam demorar pra virem pedir a nossa ajuda no trabalho.. – explicou, rindo.


- Wow! A fé que vocês tem em nós é comovente, garotas.. – disse, cerrando os olhos. Nós rimos.


- Ela acertou, não acertou? – riu.


- Ta, vocês estão duvidando da nossa capacidade? – disse também cerrando os olhos.


- Não, nós conhecemos a capacidade de vocês. É diferente.. – riu baixo, enquanto eu, e gargalhávamos.


- Quer saber? Nós vamos fazer essa porcaria de trabalho, vamos tirar um A e eu vou colar na testa de vocês! – disse, vingativo.


- Pago pra ver! – provocou.


- Paga quanto? – disse em tom irônico.


- O suficiente.. – riu e piscou um dos olhos. Os garotos riram da cara de bobo que o ficou.


- Ok, vocês podem sair agora? Nós temos um trabalho pra fazer. – disse com um sorriso falso.


- Vocês vão se surpreender com o nosso trabalho. Escreve isso! – disse, cerrando os olhos e saindo do meu quarto, levando os outros meninos com ele.





Passamos a tarde toda fazendo o nosso trabalho. Terminamos ás 18:00. Os garotos tinham ficado trancados no quarto do o dia todo. Minha mãe pediu que todos ficassem pra jantar.





- Está uma delícia, Sra.. – disse de forma educada, enquanto jantávamos.


- Obrigada, querido. – Minha mãe disse, se achando.


- Está mesmo! – sorriu, enquanto enfiava um garfo cheio de arroz em sua boca.


- E como foi o trabalho hoje? – Minha mãe perguntou.


- Foi legal, nós demoramos mas gostamos do resultado. – disse entre uma garfada e outra.


- O nosso ficou bom também.. – respondeu com um olhar maligno pra todas nós, que rimos.


- Quero só ver as notas depois.. – Minha mãe brincou.


- Vamos tirar A, mãe. – disse, nos provocando

.
- Nós também vamos, mãe. – Eu também provoquei.


- Então acho que já escolhi um modo de escolher um dos grupos. – Minha mãe disse, pensando alto.


- Como assim, mãe? – Eu perguntei sem entender. Na verdade, todos na mesa estávamos boiando.


- Tudo bem, eu vou contar... – Minha mãe sorriu de lado. – Mas eu NÃO QUERO BRIGAS, ok?


- Ela disse com uma cara de brava, fazendo com que todos na mesa fizessem cara de anjo.


- Ok, conta logo mãe.. – disse, eufórico.


- A tia de vocês, a Janice, me ligou essa semana. – Todos ouviam ela atentamente.


- O que ela queria? – interrompeu.


- Deixa ela falar, garoto.. – Eu disse, fazendo uma cara feia pra , que mostrou a língua pra mim.


- Ela vai viajar pra Europa nesse feriado e precisava que alguém cuidasse da casa pra ela durante esses dias. – Todos na mesa sorriram empolgados. Só faltou sairmos saltitando pela casa, juro. – Eu e o pai de vocês não poderemos ir, já temos alguns compromissos na empresa. – Minha mãe dizia, medindo as palavras.


- Eu vou mãe! – se manifestou.


- Sonha! – Eu sorri, ironicamente.

- Já vão começar? – Minha mãe disse brava. Eu e sorrimos pra ela no mesmo momento.


- Pode falar, mãe. – Eu fiz cara de santa.


- Então, eu achei que vocês poderiam ir. – Minha mãe disse com um quase sorriso no rosto.


- Desculpa.. mas quem seria ‘vocês’? – se entrometeu, com os olhos brilhando.


- Bem, se o for ele vai poder levar vocês três.. – Minha mãe disse apontando pra , e , que quase caíram da cadeira. – Já se a for, ela poderá levar vocês três.. – Minha mãe apontou pra , e , que soltaram gritinhos empolgados.


- Mãe, eu já disse que te amo? – disse abraçando-a de lado.


- Sai fora, eu amo mais.. – Eu empurrei o e abracei a minha mãe do outro lado.


- Eu acho que o ama mais a senhora.. – riu.


- Eu acho que a é bem mais amorosa com a senhora do que o .. – disse com um sorriso convincente no rosto.


- PAREM! – Minha mãe gritou, assustando todos na mesa. – Eu não posso escolher nenhum dos grupos, seria injusto. Então, vou fazer assim: O grupo que tirar a maior nota nesse trabalho, vai pra Nova York! – Minha mãe explicou detalhadamente.


- JÁ GANHAMOS! – gargalhou.


- Vocês podem se surpreender, garotas.. – disse, lançando um de seus olhares malignos.


- Até parece.. – riu.


- Vamos ver então! – cerrou os olhos.


- Vamos ver, então! – Eu repeti também cerrando os olhos.


- Desculpa baby, mas eu vou pra Nova York, sem você. – piscou pra , que fez cara feia


- Eu é que vou! – disse, irritado. gargalhou.


- Se vocês brigarem, eu cancelo tudo isso! – Minha mãe disse irritada. Todos voltaram a agir como anjos.


- Você sabe que eu te amo, né ? – piscou pra mim, tentando se fazer de santinho.


- Eu também te amo, . – Eu pisquei um dos olhos pra ele.


- Ok, acho que nós vamos subir pra dar uma última conferida no nosso trabalho. – disse sorrindo falsamente. Nós todas concordamos e nos levantamos da mesa.


- Acho melhor nós fazermos isso também. – levantou com um sorriso nada convincente no rosto.


- Estava tudo ótimo, Sra.. – tentou agradar a minha mãe mais uma vez.


- Estava mesmo. – concordou.




Saímos da cozinha de forma normal, conversando e rindo. Assim que vimos que minha mãe não poderia mais nos enxergar, corremos até a escada. Os garotos correram atrás de nós.




- Você sabe nós vamos ganhar, não é ? – disse assim que passou por mim na escada.


- Vamos ver então, . – Eu disse em tom de provocação.


- Cala a boca e sobe logo! – disse empurrando o na escada. Chegamos no segundo andar da minha casa e os garotos entraram no quarto de e as garotas no meu.


- Ok, nós temos que ganhar essa viagem! – disse eufórica, assim que entramos em meu quarto.


- Eu sei, é Nova York! – deu pulinhos empolgados.


- Não tem a menor chance deles tirarem nota maior que a nossa no trabalho...não é? – Eu disse tentando me convencer do que eu dizia.


- Vocês viram, eles passaram a tarde naquele quarto e eles estavam tão quietos. – disse com um certo receio.


- Eles podiam estar dormindo! – Eu disse quase rindo. Era bem provável.


- Ou podiam estar fazendo o trabalho.. – disse fazendo uma cara feia.


- Ok, nós não podemos correr riscos. – disse se deitando em minha cama.


- Eles sabem que vamos ganhar deles. Tenho certeza que eles estão arrumando um jeito de trapacear. – disse com uma cara pensativa, sentando-se no chão, ao lado de minha cama.


- Com certeza.. – concordou.


- Eu não vou deixar a gente perder essa viagem. Não vou! – Eu disse irritada.


- Seria muito baixo se nós trapacearmos também? – disse, enquanto olhava pro teto.


- Não se eles também vão trapacear... – Eu respondi num quase sorriso.


- Está um silêncio lá, o que eles estão armando? – disse colocando o ouvido na parede que fazia a divisão do meu quarto e o do .





- Fodeu, meu! – disse de forma enlouquecida.


- Fodeu nada, o nosso trabalho ficou bom.. vai. – disse, folheando o trabalho deles.


- Aposto que elas estão morrendo de medo de tirar nota menor. Nós falamos pra elas que elas podiam se surpreender. – disse, rindo.


- Certeza que elas vão dar um jeito de ganhar isso. Elas não vão arriscar perder uma viagem assim.. – disse, já pensando em um plano.


- Vamos dar um jeito de ganhar isso também.. – disse, pensativo.


- Você ta falando em trapacear? – perguntou.


- Eu não disse isso.. é você que ta falando.. – disse, tentando se fazer de inocente.


- Duvido que elas não vão trapacear.. – disse com convicção.


- Também duvido! – concordou.


- Ok,eu vou no banheiro e eu já volto.Não façam planos sem mim! – disse em tom de ordem. Os garotos afirmaram com cabeça.





estava indo em direção ao banheiro e ao passar pelo meu quarto, parou em frente a porta do meu quarto. Ele estava nos ouvindo falar, porém não conseguia entender o que dizíamos, por isso, se aproximou mais da porta.




- Eu acho que eles vão tentar roubar o trabalho.. – Eu disse de forma irritada. Se não tivesse trabalho, não teria nota. Era o plano perfeito.





Ao ouvir as palavras ‘roubar o trabalho’ saindo de dentro do quarto, arregalou os olhos. Nem foi ao banheiro. Voltou imediatamente para o quarto do .





- Nossa, que rápido! – disse, vendo que estava de volta.


- Elas vão trapacear! – disse ainda surpreso com o que tinha ouvido.


- O que? – pensou não ter escutado bem.


- Eu estava passando pelo quarto delas e ouvi elas falando algo sobre ROUBAR O TRABALHO! - disse quase gritando.





- WOWWWWWWWW! – gritou de repente, tirando o ouvido da parede.


- O que é? – perguntou, assustada.


- Ouvi eles falando em roubar o trabalho. – disse, revoltada.


- EU SABIA! – Eu e gritamos juntas.




- Claro! Se não tiver trabalho, não tem nota! – concluiu em voz alta.


- Não existe mais garotas ingênuas hoje em dia.. – disse, indignado.


- Vamos roubar o trabalho delas primeiro. Elas vão ver com quem estão lidando. – disse, decidido.


- Boa! – concordou.


- Como? Elas estão no quarto. – disse, pensando em um jeito de fazer aquilo.





- Vamos roubar o deles primeiro! – disse em tom vingativo.


- Claro! Mas como? Temos que tirá-los do quarto. – concluiu.


- Vamos dar um jeito. – Eu disse, enquanto pensava em como fazer aquilo.


- Garotas.. – Minha mãe de repente entrou no quarto. – Eu vou sair. Vou buscar o pai de vocês no trabalho e depois vamos jantar. Se comportem, ok? – Minha mãe sorriu.


- Pode deixar, Sra. . – sorriu se fazendo de santa.


- Fica sossegada, Sra. . – disse sorrindo.


- Beijos, até depois. – Minha mãe piscou pra nós e sorriu.


- Tchau, mãe! – Eu sorri. Pude ouvir a minha mãe passando no quarto dos garotos e dizendo a mesma coisa.





- Ok, vai ser mais fácil com a minha mãe fora de casa. – disse, feliz por sua mãe ter saído.


- Ta, o que vamos fazer? – perguntou.


- Vamos fazer elas acharem que estamos lá embaixo e quando elas vierem pegar o nosso trabalho, nós pegamos elas no flagra. Damos o sermão nelas, enquanto isso o entra no quarto delas e pega o trabalho. – explicou.


- Genial! - disse, empolgado.


- VAMOS! VAMOS LÁ EMBAIXO FAZER UM LANCHE. – gritou, quando já estavam no corredor.





- Perfeito! Desçam, distraiam eles que eu entro lá e pego o trabalho. – Eu disse quase sem emitir som, para que eles não ouvissem. As garotas concordaram e desceram as escadas segundos depois que os meninos desceram.





- Hey, garotos. – disse, assim que chegou na cozinha. Os garotos estavam sentados e se assustaram ao vê-las.


- Hey! – disse, meio sem jeito.


- Então, o que estão comendo? – puxou assunto.


- Nada, só tomando água. – respondeu, enquanto sorria falsamente.


- Vou tomar água também, estou com sede. – disse tentando disfarçar. – Passa a água pra mim, ? – Ela pediu, educadamente.


- Claro. – também respondeu, educadamente.





Eu sai de meu quarto e entrei no corredor dando pequenos passos. Os garotos não podiam me ouvir. Finalmente cheguei em frente ao quarto de , que aparentava estar deserto. Acendi a luz e olhei em torno no quarto. Vi o trabalho deles em cima da cama. Sorri sozinha. Foi mais fácil do que eu imaginava. Andei até a cama.




- Eai, irmãzinha! – disse de repente. Eu quase tive um ataque cardíaco na hora. DROGA, DROGA.


- Hey, ! – Eu virei pra ele sorrindo falsamente.


- TENTANDO ROUBAR O TRABALHO, QUE ESPERTINHA! – gritou para que os garotos lá embaixo pudessem ouvir e então, um deles entrassem em meu quarto e roubasse o nosso trabalho.


- NÃO TO ROUBANDO NADA! – Eu disse, cínica.





As garotas lá embaixo sentiram seus corações dispararem ao descobrir que haviam sido pegas .E agora? O mais fácil era tentar manter os meninos lá embaixo e deixar que eu me resolvesse com lá em cima. A missão dos garotos era distrair as garotas ali embaixo, enquanto subia e pegava o nosso trabalho em meu quarto.




- Briga de irmãos.. – riu. O plano estava dando certo.


- É, temos que deixar eles se resolverem.. – disse, enquanto disfarçava.


- É.. enquanto isso vou no banheiro. Já volto. – disse, saindo pela porta da cozinha rapidamente.


- Então, como foi o jogo hoje? – perguntou, tentando distraí-lo.


- Foi legal, o fez um gol. Não é, ? – cutucou , que sorriu.


- É, eu fiz sim. Até dediquei ele pra você, . – disse, tentando entreter .


- Own, obrigada. – sorriu com os olhos brilhando.


- E o , não fez gol hoje? Ele sempre faz.. – continuou tentando distraí-los.


- Hoje ele não fez.. – sorriu, sem jeito.


- Nossa, ele ta demorando no banheiro.. – pensou alto.


- Né.. – concordou.


- ESPERA! ELE SUBIU! – de repente gritou.


- Subiu onde? – riu, se fazendo de bobo.


- ! O ESTÁ AI EM CIMA! ELE ESTÁ TENTANDO PEGAR O NOSSO TRABALHO! – gritou, assim que sua ficha caiu.




já estava em meu quarto e procurava o nosso trabalho loucamente. Assim que ouvi o que gritou, corri imediatamente pro meu quarto.





- VOLTA AQUI, ! - gritou ao perceber que o plano deles tinha ido por água a baixo.


- O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO, JONAS!? – Eu perguntei assim que o vi revirando o meu quarto. que estava de costas, se virou rapidamente e sorriu, assustado.


- Eu? Eu to..procurando.. – começou a gaguejar.


- O NOSSO TRABALHO? – Eu disse, quase atacando ele.


- VOCÊS TENTARAM PEGAR O NOSSO PRIMEIRO! – disse também irritado. estava com as mãos pra trás. O meu trabalho estava lá, eu tinha certeza.


- LARGA AGORA O MEU TRABALHO, JONAS! – Eu gritei, indo até ele. Ele continuou com as mãos pra trás. Eu tentava pegar o trabalho de todas as formas.


- SAI! – disse, irritado vendo que eu estava quase esmagando ele, enquanto tentava pegar o trabalho.





Pude ouvir passos rápidos vindo da escada.





- ME LARGA, ! - gritava de forma agressiva.


- VOCÊ NÃO VAI PEGAR O TRABALHO! – gritou de volta.


- SAI DA MINHA FRENTE, ! – gritava.


- PEGA O TRABALHO, ! – gritou assim que viu entrando no quarto de .


- , a TA NO SEU QUARTO! – gritou, enquanto não deixava dar um passo.





- LARGA O TRABALHO AGORA! – gritou assim que viu com o seu trabalho nas mãos.


- NÃO LARGO! – gritou, colocando o trabalho dos garotos atrás de suas costas.




Eu ainda tentava pegar o trabalho das mãos do de todas as formas. Já tinha estapeado e socado ele. Não tinha funcionado.




- VOCÊ ME MORDEU! SUA MALUCA! – gritou, depois de eu ter mordido ele e ter conseguido pegar o trabalho de sua mão. Desci as escadas correndo com o trabalho nas mãos. Quando percebi , e estavam atrás de mim.


- Vocês pegam ela agora, ela me mordeu! – disse, assim que viu que eu não tinha mais pra onde fugir. Eu já estava no quintal.


- Seu bicha! Eu vou! – riu e foi atrás de mim.


- Vai fazer isso comigo, ? – Eu disse fazendo bico. riu.


- Desculpa, . É Nova York! – riu ainda mais alto.





continuava correndo atrás de mim. Eu estava achando que escaparia, quando entrou na minha frente. Ele se jogou em cima de mim. Quando percebi, eu estava no chão com o meu trabalho todo ferrado nas mãos e estava em cima de mim tentando pega-lo de minha mão.




- SAI DE CIMA, IDIOTA! – Eu disse tentando tirar ele de cima de mim.


- DÁ O TRABALHO, . – disse quase alcançando a minha mão. Quando ele finalmente alcançou, começou a puxá-lo. Eu puxava de um lado e ele do outro. Meu coração pareceu parar quando ouvi o meu trabalho sendo rasgado ao meio.


- NÃAAAAAAAAAAAO! – Eu gritei, desesperadamente.


ria, ainda em cima de mim.


- OPS! – Ele disse, cinicamente.


- SEU DESGRAÇADO! – Eu comecei a socá-lo ali em cima de mim. Os meus tapas pareciam nem fazer cócegas nele.


- Para de me bater, garota! – gritou revoltado, saindo de cima de mim.


- SEU IDIOTA,OLHA O QUE VOCÊ FEZ! – Eu disse com o meu trabalho na mão.


- VOCÊ COMEÇOU! – riu pra mim. e também riam.


- AGORA VOCÊ VAI VER! – Eu disse, cerrando os olhos pra ele e correndo pra dentro de casa e os tranquei pro lado de fora da casa. Eles começaram a socar a porta, tentando entrar. - O TRABALHO DE VOCÊS JÁ ERA! – Eu disse rindo e saindo correndo em direção a escada. Eu ouvia os gritos desesperados deles do lado de fora, quando eu finalmente cheguei ao quarto de . , e tentava pegar o trabalho. mantinha o trabalho no alto.


- PEGA, ! – disse, assim que me viu. Sem pensar duas vezes, eu pulei nas costas do , alcancei o seu trabalho e na primeira oportunidade, o rasguei.


- SUA RETARDADA! – gritou, irado. Eu e as garotas gargalhávamos.


- Ninguém mandou rasgar o nosso. – Eu disse, vitoriosa. As garotas quase começaram a chorar quando me ouviram dizer que o nosso trabalho havia sido rasgado.


- Você ta brincando, né? – disse, fazendo bico.


- O idiota do rasgou. – Eu disse, fazendo bico também. começou a gargalhar. Foi o suficiente pra ir até ele e começar a estapeá-lo.


- Sai fora, ! – gritou, se esquivando de .


- Seu imbecil! – disse, revoltada.


- Que ótimo ,agora não tem trabalho nenhum. – cruzou os braços, irritada.


- Merda.. – quase gritou. Os garotos gritavam tão alto no quintal, que era possível ouvi-los do quarto do . – Cadê os caras? – perguntou, depois de ouvir os gritos.


- Eu tranquei eles lá fora. – Eu disse inocentemente. As garotas começaram a rir.


- Você é foda hein, .. – suspirou, enquanto saia do quarto. Nós acompanhamos ele. Descemos as escadas e fomos em direção ao quintal. Ao abrirmos a porta, os três estavam sentados na grama. Eu não consegui me conter e comecei a rir.


- Me diz que o nosso trabalho esta a salvo. – disse, tentando manter a calma.


- Veja você mesmo.. – disse, enquanto estendia o braço e mostrava o trabalho deles todo rasgado.


- Puta que pariu.. – suspirou, revoltado.


- E agora? – disse, desolado.


- E agora, vamos zerar. – respondeu, lançando olhares malignos pra mim e para as garotas.


- Elas também vão.. – respondeu, enquanto se sentava ao lado dos garotos.


- Não se a gente refazer.. – respondeu com um quase sorriso no rosto.


- Refazer? A gente passou 5 horas fazendo aquilo. – disse, fazendo bico.


- Querem ir pra Nova York ou não? – perguntou.


- Claro.. – Todas respondemos juntas.


- Então vamos refazer.. – sorriu. Parecia a única solução.


- Que merda meu. Por que vocês são tão cdf’s? – disse de saco cheio.


- Nós é que vamos passar a noite refazendo o trabalho. Qual o problema? – perguntou, sem entender qual era o problema.


- Se vocês refazerem, nós também vamos ter que refazer.. – revirou os olhos.


- Problema de vocês.. – sorriu, falsamente.


- Ok, vamos refazer, mas vamos combinar uma coisa. – disse, se levantando.


- Combinar o que? – perguntou, já desconfiando.


- Sem trapacear, sem roubar e rasgar trabalhos, ok? – respondeu em tom de ordem.


- Eu concordo. Essa idiotice só fez a gente se foder. – Eu disse concordando. Todos concordamos.





Minha mãe havia deixado que todos dormissem em casa, desde que o meninos arranjassem um lugar pra dormir no quarto do e as garotas no meu. As garotas e os garotos foram pra suas casas pegar uma roupa pra dormir e o uniforme pra usar amanhã. Passaríamos a noite em claro fazendo aquele maldito trabalho. Cochilamos algumas vezes, era inevitável. Mas ás 4:30 os trabalhos estavam prontos. Aproveitamos pra dormir até 5:30.


Capítulo 6 - O ódio vem a pé e o amor de carro




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Eu acho que vou dormir em todas as aulas, hoje.. – suspirou, enquanto se levantava pra ir pra escola.


- Você sempre dorme nas aulas.. – riu. atacou uma almofada nele. Ter passado a madrugada refazendo aquele trabalho não foi nada fácil pros garotos. Também não foi pras garotas.



- Levanta, ! – tentava não gritar tão alto pra não acordar o resto do pessoal da casa.


- Sai ! – disse atacando uma almofada na cara de .


- Vocês tem que levantar, meninas. Se chegarmos atrasadas na escola, não poderemos entregar o trabalho. – disse, tentando fazer com que a gente acordasse.


- Cala a boca, ! – Eu ataquei uma almofada dessa vez.


- Eu vou atacar água em vocês. Duvida? – disse, levantando da cama e indo até o banheiro.


- TA BOM, já acordei! – Eu gritei furiosa. O meu humor de manhã não era dos melhores.


- Que droga, vocês nem parecem estar dormindo. Parecem estar mortas, isso sim. – comentou, revoltada.


- ANDA ! VAI ! – Eu disse, atacando uma almofada na cara de e , que suspiraram irritadas.


- TO INDO! – disse, cerrando os olhos.


- Também to. Mais 5 minutos.. – usou sua voz manhosa.


- LEVANTA ! – berrou dessa vez.


- Nossa, to indo! – disse, assustada com o grito de .


- Cadê o trabalho? – Eu perguntei, preocupada.


- Ta dentro da minha bolsa. – disse, enquanto se espreguiçava na cama.


- Certo. Então vão tomar banho logo pra gente não se atrasar. – Eu disse, entregando uma toalha na mão de cada uma delas.





foi a primeira a ir tomar banho. foi na sequência. Depois e depois eu. Os garotos estavam tomando banho no banheiro do andar debaixo.




- Puta que pariu, a água não queria esquentar. – disse, saindo de shorts e sem camisa do banheiro. Sua toalha estava pendurada em seu ombro.


- Demorou pra esquentar na minha vez, também. – disse, enquanto passava a toalha por seu cabelo, na tentativa de secá-lo.


- Esse chuveiro é uma porcaria. O do andar de cima é bom, mas as meninas estão usando. – revirou os olhos.


- Parem de reclamar e andem logo. Se a gente não chegar na escola, não tem entrega de trabalho e não tem Nova York. – disse, revoltado. Os garotos reviraram os olhos pra ele.





Finalmente estávamos prontas. com certeza era a que mais demorava pra ficar pronta. Já estávamos com uniforme, com nossas bolsas e o nosso trabalho, é claro.




- Vamos descer pra tomar café. – Eu disse indo em direção a porta. Elas me acompanharam. Cheguei na cozinha e vi um bilhete na geladeira: ‘Eu e o pai de vocês tínhamos uma reunião cedo, hoje. A Liza vai preparar o café da manhã pra vocês. Boa aula. Beijos.’ Liza era a nossa empregada.


- Bom dia garotas! – Liza apareceu de repente na cozinha.


- Ah, oi Liza. – Eu disse, sorrindo. Ela era ótima.


- Hey Liza! – As garotas disseram juntas.


- Então, já sabe o que vão querer de café da manhã? – Liza perguntou, simpaticamente.


- O de sempre, acho. – Eu sorri pra ela.


- Panquecas? Entendi. – Liza piscou pra nós, que rimos.


- E os garotos, já foram? – perguntou, curiosa.


- Não, eles estão terminando de se arrumar. – Liza disse, sorrindo.


- Hm.. – revirou os olhos.




Minutos depois, ouvimos risadas e vozes grossas. É, eu acho que os garotos estavam vindo.




- Bom dia, garotos! – Liza disse, gentilmente.


- E ai, Liza! – disse, simpático.





Eu e as garotas não nos atrevemos a olhar pra trás para olhá-los. Só vimos eles, quando se sentaram em nossa frente. Eles já estavam devidamente vestidos.




- Bom dia, garotas. – disse com um sorriso grande no rosto.


- Bom? Só se for pra você. Passamos a noite em claro por causa de vocês. – revirou os olhos.


- Nós também passamos a noite acordados por causa de vocês. Superem.. – disse, sorrindo falsamente.


- Ok, calem a boca e não comecem com isso. – disse, revoltada. Todos a olharam assustados. – O que? É verdade. Por causa dessas brigas idiotas, passamos a noite em claro. – disse, ainda irritada.


- Own! Vai lá acalmar ela, ! – disse rindo. Todos na mesa riram, menos que lançou um olhar maligno pra . – Ok, foi mal. – disse meio receoso depois de receber o olhar de .


- Conseguiram terminar o trabalho pelo menos? – perguntou.


- Sim e vocês? – Eu perguntei, enquanto comia uma panqueca.


- Também.. – respondeu, educadamente.





Todos tomaram o café da manhã, sem pressa. Afinal, havíamos acordado cedo. Não estávamos atrasados.




- Vamos, então. – disse, assim que viu que todos terminaram de tomar café.


- Vamos.. – disse concordando, enquanto todos se levantavam da mesa.





Todos agradeceram Liza pelo café, que estava mesmo ótimo.





- Vamos ter que ir em 2 carros. – avisou.


- WOW! É mesmo, ? – a provocou.


- Cala a boca, ! – disse, irada.


- Eu vou subir, pegar um caderno que esqueci e já volto. – Eu interrompi, enquanto subia as escadas.


- Eu vou no banheiro e já encontro vocês. Quem for comigo, me espera que eu já venho. – avisou, enquanto ia em direção ao banheiro.


- Ok, eu espero pra ir com você. – disse, enquanto sentava no sofá.




, , , e entraram no carro de (que teoricamente também era meu) e saíram em direção a escola. Desci as escadas e só vi sentado no sofá.




- Ué.. cadê o resto do povo? – Eu perguntei, sem entender.


- Já foram. Nós vamos com o . – sorriu. Com o ? Por que DEUS?


- O que tem eu? – apareceu na sala, de repente.


- Nós vamos com você. – riu. Eu revirei os olhos. Fui em direção a porta e depois até ao carro de .


- Eu não vou te levar, . Não quero correr o risco de levar outra mordida sua. – disse, fazendo com que gargalhasse. Eu pularia no pescoço dele se eu não estivesse com tanto sono.


- Ok, foda-se você, Jonas. Eu vou a pé. – Eu disse revoltada, enquanto ia em direção a rua. Eu ia mesmo a pé.


- Eu to brincando, . – disse com seu sarcasmo que tanto me irritava. Eu continuei andando. Eu não ia com ele agora, só de birra.


- Eu não estou, . – Eu disse com uma cara de desprezo.


- Hey! – disse, enquanto puxava o meu braço me impedindo de continuar andando. – Eu só estava brincando. Entra logo no carro. – disse, visivelmente irritado.


- Eu não estou nem um pouco a fim de ouvir as suas gracinhas hoje, Jonas. – Eu disse, ainda irritada, enquanto tentava me desvencilhar das enormes mãos de .


- Ok, eu não sabia que você estava de TPM, hoje! – disse com um quase sorriso no rosto. TPM? Ele ainda não me viu de TPM. A minha raiva foi tanta que eu consegui me soltar da mão dele com força e continuei andando.- Ok, tanto faz. – riu de si mesmo. Eu nem respondi. Simplesmente continuei andando.




- Vai , para de graça. Entra logo no carro! – disse com uma voz de irritação. Senti que ele estava bem atrás de mim.


- Vai logo, Jonas. Eu vou a pé. – Eu disse, sem olhá-lo.


- Você vai mesmo me forçar a fazer isso? – perguntou em tom de ameaça. Eu continuei sem responder e andando. – Então ta. – disse e em segundos apareceu na minha frente, segurou a minha cintura, me levantou e me colocou no seu ombro, como se eu fosse um saco de cimento.


- ME LARGA, JONAS! – Eu comecei a espernear. Ele parecia não sentir os meus tapas e chutes. Eu escutava as gargalhadas de de dentro do carro. – ME SOLTA! – Eu continuei gritando.




Chegamos ao seu carro e ele me colocou cuidadosamente no banco do passageiro e bateu a porta do carro com força. Ele deu a volta no carro e em segundos estava ao meu lado, no banco do motorista.




- SEU IMBECIL! NUNCA MAIS OUSE FAZER ISSO! ENTENDEU? – Eu gritei, enquanto estapeava seu braço com toda a força que eu consegui. Eu estava histérica.


- Eu pedi pra você entrar no carro, você não fez isso. Eu mesmo fiz. – disse, quase rindo enquanto ligava o carro. Eu parei de estapeá-lo quando percebi que aquilo não estava afetando nem um pouco ele.


- Cara, eu deveria ter gravado isso! – disse, ainda rindo.


- Há há! – Eu ri ironicamente, enquanto fazia uma cara feia pro .


- Ta foi mal, ok? Mas eu não tenho tempo pro seu charminho hoje, ok? – disse, quando percebeu que eu tinha realmente ficado irada com a situação. Charminho? Affe, ele queria me irritar ainda mais, né?


- Ta bom, cala a boca, Jonas. Eu não aguento mais ouvir a sua voz. – Eu disse, ainda irritada.


- Eu já pedi desculpa. Se não quiser desculpar, o problema é seu. – disse, voltando a ficar irritado.


- Não enche o meu saco. Que droga, Jonas! – Eu gritei revoltada. Ok, talvez eu estivesse de TPM, ok?


- Ta.. – respondeu, revirando os olhos. Eu acho que eu também estava estressada daquele jeito por causa do sono. Eu não tinha dormido nada naquela noite.





Chegamos na escola e fomos ao encontro do resto do pessoal.




- Demoraram, hein.. – comentou assim que viu que nós nos aproximávamos.


- A deu um showzinho, né.. – disse, enquanto fazia careta. Ele já ia começar de novo?


- Vocês deviam ter visto a cena! – disse, voltando a rir. Eu fuzilei ele com os olhos e ele segurou o riso.


- O que aconteceu? – perguntou, rindo de .


- A não queria vir com o , então o carregou ela a força até o carro. – disse, voltando a rir. Eu suspirava de tanta raiva.


- NÃO ACREDITO! – gritou. – NÃO ACREDITO QUE PERDI ISSO. – disse, rindo escandalosamente, assim como o resto da turma.


- Se vocês quiserem, eu repito pra vocês verem.. – disse se aproximando de mim, rindo.


- Não se atreva! – Eu disse olhando pra ele de forma maligna e ele rapidamente se afastou.


- Quando vocês vão tomar jeito, hein? – disse, rindo.


- Nunca! – Eu e dissemos juntos. Ok, nessa hora eu comecei a rir. Eu estava com tanta raiva, que comecei a rir. Veja só a minha situação.


- Vocês são todos uns chatos, sabiam? – Eu disse, tentando ficar séria.


- É, mas você ama a gente. – disse, rindo. Ok,eu tinha que concordar com isso.




O sinal do inicio das aulas tocou e fomos todos pra nossas aulas. A nossa aula de Sociologia era as duas últimas. Eu tinha as duas primeiras aulas de Matemática e outra de Geografia.




- Chegou a hora de entregar o trabalho. Estou com medo. – disse, dando uma revisada em nosso trabalho. Os garotos estavam do outro lado da sala, fazendo o mesmo.


- Vocês tem uma entrega de trabalho hoje, não é? – Sra.Dark perguntou. A classe respondeu de forma afirmativa. – Então podem traze-los pra mim. – Ela disse, se sentando em sua mesa.




Eu levantei da minha carteira com o trabalho nas mãos. Ele parecia ter um peso enorme. Ele pesava Nova York, tem noção disso? Eu e entregamos o trabalho para a professora na mesma hora. Pude perceber que ele também estava tenso.




- Bem, como eu tenho todos esses trabalhos pra corrigir, então vou dar uma atividade pra vocês. – Sra.Dark disse, fazendo com que a classe soltasse gritos de ‘ahh’. – Vai ser diferente dessa vez. Vai ser em dupla. – Sra.Dark disse. No momento em que ela disse isso, a classe já estava se auto dividindo em duplas. Eu já estava juntando a minha carteira com a de . – Como eu disse, será diferente dessa vez. Então, não são vocês que vão escolher as duplas. – A classe soltou novos gritos de ‘ahh’. – Os nomes das duplas vão ser sorteados. – Sra.Dark disse, causando um tumulto imenso na classe.




Toda classe era formada por suas panelinhas. Fazer dupla com uma pessoa que você não conhecia seria bizarro. Não só pra mim, mas pra todos. Minha única esperança era a de cair com uma pessoa conhecida.




- Cada um me entrega um papelzinho com o seu nome. – Sra.Dark disse, dando uma pequena olhada nos trabalhos em sua frente. A classe fez o que foi pedido. – Certo, então agora eu vou sortear. Sem reclamações, por favor. – Sra.Dark disse em tom de ordem.


- .. – Ela tirou o primeiro papelzinho. fez uma cara de desespero. – E . – Sra.Dark disse, depois de tirar o segundo papel do saquinho. fez uma cara feia ao ouvir o seu nome.


- .. – Sra.Dark disse, depois de tirar outros papeizinhos do saquinho. – E .. – Sra.Dark disse na sequência. cruzou os braços, mostrando a sua irritação. sorriu, é óbvio que havia gostado. Ok, eu acho que ele e a vão ter que ter uma DR antes de fazerem o trabalho.


- .. – Sra.Dark disse. fechou os olhos e desejou um bom parceiro. – . – Sra.Dark disse, sem perceber o problema que ela havia acabado de causar. Eu ri por um segundo. e passariam a aula toda discutindo, mas eu sabia que eles gostavam daquilo.


- .. – Sra.Dark disse, depois de ter sorteado várias outras duplas. fez uma cara feia com medo do nome que escutaria a seguir. Eu repetia pra mim mesma ‘Não pode ser eu, não pode ser eu, não pode ser eu.’ – . – Sra.Dark disse com um sorriso satisfeito no rosto. DROGA, DROGA, DROGA! Eu não sei por que essas coisas só aconteciam comigo, puta que pariu. Pude ouvir a gargalhada de do outro lado da sala. olhou pra mim e revirou os olhos. Eu fiz o mesmo. Sra.Dark terminou de fazer o sorteio.


- Agora, eu vou entregar um envelope pra cada dupla. Cada envelope tem 5 etapas que devem ser cumpridas. Algumas das etapas necessitam de anotação de vocês, eu quero que vocês me entreguem essas anotações. – Sra.Dark disse com um sorriso empolgado no rosto. Eu já disse que odeio Sociologia? – Vocês vão poder fazer isso fora da sala de aula e devem me entregar até o final das aulas de hoje. Eu vou ficar aqui, corrigindo esses trabalhos. – Sra.Dark disse, abrindo a porta para que os alunos saíssem. Eu não queria levantar da carteira. Eu não queria passar mais de 1 hora com o .


- Vamos logo. Não vai dar tempo de terminar. – disse, aparecendo em minha frente. E ele já começou com a implicância. Eu não respondi, apenas me levantei da carteira e o acompanhei até o pátio.


- Onde nós vamos fazer isso? – Eu perguntei seriamente. Eu não daria liberdade pra nenhum tipo de brincadeira dele.


- Pode ser ali na mesa da cantina... – disse, indo em direção a mesa.


- Não, vamos naquele canto do palco. – Eu disse, deixando ele falando sozinho e fui em direção ao palco. Percebi o suspiro indignado que ele soltou. Ele não tinha o direito de decidir nada ali. Ok, nem eu. Eu sei..


- Ta bom aqui pra você? – disse em tom de implicância.


- Está ótimo. – Eu sorri falsamente pra ele.


- Vamos fazer logo isso, ok? – disse de forma séria.


- Vamos, né. – Eu revirei os olhos.


- Olha só, . Eu também não queria estar aqui fazendo essa porcaria de trabalho com você. Eu também não dormi nada essa noite. Então pode parar com esse seu estresse. – disse, ainda sério. – Dá pra nós fazermos esse trabalho de forma decente? Sem briguinhas ou implicâncias? – perguntou, visivelmente irritado.


- Dá. – Eu revirei os olhos. – Abre logo esse envelope. – Eu disse, tentando mudar de assunto. Eu sabia que ele estava certo. Eu estava realmente atacada naquele dia. abriu o envelope e passou os olhos pelo papel.


- Essa velha ta maluca.. – disse, sem acreditar.


- Por que? O que ta escrito? – Eu disse pegando o papel da mão dele. Estava escrito:





‘Primeiramente, vocês tem que saber o que cada um sabe sobre o outro. Então, cada um de vocês deve falar o que conhece sobre o seu parceiro.’





- É, ela pirou.. – Eu ri.


- Não precisamos fazer isso. Ela nunca vai saber.. – sorriu de lado.


- Você disse pra fazermos isso de forma decente, não é? Trapacear não é uma coisa tão decente assim. – Eu disse, rindo.


- Ta bom.. – fez uma cara feia. – Mas como a gente vai fazer isso? – perguntou com tom de implicância.


- Nós podemos começar como forma de pergunta e depois nós acrescentamos algumas coisas.. – Eu dei a ideia.


- É, pode ser. – disse, se mostrando totalmente desconfortável com a situação.


- Tenta não errar tudo, ok? – Eu ri baixo.


- Errar? Eu sei muito mais do que você pensa, . – também riu, enquanto piscava um dos olhos.


- Você andou me espionando, por acaso? – Eu arqueei uma das minhas sobrancelhas.


- Não, eu não perderia o meu tempo. – disse sorrindo e piscou um dos olhos. Que graça.


- Certo.. – Eu disse meio sem jeito. Logo quando começamos a ter uma conversa civilizada, ele volta com a sua estupidez?


- Ok, desculpa. Essa foi inevitável.. – sorriu fraco.


- Ta, posso começar? – Eu disse, tentando mostrar que aquilo não me afetou.


- Pode.. – disse, enquanto coçava a garganta e tomava postura. Ok, eu ri.


- Certo.. – Eu disse, rindo. – Hmm..Cantor favorito? – Eu disse, convicta de que ele não acertaria.


- Bom Jovi, é claro. – respondeu sem pensar. Ok, essa foi fácil.


- Ator favorito? – Eu disse, rindo.


- Johnny Depp. – respondeu rapidamente, enquanto fazia uma cara de nojo.


- Duvido que acerte essa: filme favorito? – Eu arqueei a sobrancelha. Ele pensou por uns segundos.


- 'Um Amor Para Recordar', eu acho. – disse em um tom meio indeciso.


- Ok! Agora eu tenho certeza de que você me espiona! – Eu disse chocada. Como ele sabia de tudo aquilo? Nem a minha mãe sabia daquelas coisas.


- Eu só presto atenção nas coisas.. – piscou um dos olhos com um sorriso galanteador nos lábios.


- Você presta a atenção em mim? – Eu disse, rindo.


- É claro que não.. – riu, achando aquilo um absurdo. – Ok, continua com as perguntas. – Ele desconversou.


- Ta..cor favorita? – Eu arqueei a sobrancelha, quando percebi que ele ia responder.


- Vermelho.. – Ele gargalhou ao ver o quanto eu fiquei chocada por ele ter acertado essa. – O que? Veja bem, seu esmalte é vermelho, sua bolsa é vermelha, seu quarto é vermelho. Como eu não saberia? – Ele continuou rindo.


- Eu não sabia que dava tanta atenção aos detalhes... – Eu ri junto com ele.


- Ok, posso fazer as perguntas agora? – Ele disse, enquanto parava de rir.


- Pode. Você também será surpreendido. – Eu pisquei um dos olhos pra ele. Ele sorriu de lado.


- Hm...banda favorita? – Ele disse, me desafiando.


- Beatles! – Eu respondi rapidamente.


- Jogo de videogame favorito? – Ele perguntou rapidamente.


- 'Guitar Hero', claro. – Eu ri da pergunta idiota.


- Como assim ‘claro’? – Ele disse, tentando me imitar quando disse a palavra ‘claro’.


- Você joga isso com o lá em casa, quase todos os dias.. – Eu disse, rindo.


- Hm, espertinha. – Ele mostrou a língua.


- Eu também presto atenção nas coisas, . – Eu disse, ironica. Ele riu ao ouvir o apelido.


- Sei.. – Ele sorriu de lado. – Filme favorito? – Ele disse repentinamente.


- Fácil.. 'Velozes e Furiosos'. – Eu disse, sem pensar.


- Não sou só eu que espiono, não é? – Ele arqueou a sobrancelha.


- Eu não perderia o meu tempo.. – Eu dei o troco. Ele voltou a mostrar a língua pra mim.


- Cueca favorita? – Ele disse tentando não rir.


- Graças a Deus que eu não sei essa. – Eu disse, rindo.


- Ta vendo! Você não sabe tudo.. – disse rindo. Era fofo a forma em que os olhos dele quase se fechavam, quando ele ria.


- Claro que sei! – Eu disse em tom desafiador. – Eu sei que você coloca as mãos no bolso quando fica sem jeito. Eu sei que você mexe no cabelo quando está disfarçando. Eu também sei que você arqueia a sua sobrancelha esquerda quando acha alguma coisa estranha. Sem tirar o seu vicio por ‘Two And A Half Men’. – Eu disse em tom vitorioso. gargalhou.


- E eu sei que você gagueja e fica vermelha e quando fica envergonhada. Eu sei que os seus olhos ficam mais claros em alguns dias e mais escuros em outros. Também sei que você sorri de um jeito quando está com as suas amigas. Sorri de um outro jeito quando está feliz e sorri de um outro jeito quando está brava comigo. E tem o seu vício por ‘The Vampire Diaries’.... – disse, também usando um tom vitorioso.


- Ok, você foi bem. – Eu gargalhei.


- Você também foi.. – Ele riu junto comigo.


- Acho que nós podemos passar pra próxima etapa, não é? – Eu disse, abrindo o envelope. esperava pela minha reação. – Essa vai ser difícil.. – Eu disse, fazendo careta.


- Leia.. – disse, querendo que eu lesse em voz alta.





‘Cite 3 qualidades que você vê no seu parceiro.’





- É, vai ser bem difícil.. – disse, rindo.


- Você começa, agora. – Eu disse, arqueando a sobrancelha.


- Eu? – fez uma cara feia.


- É, vai logo. – Eu disse, rindo. Ele ia citar 3 qualidades minha. Isso era chocante.


- Ta.. – revirou os olhos. Ficou pensativo por alguns segundos. – Você é uma boa amiga. Quer dizer, você faz tudo pela , e . – disse totalmente sem jeito. Ele pensou mais um pouco. – Você...também é uma aluna exemplar. Suas notas são boas. – riu de si mesmo. Ele estava todo atrapalhado. Eu escutava tudo com um sorriso fraco no rosto. – E você sabe...você é bonita. Todos sabem disso.. – disse com as bochechas um pouco rosadas e um sorriso fraco no rosto.


- Isso foi.. – Eu disse, sorrindo igual a uma boba.


- Horrível, eu sei. – disse, passando a mão pelo cabelo. Ele estava tentando disfarçar.


- Não. Foi bom! Foi realmente.. bom. – Eu disse, um pouco sem graça também.


- É a sua vez.. – disse, mudando de assunto rapidamente.


- Certo.. – Eu disse pensativa. – Você é um bom jogador de futebol. Isso eu não posso negar. Não é a toa que você é o capitão. – Eu disse, sorrindo fraco.


- Ah, disso eu já sabia! – disse rindo. Eu ri junto.


- Você também é um bom amigo. Você e os garotos são amigos há uns 6 anos e você nunca deu mancada. Sempre está lá quando eles precisam. Isso é legal da sua parte.. – Eu disse, rindo de mim mesma, que estava toda sem graça.


- Você vai ficar dizendo essas coisas que eu já sei? – Ele riu.


- Hey, deixa eu falar! – Eu disse, fazendo cara de brava.


- TA! – Ele fez careta.


- Eu gosto do seu sorriso... – Eu disse, sentindo as minhas bochechas rosarem. Por que eu disse isso mesmo?


- Se eu não te conhecesse tão bem, diria que você está envergonhada agora.. – Ele sorriu fraco, enquanto olhava pra mim, também sem jeito.


- Ok, acho que podemos passar pra próxima etapa.. – Eu disse, totalmente sem graça. Não era pra ele ter percebido. Por que eu fiquei envergonhada em dizer isso? Que porcaria.


- Ta.. – Ele riu baixo. Ele certamente percebeu a minha tentativa desesperada de mudar de assunto. Ele abriu o envelope dessa vez. – Ok, essa parece ser divertida. – Ele riu.


- Deixa eu ver.. – Eu disse, estendendo a mão para que ele me desse o papel. Ele me entregou o papel e me observava enquanto eu lia o papel, esperando pela minha reação.


- Não é tão ruim.. – Ele comentou.


- Não mesmo. – Eu concordei.





‘Faça três perguntas para o seu parceiro que você sempre quis fazer .’





- Sua vez.. – Ele disse sorrindo, esperando pelas minhas perguntas.


- Certo.. – Eu sorri, pensativa. – Você é arrogante com todas as garotas ou o problema é comigo? – Eu perguntei com um sorriso curioso.


- Só com você mesmo. É meio que uma coisa mutua.. você me trata de forma arrogante e eu te trato de forma arrogante. – Ele disse, cerrando os olhos com um sorriso malicioso nos lábios. Eu balancei a cabeça negativamente, enquanto ria.


- Você já disse ‘eu te amo’ pra uma garota? – Eu disse, rindo.


- Por que você ta perguntando isso? – Ele arqueou a sobrancelha.


- Eu quero saber se alguma garota já conseguiu descobrir o lado ‘apaixonado ‘ de Jonas. – Eu sorri, ao ver o quanto ele ficou sem jeito com aquilo.


- Não, eu nunca disse.. – disse com um sorriso bobo no rosto. Ok, então ele nunca tinha amado uma garota? Hm.


- Por que você fica me chamando de ‘’? – Eu disse, curiosa.


- Eu tenho que ter um motivo? – Ele arqueou a sobrancelha.


- Claro. – Eu ri.


- Os motivos são meus, ok? – Ele disse, cerrando os olhos. Eu fiquei ainda mais curiosa.


- Então tem motivos? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Talvez.. – Ele disse em tom misterioso.


- Não vai me contar? – Eu sorri.


- Um dia eu te conto.. – Ele piscou um dos olhos. Eu balancei a cabeça negativamente, enquanto ria.


- Eu vou cobrar.. – Eu sorri.


- Pode cobrar... – Ele riu. – Posso fazer as minhas perguntas, agora? – Ele mudou rapidamente de assunto.


- Pode.. – Eu balancei a cabeça positivamente.


- Você torceu pro Peter ganhar como capitão do time? – disse, fazendo cara de mal.


- Claro, ele era o meu namorado. – Eu disse rindo. De onde veio aquela pergunta?


- Eu ganhei! Bem feito! – disse, mostrando a língua, enquanto fazia uma careta engraçada.


- Parabéns.. – Eu revirei os olhos.


- Por que você é tão durona? – perguntou, rindo.


- Durona? – Eu ri, sem entender. – Eu não sei.. eu acho que nasci assim. – Eu respondi, rindo.


- Você nunca se abala. Em 6 anos eu nunca te vi chorar. O que é chocante pra uma garota. – disse, sério e desconfiado.


- Vou aceitar isso como um elogio. Obrigada. – Eu sorri pra ele, que riu.


- Você amou o Peter? – perguntou.


- O que? Você ta brincando, não é? – Eu disse rindo, totalmente sem jeito.


- Não, é sério! – riu.


- Eu não vou te contar isso! – Eu disse arqueando a sobrancelha. Ele acha mesmo que eu vou falar isso pra ele? Nem eu mesma sabia a resposta.


- E por que não? – Ele gargalhou com a minha revolta com a pergunta.


- Um dia eu te conto.. – Eu pisquei um dos olhos pra ele. Ele gargalhou ao me ouvir repetir a frase que ele havia dito minutos atrás.


- Pode parar de roubar as minhas frases.. – Ele disse, cerrando os olhos.


- Elas são minhas, agora. – Eu gargalhei. balançou a cabeça negativamente.


- Chata.. – Ele resmungou. – Vamos ler a próxima etapa logo. – Ele disse, fingindo estar emburrado enquanto abria o 4° envelope.





‘Conte um segredo para o seu parceiro, que você nunca contou a ninguém.’





- Eu acho que a Sra.Dark tem que parar com as dorgas.. – Eu ri, assim que ouvi a pergunta.


- Com a pinga também, pelo amor de Deus.. – gargalhou.


- Sua vez de começar! – Eu disse, rindo.


- Que droga.. – revirou os olhos. – Ok. Hm.. Uma vez, eu estava saindo com uma garota. Eu estava realmente gostando dela. No dia em que eu ia pedir ela em namoro, eu vi ela se pegando com um outro cara atrás da escola. Eu não contei isso pra ninguém, é claro. Ter fama de chifrudo não é um dos objetivos da minha vida.


disse de forma descontraída. Aquele assunto parecia não afetá-lo mais.


- E você terminou com ela? – Eu perguntei, séria. Eu queria rir, mas não podia. Era mancada demais.


- Terminei. – disse com um sorriso fraco no rosto.


- E como você ficou? – Eu perguntei, curiosa.


- Eu não acredito que vou te contar isso.. mas.. – Ele hesitou em falar. – Eu faltei uns 3 dias na escola, por que eu não conseguia olhar pra cara dela. Ela foi a única garota que me fez chorar, até hoje e ela definitivamente será a última. – disse, rindo de si mesmo.


- Isso foi tão.. – Eu pensei antes de falar.


- Gay? Eu sei.. – gargalhou.


- Não. Foi bonitinho. – Eu sorri fraco. – Não é todo garoto que chora por uma garota.. – Eu ri baixo.


- Para de me zoar, sua infeliz! Eu não me orgulho disso, ok? – riu, demonstrando estar sem graça.


- Ela foi uma idiota.. – Eu disse pra tentar deixá-lo mais confortável com o assunto.


- Eu sei. Eu repetia isso pra mim mesmo todos os dias.. – Ele sorriu fraco.


- Você tem a Jessie agora... – Eu sorri.


- Está tentando me deixar ainda pior? – Ele riu, cerrando os olhos. – Ta, sua vez de me contar um segredo.. – Ele mudou de assunto. Ok, eu acho que ele não gostava tanto da Jessie assim.


- Certo.. – Eu sorri, pensativa. – Bem, quando eu era mais nova, eu ficava na casa da minha avó enquanto os meus pais iam trabalhar. Minha avó era a minha melhor amiga. Nós brincávamos todos os dias. Ela fazia meus biscoitos favoritos. Um dia, ela estava fazendo os biscoitos e eu estava assistindo TV na sala. Ouvi um barulho enorme vindo da cozinha e fui até lá. Quando cheguei lá, minha avó estava caída no chão. – Eu disse mostrando o quanto aquele assunto era difícil pra mim. Mesmo eu já tendo superado ele. – Ela tinha acabado de ter um ataque cardíaco e morreu na mesma hora. – Eu hesitei em falar. Senti algumas lágrimas alcançarem os meus olhos.


- Hey, não precisa me contar se não quiser. Tudo bem. – sorriu docemente, mostrando -se preocupado comigo.


- Não, tudo bem. – Eu sorri pra ele de volta. – Então.. no enterro dela, todos falavam da ‘garota que tinha visto a avó morrer’. O olhar de pena que todos eles lançavam sobre mim me sufocavam. Eu me segurei de todas as formas pra não chorar. Se eu chorasse...todos teriam ainda mais pena de mim. – Eu disse, quando percebi que havia conseguido conter as minhas lágrimas. - Então, todo dia depois que minha mãe me colocava na cama, eu chorava. Ninguém poderia me ver chorando, ali. Ninguém poderia sentir pena de mim ali. – Eu disse, sentindo os olhos de fixos em mim.


- Eu sinto muito pela sua avó.. – sorriu fraco.


- Obrigada.. – Eu agradeci com um sorriso.


- Eu tento passar essa imagem de durona, mas na verdade eu sou sensível até demais. – Eu ri de mim mesma. – Eu vou me arrepender de ter te contado isso, mas.. – Eu hesitei em falar. – Quando eu e Peter terminamos, eu chorei todas as noites, antes de dormir, durante uma semana. Quando eu chegava na escola, eu fingia que ver ele não me afetava, eu sorria quando na verdade eu queria estar chorando. – Eu voltei a rir da minha própria desgraça.


- Você não deveria guardar tudo isso pra você. Você tem amigos que te amam e que te ajudariam a superar isso. – sorriu de forma doce. Ele estava tentando me apoiar. Isso era legal da parte dele.


- Eu sei.. é que.. – Eu sorri. – Você sabe, pena é o pior sentimento que uma pessoa pode sentir pela outra. Eu não quero correr o risco de ter que passar por isso de novo. – Eu sorri fraco. – É complicado.. – Eu voltei a encará-lo, enquanto ele olhava carinhosamente pra mim.


- Não vamos falar mais sobre isso, ok? – sorriu, tentando me animar. – Eu não gosto de te ver assim. – disse, enquanto me encarava com um olhar doce. Mesmo depois de tudo que eu havia contado pra ele, o olhar que ele mantinha sobre mim não era de pena. Isso me deixou feliz.


- Tudo bem.. – Eu sorri de forma animada para mostrar que eu já estava bem.


- Se você contar o meu segredo pra alguém, eu vou te atormentar pelo resto da sua vida. – disse, rindo.


- Seu segredo está a salvo comigo. – Eu pisquei pra ele e ele gargalhou ainda mais.


- O seu também está.. – Ele piscou de volta.


- Falta a última etapa ,não é? – Eu perguntei.


- Sim, vamos ver. – disse, abrindo o envelope.





‘Escreva uma pequena redação e fale sobre a sua nova impressão sobre o seu parceiro. O que mudou depois desse trabalho e por que?’





- É pra entregar pra ela isso. – Eu revirei os olhos.


- To com preguiça de escrever. – fez careta.


- Anda logo, que só tem mais 20 minutos de aula. – Eu disse, empurrando o seu braço.


- Ta né.. – revirou os olhos.


- Eu imagino como isso deve ter sido pro e pra . Eles devem ter se matado na 1° etapa. – Eu disse rindo, enquanto pegava uma folha do meu caderno.


- Talvez não. Nós não nos matamos. – riu.


- É, foi melhor que o esperado. Na verdade, foi divertido. – Eu ri também.


- Foi.. – disse, apoiando o caderno em sua perna.





Começamos a escrever. Eu e estávamos sentados um do lado do outro, enquanto escrevíamos cada um em sua folha.




- Se você falar mal de mim nessa redação, eu vou descobrir, ok? – disse, tentando olhar na minha redação.


- Fica na sua ai, Jonas. – Eu disse, tirando o meu caderno de perto dele.


- Você ta escrevendo a Bíblia, ai.. – gargalhou.


- Você também.. – Eu também gargalhei.


- Espero que ela não leia isso.. – resmungou.


- Só falta ela ler isso pra sala inteira.. – Eu disse, rindo com a possibilidade.


- Eu nunca mais venho pra escola.. – disse revoltado. Eu não conseguia parar de rir.


- Por que tanto medo que os outros leiam? O que tem de tão chocante ai, ? – Eu tentei espiar a sua redação.


- Você jamais saberá.. – disse com um olhar maligno.


- Eu vou subornar a Sra.Dark pra me deixar ler.. – Eu gargalhei.


- Quanta curiosidade hein, ? – riu.


- Sou curiosa mesmo e dai? – Eu disse de nariz empinado.


- No dia em que me deixar ler a sua redação, eu deixo você ler a minha. – disse, sorrindo.


- Ok, eu nem queria ver a sua redação mesmo.. – Eu mostrei a língua pra ele.


- Bom mesmo.. – Ele resmungou.




O sinal da última aula bateria em 5 minutos e eu e terminamos a nossa redação.




- Vamos entregar? – Eu perguntei.


- Vamos.. – disse, se levantando. Eu me levantei na sequência e nós caminhamos até a sala da Sra.Dark. Ela estava sentada em sua mesa, quando chegamos na sala, que estava vazia.


- Já fizeram? – Sra.Dark perguntou, perplexa.


- Já.. – quase riu do quão surpresa a professora havia ficado. entregou a sua redação para a professora e eu também entreguei a minha.


- Vocês foram os primeiros a terminarem. – Sra.Dark sorriu. – Parabéns. – Eu e nos entreolhamos e rimos. – Podem pegar o material de vocês e esperarem pelo sinal da saída no pátio. – Sra.Dark sorriu, gentilmente.


- Certo. – sorriu.


- Obrigada, Sra.Dark. – Eu disse educadamente, enquanto saia da sala ao lado de .


- Somos fodas, bate.. – disse, estendendo a mão para que eu ‘tocasse’. Eu ri e toquei. Gargalhamos juntos. Fomos os primeiros a terminarmos o trabalho. Isso não era pra qualquer um.


- Está vendo o pessoal por ae? – Eu disse, olhando pra todos os lados do pátio.


- e a estão atrás da árvore ali. – apontou.


- Atrás da árvore? – Eu disse de forma maliciosa.


- Eles devem no mínimo ter dado uns pegas ali.. – disse de forma engraçada e eu gargalhei junto.


- e a devem estar se estapeando em algum lugar.. – Eu disse, enquanto eu e sentávamos na beirada do palco, esperando que o sinal batesse.


- E o e a ...devem estar tendo uma DR em algum lugar.. – disse, fazendo com que eu voltasse a rir.


- Aposto que eles devem estar achando a mesma coisa de nós.. – Eu disse, deixando de rir.


- Eles devem estar achando que estamos brigando pelos cantos da escola.. – gargalhou, fazendo com que eu gargalhasse também.


- Eles estão redondamente errados. – Eu ri baixo.


- Sim, nós fomos pessoas civilizados por um dia. – disse e me olhou com um sorriso desconcertante.





O sinal da saída bateu e os alunos encheram o pátio, enquanto iam em direção ao portão da escola. Eu e ficamos sentados, esperando pelo resto da turma. e foram os primeiros a se aproximar.




- E ai! – disse todo sorridente, assim que se aproximou de nós.


- Hey! – Eu respondi, vendo a cara nada boa de .


- Vocês estão vivos? Que bom, cara! – disse rindo, enquanto fuzilava ele com os olhos.


- O que foi ? – Eu perguntei, rindo. estava com um bico enorme e os braços cruzados.


- Esse imbecil, que só serve pra encher o meu saco. – disse, dando um soco no braço de .


- Mentira! É ela que só sabe reclamar. Nunca é bom o bastante pra ela. – revirou os olhos.


- Vocês parecem duas crianças birrentas. – gargalhou. Eu gargalhei junto.


- Olha só quem fala, Jonas. – disse, revoltada.


- Bem, tivemos um dia civilizado hoje. – disse, enquanto ria baixo.


- A nota de Sociologia estava em jogo. Sabe como é.. – Eu gargalhei. riu, mas pareceu não ter achado a menor graça. O que foi?


- Ta e o cadê? – interrompeu.


- Ele estava ali atrás da árvore com a . – disse, voltando a olhar pra árvore, que antes estava sendo ocupada por e .


- Ué, sumiram. – Eu disse, enquanto procurava.


- e a estão vindo. – disse, olhando pro casal que se aproximava.


- Hey.. – sorriu fraco.


- Como foi a DR? – gargalhou.


- Cala a boca, . – disse, irritada.


- NOSSA, sua grossa! – disse, fingindo estar ofendido, fazendo todos nos rirmos, menos e .


- O que aconteceu? – Eu perguntei, ainda rindo.


- Depois, ok garotas? – disse, fazendo uma cara de ‘depois eu conto’.


- Ixi.. – disse rindo, vendo que a coisa havia sido feia entre eles.


- Cadê o e a ? – perguntou, tentando mudar de assunto.


- Sei lá, eles sumiram. – Eu disse, erguendo os ombros.


- Eles devem estar se pegando por ae. Eu tenho certeza! Eu conheço o ! – gargalhou e todos gargalharam juntos.


- Ta, vou ligar pra ele. – Eu disse, pegando o meu celular.


- Manda ele vir logo.. – disse, sentando-se ao lado de na beirada do palco.





- !? Cadê você garoto? – Eu perguntei, assim que ouvi a voz de .


- Eu ia ligar mesmo pra você. – disse. – Eu não vou poder levar vocês embora. Vão com o e avisa a mãe que não vou almoçar em casa. – disse, todo animado.


- Ok, mas a está com você? – Eu perguntei, preocupada.


- Ta, . – disse, sabendo das conclusões que eu tiraria.


- HMMMM! Olha o que vai fazer com a minha amiga, hein brother. – Eu disse, rindo.


- Há há! – riu falsamente. – Tchau, . – disse de um jeito irritado. Eu, com certeza, estava atrapalhando algo. Desliguei o celular e todos me esperavam dizer algo.


- E ai? – perguntou, curiosa.


- Ele disse que é pro levar a gente. – Eu disse, rindo.


– E que é pra eu avisar a minha mãe que ele não vai almoçar em casa. – Eu disse, gargalhando.


- Ele ta com a ? – perguntou, chocada.


- Está! – Eu respondi, enquanto ria.


- Esse é o meu garoto! – gargalhou.


- Ele estava com pressa. Acho que eu estava atrapalhando alguma coisa.. – Eu disse, ainda rindo.


- Eles não estão na escola. Devem ter saído e eu não vi. – negou com a cabeça, rindo. – Bem, vamos então. Eu levo vocês. – disse, saltando da beirada do palco e ficando de pé.




- Vai caber todo mundo no carro? – perguntou.


- Eu faço caber! As garotas são magras e pequenas.. – disse, fazendo os garotos rirem.




Chegamos no carro de . e foram os primeiros a entrarem nos bancos de trás. foi o próximo.




- Meu, eu não vou caber ali! – disse, revoltada.


- Claro que vai! Senta no colo do ! – disse com cara de espertinho. Eu havia entendido o que ele estava tentando fazer. Boa !


- Até parece! A vai no colo dele, eu vou na frente. – disse, revoltada.


- Vai nada! A vai na frente comigo, você vai atrás. – disse, fingindo estar sério.


- Puta que pariu, .. – disse, entrando totalmente revoltada no carro.


- Nem ouse colocar essas suas mãos em mim. – disse, sentando-se no colo do .


- EI! Vai com calma ai, garota! – disse, irritado com o jeito que havia se sentado em seu colo.




Assim que se sentou, me sentei no banco da frente, ao lado de . estava sentada na beirada do colo do e agarrada ao banco do passageiro para ter menos contato com ele possível.




- Vou ser a primeira, né? – disse, se referindo a quem seria a primeira pessoa a ser deixada em casa.


- Sim.. – disse, rindo. A casa de era a mais perto da escola, por isso ela seria a primeira. Quando chegamos na casa dela, ela pulou rapidamente pra fora do carro. Foi muito engraçado. Se despediu de todos, irritada. A falta de dormir também havia feito mal a ela.


- De nada, . – disse rindo, assim que saímos da frente da casa de .


- Seu viado.. – disse, rindo.


- O viado mais legal do mundo, né? – gargalhou.


- Hey, dá pra parar de me chamar de viado, porra? – disse, fingindo estar bravo. Eu e gargalhamos.


- Garotos só sabem usar esse adjetivo. Fala sério.. – revirou os olhos.


- Não, eu sei usar ‘linda’, também.. – disse, sorrindo pra . Eu, e começamos a rir histericamente.


- Essa foi fail, . – Eu gargalhei.


- Eu também sei usar, ‘idiota’. – sorriu, irônica. e gargalharam ainda mais. ficou com um bico enorme.


- As tiradas da são as melhores.. – gargalhou.


- As tiradas dela são tão boas quanto as da ! – disse, fazendo com que parasse de rir na hora e cerrasse os olhos.


- Vaaai! Ri de mim agora, gracinha. – gargalhou.


- Isso não foi legal, Jonas. – disse, revoltado. Eu não conseguia parar de rir.




foi o 2° a ser deixado em casa. Tentou dar um beijo no rosto de e levou um tapa em troca.




- O que aconteceu? – Eu me virei imediatamente pra , depois que deixamos em sua casa.


- Eu vi ele conversando com aquela líder de torcida rídicula, ontem. – revirou os olhos.


- A Jessie? – Eu perguntei, só para irritar o . Eu sabia de qual líder de torcida ela estava falando.


- HAHAHAHA, muito boa essa, . – forçou uma risada.


- E depois ainda veio dar uma de santo. – disse, bufando.


- Posso falar uma coisa, ? – interrompeu.


- Pode.. – deu toda a atenção.


- Você pode até achar que eu estou tentando limpar a barra do , mas não é isso. O cara gosta mesmo de você. Ele só fala em você. Em como você estava bonita naquele dia, em como você alegra o dia dele.. – disse, enquanto prestava a atenção no trânsito.


- Onde você quer chegar, Jonas? – interrompeu.


- Eu acho que vocês devem parar com essas babaquices logo. Todos já sabem que vocês se gostam. Deem uma chance um pro outro, deem uma chance pra vocês mesmo. – disse, sabiamente. Ele falou bonito e falou certo.


- Ok, quem é você e o que você fez com o meu amigo? – disse rindo, se referindo a fala inspirada de .


- Cala a boca.. – riu.


- Ta, eu vou pensar nisso,Jonas. – disse, parecendo um pouco mais calma. As palavras de realmente tinham mexido com ela.





foi a próxima a ser deixada em casa. seria o próximo.




- Tentem não se matar, ok crianças? – disse rindo, enquanto saia do carro.


- Gracinha.. – Eu mostrei a língua pra ele, que riu.




Eu e ficamos sozinho no carro, depois da saída de . Ficamos alguns minutos em silêncio.




- Foi legal o que você disse pra . Eu acho que acordou ela.. – Eu disse, tentando puxar conversa.


- É.. – sorriu fraco.


- Acha que o e a vão se acertar algum dia? – Eu perguntei, tentando por um fim naquele silêncio de vez.


- Tomara.. – disse, parecendo não dar atenção. Ele estava me ignorando, era isso mesmo? To nem ae, vou ignorá-lo também.





Passamos o resto do caminho até a minha casa em silêncio. estava totalmente sério, enquanto dirigia e eu estava intrigada. O que tinha acontecido? Finalmente chegamos na minha casa. desligou o carro e esperou que eu saísse. Nem sequer olhou pra minha cara.




- Posso saber por que está me tratando assim? – Eu perguntei, irritada. Eu não tinha feito porcaria nenhuma.


- Não é nada. – respondeu, sem olhar pra mim.


- Fala logo.. – Eu disse, impaciente. Quem ele achava que estava enganando?


- , a aula de Sociologia já acabou. Isso não está valendo mais nota nenhuma. Não precisa fingir que se importa, não precisa fingir ser legal, ok? – disse, enquanto olhava pra mim, séria.


- Fingir? Quem disse que eu fingi? – Eu disse, confusa. De onde ele tinha tirado aquilo?


- Você disse.. – arqueou a sobrancelha. Eu disse? Eu só disse que a gente não brigou por que valia nota. Oh..é, eu disse. DROGA.


- Eu falei por falar.. – Eu sorri fraco, tentando demonstrar pra ele que eu realmente não falava sério.


- Como eu vou saber se você não está fingindo, de novo? – arqueou a sobrancelha com um sorriso esperto no rosto.


- Se você me conhece tanto do jeito que você diz, vai saber que não estou mentindo. – Eu disse, séria. Eu não sou mentirosa. Eu jamais fingiria pra ganhar uma nota.


- Ok, . – suspirou, revoltado.


- É, sério isso, Jonas? – Eu disse chateada. Ele estava mesmo pensando que eu sou esse tipo de pessoa?


- Eu já disse que está tudo bem, . – disse, parecendo cansado. Ele também não havia dormido a noite.


- Foda-se! Tchau Jonas. – Eu disse revoltada, enquanto saia de seu carro. Ele não tinha aquele direito! Eu sei que eu falei aquilo, mas eu contei todas aquelas coisas, eu me abri com ele e ele vem achando que eu estava fingindo?





Assim que eu bati a porta, saiu com o carro. Ele não estava nem se importando e eu acho que ele só queria dormir. Nem almocei, não estava com fome. só apareceu ás 14:30 da tarde em casa. Ele estava todo animadinho. O que era muito suspeito. Não adiantava perguntar pra ele. Ele não me contaria. Se alguma coisa rolou entre ele e a , eu vou ficar sabendo por ela.




O ficou a tarde toda na minha cabeça. Eu não devia ter falado aquilo. Todas as palavras ditas durante aquele trabalho, foram verdadeiras. Ele não podia ter dito que eu fiz aquilo só por causa da nota.




- Droga.. – Eu disse em voz alta, enquanto levantava da minha cama. Eu tinha que resolver aquilo ou eu não dormiria a noite -de novo.




Fui até o quarto do . Ele estava dormindo. Peguei a chave no carro e sai. Minha mãe e meu pai não estavam em casa, estavam trabalhando. Eu estava morrendo de sono, eu era o zumbi em pessoa, mas eu tinha que fazer aquilo. Em minutos, cheguei na casa do , fui até a porta e toquei a campainha.




- ? – disse com a cara toda amassada.


- Eu preciso te levar em um lugar.. – Eu disse, me segurando pra não rir da cara de sono dele.


- Ta doida? – arqueou a sobrancelha, enquanto ria baixo.


- Não, é sério. – Eu disse, fincando séria.


- Pra onde? Por que? – disse, sem entender nada.


- Eu quero provar que eu fui sincera em cada palavra, hoje. Eu quero te levar pra conhecer um lugar, por favor. – Eu disse, quase implorando.


- Você não precisa me provar nada. – disse, ficando sério.


- Ta, mas eu quero que vá comigo em um lugar. – Eu disse, começando a ficar irritada. Por que tantas perguntas? Por que ele simplesmente não entrava no carro?


- Eu não vou sair com você! – disse em um tom sarcástico.


- Ok, então eu vou passar o dia aqui na frente da sua casa. Quando você decidir ir comigo, venha me falar. – Eu disse, enquanto ia em direção ao carro. Entrei nele, liguei o rádio e cruzei o braços. Eu passaria o dia ali se fosse preciso.


- Ok, tanto faz. – erguei os ombros e fechou a porta.




Em menos de 5 minutos a porta voltou a se abrir. tinha trocado de roupa, usava uma calça jeans, tênis e uma camiseta branca lisa.





- Vamos logo, vai. – disse, entrando no carro e batendo a porta com força.


- Obrigada. – Eu sorri, satisfeita. Eu sabia que ele não resistiria.




Eu liguei o carro e comecei e fui em direção ao lugar que eu queria levá-lo. O lugar não era tão perto assim, na verdade, ficava no meio do mato, mas valeria a pena.




- Onde você ta indo? – perguntou, arqueando a sobrancelha.


- Já estamos chegando.. – Eu avisei. Era a 10° vez que ele perguntava.


- Você já falou isso 300 vezes. – revirou os olhos.


- E você já perguntou isso 300 vezes. – Eu disse, rindo.





Mais 10 minutos se passaram e nós chegamos, porém tínhamos que andar mais um pouco a pé para chegarmos no lugar exato.




- A pé? – fez careta.


- É, não é longe. – Eu disse, travando o carro.


- Eu ainda não sei por que eu aceitei vir aqui.. – revirou os olhos, enquanto caminhava com certa dificuldade, por causa de toda a grama que existia ali.


- Para de reclamar e me ajuda aqui.. – Eu disse, me vendo em frente de um buraco.


- Me dá a sua mão.. – pediu, colocando-se em minha frente e estendendo as duas mãos. Eu as segurei e com uma certa dificuldade, consegui passar pro outro lado.


- O lugar está bem pior do que da última vez que eu vim aqui. – Eu resmunguei, enquanto soltava a mão de . Não havia tantos buracos das outras vezes.


- Se você está me trazendo aqui, pra tentar se aproveitar de mim, eu vou ficar chateado. – disse rindo, fazendo com que eu risse junto com ele. Que absurdo!


- Claro, como se eu tivesse força o suficiente pra isso. – Eu gargalhei.


- Nunca se sabe, não é? – continuou rindo. era engraçado. Isso eu tinha que assumir.


- É bem ali.. – Eu apontei e alguns passos depois, estávamos no lugar misterioso.


- WOW! – disse, chocado. A paisagem em nossa frente era simplesmente incrível. O sol fazia o contraste perfeito com as altas montanhas.


- Valeu a pena, não é? – Eu sorri, enquanto admirava a paisagem ao lado de , que ainda estava boquiaberto .


- Como você descobriu isso aqui? – perguntou, admirado.


- Eu vinha aqui com a minha avó, quando eu era pequena. – Eu respondi, enquanto me lembrava das últimas vezes que estive ali com a minha avó. não soube o que responder, ele apenas ficou em silêncio por um tempo.




Nos sentamos lado a lado em uma pedra grande, que havia ali mesmo. sabia que aquele assunto era delicado pra mim, talvez por isso não teve coragem de falar nada por um bom tempo. Ficamos apenas admirando aquela bela paisagem.




- Por que você me trouxe aqui? – perguntou, enquanto voltava o seu olhar pra mim. Seu olhar calmo e ao mesmo tempo doce me encaravam.


- Bem, não estamos em nenhuma aula de Sociologia e não tem nenhuma nota em jogo. – Eu sorri, meio sem jeito. Eu sabia o que estava fazendo, mas aquilo me deixava terrivelmente envergonhada. Eu nunca me importei com que ele achava de mim.


- Não precisava.. – riu sozinho. Eu acho que ele se perguntava a mesma coisa. Por que eu estava me importando agora? Bem, ele foi legal comigo naquele dia e eu estava louca para provar que ele estava muito enganado sobre mim.


- Olha, me desculpa, ok ? – Eu disse, sem jeito. Aquilo estava entalado na garganta. – Eu sei o que eu falei e eu sei que não devia. Eu só falei por falar. – Eu sabia que havia feito besteira. apenas sorriu fraco, enquanto o seu olhar doce me encarava.


- ? Não é todo dia que você me chama assim. Eu gosto quando faz isso. – Ele riu de sua própria idiotice.


- Por que? – Eu ri junto, sem entender. O que estava acontecendo ali?


- Eu não sei, ‘Jonas’ parece tão distante, sabe? – Ele riu,s e arrependendo de ter dito aquilo.


- Todos te chamam assim, até os garotos.. – Eu sorri, sem jeito. Por que estávamos falando sobre aquilo?


- Eu sei, mas é que é diferente.. – disse, parecendo confuso. – Ta, esquece. – Ele riu, frustrado.


- Eu acho melhor nós irmos, vai começar a anoitecer e não vai ser fácil passar por esses buracos no escuro. – Eu disse e ele riu, concordando.


- Vamos.. – Ele disse, indo em direção ao carro.




Em poucos minutos, já estávamos de volta ao carro. Ele havia me ajudado novamente com alguns buracos.




- A sua avó deve ter demorado anos pra achar esse lugar.. – comentou com um sorriso discreto. – Tudo bem falarmos sobre a sua avó.. ou.. – disse, preocupado. Eu já havia ligado o carro e já estávamos na estrada.


- Não, tudo bem. – Eu sorri para mostrar a ele que realmente estava tudo bem.


- Esse lugar é incrível.. – comentou, ainda maravilhado com o lugar.


- Nem pense em trazer outra pessoa pra esse lugar. Eu, você e a minha avó somos os únicos que sabemos da existência dele. – Eu disse, tentando ameaça-lo.


- Esse lugar também é meu agora. – gargalhou.


- É nada, esse é o meu lugar. – Eu mostrei a língua.


- Você rouba as minhas frases então eu vou roubar o seu lugar, ok? – disse, fingindo estar sério.


- Ta, é justo. – Eu ri e acabei cedendo. Ficamos em silêncio por alguns minutos. parecia querer falar alguma coisa.


- Me desculpa também. – disse, enquanto brincava com os seus próprios dedos.


- Pelo que? – Eu perguntei, sem entender.


- Eu falei daquele jeito com você e ainda te forcei, sem querer, a me trazer nesse lugar que era só seu e da sua avó. – disse, ainda cabisbaixo.


- Não tem problema.. – Eu sorri pra ele. – Eu gostei de ter compartilhado ele com você. – Eu disse, sentindo as minhas bochechas ficarem vermelhas. Por que eu ficava tão envergonhada perto dele? Isso nem acontecia antes.


- E eu gostei de você ter compartilhado isso comigo. – finalmente olhou pra mim com um sorriso fraco no rosto.


- Eu acho que a minha avó gostaria de você e sabe... ela não se importaria de eu te trazer aqui. – Eu sorri, sem jeito.


- Fico feliz com isso. – sorriu, envergonhado. Ambos estávamos, na verdade. O constrangimento foi tanto, que não tivemos coragem de falar mais nada durante o resto caminho. Em menos de 10 minutos, chegamos na casa dele.





- Está entregue. – Eu disse, parando o carro em frente a casa dele.


- É, eu acho que sim. – quase riu.


- Desculpa ter atrapalhado o seu sono.. – Eu disse, me lembrando da cara amassada que ele estava quando atendeu a porta.


- Não, tudo bem. – Ele riu de si mesmo.


- Até amanhã, então. – Eu disse, sem jeito -de novo.


- Até.. – riu do quão estranha estava aquela situação. Aquilo era totalmente novo pra nós dois. ia saindo do carro, quando de repente, voltou a olhar pra mim. – E obrigado, por hoje. – Ele sorriu fraco.


- Tudo bem.. – Eu sorri de forma boba.





saiu do carro e antes mesmo que ele entrasse em sua casa eu sai com o carro. Eu estava morrendo de sono e teria aula no dia seguinte. Eu não queria admitir, mas eu havia gostado daquele dia, daquela tarde, que não teria sido a mesma se ele não tivesse lá.


Capítulo 7 - Abrindo os olhos




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Eu não sei como e nem por que, mas eu acordei uma outra pessoa naquele dia. Talvez a noite de sono, tenha me trazido de volta a vida. O baile da primavera aconteceria no dia seguinte e eu havia tomado uma decisão importante. Fui pra escola naquele dia, sabendo o que eu tinha que fazer. O sinal do intervalo tocou e eu estava preparada.




- Eu já volto, gente. Eu preciso falar com o Peter. – Eu disse, me levantando da mesa, onde estavam todos os meus amigos. Percebi o olhar de fixo em mim. Ele devia estar me achando uma idiota, mas ele não fazia ideia do que eu faria.


- Peter, eu posso falar com você? – Eu disse, assim que me aproximei de seu grupo de amigos, que imediatamente me olharam.


- Claro, . – Peter sorriu, parecendo de bom humor. Nos afastamos de seu grupo e Peter dedicou toda a sua atenção a mim. – Então, tudo pronto pra amanhã? – Peter perguntou empolgado.


- É sobre isso que eu queria falar com você.. – Eu sorri, sem jeito. Eu estava decidida, mas não era tão fácil falar isso pra uma pessoa, muito menos pro meu ex.


- Pode falar.. – Ele sorriu, esperando que eu falasse.


- Eu acho... que não vou ao baile com... você. – Eu disse de forma atrapalhada.


- Como assim? – Peter se fez de desentendido.


- Peter, você sabe que o que tínhamos antes, não vai mais voltar. Não importa a quantos bailes nós irmos, estamos separados e é definitivo. – Eu disse me sentindo mal. Eu me sentia a pior pessoa do mundo naquele momento, mas era necessário.


- Eu achei que tínhamos uma chance. – Peter disse, parecendo estar furioso. – Eu achei que você ainda gostava de mim. – Ele disse, visivelmente chateado e bravo.


- Eu sei, me desculpa se eu te dei esperança. – Eu disse, chateada. Eu não estava gostando de fazer aquilo, ok? Eu sei muito bem o tipo de garoto que o Peter é e eu sei que nós nunca daríamos certo. Por que eu precisava de mais um motivo pra sofrer por ele? Por que correr o risco de ter o meu coração quebrado de novo? Eu já estava quase superando.


- Você arrumou outro par, não é? – Peter disse, ainda mais irritado.


- Não, não é isso. – Eu disse, tentando acalmá-lo. – É que eu só...cansei de tratar com prioridade, quem me trata como opção. – Eu disse, vitoriosa. Eu estava jogando tudo na cara dele, como eu sempre quis fazer.


- Olha só , você não podia estar fazendo isso comigo. Não depois de tudo isso que nós passamos. É bom você ter certeza do que está fazendo, por que quando você quiser voltar, vai ser eu que não vou querer. – Peter disse em tom de ameaça. Ele estava se sentindo humilhado. Assim como eu me senti humilhada, quando a escola toda falava que ele me traia com qualquer líder de torcida por ae.


- Isso não vai acontecer. – Eu disse me afastando dele. – E me desculpa, Peter. – Eu sorri antes de virar de costas e deixá-lo falando sozinho.





Um peso enorme parecia ter saído das minhas costas. Eu não tinha um par pro baile e o melhor? Eu estava feliz com isso. Me aproximei da mesa dos meus amigos. me acompanhava com o olhar, assim como todos na mesa.




- O que aconteceu? – perguntou, assim que me sentei ao seu lado.


- Acabei de dispensar o meu par pro baile. – Eu sorri, satisfeita. Todos se entreolharam. Pude perceber um sorriso fraco surgir no rosto de . Ele sabia que o Peter era um lixo e também sabia que eu não merecia aquilo.


- Como assim? – disse, gargalhando.


- Ele fez alguma coisa pra você? Se fez, é só falar que eu quebro a cara dele em 3 minutos. – disse, fazendo cara de mal.


- Não, ele não fez nada. – Eu gargalhei. – Eu só sei que nunca vai dar certo. Por que ficar perdendo o meu tempo? – Eu disse, orgulhosa de mim mesma. Aquilo tinha sido uma vitória pra mim.


- Wow! É por isso que eu tenho orgulho de ser sua amiga. – me abraçou de lado.


- Finalmente.. – riu.


- É, demorou mas ela finalmente viu que ela não era garota pra ele. – riu junto com .


- Eu nunca gostei dele mesmo. Bem feito. – deu de ombros, fazendo com que a mesa toda risse.


- Mas então, mudando de assunto...vocês vão pro jogo, hoje né? – perguntou.


- Vamos. – respondeu em nome de todas. Já havíamos combinado de ir ao jogo na entrada.





O sinal da saída tocou e fomos todas pro ginásio.





- Eu já disse que adoro essas regatas que o usa, antes dos jogos? – suspirou assim que entramos no ginásio. De alguma forma, eles já tinham se acertado.


- É, eu acho que vocês já voltaram as boas.. – gargalhou.


- Ontem ele apareceu na minha casa com um buque lindo de flores. Não teve como resistir. – disse com as bochechas rosadas.


- Own, que fofo. – disse com os olhos brilhando. A estava tão sentimental naqueles dias. Eu acho que o meu irmão tinha alguma coisa a ver com isso.


- E o , ? – perguntou, rindo.


- O que tem ele? – se fez de boba.


- Eu sei que você ta pegando o meu irmão.. – Eu disse, cerrando os olhos.


- , você é uma das minhas melhores amigas e eu não me sentiria bem ficando com o seu irmão, sem o seu consentimento. – disse com um sorriso sem jeito no rosto.


- , é claro que eu apoio. Ele merece uma pessoa maravilhosa como você. – Eu sorri pra , que me abraçou forte.


- Ta, mas agora conta. Vocês já ficaram quantas vezes? – interrompeu, curiosa.


- Uma vez. Eu não me sentia bem em fazer isso, sem que a soubesse. – disse, rindo.


- Foi aquele dia do trabalho de Sociologia, né? – deduziu.


- Foi.. – disse, ficando vermelha.


- Own, que lindos. – Eu disse, totalmente comovida. Eles faziam um casal tão bonitinho.


- Parem! E não falem nada pros garotos. O vai falar com eles. – disse, ainda envergonhada.


- Ok, desculpa. – riu baixo.


- Mas e você, ? Quantas vezes você e o já ficaram? – disse, rindo.


- Algumas vezes. – disfarçou.


- Ele é tão apaixonado por você. – Eu disse com os olhos brilhando.


- É e eu acho que estou apaixonada por ele também. – disse, sem graça.


- Own, que fofos. – suspirou.


- E você , quando vai dar uma chance pro ? – arqueou a sobrancelha.


- Gente, por que vocês insistem tanto nisso? – gargalhou.


- Ele é tão a fim de você e nós sabemos que você é a fim dele.. – riu.


- Eu não sou a fim dele. – cerrou os olhos.


- , alguma vez você já conseguiu mentir pra nós? – Eu disse, arqueando a sobrancelha.


- Droga! – riu, sem jeito. – Ele é bonitinho, só isso. – disse, ficando vermelha. – Mas ele também é chato e insuportável. – revirou os olhos.


- Você não pega tão leve com ele também não é? – Eu disse.


- Vai começar o jogo. Deixa isso pra lá. – mudou rapidamente de assunto.





O jogo começou muito parado. Ninguém conseguia chegar no ataque. A torcida estava quase dormindo na arquibancada. Todos estavam em quadra, inclusive Peter. O time da escola finalmente conseguiu fazer o seu primeiro gol. Sim, foi o quem marcou.




- Isso ae, Jonas! – Eu berrei, assim que vi o gol. não foi dar um beijo na namorada depois do gol, como das outras vezes. Eu acho que eles não estavam tão bem assim. Peter, parecia irritado em campo.


- A relação do com a burra parece estar esfriando. – observou bem.


- É, parece.. – concordou.




O jogo ficou ainda mais frio depois do gol. Peter deu um jeito rápido de esquentá-lo. Depois de perder um gol feito, Peter foi pra cima dele todo irritadinho.




- PASSA A BOLA, CARALHO! – Peter berrou, indo pra cima de .


- PRA QUE? VOCÊ NÃO FARIA O GOL MESMO! – revidou, aumentando ainda mais a fúria de Peter, que foi segurado por e . segurou , que já não estava tão irritado assim.


- A SUA CARA PODE TER CERTEZA QUE EU QUEBRO, SEU MERDA. – Peter disse, tentando se desvencilhar de e .


- NÃO FOI ISSO QUE ACONTECEU DA ÚLTIMA VEZ! – gargalhou, deixando Peter mais irado do que nunca. Da outra vez que eles brigaram, deixou um de seus olhos roxo.




Peter não conseguia se acalmar e por isso, foi retirado de campo e substituído por outro jogador.




- É, o clima esquentou.. – comentou.


- Eles sempre se odiaram.. – analisou bem. Eles nunca foram com a cara um do outro.





O jogo acabou com aquele placar: 1x0. Como sempre, fomos comemorar, dessa vez no Starbucks.




- Vocês deviam ter soltado o Peter. Seria ótimo deixar o olho dele roxo de novo. – disse, fazendo com que os outros garotos gargalhassem.


- Garotos são sempre tão brutos. – fez uma careta.


- Sabemos ser brutos, mas sabemos ser adoráveis quando queremos.. – piscou pra , que riu.


- Se não fossemos tão brutos, quem defenderia vocês, garotas? – disse, rindo.


- Mas tem hora certa pra isso, não é? – disse, fazendo uma careta pro .


- O que é? Ele me provocou primeiro. – disse, se defendeu.


- Ele já estava irritado por causa do fora que a deu nele e quis descontar no . – riu.


- Eu não me importo. – disse, enquanto comia um de seus lanches naturais. Os garotos gargalharam como sempre. Percebi um sorriso fraco no rosto de , enquanto ele olhava rapidamente pra mim.




Almoçamos e fomos pra casa. Eu e a as garotas tínhamos que arrumar os últimos detalhes pro baile, que aconteceria no dia seguinte.


Capítulo 8 - Herói do baile




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Anda logo, ! – gritava do andar debaixo. Eu estava acabando de me arrumar pro baile. Ele não podia esperar?


- JÁ TO INDO! - Eu gritei, irritada. Ele estava me apressando desde que eu comecei a me arrumar. Que droga!




Eu já estava vestida e maquiada. Eu havia prendido o meu cabelo e deixado somente algumas pontas soltas na frente e atrás. Só faltava a sandália.




- ATÉ QUE ENFIM! – suspirou, enquanto se levantava abruptamente do sofá e se virava pra me dar uma bronca. – WOW! Você caprichou hoje, hein.. – disse, rindo.


- Obrigada, brother. – Eu pisquei pra ele e ele gargalhou.




Antes de sairmos, nossos pais nos deram as recomendações básicas como hora de chegar em casa e nada de bebidas alcoólicas. Como se já não soubéssemos disso. Aliás, nem vão vender álcool na escola, mas eu sei que sempre tem aqueles idiotas que levam por conta própria.




- Nós vamos direto. O pegou carona com o . – me avisou.


- Ainda bem. Nós já estamos atrasados.. – Eu disse, aliviada.


- Quando nós não estamos atrasados, hein ? – arqueou a sobrancelha.


- Nem vem, ok? A sua mulher é mais demorada que eu pra se arrumar. Melhor se acostumar. - Eu gargalhei. riu, sem jeito.


- Minha mulher.. – Ele repetiu, negando com a cabeça.


- Todos sabemos que você ta pegando a . Nós podemos pular a parte em que você finge que não está acontecendo nada. – Eu disse, rindo e olhou pra mim e riu.




Em minutos estávamos na escola, que estava lindamente decorada. Eles capricharam na decoração daquele ano. Entramos no salão do baile, que na verdade era o ginásio e procuramos por um rosto conhecido.




- Ali, o ta ali. – disse, me arrastando até a mesa.


- Atrasado como sempre.. – gargalhou, assim que viu .


- Foi culpa da , como sempre.. – revirou os olhos.


- Ta, fui eu mesmo, E DAI? – Eu disse fingindo estar revoltada.


- Pelo menos valeu a pena! Você está linda, ! – disse, educadamente.


- Esta mesmo, . – , que estava ao seu lado, disse.


- Ain, obrigada gente. – Eu disse, agradecida.


- O seu vestido (clique para ver o vestido) é incrível! – Jessie disse, chocada. Calma, Jessie? O que ela estava fazendo ali?


- Obrigada, Jessie! – Eu disse, forçando um sorriso.


- Oi Jonas.. – Eu disse, sem jeito. Eu tinha que cumprimentá-lo. Ele estava ali do lado da Jessie.


- Hey.. – Ele sorriu fraco. Ele estava elegante. Calça social, uma camiseta cinza lisa e um blazer por cima.


- ! Você ta muito gata, hein amiga! – disse, escandalosamente.


- Obrigada! Você também está linda! – Eu disse, olhando o seu belo vestido.


- Você sabe que terá que me emprestar esse vestido um dia, não sabe? – disse, rindo.


- Eu empresto, sem problemas. – Eu gargalhe, me sentando entre o e a . e Jessie estavam sentados em minha frente.


- E ai, o que estão comendo? – Eu perguntei, olhando a mesa cheia de comida.


- Bem, tem de tudo.. – olhou pra mesa.


- Eu to percebendo.. – Eu quase ri. Tinha mesmo de tudo ali.


- Sério, esse refrigerante ta com gosto de água.. – disse, fazendo cara de nojo, depois de tomar quase metade do refrigerante.


- Deixa eu ver.. – Eu disse, colocando um pouco de refrigerante no meu copo. Tomei um gole e quase cuspi tudo na mesma hora.


- É, eu acho que você concorda comigo. – gargalhou.


- Ta estragado isso.. – Eu fiz cara de nojo.


- Eu acho que eles pegaram os refrigerantes que sobraram no baile do ano passado.. – disse, fazendo com que todos gargalhassem.


- Com certeza! – Eu disse rindo. – Eu lembro que sobrou um monte.. – Eu disse, sem conseguir parar de rir.


- O salgadinho pelo menos ta bom.. – sorriu pra mim.


- É, principalmente essa coxinha. – Eu disse pegando outra coxinha. gargalhou.


- Prefiro esse risoles.. – disse, pegando um risoles.


- Risoles engordam demais.. – Eu fiz cara de nojo.


- Ah e coxinha emagrece por acaso? – disse, fazendo com que todos na mesa gargalhassem novamente. Jessie, parecia incomodada.


- Ta, bom.. mas eu continuo preferindo a coxinha.. – Eu gargalhei. Eu e estávamos tendo outra conversa civilizada. Isso é bom. Quer dizer, estamos evoluindo.


- Eu como de tudo. Não tenho frescuras.. – disse, fazendo careta.


- Eu não sei como ele não engorda, sério! – disse, indignada.


- Engordar é pra fracos.. – riu.


- Ahn é.. vai falar isso pro vice diretor da nossa escola.. – disse, fazendo todos gargalharem. O diretor da nossa escola era ‘gordinho’, sabe?


- Ah para gente! Ele é fofinho.... – gargalhou.


- Literalmente.. – Eu comentei, enquanto todos riam.


- Mais fofo do que eu? – perguntou, fazendo bico pra .


- Jamais.. – piscou pro , fazendo com que todos na mesa gritassem um ‘own’ prolongado.


- Não comecem com essas viadagens, vai.. – disse, fazendo uma cara feia.


- , vamos dançar? – Jessie perguntou pro . Acho que ela não estava gostando de ficar entre nós.


- Agora? – fez careta.


- É, agora. – Jessie fez cara de brava pra mim. O que eu fiz?


- Ta, vamos. – revirou os olhos, enquanto se levantava da mesa. Tinha várias outras pessoas dançando, quando e Jessie chagaram no meio do salão. Eu observei de longe. Ela colocou os braços em torno de seu pescoço e ele em torno de sua cintura.




- É, eu acho que ela me odeia.. – Eu disse, rindo.


- Ela odeia todo mundo.. – gargalhou.


- E o nem é pau mandado, né? – comentou, fazendo careta.


- Eu não sei o que ele ainda está fazendo com ela. – disse, revoltada. Eu não me manifestei sobre o assunto. Era melhor assim.


- Então, vamos dançar? – mudou rapidamente de assunto, enquanto estendia a sua mão pra .


- Claro.. – sorriu, abobalhada. É,eu acho que ela estava apaixonada pelo meu irmão.


- Vamos lá também? – perguntou pra , que concordou com a cabeça. Restaram eu, e na mesa.


- Que legal, to de vela.. – Eu disse, rindo da minha própria desgraça.


- Não sei por que.. – revirou os olhos, enquanto sorria fraco.


- Por que vocês não vão dançar? – Eu dei a ideia.


- Não me convidaram.. – sorriu, malandra. Eu chutei o por debaixo da mesa. Ele parecia ter acordado de um transe. Ele fez uma careta, enquanto me dizia algo sem imitir som. Eu respondi do mesmo jeito: ‘chama ela pra dançar’.


- Bem.. você.. quer.. dançar.. ? – disse, gaguejando. Own, ele estava nervoso.


- Eu até iria, mas eu não vou deixar a aqui sozinha. – disse, sorrindo de forma fofa pra mim.


- Então eu levo as duas pra pista de dança. Vem.. – disse, se levantando da mesa e arrastando eu e a pra pista de dança. A música era agitada, então dava pra se dançar em trio. Pior seria se fosse lenta.




e , e e e Jessie estavam ali do nosso lado, dançando. e Jessie pareciam estar tendo uma briga. Jessie parecia estar revoltada.




- O que você tem, Jess? – perguntou, impaciente.


- Você e aquela garota não paravam de conversar um minuto. Você nem estava dando atenção pra mim! – Jessie disse, fazendo drama.


- Estava todo mundo conversando. Não tem nada a ver.. – disse, fazendo careta.


- Eu percebi os olhares que vocês trocaram. – Jessie disse, brava.


- Olhares? Ta maluca? – disse, rindo.


- Não me chama de maluca! – Jessie disse, revoltada.


- Ok, desculpa. – revirou os olhos. - Dá pra você esquecer isso? Vamos aproveitar o baile.. – disse e Jessie parecia ter concordado.




Eu, e estávamos até nos divertindo. Pelo menos até a hora que Peter se aproximou.




- Você quer dançar? – Peter disse com uma lata de cerveja na mão. Ele já parecia meio bêbado. Essa era uma das coisas que eu odiava nele.


- Não, Peter. Obrigada. – Eu disse, educadamente.


- Eu sei que você quer.. – disse, me puxando pelo braço.


- Me solta.. – Eu disse, puxando o meu braço com força.


- Ta acontecendo alguma coisa aqui? – disse, encarando Peter com uma cara maligna.


- Não. Nós já terminamos a nossa conversa.. – Eu disse, empurrando o pra trás. Não queria briga nenhuma. – Nem pense nisso.. – Eu disse, assim que deixei ele bem longe de Peter.


- Deixa ele chegar perto de você de novo pra ele ver.. – disse, revoltado.


- Hey! Para com isso! – Eu gritei. – Vamos voltar a dançar! – Eu disse, voltando ao local onde estava.


- O que aconteceu? – perguntou, sem entender.


- Nada. Já resolvemos. Vamos dançar. – Eu disse, mudando de assunto rapidamente.





parecia ter se acalmado. Ele e não estavam brigando naquele dia, mas provavelmente isso voltaria a acontecer no dia seguinte. Nós voltamos a dançar, como se nada tivesse acontecido.




A música parou repentinamente. A diretora iria saudar os alunos no palco, assim como ela fazia todos os anos.




- Eu espero que estejam se divertindo e que aproveitem o baile. – Ela disse, fazendo com que os alunos voltassem toda a sua atenção pra ela. Ela foi aplaudida por todos. Ela era uma diretora legal. Ela desceu do palco para que o baile continuasse.


- Esperem, eu tenho uma coisa pra falar! – Uma voz conhecida e visivelmente bêbada disse. Peter estava em cima do palco e pior: com o microfone nas mãos.


- Ai não.. – Pude ouvir suspirar ao meu lado.


- Eu quero mandar um recado pra . Eu sei que ela está ai em algum lugar.. – Peter disse com um sorriso sarcástico no rosto, enquanto me procurava no meio da multidão.


- Não.. – Eu fiz careta.


- Adivinha só, ? Eu te trai sim e se você quer saber? Muitas e muitas vezes, ok? – Peter disse, quase gargalhando. Meus olhos imediatamente se encheram de lágrimas. Eu não ia chorar, não ia!




- Coitada.. – Jessie comentou, rindo da minha humilhação.


- Cala a boca, vai.. – pediu, olhando Jessie com descaso, enquanto a largava sozinha e dava alguns passos em direção ao palco.




- E sabe do que mais? Eu nunca gostei de você. Você só era mais um passa tempo pra mim. – Peter disse, rindo. Eu já não conseguia controlar as minhas lágrimas, que escorriam livremente pelo meu rosto. Todos olhavam pra mim. Alguns riam e outros olhavam pra mim com seus olhares carregados de pena.


- Eu vou lá.. – disse, revoltado.


- Não, fica na sua. – disse, brava. olhou pra ela irritado, mas a obedeceu. Ele sabia que eu não queria que ele fizesse isso.


- Você pode arrumar quantos caras você quiser, mas você sempre será a mesma vagabunda chorona que você sempre foi! – Peter disse, mostrando-se irritado. Eu suspirava com dificuldade em meio as lágrimas.




Peter ia falar mais alguma coisa, mas alguém o impediu. Quando vi, já estava em cima do palco e foi pra cima de Peter com uma raiva jamais vista. Peter levou um forte soco no rosto e caiu no chão rapidamente.




- Veja bem como você fala, idiota! – disse, furioso.


- Não seja idiota, Jonas! Não cometa o mesmo erro que eu! Ela vai quebrar o seu coração assim como quebrou o meu! – Peter disse, colocando a mão no olho em que havia levado o soco.


- Cala a boca! – gritou revoltado, pronto para socá-lo mais uma vez, mas o segurou antes disse.


- Me larga, porra! – disse, se debatendo.


- Não vale a pena, Jonas. – disse, tentando acalmar . Ao perceber o que estava acontecendo, subiu no palco e foi pra cima de Peter. o segurou antes que ele conseguisse fazer algo.


- Limpa a sua boca pra falar da minha irmã, seu filho da p..! – gritava, irado.


- Eu não preciso falar mais nada. Você sabe a irmã que tem.. – Peter disse, enquanto se levantava. ficou maluco!


- Agora eu acabo com você.. – disse, tentando se desvencilhar de .


- PAREM COM ISSO! – Eu gritei em prantos.




e olharam pra mim e pareceram se acalmar no mesmo momento. Eu precisava sair dali, eu precisava ficar sozinha. Eu não precisava de todos aqueles olhares de pena sobre mim, não de novo. Eu sai correndo no mesmo minuto. Segurei a barra do meu vestido com uma das mãos e sai do ginásio chorando mais do que nunca. Sai pelo portão da escola, que estava aberto e fui em direção a uma pracinha, que havia ali do lado da escola. Sentei no primeiro banco que encontrei. Ninguém me encontraria ali. Era exatamente isso o que eu queria.




- Desçam dai! - gritou pros garotos, que ainda estavam no palco.


- Tente se aproximar dela novamente! – disse em tom de ameaça, depois de já ter lhe soltado. Peter não teve coragem de responder. Ele simplesmente desceu do palco com a mão no olho roxo.


- Ta avisado! – gritou pra Peter, enquanto descia do palco ao lado de .


- Vocês estão bem? – disse, preocupada com os garotos.


- Cadê a ? – perguntou, enquanto passava o olho pelo salão.




Ele sabia como eu estava me sentindo. Ele era o único que sabia.




- Eu não sei. Ela saiu correndo. – disse, eufórica.


- Tudo bem, gatinho? – Jessie disse, fingindo estar preocupada com .


- Eu to bem.. – disse, sem olhá-la.


- Ela não ta com celular? – perguntou, preocupado.


- Não.. – disse, começando a ficar preocupado.


- Vamos procurar ela.. – disse.


- Vamos, cada um vai pra um canto.. – disse, dando a ideia.


- Eu vou nas salas de cima.. – disse, saindo.


- Eu e a vamos nas debaixo.. – disse, segurando a mão de e saindo com ela.


- Eu e a vamos nos banheiros.. – disse, saindo junto com .


- Eu vou dar uma olhada no pátio.. – disse pro .


- Eu vou olhar por ae.. – disse, nervoso e preocupado. Ele sabia que eu estava precisando dele.


- Você não vai atrás dessa garota, . – Jessie disse, entrando em sua frente.


- Claro que eu vou! – riu de Jessie e continuou andando.


- Se você for, nós vamos ter que dar um tempo, ! – Jessie disse, alcançando novamente. Sério que ela estava dando ataque de ciúmes agora? riu ironicamente.


- Olha só, Jessie. Eu vou facilitar as coisas pra você. – sorriu falsamente. – Acabou. – disse, ainda sorrindo. Ele deixou a Jessie falando sozinha no meio do ginásio e começou a me procurar por todos os cantos. olhou por todo o ginásio, na diretoria da escola, a cantina, em tudo.


- Droga, ! – suspirou, frustrado por não me achar. passou pelo portão da escola, decidiu ir até a frente da escola. Foi até o meio da rua e olhou para ambos os lados. Sorriu de forma aliviada, quando me viu na praça, ao lado da escola. Pegou o seu celular e ligou para .


- Achei ela.. – disse baixo.


- Ela ta bem? – perguntou, preocupado.


- Ta bem. Eu vou lá falar com ela, ok? Deixa que eu levo ela pra casa. – disse, tentando acalmar .


- Ta, eu vou avisar o pessoal. Obrigado, cara. – disse, aliviado.





desligou o celular e se aproximou. Logo viu que eu estava chorando. Eu não percebi que ele se aproximava. Talvez estivesse chorando demais pra isso.




- Você não deveria sumir assim.. – Uma voz me assustou. Me acalmei ao reconhecer a voz e ao ver ali na minha frente. Ele tinha as suas mãos no bolso.


- Eu estou aqui, não estou? – Eu disse, passando a mão pelas minhas bochechas, que estavam totalmente molhadas devido as lágrimas.


- Tudo bem se eu sentar aqui com você? – disse, apontando pro lugar vago ao meu lado.


- Tudo bem.. – Eu disse, me segurando pra não voltar a chorar. se sentou ao meu lado, apoiou os cotovelos em suas coxas e olhava pro chão, assim como eu.


- Você sabe que ele não merece as suas lágrimas, não é? – disse em um tom calmo e sereno. Ele se sentia mal por me ver daquele jeito.


- Eu sei.. – Eu sorri fraco. Sorrir quando eu quero chorar é uma das minhas melhores habilidades.


- Você sabe que pode desabafar comigo, não é? – perguntou, enquanto voltava a me olhar de forma doce.


- Eu sei, obrigada. Eu estou bem. – Eu tentei dar o meu melhor sorriso pra ele. Eu queria que ele acreditasse no que eu estava dizendo.


- Eu sei que não está.. – disse, sério.


- Eu estou bem. – Eu disse me levantando do banco, ao perceber que eu não conseguiria mais conter as minhas lágrimas. – Você devia voltar pro baile. – Eu disse de costas pra ele.


- Pode falar, . – disse, ainda sentado. As lágrimas escorriam lentamente pelo meu rosto.


- Falar o que? – Eu disse, sem olhá-lo.


- Falar o que você precisa falar.. – disse, indo até mim e entrando em minha frente. Eu não conseguia mais segurar as lágrimas. Olhei pra ele e a sua expressão era de preocupação. Eu sabia exatamente o que ele queria que eu falasse pra ele. As lágrimas que antes eram poucas, agora encharcavam o meu rosto.


- Eu não estou nada bem, . – Eu disse aos prantos. Eu não dizia isso nunca. Eu o abracei com toda a força que eu consegui. Ele se surpreendeu com o abraço. Sorriu antes de colocar seus braços em torno de mim e me abraçar forte. O abraço dele me passava toda a segurança que eu precisava. Era como se os braços dele em torno de mim fossem a minha armadura. Era como se ninguém pudesse me machucar ali.


Chorar nos braços dele, era melhor do que chorar sozinha na minha cama. Sabe por que? Ele estava ali comigo. Uma das mãos dele fazia carinho no meu cabelo, que naquela altura já estava horrível. A outra, apertava o meu corpo contra o dele.


- Shh..vai ficar tudo bem. – disse em meu ouvido. Eu continuava chorando e não pararia tão cedo. – Olha pra mim.. – disse, afastando o seu corpo do meu. Olhei pro seu rosto, que estava próximo ao meu. Seus lindos olhos estavam fixos no meu. – Você está tão bonita. Não deveria chorar. – sorriu fraco. Uma de suas mãos foram até o meu rosto. Seus dedos se entrelaçaram no meu cabelo, enquanto o seu dedão secava as lágrimas em minha bochecha.


- Bonita? O meu cabelo está um troço e a minha maquiagem toda borrada. – Eu ri de mim mesma, enquanto passava a mão pelo meu rosto, tentando deixar a minha maquiagem menos borrada. sorriu e negou com a cabeça.


- Bem, mas ainda é o baile da primavera... – disse e eu sorri fraco.


- Eu deveria estar dançando no meu último baile da primavera e não chorando.. – Eu disse, passando a mão pelo meu rosto novamente. Eu estava no 3° ano e me formaria naquele ano. Aquele definitivamente era o meu último baile da primavera e eu estava jogando-o fora.


- Eu acho que ainda dá tempo.. – sorriu de forma divertida.




Colocou uma das mãos em seu bolso e tirou de lá o seu celular. Ele mexia em algo em seu celular, enquanto eu olhava pra ele sem entender. Ele foi até o banco, que antes estávamos sentados e colocou o seu celular lá em cima. Uma música começou a ser tocada no celular. veio até mim e estendeu a sua mão com um sorriso galanteador no rosto.




- Gostaria de dançar comigo, ? – Ele quase riu de si mesmo. Eu sorri e olhei pra mão dele.


- Gostaria.. – Eu ri, enquanto levava a minha mão ao encontro da dele. Ele me puxou pra mais perto. Uma de suas mãos segurava a minha, enquanto a outra estava em minha cintura. A mão que me restava estava em seu ombro.


- Hey Jude? – Eu perguntei, reconhecendo a música dos Beatles que estava tocando.


- Sim.. – Ele sorriu. Ele parecia ter gostado do fato de eu ter reconhecido da música. Qual é, quem não conhece ‘Hey Jude’ ? Parecia que estávamos dançando uma valsa. Um valsa bem mais lenta, mas era uma valsa. Ele ergueu uma das minhas mãos para me girar. Girei uma, duas, três vezes. Ele ainda finalizou, me jogando lentamente pra trás, enquanto ele me segurava, obviamente.


- Você até que dança bem.. – Eu disse, sem jeito. Só quis puxar assunto.


- Eu sei disso. – Ele piscou um dos olhos, fazendo com que eu risse. – Seu sorriso é tão bonito, não deveria perder o seu tempo chorando. – disse com as bochechas rosadas.


- Eu vou me lembrar disso.. – Eu sorri, sem jeito. A música finalmente terminou. Você sabe, ela é enooorme.


- Você deveria estar dançando com o seu par do baile e não comigo. – Eu disse, ainda sem jeito.


- Você é o meu par agora.. – disse e eu o olhei, surpresa. Eu sorri, sem reação.


- A sua namorada odiaria isso. – Eu disse e ri.


- Que namorada? – perguntou, sorrindo de forma marota.


- Você tem mais de uma, por acaso? – Eu arqueei a sobrancelha e gargalhou.


- Sou homem de uma garota só. – piscou um dos olhos. Eu gargalhei ainda mais. Aquilo parecia tão... ridículo vindo dele.


- To falando da Jessie, idiota! – Eu gargalhei.


- Bem, nós terminamos. Na verdade, eu terminei. – disse, vendo a minha reação.


- Terminou? – Eu olhei pra ele, chocada. – Em um minuto vocês estavam dançando juntos e no outro, terminam? – Eu disse, ainda sem acreditar. O que será que tinha acontecido?


- Eu não posso namorar alguém que te odeia, . – disse, sorrindo de forma diverta.


- Eu também odiava ela, então.. – Eu disse, rindo.


- Eu sei disso! – também riu e negou com a cabeça.


- Superficialidade não é uma das qualidades que eu admiro.. – Eu fiz uma careta e ele voltou a rir.


- É, ela tinha isso de sobra.. – sorriu sem mostrar os dentes e coçou a cabeça.Nós gargalhamos juntos por alguns segundos.




sabia exatamente como me distrair. Eu havia acabado de passar o inferno e ali estava eu, rindo com ele. Voltei a ficar séria, depois de um tempo. Estava me sentindo um pouco culpada. Ele também estava perdendo o seu último baile da primavera e era por minha causa.




- O que foi? – perguntou, vendo que eu havia voltado a ficar séria.


- Você está perdendo o seu baile por minha causa. Desculpe, eu não queria te causar problemas. – Eu disse, chateada. Ele não tinha que passar por aquilo comigo. Ele não tinha a obrigação de me consolar.


- Tudo bem.. você não me causa problemas. – sorriu fraco, enquanto voltava a olhar pra mim. Nós andávamos pela praça, enquanto conversávamos. – Ah não ser que você e as garotas ganhem a viagem pra Nova York. Ai você causará um grande problema pra mim. – Nós rimos juntos.




Ficamos e silêncio por alguns minutos. Queríamos falar, mas não sabíamos como e nem sobre o que. andava com as mãos no bolso e eu tinha os meus braços cruzados por causa do forte vento que começou de uma hora pra outra.




- Você ta com frio? – perguntou, mostrando estar preocupado comigo. – Eu posso te emprestar.. – Ele começou a dizer.


- Não, ta tudo bem. Daqui a pouco eu já estarei em casa, então.. – Eu disse, tentando evitar um clima mais estranho do que já estava.


- Tudo bem nada! Olha só! Você está toda arrepiada! – disse, enquanto tirava o seu blazer. – Coloca isso. – disse, entregando o seu blazer em minhas mãos.


- Já que você insiste.. – Eu ri, enquanto colocava aquele enorme blazer que ficou ridiculamente enorme em mim.


- É, eu acho que ficou grande.. – gargalhou.


- Você acha? – Eu comecei a rir de mim mesma. - Ficou bonito em você... – disse, ainda rindo. No mesmo momento se tocou do que havia acabado de dizer. – Quer dizer...combinou com o seu vestido. – riu pra tentar disfarçar o quão envergonhado ele ficou.


- Talvez eu use ele no próximo baile.. – Eu disse, fazendo com que continuasse rindo.


- Eu te empresto. Sem problemas.. – Nos olhamos e rimos.


- Você não ta com frio? Se tiver, eu devolvo. Tudo bem.. – Eu disse, vendo que também estava arrepiado.


- Não, eu estou bem. – sorriu fraco.


- Posso te perguntar uma coisa? – Eu disse, parecendo estar indecisa.


- Depende.. – olhou pra mim, desconfiado.


- É, sério! Eu posso? – Eu ficando séria, para que ele visse que eu estava falando sério mesmo.


- Eu sei que vou me arrepender, mas.. pode! – disse, fazendo uma careta.


- Por que terminou com a Jessie? – Eu perguntei com um quase sorriso no rosto. Eu sabia que a pergunta era indiscreta, mas..


- E por que você deu o fora no Peter? – perguntou da mesma forma e eu o olhei e arqueei a sobrancelha.


- Eu perguntei primeiro! – Eu ri.


- E eu fui o último! Nunca ouviu falar que ‘os últimos sempre serão os primeiros’? – perguntou e riu. Os argumentos dele eram bons.


- Ok ,eu respondo se você prometer que vai me responder também. – Eu disse, impondo uma condição.


- Eu prometo! – prometeu, sério.


- Certo.. – Eu ri, sem jeito. – Bem, eu sei que nós nunca daríamos certo. Por que eu deveria tentar mais uma vez? Pra sofrer tudo de novo? Não, eu não quero. Obrigada. – Eu disse, enquanto percebia que a atenção de estava toda voltada pra mim.


- E como você sabe que vocês nunca dariam certo? – perguntou, curioso.


- Eu não faço o tipo dele. – Eu ergui os ombros e ri.


- Bem, eu acho que você faz o tipo de todo mundo.. – disse e no mesmo momento suas bochechas voltaram a ficar rosadas. Eu sorri, envergonhada. Não consegui responder.


- Sua vez de me responder.. – Eu mudei o assunto.


- Eu terminei por que eu já estava de saco cheio dela. Você sabe como ela é e sabe.. cansou. E.. – ia dizendo, quando sorriu de forma inesperada.


- O que foi? – Eu também ri, sem nem mesmo saber o por que.


- Bem.. ela estava com ciúmes de você. Então, eu simplesmente cansei e terminei. – disse meio rindo, tentando mostrar o quanto aquela hipótese era absurda.


- Ok, agora eu me sinto ainda mais culpada. Fiz você perder o seu baile e a sua namorada! – Eu sorri e neguei com a cabeça.


- Não é culpa sua. Eu terminei com ela por que eu quis e eu estou aqui com você por que eu quero. – disse, sério. Aquilo pareceu tão encantador vindo dele. Eu novamente não consegui responder. Ele sabia como me deixar sem palavras.


- Você deveria avisar o pessoal. Eles devem estar me procurando.. – Eu mudei novamente de assunto.


- Eu já avisei. Aliás, eu é que vou te levar embora. – avisou.


- Ah, tudo bem. Então.. vamos? – Eu perguntei de forma educada. Eu estava cansada. O dia não havia sido bom. Eu precisava da minha cama, eu precisava dormir.


- Claro. Vamos.. – disse, apontando em direção ao seu carro. Andamos até lá e entramos no carro. Lá dentro parecia bem mais quente.




Ficamos em silêncio durante o caminho todo. Tudo o que era necessário, já havia sido falado naquela noite. Aliás, havia sido falado até demais. Chegamos em frente a minha casa. parecia não ter chego ainda. O ‘seu’ carro não estava na garagem.




- É, chegamos.. – Eu disse, tentando dar um jeito de sair dali. Por que eu estava agindo daquele jeito com ele?


- É, eu acho que sim.. – Ele riu, provavelmente do meu comentário obvio.


- Então...a gente se vê.. – Eu ri de mim mesma. Eu não via a hora de entrar em casa. O jeito que eu agia perto do estava me irritando.


- É.. a gente se vê.. – Ele sorriu de forma encantadora e depois riu.


- Para de rir, idiota! – Eu disse dando um tapa no braço dele. Ele estava rindo da minha cara. Como ele ousa?


- Ta bom, parei. – colocou a mão na boca e segurou o riso.


- Obrigada! – Eu ainda ria um pouco.




Ficamos em silêncio por mais um tempo. Por que eu não sai do carro mesmo? Ahn é, eu tinha uma coisa pra falar.




- Então.. – disse, sem entender o motivo do silêncio.


- Eu quero falar uma coisa... – Eu disse, voltando o meu olhar pra ele. Era a primeira vez que eu tinha conseguido fazer isso de forma decente naquela noite.


- Fala.. – Ele ficou sério e também olhou pra mim. Eu respirei fundo. Eu não sabia como falar aquilo. Eu não sabia como aquilo iria soar.


- Obrigada.. – Eu tentei dar o meu melhor sorriso.


- Pelo que? – perguntou, sem entender. Ele percebeu que falar aquilo era difícil pra mim.


- Você sabe.. por tudo. Por ter ficado comigo essa noite, por ter me feito esquecer por alguns minutos de tudo o que aconteceu, por ter dançado comigo no meu último baile da primavera e principalmente por ter me feito tão bem essa noite. – Eu disse TOTALMENTE sem jeito. Aquilo tinha soado de forma totalmente ridícula pra mim, mas era o que eu precisava dizer. Era o que ele merecia ouvir.


- Não precisa me agradecer. Eu acho que me diverti mais com você, do que se eu estivesse no baile. – sorriu, tentando fazer com que eu me sentisse bem.


- Bem, era isso. – Eu sorri de forma idiota de novo. Cara, por que eu ficava fazendo isso?
- Ok, então. – Ele riu de mim novamente.


- É... – Eu disse antes de me aproximar dele e dar um beijo em seu rosto. – Boa noite. – Eu disse assim que terminei o beijo. O rosto dele tinha um cheiro bom. Acho que era loção de barbear. Minhas bochechas pareciam que iam explodir a qualquer momento. Um sorriso bobo tomou conta do rosto dele por alguns segundos. Seus olhos se mantinham de forma doce sobre mim.


- Boa noite, . – Ele disse em meio a um sorriso fraco. Eu sai do carro depois disso. Chega de mico e idiotices por aquela noite, não é?





Eu estava me sentindo tão idiota naquele momento. Eu só tinha falado besteira naquela noite. Entrei em casa rapidamente, talvez por causa do frio. A casa estava toda escura. Meus pais já estavam dormindo. Quando cheguei na porta, percebi que o carro de ainda estava no mesmo lugar. Ele estava esperando que eu entrasse, talvez por motivos de segurança. Quando fechei a porta, sorri de forma aliviada.




Os sorrisos dele me deixavam arrepiada, os olhares dele me deixavam envergonhada e a voz dele fazia com que as borboletas atacassem o meu estomago. O que era isso que eu estava sentindo? Eu não soube identificar. Afinal, eu nunca havia sentido isso antes.





Subi as escadas com a barra do meu vestido nas mãos. Sair rolando pela escada da minha casa seria idiotice demais pra uma noite só. Cheguei no meu quarto e fui imediatamente até o espelho. Eu precisava ver a situação em que eu estava. Meu cabelo estava solto e a maquiagem levemente borrada. Eu não estava tão mal assim. Lavei o rosto para tirar qualquer vestígio de choro que ainda pudesse existir ali. Voltei a me olhar no espelho, dessa vez do banheiro. Encarei os meus olhos de perto. Eles estavam bem claros naquele dia. Me lembrei da observação de sobre os meus olhos, que ficavam claros em um dia e escuros em outros. Eu ri sozinha. Ele tinha razão. Depois de algum tempo na frente do espelho, me toquei que ainda estava com o blazer dele.




- Oh,droga.. – Suspirei sozinha. Voltei a olhar pro espelho, dessa vez dando atenção ao blazer. Ele ficava realmente enorme no meu corpo, mas tinha ficado estiloso como o disse. Ok, nem tanto. Voltei a rir sozinha. No mesmo instante, um perfume invadiu as minhas narinas. Era o perfume dele, que ainda estava impregnado no blazer e pior ainda: em mim. Certo, o cheiro era realmente bom, mas isso não quer dizer nada, não é?




Tirei o blazer e pendurei na cadeira do computador. Eu entregaria pra ele o mais rápido possível. Retirei o meu vestido e coloquei o pijama. Deitei em minha cama, embaixo de 2 ou 3 cobertas. As lágrimas que provavelmente tinham que aparecer agora, não deram as caras. já havia me consolado o suficiente, já havia salvado o meu último baile da primavera.


Capítulo 9 - Fazendo o destino acontecer




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Por incrível que pareça, acordei bem naquela manhã. Mesmo eu estando um pouco nervosa. O resultado do trabalho de Sociologia sairia naquele dia, isso definiria quem ia e quem não ia pra Nova York. Tomei um banho rápido e desci. Eu não podia chegar atrasada naquele dia.




- Bom dia, mãe. – Eu disse, assim que cheguei na cozinha.


- Oi filha. Tudo bem? – Ela sorriu, carinhosamente.


- Tudo bem. – Eu sorri.


- O foi no banheiro e já está descendo. Vai tomando café enquanto isso.. – Minha mãe disse, colocando uma xícara em minha frente. Eu fiz o que ela pediu. Quando terminei de tomar café, desceu as escadas.


- Vamos? – Ele perguntou.


- Vamos, mas você num quer tomar café? – Eu perguntei, atenciosa.


- Não, nem to com fome. – disse, colocando sua mochila nas costas. deu um beijo em minha mãe e foi em direção a porta, assim como eu.


- Não esqueçam de trazer os trabalhos pra mim. – Minha mãe disse antes que saíssemos. Ela se referia ao trabalho de Sociologia.





Eu e entramos no carro em silêncio e permanecemos assim por um tempo. queria perguntar algo sobre a noite anterior mas não sabia como.




- Então.. tudo bem? – perguntou, medindo as palavras.


- Tudo.. – Eu sorri fraco. Não estava tudo tão bem assim. Eu sabia que ao chegar na escola, todos me olhariam com aqueles olhares horríveis de pena, mas eu também sabia que os meus amigos estariam lá pra me apoiar, eu sabia que o estaria lá. sorriu ,aliviado com a minha resposta. Ele estava preocupado comigo.




Chegamos na escola. Eu coloquei minha bolsa nas costas e caminhei ao lado de pra dentro da escola. Eu não tinha coragem de olhar pra frente, eu sabia o que teria pela frente. Andei olhando pro chão, como se eu tivesse que ter vergonha de alguma coisa.




- E ai, cara! – Uma voz disse. A voz foi reconhecida rapidamente por mim. Era a mesma voz que havia acabado com o meu sofrimento na noite passada. Era o .


- Hey! – disse empolgado, enquanto eles faziam um toque de mão qualquer. Levantei o meu rosto pela primeira vez naquele dia para olha pra . Ele sorria como nunca, seu cabelo estava perfeitamente ajeitado e seus olhares se encontraram aos meus rapidamente.


- Oi .. – disse com a voz um pouco mais fraca, enquanto tentava manter o sorriso em seu rosto.


- Hey.. – Eu sorri, sem jeito.


- Esperem, a esta me chamando ali no bebedouro. Eu já encontro vocês. – disse, dando um tapinha no braço de . Disfarçamos o fato de estarmos sozinhos ,por alguns segundos.


- Então, tudo bem? – perguntou, puxando assunto.


- Sim, eu estou e você, está bem? – Eu disse num quase sorriso.


- Também estou.. – sorriu, sem jeito. Voltei a abaixar a cabeça. Os olhos de toda a escola estavam voltados pra mim, aliás, pra nós. – Hey.. – disse tentando chamar a minha atenção. Eu olhei pra ele, como ele queria.


- O que? – Eu sorri fraco.


- Mantenha a sua cabeça erguida. Você não tem do que se envergonhar. Não fez nada de errado.– sorriu lindamente, fazendo com que eu me perdesse em seu sorriso por alguns minutos.


- Eu sei.. – Eu disse, acordando de um transe. Aquele momento foi no mínimo constrangedor.


- Sorria. – disse, olhando carinhosamente pra mim.


- O que você está fazendo? – Eu perguntei com um sorriso bobo no rosto. Por que ele estava sendo tão legal comigo?


- Como assim? – arqueou a sobrancelha.


- Você está se importando comigo. – Eu disse, rindo baixo.


- Eu sempre me importei, . Você é que nunca notou. – riu, tentando esconder suas bochechas, que começavam a ficar rosadas.


- Em todo caso, obrigada. – Eu também ri. já havia conseguido fazer com que eu me esquecesse que a escola toda me olhava. Como ele conseguia?


- Tudo bem.. – sorriu de lado, enquanto colocava suas mãos no bolso. Outro sinal de que ele estava envergonhado.


- E cadê o resto o pessoal? – Eu disse, me referindo aos meus amigos.


- Eles já desceram.. – disse, enquanto eu e ele andávamos lado a lado pelo pátio da escola.


- E você, por que ainda não desceu? – Eu estranhei. Ele sempre descia com os garotos. Ainda mais quando eles tinham as primeiras aulas juntos, como naquele dia.


- Eu? Sei lá, precisava tomar um pouco mais de ar.. – sorriu, sem jeito, enquanto passava a mão pelo cabelo. OUTRO SINAL!


- Tomando um ar? – Eu arqueei a sobrancelha.


- É, ué! – disse rindo. Por que ele estava rindo? Por que estávamos tendo aqueles constrangimentos? Aquilo nunca havia acontecido entre nós.
-Sei..– Eu disse com uma certa ironia.


- O que foi? – perguntou, não entendendo o por que da ironia.


- Por que você não desceu, Jonas? – Eu repeti a pergunta.


- Eu queria ver se você estava bem, ok? – disse, irritado. – Está feliz? – Ele sorriu falsamente e me deixou falando sozinha. O que fiz dessa vez?


- Espera, Jonas. O que aconteceu? – Eu perguntei, enquanto alcançava ele. Eu estava confusa.


- Por que você faz tanta pergunta? – perguntou com implicância.


- Qual é o seu problema? – Eu disse, irritada. Uma hora ele estava sendo legal e na outra ele estava me atacando?


- Me deixa, . – disse, me deixando falando sozinha novamente. Eu estava com tanta raiva. Não fui atrás dele dessa vez. Seria idiotice.





Fui revoltada pra minha sala. Naquele momento, eu nem me importava mais com a escola toda me olhando. Eu estava irritada e era por causa do . Eu não tinha feito nada! As aulas passaram rapidamente, talvez por causa da minha grande irritação. A hora da aula de Sociologia chegou rapidamente.




- Se eles tirarem nota maior do que a nossa eu me mato.. – disse, nervosa.


- Nem brinca.. – disse, aflita.





Sra. Dark entrou na sala como sempre. Ela carregava dezenas de trabalhos em suas mãos. Todos se entreolharam quando ela se sentou e colocou os trabalhos sobre a mesa.




- Eu devia ter subornado ela.. – disse, nervoso.


- Agora já era.. – disse, aflito.


- Bem, eu vou entregar o trabalho de vocês. – Sra.Dark disse, fazendo com o que silêncio permanecesse na sala de aula. Sra.Dark começou a chamar grupo a grupo até a sua mesa para pegar o seu trabalho. - , , e . – Sra. Dark disse em voz alta. Eu e as garotas nos entreolhamos e fomos até a mesa dela. Olhamos pro trabalho, chocadas. – Parabéns, garotas. – Sra.Dark sorriu.


- Parabéns? Isso quer dizer o que? – disse, desesperado.


- Quer dizer que fodeu. – , balançou a cabeça negativamente.


- , , e . – Sra.Dark disse na sequência. Eu e as garotas tiramos A, no trabalho. Um A+ dos garotos era o suficiente pra tirar Nova York de nós. – Parabéns, garotos. – Sra.Dark repetiu. Eu e as garotas observávamos a reação dos garotos. Eles olharam imediatamente pra nós.


- É agora que nós rasgamos o trabalho deles? – disse em meu ouvido. Eu gargalhei por alguns segundos. Era uma boa ideia, porém era muita maldade.





Passamos o resto da aula nos entreolhando. Nenhum grupo sabia a nota do outro. O sinal da última aula soou e eu guardei o trabalho em minha bolsa. Saímos de forma discreta da sala de aula.




- Então? – perguntou, como quem não queria nada.


- Então, o que? – debateu, revoltada.


- Qual a nota de vocês? – perguntou, curioso.


- Fala a de vocês primeiro! – cerrou os olhos.


- Primeiro as damas.. – sorriu, galanteador.


- Cala a boca, por que você nem é disso. – Eu disse, revoltada. Ele sempre foi um bruto comigo, agora vem com essa de ‘primeiro as damas’.


- Mostrem logo! – disse, revoltado.


- Ninguém vai querer mostrar, não é? Então vamos pra casa da e lá nós entregamos o trabalho pra mãe dela e vemos logo quem ganhou essa viagem. – disse, fazendo com que todos a olhassem de forma assustada.


- Ela tem razão! Vamos logo! – disse, indo em direção a saída da escola e sendo acompanhado pelo resto da turma. Fomos pro estacionamento e entramos nos carros. Eu não olhei pro , nem por um segundo.





O silêncio permaneceu em ambos os carros. Chegamos em minha casa juntos. Saímos do carro rapidamente entramos em minha casa de forma eufórica.




- Nossa, o que aconteceu? – Minha mãe disse, assustada.


- Mãe, pega os trabalhos logo e fala logo quem vai pra Nova York! – Eu disse, aflita. Eu não aguentava mais aquela tensão.


- Ta, me deem os trabalhos. – Minha mãe disse, depois de rir da cara de desespero de todos nós.


- Ta aqui. – entregou o trabalho na mão de minha mãe, assim como eu.




O silêncio voltou a reinar. Todos olhavam aflitos pra minha mãe, que olhava atenciosamente os trabalhos. Ela demorou um tempo.




- Bem.. – Minha mãe arqueou a sobrancelha.


- Fala, mãe! – Eu disse, desesperada.


- Quem vai pra Nova York são... – Minha mãe disse fazendo suspense. Sério, ela queria matar todo mundo. – TODOS VOCÊS! – Ela disse, rindo.


- O QUE? – gritou.


- COMO ASSIM,MÃE?! – Eu disse, revoltada.


- Vocês tiraram notas iguais. – Minha mãe sorriu, satisfeita.


- Quando você diz TODOS são TODOS mesmo? – disse de olhos arregalados.


- T-O-D-O-S! – Minha mãe quase soletrou.


- Mas não era só 4? – perguntei, sem entender.


- Eu liguei pra tia Janice e ela liberou que todos fossem. – Minha mãe disse, rindo da nossas caras de chocados. – Agora é melhor vocês irem arrumar as malas logo, pois o vôo de vocês sai amanhã de manhã. – Minha mãe disse, enquanto voltava a fazer o almoço. Saímos da cozinha, chocados.


- Não acredito! – disse suspirou, revoltado.


- Nem eu! – cerrou os olhos pra mim. O que ele queria dizer? Eu também não queria viajar com ele, ok? Que idiota!


- Pra mim ta ótimo. Vou estar com a minha garota e com os meus amigos. – disse abraçando , que sorriu, envergonhada.


- Eu vou ter que aturar essa baboseira de vocês a viagem inteira, né? Merda. – disse, revirando os olhos.


- Baboseira nada, idiota. Isso é romântico! Coisa que você nunca vai ser! – disse, revoltada. a encarou, irritado. Ele queria poder respondê-la, mas não conseguiu.


- Ok, parem de brigar e vamos embora logo. Tem muita coisa pra arrumar. – disse, entrando no meio da conversa. A estava tão mandona naquele dia.





Combinamos de nos encontrar no aeroporto no dia seguinte ás 8:00. Nosso voo sairia às 9:30. Passei o dia inteiro arrumando as minhas malas. Eram 4 dias, mas era Nova York! Eu tinha que ter opções de sapatos e de roupas.




A ideia de passar 4 dias com me tirava do sério. Ele passaria a viagem toda me irritando, mas eu não vou deixar ele estragar a minha viagem dos sonhos. Não vou!




As garotas me ligaram várias vezes durante o dia. Elas perguntavam a minha opinião sobre as roupas que elas pretendiam levar. Todos nós iríamos dormir cedo, já que teríamos que estar no aeroporto bem cedo.


Capítulo 10 - Turbulência de amor


OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- , você tem 15 minutos pra levantar e se arrumar. – gritou no meu ouvido. Que garoto chato!


- Eu to indo, idiota. – Eu revirei os olhos. Acordei e fui, ou melhor, me arrastei até o banheiro. Me arrumei rapidamente e desci as escadas com as minhas gigantes malas nas mãos.


- Quanto tempo você acha que vai ficar lá? – arqueou a sobrancelha ao ver a quantidade de malas que eu estava levando.


- SAI DO MEU PÉ, GAROTO. – Eu disse, revoltada. A viagem mal tinha começado e ele já estava enchendo o meu saco.


- Ta, vamos logo então. – disse, pegando as minhas malas e as levando até o carro.





Nós despedimos de nossa mãe e de nosso pai. Eles voltaram a citar as já conhecidas regras e pediram para que obedecêssemos as exigências da tia Janice. Eu não entendi exatamente o que eles queriam dizer com aquilo, mas isso não nos impediu de ir.




Eu e chegamos no aeroporto ás 8:00. Pela primeira vez não estávamos atrasados. Era chocante. Nosso pai, se despediu novamente e nos ajudou a descarregar as malas. Foi embora depois de dizer ‘juízo’umas 100 vezes.




- Está vendo alguém? – me perguntou, olhando por todo canto do aeroporto.


- Aquela não é a ? – Eu perguntei em dúvida.


- Acho que é. Vamos lá. – disse, enquanto já arrastava as malas em direção a .


- ! – Eu disse um pouco mais alto e ela se virou.


- Hey! – Ela sorriu de forma, contagiante.


- Hey! – Eu sorri de volta. Íamos pra Nova York, baby.


- Cadê o resto do povo? – perguntou. - A , a e o estão na lanchonete. O e o não chegaram ainda. – explicou.


- Vou ligar pra eles. – disse, pegando o celular.


- Ok, nós vamos na lanchonete encontrar o resto do pessoal. – Eu avisei. me acompanhou até a lanchonete. Ao chegarmos na lanchonete, todos estavam empolgados.


- Todos já chegaram? – perguntou.


- Não, faltam e . – respondeu rapidamente.


- Espero que o não chegue a tempo. – Eu disse, fazendo com que as garotas gargalhassem.


- Você não presta, . – riu.


- O que? Ele só vai ficar enchendo o meu saco mesmo. – Eu ergui os ombros.


- Falando de mim? – Uma voz disse atrás de mim. Ai não..era ele. Eu nem me atrevi a virar para olhá-lo.


- Claro! – gargalhou.


- Ela finge que me odeia, mas eu sei que ela me ama. Não é, ? – disse, aparecendo do meu lado com seu tom ridiculamente sarcástico.


- Vai sonhando, Jonas. – Eu disse, rindo de sua cara.


- E o ? – interrompeu a briga. Todos a olharam. O que foi aquilo? Ela perguntando pelo ?


- Está na banca de jornal com o . – respondeu, segurando o riso.


- Hm.. – riu, sem jeito.





Fomos todos comprar as passagens. Conseguimos poltronas próximas umas das outras.




- Será que vai atrasar? – perguntou, se referindo ao vôo.


- Acho que não. O dia parece bom, hoje. – respondeu, enquanto observava o céu.




estava certa. Ás 9:15 estávamos entrando no avião.




- Sai fora, . A vai sentar comigo! – brincou com a .


- Eu nem queria mesmo. – riu e mostrou a língua.


- Vou sentar com a . – disse com um sorriso malicioso nos lábios.


- Como assim, ?! Você num vai segurar a minha mão? – Eu fiz bico. sempre segurava a minha mão, quando íamos viajar de avião. Eu simplesmente morria de medo de ‘voar’.


- Não sou só eu que tenho mão aqui, . – disse, rindo. Puta merda! Ele não presta pra nada mesmo. Restaram apenas eu, , e de pé. Nos entreolhamos. Obviamente eu deveria deixar o sentar com a , mas isso significava que eu teria que sentar ao lado do .


- Então.. – disse, tentando fazer com que alguma decisão fosse tomada.


- Ta, eu sento com você. – Eu disse, revoltada. DROGA, DROGA, DROGA, por que essas coisas sempre acontecem comigo? e trocaram olhares cúmplices. Eu sabia que eles gostaram daquela decisão.





e eu nos sentamos lado a lado. Eu simplesmente coloquei os meus fones de ouvido e fingi que ele não estava ao meu lado. Eu consegui fazer isso até o avião começar a decolar. Ai eu entrei em pânico. Mas é claro que eu tentei disfarçar. Pois é, foi inevitável. Agarrei os braços da poltrona com força. rapidamente olhou pra mim.




- Tudo bem? – Ele perguntou, confuso.


- Não.. – Eu disse fechando os olhos e respirando fundo. Eu odeio aviões, merda!


- Quer alguma coisa? – disse, vendo que eu estava aflita.


- Não.. – Eu respondi sem olhá-lo. Eu não podia dar o braço a torcer só por causa de um medo ridículo.


- Você ta pálida! – disse, preocupado. – Tem certeza que não precisa de nada? – disse, assustado. Não sabia o que estava acontecendo.


- Me dá a sua mão. – Eu disse, respirando de forma pesada.


- O que? – arqueou a sobrancelha. Achou não ter escutado direito.


- Me dá a sua mão. – Eu repeti, quase dando um soco na cara dele. Só não dei, por que se fizesse isso teria que soltar o braço da poltrona.




sem entender, esticou a sua mão em minha direção. Eu soltei um dos braços da poltrona e agarrei a mão dele com força. Ele também segurou a minha mão com força, me dando a segurança que eu precisava.




- Hey, relaxa. Ta tudo bem.. – disse, quase rindo. Não era engraçado! Aquilo realmente me deixava em pânico. Aos poucos, eu fui me acalmando e diminuindo a força com que eu segurava a mão dele.


- Ok, acho que já estou bem. – Eu disse, soltando a mão dele. Voltei a segurar o braço da poltrona de forma mais leve.


- Tem certeza? Eu posso pegar uma água se você quiser.. – disse, mostrando-se ainda mais preocupado.


- Não, eu já to bem. Obrigada. – Eu disse sem olhá-lo. Eu ainda estava tentando me manter calma. A viagem pra Nova York era rápida. Durava um pouco mais que 1 hora. Eu e passamos o resto da viagem sem conversar. O fato de eu ter segurado a sua mão, não mudava o fato de eu estar brava com ele.





Mais alguns minutos foram necessários para que o avião aterrissasse. Descemos do avião e fomos pegar as nossas malas. Procurávamos por Tia Janice, que disse que nos esperaria no aeroporto.




- Ta vendo a sua tia em algum lugar? – me perguntou. Fazia um certo tempo que eu não via a tia Janice, mas eu certamente conseguiria reconhecê-la.


- Não.. – Eu disse, olhando por todos os lados.


- Será que não é ela ali? – me perguntou. Eu olhei pra onde ele estava apontado.


- É ela! – Eu disse, surpresa. Ela estava maravilhosa. Ela era aquele tipo de tia: solteira,rica e linda.


- Vamos lá! – disse, empolgado. Fomos até a tia Janice. Ela ficou chocada com o tanto que havíamos crescido. Ela fazia questão de dizer isso a todo o momento. Nós apresentamos os nossos amigos pra ela. Ela foi simpática com todos.


- Vamos pra casa, porque o meu avião sai em 3 horas. – Tia Janice disse, nos conduzindo até o seu ‘humilde’ carro. O carro era enorme! Coube todos nós lá dentro.




Em alguns minutos, estávamos na frente da casa da tia Janice. A casa era simplesmente enorme! Eu não sei por que ela tinha uma casa tão grande, se ela era a única que morava lá.




- Wow! Bela casa. – disse, assim que descemos do carro. Todos estávamos chocados com a casa.


- Obrigada, querido. – Tia Janice agradeceu, gentilmente. Fomos em direção a entrada da casa. Tia Janice abriu a porta e pediu pra que entrássemos.


- Fiquem a vontade. – Ela sorriu.




Entramos e ficamos ainda mais chocados. No centro da sala havia uma escada enorme, que certamente levaria aos dormitórios. Do lado esquerdo ficava a sala, que tinha um enorme sofá e uma TV gigante. O lado direito era decorado com uma enorme mesa de jantar, um balcão e uma cozinha, que era no mínimo gigante.




- É enorme! – Eu pensei alto.


- E por que você acha que eu preciso que alguém cuide da casa, enquanto eu estiver fora? – Tia Janice disse, fazendo com que todos gargalhassem. É, fazia todo o sentido.


- Deixa com a gente! Nós vamos cuidar muito bem de tudo. – disse, empolgadamente. Não tinha como não ficar empolgado com a ideia de ficar 4 dias com os amigos em Nova York e em uma casa daquele tamanho.


- Eu sei que vocês vão... – Tia Janice piscou um dos olhos. – Agora, subam e escolham seus quartos. Tem 4 quartos, então vão ficar 2 pessoas em cada quarto. Garotos com garotos e garotas com garotas, é claro. – Tia Janice disse, arqueando uma das sobrancelhas. O que ela queria dizer? Aff, que absurdo!




Nós subimos e escolhemos os nossos quartos. As divisões dos quartos ficaram assim: e , e , e , Eu e . Colocamos nossas malas em nossos quartos e descemos para conhecer o resto da casa. Conhecemos os 4 banheiros, a sala de estar, a cozinha, o quintal e a piscina.




- Cara, eu amo a sua tia! – disse pro , que gargalhou.


- Acho que todos amamos ela nesse momento. – riu.


- Olha essa piscina! – disse, chocada.


- Estamos no paraíso. – disse com os olhos brilhando.


- Hey! Venham pra sala um minuto. Eu preciso falar com vocês antes de sair. – Tia Janice gritou, de repente. Nós obedecemos e entramos na casa. Encontramos a tia Janice, que estava acompanhada de um garoto.


- Pode falar, tia. – disse, sorridente.


- Então, esse é o Mark. Ele é o meu vizinho e conhece muito sobre a casa. Qualquer coisa que vocês tenham dúvida, podem perguntar a ele. – Tia Janice disse, enquanto o garoto ao seu lado sorria como nunca. Se eu não estivesse tão atordoada com aquela casa, diria que ele sorria pra mim.


- E ai, Mark! – sorriu pro garoto, que sorriu pra ele.


- Tudo bem, cara? – Mark falou pela primeira vez. A voz dele era tão suave. Todos começaram a se apresentar pra ele.


- Eu sou o ! – sorriu.


- E eu sou o . – se apresentou e estendeu a mão, que foi apertada por Mark.


- Sou a .. – deu um tchauzinho com uma das mãos.


- Pode me chamar de .. – sorriu.


- E eu sou a . – disse de forma gentil.


- Sou o . Tudo bem, Mark? – estendeu a mão para que Mark a apertasse. Assim foi feito.


- Tudo bem sim, cara. – Mark respondeu rindo. era uma figura e ele percebeu isso logo de cara.


- .. – respondeu com um sorriso forçado. Mark sorriu, tentando ser gentil.


- E eu sou a . – Eu disse com um sorriso sem jeito.


- Olá . – Mark disse com um sorriso encantador. Os olhos verdes dele com certeza me seduziram. Ele estendeu a mão, para que eu a apertasse. Ele sorriu ainda mais, quando eu toquei a sua mão. Ele ficou alguns segundos olhando pra minha cara com um sorriso bobo no rosto.


- Então, obviamente eu tenho algumas regras. – Tia Janice disse, rindo. Tia Janice parecia ter acordado Mark de um transe. Ele rapidamente soltou a minha mão.


- Quais? – perguntou, atenciosa.


- Bem, a geladeira está cheia. Vocês vão fazer a sua própria comida por que eu dei folga pra cozinheira. Se bagunçarem, arrumem. Se sujarem, limpem. Mantenham o portão da frente fechado. Temos os seguranças, mas nunca é demais dar uma ajudada. – Tia Janice disse, séria. Ok, nós já sabíamos de tudo aquilo.


- Claro, tia. – Eu respondi, enquanto sorria.


- Tem mais uma coisa. – Tia Janice disse, dessa vez mais séria.


- Fala.. – mostrou-se atencioso.


- Eu tenho câmeras por toda a casa em lugares que vocês nem imaginam. Eu não sou tão velha quanto vocês acham, então eu sei o que pode acontecer com 4 casais sozinhos em Nova York. Nada de garotos e garotas ‘dormirem juntos’ na mesma casa. Por que se vocês fizerem isso, eu vou descobrir e pior: os pais de vocês vai ficar sabendo. – Tia Janice disse, muito séria. O tom dela era ameaçador. Ela estava falando sério? Por que os adultos sempre acham que somos tão safados e irresponsáveis?


- Claro. Imagina. – disse horrorizada. Aquilo era um absurdo.


- Mas eu não sou tão chata assim. Uns beijinhos pode, mas que não passem de beijos! Ah! E eu vou deixar o meu carro na garagem. Vocês podem usá-lo com segurança é claro. – Tia Janice disse, rindo. e agradeceram mentalmente. Aposto que e não achariam tão ruim.


- Ai sim, hein tia. – disse, fazendo com que todos gargalhassem.


- Alguma dúvida? – Tia Janice perguntou.


- Não. – respondeu por todos.


- Então, eu tenho que ir. Meu voo sai em uma hora. – Tia Janice disse com as malas nas mãos. – Estarei de volta no domingo. O número do meu celular está na geladeira, qualquer coisa urgente, vocês podem me ligar. – Tia Janice avisou e todos concordaram. Ela se despediu de todos e nos deixou sozinhos na casa, pela primeira vez.


- Eu ainda não acredito que estamos aqui. – de alguns gritinhos empolgados.


- Vai ser o melhor feriado de todos! – concordou, empolgada.


- Bem, eu vou indo. Qualquer coisa você podem me chamar. Espero que se divirtam. – Mark disse indo em direção a porta da casa.


- Valeu, Mark. – agradeceu. Mark saiu e nós finalmente estávamos realmente sozinhos.


- , ele não tirou os olhos de você! – disse empolgada, assim que viu Mark saindo pela porta.


- Sério? – Eu disse, me fazendo de desentendida.


- Nossa, você não viu a cara dele quando ele te viu? – disse, chocada.


- Ele é exatamente o tipo de garoto que você gosta, não é ? – perguntou usando o seu tom sarcástico.


- O que você quer dizer, Jonas? – Eu olhei pra ele, impaciente.


- Que ele é tão panaca quanto o Peter. – sorriu falsamente.


- Não comecem vocês dois. – disse, irritado.


- Olha só, Jonas. Eu não vou deixar você estragar a minha viagem, entendeu? NÃO VOU. – Eu fiz questão de dizer aquilo olhando nos olhos dele. não conseguiu me responder. Ele simplesmente cerrou os olhos, demonstrando a sua indignação.


- Ta, já chega disso. Vamos fazer alguma coisa. Estamos em Nova York! – disse, tentando acabar com a tensão.


- Bem, eu vou ficar aqui e assistir o jogo dos Yankees nessa televisão gigante. – disse, se sentando no sofá.


- Eu também vou. – disse, sentando-se ao lado de .


- Ok, vocês todos vão ficar ai. Já sabemos! – revirou os olhos - Quando nós chegamos, nós passamos na frente de um shopping. Nós vamos pra lá, já que é perto. – disse meio revoltada com o fato do preferir o jogo dos Yankees.


- Shopping? Adorei. – Eu concordei, empolgada.


- Nós voltamos mais tarde. – disse, enquanto íamos até a porta.




Nós saímos da casa mais empolgadas do que nunca. Estávamos sozinhas em Nova York e íamos conhecer o shopping. O shopping realmente ficava perto dali, nem precisamos pegar um taxi. Ao entrarmos, estávamos chocadas. Era tudo lindo e grande. As pessoas a nossa volta com certeza sabiam que não éramos da cidade.




- Aquele vestido! Eu preciso experimentar aquele vestido! – disse, apontando pra um lindo vestido que estava exposto em um manequim. Nós entramos na loja e aproveitou pra experimentar uns 15 vestidos. Pelo menos ela gostou de um e o levou.


Paramos em mais algumas lojas, porém não levamos nada. foi a única que comprou alguma coisa naquele dia. Antes de voltarmos pra casa, paramos para tomar um sorvete.




Aquele dia estava sendo incrível. Passamos o dia conversando sobre tudo, rindo sobre tudo. Decidimos voltar pra casa, pois já estava escurecendo. Não podíamos correr o risco de voltar pra casa sozinhas durante a noite.




Achamos o caminho de volta rapidamente e em menos de 10 minutos estávamos na casa da tia Janice. Passamos pelos seguranças e entramos na casa. Os garotos continuavam nas mesmas posições que estavam quando nós saímos.




- Ainda ta acontecendo o jogo? – perguntou, intrigada.


- Não, agora ta passando esse filme. – respondeu, sem olhá-la. Ele estava prestando atenção total no filme.


- Acho que vamos ter que desligar essa televisão pra vocês saírem da frente dela, não é? – disse, revoltada.


- Não, só mais esse filme. – respondeu, sem olhá-la.


- Daqui a pouco eu te dou toda a atenção que você merece, amor. – disse, prestando atenção no filme.


- Ta, né. – revirou os olhos, impaciente. Uma coisa me chamou a atenção: O não estava na sala.


- Cadê o Jonas? – Eu perguntei, curiosa.


- Ele recebeu um telefonema avisando que a avó dele morreu... – disse, tirando os olhos da TV pela primeira vez.


- Não acredito! O amigo de vocês ta passando por um momento difícil e vocês vendo um filme? – disse, indignada.


- É a Cameron Diaz, ok? – disse, indignado com a acusação.


- Idiotas.. – suspirou.


- Ta e vocês querem que a gente faça o que? Nós já subimos pra falar com ele! Ele quer ficar sozinho e não quer conversar. – disse, revoltado. Todos os garotos tinham deixado o filme de lado, nesse momento.


- Eu vou lá falar com ele. – Eu disse, chateada. Eu sabia como era passar por aquilo.


- Você, ? Você vai deixar ele ainda pior. – disse, irritado.


- Eu já passei por isso, ok ? Eu sei muito bem como lidar com isso. Então eu vou subir e falar com ele. – Eu disse, revoltada. imediatamente se mostrou arrependido por ter feito eu falar sobre a minha avó.


- Ta, então nós vamos na pizzaria que tem aqui na frente e vamos encomendar algumas pizzas pra nós jantarmos, ok? – disse, querendo mostrar que apoiava a minha decisão de subir e falar com o .


- Ok! – Eu sorri pra ele, agradecida. Enquanto eu subia as escadas, ouvi o barulho da porta da frente sendo fechada. Todos tinham ido na pizzaria.





Cheguei na frente da porta do quarto de e hesitei na hora de entrar. Bati na porta e nada foi respondido. Abri a porta devagar. Me deparei com o sentado na beirada da cama. Ele segurava uma almofada em suas mãos e seus olhos estavam fixos no chão.




- Hey.. – Eu disse, tentando avisá-lo que eu estava entrando. Ele nem sequer olhou pra mim. Fiquei parada em sua frente por alguns segundos, sem reação. – ... – Eu disse, agachando em sua frente e tendo uma boa visão do seu rosto, que estava encharcado em lagrimas. Seus olhos tristes finalmente me encararam.


- O que você quer? – disse com a voz fraca. Ele estava tão frágil, que nem a sua voz tinha força.


- Nós podemos conversar? – Eu perguntei de forma cuidadosa.


- Eu quero ficar sozinho, . – disse, desviando o seu olhar e ficando sentado de lado em sua cama. Eu que antes estava agachada, me levantei e me sentei ao seu lado em sua cama.


- Enquanto eu subia as escadas, eu estava pensando no que podia dizer pra você se sentir melhor. – voltou a olhar pra mim. – Então eu tentei me lembrar no que as pessoas poderiam ter me ajudado na época em que isso aconteceu comigo e eu não consegui me lembrar. Sabe por que? – Eu perguntei e voltei a olhá-lo.


- Por que? – Ele perguntou com a voz falhando.


- Por que ninguém pode ajudar. – Eu disse visivelmente abalada. Percebi que os olhos dele estavam cheios de lágrimas. – Olha, eu sei que está doendo agora. Eu sei disso mais do que ninguém. – abaixou os olhos novamente. As lágrimas escorriam pelo seu rosto. – Hey, olha pra mim. – Eu pedi da forma mais calma que eu consegui. voltou a me encarar, seu rosto estava molhado. - Não é sempre que vai doer tanto assim. Com o tempo, essa dor vai diminuindo. Eu prometo. – Eu sorri fraco, tentando fazer com que ele se sentisse melhor. Em um impulso, me aproximei e o abracei com força. No começo, eu percebi que ele ficou surpreso, mas depois também colocou os seus braços em torno de mim e me abraçou com força. Eu percebi que ele chorava ali nos meus braços e me senti muito bem, afinal eu estava ajudando ele de alguma forma.


- Eu não devia ter vindo pra cá. – Ele disse com a sua voz de choro, que me cortava o coração. Ele terminou a abraço e passou as mangas de sua blusa em seu rosto na tentativa de secar as suas lágrimas. – Minha mãe pediu que eu ficasse aqui, mas eu tenho que voltar pra lá. Eu tenho que ajudá-la a passar por isso. – disse, quando suas lágrimas cessaram.


- Se ela ver você sofrendo, ela ficará ainda pior. O seu pai e a sua irmã estão com ela. Eles vão ajudá-la com isso. – Eu disse, tentando tirar aquela ideia da cabeça dele.


- Eu sei, mas ela precisa de mim. Eu preciso voltar. – disse olhando pra mim. Seus cílios estavam molhados e suas bochechas estavam levemente rosadas. Ele estava simplesmente lindo naquele momento.


- Não vai, . – Eu disse e no mesmo momento abaixei o rosto. Eu fiquei com vergonha do que eu tinha acabado de dizer. Aquilo era estranho. De manhã eu nem queria que ele fosse, agora eu não queria que fosse embora. Qual é o meu problema? Eu queria mesmo que ele ficasse. Eu só não sabia o por que.


- E por que eu não iria? – disse, me encarando, enquanto esperava por uma resposta no mínimo convincente.


- Por que eu quero que fique ...comigo. – Eu disse, sem medo. Aquilo provavelmente deve ter soado estranho. Percebi um sorriso fraco surgir no rosto de . – Ok, agora eu me sinto uma idiota! – Eu sorri e neguei com a cabeça. - Como se eu fosse um motivo bom o suficiente pra fazer você ficar. – Eu sorri, envergonhada. Eu não sei por que eu me meto nessas roubadas. Eu me levantei da cama. Eu já havia consolado ele, eu já podia sair dali e parar de falar besteiras.


- E por que você quer que eu fique? – disse, antes que eu colocasse a minha mão na maçaneta. Eu me virei para olhá-lo e ele estava bem ali na minha frente.


- Por que.. você sabe. Os casais na casa já estão formados. Não é legal ficar de vela. – Eu disse. Nos encarávamos, ambos com um sorriso fraco no rosto.


- Sabe qual é a vantagem de te conhecer tão bem? – perguntou de forma retórica. – Eu sei quando você está mentindo. – Ele sorriu de lado, me deixando ainda mais envergonhada.


- Você adora me deixar envergonhada, não é? – Eu disse num quase riso. Normalmente eu xingaria ele por me chamar de mentirosa, mas não naquele momento.


- Me desculpa, mas você fica linda quando está envergonhada. – sorriu de forma doce. Eu não consegui responder. Eu estava ridiculamente sem ação ali na frente dele. Minha única atitude foi sorrir.


- Então, você vai ficar? – Eu tentei mudar de assunto.


- Depende.. – sorriu de lado, esperando que eu perguntasse ‘depende do que?’.


- Depende do que? – É claro que eu perguntei.


- Depende de como você vai lidar com isso que eu quero fazer agora.. – disse aproximando o seu rosto ao meu de forma lenta. Ele não queria forçar nada. Ele não queria fazer nada que eu não quisesse. O pior é que eu queria.


- E o que você quer? – Eu perguntei, quando seu rosto estava a poucos centímetros do meu. Seus olhos que antes estavam fixos em meus lábios, agora voltaram a encarar os meus olhos.


- Eu acho que quero te beijar. – Ele disse olhando em meus olhos. Eu não consegui responder. Me arrepiei da cabeça aos pés e ele definitivamente percebeu isso.




Uma de suas mãos alcançaram o meu queixo de forma delicada. Ele estava indo bem devagar com tudo, para que eu pudesse parar com tudo, caso eu não quisesse. Quando eu pretendia responder, eu não pude. Ele estava tão próximo, que se eu falasse, meus lábios encostariam nos dele. Seu dedo indicador, puxava o meu rosto delicadamente em direção ao seu rosto.




Eu nunca tinha sido tão fácil e toda a minha vida. Eu simplesmente não tinha ação. Naquele momento, eu havia me esquecido de todas as brigas que tivemos. Somente aquele momento importava. Eu nunca tinha ficado tão nervosa com uma situação como aquela. não tirava meus olhos dos meus e ele olhava de forma tão doce e fofa. O que me deixava ainda mais frágil e abobalhada ali na frente dele.





Seus lábios finalmente se encostaram no meu. Seus lábios eram quentes. Fechei os meus olhos, sabendo exatamente o que estava fazendo. Um selinho foi começado e durou alguns segundos. Ele esperava que eu desse passagem para que ele aprofundasse o beijo. A passagem foi dada por mim e o beijo foi aprofundado. Uma de suas mãos estava em minha cintura e a outra tinha os seus dedos entrelaçados em meu cabelo. Subi uma das minhas mãos e a apoiei em seu braço. O beijo não foi intensificado em nenhum momento. Na verdade, ele foi calmo. Ambos queríamos aproveitar cada segundo daquele momento. Momento que estranhamente esperávamos há tempos.





Mesmo não querendo, eu terminei o beijo. Antes que nossas bocas tomassem distâncias maiores, conseguiu mais um longo selinho. Temi abrir os olhos. Não queria encará-lo depois daquilo. Tomei coragem, abri os olhos e logo encontrei os olhos dele. Suas mãos finalmente me soltaram e ele tinha um sorriso lindo no rosto.




- Acho que vou ficar. – sorriu, enquanto suas bochechas voltavam a ficar rosadas.


- E por que? – Eu sorri, ainda abobalhada. Um beijo mudava tanta coisa assim?


- Vou ficar por você, . – piscou um dos olhos. Eu sorri, desnorteada. O que estava acontecendo ali?


- Obrigada, então. – Eu sorri, sem jeito.


- Obrigado você. – Ele respondeu rapidamente.


- Pelo que? – Eu não havia entendido.


- Por ter vindo tentar me ajudar. – sorriu sem mostrar os dentes.


- Era a única coisa que eu podia ter feito, depois do que você fez por mim na outra noite. – Eu disse, sorrindo fraco.


- Obrigado mesmo. Você não sabe o quanto me ajudou. – Ele repetiu, colocando as suas mãos nos bolsos.


- Tudo bem.. – Eu balancei a cabeça negativamente.


- E desculpe por... você sabe... eu não queria.. – disse, gaguejando.


- Ta tudo bem, . – Eu disse rapidamente.


- Certo...então é melhor nós não contarmos isso pra ninguém, não é? – Ele perguntou, esperando pela minha reação.


- É! É melhor sim. Afinal, foi só um beijo. Nos deixamos levar pelo momento. Não vai se repetir. – Eu disse com dificuldade.


- Exatamente, não foi nada. – concordou com cabeça.


- Então, eu vou ir tomar banho. – Eu disse, rindo baixo. Que momento constrangedor.


- Ta.. – também riu baixo. Parecíamos dois idiotas ali.


- E eu sinto muito pela sua avó. – Eu disse, antes de sair.


- Obrigado. – sorriu, agradecido. Eu finalmente sai daquele quarto.




O que tinha acontecido? , você odeia o . Não se beija quem se odeia. Por que eu estava me sentindo daquele jeito? Meu coração estava mais disparado do que nunca e as borboletas no meu estomago pareciam estar fazendo uma festa. Agradeci mentalmente por todos terem ido a pizzaria. Se eles me vissem daquele jeito, poderiam desconfiar de alguma coisa.




Ouvi a porta da frente sendo aberta. Entrei em pânico. Corri até o meu quarto e entrei no banheiro rapidamente. O banho com certeza faria eu me acalmar e voltar ao normal .Liguei o chuveiro e eu ainda estava rindo como uma idiota. Quem visse, diria que eu nunca havia beijado alguém na minha vida. Se pelo menos fosse uma pessoa que eu gostasse, mas eu não gosto do .




O é o , sabe? Pensei no que estaria pensando agora. Eu sabia que aquele beijo não havia significado nada pra ele. Ele beija várias garotas por ai e eu só era mais uma. Aliás, ele concordou quando eu disse que aquilo não se repetiria.





Antes de sair do banheiro, fui até o espelho. Olhei pra mim mesma e comecei a rir sozinha. Por que eu estava daquele jeito? Que ridículo. Respirei fundo e sai do banheiro. Passei pelo corredor que estava vazio e entrei no meu quarto. Penteei o meu cabelo, passei perfume e coloquei uma rasteirinha qualquer. Respirei fundo mais uma vez, antes de sair do quarto. Eu provavelmente veria lá embaixo. Eu tinha que agir naturalmente.




Desci as escadas e ouvi o gargalhando. Comecei a rir sozinha, o era foda. Cheguei lá embaixo. e estavam arrumando a mesa pro jantar. e estavam no maior love no sofá, enquanto , e viam um programa qualquer na TV.




- Hey, ! – disse empolgada, quando me viu.


- Heeeeeeey! – Eu disse, empolgada até demais. Não olhei pro , mas percebi que ele olhava pra mim do sofá. – Querem ajuda? – Eu perguntei, me referindo ao jantar.


- Já acabamos. – sorriu.


- Venham comer, povo. – gritou, enquanto colocava as pizzas sobre a mesa.


- Pizzaaaaaaaaaaa! – gritou. É, ele adora pizza.




Os garotos se levantaram do sofá e vieram até a enorme mesa. Eu não conseguia olhar pra cara do . Nos sentamos todos em volta da mesa. se sentou bem longe de mim, o que era ótimo. era o nosso garçom. Ele era craque em cortar as pizzas e pegá-las sem que elas desmoronassem.




- Então , tudo bem? – pergunto, se referindo a avó de .


- Sim, eu acho. – sorriu fraco. O assunto ainda mexia com ele.


- O que a fez pra fazer você sair do quarto? Você estava todo revoltado e não queria falar com ninguém. – perguntou, fazendo com que eu engasgasse com a pizza. Comecei a tossir igual a uma maluca. que estava ao meu lado, se assustou.


- Bebe o refrigerante. – disse, dando o copo em minha mão. Percebi o riso baixo de , enquanto eu quase morria engasgada. Aos poucos, fui me acalmando.


- Pronto? – perguntou pra mim, rindo.


- Pronto.. – Eu também comecei a rir.


- Então, o que ela fez, ? – voltou a perguntar. Caramba, era pra ele ter esquecido de perguntar de novo.


- Você sabe...nós...conversamos. – disse, meio gaguejando.


- Ainda bem que funcionou. – sorriu.


- É, nós todos sentimos pela sua avó. – sorriu, carinhosamente.


- Obrigado. – sorriu de lado.




Voltamos a comer. Quando percebia que ninguém estava prestando a atenção, ele olhava pra mim e sorria, sem jeito. O mesmo sorriso era retribuído por mim.




- O que vamos fazer amanhã? – perguntou.


- Piscina! – gritou, empolgado. Todos pareciam ter concordado.





Nós terminamos de jantar e então tiramos as mesas. Lavamos a louça, como a tia Janice havia pedido. A casa estava em ordem, como deveria estar. Quando terminamos de arrumar tudo, eram 12:30.




- É melhor nós irmos dormir, pra acordarmos cedo amanha e aproveitar bem o dia. – explicou.


- Verdade. Vamos então, meninas. – disse. Foi o que todos nós fizemos. Subimos e arrumamos as nossas camas para dormirmos.





Quando finalmente deitei em minha cama, a única imagem que vinha em minha cabeça era o . O único cheiro que eu sentia era o perfume dele. Eu cheguei a ficar irritada comigo mesma por estar agindo como uma idiota. Qual é? Foi SÓ um beijo. Tudo bem, que foi o melhor beijo da minha vida, por que ele beija MUITO BEM, mas foi SÓ um beijo. Eu tentei me obrigar a parar de pensar nele, mas quanto mais eu tentativa, mais difícil era. Lembrar do toque dele simplesmente fazia com que eu voltasse a me arrepiar inteira. O que estava acontecendo comigo?


Capítulo 11 - Ciumes na noite de Nova York




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- , acorda. – Eu disse, assim que acordei. Já eram 9:30, estava na hora de acordar para ir pra piscina.


- Eu to acordando. – disse, se espreguiçando.


- Vou ir no banheiro colocar o meu biquíni e já volto. – Eu disse, indo pro banheiro.




Fui pro banheiro e voltei a dar de cara com o espelho. Eu já não estava tão abobalhada como no dia anterior. Isso me agradou e muito. Isso me fazia acreditar que eu só estava daquele jeito por causa do beijo, que tinha acabado de acontecer. Coloquei o biquíni e coloquei um vestido qualquer por cima. Não ficaria desfilando de biquíni pela casa. Escovei os dentes e penteei o cabelo. Quando sai do banheiro, já estava acordada e de biquíni. Ela provavelmente se trocou ali no quarto, enquanto eu estava no banheiro.




- Nossa, que rápida. – Eu gargalhei assim que a vi.


- Eu não fico enrolando pra acordar, como você e as garotas. – mostrou a língua.


- Ouch! – Eu resmunguei.


- Você sabe que estou brincando, não é baby? – gargalhou.


- Claro que eu sei, gata. – Eu pisquei pra ela, que voltou a gargalhar.


- Então.. você precisa me contar alguma coisa? – perguntou, jogando um verde. COMO ASSIM? O que ela quis dizer com isso? PQP, ok.. não entra em pânico .


- Alguma coisa? – Eu me fiz de desentendida.


- É.. sabe.. sobre o .. – disse rindo. CARALHO, COMO ELA SOUBE? NÃO, NÃO. FODEU, FODEU, CARA.


- O ? O que tem o ? – Eu comecei a rir como uma hiena. Eu estava tentando não pirar, ok?


- , você pensa que eu sou boba, né? – disse, rindo.


- Caralho , eu não sei do que você ta falando. – Eu estava morrendo! OH MY GOD! Ok, agora eu estava entrando em pânico.


- Dá pra me contar logo o que aconteceu? – arqueou a sobrancelha.


- DROGA, . Eu nunca consigo esconder nada de você. – Eu bufei.


- É claro que não, honey. – sorriu, convencida. – Agora, conta. – disse, se sentando ao meu lado na cama.


- Como você desconfiou? – Eu disse, contrariada. Não era pra ninguém ter descoberto.


- Os olhares e ou a sua linda engasgada na mesa ontem. Pode escolher. – gargalhou. Eu revirei os olhos. Porra, eu era uma estúpida mesmo. Não consegui guardar um segredo ridículo desse.


- Merda... – Eu resmunguei. – Será que mais alguém reparou? – Eu disse em pânico.


- Acho que não.. ou eles já teriam me contado. – me acalmou. – Ta, agora me conta o que aconteceu. – riu, ansiosa.


- Ok.. – Eu hesitei falar. Eu tinha que falar. Ela já sabia. - Bem, aquele trabalho de sociologia em duplas mudou algumas coisas. Digamos que ambos descobrimos lados que não conhecíamos um do outro. – Eu disse totalmente desconsertada. Meu, a sempre soube dos meus rolos. Por que a minha dificuldade em contar aquilo?


- Own.. – sorriu com os olhos brilhando.


- Pode parar, . – Eu disse, revoltada. Ela que não comece com essas merdas de ‘own’ ou ‘anw’. Até por que não tinha nada de fofo naquilo.


- Ta, desculpa! Continua. – ficou séria rapidamente.


- Então, ontem.. quando eu fui falar com ele sobre a avó dele.. ele....sei lá.. acabou me beijando. – Eu revirei os olhos. Aquilo não me agradava. Eu não estava confortável falando sobre aquilo.


- EU SABIA! – Ela quase gritou.


- Fala baixo, garota! – Eu disse, revoltada. – Ninguém pode saber , por favor. – Eu quase implorei.


- Eu não contarei, eu prometo. – sorriu, empolgada.


- Sério, . – Eu disse seriamente.


- , confia em mim! Eu não vou contar. – voltou a dizer. – Alguma vez eu contei algum segredo seu pra alguém? – perguntou, ofendida com a minha desconfiança.


- Não... ok.. desculpa. – Eu suspirei um pouco mais aliviada.


- E por que todo esse mistério? – arqueou a sobrancelha.


- Por que não foi nada sério. Foi só um beijo qualquer. Não vai acontecer de novo. Eu e combinamos que faríamos assim. – Eu disse, séria.


- Tem certeza que foi um beijo qualquer? Você estava....radiante ontem. – riu descontroladamente.


- Ok, o que você está querendo dizer, ? – Eu revirei os olhos. A sempre vinha com esses papos melosos. Argh!


- Não to querendo dizer nada. Só cuidado pra não acabar gostando dele de verdade. – sorriu, carinhosamente. O verbo ‘gostar’ ficou ecoando pela minha cabeça por alguns segundos. Ok, era impossível.


- Que gostar, . Para com as dorgas. – Eu gargalhei.


- Ok, então ta. – gargalhou junto.


- Ta, então vamos descer. – Eu disse, ainda rindo.


- Ok, vamos. Eu não sei de nada. – segurou o riso. Ta vendo? É por isso que eu amo ela. – E tenta disfarçar melhor, ok? – voltou a rir.


- Ta, . – Eu revirei os olhos. Que ótimo! Agora eu terei que conviver com a me zoando pelo resto da minha vida.




Eu e descemos as escadas. e já estavam lá embaixo tomando café junto com e .




- Hey baby.. – disse, dando um beijo carinhoso no rosto de .


- Own, hey! – sorriu, toda derretida. Argh!


- E ai, prontos pra piscina? – Eu perguntei, empolgada.


- Nunca estive mais pronto, . – gargalhou.


- É bom mesmo, por que nós vamos brincar de ‘briga de galo’. – Eu disse, quase saltitando.


- Sério? Eu adoro brincar disso! – disse com os olhos brilhando.


- Faremos isso depois de tomarmos sol, é claro. – gargalhou.


- Claro! – concordou, rindo.


- Que tomar sol o que! – murmurou.


- Claro, temos que estar belas e bronzeadas! – Eu gargalhei.


- Vocês já são belas, garotas. – piscou maliciosamente.


- Hm, até a ? – interrompeu a conversa. Eu comecei a rir no mesmo instante. ficou sério rapidamente. fitou com os olhos.


- Até a , claro. – disse, meio gaguejando e rindo.


- Você não perde uma não é, ? – revirou os olhos.


- Ele te elogiou, ué. Você deveria me agradecer! – piscou um dos olhos.


- Segura a língua da sua mulher, ! Pelo amor de Deus! – gargalhou, fazendo com que todos ríssemos juntos.


- Já que estamos falando sobre isso...sabe quem vai vir aqui daqui a pouco, ? – arqueou a sobrancelha, enquanto mantinha um sorriso malicioso no rosto.


- Quem, ? – Eu disse no mesmo tom que ele e usando o mesmo sorriso.


- O Mark! – riu baixo.


- Ah é? – Eu comecei a rir. – Fazer o que? – Eu continuei a rir.


- Nós não sabemos aquecer a piscina. Pedimos a ajuda dele. – respondeu, enquanto dava mais uma mordida em seu lanche. Ele era o único que ainda estava tomando café da manhã.


- Hm.. – Eu comentei rindo.


- E cadê o e o ? – perguntou.


- Dormindo. – revirou os olhos. – Na verdade eu estou contando até 10 pra não ir lá e passar pasta de dente na cara deles. – disse como se aquilo fosse nada, fazendo com que todos gargalhassem.


- Tem alguém batendo na porta.. – comentou e todos ficaram em silêncio para ouvirem a porta.


- Quer atender, ? – riu, querendo insinuar alguma coisa.


- Claro! Por que não, !? – Eu disse rindo e fui até a porta. Abrir a porta e lá estava ele, Mark. Ele pareceu surpreso em me ver. Sorriu imediatamente.


- Oi.. . – Ele disse com um sorriso bobo no rosto.


- Hey, Mark! Entra. – Eu sorri, gentilmente e dei espaço pra que ele entrasse. Ele entrou.


- E ai, Cara! – veio cumprimentá-lo. Deram um aperto de mão qualquer. – Obrigado por vir. – sorriu, agradecido.


- Imagina, se precisarem de mim é só me chamar. – Mark respondeu, gentilmente.


- Hey, cara. – se aproximou. – Então, você sabe ligar o aquecedor da piscina? – foi direto ao ponto.


- Sei sim. Vamos lá, eu vou ensinar vocês. – Mark disse, chamando e , que o acompanhou. – Hey, garotas. – Mark cumprimentou , e , que ainda estavam sentadas em torno da mesa de café da manhã.


- Hey.. – Elas responderam juntas. Assim que viram que Mark tinha saído no quintal com os garotos, começaram com as ‘fofoquinhas’.


- , ele é muito gato. Eu vou te socar se você não pegar ele! – disse, revoltada.


- Hm.. sem pressão? Que ótimo! – Eu ironizei.


- É, sério! Você não tem ninguém mesmo, por que não investir? – disse, empolgada. Eu permaneci em silêncio.


- Não tem alguém... certo? – arqueou a sobrancelha. Caralho, estava tão na cara assim?


- Não, é claro que não! – Eu disse, séria. e eu nos entreolhamos.


- Então, investe nele! – disse toda empolgada.


- Você não acha que ela deve investir, ? – perguntou, tentando trazer pra conversa.


- Bem, eu acho que ela deve fazer o que o coração dela mandar.. – disse em uma super indireta. Mas que porcaria!


- Eu vou fazer.. – Eu sorri fraco.


- Ok, acho que agora nós devemos subir e acordar os garotos. – disse, se levantando da mesa.


- Vamos lá.. – disse, enquanto também se levantava. fez o mesmo e depois eu.


- Eu vou acordar o ... – Eu disse, sem jeito. – Eu já tenho prática.. – Eu ri pra disfarçar. Na verdade não tinha nada de prática. Eu só não queria acordar o .


- Ok, eu vou com você e a e a cuidam do . – disse, me puxando em direção ao quarto do . Ao chegarmos no quarto, estava praticamente morto. Sério!


- ! – Eu gritei no ouvido dele e ele deu um pulo. começou a rir.


- TA MALUCA,PORRA? – disse com a cara toda amassada.


- Eu disse que tinha prática.. – Eu gargalhei e continuou gargalhando.


- , levanta. Vamos pra piscina. – sorriu, enquanto se aproximava de .


- Quando se pede com jeitinho, é outra coisa. – sorriu docemente pra que riu, envergonhada.


- Ok, ok.. Romeu. Troca de roupa logo. – Eu revirei os olhos.


- Eu vou se vocês me derem licença.. – riu.


- Ok, te espero lá embaixo. – disse toda boba. Eu e saímos do quarto.


- Não me diga que você está apaixonada pelo meu irmão. – Eu disse, rindo.


- Apaixonada é uma palavra muito...forte. – riu, sem jeito. – Eu gosto dele, só isso. – continuou, sem graça.


- Você sabe que eu torço por vocês, né? – Eu sorri pra ela.


- Own, você é demais. – me abraçou forte.


- Eu sei.. – Eu disse e gargalhou.


- Convencida.. – fingiu uma cara feia.


- Só um pouco.. – Eu mostrei a língua.


- Então vamos descer, Sra. convencida? – gargalhou.


- Vai descendo, eu preciso ir no banheiro antes. – Eu expliquei.


- Ok, eu te espero lá embaixo. – concordou e logo desceu as escadas.





Eu realmente precisava ir ao banheiro. Mark estava lá embaixo. A ideia de investir nele não era tão ruim assim, não é? Me olhei no espelho, tudo parecia em ordem. Dei mais uma ajeitada básica no cabelo. Abri a porta do banheiro e me assustei com a pessoa na minha frente. Não acredito!




- Oi .. – Eu ri, sem jeito. Era só ver ele, que eu ficava daquele jeito. Era ‘ridiculamente ridículo’.


- Ah.. oi.. – sorriu lindamente. – Desculpe te assustar.. eu não achei que fosse você. – riu.


- Tudo bem.. – Eu disse, balançando a cabeça negativamente.


- Você já ta pronta? Você sabe.. pra piscina. – riu, sem jeito. Parecíamos dois idiotas ali.


- Já, eu já ia descer.. – Eu sorri de forma boba.


- É.. eu me atrasei um pouco.. – disse, fazendo com que eu gargalhasse. UM POUCO?


- É, o também se atrasou. – Eu continuei a rir. Por que eu fico rindo igual a uma idiota perto dele? Talvez eu não quisesse demonstrar o meu nervosismo.


- Ele sempre se atrasa.. né? – riu, enquanto olhava fixamente pra mim.


- É.. então eu vou descer.. – Eu disse apontando pra escada.


- E eu vou pro banheiro.. – apontou pro banheiro. Éramos oficialmente dois retardados.


- Ok, então. – Eu sorri mais uma vez.


- Ok.. – riu. Enquanto eu saia do banheiro, ele entrava. Nossos braços se encostaram por alguns segundos. Foi o bastante pra fazer com que eu me arrepiasse inteira. Eu virei de costas pro banheiro e fechou a porta.


- DROGA! – Eu sussurrei.




Eu não tinha o mínimo de controle sobre mim perto dele. Eu odiava isso. Respirei fundo, fechei os olhos por alguns segundos. Eu não deixaria que aquilo me deixasse afetada-de novo. Desci as escadas, irritada. Até quando aquela idiotice duraria? Passei pela sala e pela cozinha. Ninguém estava ali. Deduzi que todos estavam no quintal. Eu estava certa.




- Hey, ! – gritou. – Senta aqui, eu guardei um lugar pra você. – disse, empolgada. Claro, como se não tivesse outras 15 cadeiras de sol ali. Ok, eu apreciei o gesto. Me aproximei.





estava passando protetor solar nas costas de . , , Mark, , e estavam sentadas ali por perto.




- Não vão entrar na piscina, não? – Eu perguntei pros garotos, que estavam tão empolgados pra entrar na piscina. Por que não haviam entrado ainda?


- Estamos esperando o . Ele já esta descendo.. eu acho. – riu.


- Ah, entendi. – Eu sorri. Mark olhava pra mim e sorria, como sempre.


- Ah ,o Mark vai ficar com a gente. – disse em um tom suspeito.


- Ah, é? Que legal. – Eu sorri pro Mark, que pareceu ficar vermelho quando olhei pra ele.


- Estávamos falando sobre você.. – Mark riu.


- De mim? – Eu perguntei, abismada. – Estavam falando bem ou mal? – Eu sorri, graciosamente.


- Bem, é claro. Não tem como falar mal de você, . – Mark disse, me fazendo corar. Percebi o olhar de todos sobre nós.


- Eu acho que foi um elogio. Obrigada. – Eu ri, sem jeito.


- Eles me falaram que você tem 17 anos.. – Mark tentou puxar assunto.


- Como assim vocês já falaram tudo sobre mim? Agora não tem mais graça. – Eu fingi olhar brava pros meus amigos.


- Não, eu adoraria ouvir você me contar. – Mark riu lindamente. Ok, ele era fofo.


- Bem, eu tenho 17 anos. Estou no último ano do colegial. Sou irmã do e estou passando o feriado na casa da minha tia. – Eu ri de mim mesma. – Ok, eu resumi. Agora, me fale sobre você. – Eu sorri.





Naquele momento, todos haviam se tocado e deixaram de prestar a atenção na nossa conversa. Eles começaram a conversar entre si.




- Bem, eu sou o Mark, tenho 18 anos e trabalho na empresa do meu pai. Agora? Bem.. agora eu estou conversando com uma garota encantadora, que eu tive o prazer de conhecer ontem. – Mark riu, fazendo com que eu risse junto. Oh, ele era rápido.


- Obrigada, de novo. – Eu voltei a corar. Como eu posso deixar os garotos terem esse poder sobre mim?


- Eu já volto. Vou chamar o . Ele parece uma noiva pra se arrumar, puta que pariu. – disse revoltado, enquanto se levantava da cadeira.


- , anda logo! – socou a porta do banheiro.


- Ta com pressa? – abriu a porta, fingindo estar revoltado.


- Anda logo, caralho! Ta todo mundo esperando você pra entrar na piscina! – disse, bufando.


- Ta, vamos então! – disse revoltado. Eles desceram as escadas e foram em direção ao quintal.





Eu e Mark continuávamos conversando sobre assuntos diversos. Ele tinha uma mente aberta e eu era uma pessoa muito critica, então era ótimo. Ele era engraçado, eu gostava disso. e chegaram no quintal e logo avistaram todos.




- O que esse imbecil está fazendo aqui? – perguntou, irritado.


- Ele ajudou a ligar o aquecedor da piscina e então nos convidamos ele pra ficar. – disse, sem entender a implicância de . bufou.


– O que tem, cara? Ele é gente boa. – disse, tentando acalmar .


- Eu não gosto dele, ué! – disse, furioso.


- Ok, então tente ser educado. – riu.


- Ele acha que me engana.. – voltou a bufar. Eles finalmente alcançaram o resto do pessoal.


- Seja legal, ! – falou, quase sem emitir som, enquanto fazia uma cara feia. devolveu com outra cara feia.


- Finalmente, Jonas. – riu.


- Eu sei que vocês sentiram a minha falta e não vivem sem mim. – gargalhou.


- Você tem razão, Jonas. – fingiu uma voz de gay. – Vem aqui, vem. – disse, abrindo os braços pro . Todos gargalharam.


- Não na frente de todos, né ! – entrou na brincadeira.


- Eu sempre desconfiei.. – gargalhou.


- Bem, eu tenho uma lista inteira pra provar o contrário. – disse, fingindo se achar.


- Menos, Jonas. – revirou os olhos.


- Então, vamos entrar? – interrompeu.


- Vamos.. – disse se levantando da cadeira, depois de dar um selinho em .


- Own! – fingiu achar fofo.


- Vai se foder, . – gargalhou.


- Vocês não vão vir, garotas? – disse ressaltando o ‘garotas’. Ele não estava falando com o Mark e deixou isso bem claro.


- Vamos tomar sol e depois vamos entrar. – respondeu, deitando-se na cadeira.


- Não vai entrar, Mark? – disse, sério. Queria mesmo é que ele entrasse na piscina e saísse de perto de mim.


- Acho que daqui a pouco.. – Mark sorriu e voltou a dar atenção total a mim. fez uma cara feia e suspirou, revoltado. Foi até os garotos e entrou na piscina com eles.





Os garotos mergulharam por alguns minutos. Fizeram alguns campeonatos de quem ficava mais tempo sem respirar embaixo da água. Eu continuava batendo altos papos com o Mark, enquanto , e conversavam entre si. Naquela altura, nós já havíamos tirado os nossos vestidos. Estávamos só de biquíni. Não ia ser legal ficar com a marca do vestido.




- Bem suspeito esse Mark, não é? – analisou, enquanto observava eu e Mark conversando. – Ele prefere ficar com as garotas.. – riu. Os garotos também riram.


- Bem, eu acho que ele tem uma pequena QUEDA pela . – riu.


- Ele nunca vai conseguir nada com ela. Tem só mais 3 dias. – comentou, tentando se convencer daquilo.


- Eu não sei não.. ele esta investindo pesado.. – gargalhou.


- Ela deve saber o que está fazendo. – deu de ombros.


- Olha só a cara da coitada implorando pra ser tirada de lá. – comentou, fazendo com que os garotos rissem histericamente.


- Você não vai fazer o que eu estou pensando...ou vai? – perguntou, fazendo careta.


- Bem, se você está pensando que vou jogá-la na piscina, você está certo. – piscou um dos olhos e foi em direção a escada da piscina.


- Você sabe que ela vai te matar, né? – riu.


- Eu vou sobreviver, não se preocupe. – riu, confiante. Ele saiu da piscina e foi até o lado em que eu estava. O fato de eu estar na ponta, facilitava o plano dele. Eu ainda conversava com o Mark. As garotas conversavam sem perceber que se aproximava, se tivessem visto iriam me avisar.


- , escolhe um número de 1 a 10. – disse, assim que chegou ao meu lado. Ele estava todo molhado, o que fazia ele ficar ainda mais lindo. Seu cabelo estava molhado e ele estava apenas de short. Digamos que ele tinha um tanquinho no mínimo bem definido.


- O que? – Eu ri, olhando pra cara dele. Do que ele estava falando? Mark também o olhou, sem entender.


- Escolhe um número de 1 a 10. – repetiu, rindo.


- Por que? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Escolhe! – Ele insistiu.


- Ok.. 7. – Eu disse, sem entender.


- É, você errou.. vou ter que te jogar na piscina. – disse rindo, enquanto colocava uma de suas mãos em minha perna e a outra em minha costa.


- O QUE? – Eu olhei pra ele, chocada.


- Desculpa, . – riu, enquanto começava a caminhar comigo em seu colo.


- é o caramba! Me solta agora, Jonas! – Eu comecei a gritar. Podia ouvir todos gargalhando.


- Você sabe nadar, né? – disse rindo, enquanto nos aproximávamos da piscina.


- Sei, mas eu não quero nadar. ME SOLTA! – Eu gritei, revoltada. A tortura de estar tão perto dele novamente fazia com que meu coração batesse como nunca. Deus! Como eu queira que ele não percebesse aquilo.


- Tampa o nariz, . – disse, antes de saltar na piscina comigo no colo. A água estava deliciosamente quente. Mesmo assim, eu estava furiosa. Voltei a colocar a minha cabeça pra fora da água.


- EU VOU TE MATAR, JONAS! – Eu gritei, irada.


- Você vai ter que me alcançar primeiro. – riu, enquanto nadava pra longe de mim. Ele parecia um peixe, poxa. Eu jamais alcançaria ele. A minha vontade de pegá-lo era tão grande, que fomos parar do outro lado da piscina. Longe do resto do pessoal. Ele ainda estava na minha frente, é claro.


- PUTA QUE PARIU! Por que você tem que vir me encher o saco, Jonas? Eu estava lá quietinha, sem te incomodar. – Eu disse, ainda revoltada.


- Você deveria me agradecer.. – finalmente voltou a olhar pra mim, me fazendo gelar.


- Ah é? – Eu sorri falsamente. – E por que? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Por te tirar de perto daquele idiota do Mark. – sorriu, satisfeito.


- Talvez o Mark não seja um idiota e talvez eu queira ficar lá ,conversando com ele. – Eu respondi com raiva. Ele não tinha o direito de decidir com quem eu conversava.


- Ou talvez você só esteja caindo no papinho ridículo dele. – também respondeu com raiva.


- E se eu estiver? – Eu o encarei, séria. – O que você tem a ver com isso? – Eu não sei de onde estava vindo a minha coragem para falar daquele jeito com ele. Normalmente eu ficaria totalmente sem ação.


- Qual é o seu problema com os garotos? Por que você sempre escolhe aqueles que não deveria escolher? – disse em tom de implicância.


- E você se importa? – Eu respondi com o mesmo tom.


- Quer saber? Foda-se. – disse visivelmente irritado. – Faça o que você quiser, beije quem você quiser. Só não venha chorar nos meus braços dessa vez! – estava com tanta raiva, que parecia cuspir as palavras. Eu não consegui responder e nem poderia, ele me deixou ali, falando sozinha. Eu queria socá-lo. Como ele falava tudo aquilo pra mim e me deixava falando sozinha?




Comecei a nadar em direção aos outros garotos. Olhei pra Mark, ele sorria pra mim. As garotas ainda conversavam. Talvez eu devesse ir até o e respondê-lo a altura. Eu não daria aquele gostinho pra ele. Alcancei os garotos, não olhei para cara de .




- , quer participar do nosso plano de jogar as garotas na piscina? – perguntou, rindo.


- É, também acho que elas já tomaram sol demais.. – Eu gargalhei.


- , vai! Pode bater. Eu to segurando ele! – riu, enquanto segurava os braços de pra trás. revirou os olhos.


- Não, obrigada, . Eu não vou mais perder o meu tempo com ele. – Eu disse, quase rindo. me encarou, sério.


- Ixi.. – gargalhou da minha tirada.


- Isso mesmo! Gaste todo o seu preciso tempo com o panaca do Mark. Vai lá. – murmurou, sério.


- E quem é você pra dizer com quem eu devo gastar o meu tempo ou não? – Eu o encarei, séria.


- Ok, crianças. Vamos voltar pro plano de jogar as garotas na piscina.. – disse, entrando no meio.


- Vou pegar a , olha só. – riu, enquanto subia as escadas da piscina. estava tão entretida na conversa que nem percebeu que se aproximava.


- SOLTA, VOCÊ TA TODO MOLHADO! – gritou, assim que a carregou no colo.


- Não seja por isso. Você também vai ficar molhada agora, amor. – disse, pulando com na piscina.


- ! AWN,OLHA MEU CABELO! – disse, revoltada.


- Você está mais linda do que nunca. – se aproximou dela. Ele sabe mesmo como acalmar . Ela o abraçou depois disso.


- Algo me diz que vamos ser as próximas. – disse, receosa.


- Você acha? – disse, rindo.


- Ele não teria coragem.... – disse, olhando se aproximar.


- Eu acho que ele teria.. – gargalhou. mal percebia que se aproximava por trás. As duas foram pegas na mesma hora.


- , SEU IDIOTA. ME SOLTA! – se debatia.


- Me chamar de idiota não vai facilitar as coisas pra você.. – riu.


- Ok,então.. , lindo. Me solta. – fingiu um sorriso falso.


- Obrigado pelo ‘lindo’, mas não foi o bastante. – riu, enquanto caminhava com em seus braços. No mesmo minuto, o beijou. Ele parou de andar. Claro, foi um selinho mas foi o necessário para deixar em transe. Ele a colocou de pé no chão enquanto o selinho ainda durava. Todos olhavam a cena surpresos.


- Não acredito! – gritou, toda empolgada. , que corria com em seu colo até parou de correr nesse momento para olhá-los.


- Esse é o meu garoto! – gritou, rindo. finalizou o selinho. estava em choque. Ele sorriu de forma boba.


- Ok, isso foi o bastante. – riu. riu, sem jeito.


- Também foi o bastante pra fazer isso.. – disse antes de empurrar na piscina. Todos riram nesse momento. estava tão perplexo, que conseguiu empurrá-lo facilmente na piscina.


- Corre, ! – , que ainda estava no colo de , gritou quando viu saindo da piscina em disparada e indo atrás de . Mark ainda estava sentado e observava tudo, rindo.


- Ok, chegou a sua hora. – riu e voltou a caminhar em direção a piscina com em seus braços.


- Não, ! Por favor! – implorou.


- Joga ela, ! – gritou.


- Desculpa, linda. – riu, antes de pular na piscina com em seus braços. Enquanto isso, e brincavam de pega-pega na beirada da piscina.


- Corre que nem homem, ! – gritava, tentando incentivar o amigo. ria enquanto corria. era jogador de futebol. Era um bom corredor. É claro que ele alcançaria .


- NÃAAAAAAAAAAAAAAAO! – gritou, quando viu que estava a centímetros dela.


- PEGUEI! – gritou, assim que conseguiu segurá-la pelo braço.


- NÃO, ! NÃO FAZ ISSO, POR FAVOR. – se debatia.


- Você me enrolou uma vez.. – riu, colocando-a em seu colo.


- NÃO, NÃO, NÃAAAAAAAAAO! – gritou, antes de pular com ela na piscina. Todos nós gargalhamos.


- Eu adorei isso. – riu.


- DROGA! – disse, assim que voltou a superfície da água. ria como um bobo. Parecia que o efeito do beijo não havia passado. Eu sabia muito bem como ele se sentia.


- Ta, agora nós podemos brincar de ‘briga de galo’ ? – perguntou.


- Pode ser.. – concordou.


- Quais vão ser as duplas? – perguntou.


- Eu com a . – disse rapidamente.


- É, nós já sabíamos disso, . – fez careta.


- Eu com a . – sorriu pra , que concordou.


- Pode ser eu e você, ? – perguntou, sem jeito.


- Pode ser.. – sorriu, fingindo que não estava feliz da vida por dentro.


- Então.. – olhou pra minha cara e pro .


- Eu vou com a Mark. – Eu olhei pro Mark e depois sorri pro , provocando. cerrou os olhos em minha direção.


- Sério? Mas e o ? – olhou pra nós, sem jeito.


- Nós precisamos de um juiz, certo? – Eu olhei pro e quase ri. Ele continuou me olhando, sério.


- Você está brincando, né? – fingiu rir.


- Eu pareço estar brincando? – Eu arqueei a sobrancelha, ficando séria. – Mark! Entra aqui, vamos brincar de briga de galo. Você é o meu par. – Eu gritei, para que Mark pudesse ouvir.


- To indo. – Mark sorriu. Ele tirou a camisa e pulou na piscina.


- Ele é bem fortinho.. – comentou, recebendo um olhar feio de . Se fosse possível matar com o olhar, estaria me matando naquele momento.


- Vamos jogar? – Mark disse, aparecendo ao meu lado.


- Claro, vamos. – Eu sorri pra ele.


- Eu vou pegar alguma coisa pra comer.. – disse, sério. Negou com a cabeça, enquanto me olhava Ele saiu de perto de nós e depois da piscina. Todos haviam percebido o quanto havia ficado furioso com aquilo.


- Ta, vamos começar. – me fitou com os olhos. O que foi? Tudo bem, eu posso ter pego pesado demais, mas ele mereceu.





Como em toda briga de galo, as garotas subiram no pescoço dos garotos. Íamos disputar semifinais e depois as finais. A primeira semifinal foi entre / e /. O jogo começou. Não conseguíamos parar de rir.




- Empurra ela, . – gritava, rindo.


- Eu to empurrando. Ela não cai! – disse, gargalhando. acabou ganhando e arrancando aplausos de todos. e deram um selinho de comemoração.


- Droga.. – murmurou.


- Nós ganharemos na próxima. Você foi bem. – sorriu pra ela. – Bate aqui. – estendeu a mão. riu e fez o que ele pediu.




Ok, agora era a disputa era entre / e Eu/Mark. Começamos a brigar. fazia de tudo pra me empurrar e eu fazia o mesmo.




- , faz cócegas nela! – gritou. Ele me conhecia bem. Ele sabia que eu morria de cócegas.


- Não, para. É covardia! – Eu disse, aflita. começou a fazer cócegas em mim no mesmo instante. – PARA! NÃAO! – Eu gritei, gargalhando.


- Seguraaa, não vai cair! – Mark disse, rindo.


- Estamos quase ganhando, ! – gritou, dando um último incentivo pra , que me deu o último empurrão e eu acabei caindo. É, eu perdi.


- Não valeu, vocês trapacearam! – Eu fiz bico.


- Aprenda a perder, irmãzinha! – gargalhou.


- Cala a boca. – Eu revirei os olhos.


- Ok, agora é a final! – disse, se achando.




Hora da final! começou melhor. Por muitas vezes, eu achei que cairia. Porém, sempre acaba nos surpreendendo. Ela deu um surpreendente empurrão e derrubou .




- YEAH! – gritou, comemorando.


- Eu nem queria ganhar mesmo.. – ergueu os ombros, fazendo careta. Ajudou a a se estabilizar na piscina.


- Ok, agora tem que ter um beijo de comemoração. – gritou, rindo.


- Verdade! Vai, beija logo. – Eu apoiei. riu sem jeito, enquanto , se aproximava. Quando chegou até ela, se aproximou ainda mais. Eles finalmente se beijaram ali no meio da piscina. A cena foi muito fofa. Eles estavam tão apaixonados.


- Chega, ! – gritou, enquanto ria, vendo que estava se empolgando. e começaram a rir e o beijo teve de ser interrompido.




Passamos a tarde toda ali nos divertindo. ficou dentro de casa a tarde toda. Os garotos chamaram ele algumas vezes, mas ele não dava atenção. Em compensação, Mark passou a tarde com nós. Ele era um pouco mais tímido do que os garotos, mas era bem legal.




- Ah, eu já estava esquecendo de falar. Um amigo meu vai dar uma festa em um clube aqui perto. Vocês estão a fim de ir? – Mark nos surpreendeu. Uma festa em Nova York? OMG.


- Você ta falando sério? – disse, chocada.


- To.. – Mark riu.


- Que horas que começa? – disse com os olhos brilhando.


- Começa as 8:00. – Mark sorriu.


- Demorou! – disse, empolgado.


- Então vamos sair da piscina logo pra irmos tomar banho e nos arrumar. – disse, enquanto ia em direção a escada da piscina. Todos fizemos o mesmo.


- Se enxuguem antes de entrar. – avisou.


- Ta, . – revirou os olhos e riu. Assim foi feito. Todos nos enxugamos e entramos na casa, que tinha 4 banheiros. Então facilitava pra todo mundo tomar banho. Mark disse que ia tomar banho em sua casa e depois passava pra nos levar até o local da festa.




Ok, eu não posso negar. O acontecimento com o havia me incomodado. Nós havíamos ficado numa boa e agora estava tudo arruinado novamente. Eu só espero que o Mark valha tudo isso.




Quando entramos em casa, eu achei que eu encontraria o no sofá assistindo um jogo qualquer, mas ele não estava lá. Ele deveria estar no quarto dele e pior: estava muito furioso comigo. Tudo bem, por que eu também estava brava com ele.




- , o que você ta fazendo ai? – disse, enquanto entrava no quarto. estava deitado na cama, provavelmente estava dormindo.


- O que você acha que eu estou fazendo? – perguntou de forma sarcástica e arqueou a sobrancelha.


- Bem, dormindo é que você não está. – riu.


- O que nós vamos fazer a noite? – mudou o assunto.


- Vamos a uma festa. Começa a se arrumar também. – jogou a toalha de banho na cara de .


- Festa? Que festa? – olhou pro , curioso.


- Ok, você não vai gostar. – fez careta.


- Hm, fala logo. – revirou os olhos.


- O Mark convidou. A festa é de um amigo dele. – sorriu, tentando fazer com que não parecesse tão ruim.


- Claro, Mark, Mark, Mark. Sempre o Mark! – bufou.


- Cara, por que a implicância com o cara? – perguntou, intrigado.


- Ele fica dando uma de santo. Ele não me engana. – revirou os olhos.


- Se isso não soasse estranho demais, eu diria que você está com ciúmes da . – quase riu. Pra ele, a hipótese era remota.


- Ciúmes? Que ciúmes? – perguntou com implicância. – Quer saber? Foda-se você também. Vou tomar banho. – disse, colocando a toalha nas costas e pegando uma roupa qualquer na mala.


- Então você vai na festa? – perguntou, antes dele sair do quarto.


- É claro que eu vou. – respondeu sem olhá-lo, antes de sair do quarto.




Ok, é claro que ele não estava com ciúmes de mim. Talvez ele se preocupasse comigo. Talvez ele tivesse medo que alguém me machucasse de novo. Ciúmes era...insano. Também fui tomar banho. Decidi que colocaria um vestido e um salto. Mark estaria lá e algo me dizia que a noite não passaria em branco.





Faltavam 15 minutos para as 8 horas e estávamos todos prontos. Todas as garotas usavam vestidos e salto (CLIQUE AQUI PARA VER O SEU VESTIDO). Os garotos usavam calça jeans, tênis e uma camiseta qualquer. como sempre, se destaca entre os meninos. Seu perfume era sempre o mais cheiroso e a sua roupa era sempre mais estilosa. Ele usava uma calça jeans escura, tênis da Nike e uma camiseta cinza com detalvwtalhes pretos, que combinava perfeitamente com a sua calça e tênis. Usava também uma corrente qualquer no pescoço e um relógio maravilhoso, que provavelmente era MUITO caro. O cabelo estrategicamente desarrumado, deixava-o perfeito.





Todos nós esperávamos Mark chegar, para que finalmente fossemos a festa. Eu e não nos olhamos nem por um segundo. Quer dizer, se ele olhou pra mim, eu não vi e ele certamente não viu quando eu olhei pra ele.




- Se eu pelo menos estivesse esperando por uma garota. – revirou os olhos. Ele estava revoltado com o atraso do Mark.


- Ele já ta chegando, ! – disse, irritada.


- Eu ainda estou querendo entender o porquê de toda essa implicância do com o Mark. – disse, curiosa.


- Por que todo mundo fica perguntando isso? Saiam do meu pé, porra. – disse, revoltado.


- Ta vendo.. – riu.


- Eu só não fico lambendo ele como vocês fazem. – sorriu, sarcasticamente.


- Ei, eu não fico lambendo ninguém não! – arqueou a sobrancelha. Eu segurei o riso.


- Vocês nem conhecem ele direito e já viraram amigos de infância. – disse, furioso.


- Ás vezes as pessoas que acabamos de conhecer podem ser bem melhores do que pessoas que conhecemos há anos. – Eu disse, dando uma indireta. – Supera, . – Eu revirei os olhos. voltou a me fuzilar com os olhos. Eu sorri, satisfeita por ter irritado ele.


- Não é assim também, né. – entrou no meio. - Não que o Mark seja a pessoa mais legal do mundo. Só estamos sendo educados. – completou.


- Acho que ele chegou. – disse, indo até a janela para ver se via o carro de Mark.


- É ele. – confirmou, depois de olhar a janela.


- Vamos então. – disse, se levantando do sofá, assim como todos nós.




Fomos pro lado de fora da casa, enquanto foi buscar o carro da tia Janice na garagem. continuava com o seu estresse e eu estava achando tudo muito engraçado.




- Então, podemos ir? – Mark sorriu pra mim. Ok, ele também estava bonito.


- E você quer que nós vamos a pé? – disse, olhando Mark com desprezo. Mark olhou pre ele, sério.


- O já está vindo com o carro. – sorriu, dando uma cotovelada discreta em , que lhe devolveu uma cara feia.


- Ali. Vamos lá. – apontou, assim que viu sair da garagem.





Fomos até o carro de tia Janice. foi na frente com . Todos nós fomos atrás. O carro era enorme, como você já sabe. Ainda estávamos chocados com o quão chique era aquele carro.




- Esse carro é coisa de louco! – disse, maluco por estar dirigindo aquela ‘máquina’.


- O Mark ta ali na frente. – apontou, mostrando um carro em sua frente.




Mark nos guiou até a festa. reclamava a todo momento da lerdeza de Mark. estava certo dessa vez. Mark esta indo realmente devagar. Quando chegamos ao local da festa, ficamos chocados. O lugar era enorme, estava lotado e as luzes lá dentro não paravam de piscar.




- WOW! – disse, boquiaberta.


- Cara, eu amo o Mark. – riu.




Mark nos mostrou o caminho do estacionamento. Estacionamos e fomos em direção a festa. não dizia nada, apenas fazia tudo com mau humor.




- Já to avisando: se alguém olhar pras pernas da , vai levar porrada. – disse, colocando o seu braço nos ombros de , que riu.


- Deixem os celulares ligados. Se alguém se perder, dá pra ligar. – avisou.




Entramos no local. Mark falou com o segurança, que permitiu a nossa entrada. Sentamos em uma mesa, que parecia estar reservada pra nós. Mark se sentou ao meu lado. Começamos a comer alguns salgados que os garçons passaram servindo. Haviam várias pessoas dançando. Nós queríamos fazer isso, mas todos estávamos mortos de fome. Tínhamos que comer primeiro. Essa era o plano, até o DJ colocar algumas músicas da Lady Gaga pra tocar. Ai sim, enlouqueceu.




- Garotas, vamos dançar! – disse se levantando da mesa. Nós rimos e fizemos o que ela pediu. Os garotos permaneceram sentados.


- Olha o , nem pisca. – gargalhou ao ver a cara de , que assistia dançando. riu, sem jeito. Os garotos riam como nunca.


- E você Jonas, vai ficar ai chupando dedo? – gargalhou.


- Parece até que não me conhece.. – gargalhou. – Estou só procurando o alvo perfeito. – disse, analisando as garotas da pista de dança.


- Aquela loira ali não tira o olho. Se você não for lá falar com ela, ela é quem virá. – gargalhou. virou-se para olhar a loira.


- Não... – fez careta, não gostando da loira.





Eu e as garotas continuávamos dançando empolgadamente na pista de dança. Por várias vezes, percebi o olhar de sobre mim. Mesmo querendo olhar, eu não olhei. Percebi que Mark também me observava.




- Quer um guardanapo, Mark? – gargalhou, ao ver Mark me vendo dançar.


- Acho que vou aceitar, por que olha.. – Mark gargalhou e voltou a me olhar. revirou os olhos e suspirou. As vezes ele tinha raiva do , que estava vendo o cara dando em cima da irmã na cara dura e não fazia nada.


- Bem, eu vou lá cuidar do que é meu. – disse, arrancando a risada de todos na mesa. Ele foi até e começou a dançar com ela.





Decidi chamar Mark pra dançar, já que ele não tinha tomado atitude alguma até aquele momento. Fui até a mesa, ao chegar lá bebi mais um gole de refrigerante que ainda sobrava em meu copo. e Mark olharam pra mim no mesmo momento. Olhei pra Mark e sorri.




- Vai ficar ai? – Eu perguntei pra ele.


- Eu já estava indo lá. – Mark riu. Ele se levantou da mesa e foi até o meu lado. olhava tudo, furioso. Qualquer um percebia isso. com certeza percebeu.


- Vamos. – Eu sorri e apontei a cabeça em direção a pista de dança. Mark me acompanhou até o centro da pista de dança, onde estavam as garotas e .





Mark dançava muito bem, o que me surpreendeu. Começamos a dançar juntos. Calma, você pode estar tirando conclusões precipitadas! Estávamos dançando de forma civilizada. Não era um desses esfrega-esfrega. não tirava os olhos de nós dois. Estava se segurando para não levantar e socar Mark.




- Eu vou dar uma volta por ai. Vejo vocês depois. – disse, se levantando da mesa.


- Vamos lá? – perguntou pro .


- Você ta me chamando pra dançar? – fez cara de nojo.


- To falando pra nós irmos lá com as meninas, idiota. – gargalhou.


- Eu sei, besta. Vamos. – riu. Os dois se levantaram e foram até o resto do pessoal.



obviamente foi dançar com e foi chegando aos poucos em . Dançamos durante 1 hora. Só eu parecia exausta ali. Meu salto estava me matando e eu estava soando como uma louca.




- Gente, vou no banheiro. Já volto. – Eu avisei a todos. Eu ia chamar as garotas para ir comigo, mas elas estavam se divertindo tanto, que não quis incomodá-las.


- E eu vou pegar alguns refrigerantes pra nós. – Mark sorriu. Eu concordei e fui em direção ao banheiro. Lembrei de passar na mesa, para pegar a minha bolsa. Provavelmente eu precisaria retocar a maquiagem. Cheguei na mesa e percebi que estava vazia. Só estavam nossas bolsas lá. Olhei pra trás para ver se estava com nossos amigos na pista de dança e ele não estava.





Fui em direção ao banheiro e entrei. Fui direto pro espelho. Eu estava ridícula. Minha maquiagem estava toda borrada, por causa do suor. Meu cabelo era a única coisa que salvava ali. Lavei o meu rosto e retoquei toda a maquiagem. Meu pé doía tanto que eu não tinha certeza se conseguiria voltar pra mesa. Ainda tinha uma coisa me incomodando. Onde estava? Bem, tanto faz. Eu não me importo! Ta.. só um pouco, ok?




Depois de já ter retocado a maquiagem, conferi no espelho pela última vez. Tudo parecia em ordem novamente. Tirando a minha dor no pé e a dor de cabeça, que começava a me incomodar. A música alta com certeza era a culpada.




Sai do banheiro. A música alta parecia que explodiria a minha cabeça. Eu estava mancando. Chegaria na mesa só no dia seguinte. Aproveitei da minha lerdeza e passei o olho por todo o clube, tentando achar . Olhei novamente pra pista de dança e não o encontrei. Quando finalmente consegui achá-lo, o meu sangue subiu, mas subiu de uma forma que nunca havia subido antes.




estava sentado com um morena alta e BEM encorpada, pra não dizer outra coisa. Ela estava falando coisas em seu ouvido e ele rindo como uma criança. O que ele achava que estava fazendo? Como ele me beija em um dia e sai pegando uma qualquer no outro? Ele acha que sou o que? Pensei em ir até lá e tirar satisfações, mas a dor no meu pé não permitia. Se eu fosse lá, seria obrigada a meter a mão na cara dele e na dela. Não valia a pena.




A minha festa havia acabado pra mim. Tinha perdido a graça. Eu já não queria saber de mais nada. Eu só queria era sair dali e ir embora. Voltei pra pista de dança com dificuldade. Tentei não mostrar o quão irritada eu estava.




- Eu acho que vou embora. O salto está me matando e a minha dor de cabeça também. – Eu disse com uma cara feia.


- Não são nem 11 horas ainda, ! – disse, bravo. Se eu fosse embora, ele teria que ir também, pois só ele poderia me levar pra casa.


- A minha dor não tem hora pra começar, idiota. – Eu bufei. Eu já estava ali morrendo de dor e ele enchendo o meu saco.


- Deixa que eu te levo. – Mark apareceu ao meu lado.


- Não, eu não quero atrapalhar a sua festa. – Eu sorri, agradecida.


- Imagina, você nunca vai me atrapalhar em nada. – Mark disse, sendo gentil.


- Tem certeza que pode levá-la? – perguntou.


- Claro. – Mark sorriu.


- Então ta. Vai com ele então, . – sorriu.


- Ok. – Eu sorri. Uma carona com o Mark não seria tão ruim.


- Cuidado com a minha irmã, hein cara. – gritou, quando viu eu e Mark saindo.


- Deixa comigo! – Mark riu.




Eu e Mark estávamos mais perto de uma saída, mas eu fiz questão de sair pela outra, só para podermos passar na frente de . Eu queria esfregar o Mark na cara dele. Segurei a mão de Mark e o levei em direção a outra porta. Naquela hora, o meu salto nem me incomodava mais. O que eu queria era deixar ainda mais irritado.




Olhei discretamente pro . Ele ainda estava lá, fazendo a mesma coisa ridícula com aquela morena ridícula e puta. Fui em direção a ele, ainda segurando a mão de Mark. Parei exatamente na frente da mesa dele.




- A saída fica pra lá, né? – Eu perguntei pro Mark. Ao ouvir a minha voz, olhou pra mim.


- É.. – Mark concordou.


- Vamos, então. – Voltei a puxar a mão de Mark, levando ele em direção a tal saída. Chegamos na porta da saída e passamos pelos seguranças.


- Hey, onde vocês vão? – Uma voz gritou, atrás de nós. Eu rapidamente reconheci a tal voz.


- Não interessa. – Eu disse, sem olhá-lo.


- Claro que interessa. – entrou na minha frente. - Pra onde vocês estão indo? – Ele repetiu a pergunta. Estava irritado e sem paciência.


- Sai da frente! Eu já disse que não interessa. – Eu desviei de e continuei andando ao lado de Mark.


- ! Para de ser infantil e fala logo onde vocês estão indo! – entrou novamente na minha frente. Mark demonstrou estar impaciente, mas não disse nada.


- Eu vou embora! Ta satisfeito? Agora para de encher o meu saco! – Eu disse, furiosa. A minha vontade de socá-lo era maior que tudo.


- Eu vou pegar o carro. Você vai ficar bem? – Mark perguntou, sério. Ele se referia ao .


- Faça isso logo, Mark. – disse, impaciente. Mark se irritou e foi em direção ao , encarando-o.


- Mark, vai pegar o carro, por favor. – Eu entrei na frente de , antes que Mark chegasse até ele. Mark continuou encarando , mas fez o que eu pedi. Saiu e foi buscar o carro, deixando eu e sozinhos.


- Você não vai embora com ele. – disse, atrás de mim.


- Não deveria me desafiar assim. – Eu disse, depois de voltar a olhá-lo.


- Você não vai. – voltou a dizer, sério.


- Volta pra festa e me deixa em paz, ok? – Eu disse e eu revirei os olhos.


- Eu levo você! – disse, irritado.


- Leva como, idiota? Nas costas? – Eu ri por alguns segundos.


- Se for necessário, sim. – continuou sério.


- Eu não quero nada de você, Jonas. Volta pra festa. – Eu me mostrei impaciente.





Mark saiu do estacionamento e parou o carro em minha frente. olhou pra ele e suspirou, irritado.




- , por favor não vai com ele. – pediu, achando que se talvez apelasse, eu o escutaria.


- Boa noite, Jonas. – Eu disse, abrindo a porta do carro de Mark e entrando.



- Tudo bem? – Mark perguntou, se referindo ao .


- Sim. – Eu forcei um sorrio. Eu estava irritada, mas eu não podia descontar nele.


- Qual é a desse , hein? – Mark perguntou, irritado.


- Ele é um idiota. Não liga pra ele. – Eu voltei a sorrir. Eu não deixaria que a minha raiva do estragasse a minha noite com o Mark.





No mesmo momento em que eu sai de carro com Mark, pegou um taxi qualquer e foi imediatamente pra casa de tia Janice. Ele sabia que Mark tentaria alguma coisa comigo e ele faria qualquer coisa para impedir.





Mark ligou o som e fomos escutando uma música qualquer até a casa da tia Janice. Eu não consegui me descontrair nem por um minuto. Eu ficava me lembrando do com aquela morena e a minha raiva triplicava. QUE DROGA, essa merda não vai sair da minha cabeça? E por que eu estava tão irritada com aquilo? Que estupidez. O é livre e desimpedido. Pode pegar quem ele quiser. Finalmente chegamos na casa da tia Janice. Mark desligou o carro. Hm, desligar o carro sempre era um sinal.




- Chegamos. – Mark sorriu.


- É.. – Eu concordei e sorri. – É.. então boa noite. Muito obrigada, Mark. – Eu agradeci, sorrindo pra ele. Eu já ia saindo do carro.


- Espera.. – Mark segurou o meu braço, antes que eu abrisse a porta do carro. Droga. Eu voltei a olhá-lo, ele sorriu, sem jeito. – , você sabe que eu fiquei a fim de você desde que eu te vi. – Mark disse. Parecia estar envergonhado.


- É, eu percebi. – Eu sorri, sem jeito.


- Eu tenho tentado saber qual é a hora certa pra se fazer isso. Eu acho que talvez a hora certa seja agora.. – Mark disse se aproximando de mim. Há 20 minutos atrás eu estava muito a fim de beijá-lo, mas não sei o que aconteceu.


- Desculpa, Mark. – Eu fiz careta. - Eu não estou muito bem hoje. – Eu me afastei dele, envergonhada. Estava envergonhada por fazer aquilo com ele, depois de ter dado esperança a noite toda. – Desculpe. – Eu disse novamente. Eu estava me sentindo mal. Mark era tão legal, não merecia aquela minha rejeição.


- Tudo bem. Eu entendo.. – Mark riu de forma chateada.


- Mark, eu quero isso, mas é que hoje eu não estou bem. – Eu disse tentando fazer com que aquilo se tornasse algo menos doloroso.


- Tudo bem. – Mark continuou sorrindo, chateado. Eu sabia que não estava tudo bem. DROGA ! Você não faz nada certo!


- Eu vou entrar então. Obrigada e desculpe, novamente. – Eu sorri, sem jeito.


- Boa noite. – Mark disse, tentando sorrir.





Eu abri a porta do carro e sai. Eu estava me sentindo tão idiota. Eu me odiava naquele momento. O Mark sempre foi tão legal, ele não merecia que eu fizesse isso com ele. Eu queria aquilo, eu havia decidido que queria, que deixaria acontecer. Eu só não consegui por isso em prática. Entrei na casa da tia Janice totalmente revoltada.




- MERDA! – Eu suspirei, irritada. Tirei os saltos, que tanto estavam me matando e os deixei no canto da sala.




Me joguei no sofá me sentindo burra e estúpida. Eu também estava furiosa comigo mesma, furiosa com o , furiosa com aquela morena vadia do Clube, que estava se jogando em cima do . Levei um susto, quando a porta foi aberta abruptamente. Não, NÃO ACREDITO!




- O que você ta fazendo aqui? – Eu perguntei, fazendo careta. Ele não ia mesmo me deixar em paz?


- Me diz que você não beijou ele! – disse, respirando como alguém que tivesse acabado de correr a maratona.


- O que? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Beijou ou não beijou? – disse, caminhando até mim.


- Era só o que me faltava! Ter que dar satisfações da minha vida amorosa pra você. – Eu levantei do sofá, furiosa.


- Responde. – disse de forma calma, dando alguns passos e ficando em minha frente.


- O que você ta fazendo aqui, hein ? – Eu perguntei, cansada de briga. Ouvir ele falar daquele jeito calmo comigo me fazia tremer novamente.


- Eu não podia deixar ele beijar você. – disse, dando alguns passos em minha direção e ficando próximo. Suas bochechas estavam um pouco rosadas, talvez por ele ter corrido tanto.


- E por que não? – Eu disse, olhando ele nos olhos pela primeira vez naquele dia.


- Por que sou eu quem devo fazer isso. – disse de forma doce.


- Para . – Eu disse deixando de olhá-lo. Eu sabia que se eu continuasse olhando pra ele, eu não resistiria -de novo.


- Aquele beijo não sai da minha cabeça. – disse, irritado com o que estava falando. Ficou bem claro que ele queria ter esquecido, mas não conseguiu. Pelo menos eu não tinha sido a única.


- Qual, o meu beijo ou o daquela morena lá do clube? – Eu perguntei, impaciente. Arqueei a sobrancelha e percebi que ele ficou surpreso. Ele não conseguiu responder. Balancei a cabeça negativamente. Sai de perto dele para não falar ainda mais besteira. Fui em direção ao quintal. Eu precisava tomar um ar, eu precisava ficar sozinha, eu precisava sair de perto dele.


- Eu não fiquei com ela. – foi atrás de mim, me surpreendendo. Me virei para ter certeza de que ele realmente estava ali e dei de cara com ele. Ele estava tão perto, que o meu coração começou a disparar no mesmo minuto. Eu já disse que eu ficava totalmente frágil perto dele? Já né? Pois é.


- Até parece. – Eu arqueei a sobrancelha, sem acreditar. Eu sei que deveria sair de tão perto dele. Eu não conseguia, eu não queria.


- Eu tentei, mas não fiquei. – disse, olhando em meus olhos. Eu acho que parei até de respirar naquele momento. Seus olhos no meu, suas palavras ditas de forma suave, seu perfume exalando por toda parte. Eu estava ficando atordoada.


- E por que você não ficaria? – Eu perguntei usando tom de implicância. Eu tentei fingir que nada aquilo estava me afetando. Bem, tentativa totalmente frustrada.


- Por que ela não era você. – terminou de dizer a frase com um sorriso fraco no rosto. Aquela frase era tudo o que eu precisava ouvir naquele momento pra ficar ainda mais frágil, pra sentir meu coração disparar ainda mais, pra sentir as borboletas fazerem a festa do século no meu estomago.


- O que você quer dizer? – Eu disse com a voz falhando, enquanto olhava pra ele de forma séria. se aproximou ainda mais.


- Quero dizer que eu não quero mais ninguém além de você. – disse, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu abaixei a cabeça e sorri. O que estávamos fazendo?


- Eu não beijei o Mark. – Eu disse, depois de voltar a olhá-lo.


- Eu sei. – sorriu de forma incrível.


- Como você sabe? – Eu perguntei, sem entender.


- Você pertence a mim e não a ele e você sabe disso. – disse com um quase sorriso no rosto. Seu olhos que antes estavam fixos em meus olhos, desceram até os meus lábios. Ele se aproximou lentamente. Ele não sabia se olhava meus lábios ou os meus olhos, ele só sabia que eu queria aquilo tanto quanto ele.




Quando percebi que seus lábios estavam prestes a encostar nos meus, fechei os meus olhos lentamente. Nossos lábios se tocaram e eu já estava entregue. Uma de suas mãos foram até a minha cintura e a outra entrelaçou os seus dedos nos meus. Minha outra mão subiu até a sua nuca. O selinho acabou se tornando um beijo, depois que dei a passagem para ele aprofundar o beijo.




Eu não sei explicar, eu só sei que eu sabia que estava exatamente onde eu deveria estar. Eu estava exatamente onde eu queria estar. Esse beijo foi definitivamente melhor e mais longo do que o primeiro. Sabíamos o que estávamos fazendo daquela vez e isso mudava tudo. O beijo não foi intensificado, assim como o outro. Queríamos aproveitar cada segundo daquele momento, queríamos que aquele momento durasse horas.




Me lembrei que o pessoal chegaria a qualquer momento e terminei o beijo. Abri os olhos e observei ele abrir os dele lentamente. Ele tinha um sorriso lindo no rosto, que me deixava zonza. Ele se aproximou e roubou um selinho. Se aproximou novamente e roubou outro longo selinho. A quem estávamos enganando? Não queríamos terminar aquele beijo agora. Outro beijo foi iniciado, ele foi intensificado dessa vez. Seus dedos de sua mão direita se entrelaçaram em meu cabelo. Seu outro braço estava em torno da minha cintura e colava nossos corpos.




Eu não queria parar o beijo. Deus sabe que eu não queria, mas eu tive. Ninguém poderia saber o que estava acontecendo entre nós, não era certo. Diminui a intensidade do beijo e separei nossos lábios. Cada músculo do meu corpo pedia que eu fizesse o contrário. tirou os seus dedos com cuidado do meu cabelo. Ao abrir os olhos dessa vez, não olhei nos olhos dele. Eu estava tentando evitar outro beijo.




- Eu tenho que subir pro meu quarto, . – Eu sorri, sem jeito. Eu tirei a mão da nuca dele e me afastei um pouco.


- Espera.. – pediu, antes que eu voltasse a entrar na casa. Eu voltei a olhá-lo.


- É bom que o Mark saiba que não vai conseguir tirar você de mim assim tão fácil. Eu vou lutar por você, . – me olhava daquele jeito encantador e ele sorriu sem mostrar os dentes.




Eu não conseguiria descrever o que eu senti naquele momento. Era como se eu já soubesse que eu era dele e que só ele faria eu me sentir daquele jeito. Eu não consegui responder, apenas sorri e entrei na casa. Cada passo que eu dava, não era simplesmente um passo em direção ao meu quarto, era um passo mais longe dele. Era um passo que eu não queria dar.




Entrei em meu quarto, fechei a porta e me encostei nela. Eu não sabia o que estava acontecendo, o que eu estava fazendo, eu só sabia que era bom. Sorri sozinha. Era engraçado o fato de eu estar gostando do , o garoto que eu odiava há semanas atrás. Como era possível existir dois sentimentos tão distintos pela mesma pessoa? Talvez seja isso mesmo o que falam por ai: amor e ódio andam juntos.


Capítulo 12 - Nascer do sol ou do amor?




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- ... – Alguém sussurrou no meu ouvido. Pensei estar sonhando e nem me movi na cama. – ! – A voz disse um pouco mais alto. Me virei pra ver quem era.


- ? – Eu disse, assustada. Não tinha nem amanhecido. O que ele estava fazendo ali? Eu estava sonhando?


- É, sou eu. – riu e se agachou em frente a minha cama.


- Ta maluco? O que você ta fazendo aqui? – Eu disse, rindo.


- Eu quero te mostrar uma coisa. – riu o mais baixo que conseguiu.


- Ás 5 horas da manhã? – Eu arqueei a sobrancelha, depois de olhar o horário no meu celular.


- É, ué! Dá pra levantar logo? – voltou a rir.


- Tem certeza que você não está sonâmbulo? – Eu sorri, enquanto me sentava na cama.


- Levanta de uma vez! – suspirou, revoltado.


- Ta, to indo. – Eu disse, quase gritando. voltou a ficar de pé, assim como eu.


- Fala baixo, você vai acordar a ! – disse, bravo.


- A já sabe.. – Eu disse, colocando um sobretudo por cima do pijama.


- O QUE? – quase gritou. Eu comecei a rir. – Como assim ‘ela sabe’ ? – disse, assutado.


- Tem certeza que quer falar disso agora? - Eu arqueei a sobrancelha. Eram 5 horas da manhã e estávamos de pé ali no meio do meu quarto.


- Ta! Vem. – revirou os olhos e estendeu sua mão para que eu a segurasse. Eu olhei pra mão dele, sem entender. – Confia em mim? – perguntou, depois de ver que eu hesitei em segurar sua mão.


- Eu devo estar louca, mas sim, eu confio. – Eu sorri e segurei sua mão. Ele sorriu fraco, antes de começar a andar e me puxar com ele. – Desculpa perguntar mas, o que nós estamos fazendo? – Eu perguntei e ri.


- Para de fazer pergunta e vem logo. – riu, balançando a cabeça negativamente. Descemos as escadas e passamos pela sala. Fomos em direção a cozinha. – Fiz esses chocolates quentes pra nós. – soltou a minha mão e me entregou a caneca.


- Obrigada. – Eu sorri, encantada. Eu não sei o que estávamos fazendo, mas ele estava sendo incrivelmente fofo.


- Vamos.. – voltou a segurar a minha mão e a me puxar. Saímos no quintal.


- Não vai me dizer que você vai me jogar na piscina de novo? – Eu parei de andar e ele virou-se pra mim, arqueou a sobrancelha.


- Você ta falando sério? – perguntou, quase rindo.


- Claro que eu estou. Você já fez isso uma vez. – Eu tentei não rir.


- Eu só faço isso quando quero tirar você de perto do Mark. – disse e riu.


- Não tem graça, besta. – Eu fingi estar brava.


- Claro que tem. Você ficou tão brava. – continuou a rir.


- Cala a boca, vai. – Eu revirei os olhos.


- Ta, anda logo senão não vai dar tempo. – voltou a me puxar.




Ele me levou pra cima do gramado do quintal da tia Janice. O lugar era alto, então dava pra ter a visão do horizonte de Nova York. – Senta ae. – disse, se sentando. Eu fiz o que ele pediu e me sentei ao seu lado. ficou olhando o horizonte, que naquele momento estava escuro. Eu olhei pro mesmo lugar que ele estava olhando e não entendi. Só haviam prédios ali.




- O que nós estamos fazendo mesmo? – Eu disse, antes de tomar um gole do meu chocolate quente.


- Fica olhando. – disse, sem olhar pra mim. Continuei a olhar pro mesmo lugar. – E em 5,4,3,2 e 1... – contou até que o sol começasse a nascer naquele exato lugar em que olhávamos. Foi simplesmente a cena mais linda que eu já havia visto até hoje. O sol subia aos poucos por detrás dos enormes prédios de Nova York.


- Wow. – Eu disse boquiaberta. Eu estava vendo o nascer do sol em Nova York, aquilo era insano. – É incrível. – Eu sorri, ainda chocada. Eu não sei se eu estava mais comovida com o nascer do sol ou com a atitude do de me trazer ali.


- Aquele dia em que a minha avó morreu, eu não consegui dormir e então eu vim aqui pra fora e descobri isso. – dissem deixando de olhar a linda paisagem e voltando a olhar pra mim. A luz do sol batia no rosto dele e deixava o sorriso dele ainda mais lindo e seus olhos ainda mais claros. – Eu queria te trazer aqui, já que você me levou até o lugar seu e da sua avó.. naquele dia. – sorriu fraco e tomou mais um pouco do seu chocolate quente.


- Foi você quem fez? – Eu perguntei, mostrando a caneca de chocolate quente.


- Foi. Ta horrível, eu sei. – riu, sem jeito.


- Não, está ótimo. – Eu disse. O chocolate quente estava realmente bom. – Juro. – Eu ri da careta que ele havia feito.


- Obrigado então. – agradeceu, enquanto ria um pouco.


- Eu não acredito que você acordou tão cedo pra fazer tudo isso. – Eu disse, impressionado. Aquilo era realmente encantador. – Eu não conhecia esse seu lado. – Voltei a tomar o chocolate quente.


- Talvez por que ele nunca tenha existido.. – sorriu lindamente, esperando pela minha reação.


- O que você quer dizer? – Eu ri e balancei a cabeça negativamente.


- Eu não sei por que estou fazendo essas coisas. Eu nunca fiz nada disso por ninguém. – disse como se aquilo fosse algo ruim. – Eu nunca fiz chocolate quente pra ninguém, nem mesmo pra minha mãe. – riu da sua própria idiotice. Ambos sorrimos, sem jeito. Nos entre olhamos por alguns segundos.


- Tudo isso pra conseguir passar na frente do Mark? – Eu ri, indignada.


- Claro que não. Tudo isso pra conseguir você. – sorriu fraco, enquanto esperava pela minha reação, que foi a prevista: bochechas vermelhas.


- Você tem que parar de fazer isso. – Eu sorri, sem jeito e balancei a cabeça negativamente.


- Isso o que? – arqueou a sobrancelha.


- De sorrir pra mim desse jeito, de olhar pra mim desse jeito, de falar comigo desse jeito. – Eu disse, envergonhada por estar dizendo aquilo em voz alta. – Um dia eu posso acabar acreditando. – Eu disse, abaixando meu olhar para as minhas mãos, que brincavam com um botão do meu sobretudo. A caneca, que já estava vazia, estava sobre o gramado.


- Você deveria.. – disse e sorriu.


- Nós deveríamos é voltar pra cama, isso sim. – Eu ri, enquanto me levanta. permaneceu sentado.


- Estraga prazeres... – fez careta.


- Isso não é prazer. É sono, querido. – Eu argumentei e ele riu.


- Ta, me ajuda a levantar então. – colocou a caneca no gramado e estendeu suas mãos em minha direção.


- Claro, como se eu fosse forte o suficiente pra isso. – Eu cruzei os braços, rindo.


- Vai logo.. – disse, me dando uma ordem.


- Ta.. – Eu revirei os olhos e levei as minhas mãos até as dele. Puxei uma, duas, três vezes! – Não consigo! – Eu disse, revoltada.


- Puxa direito. – gargalhou. Ele nem se movia. Puxei mais algumas vezes e ele continuou sem se mover.


- Dá pra ajudar? – Eu bufei. Ele nem estava se esforçando pra levantar.


- Ta, vai. – riu e estendeu os braços novamente. Segurei a sua mão e puxei com toda a força que eu consegui. Bem, ajudou até demais. Minha força e a ajuda do foi tanta, que eu consegui levantá-lo e jogar o corpo dele todo em cima de mim. Conclusão? Estávamos caídos sobre o gramado novamente, só que estava em cima de mim dessa vez. Rimos como duas crianças .


- Isso foi ridículo até pra você, Jonas. – Eu gargalhei.


- Você é bem fortinha, hein.. – comentou, rindo.


- Ou você é que é fraco demais.. – Eu provoquei.


- Ahn, é assim? – arqueou a sobrancelha. Eu podia ver cada expressão do rosto dele de bem perto, já que ele ainda estava em cima de mim e nossos rosto estavam bem próximos.


- Não, to brincando. – Eu segurei o riso. Não era bom provocar o . Nunca se sabe o que ele pode fazer. Ele riu do meu ‘medo’.




Seus cotovelos estavam apoiados sobre a grama, para que o peso dele não recaísse tanto sobre mim. Enquanto ele ria, eu o observava. Ele parecia ainda mais lindo de tão perto. Seus dentes brancos e perfeitos pareciam formar o contraste perfeito com os lábios dele. Sua pele em perfeito estado, ressaltava seus lindos olhos. Aos poucos ele foi parando de rir e fez o mesmo que eu.




- Eu adoro o formato das suas sobrancelhas, que fazem com que seus olhos pareçam ainda mais bonitos. – sorriu, olhando os meus olhos de perto.


- Eu adoro quando você deixa o seu cabelo todo bagunçado assim. – Eu sorri, olhando pro cabelo bagunçado dele.


- Eu adoro quando você prende o seu cabelo em um coque frouxo fazendo com que eu consiga ver o seu rosto melhor. – Ele também olhou pro meu cabelo. Sorriu de forma boba.


- Eu adoro quando você fala as coisas assim, baixinho. – Eu ri por um momento.


- Eu adoro o modo como você se arrepia toda quando eu toco você. – sorriu fraco. Nossa, ele ta se achando, né?


- Eu adoro o seu senso de humor SUPER convencido. – Eu disse, fazendo careta.


- Eu adoro quando você olha nos meus olhos assim. Eu faria isso pra sempre, se pudesse. – voltou a sorriu fraco, olhando em meus olhos de forma doce. Sua mão direita tocou o meu rosto e subiu até os meus cabelos, onde ele passou a mão carinhosamente.


- Eu adoro quando você mexe no meu cabelo. – Eu sorri, encantada. Meus olhos ainda se mantinham nos dele.


- Eu adoro o jeito que você sorri só pra mim. – abaixou seus olhos até os meus lábios e depois voltou a olhar em meus olhos.


- Eu adoro as suas indiretas, quando quer me beijar. – Eu dei um enorme sorriso.


- Eu adoro perceber que você quer tanto isso quanto eu. – riu por um segundo e voltou a olhar os meus lábios.


- Você me conhece.. – Eu sorri fraco, fazendo com que ele voltasse a olhar em meus olhos.


- Conheço como ninguém. – disse de forma encantadora. Aproximou o seu rosto do meu e deu um beijo calmo em minha bochecha. Voltou a olhar pra mim, esperando a minha autorização para fazer o que ele queria tanto fazer. Olhei pra ele da forma mais doce que eu consegui. Ele entendeu o recado. Sorriu fraco e voltou a encarar meus lábios. Se aproximou de forma calma e depositou um selinho em meus lábios. Depositou outro selinho e assim fez outras 4 vezes. Ele estava me provocando e sabia disso. QUE IMBECIL, por que ele não beija logo?





Eu entendi o que ele queria. Ele queria que eu tomasse a atitude dessa vez, queria que eu mostrasse que eu queria o beijo dele assim como ele queria o meu. Ele queria que eu mostrasse que eu estava totalmente a fim dele. Eu queria o beijo dele mesmo e sim, eu estava MUITO a fim dele. Quem eu quero enganar?




Levei a minha mão até a sua nuca e puxei seu rosto pra perto do meu. Levei seus lábios ao encontro dos meus. Ambos fechamos os olhos e o beijo foi rapidamente aprofundado. O beijo foi calmo como todos os outros. Não tinha o por que intensificá-lo. É como um chocolate, que você come aos poucos para que ele demore mais tempo pra acabar. Era exatamente essa técnica que usávamos.




Você deve imaginar a cena diante daquele lindo nascer do sol, atrás de nós, não é? Tirei a mão de sua nuca e a levei até o seu rosto. Encostar no rosto dele era uma coisa que eu estava louca para fazer. Meu coração parecia que pararia a qualquer momento. com certeza percebeu o quão forte ele batia, já que ele ainda estava em cima de mim.




Como sempre, eu teria que finalizar o beijo. Todos estavam dormindo na casa. Não poderíamos correr o risco de sermos pegos. Diminui ainda mais o beijo, para que percebesse que eu finalizaria o beijo. Na hora em que eu ia desgrudar a minha boca da dele, puxou meu lábio inferior delicadamente. Nossos lábios estavam finalmente separados. Abri os olhos e vi sorrindo pra mim.




- Nós precisamos entrar. Daqui a pouco eles vão acordar. – Eu sorri, sem jeito.


- Por que você é tão chata, hein? – suspirou, irritado.


- Sua vez de me ajudar a levantar e sem dar uma de espertinho dessa vez. – Eu ri da minha própria graça. revirou os olhos e se levantou com cuidado para não me machucar.


- Vai, vem. – esticou os braços. Estendi os meus e toquei as minhas mãos nas dele. Ele me puxou com toda a facilidade do mundo.


- Obrigada. – Eu sorri, enquanto ajeitava o cabelo que provavelmente estaria todo cheio de grama.


- Seu sobretudo ta todo cheio de grama. – gargalhou.


- Droga.. – Eu bufei, tentando limpar. – Culpa sua. – Eu fingi estar brava.


- Eu não me arrependo de nada.. – sorriu, me provocando.


- Cala a boca.. – Eu disse, rindo.




Fiquei mais alguns minutos limpando o seu sobretudo, enquanto tirava com a minha cara. Nós estávamos nos divertindo e isso era novo pra nós.




- Ta limpo agora? – Eu virei de costas pra que ele visse.


- Está. – riu.


- Para de rir. – Eu bufei.


- Ta bom! – encolheu o riso. - Você gostou daqui? – disse, se referindo ao nascer do sol. Se ele não mudasse de assunto, não conseguiria parar de rir.


- Sim, é maravilhoso. – Eu sorri, voltando a observar o local.


- Não conte sobre ele pra ninguém. Esse vai ser só o nosso lugar. – deixou de olhar a linda paisagem para olhar pra mim.


- O que está dando em você hoje? – Eu perguntei, perplexa.


- Lá vem você com essas suas perguntas inuteis.. – revirou os olhos.


- Não, eu gostei. – Eu sorri, entrando na frente dele e ficando de costa pro nascer do sol. – Eu realmente gostei. – Eu repeti. sorriu fraco e segurou uma das minhas mãos.


- Você é quem me faz agir desse jeito. – sorriu de lado e me puxou pra mais perto dele, para que pudesse me abraçar. Soltou minha mão. Colocou seus braços em torno da minha cintura e a apertou. Levei meus braços em torno do seu pescoço. Ele me levantou um pouco do chão. Sua respiração calma em meu ouvido me fez delirar. Ficamos nessa mesma posição por um momento. Fechei os olhos por alguns segundos. Eu não conseguia explicar como era estar ali nos braços dele. Ele me colocou de volta no chão e me soltou. Voltou a olhar pra mim com um sorriso incrível no rosto.


- Não se esqueça que esse foi o primeiro lugar em que você me beijou e o primeiro em que eu te abracei. – me olhou nos olhos.


- Eu não vou esquecer. – Eu sorri, encantada. Balancei a cabeça negativamente. Eu realmente não esqueceria daquilo nunca.


- Também não quero que se esqueça que foi aqui nesse lugar em que eu disse que gosto de você pela primeira vez. – me olhou, sério.


- Hey, você não disse isso. – Eu arqueei a sobrancelha e ri.


- Não? – se fez de desentendido e eu abaixei a cabeça, rindo. – Certo, então olha pra mim. – levou sua mão direta até o meu rosto e o levantou delicadamente com o seu dedo. - Eu gosto de você, . Gosto como nunca gostei de ninguém. Gosto como nunca achei que pudesse gostar. – sorriu de forma linda, enquanto olhava em meus olhos intensamente. Ele estava querendo me matar? Ele estava brincando com a minha cara? Onde estavam as câmeras? Não era possível que Jonas estava se declarando.


- Eu não sei o que dizer.. – Eu ri, sem jeito. Eu queria dizer pra ele que também gostava dele, mas as palavras pareciam não querer sair.


- Diga que não vai se esquecer disso nunca. – sorriu fraco, esperando pela minha reação.


- Eu não esqueceria nem se eu quisesse. – Eu disse, olhando nos lindos olhos dele, que insistiam em me torturar tanto.


- É impressão ou você está quase chorando? – olhou meu olhos mais de perto, procurando algum vestígio de lágrima. Eu não estava chorando. Que besta, acha que to babando por ele.


- Cala a boca. – Eu continuei rindo. - Você vai precisar fazer melhor do que isso se quiser me fazer chorar, . – Eu provoquei.


- Você não deveria me desafiar desse jeito. - ameaçou, rindo.


- Eu gosto de um pouco de perigo. - Eu disse, fazendo ele gargalhar.


- Eu não vou me esquecer disso. - disse em tom de ameaça. - Vem, vamos entrar. – riu e apontou com a cabeça em direção a casa. Não respondi, apenas o acompanhei. Pegamos as canecas no chão, descemos e entramos na casa. Deixamos as canecas na cozinha, subimos as escadas e chegamos em frente a porta do meu quarto. parou em frente a porta e olhou pra mim.


- Eu deveria dizer ‘bom dia’? – disse, me fazendo rir.


- Bom dia pra você também. – Eu disse, ainda rindo. Abri a porta do quarto e coloquei o meu corpo pra dentro do quarto. Quando fui fechar a porta do quarto, percebi que ainda estava lá, me esperando entrar. Fechei a porta e me encostei nela como na noite anterior. Toquei os meus lábios e sorri de forma boba.




Meu Deus, o que era isso que eu estava sentindo? Fui até a minha cama sem fazer barulho. Tirei o sobretudo e o coloquei sobre a mala. Deitei em minha cama com meu coração ainda estava disparado. O gosto dele parecia ainda estar na minha boca. O perfume parecia ainda estar impregnado em meu nariz. Eu ainda ouvia a respiração calma dele no meu ouvido. Sorri ao lembrar das nossas citações do que um adorava no outro. Não sei como consegui voltar a dormir. Talvez eu não estivesse dormindo, talvez eu estivesse morta. Morta de felicidade.


Capítulo 13 - Beijo de vingança e lágrimas da dor




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- , acorda! Vamos descer? – disse, assim que se levantou da cama. Por incrível que pareça, eu já estava acordada.


- Eu já to acordada.. – Eu disse, sem abrir os olhos.


- Eu vou ir no banheiro, me trocar e já volto. – avisou, antes de sair do quarto.





Eu não estava bem. Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento. Eu não entendi como e nem por que aquela dor de cabeça começou. O dia tinha começado tão bom, depois de ver o nascer do sol com o . Eu tinha voltado a dormir e acordei com aquela forte dor de cabeça. voltou do banheiro e viu que eu ainda estava lá-deitada.




- , o que ta acontecendo? – perguntou, sabendo que tinha algo errado.


- Eu to com dor de cabeça. – Eu disse, quase sem imitir som.


- Você quer alguma coisa? – perguntou, atenciosa.


- Não, tudo bem. Daqui a pouco passa. Pode descer. – Eu tentei sorrir.


- Tem certeza? Se quiser, eu fico aqui... – mostrou-se preocupada.


- Não, pode descer. Eu só preciso ficar aqui quietinha que passa. – Eu sorri fraco.


- Tudo bem. Então, fica bem. – sorriu e fez o que eu pedi.





Eu precisava dormir. Era o meu último dia em Nova York. Eu não podia passar o dia na cama. Aquela dor de cabeça tinha que passar.





- Hey baby. – disse, assim que viu descer as escadas. Os garotos estavam ao seu lado. Eles estavam tomando café da manhã.


- Hey. – sorriu, encantada. Ela se aproximou e deu um selinho em . Ele aproveitou e a abraçou forte. Todos na mesa admiravam a linda cena.


- E a ? – perguntou.


- Ela ta com dor de cabeça. Vai ficar um pouco mais na cama. – avisou. Olhou disfarçadamente pra , que sorriu, achando graça da sua indireta.


- Só por que nós íamos no Central Park, hoje? – mostrou-se chateado.


- Nós vamos no Central Park, hoje? – perguntou, chocada.


- Vamos. – sorriu. – O Mark vai nos levar. – completou. já revirou os olhos.


- Claro! O Mark. – ironizou.


- E cadê a e a ? – perguntou, curiosa.


- Elas foram chamar o Mark na casa dele. – respondeu.


- Aliás, o que será que aconteceu com ele e a , ontem? – arqueou a sobrancelha.


- Aposto que nada. Do jeito que é lerdo.. – riu, fazendo com que todos na mesa rissem com ele. Ele sabia muito bem que não havia acontecido nada entre mim e o Mark.


- E você também sumiu ontem! – gargalhou, esperando a explicação de .


- É.. eu.. sai com aquela morena, mas nem deu nada. Ai voltei pra casa. – gaguejou. riu baixo. É claro que ela percebeu. Ela percebia tudo!


- Ela era gata.. – comentou, rindo.


- Beleza nem sempre é tudo.. – fez careta.


- ‘Nem Sempre’? – bufou. - Vocês, homens, são tão podres. – revirou os olhos. – Tirando você, baby. – sorriu pra , que devolveu o mesmo sorriso.


- E vocês, casais são tão melosos. – fez cara de nojo.


- Quando você gostar de alguém de verdade, se isso for possível, é claro, então você vai nos entender. – provocou. percebeu a nova indireta e riu.


- Você tem razão! É impossível. – balançou a cabeça negativamente, enquanto olhava pra . Ele omitia gostar de uma pessoa como se isso fosse um defeito. Isso é ridículo. A porta se abriu. , e Mark entraram.


- Hey ! – e disseram juntas ao verem .


- Hey, girls! – gargalhou.


- Então, prontos pro Central Park? – Mark tentou animar a todos.


- Eu nasci pronto. – disse se achando, causando a risada de todos.


- Menos, . – riu.


- Pena que eu não vou. – fingiu estar chateado.


- Não? – olhou pra , sem entender. – Por que não? – continuou a olhá-lo, esperando pela sua resposta.


- Por que? Eu preciso mesmo dizer o por que? – disse, apontando a cabeça pra Mark, que conversava com e .


- É... melhor você ficar aqui mesmo. – gargalhou. Todos sabiam que não aturava Mark.


- Ai você pode aproveitar e ficar de olho na . – deu a ideia. Claro, como se o nem tivesse pensado nisso.


- Eu não! – fez careta.


- Você vai ficar ai! O que custa subir lá e ver se a garota ta bem? – cerrou os olhos.


- Ta bom.. – bufou. Ele era um ótimo ator.


- Por que? O que a tem? – Mark se intrometeu.


- Ela ta com dor de cabeça.. – fez bico.


- Coitada.. – mostrou-se chateada.


- Então.. ela não vai? – Mark perguntou, desapontado.


- Não! – respondeu e riu. Mark o encarou, sério.


- E você não vai pra ficar aqui com ela? – Mark arqueou a sobrancelha, desconfiado.


- Não. Eu não vou por que não aturo você. É diferente.. – sorriu, vitorioso. tentou controlar o riso. Todos na sala se entreolharam e sentiram o clima pesado. Pra todos eles, era ótimo o ficar em casa. Quanto mais longe eles ficassem um do outro, melhor. Mark cerrou os olhos pro , sorria divertidamente.


- Ok, então vamos. – tentou acabar com o clima.


- Eu vou só subir pra ver a e já volto. – disse, subindo as escadas rapidamente.


- Eu também vou. – gritou e acompanhou .




- ? – disse, abrindo a porta.


- Hey.. – Eu sorri fraco. A dor de cabeça ainda estava me matando.


- Você ta bem? – disse, preocupada.


- Não, mas vou ficar. – Eu sorri tentando tranquilizá-las.


- Nós vamos no Central Park agora. Eu estou me sentindo péssima por ir sem você. – fez bico.


- Imagina, tudo bem. Eu não quero que percam nada por causa de mim. – Eu disse, séria. Eu não queria estragar a diversão de ninguém.


- Tem certeza? Nós podemos ficar. – disse, preocupada.


- Não, tudo bem. Vão! Quando vocês voltarem, eu estarei melhor. – Eu voltei a sorrir.


- Tudo bem, então. – sorriu.


- Bom passeio e não se cansem muito! Deixem energia para gastar na nossa última noite em Nova York. – Eu disse, querendo mostrar que eu realmente ficaria bem.


- Pode deixar! – gargalhou.


- Até. – riu.


- Até.. – Eu sorri. Elas saíram do quarto e eu voltei a me deitar corretamente na cama. Fechei os olhos. A dor era tanta, que eu queria dormir para não ter que senti-la e foi isso que eu fiz.





levou todos até a porta e assim que viu que eles viraram a esquina, foi na direção contrária. Parou na farmácia, comprou o que queria e voltou para a casa. Subiu as escadas lentamente para não fazer barulho. Chegou até a porta do meu quarto e a abriu devagar. Eu dormia calmamente. sorriu fraco e se aproximou da minha cama. Se agachou e ficou da mesma altura que eu. Sorriu fraco, enquanto ficava me olhando de bem perto. Levou sua mão até o meu rosto e tirou uma mexa de cabelo que estava lá. Passou seu dedo lentamente pelo meu rosto, fazendo um leve carinho. Me mexi pela primeira vez, quando percebi que havia alguém ali. tirou imediatamente sua mão do meu rosto. Abri os olhos lentamente e achei que estava sonhando. Fechei os olhos novamente, tendo certeza de que estava sonhando.




- Hey. – disse baixinho. Logo reconheci aquela voz, que fazia com que eu me arrepiasse inteira. Abri os olhos e encontrei os olhos dele. Ele sorriu de forma incrível.


- Hey.. – Eu disse em um tom quase inaudível.


- Desculpa, eu não queria te acordar. Eu só queria.. – Ele riu, hesitou falar.


- Queria o que? – Eu disse, virando todo o meu corpo pro lado em que ele estava.


- Queria...ficar aqui, te olhando. – riu, sem jeito.


- Me olhando? – Eu sorri fraco.


- É... – Ele riu baixo. – Você fica tão.. – Ele parou de rir nesse momento e voltou a olhar docemente pro meu rosto. – Linda, quando está dormindo. – Ele completou a frase e voltou a rir de si mesmo.


- Você está sendo tão doce comigo. – Eu sorri, encantada, enquanto observava o lindo sorriso em seu rosto.


- Sendo gay, você quer dizer. – riu e balançou a cabeça negativamente. Eu ri por alguns segundos.


- Não. É realmente doce. – Eu repeti e sorri fraco. não conseguiu responder. Apenas sorriu, sem jeito, enquanto olhava pra mim.


- Eu trouxe isso pra você. – se levantou, pegou a sacola e tirou uma caixinha de remédio de lá de dentro.


- O que é isso? – Eu sorri, curiosa. Me sentei na cama para poder ver o que era.


- Remédio pra dor de cabeça. – sorriu, balançando a caixinha de remédio no ar. Havia garoto mais fofo do que ele no mundo? Olhei pra ele e sorri, sem reação.


- Muito obrigada. – Eu disse, pegando a caixinha de sua mão.


- Você quer que eu pegue água? – apontou em direção a porta.


- Não. Eu tenho água aqui, obrigada. – Eu sorri e peguei um comprimido e o copo de água. observava, enquanto eu tomava o remédio. Quando acabei de tomá-lo, voltei a colocar o copo de água sobre o criado que ficava ao lado da minha cama. Olhei pro , sorria pra mim.


- Senta aqui. – Eu ri, enquanto passei a mão no local em que ele deveria sentar.


- Não, eu sei que você precisa ficar sozinha. Eu só vim trazer o remédio. – sorriu, sem mostrar os dentes.


- Não, eu quero que fique aqui comigo. – Eu fiz bico. – Por favor. – Eu insisti. riu da minha insistência.


- Já que você insiste. – continuou a rir, enquanto se levantava e se sentava na cama de frente pra mim.


- Eu achei que tivesse ido com eles no Central Park. – Eu sorri fraco.


- Nova York não tem a mínima graça sem você, . – sorriu e negou com a cabeça. Eu sorri, sem jeito. Ele era tão doce e fofo. OMG, como eu posso resistir a isso? Voltei a olhá-lo.


- Onde esse estava esse tempo todo, hein? – Eu sorri fraco e olhei pra ele, esperando pela sua resposta. riu por alguns segundos. Quando parou de rir, sorriu fraco e levou uma de suas mãos ao encontro da minha, entrelaçando nossos dedos.


- Acho que procurando você. – Ele sorriu fraco. O sorriso bobo voltou pro meu rosto e meus olhos brilharam como nunca haviam brilhado antes. Ele olhou pra nossas mãos e sorriu ao ver nossos dedos entrelaçados. Eu fiz o mesmo, sem conseguir responder. Ele era a única pessoa que conseguia me deixar sem ação, sem fala e sem ar. – Nós deveríamos nos beijar agora, certo? – perguntou, fazendo cara de dúvida.


- Talvez ...daqui a pouco. – Eu tentei não rir.


- Daqui a pouco? Daqui a pouco quando? – arqueou a sobrancelha com um sorriso divertido no rosto. Eu fiz cara de pensativa.


- Daqui a 5 segundos.. – Eu tentei conter o sorriso. riu, enquanto me observava. Ele se aproximou um pouco mais de mim. Nossos dedos ainda estavam entrelaçados.


- 5, 4.. – Ele disse de forma baixa. Abaixou seus olhos até os meus lábios. – 3,2.. – Seus olhos voltaram a olhar nos meus. Eu não sabia se olhava os lindos olhos dele ou pros lábios irresistíveis. Sua mão subiu até o meu rosto e colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. – 1.. – Ele disse antes de me beijar carinhosamente. O beijo foi aprofundado rapidamente. Sua mão direita se entrelaçou em meu cabelo, enquanto a esquerda ainda tinha seus dedos entrelaçados aos meus.




A minha dor de cabeça não me incomodava mais. O remédio tinha funcionado. era o meu remédio. Ele era tão carinhoso com cada toque, que me deixava atordoada. finalizou o beijo daquela vez. Seus dentes puxaram cuidadosamente o meu lábio inferior. Sorri e abri os olhos. Ele ainda estava perto e eu ainda sentia a respiração dele em meus lábios.




- Ficar em Nova York foi a melhor coisa que eu já fiz.- Ele disse, antes de me dar um longo selinho.


- Ter pedido pra você ficar foi a melhor coisa que eu fiz. – Eu sorri fraco e riu.


- E a dor de cabeça? – sorriu, preocupado. Ele já havia se afastado um pouco.


- Melhorou. – Eu sorri, comovida com a preocupação dele.


- Acho que foi o remédio. – riu baixo.


- Eu acho que foi você. – Eu ri junto com ele.


- Pode ser.. – sorriu, indeciso.


- Só você consegue fazer tudo ficar bem tão rapidamente. – Eu sorri, sem mostrar os dentes.


- Eu sempre vou fazer de tudo pra fazer você ficar bem, pra te ver sorrindo. – aproximou sua mão do meu rosto e com dedo indicador, fez carinho em minha bochecha, enquanto sorria lindamente. Se aproximou novamente e dessa vez foi pra dar um beijo em minha testa. – Sabe por que? – sorriu, esperto.


- Não, por que? – Eu perguntei, curiosa com o que ele diria. Ele vai dizer algo fofo agora. Quer ver?


- Por que agora você é o meu . – sorriu e depois ficou sério, me olhando.


- Eu gostei disso.. – Sorri, sem jeito.


- Era tão mais fácil quando nós nos odiávamos. – riu baixo. – Eu não sentia essa vontade de estar perto de você, de proteger você, de beijar você. – sorriu fraco. Eu quase ri. O que eu e estávamos vivendo era tão incrível, que eu tinha medo que aquilo fosse um sonho e que eu pudesse acordar a qualquer momento.


- Promete que não vai ser igual os outros? Que não vai me fazer sofrer como os outros fizeram? – Eu disse, séria. Eu já tinha passado por tanta coisa com o Peter, que eu não aguentaria passar por isso de novo.


- Você fica tão sexy, quando fala desse jeito sério. – brincou, olhando meu rosto de perto.


- Cala a boca! – Eu gargalhei, envergonhada. – Responde, sério. – Eu segurei o riso e esperei pela promessa dele.


- Eu prometo. – disse, olhando em meus olhos. Ele voltou a sorrir, se aproximou e me deu mais um selinho longo. – Prometo quantas vezes você quiser. – me olhou de forma doce. É claro que eu me derreti toda. Ele sabe muito bem como fazer eu me sentir desse jeito. Abracei ele fortemente. Eu queria ficar ali nos braços dele pra sempre. Seus braços também me apertaram fortemente. Era tão bom estar perto dele, sentir o cheiro dele. Ficamos abraçados por alguns longos segundos.


- Você devia ter visto a cara do Mark, quando soube que você não ia no Central Park. – gargalhou e eu sorri, negando com a cabeça.


- Coitado! Ele é um cara legal.. – Eu disse, me sentindo mal por Mark.


- Fala sério! O cara é um chato. – revirou os olhos.


- Você nunca conversou com ele pra saber. – Eu provoquei.


- Você vai ficar defendendo ele mesmo? – disse, irritado.


- É impressão minha ou você está com ciúmes dele? – Eu segurei o riso.


- Ciúmes? Eu? – gargalhou. – Você deve ta achando que to pagando um pau pra você, né? – continuou a rir.


- Por que você não assume? – Eu gargalhei.


- Só se você assumir que ficou com ciúmes da morena ontem na festa. – me olhou sério e arqueou a sobrancelha.


- Eu não fiquei com ciúmes. – Eu fiz careta.


- Ah não? Então tudo bem se eu chamar ela pra jantar com a gente hoje? Ela me passou o número dela.. – provocou, tirando um papelzinho do bolso.


- Pode chamar. Ai eu chamo o Mark também. – Eu sorri falsamente.


- Você não ousaria. – cerrou os olhos.


- Tem certeza? – Eu sorri, enquanto cerrava os olhos como ele.


- Pode chamar! Eu estou louco pra quebrar a cara dele mesmo. – disse, revoltado.


- Até parece.. – Eu disse, rindo.


- Sério, o que você viu nele? Ele é podre.. – fez cara de nojo.


- É nada. Ele é bem fofo, tem olhos verdes e o sorriso dele é bonito. Ele tem tudo que um cara deveria ter. – Eu provoquei mais uma vez.


- Nem tudo.. – sorriu divertidamente.


- E o que ele não tem? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Ele não tem você. – sorriu e piscou um dos olhos. Eu ri por alguns segundos.


- Você tem razão. – Eu sorri e neguei com a cabeça.


- E nem nunca vai ter. – disse, sério e possessivo. I Like!


- Posso perguntar uma coisa? – Eu sorri, sem jeito.


- Pode.. – disse e esperou a minha pergunta.


- Você gosta mesmo de mim? – Eu perguntei, curiosa. Ele sorriu, sem jeito. Suas bochechas ficaram rosadas.


- Gosto. – disse, sorrindo sem mostrar os dentes. Abaixou os olhos e voltou a olhar nossos dedos entrelaçados. Aquilo realmente deixava ele sem jeito. – Gosto muito. – repetiu, voltando a olhar em meus olhos. Meu coração disparou. Eu não consegui dizer nada. – E você? Gosta de mim? – me olhou sério, esperando pela minha resposta.


- EU SABIA! – gritou, entrando abruptamente no quarto. e eu levamos um susto enorme. se levantou rapidamente e soltou a minha mão.


- QUE SUSTO, SEU FDP! – gritou, revoltado.


- Eu não acredito que vocês estão juntos! – riu, chocado.


- Se você contar pra alguém, eu te quebro. – arqueou a sobrancelha.


- Eu não vou contar.. – riu.


- O que você ta fazendo aqui? – Eu perguntei, surpresa.


- Eles iam passar na sorveteria e me deixaram aqui. Eu precisava...ir no banheiro. – riu, sem jeito.


- Que merda.. – cruzou os braços, revoltado.


- Na verdade.. eu ia fazer o número 1 mesmo.. – se fez de bobo. Eu gargalhei.


- Você só fala besteira, .. – segurou o riso.


- Eu estou tão feliz por vocês. – sorriu pra mim. Eu sorri pra ele, agradecida.


- Não começa.. – revirou os olhos.


- Com dor de cabeça, hein ? – riu.


- Ela tava mesmo com dor de cabeça, idiota. – riu, enquanto balançava a cabeça negativamente.


- Ah e você ajudou ela a melhorar. É isso? – provocou .


- Que graça.. – forçou um sorriso.


- Você disse que ‘sabia’? Como você sabia? – Eu perguntei, curiosa. Isso quer dizer que todos os outros podem ter percebido que eu e estávamos juntos?


- Eu conheço vocês dois muito bem. – riu.


- Mais alguém notou? – perguntou.


- Não. Ninguém me falou nada. – explicou.


- Só a que sabe. – Eu comentei.


- Eu não vou contar pra ninguém. Fiquem tranquilos. – sorriu.


- Valeu, cara. – sorriu pro amigo.


- É tão estranho. Você costumavam se matar e agora estão se beijando. – fez careta.


- Nem me fale.. – Eu ri, sem jeito.


– É tipo.. você e a . – provocou.


- É.. só que sem os beijos né, lindo? – disse, sarcástico. Ouvimos o barulho da porta no andar debaixo da casa. Todos nos entreolhamos.


- Eles chegaram! – disse, assustado.


- Some daqui! – Eu sussurrei.


- Eu vou ficar aqui. – avisou.


- Eu vou pro meu quarto. – saiu, correndo pela porta. Eu e nos entreolhamos e rimos.


- Ok, disfarça. – Eu segurei o riso e voltei a me deitar na cama.





- Hey ! – gritou, entrando no quarto.


- Oi . – Eu sorri fraco.


- Você parece melhor. – disse, alegre.


- Eu to sim. A dor de cabeça passou. – Eu sorri.


- E ai, melhorou, ? – disse, também entrando no quarto.


- Sim, melhorei. – Eu fingi um sorriso.


- Ainda bem. – sorriu amigavelmente.


- Você foi comprar remédio.. ou alguém foi comprar pra você? – perguntou, enquanto apontava pra caixinha de remédio, que estava no criado mudo. DROGA! Esqueci de esconder a caixinha.


- Se alguém foi comprar pra mim? – Eu repeti a pergunta dela, sem saber o que responder.


- Eu comprei! – mentiu.


- É, o comprou. – Eu concordei rapidamente. Agradeci mentalmente por já saber de tudo, se não eu não saberia como escapar daquelas perguntas.


- É, a farmácia é tão pertinho. Não custava nada passar ali e comprar. – disse, gaguejando.


- Nossa, o remédio fez efeito bem rápido. – riu.


- É, ainda bem. – Eu sorri, aflita.


- Eu vou descer pra fazer o almoço. Alguém quer me ajudar? – entrou na conversa.


- Eu ajudo! – Eu sorri falsamente, enquanto me levantava da cama. – Eu vou só trocar de roupa e escovar os dentes. Podem ir descendo. – Eu disse, arrumando a minha cama.


- Ok, esperamos você lá embaixo. – saiu do quarto acompanhada de Demi. olhou pra mim e gargalhou. Eu suspirei, aliviada.


- Da próxima vez, esconde a arma do crime, . – balançou a cabeça negativamente.


- Eu não vou me esquecer disso. – Eu gargalhei.


- Ta, eu vou descer pra você se arrumar. – disse, indo em direção a porta.
- ! – Eu chamei. se virou, sem entender. – Obrigada. – Eu sorri, agradecida.


- Você sabe que sempre pode contar comigo. – sorriu e saiu do quarto.




Me levantei e fechei a porta. Comecei a rir sozinha. Nós precisávamos disfarçar melhor ou todos vão acabar descobrindo. Coloquei um shortinho, uma blusinha qualquer e uma rasteirinha. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo bem alto. Peguei a escova de dente e fui até o banheiro. Quando me olhei no espelho, voltei a rir sozinha. Lembrei do dizendo que gostava quando eu prendia o cabelo. Escovei os dentes e lavei o rosto. Voltei pro meu quarto e arrumei a minha cama. O perfume de estava impregnado no meu quarto ou no meu nariz? Bem, tanto faz. Eu adorava sentir aquele cheiro. Desci as escadas e encontrei todos conversando na sala.




- Melhorou, ? – perguntou, preocupado.


- Sim, já to bem. – Eu sorri, agradecida.


- Você ta até mais coradinha agora. Antes você tava pálida. – disse, dando outra indireta. Eu entendi o que ela estava querendo dizer.


- Então, o que vamos fazer hoje? – questionou.


- Nós podemos ir em uma festa que vai ter aqui perto. É só comprar as entradas. – deu ideia.


- Se vocês falarem o nome do Mark, eu mato vocês. – disse, sarcástico.


- Eu gostei da ideia da festa. – concordou.


- Pode ser a festa então? – perguntou.


- Pra mim, tanto faz. – ergueu os ombros.


- Pode ser. – concordou.


- Por mim, tudo bem. – também concordou.


- E de tarde? – perguntou.


- Vamos pra piscina.. – deu a ideia.


- Então vamos só almoçar e depois vamos pra piscina. – concluiu.


- Todos vão ajudar no almoço. Podem levantar essas bundas do sofá. – Eu disse com autoridade. Os garotos reviraram os olhos, mas se levantaram pra ajudar.




Eu e fizemos o arroz. e colocaram a mesa. e fizeram as saladas. e fritaram os filés.




Almoçamos, lavamos a louça e a troca de olhar entre mim e o não parava. Como o combinado, íamos pra piscina agora. Como sempre, eu era a última das garotas a me trocar. Subi pra colocar o biquíni. Os garotos estavam se trocando no andar debaixo. Fui até o meu quarto e peguei o biquíni. Estava indo em direção ao banheiro, quando alguém me surpreendeu e me puxou pra dentro de um dos quartos.




- Que susto! – Eu sussurrei, suspirando. riu por causa do meu susto. Além dele ter me puxado pra dentro do quarto, ele havia fechado a porta e tinha me pressionou contra ela.


- Desculpa, linda. – Ele continuou a rir.


- O que você ta fazendo? Estão todos em casa. – Eu disse, rindo. Ele era doido?


- Estão todos no andar de baixo. – fez careta. Suas mãos estavam apoiadas na porta. Uma em cada lado do meu corpo.


- Você é doido, sabia? – Eu sorri, chocada.


- VOCÊ me deixa doido... – sorriu e olhou meus olhos de perto.


- Então, o que foi? – Eu continuei a rir.


- Eu não consegui me despedir aquela hora. – sorriu, malandro.


- Só isso? – Eu provoquei.


- Como assim ‘só isso’? – arqueou a sobrancelha. – Então ta, já que você não quer.. eu.. – disse se afastando. Eu puxei ele de volta no mesmo instante.


- Não.. eu to brincando. – Eu sorri, irritada. Ele adorava me deixar na tentação. sorriu fraco, enquanto olhava em meus olhos de forma doce. Ele fez isso por um tempo. – O que foi? – Eu perguntei, depois de nos olharmos por um bom tempo.


- Eu acho que não consigo mais ficar longe de você. – disse, sério.


- Ainda bem.. – Eu sorri fraco. – Por que eu gosto de ter você por perto. – Eu disse, olhando nos olhos dele.
sorriu de forma indescritível, depois de ouvir o que eu disse. Levou a sua mão até a minha e entrelaçou os seus dedos nos meus. Me puxou pra mais perto com a mesma mão. Seu rosto se aproximou lentamente do meu. Deu um beijo longo em minha bochecha. Depositou outro beijo em minha testa e outro na posta do meu nariz. Sorri fraco, achando graça. Antes de encostar em meus lábios, olhou nos meus olhos novamente. Eu fiz o mesmo e sorri, permitindo o beijo.




Quando percebi que seus lábios iam tocar nos meus, fechei os olhos. deu um selinho longo e na sequência entrelaçou seus lábios nos meus, puxou meu lábio inferior de forma delicada. Subi minha mão até a sua nuca, mas não forcei nada. Esperei que ele aprofundasse o beijo e assim foi feito. Minha outra mão foi até as costas dele. Uma das mãos dele estava em minha cintura e a outra em meu rosto. Ele pressionava o meu corpo contra o dele. Parecia que éramos um só. Entrelacei os meus dedos no cabelo dele algumas vezes. O beijo foi intensificado dessa vez. Era impossível terminar o beijo, aproveitei a primeira brecha deixada por ele.





- Eles estão nos esperando lá embaixo. Eu tenho que me trocar. – Eu sorri ainda atordoada. O beijo dele me deixava totalmente alucinada.


- Ta bom.. – fez careta, achando ruim.


- Desculpa.. – Eu fiz bico.


- Não, você ta certa. – sorriu.


- Nos vemos lá embaixo. – Eu sorri e fui em direção a porta. Antes que eu alcançasse a porta, segurou a minha mão rapidamente e me puxou pra perto dele novamente.


- Não faz isso.. – Eu pedi encarecidamente. Eu já estava fazendo um super sacrifício pra sair dali e ele não ajudando.


- Só mais um.. – riu, se aproximando e me dando um longo selinho.


- Agora eu tenho que ir.. – Eu ri, enquanto saia de perto dele. Abri a porta e sai do quarto.




Não tinha ninguém no corredor. Ainda bem, pois eu não saberia como explicar o que eu estava fazendo no quarto do e do . Entrei no banheiro rapidamente. Me olhei no espelho e percebi que a minha boca estava vermelha. Entrei em pânico.




- Merda... . – Eu suspirei, enquanto passava a mão várias vezes pela boca tentando diminuir o vermelhão. Coloquei o biquíni rapidamente. Eu olhava no espelho de 15 em 15 segundos pra ver se o vermelho da minha boca tinha diminuído. Eu não sairia do banheiro, enquanto a minha boca estivesse daquele jeito. TODOS iam perceber. Fiquei imaginando se a boca de estava tão vermelha quanto a minha. Se ele tivesse descido com a boca daquele jeito, todos iam perceber.




Sai do banheiro 15 minutos depois. A minha boca ainda estava um pouco vermelha, mas nem daria pra perceber. Desci as escadas e todos já estavam na piscina, inclusive .





- Que demora! – gritou.


- Eu quase fiquei trancada no banheiro. – Foi a melhor desculpa que consegui inventar. Me julgue!


- Ainda bem que conseguiu sair, por que nós nunca íamos te ouvir chamar daqui da piscina. – gargalhou. Eu fingi achar graça. Entrei rapidamente na piscina e tentei não parecer tão avoada.


- Um dos caras do time me ligaram hoje.. – disse. Pela cara dele vimos que o assunto era delicado.


- O que aconteceu? – perguntou ,preocupado. Ele era o capitão, né.


- Não é nada demais. Eu só não quero que vocês fiquem sabendo por outra pessoa. – disse, sério.


- ‘Vocês’ quem? – perguntou, assustada.


- O e a .. – fez careta.


- Fala logo.. – Eu disse, assustada. O que poderia ser?


- O Peter.. – hesitou falar.


- O que o Peter tem a ver comigo? – arqueou a sobrancelha.


- Ele ta namorando a Jessie. – disse, chateado.


- Não acredito! Que vaca. – fez careta.


- Wow... – Eu suspirei, chocada.


- Quer saber? Eles se merecem. – disse, irritado.


- Eles nunca nem se falaram. Na verdade, ele vivia dizendo que ela era uma fresca. – riu, enquanto balançava a cabeça negativamente.


- É mesmo.. – concordou.


- É estranho.. Seria a mesma de o .. sei lá... namorar a minha irmã.. – gargalhou. Eu e nos entreolhamos na mesma hora. forçou uma risada e todos começaram a rir, inclusive eu e o .


- É, seria totalmente estranho e ridículo. – riu. Ok, por que estávamos falando disso mesmo?


- Mas é claro que nunca aconteceria. Vocês se odeiam.. e o é o meu melhor amigo.. e você é a minha irmã. – riu da possibilidade. Puxa! E ele descobriu isso sozinho? Meu irmão é um gênio!


- Eu não sei de onde vocês tiram essas coisas.. – riu, revirando os olhos.


- Cala a boca vai, . – Eu continuei rindo.


- Eu só estava comparando.. – , tentou se justificar.


- Mas o Peter e a Jessie são farinha do mesmo saco. Eles se merecem... – disse, tentando fazer com que o foco da conversa voltasse a ser Peter e Jessie.


- É... – Eu tive que concordar.


- Ta, chega desse assunto. Vamos fazer alguma coisa. – mudou o assunto rapidamente. Ele também tentou ajudar na mudança do foco da conversa.





Passamos o dia na piscina jogando conversa fora. Conversamos sobre diversos assuntos. Em uma hora estávamos rindo e na outra estávamos discutindo. Era engraçado. Saímos da piscina ás 17:00. Estávamos famintos. Quer dizer, os garotos estavam famintos. As garotas subiram pra se arrumar pra festa. Tínhamos que fazer isso com antecedência ou os meninos iam reclamar da nossa demora. Nós subimos as escadas, enquanto os garotos ficaram lá embaixo na cozinha.





- Eu acho que vou pedir a em namoro hoje. – sussurrou.


- Hoje? Assim ..do nada? – arqueou a sobrancelha.


- É! Eu quero fazer isso há um tempo e eu quero que seja em Nova York. Hoje é o último dia.. então.. – disse, tomando um gole do seu suco.



- Posso perguntar uma coisa? – riu. Estávamos sozinhas no quarto, sabia exatamente sobre o que era a pergunta.


- Pode.. – Eu sorri.


- Você ta gostando do ? – sorriu, desconfiada. Que pergunta tosca é essa agora?


- Eu? Gostando do ? – Eu repeti, sem jeito. – Claro que não. – Eu ri, nervosa.


- Não? – arqueou a sobrancelha. – É que você está com os sintomas.. – riu.


- Sintomas? – Eu perguntei, sem entender.


- É! – voltou a rir.


- Por exemplo.. – Nem eu mesma sabia se eu gostava dele.


- Você fica vermelha quando fala dele. Seus olhos brilham quando você vê ele ou fala dele. – explicou, rindo da minha cara.


- Oh não.. – Eu suspirei. Eu não podia estar gostando dele!


- Pior do que amar alguém é não amar ninguém. – sorriu.


- Você está falando sobre ‘amor’ agora? – Eu perguntei, fazendo careta. – Não viaja, . – Eu revirei os olhos. Eu tinha que estar gostando do ? Justo ele?


- Foi só um modo de dizer.. – riu.


- Eu não sei se gosto dele. Eu nunca senti uma coisa assim. É diferente do Peter.. – Eu disse, confusa.


- Me fala o que você sente em relação a ele.. – sorriu, curiosa.


- Bem, eu me arrepio toda quando ele toca em mim. Eu fico pensando nele até quando eu não quero pensar. O sorriso dele me encanta e quando ele me abraça...é como se não houvesse mais ninguém além de nós. E o beijo dele.. – Eu sorri, sem jeito.


- Oh meu Deus, . Você gosta dele! – sorriu com os olhos brilhando. Ok, eu não sabia se aquilo era uma coisa boa ou não.


- Hoje ele disse que gosta de mim. – Eu me lembrei, sorrindo fraco.


- Vocês formam um belo casal. – sorriu, encantada.


- Isso é ridículo.. – Eu ri e neguei com a cabeça.


- Só eu notei que o ta estranho hoje? – perguntou, curiosa.


- Eu não percebi.. – Eu disse, enquanto consultava a minha mala para escolher a roupa que eu usaria naquela noite.


- Hm.. – disse, desconfiada.


- Droga! Esqueci a minha toalha lá embaixo. – Eu bufei.


- Ixi, desce lá. – deu a ideia.


- Vou lá.. – Eu disse, passando pela porta. Comecei a descer as escadas e notei que os meninos conversavam. Parei no degrau em que eu estava.




- Mas será que a vai aceitar namorar você? – riu, só pra zoar o .


- Vou descobrir, hoje. – sorriu, nervoso.


- E você quer mesmo entrar em um relacionamento sério agora? – perguntou com uma cara de desgosto.


- Cara, eu amo ela. É tudo o que eu mais quero. – riu, sem jeito. Eu sorri, comovida. OMG, ia pedir em namoro. Era por isso que ele estava estranho!


- Esse lance de namoro não rola pra mim.. – riu e negou com a cabeça. Ok, agora eu estou interessada na conversa. Eu sei que é errado ouvir a conversa dos outros, mas uma vez ou outra não me faria ir pro inferno.


- Por que não? – perguntou, curioso.


- Sei lá! Relacionamento sério é muito complicado. Tem o seu lado bom, mas também tem o seu lado ruim. – comentou.


- Um dia, quando você gostar de alguém, você vai entender. – sorriu pro amigo.


- Eu posso até gostar de alguém, mas namorar eu não quero. – avisou. – É tão mais fácil não ficar preso a alguém. – explicou.


- Você ainda tem a lista? – perguntou, rindo.


- Claro que tenho. – gargalhou. – Os nomes de todas as garotas que eu peguei estão lá. – ainda ria.


- Você não presta, .. – riu, negando a cabeça.


- Agora que eu terminei com a Jessie, estou fugindo de coisa séria. Estou na fase de ‘ficar por ficar’. Elas ficam caidinhas por mim e eu dou uma chance pra elas. – continuava rindo, assim como todos os garotos.





Meu coração parecia ter se quebrado em milhões de pedacinhos. No primeiro momento eu queria descer lá e fazer o maior escândalo. No segundo momento, meu olho se encheu de lágrima. Então era isso que eu era pra ele? Mais um nome na lista estúpida dele? Mais um passa tempo? E tudo o que ele me falou? Com certeza ele tinha falado tudo aquilo pra todas as outras. Isso antes de dar o fora nelas, não é?




Eu me sentia tão idiota naquele momento. Na verdade, eu não sabia exatamente o que eu estava sentindo. Era uma mistura de raiva e tristeza. Uma sensação terrível tomou conta de mim. Eu queria chorar, mas me esforcei ao máximo para não deixar isso acontecer. Ele não merecia, como o Peter. Voltei pro meu quarto sem fazer barulho. estava no banho, então eu sentei em minha cama, sentindo uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto. Eu não acredito que ele conseguiu me fazer gostar dele! Eu não acredito que meu coração estava sendo quebrado novamente.




Passei a mão pelo meu rosto e sequei qualquer vestígio de lágrima. Eu tinha que provar pra ele que eu não estou tão a fim dele quanto ele pensa. Eu não ia deixar barato. Eu já havia decidido. Colocaria a minha melhor roupa e ignoraria ele durante a noite toda. Mark certamente estará lá. Quem sabe eu não posso dar uma chance pra ele, já que havia perdido a sua chance? Não, eu não ia usar o Mark pra fazer ciúmes no . Eu só queria pelo menos uma vez, ficar com uma pessoa que realmente sentisse alguma coisa por mim.





- Nossa ! Eu acho que nunca vi você tão bonita. - sorriu, surpresa.


- Obrigada! - Eu agradeci. Era exatamente o que eu queria. Eu queria estar bonita! Queria que quando olhasse pra mim, ele visse o que perdeu. Eu queria que ele visse que eu não sou como as outras. Eu estava usando uma saia curta e uma blusinha ( VEJA A ROUPA AQUI ) Eu estava usando um salto enorme. A gargantilha em meu pescoço, combinava com meus brincos e com o meu anel.


- Eu acho que o Mark vai gostar disso.. – disse, marota.


- Eu espero que sim. - Eu fingi uma risada. Meu cabelo estava solto e o delineador ressaltava meus olhos. Conferi o espelho mais uma vez. Tudo parecia em ordem.


- Como eu estou? - deu uma voltinha.


- Está maravilhosa - Eu disse, empolgada. estava um arraso. com certeza gostaria daquilo.


- Vamos descer, então. - sorriu, indo em direção a porta.





Respirei fundo. Era a hora do show. se arrependeria profundamente por ter dito aquilo, por ter me tratado como uma qualquer. Desci as escadas com um sorriso indiferente no rosto. Assim que cheguei no andar debaixo, senti o olhar de todos sobre mim. Sorri, sem jeito.




- Wow... - disse com os olhos arregalados.


- O que foi, gente? - Eu gargalhei, sem jeito.


- Você ta.. - começou a dizer, boquiaberto.


- Linda.. - completo com um sorriso surpreso. Todos olharam pra ele. Era uma surpresa pra eles, ver o me elogiar. - Quer dizer.. você ta bonitinha.. - fez uma careta. segurou o riso. Normalmente eu agradeceria, mas não naquele dia. Não a ele.


- Vamos? - Eu disse, séria.


- Vamos.. - levantou do sofá. Os outros fizeram o mesmo.





Fomos todos pro carro. Havíamos combinado de encontrar Mark lá. O local da festa era muito perto. Chegamos lá em 3 minutos. Poderíamos até ter ido a pé. A festa estava lotada. Haviam pessoas dançando por todos os cantos. A música alta fazia com que o chão tremesse a cada batida.




- Achei vocês! - Mark gritou, nos surpreendendo por trás.


- Isso ta lotado! - disse, chocada.


- Bem, as bebidas estão ali. Sirvam-se a vontade. - Mark apontou pro lado esquerdo do salão.


- Vou ir lá pegar refrigerante.. - disse, sendo acompanhado por .


- Wow ! Você está incrível hoje. Não que você não seja incrível todos os dias, mas hoje.. - Mark sorriu, nervoso.


- Obrigada. - Eu sorri, sem jeito. Percebi o olhar maligno que lançava pro Mark. Isso não me incomodou nem um pouco. Na verdade, eu gostei.


- Você quer dançar? - Mark convidou, sem jeito.


- Claro, eu adoraria. - Eu sorri, gentilmente. Mark estendeu a mão e eu a segurei. Fui com ele até o centro da pista. aproveitou que e estavam distraídas e se aproximou de .


- Você é um lerdo mesmo, Jonas. - gritou em seu ouvido.


- Ela deve saber o que está fazendo e também deve saber das consequências.. - disse, irritado. Saiu de perto de .




Ele está tentando fingir que não se importa, mas eu sei que ele se importa. Ele TEM que se importar. Pelo menos uma das coisas que ele havia me dito tinha que ser verdade. Eu e Mark estávamos dançando animadamente. Naquele momento eu não me importava nem um pouco com o . Eu sabia que ele estava bravo e eu estava satisfeita com isso.




- Hey.. - se aproximou. - Eu vou subir agora. - avisou Mark, que concordou.


- É só falar com o DJ. Eu já avisei ele. - Mark sorriu.


- Valeu, cara. - sorriu, nervoso. Foi em direção ao palco e conversou com o DJ. A música foi parada no mesmo instante.


- Hey! - disse, envergonhado. Ele estava em cima do palco e com o microfone nas mãos. Todos pararam de dançar para olhá-lo. - Vocês devem estar se perguntando quem sou eu e o que eu estou fazendo aqui, né?- sorriu. - Eu só preciso de 5 minutos de vocês. - disse, sem jeito.


- O que ele ta fazendo? - perguntou, confusa.


- Presta a atenção! - sorriu.


- , eu venho procurando o jeito certo de fazer isso há dias. Desde que estamos juntos, a minha vida mudou completamente. Mudou pra melhor, é claro. Sabe por que? Por que agora você faz parte dela. - Todos soltaram um 'own’. sorria de forma boba e seus olhos brilhavam. - Então eu achei que estava na hora de oficializarmos isso. - sorriu, nervoso.





Eu sorri, orgulhosa. era um ótimo garoto e estava no caminho certo. Eu só queria saber por que o não podia ser como ele. e eu trocamos olhares. Meu olhar dizia algo como 'está vendo? não tem problema nenhum em se declarar, em gostar de uma pessoa, seu idiota', enquanto o de dizia 'isso jamais funcionaria com nós'. Meus olhos arderam por um minuto. Estava triste e com raiva. Eu tinha raiva por ele ter estragado tudo, por ele não me dar mínimo valor, por ele ter mentido em cada palavra.




- Então, eu quero perguntar... - sorriu lindamente. A multidão se abriu e estava no centro dela. Algumas lágrimas escorriam no rosto de , enquanto ela sorria como nunca. Quando a viu, deu um sorriso ainda maior. - , quer namorar comigo? - disse, olhando pra .


- Que lindo.. - Eu suspirei, comovida.





colocou o microfone no chão e tirou dos bolsos uma caixinha. Se ajoelhou, enquanto abria a caixinha. A multidão novamente soltou suspiros de 'own'. caminhou em direção ao palco, subiu as escadas e depois o palco. Ela se aproximou de , que ainda estava ajoelhado.




- É claro que eu aceito. - sorriu, enquanto as lagrimas saiam rapidamente de seus olhos. segurou a mão de e colocou a anel no dedo anular dela. voltou a ficar de pé e beijou apaixonadamente.




O público aplaudiu e gritou. Voltei a olhar pro , que olhava pro palco. Senti meus olhos se encherem de lágrimas. Não fazia o menor sentido chorar por causa de . Não era necessário e nem merecido.




e terminaram o beijo e saíram do palco de mãos dadas. Eu estava tão feliz por eles. realmente merecia tudo aquilo. A música alta voltou a tocar e todos voltaram a dançar. e fizeram o mesmo, assim como eu e Mark. continuava no mesmo lugar, conversando com , , e .




A música que antes era animada, ficou lenta. Talvez o DJ tenha entrado no clima de e . Eu e Mark nos aproximamos ainda mais. Pela primeira vez na noite, estávamos dançando colados. A música lenta pedia isso, certo?




- Mark, eu queria me desculpar pela outra noite. – Eu disse, sem jeito. Como estávamos dançando colados, eu não disse isso olhando em seu rosto.


- Tudo bem. Esquece isso. – Mark disse em meu ouvido.


- O problema não é você. Sou eu. – Eu expliquei.


- O que importa é que eu estou aqui com você agora. – Mark desgrudou nossos corpos para poder olhar em meu rosto.


- Eu não queria ter feito aquilo ontem.. – Eu disse, chateada. Mark não merecia nada daquilo.


- Não tem problema, .. – Mark sorriu de forma doce. Voltou a colar nossos corpos para continuarmos a dança.


- Me desculpa. – Eu repeti, sem jeito.





- Vou ali pegar refrigerante e já volto. - avisou, sendo acompanhada de .


- Espera, eu vou também. - gritou, correndo atrás deles.


- Você precisa disfarçar.. - comentou, quando percebeu que ele e estavam sozinhos.


- Eu devia ir lá. Isso sim! - disse sério, enquanto ainda olhava pra mim e pro Mark. não respondeu. Apenas balançou a cabeça negativamente e começou a observar eu e Mark, assim como .





Mark, afastou o seu corpo do meu e olhou em meus olhos, sorriu. Eu retribui o sorriso. Mark colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha, assim como fazia. , , ! É só nisso que eu sei pensar! Foco no Mark!




Mark se aproximava cada vez mais e eu sabia exatamente o que aconteceria se eu não me afastasse. Eu também sabia que estava nos olhando e que veria o que ia acontecer. Mais uma vez: eu não estou tentando colocar ciúmes em ninguém. Eu jamais daria esperanças falsas pro Mark.




Mark passou os braços pela minha cintura e me puxou ainda pra mais perto. Ele não tirava os olhos dos meus nem por um segundo. Não vou impedir nada. Primeiro, por que eu estou carente e segundo, por que Mark é um cara legal. Por que eu não poderia dar uma chance pra um cara que gosta de mim?




Os lábios de Mark se encostaram nos meus. O beijo foi rapidamente intensificado e consequentemente aprofundado. Os lábios de Mark não eram tão quentes como o do . O beijo de Mark não fazia com que eu me arrepiasse dos pés a cabeça. DROGA! Eu estou beijando Mark, mas estou pensando no ! Que tipo de pessoa eu sou?





arregalou os olhos quando viu eu e Mark nos beijando. Olhou pro , pra ver a sua reação. estava paralisado, sério.




- Chega.. - suspirou, começando a andar em direção a pista de dança.


- Pode ir parando! - entrou em sua frente.


- Sai, ! Eu vou quebrar aquele filho da puta.. - disse, tentando passar por , que o empurrava em direção contrária. – Sai! – gritou, furioso.


- Para de ser ridículo, ! - quase gritou, irritado.


- Ridículo? É a minha garota, porra! - gritou, irado. Algumas pessoas que estavam em volta, olharam. Só quem estava realmente perto conseguia ouvir, já que a música no local estava extremamente alta.


- Presta a atenção, Jonas! - gritou, revoltado. - A não é nenhuma criança. Ela parece saber exatamente o que está fazendo. - disse, tentando acalmar . estava tentando mostrar que Mark não havia forçado nada. Eu também queria aquilo.




olhou pra , furioso. Ele com certeza daria um soco em , se eles não fossem tão amigos. Como dizem: a verdade dói. Era tão mais fácil pro pensar que Mark havia me beijado a força. Pensar que era só ele ir até lá, socar o Mark e me ter de volta. voltou a olhar pra eu e Mark, que ainda nos beijávamos. Ele estava nos fuzilando com os olhos, balançou a cabeça negativamente.





- Sou eu ou essa festa ficou uma merda de repente? - disse, ainda mostrando-se irritado. percebeu que estava visivelmente abalado. - To indo pra casa. - disse, grosso. Foi em direção contrária em que eu e Mark estávamos.


- ! - gritou, sentindo-se mal pelo amigo. fingiu não ouvir. Apenas seguiu em direção a saída.


- Onde o foi? - se aproximou com .


- Foi pra casa.. - disse, chateado. olhou pra ele, sem entender. Disfarçadamente, apontou a cabeça pro meio da pista de dança, mostrando eu e Mark nos beijando. viu e voltou a olhar para , chocada.


- Por que? - perguntou.


- Ele estava cansado, sei lá.. - arranjou uma desculpa qualquer. parecia ter aceito a desculpa.





A consciência de repente me pesou. Isso fez com que eu terminasse o beijo. Abri os olhos e senti meu coração doer ao perceber que aquele tão próximo de mim não era o . Forcei um sorriso Mark também abriu um sorriso enorme.




- Wow! - Mark suspirou.


- Você pode me levar embora? Eu acho que aquela minha dor de cabeça está voltando. - Eu inventei a melhor desculpa que consegui. Eu não estava bem, mas a minha dor de cabeça não tinha nada haver com isso. O beijo não havia sido como eu achei que fosse. Não por culpa do Mark, a culpa era minha.




O que eu estava pensando? Eu gosto do , por que beijei o Mark? Por que achei que Mark poderia juntar os pedaços do meu coração, que havia sido quebrado por ? Eu não estava usando Mark, mas não era certo. Muito menos sabendo que aquilo significaria alguma coisa pra ele. Eu estava mal agora. Eu só queria ir pra casa e dormir. Esquecer aquele dia horrível.




- Claro. - Mark sorriu. - Só vamos avisar o seu irmão.. - Mark disse, segurando a minha mão e me levando até onde o resto da turma estava. Ao chegarmos lá, recebi olhares apreensivos de e . Não consegui olhar na cara deles.


- Cadê o ? - Mark perguntou.


- Ali.. - apontou. se aproximava com um copo de refrigerante na mão, assim como e .


- E ai.. - disse, assim que chegou até nós.


- Hey! Tudo bem se eu levar a embora? - Mark perguntou.


- Claro, se ela quiser.. - sorriu.


- É, eu quero. Eu acho que aquela dor de cabeça vai voltar. - Eu sorri fraco.


- Então, pode levar ela sim. - voltou a sorrir.


- Ok,tchau então. - Mark sorriu, segurou a minha mão e me levou em direção a saída.




Saímos, pegamos o seu carro e entramos nele. Passamos parte do caminho em silêncio. Quando estávamos quase chegando na casa da tia Janice, resolvi falar. Aquilo estava me matando. Eu não conseguiria dormir sabendo que havia dado falsas esperanças pro Mark. Mesmo que tivesse sido sem querer.




- Mark.. - Eu disse,nervosa. Ele me olhou, esperando que eu continuasse. - Eu preciso te falar uma coisa.. - Eu não conseguia olhar pra ele. - Aquele beijo.. eu não queria.. - Eu balancei a cabeça negativamente.


- O que? - Mark perguntou, confuso.


- Eu achei que queria, mas eu me enganei. É que aconteceu uma coisa hoje..e eu achei que beijando você, podaria me ajudar a superar. - Eu disse sentindo meus olhos arderem. - Me desculpa, eu fui egoista. Eu não queria te dar falsas esperanças.. - Eu disse me sentindo a pior pessoa do mundo.


- Eu percebi. - Mark disse, magoado. - Mesmo assim...eu te agradeço por ter me proporcionado aquilo.. - Mark, sorriu fraco. - Eu sei que pressionei e você só acabou cedendo.. - Mark explicou.


- Mesmo assim, não foi certo. - Eu disse, olhando pra ele.


- É o , não é? - Mark, olhou pra mim. Gelei só de ouvir aquele nome. Era ridículo como só o nome dele me causava todas aquela sensações mesmo depois de tudo.


- É.. - Eu suspirei, chateada.


- Eu percebi. - Mark, sorriu de forma chateada.


- Me desculpa, Mark. Eu não queria magoar você.. - Eu disse, sentindo as lágrimas invadirem meus olhos.


- , eu gosto de você. Eu jamais conseguiria ficar magoado com você. Eu sabia de tudo isso antes de te beijar e mesmo assim me arrisquei. - Mark desligou o carro na frente da casa da tia Janice.


- Me desculpa mesmo. - Eu repeti, segurando as lágrimas.


- Tudo bem. - Mark sorriu fraco.


- Você realmente não está com raiva de mim? - Eu questionei pra tentar me sentir melhor.


- É claro que não. Só quero que você saiba que se um dia você mudar de ideia, vou estar aqui. - Mark sorriu. Eu olhei pra ele, admirada.


- Boa noite, Mark. - Eu sorri fraco.


- Boa noite. - Mark disse de forma doce.




Abri a porta do carro e sai. Fiquei na calçada, esperando que Mark fosse embora. Ele sorriu pra mim antes de acelerar o carro e me deixar sozinha ali na frente. Fui em direção a casa e a porta de entrada. Passei pelos seguranças e quando estava me aproximando da porta, notei que tinha alguém de cabeça baixa, sentado na frente dela. Senti meu coração disparar quando percebi quem era. Parei, sem reação. levantou o seu rosto e olhou pra mim. Sua expressão ficou séria rapidamente e seus olhos me fuzilaram.




- O que você estava pensando?! - gritou, se levantando.


- Dá licença.. - Eu disse, indo em direção a porta e ignorando as acusações dele.


- Eu estou falando com você! - gritou furioso, entrando na minha frente.


- Sai-da-minha-frente. - Eu quase soletrei, olhando pro rosto dele, revoltada.
- Você pode deixar de ser infantil pelo menos uma vez na sua vida? - disse, olhando severamente pra mim.


- O que você quer? - Eu perguntei, irritada. Ele queria conversar? Então nós vamos conversar!


- Por que beijou ele? - disse, irado. Eu percebi que ele estava tentando mostrar que estava com raiva e esconder o quão estava chateado.


- Eu não te devo satisfação. - Eu disse com raiva. Voltei a lembrar do que ele havia falado hoje mais cedo. Meu sangue subiu.


- Responde, . - pediu, sério.


- Por que eu quis! - Eu gritei, revoltada.


- O que?! - fez cara de cínico. - Por que você quis? - Ele fingiu rir.


- É, minha boca! Beijo quem eu quiser. - Eu respondi, duramente. - Agora sai da minha frente. - Eu o empurrei e o tirei da minha frente. Entrei na casa.


- O Peter tinha toda a razão.. - disse, furioso. Parei de andar naquele mesmo segundo. Não! Ele não tinha dito aquilo! Voltei a olhá-lo, cerrei os olhos.


- O que você disse? - Eu disse, sem acreditar.


- Eu disse que o Peter tinha razão quando disse que você era uma egoísta! - repetiu, revoltado. - Você só pensa em você! - gritou. - É isso que você faz, não é? - sorriu falsamente. - Você faz todos os caras gostarem de você, então eles se declaram e você joga eles fora como se fossem lixo. - disse, balançando a cabeça negativamente. Meus olhos voltaram a arder.


- Cala essa sua boca, idiota! - Eu gritei. Meus olhos rapidamente se encheram de lágrimas. MERDA, eu não queria chorar. Não na frente dele.


- Quer saber? Você não passa de uma manipuladora de homens egoísta! - A essa altura, cuspia as palavras.


- Você não faz a mínima ideia de quem eu seja, seu idiota! - Eu continuei a gritar. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.


- Eu não acredito que cai nesse seu jogo, estúpido! - disse, indignado. Ele havia dado alguns passos em minha direção e disse aquilo olhando nos meus olhos.


- Jogo? - Eu ironizei. - Você acha mesmo que eu perderia tanto tempo com você se eu não gostasse de você?! - Eu gritei, enquanto as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto. - É isso que você queria que eu ouvir? - Eu perguntei, sentindo o meu coração doer a cada palavra dita por ele. – É isso que você queria que eu dissesse? – Eu disse aos prantos.


- E você acha mesmo que eu consigo acreditar em alguma coisa que você diz agora? - me encarou. Seus olhos também estavam cheios de lágrimas.


- Você e o Peter tem mais coisas em comum do que eu imaginava.. - Eu olhei ele com desprezo e passei a mão pelo meu rosto na tentativa de secar as minhas lágrimas.


- Você também não é nada do que eu achava que fosse.. - disse, segurando as lágrimas em seus olhos. Tomei a coragem que precisava e me aproximei dele.


- Você tinha razão hoje! É bem mais fácil te odiar. - Eu disse, olhando em seus olhos de bem perto. olhava atentamente pro meu rosto. - Eu tenho uma novidade pra você! - Eu engoli seco, forjei um sorriso qualquer. - Eu também tenho uma lista, agora! A lista das pessoas que eu odeio. E adivinha só, quem é o primeiro da lista? - Eu disse com toda a raiva que eu consegui. Pois é, não durou muito tempo. As lágrimas continuaram a escorrer pelo meu rosto. - E pode colocar essa observação na porcaria da sua lista. - Eu disse, tentando parecer furiosa. Eu não consegui! Eu só queria chorar e chorar. não conseguiu responder, apenas me encarou, sério. Subi a escadas rapidamente. Eu não aguentava mais olhar na cara dele.




Entrei em meu quarto e bati a porta com força. Me joguei na cama e chorei. Chorei como nunca. Chorei como nunca achei que choraria por um garoto. As palavras ditas por ele não saiam da minha cabeça. Eu acho que eu nunca conseguirei olhar pra cara dele de novo. Não depois do que foi dito, depois do que aconteceu.





Pensei em alguém a quem pudesse recorrer. Alguém que pudesse me acalmar. Alguém que conseguisse fazer com aquela dor enorme dentro do meu peito pararasse. Entrei em maior desespero, quando percebi que a única pessoa que conseguia fazer isso bem era o . A única pessoa que conseguia fazer eu me sentir bem, era quem estava causando o meu sofrimento agora. Isso está me matando.




Eu não acreditaria que um garoto conseguiria arrancar mais lágrimas de mim do que o Peter. Eu ainda não acredito que ele me falou aquelas coisas. Eu esperava ouvir isso de qualquer outra pessoa, juro! Menos dele. Tudo o que eu disse, tudo o que eu sinto é verdadeiro. Como ele pode achar que fingi tudo aquilo? Como ele pode duvidar dos meus sentimentos? Como eu posso ser egoísta, sendo que ELE é a única pessoa que eu tenho pensado nesses últimos dias? Eu com certeza não conseguiria dormir naquela noite. Eu não vou conseguir parar de chorar. Ao contrário da minha dor de cabeça, dormir não faria com que a dor desaparecesse. Eu me perguntava se algum dia ela passaria.




entrou em pânico, depois de me ver subir as escadas. Ele sabia que estava tudo acabado e não estava sendo nada fácil pra ele. Seus olhos voltaram a se encher de lágrimas, algumas chegaram a escorrer pelo seu rosto. Ele levou as mãos a cabeça, entrelaçou seus dedos em seus cabelos. Ele não sabia o que fazer. Para ele, ele havia feito a coisa certa, mas por que o coração estava dizendo o contrário?




Ele sentia raiva. Raiva por não conseguir cumprir a promessa que havia feito a si mesmo de que nunca mais choraria por uma garota. Tudo o que ele sempre temeu, estava acontecendo novamente. Ele havia perdido a sua garota e estava em pânico por causa disso. Ele queria subir as escadas, entrar em meu quarto e se desculpar enquanto me cobria de beijos e abraços. Beijos e abraços que agora ele sabia que nunca mais teria. só queria que Mark estivesse ali na sua frente para que pudesse descontar toda a sua raiva nele.




Passou a mão pelo seu rosto, secando as lágrimas. Subiu as escadas. Quando chegou no andar de cima, passou pela porta do meu quarto, parou. Se perguntava se deveria entrar ou não. O orgulho falou mais alto e ele voltou a andar e entrou em seu quarto. Ele me odiava. Me odiava por ter feito ele sentir tudo o que ele não queria sentir. Por ter trazido de volta toda aquela mágoa, todas aquelas lágrimas que ele tanto evitou. Por ter estragado tudo. Seus olhos se enchiam de lágrimas e ele estava irritado por causa disso. Por que ele não conseguia parar de chorar? Ele já havia terminado com tanta outras garotas, por que estava sendo tão difícil dessa vez? Por que isso tinha que acontecer logo na minha vez?




Uma hora havia se passado e eu ainda chorava. Quando eu conseguia segurar as lágrimas, as palavras de voltavam a minha mente e então se tornava impossível segurá-las. A porta do quarto se abriu, eu nem me atrevi a virar para olhar quem era.




- ? – Parecia ser a voz de . Passei a mão pelo rosto, tentando disfarçar o choro e me virei em direção a .


- Oi.. – Eu forcei um sorriso. entrou rapidamente em desespero. É claro que ela perceberia que eu estava chorando. Ela fechou a porta.


- O que aconteceu, amiga? – caminhou rapidamente até a minha cama. Sua expressão era de preocupação.


- Não foi nada. – Eu voltei a forçar um sorriso. As lágrimas insistiam em permanecer em meus olhos.


- Você está chorando. – disse, preocupada. Eu sorri fraco, enquanto uma lágrima solitária escorria pelo meu rosto. O sorriso desapareceu de meu rosto.


- Acabou, . – Eu disse, voltando a chorar. me abraçou rapidamente.


- Eu sinto muito, . – disse, triste. O abraço de fez com que eu me sentisse um pouco melhor. – Me conta o que aconteceu.. – disse, terminando o abraço.


- Hoje, eu escutei dizendo pros garotos que só estava ficando comigo por ficar. – Eu disse, ainda chorando. – Ele tem uma lista.. – Eu soluçava.


- Uma lista? – , repetiu.


- Uma lista das garotas que ele já ficou. Ele exibe aquilo como se fosse um troféu. E eu.. – Eu respirei fundo para continuar a falar. – Eu fui só mais um nome na lista dele. Eu era só alguém que ele precisava pra passar o tempo. É isso o que ele fez com todas. – Eu disse aos prantos.


- Eu não acredito.. – disse, desolada.


- Então hoje na festa, o Mark tentou me beijar e eu sabia que era de verdade. Eu sabia que eu representava algo pra ele. Por que eu não poderia dar uma chance a ele, já que eu não significava nada pro ? – Eu questionei. – Talvez eu quisesse ser beijada por alguém que realmente gosta de mim. – Eu abaixei a cabeça. As lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto.


- E o viu.. – concluiu.


- Viu! – Eu respondi. – Quando eu cheguei, ele acabou comigo. Me disse coisas que eu nunca pensei que ouviria de alguém. – O meu choro aumentou.


- Eu não sei o que fazer pra te ajudar, . – segurou a minha mão.


- Eu não quero falar com ele nunca mais! – Eu disse, tentando secar as lágrimas que não se cansavam de sair dos meus olhos. – Acabou, . Acabou! – Eu disse, decidida.


- Você precisa dormir um pouco. Precisa esquecer isso. – sorriu, preocupada.


- Eu vou ficar bem. Eu fiquei bem das outras vezes, não é? – Eu disse, otimista.


- Eu sei que você vai. – sorriu. Deitei em minha cama em meu travesseiro molhado. Eu realmente queria acreditar que eu ficaria bem. Eu queria saber como conseguiria olhar pra ele novamente sem chorar, sem desabar. Eu estava devastada. Devastada por dentro. É como se mais nada fizesse sentido.




- .. – disse, entrando no quarto.


- Não enche.. – bufou.


- Olha só, eu não tenho culpa de nada, porra! Não desconta em mim! – disse, revoltado. Fechou a porta.


- Foi mal. Eu só quero ficar quieto no meu canto. – disse, ainda de costas pra .


- Quer conversar? – perguntou.


- Conversar? Não tem nada pra conversar. – se virou pra , revoltado. – Acabou! Só isso. – disse, tentando se mostrar forte. percebeu que ele havia chorado, também percebeu que estava mal. – Agora, apaga a luz e me deixa dormir. – disse, sério e voltou a se virar pra parede.


- Boa noite, . – suspirou, chateado. Ele sabia que estava mal e também sabia que era orgulhoso demais pra demonstrar isso. apagou a luz e deitou em sua cama.




Na verdade, não estava com sono algum. Ele sabia que passaria a noite em claro. Ele só queria ficar sozinho, quieto. Ele queria pensar. Pensar em tudo! Tudo o que ele estava sentindo, tudo o que havia acontecido, tudo o que ele não teria de volta. Dizia pra si mesmo que havia feito a coisa certa, enquanto cada músculo do seu corpo dizia o contrário. Ele só sabia de uma coisa: ele não me teria de volta.



Capítulo 14 - Olá solidão. Adeus Nova York




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Ainda eram 7:30 da manhã. Como eu havia previsto, não consegui dormi. Passei a noite fazendo a mesma coisa: chorando. Se eu dormi, foi por 1 hora no máximo. Eu me perguntava a todo momento qual seria a minha reação ao ver naquele dia. Provavelmente eu teria que voltar ao lado dele no avião e eu realmente não queria dar chance pra nenhum tipo de reaproximação. Estava decidido! Eu ia embora mais cedo. Assim não teria que vê-lo e nem teria que voltar com ele no avião.




Parei de chorar. Eu agora estava pensando se eu tinha o dinheiro suficiente pra comprar a passagem. Me lembrei que já tínhamos as passagens de volta reservadas, mas era só pro voo da noite. Eu teria que comprar uma outra passagem. Eu ia embora antes que todos acordassem. Eu sabia que ninguém me deixaria ir embora sozinha, ninguém me entenderia. Me sentei na cama, olhei para a cama de . Ela estava dormindo. Me levantei, devagar. Peguei alguns sapatos que estavam espalhados pelo quarto e coloquei em minha mala. Arrastei a mala com dificuldade pra fora do quarto e a deixei no corredor. Peguei minha escova de dente, escova de cabelo e a roupa que eu vestiria. Entrei no banheiro, escovei os dentes, penteei o cabelo e me troquei. Eu estava fazendo o mínimo de barulho possível.




Desci as escadas, enquanto arrastava a minha mala escada abaixo. Cheguei no andar de baixo e voltei a sentir meu coração doer. Foi bem ali que eu e brigamos. Foi bem ali que o me disse aquelas coisas horríveis. Foi bem ali que acabou.




Peguei a agenda telefônica e liguei pra primeira companhia de taxi que achei. O taxi chegaria em 15 minutos. Aproveitei esse tempo para fazer um tour pela casa. Eu não voltaria a vê-la tão cedo. Passei pela cozinha e cheguei no quintal. Ri sozinha ao me lembrar da briga de galo que fizemos na piscina, dias atrás. Olhei pro topo do gramado, senti um aperto no coração. Me lembrei de quando eu e vimos o nascer do sol juntos. Lembrei de quando disse as coisas que ele adorava em mim e disse que gostava de mim. Também me lembrei do forte abraço que ele havia me dado naquele mesmo lugar. Sorri sozinha, porém as lágrimas voltaram a alcançar os meus olhos. Passei as mãos pelos meus olhos antes que elas pudessem escorrer pelo meu rosto.




Voltei a entrar na casa. Eu não precisava ficar lembrando dessas coisas. Fui pra sala, peguei um papel qualquer e uma caneta. Eu precisava avisá-los que eu estava indo embora. Comecei a escrever, quando ouvi alguém buzinar do lado de fora da casa. Terminei de escrever o bilhete rapidamente. O taxi tinha chego! Peguei a minha mala, abri a porta. Os seguranças me ajudaram a levar a mala até o taxi.




Antes de entrar no taxi, olhei novamente pra casa. Me Lembrei de que quando cheguei naquela casa, tinha a intenção de passar os melhores dias da minha vida nela. Acabei passando o pior deles. Entrei no taxi, avisei o motorista que queria ir pro aeroporto.




Já dentro do taxi olhei a casa, enquanto me afastava aos poucos. Cheguei no aeroporto, eram 8:30. Paguei o taxi e corri para comprar a passagem de volta pra casa. O avião sairia ás 9:30. Esperaria que pelo horário do voo, enquanto olhava as revistas na banca de jornal.




foi o primeiro a acordar na casa. Levantou e foi até a cama de para ver se ele estava vivo e viu que ele ainda estava dormindo. Abriu a porta e antes de descer passou pelo banheiro para fazer sua higiene matinal. Desceu as escadas, passou pela sala de estar e foi pra cozinha, pegou uma maça e foi em direção a sala. Iria assistir um pouco de TV.




- O que é isso? – falou sozinho, vendo um papel sobre a mesa. Ficou um tempo olhando pro papel, lendo. – Que droga.. – suspirou, chocado. Passou a mão pelo cabelo, sem saber o que fazer. Subiu as escadas correndo e foi em direção ao seu quarto. Entrou como um foguete.




- ! – gritou próximo ao ouvido de . – Vamos, acorda! – gritou, impaciente.


- Vai se fuder... – murmurou, ainda dormindo. Odiava ser acordado.


- A foi embora! – disse, aflito. abriu os olhos no mesmo instante. Pensou se tinha ouvido direito.


- O que? – perguntou, assustado.


- Ela foi embora! – repetiu, impaciente. ficou em silêncio e se sentou na cama.


- Vocês podem parar de gritar, por favor? Tem gente querendo dormir. – apareceu revoltada e sonolenta na porta do quarto. sempre teve o sono leve. Eu realmente não sei como eu consegui ir embora sem acordá-la.


- A foi embora. – repetiu, chateado.


- O QUE? – gritou.


- Caralho.. ta tudo mundo surdo aqui.. – revirou os olhos. Era a segunda vez que mandavam ele repetir.


- Como foi embora? Eu não ouvi ela sair... – estranhou. Voltou pro seu quarto, olhou pra minha cama. Estava arrumada. – Não acredito.. – comentou, negou com a cabeça. Voltou pro quarto dos garotos. – Ela não ta lá! – disse em pânico.


- Wow! É isso que estou tentando dizer.. – arqueou a sobrancelha.


- Como você sabe que ela foi embora? Pode ter saído pra dar uma volta, sei lá.. – perguntou. Ele não estava acreditando.


- Ela deixou isso em cima da mesa. – mostrou o papel.


- Deixa eu ver isso. – pegou o papel da mão de .






‘Vocês não devem estar entendendo nada, não é? Deixei o bilhete só pra vocês não ficarem preocupados comigo.




Então, eu estou indo embora mais cedo. Eu sei que são só algumas horas antes, mas eu prefiro assim. Eu espero que me entendam. E , eu já avisei a mãe e o pai. Eles vão me pegar no aeroporto. Não se preocupe. Beijos, até a volta.’






releu várias vezes. Ele realmente não estava acreditando. Eu estava indo embora e ele sabia que era por causa dele. Ele sabe sobre o meu medo de avião e não acreditaria que eu enfrentaria aquilo sozinha por culpa dele.




- Então? – perguntou devido a demora de .


- Ela está fazendo charminho. Quer que todos fiquem preocupados com ela. – revirou os olhos. Era isso o que ele queria acreditar. – Ridículo. - disse, irritado.


- E eu achando que você não poderia ser mais idiota do que já era. – fuzilou com os olhos.


- Não fui eu que estraguei tudo, querida. – disse, sarcástico.


- Claro que foi! – disse, furiosa.


- Olha só , vai cuidar do seu homem e para de encher o meu saco. Você não sabe de nada que aconteceu. – disse, irritado.


- Você não merece a . – olhou pra com desprezo.


- Foi ela que beijou outro ontem. Ok? – disse se defendeu. – Eu gostava dela. Eu gosto dela, mas é claro que ela não se importa e não sente o mesmo. Se sentisse, não tinha beijado o Mark ontem. – disse explicou, furioso. Não gostava de dizer isso em voz alta.


- Você é mesmo burro não é, Jonas? – riu, sarcasticamente.


- E o que eu deveria fazer, ? – sorriu falsamente.


- Ela ouviu você conversando com os garotos ontem, antes da festa. – disse explicou, sem paciência alguma. – Ela sabe sobre a sua lista escrota, sabe que você só está ficando com ela por ficar, sabe que daqui alguns dias você vai trocá-la por uma qualquer e sabe que é só mais um nome nessa sua listinha. Ela acha que você mentiu sobre tudo. – disse em tom de acusação. ficou paralisado por um tempo, absorvendo tudo. Não, isso não estava acontecendo. – Agora me responde, Jonas: – sorriu falsamente. – É errado ela querer ser beijada por um cara que realmente gosta dela? – perguntou, séria. abriu a boca para responder, não conseguiu.


- Eu não sabia disso! – disse em choque. apenas observava.


- Você não sabe de tudo não é? – disse, sarcástica. – Por que ela, ? Por que? – disse, chateada. – Ela já não sofreu o suficiente pelo Peter? – disse, olhando furiosa pro .


- Eu não tinha a intenção de fazê-la sofrer. Eu até prometi isso pra ela! – disse voltou a se defender.


- Ela ta sofrendo horrores por sua causa! – jogou isso na cara dele.


- Eu gosto dela, ok?! – disse, olhando com raiva. – Eu não queria, mas eu gosto. – disse em tom de desabafo. – Eu disse aquilo pros caras por que eu odeio ter que assumir isso. Odeio assumir que estou maluco por ela! Odeio o fato de estar gostando tanto dela. – disse estava irritado por tê-lo forçado a dizer isso em voz alta. Seus olhos se encheram de lágrimas, talvez lágrimas de raiva. ficou chocado por um momento e olhou pra , que sorriu. Finalmente tinha visto um pingo de sentimento no .


- E você vai deixá-la ir embora assim? – tentou encorajar .


- E o que você quer que eu faça? Cavalgue até o aeroporto e pergunto se ela quer subir comigo no meu cavalo branco pra voltarmos juntos pro nosso castelo encantado? – arqueou a sobrancelha, irônico.


- , ela também gosta de você. Uma garota não passa a noite chorando por um cara qualquer. – também tentou incentivar a fazer algo.


- Obrigado, ! Agora eu me sinto melhor. – disse, irônico.


- Eu só estou querendo dizer que você não pode deixar tudo acabar assim. – revirou os olhos.


- O que ta acontecendo? – disse, sonolento.


- A foi embora.. – repetiu pela 10° vez.


- O que? – disse, chocado.


- Vai pro inferno. Eu não vou repetir.. – revirou os olhos.


- Mas por que? – perguntou, confuso.


- Eu e ela brigamos ontem. Ela provavelmente não quer ter que olhar na minha cara de novo. – explicou, irritado com tudo, até consigo mesmo.


- Tinha que ser.. – arqueou a sobrancelha.


- Você não está ajudando, ! – quase gritou, revoltado.


- Eu sei que não. Por isso mesmo. – sorriu, falsamente. Queria que pagasse um pouco pelo que tinha feito comigo, mesmo não sabendo o que era.


- O que vocês estão fazendo ai? – apareceu no quarto.


- Estamos tricotando! – ironizou. - O que você acha que estamos fazendo, ? – arqueou a sobrancelha.


- Não to falando com você, besta. – mostrou a língua.


- A foi embora. – disse.


- POR QUE? – arregalou os olhos. Olhou pro . – Foi você né, Jonas? – disse em tom de reprovação.


- Mas alguém quer me acusar? Fica a vontade! – abriu os braços, irritado.


- Vocês avisaram o ? É a irmã dele. – perguntou.


- O que tem eu? – disse com o rosto todo amassado.


- A foi embora. – avisou.


- FOI EMBORA? COMO ASSIM FOI EMBORA? – gritou com os olhos arregalados.


- Você sabe.. com as pernas dela. – sorriu, irônico.


- Se fode, ! – sorriu falsamente. – Por que ela foi embora? – perguntou, preocupado.


- O .. – balançou a cabeça negativamente.


- Essas briguinhas toscas de vocês não vão acabar nunca, não é? – olhou pro , indignado.


- Eu não mandei ela embora, ok? Ela foi por que ela quis. – gritou, se defendendo. Estava muito irritado, pois já estava se sentindo culpado e não precisava que todos jogassem aquilo na cara dele.


- E agora? – cruzou os braços.


- Eu ouvi certo? A foi embora? – apareceu no quarto, desnorteada.


- Ouviu.. – respondeu.


- Foi o de novo? – perguntou, olhando pro .


- Vão se fuder todos você, ok?! – gritou, furioso. Já não tinha mais paciência para aquelas acusações.


- Que horas ela foi? – perguntou.


- Não sei.. – pensou.


- Não deve fazer muito tempo. Eu acordei ás 7:00 pra ir no banheiro e ela ainda estava na cama. – explicou.


- Ela pode não ter embarcado ainda. – analisou.


- O que vocês estão querendo dizer? – disse, sem entender.


- Vai atrás dela! Trás ela de volta! – deu a ideia.


- O que? – disse, fazendo careta. Achou que não tinha escutado direito.


- Ela foi embora por sua causa. Se vira! Vai atrás dela. – disse, revoltado.


- Sério? – não havia pensado nessa possibilidade. Ele ouviu direito?


- Espera, vou ligar pra ela. – pegou o celular.





Eu já estava dentro do avião que decolaria em 15 minutos. Me assustei quando o celular em minhas mãos começou a vibrar. Olhei no visor e vi ‘’ escrito nele. Eu podia atender, ainda não estávamos no ar.




- Alô? – Eu atendi.


- ! – gritou.


- Calma, eu to aqui. – Eu disse depois de fazer uma careta. Pra que gritar assim?


- Onde você ta? – perguntou rapidamente. Todos olhavam pra cara dela, apreensivos.


- Estou no avião. – Eu explique.


- Que horas seu avião decola? – perguntou.


- Em 15 minutos.. – Eu disse, consultando o relógio.


- 15 minutos! – repetiu para que todos no quarto pudessem ouvir.


- É.. – Eu concordei.




se levantou rapidamente da cama e colocou a primeira camisa que achou em suas frente. Colocou um tênis qualquer e saiu correndo do quarto. Nem deu tempo de arrumar o cabelo.




- Eu vou te matar, garota! Por que não nos esperou? – questionou.


- Deu vontade de ir embora mais cedo. – Eu menti.


- Hm.. Você ta bem? – perguntou. Ela com certeza percebeu a minha voz de choro.


- Estou sim. – Eu tentei dizer de forma empolgada.


- Tudo bem, então. Boa viagem, até. – sorriu.


- Obrigada e desculpe. Eu precisava mesmo voltar. – Eu disse, percebendo o tom de voz preocupado dela. já tinha descido as escadas correndo e estava correndo em direção ao aeroporto, que ficava bem perto.


- Tudo bem. – disse, docemente.


- Beijos. – Eu disse antes de desligar.


- Beijos. – repetiu e desligou.


- Será que dá tempo? – perguntou, aflito.


- Tomara que dê. – respondeu.





estava correndo o mais rápido que conseguia. Ele queria me ver, se desculpar. Ele precisava dizer o quanto ele sentia muito, o quanto estava arrependido de ter me dito todas aquelas coisas. Ele queria dizer que gosta de mim! Gosta como nunca gostou de ninguém, gosta como nunca achou que gostaria. Olhou no relógio, 9 minutos haviam se passado. Entrou no aeroporto e foi direto para o local da compra de passagens. Ele tinha 6 minutos.




- Eu quero comprar uma passagem. – disse, respirando com dificuldade por causa da corrida.


- Não me diga.. – O atendente sorriu.


- Quero uma passagem pra Atlantic City! – gritou, revoltado.


- Desculpe. O avião já vai decolar. – O atendente sorriu novamente.


- Você precisa me deixar entrar naquele avião! – disse em um tom mais calmo.


- Já sei! Você não pode deixar a sua garota ir embora com outro cara.. – O atendente deduziu.


- Não! – bufou. – Eu gosto dela. Ela está indo embora por minha causa. Eu não posso deixar que ela vá embora. Eu não posso perdê-la. – disse, implorando.


- Você vai ter que fazer melhor do que isso.. – O atendente revirou os olhos.


- Ela acha que eu não gosto dela! Eu disse umas coisas horríveis pra ela ontem e preciso me desculpar. Eu preciso vê-la novamente. Eu preciso ter ela de volta! – implorou. – Por favor! – insistiu.


- Tudo bem, aqui está! – O atendente sorriu e estendeu a passagem pro .


- Eu te amo, cara! – sorriu, pegou a passagem, deixou dinheiro sobre o balcão e saiu em disparada em direção do embarque e desembarque. Chegou no embarque, um dos seguranças impediram ele de entrar.


- Eu tenho a passagem! – mostrou a passagem e tentou passar novamente. Os seguranças voltaram a segurá-lo.


- Tarde demais, garoto. O avião já está decolando. – O segurança disse, apontando pra um avião que estava decolando naquele mesmo minuto.





sentiu o coração pesar. Ele sabia que eu deveria estar morrendo de medo naquele momento e ele não estava lá para segurar a minha mão, para dizer que tudo ia ficar bem. Sentiu os olhos arderem.




- Não, não.. – resmungou, não acreditando. – Eu sou um idiota mesmo. – balançou a cabeça negativamente. Ele se odiava naquele momento. Como ele pode ter dito aquelas coisas pra mim? Como ele pode achar aquelas coisas de mim? Tudo por causa daquela dificuldade idiota dele em assumir que gosta de alguém. Pensou no que diria a todos quando voltasse pra casa. Diria que não chegou a tempo? Diria que foi um idiota? Diria que perdeu tudo o que ele mais queria?




- Cadê ela, ? – correu até ele.


- Não deu tempo. – disse visivelmente abalado. Se jogou no sofá.


- Oh.. eu sinto muito. – disse, chateada.


- Eu estraguei tudo. – balançou a cabeça negativamente.


- Você pode falar com ela quando chegar em Atlantic City. – tentou animá-lo.


- Ela foi embora por que não queria me ver. Ela não quer me ver nunca mais! – concluiu, chateado.


- Quem sabe.. – sorriu, apoiando ele.


- Eu prometi que não faria ela sofrer.. – relembrou, se sentindo mal. – Eu fui pior que o Peter. – sentiu os olhos arderem novamente, negou com a cabeça.


- Não, . – sorriu. – Você é um homem bem melhor do que ele. Só precisa deixar de ter medo dos seus sentimentos. – tentou fazê-lo ficar melhor.


- Eu não tenho mais medo. Pena que é tarde demais. – concluiu. Passou a mão pelos olhos, evitando que qualquer lágrimas saísse de seu olho.


- E ai, deu tempo? – desceu as escadas junto com o resto do grupo.


- Não.. – disse, triste.


- Nós vamos embora hoje. Ela não vai perder muita coisa. – concluiu.


- Eu com certeza perdi. – disse se levantando do sofá. Subiu as escadas sem dizer qualquer outra palavra, entrou em seu quarto. Todos se entreolharam, sem entender. Do que ele estava falando? Não, eles não entenderam o que ele quis dizer e nem perguntaram a ele. Ele parecia tão mal que resolveram deixá-lo quieto. ficou o dia todo em seu quarto. Tentaram fazer ele comer, mas ele disse que não estava com fome.




O pessoal sempre questionava o por que dele ter ficado tão mal. Eu e ele sempre brigávamos e ele nunca ficou assim. e sempre davam um jeito de arrumar uma justificava coerente.




Sim, eu sobrevivi ao avião. Tinha acabado de descer dele. Acabei de encontrar os meus pais. Eles me receberam e perguntaram o por que de eu já ter voltado. Usei a desculpa da dor de cabeça forte. Cheguei em casa e fui rapidamente pro meu quarto. Disse que havia comido no avião e não estava com fome. Claro que era mentira. Deitei em minha cama e me lembrei que da última vez em que eu havia deitado ali eu estava bem, estava feliz. Agora? Agora eu não consigo parar de chorar. Eu não estou nada bem.




se lembrou do quão feliz estava feliz no dia anterior. Ele tinha a garota dos seus sonhos, a sua garota e agora ele não tinha nada. Só a culpa, o arrependimento. Se ele pudesse voltar no tempo, diria que eu sou egoísta mesmo, egoísta por ter roubado o seu coração e por não estar querendo devolvê-lo e por não sair da cabeça dele nem por um minuto.




- , a tia do chegou. Vamos embora. – disse, entrando no quarto, pegou a sua mala que já havia sido arrumada durante o dia. não respondeu, somente pegou as suas malas e desceu. Todos já estavam lá embaixo.


- Vocês se divertiram? – Janice perguntou, empolgada. Pelo jeito a viagem tinha sido boa.


- Sim! Muito obrigada pelo convite. – sorriu fraco.


- Obrigada vocês por terem cuidado da minha casa. – Janice sorriu, agradecida.


- Está tudo em ordem, como a senhora deixou. – sorriu.


- Certo. Obrigada mesmo. – Janice voltou a agradecer.


- Imagina. – sorriu, gentil.


- Ué.. mas cadê a ? – Janice perguntou, confusa. Mark entrou na casa no mesmo instante. – Ahn, oi Mark. – Janice sorriu, cumprimentando ele.


- Como foi a viagem? – Mark sorriu.


- Foi ótima! – Janice disse, empolgada.


- Ainda bem. – Mark sorriu. revirou os olhos. Era melhor tirarem ele dali ou pularia no pescoço dele a qualquer momento.


- Então, cadê a ? – Janice voltou a perguntar.


- Ela foi embora hoje cedo. – explicou.


- Embora? Mas por que? – Janice perguntou, sem entender. Mark olhou pra no mesmo instante. Ele sabia que tinha alguma coisa a ver com aquilo. também olhou pro Mark, furioso.


- Sei lá, uma dor de cabeça. – se adiantou.


- Sei.. – Mark continuou olhando pro e negou com a cabeça. estava no limite. Já ia dar um passo em direção ao Mark, quando o puxou.


- Vamos colocar as malas no carro. – disse, assim que percebeu que começaria uma briga a qualquer momento. Levou até o lado de fora da casa.


- Dá pra parar de salvar a vida do Mark? – perguntou, revoltado.


- Bater nele não vai fazer a voltar.. - deu uma bronca.


- Mas faria com que eu me sentisse bem melhor. - forçou um sorriso.


- Foi você não foi? - Uma voz disse atrás de . reconheceu a voz de Mark. Antes de virar-se para olhá-lo encarou , tentou manter o controle.


- Acho melhor você ir embora, Mark. - avisou. Sabia que estava irado e que talvez não conseguiria segurá-lo dessa vez.


- Eu to falando com você, ! - Mark disse em um tom um pouco mais alto. se virou, respirou fundo.


- Mark.. - disse em tom de aviso. Mark nem se moveu.


- Ela foi embora por causa de você, não é? - Mark repetiu. não aguentou, andou em direção a ele, segurou seu colarinho e o pressionou contra parede.


- ! - disse, tentando fazer soltar Mark. Não conseguiu.


- Você ta pedindo pra apanhar não é, Mark? - disse furioso, olhando Mark de perto.


- Eu vim pedir outra coisa. - Mark disse, empurrando , que largou seu colarinho e deu alguns passos pra trás.


- Está perdendo o seu tempo. - sorriu, negando com a cabeça.


- Faça ela feliz. - Mark sorriu fraco.


- O que? - arqueou a sobrancelha.


- Você tem noção de quantos caras gostariam de estar no seu lugar? - Mark perguntou, revoltado.


- Tipo você? - provocou, sorrindo falsamente.


- Ela escolheu você, idiota! - Mark disse, furioso. - Dê valor a isso! - Mark estava impaciente.


- E o que é que você sabe? - riu da cara de Mark.


- Eu sei que ela é louca por você! - Mark quase gritou. Só não gritou por que os outros poderiam ouvir. - Se você fizer ela sofrer de novo, eu juro que vou até Atlantic City só pra quebrar a sua cara. Entendeu? - Mark disse, sério.


- Vamos? - saiu do lado de dentro da casa.


- Vamos.. - sorriu e puxou , que encarava Mark, irritado com sua ameaça.





Todos se despediram de Mark. Tia Janice se encarregou de levá-los até o aeroporto. As passagens já estavam reservadas. Era só pagá-las na recepção do aeroporto. se sentiu mal ao se lembrar que eu havia passado por aquele aeroporto, por aquele embarque, naquele mesmo dia. Voltou a se lembrar que tudo era culpa dele. Se perguntou o que teria acontecido se ele tivesse chego no aeroporto a tempo de me encontrar. O que ele iria me dizer? Eu aceitaria suas desculpas? Ele nunca iria saber.




Entrou no avião e se sentou em uma das poltronas. Não havia ninguém ao seu lado. Lembrou-se de quando segurou a minha mão na ida pra Nova York e sorriu sozinho. Queria saber se na volta pra Atlantic City, eu também havia me lembrado daquilo. Queria saber qual seria a minha reação ao vê-lo na escola no dia seguinte. Queria saber qual eram suas chances de poder concertar tudo e me ter de volta.





Passei o dia no meu quarto, sem fazer nada. Só pensando. Pensando no que eu faria para evitá-lo no dia seguinte. Pensando em como deveria agir para tentar mostrar a ele que ele não havia sido o culpado da minha noite em claro. Pensando em como provaria a ele e a mim mesma de que eu não precisava dele. Decidi me distrair. Aquilo estava me deixando maluca. Liguei o notebook.




- Você vai com o ? - perguntou. Queria saber se precisava de uma carona até a sua casa. Meus pais havia ido buscar e podiam dar uma carona ao .


- Vou. O meu carro está na casa dele. - sorriu, agradecido. - Obrigado. - Sorriu.


- Até amanhã então. - disse, entrando no carro dos pais.


- Até.. - e responderam juntos. Os pais de haviam ido até o aeroporto buscá-lo, assim que o avião pousou na cidade de Atlantic City. e aproveitaram para pegar uma carona.





Ouvi quando chegou em minha casa. Pensei até na possibilidade de esta com ele. Não, ele não teria coragem. Ouvi alguém subindo as escadas e depois abrindo a porta do meu quarto.




- Hey! - Ele disse, empolgado.


- Oi. - Eu sorri fraco.


- Tudo bem? - perguntou. Entendi sobre o que ele estava falando.


- Sim, tudo bem. - Eu forcei um sorriso. - E como foi a viagem? - Eu tentei mudar o assunto.


- Foi tudo bem. A tia Janice te mandou um beijo. - sorriu. Ele estava preocupado.


- Ahn, obrigada. - Eu agradeci. Ficamos em silêncio. - , ta tudo bem. Não se preocupa, ok? - Eu sorri fraco.


- Ok. - Ele sorriu, um pouco mais aliviado. - Boa noite, até amanhã. - disse, antes de fechar a porta.


- Boa noite. - Eu respondi e ele fechou a porta. Voltei a encarar a tela do notebook. Estava conversando com algumas pessoas e estava acessando algumas redes sociais.




Os meninos chegaram na casa de . Tiraram as malas do carro dos pais de . havia percebido o quão mal estava . Estava preocupado.




- Dormi aqui, . - pediu. - Você não está muito bem pra dirigir e amanhã eu vou precisar de uma carona pra escola. - explicou.


- Não, eu não quero atrapalhar.. - sorriu, agradecido.


- Não vai atrapalhar. - riu.


- Tem certeza? - perguntou, indeciso. também sabia que estava sem condições para dirigir.


- Tenho.. - sorriu.


- Vou ficar então. - sorriu, acompanhando até a porta de sua casa. Entraram e subiram até o quarto de . Os pais de conheciam muito bem e não se importaram.




arrumou a cama de no chão ao lado de sua cama. Não comeram nada pois já haviam comido durante o voo. Deitaram em suas camas. ligou o seu notebook. Fazia algum tempo que não ligava o computador. Precisava se atualizar. Viu os últimos resultados dos jogos de futebol e mostrou para . se levantou e se sentou ao seu lado para ver um vídeo de um gol que lhe mostraria. Na hora que o vídeo seria ixibico, uma janela do msn subiu. fez careta. Era eu quem estava falando com ele. Eu precisava muito conversar com alguém que soubesse de tudo o que estava acontecendo.






diz: - Hey -
Esperei pela resposta durante um tempo.




não abriu a janela. Disfarçou mostrando o tal vídeo do gol pro .




- , responde ela. - revirou os olhos.


- Eu posso responder depois.. - sorriu, sem jeito.


- Responde.. - repetiu. então abriu a minha janela.






diz: - Hey ! -
finalmente me respondeu. permaneceu ao seu lado.



diz: - Como foi a viagem?


diz: - Foi tudo bem e a sua?


diz: - Eu tive que enfrentar o meu medo, hoje. Como você acha que foi? Hahahahaha! -
Eu sorri, enquanto digitava.



diz: - Você podia ter ficado... -
continuava lendo a nossa conversa.



diz: - Eu não podia. Foi melhor pra mim.. -
Eu sorri fraco, esperando pela sua resposta.



diz: - Você vai ter que vê-lo amanhã de qualquer jeito.. -
digitou, depois de pensar no que digitaria.



diz: - É eu sei.. –
Suspirei, enquanto digitava.



diz: - Ele ta bem..? –
Sim, eu queria saber se ele estava se sentindo um pouco mal com o que ele fez.




deixou de olhar pra tela do computador e olhou pro . O analisou por um tempo e fez careta.




- Não, né? - perguntou e sorriu fraco.


- Nem um pouco.. – negou com a cabeça.






diz: - Não.. -
Me senti um pouco melhor ao ler aquilo. Eu não era a única que estava sofrendo. Eu me sentia menos idiota agora.



diz: - E você?


diz: - O que você acha? :/ -
Sorri fraco, depois de digitar.



diz: - Ele está arrependido. Até foi atrás de você hoje no aeroporto. Ele não chegou a tempo. -
Meu coração se apertou. Ele estava arrependido? Já era alguma coisa, mas isso não mudava nada do que ele disse. Não mudava o que eu estava sentindo. Não diminuía a minha dor.



diz: - Tarde demais.. -
se sentiu mal por estar lendo aquilo. Isso deveria doer.





- , eu vou dormir.. – disse, passando a mão pelos olhos, que estavam quase se fechando. também queria evitar mais aquele sofrimento pro .


- Me deixa conversar com ela? Eu finjo que sou você. - teve a ideia.


- Mas.. - ia questionar.


- Por favor. Eu preciso... - implorou.


- Ta, mas não faça besteira. Não faça algo que você possa se arrepender depois. - disse em tom de aviso.


- Ta. Valeu, cara. - sorriu. passou o notebook pra , que voltou pra sua cama e se sentou com o notebook em seu colo.






diz: - Você não vai dormir, não? –
tentou puxar um assunto qualquer.



diz: - Estou sem sono. Aliás, estou sem sono desde ontem.


diz: - disse que você não parou de chorar na noite passada. –
disse, tentando chegar no assunto que ele queria.



diz: - Eu não me orgulho disso. –
Eu voltei a me sentir idiota. Passei a noite chorando por um garoto. Por que garotas são tão bobas?



diz: - Se você contar isso pro , eu mato você! –
Nenhum garoto merece saber que estamos sofrendo por ele, certo? riu baixo.



diz: - Eu não vou contar. –
sorriu, digitando.



diz: - Eu acho que vou desistir, sabia?


diz: - Desistir do que? –
não entendeu.



diz: - Dos garotos. Nenhum deles vale a pena. –
Eu disse, irritada.



diz: - O que? Você pretende virar freira agora? Haha.. –
gargalhou sozinho. De certa forma, ele estava rindo comigo. Quando ele poderia fazer isso de novo? Ele não entendia como a pessoa que mais estava fazendo ele sofrer era a pessoa que mais fazia ele sorrir. Sorrir de verdade.



diz: - É uma boa ideia. Hahaha! –
Eu gargalhei.



diz: - Mas.. você ainda gosta dele, não é? –
esperou nervoso pela resposta. Reli a pergunta algumas vezes. Como eu queria dizer que não.



diz: - Gosto, mas eu também não me orgulho disso. -
sorriu, aliviado. De certa forma, ele ainda tinha chance.



diz: - Ele também gosta de você. Eu acho que ele nunca gostou de ninguém assim. –
disse, esperando pela reação dela.



diz: - Ele pediu pra você dizer isso? –
Eu balancei a cabeça negativamente.



diz: - Não! Eu conheço ele. Ele nunca agiu da forma que ele está agindo. Eu nunca vi ele tão mal por perder uma garota. –
queria tentar me convencer.



diz: - Ele me disse coisas horríveis. Eu nunca vou conseguir desculpar ele, . –
Eu disse voltando a sentir meu coração doer. Os olhos de se encheram de lágrimas rapidamente.



diz: - Ele vai tentar falar com você amanhã, você sabe. –
passou as mãos pelos olhos para que as lágrimas não escapassem deles.



diz: - Eu vou deixar ele falando sozinho.. –
Eu disse com raiva.



diz: - Você não disse que gosta dele? Por que não dar uma chance? –
questionou.



diz: - Eu gosto dele. Gosto muito, mas eu tenho uma coisa chamada ‘amor próprio’ e eu pretendo deixá-lo intacto. –
chegou a pensar em contar pra mim que era ele que estava ali. Pensou em me dizer tudo o que ele queria dizer, tudo o que ele queria ter dito no aeroporto e não deu tempo de falar. Desistiu da ideia.



diz: - Eu só queria saber se ele está sofrendo 1% do que eu estou sofrendo, só pra eu me sentir menos idiota. –
Eu desabafei. Meus olhos se encheram de lágrimas.



diz: - Ele te prometeu que não faria isso, não é? –
se sentiu a pior pessoa do mundo ao se lembrar que não havia conseguido cumprir aquela promessa.



diz: - Prometeu e eu fui idiota o suficiente pra acreditar.


diz: - E ele foi idiota o suficiente pra não cumprir.


diz: - Eu só queria entender por que é que está doendo tanto dessa vez. Eu já passei por isso tantas vezes. –
Meus olhos ainda estavam cheios de lágrimas, assim como os de . Não era fácil fazer sofrer a pessoa que você mais queria fazer feliz.



diz: - Talvez você devesse tentar esquecê-lo. Seguir a sua vida. –
sabia o quanto era difícil dizer isso. Se isso era necessário para me ver feliz, estava tudo bem pra ele. Uma hora ele conseguiria superar isso -ou não.



diz: - Como se fosse tão fácil! Me fala como! Qualquer coisa, eu faço! –
Uma lágrima ia começar a escorrer pelo meu rosto, mas eu consegui secá-la antes disso.



diz: - Eu também queria saber. –
nunca se perdoaria por estar me fazendo sofrer daquele jeito, por ter me perdido daquele jeito. Como? Como ele vai fazer para me ter de volta? Por que ele não consegue deixar de se importar como ele fez com as outras?



diz: - Eu não sei se vou conseguir olhar pra cara dele amanhã.


diz: - Com certeza não vai ser fácil pra ele também.


diz: - Eu vou tenho que esquecê-lo. Eu preciso fazer isso. –
Eu estava furiosa, por ainda estar chorando por ele. Quem dera fossem lágrimas de ódio. Eu não conseguia odiá-lo.



diz: - Eu realmente espero que você consiga. –
sorriu fraco, enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto. Ele a secou.



diz: - Obrigada, . –
Eu sorri, sozinha. era realmente um amigo incrível. Eu nunca saberia agradecê-lo por ter me dado tanta força.



diz: - Eu tenho que dormir agora. Tem aula amanhã cedo. –
Eu fiz careta.



diz: - É, eu também. Boa noite. –
sorriu fraco, olhando pra tela do notebook.



diz: - Boa noite. Beijos. –
Eu sorri.



diz: - Beijos. –
abaixou os olhos, triste. Ele queria poder me beijar pessoalmente agora.





Eu desliguei o notebook, coloquei ele sobre o criado mudo que ficava ao lado de minha cama. Me aconcheguei em minha cama. Eu acho que conseguirei dormir essa noite. Não por que estava bem, mas por cansaço. O meu corpo pedia só algumas horas de sono. Eu também queria dormir. Não queria aparecer como uma zumbi na escola amanhã. nunca saberá que eu estou sofrendo por ele. Nunca! Ele vai descobrir isso amanhã! Amanhã!




desligou o notebook e colocou ele sobre o chão. Pegou o celular, passou por todos os nomes de seus contatos até chegar ao meu. Olhou fixamente para o meu nome. Talvez o celular discasse sozinho, não é? Ele queria ter coragem pra fazer isso. Desistiu da idéia, saiu da sua agenda telefônica e foi para as fotos. Queria saber se eu estava em alguma daquelas fotos. Só pra ele se lembrar de mim e do meu sorriso. Achou uma foto, eu estava com as garotas. Estávamos fazendo uma pose ridícula. Ele se lembrou do quanto ele e os garotos riram quando nós fizemos aquela pose ridícula. Todos estavam felizes na foto, inclusive eu. Por que ele foi idiota o suficiente para estragar tudo?


Capítulo 15 - Palavras que não alteram uma lista




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- ! - Minhas melhores amigas vieram me abraçar. Parecia que não nos víamos há 3 anos.


- Hey, garotas! - Eu disse, sorrindo pra todas. Elas me olharam de forma estranha. Com certeza acharam que eu chegaria devastada na escola, não é? Eu disse que não vou dar esse gostinho pro .


- Nunca mais nos abandone, mocinha! - fez cara feia.


- Eu não vou. - Eu ri, achando graça.


- Aquela casa ficou tão morta sem você,. – sorriu.


- Eu sei! – Eu disse, convencida. Todos riram.


- Eu não acredito que tenho duas aulas de matemática agora. - resmungou, mudando de assunto.


- Boa sorte com isso. - deu um tapinha em seu ombro.


- Então, tudo bem? - disse, se aproximando de mim, quando viu que ,, e não estavam prestando atenção. Ela estava se referindo ao disse, fazendo com que sorriu.


- Não precisava. - Eu não consegui olhar nos olhos dela. Eu estava mentindo. - Vamos esquecer isso, ok? - Eu forcei um sorriso e fui ao lado de e . - Mas cadê o ? - Eu perguntei, estranhando a sua demora.


- Na verdade, ele acabou e chegar. - apontou pro portão da escola. Me virei para olhar e Logo me arrependi. estava ao seu lado: mochila nas costas, mãos nos bolsos, mangas da camisa do uniforme dobradas perfeitamente até os cotovelos, cabelo estrategicamente desajeitado. Sim, ele estava mais bonito do que a última vez que eu o vi. Aproveitei para olhá-lo, enquanto ele ainda não havia me visto. Ele conversava com o .




Me perguntei como eu ainda conseguia achar ele tão lindo, como o meu coração podia disparar só de vê-lo, como as minhas mãos podiam soar só em saber que ele estava tão perto, como eu podia querer abraçá-lo forte e nunca mais soltar, como eu poderia querer beijar aqueles lábios só para ter certeza de que ele era só meu. Pois é, ele não é mais meu. Nunca foi.




Quando ele finalmente me viu, deixei de olhá-lo no mesmo instante. A cada passo que ele dava em minha direção eu sentia mais medo. Medo de não conseguir xingá-lo como eu queria, medo de não conseguir maltratá-lo, medo de não conseguir mantê-lo longe de mim.




- Eu vou descer. Ainda preciso copiar uma lição. - Eu disse, rapidamente e sai antes que alguém respondesse alguma coisa.




O sorriso de murchou, seus olhos encararam o chão quando ele me viu descer as escadas. Ele já esperava aquela minha reação, só não sabia que ficaria tão chateado quando aquilo acontecesse. olhou pro com pena. ,, e não entenderam nada, já que eu estava sorrindo e conversando em um minuto e estava tão estranha e chateada no outro. Se entreolharam.




- E ai? - disse, assim que chegou ao lado do resto da turma.


- Hey. - sorriu.


- Trouxe o meu caderno? - perguntou com desprezo.


- Bom dia pra você também,. - sorriu de forma irônica.


- Bom dia ! - fingiu um sorriso. - Agora devolve o caderno? Eu preciso ir pra sala. - revirou os olhos.


- Nossa! Calma, crianças. - riu.


- Fica quieta,! - e disseram juntos. Todos riram, menos , que fez bico.


- Nossa! Seus estúpidos.. - revirou os olhos.


- Desculpa, mas é que ele me irrita! - fez cara feia.


- Ela é quem me irrita! - respondeu, irritado.


- Calem a boca e se peguem logo vai. - revirou os olhos. e fuzilaram ele com os olhos.


- Toma aqui o seu caderno! - colocou o caderno de forma brusca na mão de .


- Idiota.. - resmungou, guardando o caderno em sua bolsa e subiu pra sua sala sem falar com ninguém.


- Nossa, o que aconteceu? - riu, enquanto via subir as escadas, revoltada.


- Nós brigamos ontem na volta.. - revirou os olhos.


- Continuem assim e daqui alguns meses vocês serão como a e o . - riu, fazendo com que todos gargalhassem. não conseguiu rir, não achou a menor graça.


- Você não vai querer seguir os mesmos caminhos que eu. Acredite.. - sorriu fraco, antes de subir as escadas em direção a sua classe. sorriu se mostrar os dentes, triste pelo amigo. Ele sabia sobre o que estava falando. O resto do pessoal (tirando a ) ficou ainda mais confuso. Voltaram a se entreolhar.


- Eu to perdendo alguma coisa? - arqueou a sobrancelha.


- e a brigaram, lembra? - tentou concertar.


- Dessa vez a coisa foi feia.. - fez careta.


- Você não faz ideia.. - disse, antes do sinal soar. Ela deu um selinho em e foi pra sua sala, assim como , , e .




Ao chegar na sala, senti um certo alivio. Eu já tinha conseguido evitá-lo na entrada. Só tinha mais o intervalo e a saída. Não seria tão difícil. Ao contrário de mim (ou não), ele parecia bastante abatido. Quando me olhou, sua expressão mudou rapidamente. Eu só queria estar feliz com isso.




As aulas nunca passaram tão devagar. Eu estava inquieta por saber que ele estava tão perto, talvez na sala ao lado. Seria tão mais fácil se ele mudasse de cidade, de estado, de pais. Só assim eu andaria por ae em paz, sabendo que não teria que vê-lo nunca mais. Por mais que isso doesse, era melhor.




O sinal do intervalo finalmente tocou e eu estava pronta. Se ele chagasse perto de mim, eu demonstraria segurança. Se ele falasse comigo, eu acabaria com ele com poucas palavras e se ele sorrisse.. Bem, se ele sorrisse, fodeu.




Fui em direção a escada para subir pro pátio da escola, alguém me puxou. Sorri, quando vi que era o . Ele passou os braços em torno do meu pescoço.




- E ai.. - Ele sorriu.


- .. - Eu revirei os olhos. - Que susto! - Eu gargalhei.


- Achou que fosse quem? - riu, desconfiado.


- Ninguém.. - Eu bufei. O que ele estava insinuando?


- Eu briguei com a .. - disse, chateado. Ele mudou o assunto.


- Você tem que falar logo com ela. Não pode esconder esse sentimento pra sempre. - Eu aconselhei. Estávamos subindo as escada.


- Ta doida? Eu nunca vou falar com ela. - riu da minha cara. Achou que eu estava ficando maluca.


- Por que não? - Eu arqueei a sobrancelha. Não vou deixar ele seguir os mesmos passos do . Não vou mesmo!


- E se ela me der um fora? - perguntou.


- Você nunca vai saber se não tentar.. - Eu sorri fraco.


- Ok, quem sabe um dia. - riu, sem jeito. Eu revirei os olhos. Homens são sempre homens, não é?




Chegamos no pátio, procuramos pelo resto do pessoal. Estavam no lugar mais obvio: a 'nossa' mesa. me guiou até lá. Quando me aproximei, vi . Ele olhava pra baixo, mexia em algo em sua mochila. Respirei fundo e sorri. Eu estava pronta. Pronta para tirar o de vez da minha vida.




- Tudo bem? - perguntou, quando nos aproximávamos ainda mais do local.


- Por que eu não estaria? – Eu forcei uma risada qualquer e ele arqueou a sobrancelha. Ele percebeu o que eu estava tentando fazer. Achou bobeira.




Chegamos no mesa. Agora é aquelas hora em que eu devo parecer feliz, em que eu devo agir normalmente, não é? Certo.




- E ai, povo. - Eu dei o meu melhor sorriso. Não olhei pra ele, mas percebi quando ele levantou a cabeça e me olhou.


- Nossa, que animação! - gargalhou.


- E por que eu não deveria estar feliz? - Eu sorri e fuzilei com os olhos. Desviei o olhar. Eu não conseguia olhá-lo por tanto tempo.


- Quer um gole, ? - estendeu a latinha de Coca-Cola.


- Não, obrigada. - Eu sorri, agradecida. Me sentei do outro lado da mesa, bem longe do .


- Nossa, tem uma garota nova na minha classe de Inglês. - fez careta.


- Meu professor de Matemática falou sobre uma aluna nova também, mas ela faltou hoje. - Eu disse, imaginando se a aluna nova da minha classe seria tão estranha quanto a de .


- Nossa, faltar no primeiro dia.. - arqueou a sobrancelha.


- Quando ela conhecer os professores e garotos dessa escola, vai querer voltar pra antiga escola dela. - gargalhou.


- Hey! – fingiu estar ofendido.


- Espero que ela não tenha a infelicidade de conhecer você no primeiro dia. Você vai assustá-la. - riu da sua própria piada.


- Dá pra vocês pararem? - pediu, furiosa.


- É! Agora que o e a pararam, vocês começam! - disse, impaciente.


- Quem disse que nós paramos? - Eu sorri de forma provocativa. se curvou para me olhar, ele arqueou a sobrancelha. Seu olhar dizia algo como 'você ta falando sério?'. No fundo ele estava feliz por eu ter mencionado ele pela primeira vez naquele dia.


- , acho que ela esta te ameaçando.. - deu uma cotovelada leve em .


- Eu também nunca vou me cansar de brigar com você, . - sorriu falsamente. Todos riram, menos eu.


- Eu com certeza já me cansei de você, . – Olhei pra ele com desprezo. riu.


- Eu sei que você está mentindo. - arqueou a sobrancelha. Garoto ousado!


- Não fala comigo ok, Jonas?? - Eu disse, furiosa. cerrou os olhos em minha direção. Fazia um tempo que ele não me ouvia chamá-lo de 'Jonas'.


- Como nos velhos tempos.. - disse, causando a risada de todos.


- Preciso comprar algo pra comer. Vem comigo . – disse, me puxando. Eu sabia que ela não queria comprar nada, só queria conversar a sós comigo. Nos afastamos da mesa e fomos em direção a cantina.


- O que você vai comprar? – Eu perguntei, olhando tudo o que poderia ser comprado na cantina.


- O que você ta fazendo? – perguntou, séria.


- O que? – Eu a olhei, sem entender. O que eu fiz de errado?


- Você vai mesmo fingir que não se importa? – perguntou, insatisfeita.


- Quem disse que eu estou fingindo? – Eu sorri falsamente.


- Eu disse. – sorriu falsamente. Revirei os olhos. Era impossível esconder algo da e isso me irritava profundamente.


- Eu não quero que ele saiba que estou sofrendo por ele. Ele não merece saber. – Eu cruzei os braços, brava.


- Você esta fazendo a coisa certa. – sorriu. Eu rapidamente olhei pra ela, abismada. Achei que ele iria me julgar.


- O que? – Eu questionei. Ela disse mesmo que eu estou fazendo a coisa certa?


- É! Vai ajudar ele dar mais valor. Se ele quiser você de volta, vai ter que correr atrás. – sorriu.


- Ele não vai conseguir isso nem se ele correr atrás. – Eu disse, séria.


- E por que não? Você gosta dele. Por que não dar uma chance? – questionou.


- Eu não quero, . Só Deus sabe o que eu estou sofrendo por causa dele. Eu não posso correr esse risco de novo. Eu posso não conseguir me levantar da próxima vez. – Eu disse, decidida.


- Em um certo momento, você não vai conseguir controlar isso. – avisou.


- Pois quando chegar esse momento, eu dou um jeito. Mudo de cidade, mudo até de país. O que eu sei é que ele não vai me ter de volta. – Eu disse, séria. Parecia até que aquelas palavras que saiam da minha boca não estavam me quebrando por dentro, mas estavam.


- Ta, então tudo bem. Eu estou com você pro que der e vier. – sorriu, me abraçando de lado.


- Obrigada. – Eu retribui o abraço. Era tão bom saber que tinha uma pessoa que sabia de tudo e que me apoiava e sempre estaria do meu lado.


- Vamos voltar pra mesa. Já vai bater o sinal. – disse, assim que eu terminei o abraço.


- Mas você não vai comprar? – Eu disse confusa, enquanto apontava pra cantina.


- Não. Não tem o que eu quero.. – riu.


- Mas você nem.. – Eu comecei a dizer, quando me puxou.


- Vem! – gargalhou. Eu comecei a rir. era maluca.




- Ué, o que você comprou? – perguntou, quando viu eu e chegando de mãos vazias.


- Acabou o que eu queria comprar. – mentiu. Eu ri baixo e voltei a sentar no mesmo lugar de antes.




O sinal do final do intervalo tocou, todos na mesa se levantaram e pegaram suas bolsas. Tirei a minha jaqueta e a guardei dentro da minha bolsa e quando me dei conta, a mesa estava vazia. Aqueles filhos da mãe nem me esperaram. Coloquei a mochila nas costas e comecei a andar em direção a escada para ir para a sala de História.


- Hey! – disse, entrando em minha frente de forma repentina. Foi só ouvir a voz dele, ver ele de perto, sentir o olhar dele sobre mim que eu me arrepiei toda. Olhei pra ele e arqueei a sobrancelha. Não respondi, apenas desviei dele continuei andando. – Eu quero falar com você. – disse, entrando na minha frente novamente. Ele tinha um sorriso desajeitado no rosto.


- E eu não quero ter que olhar pra sua cara todo dia. – Eu sorri falsamente. – Mas parece que querer não é tudo,não é? – Eu disse, irônica. riu, abaixou a cabeça e balançou a cabeça negativamente. Eu tinha acabado com ele e ele percebeu.


- Quem disse? – voltou a me olhar. Não deixaria aquilo barato.


- Eu disse! – Eu disse, impaciente. Ele estava rindo da minha cara, sério?


- Bem, eu sempre luto pelo que eu quero. – sorriu, e provocando. Eu cerrei os olhos.


- Você é tão.. – Eu disse, irritada com aquela .


- Lindo? – tentou completar a minha frase. – Irresistível? – Ele tentou mais uma vez, enquanto me lançava um olhar sexy. Eu revirei os olhos.


- Eu ia dizer idiota. – Eu quase ri da cara dele. arqueou a sobrancelha. – Chato também pode ser. Você é quem escolhe, . – Eu pisquei um dos olhos pra ele e sai. me olhou sair, indignado.




As 3 últimas aulas daquele dia pareciam uma eternidade. Os professores pareciam estar falando outra língua. tinha tirado a minha concentração.




As vezes eu me pegava rindo sozinha, quando me lembrava do que eu tinha dito pra ele. Foi exatamente do jeito que eu havia planejado, tirando os arrepios, é claro. O sinal da saída finalmente tocou. Não consegui achar nenhum rosto conhecido entre a multidão, que saia pelo portão da escola. Fui em direção ao estacionamento, sabia onde estava o carro. Esperaria lá. Me aproximei do carro e me encostei na sua lateral. Eu realmente estava me sentindo bem por ter conseguido acabar com o no intervalo.Claro! A minha felicidade SEMPRE dura pouco. Peter e Jessie estavam vindo em minha direção. Revirei os olhos. Jessie rebolava, enquanto Peter ria sozinho, olhando pra bunda dela. Parei de olhá-los para não ficar ainda mais enjoada.




- O que você ta olhando? – A voz fina e insuportável de Jessie interrompeu meus pensamentos.


- Olhando? – Eu arqueei a sobrancelha. Peter se aproximou, passou o braço em torno da cintura de Jessie, enquanto sorria pra mim.


- Olha só se não é a garota sem coração.. – Peter disse, irônico.


- Olha só se não é o garoto que levou um fora meu.. – Eu sorri de forma provocativa.


- Você não me deu um fora. Eu é que cansei de você! – Peter continuou com a irônia.


- Quer saber? Sorte dele que você dispensou ele. Agora ele tem algo bem melhor. – Jessie deu um selinho em Peter, que sorriu satisfeito.


- Se você acha.. – Eu ri, cruzando os braços.


- O que você está querendo dizer, sua ridícula? – Jessie me olhou, cerrando os olhos. Ok, ela estava tentando me deixar com medo? HAHAHAH, COITADA.


- Lerda.. – Eu revirei os olhos. Eu estava de bom humor naquela manhã. NADA! Nada mesmo ia me irritar.


- Não liga, lindinha. Ela só está com ciúmes. – Peter riu,convencido. Eu comecei a gargalhar no mesmo instante.


- Ciúmes, Peter? – Eu fiz careta. – Não seja ridículo. Aliás, não seja ainda mais ridículo. – Eu forcei um sorriso.


- O é todo seu agora, querida. – Jessie disse, cínica.


- Eu não sei como ele te aturou por tanto tempo. – Eu olhei pra ela com desprezo.


- O que está acontecendo aqui? – disse, assim que chegou ao meu lado. estava mais atrás, observando tudo.


- Nada, vamos embora. – Eu sorri pra mostrar a ele que estava realmente tudo bem. Entrei no carro. deu uma olhada maligna pra Peter, que rapidamente olhou pro chão. Peter tinha muito medo do e isso me fez voltar a rir.
entrou no carro. De longe, Peter encarou , que também o encarava.


- O que foi, idiota? – Peter olhou pro disse, fazendo com que sorriu de longe, deu alguns passos na direção de Peter. Eu e observávamos tudo de dentro do carro.


- Mas que bela troca, hein? – riu, enquanto olhava pra Jessie, que tentava se fazer de brava. – Ah não, esqueci! – disse, fingindo um sorriso. - Foi a que trocou você. – ironizou e sorriu, satisfeito. Peter fuzilou com os olhos. Ok, eu não pude conter o riso. Foi muito boa essa.

- Eu não quero falar com você, ! – Jessie disse, fazendo careta.

- Eu não estou falando com você, Jessie. – arqueou a sobrancelha, descobrindo que Jessie continuava burra.


- O que você quer hein, Jonas? – Peter perguntou, impaciente. – Quer jogar na minha cara que você consegue tirar tudo de mim? – Peter cuspiu as palavras.


- Ele só quer te irritar, Peter. Não liga pra ele. – Jessie tentou afastar Peter de disse, fazendo com que ouvia tudo com um sorriso sarcástico no rosto. – O time, a sua reputação. – Peter sorriu de forma maligna. – E é claro, a . Ela vai ser a parte mais fácil do plano. Ela continua comendo na minha mão. – Peter riu, olhando pra mim, que ainda estava dentro do carro.


- Se você chegar perto dela, eu juro que eu acabo com você. – ficou maluco. Peter poderia insulta-lo o quanto quisesse, mas quando o assunto era eu, a coisa ia complicar. disse, fazendo com que .


- Ok, já chega. – Eu revirei os olhos. Sai do carro e andei até eles. Entrei na frente de , quando vi que ele estava bem próximo de Peter. – Dá o fora, Peter! – Eu disse, furiosa.


- .. – disse, impaciente. Não precisava que ninguém ficasse defendendo ele.


- Cala a boca, . – Eu disse, ainda de costas pro .


- Eu estava contando pro seu amiguinho que eu vou conseguir você de volta. – Peter sorriu, me olhando da cabeça aos pés.


- Se você ousar cheg.. – tentou passar por mim para avançar em Peter, mas eu entrei em sua frente novamente.


- Eu já mandei calar a boca, . – Eu me virei e olhei pra ele, revoltada. revirou os olhos. Voltei a olhar pro Peter. – Coloca uma coisa nessa sua cabeça: você-nunca-vai-me-ter-de-volta. – Eu quase soletrei. – Entendeu agora? – Eu forcei um sorriso.


- Então o também não terá. – Peter cruzou os braços, ameaçando.


- Seu filho d.. – começou a dizer, quando eu (mesmo estando de costas) o empurrei.


- Já chega! Eu cansei de vocês e dessas brigas ridículas entre vocês. – Eu disse de saco cheio.


- É melhor você ir embora, antes que eu deixe o seu outro olho roxo. – disse em tom de ameaça.


- Vamos embora, amor. – Jessie conseguiu puxar Peter dessa vez.


- Vocês não vão ficar juntos. Eu mesmo vou me encarregar disso. – Peter ameaçou mais uma vez, antes de virar de costas e continuar a andar de mãos dadas com Jessie em direção ao seu carro.


- O que você ta fazendo, garota?! – gritou, bravo.


- O que você acha que eu to fazendo? – Eu olhei, impaciente.


- Não acredito que mesmo depois de tudo o que ele fez pra você, você ainda ta defendendo ele. – me olhou, irado.


- Quando você vai perceber que sair socando os outros por ai não adianta nada? – Eu perguntei, irritada. Ele parecia uma criança de 6 anos e eu, uma mãe que estava dando uma bronca em seu filho.


- Quando isso for verdade. – deu um sorrisinho sarcástico.


- Você é tão imaturo, Jonas. – Eu balancei a cabeça negativamente, indignada.


- Você nem sabe o que ele disse pra me deixar bravo daquele jeito. – disse, bravo.


- E o que ele disse? – Eu cruzei os braços, impaciente.


- Ele disse que tiraria tudo de mim, inclusive você. – começou falando irritado e terminou de forma doce.


- Ele não vai conseguir fazer isso. – Eu o encarei, séria. Vi um sorriso fraco surgur no rosto dele.


- Não? – Ele sorriu de lado, olhou pra mim. – E por que não? – Ele esperou pela minha resposta.


- Por que ele não pode tirar de você algo que você nunca teve. – Eu disse me mostrando abalada com a situação. Ele olhou pra mim, devastado. Ele não sabia que a nossa briga havia sido tão séria assim. Ele não sabia por que seu coração doeu tanto ao ouvir aquilo.


- Você nem me deixou falar, explicar.. – disse, voltando a ficar bravo.


- E nem vou. Não vai mudar nada pra mim. – Eu respondi, séria. Voltei a olhá-lo. Ele estava sem reação. Ele foi pego totalmente de surpresa com a minha resposta e atitude. Deixei ele falando sozinho, fui até o meu carro.


- Você é mesmo egoísta, não é? Você acha que só você está certa, acha que você pode ficar me julgando sem ao menos saber o meu lado da história. – gritou, furioso.


- As outras da sua lista deixavam você explicar? – Eu sorri, irônica.


- Dá pra deixar a lista fora disso? – arqueou a sobrancelha.


- Você não fez questão de me deixar fora da sua lista. – Eu disse, sentindo meus olhos arderem.


- Ok! Eu cansei disso, ok? – suspirou, impaciente. – Eu sei que o que eu fiz foi errado, mas não é por isso que eu vou deixar você ficar jogando isso na minha cara toda hora, principalmente por você não ter ouvido a minha versão da história. – disse de forma grosseira e me deixou falando sozinha, entrando em seu carro.




Eu suspirei, muito irritada. Ele sai e me deixa falando sozinha? Que filho da mãe! Fui em direção ao meu carro, entrei e bati a porta com força. Só o disse, fazendo com que fez careta. Ele com certeza não havia escutado nada, já que havia ligado o som.


- é um idiota, mas disso você já sabe. – Eu disse, furiosa. riu, enquanto ligava o carro. – Do que você ta rindo? – Eu perguntei, sem entender.


- Você e o são iguais e não conseguem se aturar justamente por causa disso. São dois teimosos e orgulhosos. – balançou a cabeça negativamente.


- Cala a boca... – Eu dei um soco no braço dele.




saiu do estacionamento e eu e saímos na sequência. Ficamos em silêncio durante o caminho todo. Estava irritada demais pra conversar.




Cheguei em casa, almocei e subi pro meu quarto. Tirei meu uniforme, coloquei uma blusinha e um shortinho qualquer. Passaria um filme na TV naquela tarde e eu tinha a intenção de assisti-lo. Eu estava fazendo qualquer coisa para me distrair.




Quando percebi que faltavam 10 minutos pro filme começar, decidi descer na cozinha para fazer pipoca. Levei um susto quando sai do quarto e esbarrei em uma pessoa.




- Você de novo? O que você ta fazendo aqui? – Ter tocado em fez com que eu me arrepiasse novamente.


- Vim aqui ver você.. – riu. Eu cruzei os braços e revirei os olhos.


- Quando é que você vai desistir, hein? – Eu encarei ele, irritada.


- Quando eu conseguir o que eu quero. – sorriu, maroto.


- Não começa com esse papinho.. – Eu fiz careta, fazendo descaso daquele papinho dele.


- E você? – perguntou e sorriu fraco.


- Eu o que? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Quando você vai conseguir olhar nos meus olhos de novo? – me encarou, enquanto esperava pela minha resposta.


- O que? – Eu me fiz de desentendida.


- Qual o seu medo? – sorriu, achando graça.


- Medo? Que medo? – Eu forcei uma risada qualquer.


- Medo de não conseguir resistir? – riu, convencido.


- Se enxerga, garoto. – Eu dei um soco no braço dele, enquanto ia em direção as escadas.


- Hey! – gritou, antes que eu pisasse no primeiro degrau. – Eu não vim aqui por você. Vim jogar com o . – piscou um dos olhos. viu o quanto eu fiquei desconcertada quando ele disse que estava ali por minha causa e desmentiu só pra fazer eu me sentir ainda mais idiota. Ele provavelmente achava que eu merecia um troco por ter tratado ele tão mal naquele dia.




Eu desci as escadas, bufando. Quem ele pensa que é? Fica me zoando na minha própria casa. Eu deveria é falar umas boas pra ele. Por que o fato de eu não olhar nos olhos dele incomodava tanto ele? Os olhos são meus! Eu olho pra onde eu quiser, certo?




- Idiota.. – Eu revirei os olhos sozinha, enquanto colocava a pipoca no micro-ondas. Disse pra mim mesma que não deixaria ele estragar a minha tarde, o meu filme. Peguei a pipoca e o refrigerante e subi em direção ao meu quarto. Entrei no meu quarto e levei um pequeno susto ao ver uma garotinha sentada em minha cama.


- Oi? – Eu arqueei a sobrancelha. A garotinha olhou pra mim, sorriu.


- Oi.. – Ela sorriu lindamente. Eu andei até ela e me sentei ao seu lado.


- Eu te conheço...né? – Eu quase ri. Ela não me era estranha.


- Eu não lembro de você.. – A garotinha fez cara de pensativa.


- Qual o seu nome? – Eu sorri, vendo o quanto ela era graciosa.


- . – Ela sorriu ao dizer o nome.


- .. – Eu pensei. Eu conhecia ela, só não sabia de onde.


- E o seu? – Ela arqueou a sobrancelha.


- , mas pode me chamar de . – Eu sorri, simpática.


- Desculpa invadir o seu quarto. É que aqueles jogos de corrida já estavam me irritando.. – Ela revirou os olhos, emburrada.


- Eu sei! Aqueles barulhos são irritantes! – Eu concordei e ela riu.


- E o meu irmão fica me zoando. Ele é um chato! – Ela cruzou os braços e fez bico.


- Seu irmão? – Eu questionei, sem entender. – Ah, o ! Você é irmã do ! – Eu conclui, surpresa.


- Infelizmente.. – Ela revirou os olhos.


- Nossa! Como você cresceu! – Eu disse, olhando ela da cabeça aos pés.


- Eu sei! Minha tia fala isso toda vez que me vê. – Ela riu.


- Já está uma moça! – Eu disse, sabendo que toda garotinha adora ouvir isso.


- Só o meu irmão não percebeu isso ainda. Aquele chato.. – Ela voltou a ficar emburrada.


- O meu irmão também é um chato. Não liga! É coisa de irmão. – Eu sorri, tentando reconfortá-la.


- O seu irmão é aquele que ta com o ? – Ela fez cara de confusa.


- Sim, infelizmente. – Eu repeti a mesma palavra que ela havia usado minutos atrás. Ela voltou a sorrir.


- Você é legal.. – Ela riu. Ela era tão linda e fofa.


- Você também é muito legal. – Eu pisquei pra ela e ela gargalhou.


- Bem que você poderia ser a minha irmã. Ia ser bem legal. – Ela teve a ideia, empolgada.


- Verdade! Eu ia adorar. – Eu também ri.


- Todo adulto é chato, mas você não é! – Ela sorriu, satisfeita.


- Bem, obrigada. Você também não é como as outras garotas da sua idade, choronas e metidas. – Eu elogiei e seu sorriso ficou ainda maior.


- Você quer ser a minha amiga? – Ela perguntou, empolgada.


- Claro! – Eu ri. – Qual é a sua idade mesmo? – Eu perguntei.


- Eu tenho 7 anos. – Ela disse, orgulhosa de si mesma.


- Tudo isso! Wow! – Eu fingi estar chocada e ela se achou e com razão. Ela era muito esperta pra ter 7 anos.


- E você? – Ela sorriu.


- Eu tenho 16.. – Eu respondi e ela concordou com a cabeça.


- Você tem quase a idade do meu irmão.. – Ela analisou e eu concordei.


- É mesmo. – Eu voltei a analisá-la. Tudo nela me lembrava o : o jeito de falar, de rir, de me olhar.


- Você é amiga dele? – Ela perguntou, enquanto pegava pipoca no saco que estava em minhas mãos.


- Não exatamente. – Eu ri. – Nós brigamos as vezes... – Eu continuei a rir, sem jeito.


- Então acho que ele ama você.. – disse na maior inocência.


- O QUE? – Eu disse, arregalei os olhos.


- É! É o que a minha mãe me diz toda vez que ele briga comigo. Ela diz: ‘Ele briga com você, mas ele te ama. – Ela disse, sem ter consciência do que dizia.


- Ah, entendi. Mas comigo é diferente. – Eu sorri, aliviada. – Vocês são irmãos, isso é normal. – Eu continuei a rir.


- Ahn ..ta. – Ela riu, enquanto olhava cada detalhe do meu quarto.





- Cadê a ? – perguntou, assim que voltou pro quarto do .


- Acho que ela foi falar com a . – disse, sem tirar os olhos do videogame.


- Então eu vou lá ver se a já fez a cabeça da minha irmã contra mim. – riu, enquanto ia em direção a porta. apenas concordou com a cabeça, sem dar atenção nenhuma.




andou na ponta dos pés até a porta do meu quarto. Ele queria nos pegar de surpresa. Espiou pela porta que estava semi-aberta e viu eu e conversando animadamente.




- Hey.. – bateu na porta e terminou de abri-la.


- E lá vem ele.. – revirou os olhos. Eu ri, adorando o jeito que ela tratava o irmão.


- Você já ta colocando a minha irmã contra mim, não é ? – sorriu e cerrou os olhos. Entrou no quarto e ficou há alguns passos da minha cama.


- Ela está defendendo você. Você devia agradecê-la. – disse, brava com o jeito que ele havia falado comigo. Eu voltei a rir. Era incrível como uma garotinha de 7 anos conseguia acabar com o .


- A ? Me defendendo? – forçou uma risada. Eu arqueei a sobrancelha e cruzou os braços.


- Eu disse que ele é chato.. – revirou os olhos.


- Ok, ela estava me defendendo do que? – sorriu, tentando ficar sério.


- Eu disse que o fato de você brigar com ela as vezes, não quer dizer que você não goste dela, não ame ela. – Eu mesma fiz questão de responder.


- Você disse isso? – sorriu, fazendo graça. – E por que você não segue o seu próprio conselho? – olhou pra mim, esperando pela minha resposta.


- Quando você vai parar? – Eu disse, revoltada.


- Só quando você me deixar explicar. – me olhou, sério.


- .. – Eu suspirei, irritada. Eu queria xingá-lo naquele momento, mas com a irmã dele ali, não dava.


- Eu queria ir naquele parquinho que tem aqui perto. – sorriu lindamente, enquanto lançava um olhar encantador pra . Ela entendeu perfeitamente o que estava ocorrendo ali e quis mudar o assunto para evitar mais briga.




balançou a cabeça negativamente quando viu que eu não iria ouvi-lo novamente, olhou pra , tentou sorrir.




- Tudo bem, vamos. Eu levo você. – sorriu fraco, seus olhos se entristeceram.


- Você pode ir também,? – sorriu pra mim, enquanto ia até o e segurava a sua mão.


- Eu? Eu nã.. – Eu comecei a dizer, achando a ideia um absurdo.


- Por favor! Eu não quero ir sozinha com o . Ele é chato...lembra? – Ela fez careta e eu ri baixo. Percebi que deu um leve sorriso e olhou pra mim.


- Mas eu.. – Eu tentei argumentar.


- Por favor, por favor, por favor, por favor! – Ela juntou as duas mãos e implorou que eu fosse. O sorriso de ficou maior.


- Ta.. eu vou. – Eu forcei um sorriso e me levantei da cama.


- YEAHHHH! – Ela gritou, enquanto batia palmas.




Coloquei uma rasteirinha e amarrei o cabelo de qualquer jeito. disse, fazendo com que foi avisar que ia sair e voltou rapidamente.


- Prontas? – Ele sorriu, olhando pra mim. Eu estava totalmente em pânico em saber que ficaria ‘sozinha’ com ele novamente. Eu não sabia se conseguiria continuar com aquela ‘atuação’, fingindo que estava tudo bem.


- Sim! – gritou, segurou a minha mão e me arrastou até onde estava e segurou a mão de com a sua outra mão.




Descemos as escadas, saímos da minha casa e fomos em direção ao parque. Eu e não falamos nada durante o caminho, já que a não deu chance. Ela contou tudo sobre os amiguinhos e professores dela. As vezes eu ria, ela era tão madura pra idade dela que eu nem acreditava que certas palavras podiam estar saindo da boca dela.




Eu não sei como e nem por que, mas eu já havia adquirido um carinho muito especial por ela. Ela é a parte inocente e doce do , que eu nunca conheci. Eu gostava de pensar que um dia, já foi como ela.




- Chegamos.. – sorriu, olhando pro parque lotado de crianças, brinquedos e bancos.


- Vocês me chamam na hora de ir embora, ta? – disse, soltando a minha mão e a de .


- Hey, mas você vai me deixar aqui.. – Eu desisti de terminar a frase ao perceber que ela já estava no gira-gira.




sorriu com os braços cruzados, enquanto olhava a irmã brincar. Eu comecei a andar em direção a um banco e me acompanhou, sem dizer nada. Quando eu me sentei, ele se sentou ao meu lado. Mantinha os olhos na irmã, assim como eu.




- Eu não acredito que ela gostou tanto de você. – disse ainda olhando pra . – Ela geralmente odeia as garotas que.. – hesitou falar, olhou pra mim, riu sem jeito.


- As garotas que fazem parte da sua lista escrota? – Eu sorri e olhei pra ele.


- Dá pra parar!? – ficou sério rapidamente. Eu resolvi não responder. Não adiantaria brigar de novo.




Ficamos um tempo em silêncio, olhando se divertir no balanço.




- Ela se parece com você. – sorriu fraco, enquanto continuava a olhar , assim como eu.


- Comigo? – Eu questionei, sem olhá-lo.


- É.. o jeito de argumentar tudo, de ficar me tirando e me irritando.. – olhou pra mim, sorriu.


- Idiota.. – Eu sabia que ele estava tentando quebrar o gelo. Eu segurei o riso, mas não consegui evitar o sorriso em meu rosto. fez o mesmo.


- Então.. de onde veio esse seu interesse repentino por crianças? – sorriu divertidamente, olhou pra mim.


- Não foi repentino. – Olhei pra ele. – Eu disse que você não me conhecia tanto quanto achava. – Eu arqueei a sobrancelha.


- Eu conheço o suficiente, você sabe disso. – disse, sério e olhou pra mim para ver a minha reação.


- Eu achei que soubesse disso, mas eu estava errada. – Voltei a olhar para , que agora estava no escorregador.


- O que você quer dizer? – continuou sério, ainda olhava pra mim.


- Se você me conhecesse assim tão bem, saberia que eu não aturaria o tipo de coisa que você fez. – Eu voltei a olhá-lo, séria. Seu rosto estava sério e sua expressão estava triste.


- ..eu não queria.. – Ele tentou dizer.


- Tudo bem,. Esquece isso. Não importa mais. – Eu tentei sorrir, pra tentar não me deixar abater pelo assunto.


- Importa pra mim. Eu me importo com você! – disse, irritado. Por que eu não deixava ele explicar?


- , nada do que você disser agora vai mudar o que você fez, o que você disse. – Eu disse deixando de olhá-lo. Olhei para evitar qualquer lágrima.
- Eu nunca quis fazer você sofrer.. – continuava olhando pra mim, mesmo quando eu não fazia o mesmo.


- Você não fez. – Eu olhei pra ele, revoltada. Eu não queria que a ideia de que eu tinha sofrido por ele passasse pela cabeça dele. – Quem disse que você fez? – Fuzilei ele com os olhos.


- Deixa eu falar. – pediu, impaciente.


- Como você pôde me dizer aquelas coisas? – Ok, agora eu ia tirar aquela história a limpo.


- Como você pôde beijar o Mark só por causa de uma lista? – retrucou.


- Como você acha que eu me senti sabendo que eu era só mais uma na sua lista? – Eu disse, indignada.


- Você não é e nem nunca vai ser só mais uma na minha lista, droga! É isso que eu to tentando te falar desde o começo! – estava realmente revoltado. – Mas você não deixa! – disse em tom de desabafo.


- Para de mentir! Para, ! Eu não aguento mais. – Eu pedi, sentindo as lágrimas alcançarem meus olhos.


- O que você quer que eu faça pra ter provar? – me olhou, sério.


- Eu não quero que você prove nada. Eu quero que você suma da minha vida. – Eu não disse com toda a raiva que eu pretendia.


- Eu não sei se eu posso fazer isso. – continuou, sério.


- Não pode ou não quer? – Voltei a fuzilar ele com os olhos.


- Eu não consigo! – quase gritou, irado.


- Por que não? – Eu perguntei, impaciente. Aquela conversa já estava me fazendo mal. Que droga!


- Quando é que você vai entender que eu gosto mesmo de você? – perguntou, serio e bravo.


- Quem gosta não faz o que você fez, não diz o que você disse. – Eu disse, mostrando o quanto aquilo estava me matando.


- Me desculpa, ok? – disse, vendo que eu realmente estava mal com tudo.


- Você não acha que duas palavras vão mudar alguma coisa, acha? – Eu encarei ele, meus olhos estava cheios de lágrimas.


- O que vocês estão fazendo? – Uma voz nos interrompeu. Eu e mudamos nossas expressões na hora. Era a .


- Não é nada. Vamos embora, . – disse, se levantando e segurando a mão da irmã.


- , eu esqueci de falar. Meu aniversário é nessa semana e eu queria que você fosse. – disse, ainda segurando a mão do irmão.


- Eu não sei.. – Eu balancei a cabeça negativamente. As lágrimas haviam desaparecido.


- É muito importante pra mim que você vá. Você é minha amiga agora e amigas vão no aniversário das outras amigas. – me olhou, docemente.


- Eu vou, então. – Eu sorri pra ela, que comemorou. não expressou reação nenhuma.


- A minha mãe vai gostar de você. – sorriu, empolgada.


- Eu espero que sim. – Eu forcei um sorriso.


- Vamos, . – começou a andar, puxando .


- Eu vou por aqui. – Eu apontei a direção contrária a que eles iam.


- Então ta, . – sorriu, soltou a mão de e correu até mim para me abraçar. Ela me abraçou tão forte e com tanto sentimento, que eu até me senti bem de novo.


- Até outro dia, . – Eu sorri pra ela, assim que me agachei em sua frente.


- Não liga pro meu irmão ta, ? Ele é chato assim mesmo, mas eu acho que ele gosta de você. – sorriu e deu um beijo em meu rosto. não ouviu, já que estava longe, esperando por .




correu até ele e segurou a sua mão. Eu sorri sozinha do que a havia acabado de me falar. Ela não fazia ideia do que estava falando. Andei em direção a minha casa, sem olhar pra trás.




- , seu tonto! Por que você deixou ela ir sozinha? – disse, brava.


- Não enche, ! – disse, irritado.


- Por que você tava brigando com ela? – perguntou, furiosa.


- Para de fazer pergunta, menina! – , revirou os olhos.


- Só um chato como você pra brigar com uma garota tão legal como ela. – balançou a cabeça negativamente, indignada.


- Ta bom, . Fica quieta! – disse, revoltado. Todos estavam contra ele e ele estava puto com isso.


- Chato.. – revirou os olhos mais uma vez.




Cheguei em casa ainda mais revoltada do que quando sai. Subi direto pro meu quarto para ninguém perceber a minha irritação. Eu sentia ainda mais raiva quando me lembrava da minha conversa com naquele dia. Se ele acha que eu vou cair no jogo dele de novo, ele esta muito enganado.




Agora, queria provar que foi sincero não só pra me ter de volta, mas para calar a minha boca, pra jogar isso na minha cara, pra me mostrar que eu estava errada a respeito dele. Ele ainda pensava como faria isso. Não estava sendo fácil, eu não estava sendo fácil, mas ele superaria aquilo, ele sabia que valeria a pena no final.

Continua...









Nota da Autora:

Hey! Então, eu espero que estejam gostando da fanfic. Está dando muito trabalho, mas eu estou AMANDO escrevê-la. Eu me inspirei em uma outra fanfic que eu li e fiz as minhas MUITAS alterações (com a autorização da autora da mesma). Como vocês já perceberam, ela está em andamento. Eu vou postar de acordo com o que eu for escrevendo. 



Vocês devem ter percebido que nessa fanfic, os Jonas não são tão 'politicamente corretos' e nem tem uma banda. Eu achei legal fazer uma coisa diferente.


Enfim, deixe o seu comentário aqui embaixo. A sua opinião é importante, pois me incentiva a escrever ainda mais e mais.


Beijos e qualquer coisa e erro, mandem reply pra mim lá no @jonasnobrasil .




16 comentários:

  1. Eii, cara, n acedito q demoreei TAAAANTO pra leer essa fic. UM ANOOOOOO!!! inacreditável!! Mas a fic tah ficando suuuuuuuuper mega pfta cccc; to gostando pra caramba e mal posso esperar pra ler o resto u,u
    bjsss, e parabeens pelo um ano de fic e principalmente pelo sucesso que ela tah fazendo kkk

    ResponderExcluir
  2. 3 vez que eu leio só esperando o próximo.. você é demais! aprecio muito seu trabalho, parabéns!
    bijos.

    ResponderExcluir
  3. Estoou me identificando muito ' Tá PERFEITOO *-* amei , viciei , não consigo parar de ler.

    ResponderExcluir
  4. Essa fanfic faz você se identificar... *----* Perfeita a história. Você começa a ler e não quer parar, não vê a hora de continuar... Faz também que você enxergue os fatos fictícios dessa fanfic MARAVILHOSA na vida real, porque simplesmente você se sente na história.... Quero que continue, muito linda a história, é inspiradora!! CONTINUEEEEE..... Pooooor Favooooooor!! ;)

    ResponderExcluir
  5. tá perfeita to impressionada
    com o seu ótimo trabalho
    a fic tá linda

    ResponderExcluir
  6. PELOOO AMOR DE DEUSSSS ACABAAA A FIC, OQ SERA Q ELE VAI FAZER, OBVIO Q ELES VAO FICAR JUUNTOS NÉE.. DEIXA O PETER SER O CAPITAO PROBLEMA É DELE !!!! SIMPLISMENTE APAIXONADA PELA SUA FIC, CONTINUAAA O MEIS RAPIDO POSSIVEL PFPFFFFFFF,!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! na boa vc é top cara

    ResponderExcluir
  7. Ela é simplesmente perfeita!! Nunca li um FanFic tão perfeita quanto essa. Parabéns pelo bom trabalho <3

    ResponderExcluir
  8. Seu trabalho é incrível! Se você publicasse um livro, ia ser uma das primeiras a comprar!
    Parabéns!!!!

    ResponderExcluir
  9. Parabéns pela a criatividade da história, eu que não sou muito de ler estou amando ler. *-* Parabéns mesmo!

    ResponderExcluir
  10. Ameeeeeeei, vou para o capitulo 16 agora, mas ja chorei bastante com tudo o que aconteceu! De verdade, parabéns por seu trabalho! s2

    ResponderExcluir
  11. Muitoo lindo, chorei no cap 13 e 14,..... Parabéns pela Fanfic !

    ResponderExcluir
  12. GEEEEEEEEENTEEEEEEEEE ESSA FIC É TUDO *--------*
    Parabéns para você, sua fic é linda :)

    ResponderExcluir
  13. OMG essa é a melhor fic que eu já li mas poxa tá me fazendo chorar muito :(

    ResponderExcluir
  14. Caramba, nunca gostei tanto de uma fic como dessa aqui, cara, dá pra se identificar em cada parte!!!! E a história é tão boa, eu conheci essa fic esse ano e li em poucos dias VICIEI!!!! Agora vou pro capítulo 16!! Espero que ainda tenham MUITOS capítulos, essa fic é perfeita, se fosse uma série de livros, eu compraria, e recomendaria!!!! Com certeza, estou falando pra todo mundo dessa fic, espero que nunca acabe <3

    Beijonas, sou sua fã!!!!!!

    ResponderExcluir
  15. Cara agora vou ler o capítulo 16 ! Sua fic é linda e ótima ;)

    ResponderExcluir
  16. Leio muuuitas fics, mas acho que essa definitivamente é uma das melhores até agora.Parabéns dua fic é incrivel :3

    ResponderExcluir