Capítulo 27 ao 34



Capítulo 27 - Ela está de volta




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Peter,eu não.. - tentou responder,mas Peter desligou o celular antes disso. - Merda! - gritou,enfurecido.

sabia que Peter já estava indo longe demais. Peter não só estava se aproveitando para me tirar dele, mas para acertar as contas do passado. O título de capitão do time da escola era uma dessas contas.Peter estava arruinando sua vida e sabia disso. A noite estava sendo ótima até então, mas Peter teve que estragá-la. Palavras não poderiam descrever o tamanho da raiva que sentia por Peter.

Eu provavelmente não dormiria naquela noite. Eu menti mesmo quando disse pro que não queria aquele beijo, mas eu disse a verdade quando disse que odiava ele. Ter beijado aquela garota na minha frente me fez odiá-lo mais do que tudo, mas eu ainda sim sentia algo por ele. Algo que eu não sabia dizer o que era.

Ainda deitada em minha cama, peguei meu notebook mais uma vez. Aproveitei que estava no Facebook e entrei no de . Fui imediatamente olhar as fotos dele.Ele havia ido embora, mas eu precisava ter mais um pouco dele. As fotos eram o único meio de eu conseguir isso.

Olhei o álbum de fotos dele e me peguei sorrindo na maioria das fotos. Ele era o garoto mais bonito que eu já havia conhecido. Todas as garotas da escola não eram caidinhas por ele atoa, né? E eu tenho que confessar, que ter um cara como ele afim de mim faz bem pro meu ego.

Eu não havia nenhum motivo para confiar em , pelo contrário! Eu tinha todos pra não confiar, mas mesmo assim, algo me fazia confiar nele. Algo que não tinha explicação. Algo me fez perceber nele,coisas que eu não percebia em nenhum outro garoto. Tínhamos algum tipo de ligação maluca, mas que era extremamente forte.

Continuei vendo as fotos e olhava cada detalhe delas, como se aquilo fosse me aproximar dele. Uma das fotos me chamou mais atenção! Na foto, estava ao lado de e ambos estavam bem vestidos e sorrindo. inclusive vestia um smoking belíssimo!

Espera! Algo parecia estar errado. Aquela roupa, aquele smoking, aquele blaizer não me era estranho.Me esforcei para lembrar de onde estava reconhecendo-o, quando senti uma forte pontada na cabeça.

- AI.. - Coloquei as mãos na cabeça, tentando fazer com que aquela dor parasse. Enquanto a dor ficava cada vez mais forte, algumas imagens vinham em minha cabeça de forma confusa. - Droga, a minha cabeça. - Eu suspirei, gemendo de dor. As imagens não paravam de surgir em minha cabeça. Essas imagens detalhavam um baile, que estava lotado de adolescentes. Depois eu estava em uma praça, chorando e em seguida estava em minha casa, segurando aquele blazer. Vi quando eu o guardei em meu armário. - Droga.. - Eu disse, sentindo a dor cessar aos poucos. Quando a dor finalmente parou, senti meu coração acelerado e a minha cabeça mais confusa do que nunca.

Tentei entender todas aquelas imagens que vieram em minha cabeça durante aquela dor horrível. Não me lembrava de nenhuma daquelas imagens. Eu nunca havia ido naquele baile, nem nunca havia visto aquele blazer na minha vida.

Enquanto tentava me recordar de cada imagem vinda em minha cabeça, olhei pro meu armário, bem ali na minha frente. Só havia um jeito de saber se tudo aquilo que 'vi', não passou de uma besteira. Me levantei da cama e fui até o meu armário e abri a sua porta com cuidado. Olhei as roupas em minha frente, sem tocá-las. Não parecia haver blazer algum ali. Comecei a mexer nas roupas,vendo alguns velhos vestidos meus, algumas blusinhas e calças. Estava quase desistindo, quando vi algo caído no chão do guarda-roupa. Me agachei para pegá-lo e paralisei, surpresa.

- Mas o que.. - Eu disse, segurando o blazer em minhas mãos. Me afastei do guarda-roupa, indo até a cama e levando o blazer comigo. Me sentei, sem entender o que estava acontecendo. Eu estava totalmente perplexa e confusa.Verifiquei os bolsos do blazer e vi que estavam vazios. - De quem é esse blazer? - Eu perguntei pra mim mesma, intrigada. Passei vários minutos tentando me recordar de alguma coisa, mas não consegui. Aquilo estava me matando. O perfume ainda presente no blazer, recendia pelo meu quarto todo.O perfume também não era algo novo pra mim. Já o havia sentido, mas também não sabia onde. - Que droga.. - Eu resmunguei. Eu precisava lembrar.

Eu demorei, mas eu finalmente cheguei a principal questão: Por que eu não me lembrava daquele baile? O blazer estava ali. Como eu posso não lembrar de como havia conseguido ele e de quem havia conseguido ele? Um baile é importante pra uma garota, não é? Por que eu não me lembrava? Algo estava muito errado. Eu venho desconfiando disso desde que sai do hospital. Todos estão agindo de forma diferente comigo, mas eu acabei deixando essa história pra lá. Dessa vez? Dessa vez eu vou descobrir o que está acontecendo e vou descobrir isso sozinha.

Antes de colocar o blazer de volta no guarda-roupa, fui até o espelho e coloquei ele. Ri sozinha, vendo o quanto ele ficava enorme no meu corpo. Voltei a ter aquela sensação entranha, como se já tivesse passado por aquilo,como se já tivesse vestido aquele blazer. Por que eu não me lembro?


já estava em sua casa. Ainda não havia aceitado o fato de que perderia a vaga de capitão do time pro Peter. Seus pensamentos foram interrompidos, quando alguém bateu na porta.

- O que foi? - gritou, irritado. Viu a porta se abrir e logo na sequência, viu . - Hoje não, . - revirou os olhos.
- Por que você esta tão bravo? - se aproximou da cama de seu irmão, se sentando do seu lado.
- Não estou bravo. - respirou fundo, tentando conter sua raiva.
- Para de mentir, garoto. - esbravejou.
- Ow .. - perdeu a paciência. - Vai dar uma volta, vai. - bufou.
- Tem alguma coisa a ver com a ? - perguntou, curiosa. a olhou e negou com a cabeça.
- Não.. - mentiu.
- Por que ela não vem mais me ver? - disse, insatisfeita.
- É complicado.. - não queria explicar, já que a história era muito grande e complicada.
- O que é complicado? - apareceu do nada na porta do quarto do .
- Lá vem o outro.. - suspirou, insatisfeito.
- Você pode dar licença pra nós um pouco, lindinha? - pediu de forma doce e sorriu, compreensiva.
- Ta bom. - saiu do quarto, sabendo que a conversa que eles teriam seria séria.
- Certo, . Chega de histórias. Você vai me contar o que esta acontecendo agora. - olhou seriamente pro .
- Mas não tem nada pra.. - começou a dizer.
- Fala de uma vez, ! - revirou os olhos.
- Mas que saco, hein.. - esbravejou. - Você não tem mais o que fazer, não? Correr atrás da .. sei lá? - tentou fazer com que desistisse do assunto.
- Engraçado e previsível! - sorriu falsamente. - Agora, conta logo, porra! - começou a se revoltar. olhou pro e negou com a cabeça. Era impossível manter segredos dele.
- O Peter.. - revirou os olhos.
- EU SABIA! Sabia que esse bicha estava envolvido.. - comentou, irritado.
- Ele esta me chantageando.. - falou de uma vez.Achou melhor parar de enrolação,já que ia ter que contar pra ele mesmo.
- Chantageando como? - não entendeu.
- Ele disse que..se eu não fizer o que ele mandar,ele vai contar tudo pra sobre o acidente e a perda de memória dela. - explicou,sabendo que ia se revoltar.
- Filho da p.. - disse,indignado. - Por isso o beijo na Jessie,certo? - perguntou.
- Obviamente.. - concordou.
- Ele quer te afastar dela. - concluiu,irado.
- Sim. - disse de forma séria.Aquela situação não lhe agradava nem um pouco.
- Era só isso que ele queria que você fizesse? Beijasse a Jessie na frente dela? - perguntou,curioso.
- Ele mandou eu abandonar o título de capitão do time,amanhã. - abriu o jogo de vez.
- O QUE? - arregalou os olhos. - Você não vai fazer isso,né? - perguntou,em choque. não respondeu,apenas o olhou e ergueu os ombros,como se quisesse dizer que não havia outra saída. – Puta merda,você vai. - fez careta,sem acreditar.
- Eu não posso deixar ele contar pra ela. - explicou sua decisão. - Se eu posso fazer qualquer coisa pra evitar que ela piore,eu vou fazer,cara.Sem pensar. - disse,tentando fazer com que entendesse o seu lado da história. sorriu pro e negou com a cabeça.
- Cara,você ama mesmo ela. - disse com um sorriso surpreso.
- E por que só ela não percebe isso? - perguntou,sorrindo fraco.
- Ela acha que você beijou a Jessie,hoje. - disse.
- É,eu sei.. - olhou pras suas mãos,que brincavam com a chave de seu carro.
- Isso é a coisa mais maluca que eu já vi.. - sorriu,impressionado.
- O que? - não entendeu.
- Isso que vocês tem um com o outro. - riu baixo. - É tão forte,que mesmo depois dela ter sofrido o acidente e esquecido você,ela acabou acabou gostando de você de novo.Só foi preciso alguns dias e tudo que ela sentia.. voltou. - sorriu ainda surpreso.
- Eu sei,cara.É..insano.. - riu,também perplexo. - Sabe o que é mais impressionante? - perguntou de forma retórica. - Eu gosto dela há seis anos.Durante esses seis anos,foram diversas as vezes em que eu coloquei na minha cabeça que esqueceria ela,que não correria mais atrás dela ou sofreria por ela.Eu havia desistido mesmo. - começou a contar. - E sempre quando chegava no dia seguinte,sempre acontecia alguma coisa que me fazia mudar de ideia.Algo que me dava esperança.Algo que não me deixava desistir dela. - disse.
- Ainda bem que você não desistiu,não é? - sorriu divertidamente.
- Eu quase desisti hoje,mas aconteceu uma coisa que fez com que eu mudasse de idéia mais uma vez.Na verdade,não só me fez mudar de idéia,mas também me fez ir até a casa dela e beijar com ela. - quase riu,se lembrando do meu ataque de nervos,depois do beijo.
- O que aconteceu? - também riu,sem entender.
- A Chelsea veio aqui.. - voltou a ficar sério.Esse assunto da Chelsea era complicado.
- O que ela queria? - arqueou a sobrancelha,confuso.
- Ela veio me contar que foi ela quem contou tudo pro Peter.Ela disse que era um trato dela e do Peter,mas que mudou de ideia depois que se tornou nossa amiga. - explicou.
- Que vadia.. - negou com a cabeça,sem acreditar.
- Então ela me entregou uma redação que a fez.Sabe,aquela da aula de Sociologia? - perguntou retoricamente. - Então eu li e percebi que..mesmo naquela época em que eu e a nos odiávamos,ela me queria por perto. - sorriu de forma boba,ao se lembrar.
- Vocês sempre sentiram alguma coisa um pelo outro e mal sabiam. - gargalhou.
- Eu só sei que eu não vou desistir dela agora.Não depois de tudo.Ela me amou uma vez.Ela pode fazer isso de novo. - disse,convicto. - Eu vou fazer ela se apaixonar por mim de novo. - disse,cheio de esperança.
- E o Peter? - fez careta.
- Ele não pode saber.Se ele descobrir,ele conta toda a verdade pra ela.Eu dou um jeito. - disse.
- Por que você simplesmente não dá um soco nele? - riu.
- Se eu encostar nele,ele vai contar pra ela. - explicou com pouca empolgação.
- Não sei o que é mais ridículo: sua cara quando fala da ou o fato do Peter se esconder atrás da pra não apanhar de você. - disse,rindo.
- Fica na sua,por que você também fica todo vermelhinho quando fala da ! - deu o troco.
- Sou eu ou essa conversa começou a ficar sem graça? - revirou os olhos.
- Ta vendo! É só falar nela,que você muda. - gargalhou.
- Ha-ha. - fingiu uma risada. - To indo embora,engraçadinho. - se levantou,indo em direção a porta do quarto do .
- Hey! - gritou,fazendo com que se virasse pra ver o que ele queria. - Deixa o Peter comigo,ok? - disse,pois tinha medo que quisesse se vingar por ele.
- Ta,eu não vou fazer nada. - sorriu. - Ok,talvez.. - gargalhou.
- .. – revirou os olhos.
- Ta! Eu não vou fazer nada.Relaxa. - riu,tranquilizando .
- Valeu.. - sorriu,agradecido. - Obrigado por me ouvir.Eu acho que eu precisava mesmo falar com alguém. - disse.
- Imagina! Eu to aqui pra isso,não é? - sorriu. - E eu admiro muito isso que você esta fazendo,.Eu tenho certeza de que a ficaria muito agradecida se soubesse de tudo o que você esta fazendo por ela. - apoiou o amigo.
- Valeu,cara. - sorriu pro amigo de forma grata.Sabia que estava dizendo tudo aquilo para incentivá-lo ainda mais,para não deixá-lo desistir,para ele saber que estava fazendo a coisa certa.
saiu do quarto,deixando sozinho novamente. estava menos irritado dessa vez. estava certo! Ele estava fazendo a coisa certa.Era o que tinha que ser feito.Era o que queria fazer por mim e não adiantaria ele se odiar por isso.Já estava certo: daria o título de capitão do time para o Peter.

havia melhorado de sua forte gripe.O que era ótimo,pois eu não teria que eu ir para a escola a pé mais uma vez.
- Você ficou bem sozinha,ontem? Quando eu cheguei,você já estava dormindo. - perguntou,quando já estávamos a caminho da escola.
- Sim,fiquei. - Eu respondi,tentando não demonstrar toda a minha raiva sobre a noite passada.
- E o foi lá? - sorriu,curioso.
- Da próxima vez,não deixe ele entrar! - Eu olhei pro ,furiosa.
- E o que aconteceu? - perguntou.
- Se liga! Você é o meu irmão e não a minha melhor amiga.Eu não vou te contar. - Eu bufei,revirando os olhos.
- Sim,mas o é o meu melhor amigo e adivinha? Ele vai me contar! - disse,já desligando o carro no estacionamento da escola.
- Eu não estou nem ai pra você e pro seu amiguinho. - Eu sorri pro e pisquei um dos olhos pra ele,saindo do carro na sequência.

Só de ouvir o nome do ,eu me irritei.Imagina quando visse ele na escola,hoje? E também tinha aquela história daquele blaizer que estava me enlouquecendo.Eu descobriria a verdade,custe o que custar.

chegou na escola,alguns minutos depois de mim.Assim que pisou no pátio,me avistou conversando com as meninas e com o .Riu sozinho,quando me viu rir de longe.Se aproximou devagar,sem querer chamar tanta atenção.Não queria que toda a escola comentasse que nós havíamos voltado.Peter não gostaria disso.

- Oi! - disse,aparecendo do lado de .
- Olá Jonas. - sorriu pra ele.
- Já vi que está de bom humor hoje. - analisou,rindo.
- É,eu estou. - sorriu e olhou pra mim,fazendo com que eu revirasse os olhos.
- E quem é a responsável por isso? - perguntou com segundas intenções.
- Ninguém. - sorriu para disfarçar e se aproximou da escada,sentando em um de seus degraus.
- O que eu perdi? - disse,quando se aproximou do pessoal.Estava no banheiro.
- O chegou,mas isso não é importante.Então,nada.Você não perdeu nada. - Eu respondi,sem olhar pro .
- Wow! - gargalhou,rindo da cara do . riu,olhando pra mim.
- Ok,se matem! Não vou me meter mais nisso. - riu,sabendo como eram nossas brigas.
- Puta que pariu,quase que eu não chego! - chegou,respirando com dificuldade.
- O que aconteceu,amor? - perguntou,preocupada.
- Perdi o ônibus. - sorriu pra ela e se aproximou para dar-lhe um selinho.
- Achei que você ia perder o jogo de hoje. - comentou.
- Eu jamais perderia. - riu,ainda ofegante.

não estava tão ansioso pro jogo de hoje.Ele teria que renunciar o título de capitão do time pra toda escola e pior: teria que dar a sua braçadeira pro Peter.
- Licença,peguem esses folhetos. - Um garoto apareceu,entregando um folheto pra cada um que estava ali.O folheto estava sendo distribuído pra escola inteira.
- O que é isso? - franziu as sobrancelha,enquanto lia o folheto assim como todos.
- Grande anúncio no jogo de hoje? - leu em voz alta. - Que porra é essa? - não sabia do que se tratava. e se entreolharam.Já sabiam do que se tratava o anúncio.
- Que estranho.Vocês não sabem de nada? - perguntou,intrigada.
- Eu não sei de nada.. - não fazia a menor ideia do que se tratava.
- Você sabe de alguma coisa,? - perguntou,percebendo que não parecia tão curioso.
- Eu preciso conversar com vocês. - se levantou,colocando sua mochila nas costas. - Vocês podem nos dar licença,garotas? - pediu com uma cara nada boa.
- Claro. - sorriu de forma compreensiva.
- Até depois. - sentiu que alguma coisa estava acontecendo,por isso apenas atendeu o pedido de .

esperou que nós nos afastássemos.Olhou pros amigos que olhavam pra ele,sem entender.
- O que está acontecendo,? - perguntou,sério.
- Eu sei sobre o que é esse anúncio. - disse,nervoso.
- E sobre o que é? - perguntou,curioso. olhou pro ,que também parecia triste com a notícia.
- É o anúncio do novo capítão do time de futebol. - disse,sem enrolar.
- Novo capitão? Como assim? - perguntou em choque.
- Eu estou fora. - já havia se conformado com a ideia,mas o assunto ainda lhe deixava incomodado.
- Eu tenho até medo de perguntar,mas eu vou: Quem vai ser o novo capitão? - perguntou com medo da resposta.
- Peter. - respondeu,vendo a surpresa de todos,menos de .
- Você ta maluco? - perguntou,entrando em pânico.
- Eu não vou deixar você fazer isso,. - disse,sério.
- E por que você não parece surpreso,? - perguntou,vendo que não estava pirando como ele e .
- Eu sabia.Ele me contou ontem. - disse,olhando pra de forma triste.
- Por que isso agora? - não conseguia entender.
- Por que eu cansei dessa responsabilidade de ser capitão. - mentiu,recebendo um olhar julgador de .
- Por que essa sua desculpa não me convenceu? - disse,irritado.
- Conta pra eles,. - sugeriu.Sabia que seria melhor se eles contassem. fuzilou com os olhos.Não queria contar.Sabia que eles iriam querer tomar alguma providência.
- Contar o que? - perguntou,bravo.Não entendia por que estava escondendo coisas deles agora.
hesitou falar.Pensou em milhares de forma de dizer aquilo.Achou uma,que com certeza não era a melhor delas.
- Por causa da . - disse com os olhos tristes.
- O que a minha irmã tem a ver com isso? - disse em tom de irritação.Não fazia o menor sentido.
- O Peter esta me chantageando. - disse,sem se prolongar.
- Chantageando como? - não estava entendo nada.
- Eu tenho que fazer o que ele manda ou ele contará tudo sobre a perda de memória pra . - encarou o chão,enquanto dizia isso e logo na sequência olhou pros amigos pra ver a reação deles.
- Desgraçado.. - disse,indignado.
- Ele pediu pra você desistir do título de capitão,para que ele ficasse no seu lugar.. - deduziu.
- Exatamente. - concordou.
- Também foi por isso que ele beijou a Jessie ontem. - acrescentou.
- Você beijou a Jessie ontem? - arregalou os olhos.
- Sim,mas não por que eu quis. - disse,tentando justificar o seu ato.
- Porra,eu falto da escola um dia e acontece tudo isso? - disse,surpreso.
- Não importa mais.O que importa é que eu vou abandonar o título de capitão do time hoje e isso fará do Peter o novo capitão. - disse,impondo a sua decisão.
- Você ta mesmo fazendo isso por ela? - perguntou,perplexo.
- O que você acha? - sorriu fraco,irritado.Ele estava duvidando do que sentia por mim,agora?
- Você sabe que se fosse qualquer outro cara no seu lugar,ele não teria a coragem de tomar essa atitude que você esta tomando. - disse,surpreso com a atitude de .
- Acho que eu não sou tão esperto assim. - continuou a sorrir de forma triste.
- Isso é muito generoso da sua parte,. - sorriu,orgulhoso do amigo.
- Isso não é generosidade,cara.É amor. - riu por um segundo em ver aquele sorriso desconcertante no rosto de .
- Falando em amor.. - riu,sem jeito.
- . - concluiu.
- É! - riu. - Vou pedi-la em namoro,hoje. - ficou até meio vermelho quando disse aquilo.
- Não acredito! - gargalhou.
- No jogo! - explicou.
- Como no jogo? - arqueou a sobrancelha.
- No intervalo. - começou a explicar. - Ela vai estar assistindo e vocês vão me ajudar a segurar uma faixa,que eu mandei fazer e que inclusive está aqui na minha bolsa,enquanto eu me ajoelho e peço. - não pediu,ele ordenou.
- Ela vai adorar. - gargalhou,sabendo que a adorava coisas grandes.
- É ,isso faz de você o único encalhado da turma. - aproveitou para provocá-lo.
- E também faz da a encalhada da turma. - completou o pensamento de .
- Mas que coincidência! - gargalhou,assim como e .
- Encalhado o caramba! - disse,irritado. - Quer saber? Vão se fuder,vocês com seus amores que me dão ânsia. - saiu revoltado,deixando , e gargalhando.
- Eu adoro fazer isso. - gargalhou,se referindo as brincadeiras com .
- Ele tem que ir falar com ela,meu! - ainda ria um pouco.
- Já passou da hora dele fazer isso. - negou com a cabeça,parando de rir.
- Mas então.. - mudou o assunto. - Quer dizer que vamos ter que aturar o Peter mandando no time agora? - revirou os olhos.
- Tem que ser feito! - disse,voltando a ficar sério.
- Falando no que tem que ser feito.. - Peter apareceu,cruzando os braços,enquanto ria sarcasticamente.
- Olha só,Peter! Que bom que você ta aqui! - forçou um sorriso. - Estava querendo falar com você mesmo. - ironizou,dando alguns passos em direção ao Peter em seguida.
- Para com isso,. - entrou na frente de ,impedindo que ele alcançasse Peter. - Eu vou fazer,Peter. - olhou pro Peter,engolindo toda a sua raiva.
- O anúncio vai ser feito no final do jogo.Como está escrito no folheto que você está segurando. - Peter avisou.
- Ta. - ainda estava na frente de ,impedindo sua passagem.
- Só uma pergunta,Peter! - olhou com toda a raiva do mundo. - O que você ganha com isso tudo? - cruzou os braços,para não correr o risco de enfiar um soco no rosto de Peter.
- Ganho a minha popularidade de volta e a ,claro. - Peter respondeu,sem medo algum.Sabia que não deixaria que nenhum de seus amigos estragassem o acordo que havia feito.
- Você tem noção do que ela vai sentir por você,quando descobrir que você fez isso? - perguntou,irado.
- Quando isso acontecer,eu penso nisso. - Peter respondeu com desprezo e depois voltou a olhar pro . - Depois da aula,quero você no ginásio,Jonas. - Peter disse com autoridade. - E vocês também deveriam estar lá! Vocês sabem..pra puxar o saco do novo capitão de vocês. - Peter debochou,fazendo com que demonstrasse que partiria pra cima dele,sendo segurado por .
- Você pode tirar o que você quiser do .Você pode conseguir o que você quiser,mas você vai continuar sendo esse escroto que sempre foi. - disse,enfiando o dedo na cara do Peter,que revirou os olhos e saiu,irritado.
- Vocês estão malucos? - disse,irritado. – Falei pra vocês deixarem o cara em paz ou ele contará tudo pra ,cacete! - disse,furioso.
- Esse cara simplesmente me faz perder o controle.Como você consegue,? - disse,indignado.
- Eu já teria quebrado ele. - disse ainda irritado.
- Mas eu não posso fazer isso,ok? Eu já sei o que eu tenho que fazer e eu vou fazer.Não preciso que vocês aprovem o que eu to fazendo.Eu só quero que a fique bem.É pedir muito pra vocês não estragarem tudo dessa vez? - disse,saindo e deixando os amigos falando sozinho.

não estava bem fazendo tudo aquilo,mas ele tinha um propósito.Ele já havia se conformado com tudo aquilo.Por que seus amigos tinham que quase estragar tudo? Ele não precisava de mais um incentivo pra desistir de tudo.Ele já estava lutando muito contra aquilo.

- Porra,eu perco a cabeça com esse Peter. - negou com a cabeça,sabendo que havia feito a coisa errada.
- Nós temos que apoiar ele.Ele está fazendo isso pela .Não esta sendo fácil pra ele. - disse,chateado.
- Vamos fazer isso. - concordou.
- Ta,mais depois.A diretora já ta vindo pra mandar nós irmos pra sala. - revirou os olhos.

As três primeiras aulas de todos foram rápidas demais. estava emburrado,assim como os garotos que não conseguiam pensar em uma solução pro problema do .Eu e as garotas estávamos confusas e tensas.Não sabíamos o que estava acontecendo com os meninos.Tinha algo errado.Isso era fato.Mas o que isso tinha haver com aquele anúncio que teria? Nós não sabíamos.Eu ainda tinha o problema do blazer pra me preocupar.

O sinal do intervalo tocou e todos nós descemos pro pátio.Os meninos ainda não haviam chegado.Estávamos curiosas para ver as caras deles. Saberíamos se o que o tinha dito era algo bom ou ruim.

- Será que aconteceu alguma coisa? - disse,preocupada.
- Espero que não. - respondeu,aflita.
- Ali,eles estão vindo. - Eu disse,disfarçando.Elas olharam e viram , e se aproximando.
- Mas cadê o ? - arqueou a sobrancelha.
- Espero que tenha morrido. - Eu revirei os olhos.
- Oi meninas. - sorriu,dando um selinho em .
- Ta tudo bem com vocês? - perguntou,olhando pro .
- Sim.. - respondeu com um sorriso falso.
- Cadê o ? - perguntou,intrigada.
- Ele esta descendo. - disse,vendo descendo as escadas.
- Nós já voltamos. - deu outro selinho em e saiu com e em direção ao .

- Isso está estranho. - resmungou.
- Se eles não querem contar pra gente,deixem eles.Vamos esquecê-los e falar sobre outra coisa. - fez careta.
- Certo. - riu.
- Vamos falar do quanto eu preciso que você me empreste esse brinco.É maravilhoso! - Os olhos de brilhavam olhando pro belo brinco na orelha de .
- É realmente lindo. - Eu tive que concordar.
- Minha mãe me deu! É incrível,né? - disse,encantada.
- Eu preciso de um desse! - disse,admirando o brinco.
- Eu também! Combinaria perfeitamente com a minha pulseira. - Eu disse,passando a mão pelo meu pulso,onde a minha pulseira costumava ficar. - Puta que pariu,cadê minha pulseira? - Eu disse,quando vi que ela não estava em meu pulso.
- Não me diga que você perdeu! - arregalou os olhos.
- Não,eu não posso ter perdido! - Eu entrei em desespero,olhando todo o chão em volta de mim na esperança de encontra-la caída em algum lugar.
- Quando foi a última vez que você viu ela? - disse,também olhando pro chão em sua volta.
- Não acredito! Era a minha pulseira favorita.Eu não fico um dia sem usá-la. - Eu disse,desesperada.

- ! - gritou,quando chegou em .
- Oi.. - disse ainda meio chateado.
- Nós queríamos dizer que nós apoiámos você totalmente.Você está fazendo a coisa certa e nós estamos orgulhosos de você. - sorriu pro amigo.
- Você está fazendo uma coisa que talvez nenhum de nós três teríamos coragem. - sorriu.
- Nós queremos nos desculpar também sobre o que aconteceu hoje.Nós perdemos a cabeça. - disse com seu tom arrependido.
- E eu queria te agradecer,. - sorriu de forma comovida pro .
- Pelo que? - não entendeu.
- Ela é a minha irmã.Você está fazendo isso por ela.Você está salvando ela,mesmo esse sendo o meu dever e eu nunca vou conseguir te agradecer o suficiente por isso. - disse com toda a gratidão que conseguiu.
- Tudo bem,cara.Não se importe com isso.Eu não me arrependo de nada.Faria tudo de novo. - sorriu.
- Eu sei disso. - sorriu e se aproximou,fazendo o seu tradicional toque de mão com o .
- Vamos descer.As meninas já estão desconfiando. - disse,enquanto descia em direção as meninas,acompanhado pelos amigos.
- Vocês não viram a minha pulseira? - Eu perguntei,assim que vi os garotos do meu lado.
- Pulseira? Que pulseira? - arqueou a sobrancelha.
- A minha pulseira! Aquela que eu usava todos os dias.Eu acho que perdi! - Eu disse em pânico. olhou pra mim,pensando se deveria ou não contar se a pulseira estava com ele.Decidiu não contar.Eu mataria ele.
- Não vi não. - disse,indo ao lado de .
- Que droga! Eu não posso perder essa pulseira. - Eu disse,procurando-a em minha mochila.
- Por que não? O que ela tinha de tão importante? - perguntou para ver o que eu diria.
- Ela era especial.Eu ganhei ela há um tempo atrás do.. - Eu travei.Não sabia de quem eu havia ganhado. paralisou,enquanto olhava pra mim. - Eu não sei de quem eu ganhei. - Eu olhei pro de forma estranha,quando de repente aquela dor horrível da noite passada começou a voltar. - Ai! - Eu coloquei as mãos na cabeça com uma expressão de dor.
- ? - se agachou em minha frente.
- A minha cabeça.. - A dor aumentava cada vez mais.
- ,ta tudo bem.Se acalma. - se sentou ao meu lado,entrando em desespero.Percebeu que a pulseira havia trazido alguma recordação pra mim.
- Tem que chamar um médico.. - disse,assustada.
- Não.Eu já to bem. - Eu disse,tentando evitar aquela dor. - Ai! - A dor voltou ainda mais forte,fazendo com que algumas imagens viessem a minha cabeça como da outra vez.Eu vi uma árvore enorme e a mão de alguém colocando a pulseira no meu braço.
- Olha pra mim. - disse se agachando em minha frente.Eu me esforcei e fiz o que ele pediu. - Respira.Vai ficar tudo bem. - tentou me acalmar.A dor foi diminuindo,como na noite passada.
- Eu acho que ta melhorando. - Eu consegui dizer,ainda meio transtornada.
- Graças a Deus! - suspirou,aliviada.


olhou pros amigos.Todos sabiam que quem havia dado aquela pulseira pra mim havia sido ele.Todos eles sabiam que aquela dor de cabeça tinha a ver com algumas coisas que eu pudesse ter lembrado.
- Tudo bem? - perguntou pra mim ainda sentado ao meu lado.
- Eu acho que sim. - Eu disse ainda confusa.
- O que você sentiu? - perguntou. - Uma dor forte na cabeça. - Eu decidi não contar sobre as imagens que haviam vindo em minha cabeça.Poderia deixar eles mais preocupados.
- Isso já tinha acontecido antes? - perguntou,preocupado.
- Aconteceu ontem,mas não tão forte. - Eu disse,sem me preocupar com aquilo.
- Você precisa ir no médico. - disse.Também estava preocupado.Ele sabia dos riscos que eu corria.
- Como se você se importasse,! - Eu disse,irritada.
- É claro que eu me importo! - disse,furioso.
- Até parece! - Eu revirei os olhos.
- Quando é que você vai deixar de ser tão egoísta? Eu só estava tentando ajudar. - disse,tentando me fazer enxergar o que estava bem na minha frente.
- Você não entendeu ainda,? Eu não quero a sua ajuda.Eu não quero nada de você. Vai procurar a sua amiguinha Jessie,vai! - Eu disse sem dó e sem piedade.
- Quer saber? - sorriu. - Eu vou fazer exatamente isso! - saiu,revoltado em direção ao ginásio da escola.
- Não dá pra ser mais legal com ele? - disse,bravo.
- Não dá pra você parar de me encher? - Eu sorri falsamente,fazendo com que revirasse os olhos.
- Já volto. - saiu,sendo acompanhado por e .

Foram em direção ao pátio,atrás de .Entraram no pátio e viram sentado em uma das arquibancadas.
- Você sabe como ela é,.. - disse,quando se aproximou do amigo junto com os amigos.
- Eu sei,só estou mal acostumado.Apesar de ter passado os últimos 6 anos sendo tratado desse jeito,esse último mês me fez desacostumar. - sorriu fraco e olhou pros amigos.
- Ela parece estar lembrando de tudo.. - concluiu,depois do que havia acontecido minutos atrás.
- É por isso que eu vou mudar de escola. - disse sem hesitar.
- VOCÊ O QUE? - arqueou ambas as sobrancelhas.
- É melhor que eu me afaste.As chances da memória dela voltar são menores se eu estiver bem longe dela. - justificou,demonstrando o quanto triste estava com aquilo.
- Você não vai fazer isso,! - disse em tom de ordem.
- É o único jeito! O único jeito de eu me livrar do Peter.É o único jeito de eu conseguir ficar longe dela. - Os olhos de se encheram de lágrimas.
- Não adianta,.Ela vai acabar se lembrando com você aqui ou não. - tentou fazer mudar de ideia.
- Eu não consigo me afastar dela aqui.Não vendo ela todos os dias e nem convivendo com vocês todos os dias.Não dá! - disse,demonstrando que estava sem saída.
- Você não vai conseguir uma escola pra se transferir assim..no meio do ano. - disse tentando fazer desistir.
- Eu já consegui! Os papéis estão na minha casa. - disse. - Eu estava sem coragem pra assiná-los,mas eu farei isso hoje. - decidiu.
- Você quer dizer que hoje.. - pensou alto.
- É o meu último dia! - terminou a sua frase., e olharam pro ,sem reação.
- Isso quer dizer que também será o seu último jogo. - concluiu.
- Sim,mas eu não quero que vocês fiquem com essa cara,ok? - pediu. - Eu quero que o meu último dia aqui seja memorável. - sorriu. - Eu quero que arrasemos no jogo de hoje.Combinado? - propôs.
- Combinado! - sorriu,se aproximou de e ambos deram um abraço rápido.
- Feito! - riu,comovido e também deu um rápido abraço em ,que na sequência foi dado por .
- Espero que esteja com a pontaria boa hoje,pois vou passar todas as bolas pra você,amigo. - disse,fazendo com que risse.
- Valeu. - agradeceu.
- Eu te conheço e sei que nada do que nós dissermos vai fazer você voltar atrás na sua decisão.Então a única coisa que podemos fazer é aproveitar esse seu último dia. - sorriu pro amigo.

O intervalo terminou e nós não vimos mais os garotos.O que nos deixou ainda mais curiosa.Algo estava acontecendo,mas eu estava mais preocupada com outras coisas.Eu não via a hora de chegar em casa,para ver se a minha pulseira estava lá,mas as garotas disseram que tinha jogo e que eu teria que ficar para assistir com elas.

Eu ainda estava tentando administrar todas aquelas imagens que vieram em minha cabeça durante o intervalo.Não me lembrava de nenhuma delas como na noite passada.


não estava se sentindo mal por ter que deixar aquela escola onde cresceu,mas sim por ter que me deixar lá.Ele sabia que eu não conseguiria seguir a minha vida com ele por perto.Ele também sabia que não conseguiria me superar,me vendo todos os dias,convivendo comigo todos os dias.Mesmo assim,sentiria falta de todos os momentos vividos naquela escola.Todas as brigas que tivemos nos corredores,nas escadas,nas salas de aula e no pátio.

O sinal da última aula bateu e eu fui direto pro ginásio,já que havia combinado de me encontrar com as garotas lá.Quando cheguei lá,me deparei com um palco ao lado da arquibancada.Levei até um susto.
- Que palco é esse? - Eu disse,me sentando ao lado das meninas.
- Sei lá! Coisa estranha. - fez careta.
- Deve ser sobre aquele anúncio do folheto. - lembrou.
- É mesmo! - concordou.
- Os meninos estão entrando! - disse,quase gritando.
- ! LINDO! - gritou,causando a gargalhada de todas nós.
- ! FAZ UM GOL PRA MIM,AMOR! - gritou,fazendo com que algumas garotas que estavam sentadas do nosso lado fizessem cara feia.
- Vocês são doidas! É por isso que eu amo vocês.. - Eu disse,gargalhando.

- Ok,mudança de planos! O pedido vai ser agora,por que o anúncio do Peter será feito no intervalo e não mais no final do jogo. - sussurrou pros amigos.
- Ta,mas cadê a faixa? - perguntou.
- Aqui. - entregou a faixa pra eles de forma discreta.
- Vou falar algo no microfone e quando acabar,vocês abrem a faixa. - explicou,vendo os amigos concordarem.

se afastou dos amigos,se aproximando do palco,apenas para pegar o microfone.Não sabia de quem era,mas ia pegá-lo e não queria nem saber.
- Oi.. - disse,chamando atenção de toda a arquibancada.
- O que o esta fazendo? - arqueou a sobrancelha.
- Não faço ideia.. - prestava atenção em cada palavra dita pelo .
- Então,o jogo já vai começar,mas eu tinha que fazer isso antes dele começar. - estava um pouco envergonhado,mas ele estava sendo bastante corajoso. - ,eu sei que você está ai em algum lugar.Eu só queria que você soubesse que eu tenho vivido um dos melhores momentos da minha vida e você tem total culpa nisso. - finalmente conseguiu achar no meio da arquibancada.
- Ele vai fazer o que eu acho que ele vai fazer? - disse com os olhos cheios de lágrimas.
- Acho que está mais do que na hora de darmos esse novo passo na nossa relação... - sorriu,um pouco emocionado.Olhou pros amigos,que abriram uma enorme faixa,na qual estava escrito: 'Quer namorar comigo,?'.
- ,DESCI LÁ! - Eu gritei,rindo da cara de boba dela.
- Oh meu Deus! - riu enquanto chorava.Depois de descer toda a arquibancada,conseguiu chegar no campo.

As pessoas que assistiam da arquibancada gritavam para que ela aceitasse o pedido. só se ajoelhou e abriu a caixinha da aliança,quando viu que já estava próxima dele.Quando ela chegou até ele,riu ao vê-lo ali ajoelhado,enquanto todos gritavam,pedindo que ela aceitasse.

- Eu aceito! - sorriu pro ,que imediatamente colocou o anel em seu dedo e se levantou,abraçando ela fortemente e dando-lhe um longo selinho.
- Eu te amo. - Ele disse com os olhos cheios de lágrimas.
- Eu também amo você,. - Ela respondeu,abraçando ele mais uma vez.

Os garotos olhavam a cena,orgulhosos do amigo.Fecharam a faixa e entregou para ,que certamente iria querer guardar de recordação.
- Parabéns pro casal,mas dá pra acabar com isso? O jogo vai começar. - Peter que estava por perto disse. o olhou com todo o ódio do mundo.
- Nos vemos depois do jogo. - deu mais um selinho em ,que entendeu e saiu do campo,voltando pra arquibancada.
- OMG,me deixa ver o anel! - Eu disse escandalosamente. - É LINDO! - Eu disse,olhando o belo anel.
- Parabéns,amiga. - abraçou .
- Obrigada! Eu nem acredito. - disse toda sorridente.Ela estava maravilhada.
- Não sou a única que tem namorada,agora! - disse,rindo.
- AHN! Suas chatas! - Eu e reviramos os olhos.Sabíamos que a indireta era pra nós.
- Verdade. - se tocou e riu.
- O jogo vai começar,fiquem quietas. - Eu disse,fingindo estar revoltada com o comentário delas.
- Vamos ficar quietas! Ela precisa ver o Jonas e nós não podemos incomodá-la. - provocou.
- Engraçadinha! - Eu disse de forma sarcástica.

O jogo começou e eu não podia negar. estava jogando muito bem.Ele com certeza faria um gol a qualquer momento.Era só questão de tempo.
- GOL! - Todos gritaram,comemorando. Adivinha de quem foi o gol? Do ,claro. Eu entendia de futebol.Ta pensando o que?

fez o gol e foi abraçado pelos três amigos.Peter pra variar,ficou irritado.Na verdade,ficou com inveja.Todos sabiam que ele não era tão bom jogador quanto o .O que consolava ele,é que tudo aquilo acabaria quando ele se tornasse capitão.Colocaria no lugar dele,ou melhor,no banco de reservas.

O primeiro tempo do jogo terminou,fazendo com que ,, e se reunissem no meio do campo para conversarem.
- Pronto pra fazer isso? - perguntou,tomando uma garrafinha de água.
- Na verdade,não. - sorriu,fazendo o mesmo.
- E ele ta vindo. - revirou os olhos,vendo Peter se aproximar.
- Anda,Jonas! Vamos pro palco. - Peter ordenou.
- Você não acha melhor fazer isso no final do jogo? Pode atrapalhar o segundo tempo. - tentou adiar aquela tortura.
- Vai ser agora. - Peter começou a andar em direção ao palco,sendo acompanhado pelo .
- Precisava mesmo de tudo isso? - perguntou,se referindo ao palco e aos folhetos.
- Precisava! - Peter respondeu,sem olhá-lo. revirou os olhos.

Já estavam em cima do palco,só esperavam que a caixa de som terminasse de ser arrumada.

olhou pra arquibancada,me procurando.Me achou depois de um tempo.Olhei pra ele no mesmo instante,fazendo com que trocássemos olhares.
- Eu já estava me esquecendo. - Peter tirou a atenção de .
- O que? - olhou pro Peter.
- Eu roubei a sua garota e o seu título de capitão do time.Não se importaria se eu roubasse mais uma coisa,não é? - Peter riu.
- Do que você ta falando? - pirou.O que é que ele estava querendo agora?

Peter não respondeu,apenas pegou o microfone nas mãos e começou a falar com todos que esperavam pelo anúncio.
- Vocês devem estar todos curiosos sobre esse misterioso anúncio que seria feito hoje,não é? - Peter falou com o público.Todos gritaram que 'sim'.
- O que o Peter esta inventando agora? - disse,desconfiada.
- E o que o tem haver com isso? - disse,vendo que também estava no palco,ao lado de Peter.
- Só sei que não estou nem um pouco interessada. - Eu bufei. - Vou embora.Depois vocês me ligam pra falar se eles ganharam ou não,ok? - Eu sorri fraco,antes mesmo que uma delas me respondessem.

O fato é que eu estava fugindo de qualquer coisa que me levasse ao .Ter ido naquele jogo já foi um sacríficio.Ficar trocando olhares com ele,já era demais pra mim.Desci a arquibancada com dificuldade,devido a grande quantidade de pessoas que haviam lá.

- Antes de dar qualquer anúncio,gostaria de dizer uma coisa pra uma pessoa especial. - Peter sorriu,me procurando no meio da multidão. olhou pro Peter,sem saber onde ele estava querendo chegar. - Eu não sei onde você está,,mas eu queria que soubesse de uma coisa. - Peter continuou a me procurar.Ao ouvir o meu nome sair da boca de Peter, suspirou,irritado.

Eu já estava na porta do ginásio,quando ouvi o meu nome.Olhei pro palco e vi que Peter estava falando. olhou pro local em que eu estava antes e não me achou.Voltou a me procurar pelo pátio todo.Ele queria saber qual seria a minha reação com o que o Peter me falaria.Não demorou para me achar,perto da saída do ginásio.

- Eu quero que você saiba que,apesar de você não acreditar muito,eu gosto muito de você.Eu quero mesmo sair com você,quero que nós nos conheçamos melhor. - Peter tentava dizer aquilo com todo o seu coração.

Eu ouvia aquilo e ao contrário do que deveria,eu não sentia absolutamente nada.Olhei pro ,que olhava pra mim.Tudo o que eu mais queria é que aquelas palavras estivessem saindo da boca dele e não do Peter.

- O que eu realmente quero dizer...é que eu estou mesmo muito afim de você,. – fuzilou Peter com os olhos,quando ouviu Peter me chamar por aquele apelido.Ele não tinha o direito de me chamar daquele jeito.Qualquer um,menos ele.

voltou a olhar pra mim,esperando que eu desse qualquer tipo de fora no Peter.Esperando que eu não caisse de novo na lábia do Peter.

Quando ouvi aquele apelido..'',algo mudou em mim.Meu coração se apertou e eu senti algo extremamente ruim.Os olhos de voltaram a me observar,mas dessa vez,de forma diferente.Tudo voltou a ficar confuso,quando uma dor enorme atingiu a minha cabeça.Era ainda mais forte que da outra vez.Levei as mãos a cabeça disfarçadamente.Não queria que mais ninguém se preocupasse comigo.A dor foi aumentando e aumentando.Não consegui continuar disfarçando aquela dor.

Quando percebeu, arregalou os olhos,preocupado.A minha dor não parava de aumentar e a minha vista começou a ficar preta de uma hora pra outra.Meu corpo foi amolecendo e quando percebi,não conseguia mais segurar o meu próprio corpo de pé.Minha vista ficou preta de vez e senti o meu corpo cair no chão.

No mesmo segundo em que me viu cair, saiu correndo do palco,pulando a escada que ligava o palco ao chão.Correu o mais rápido que conseguiu,enquanto passava por todas aquelas pessoas que prestavam atenção em Peter.Foi empurrando todo mundo,até chegar em mim.Se jogou no chão,sem pensar,se ajoelhando em minha frente.

- Hey! ,acorda! - pediu,entrando em desespero.Percebeu que eu ainda respirava,porém,os batimentos do meu pulso estavam fracos.Cada segundo daquele meu desmaio,era um segundo repleto de memórias que voltavam a minha mente. segurou o meu rosto,colocando uma mão em cada lado do meu rosto.
- O que aconteceu? - chegou,ofegante.
- Eu não sei! Eu só vi ela cair.. - disse e depois voltou a dar atenção pra mim.

Cinco minutos haviam se passado e eu ainda estava desacordada.As memórias não paravam de voltar em minha mente.Algumas delas com o e outras com o Peter.
- O que ela tem? - Peter se ajoelhou do meu outro lado.Parecia estar preocupado.
- Está feliz agora? - gritou,furioso. - Era isso que você queria,né? - perguntou,furioso. – Bem..você conseguiu,seu merda! - gritou com toda a raiva que conseguiu.

Deixou Peter de lado e voltou a me olhar.Eu ainda estava desacordada em seus braços. - Vamos,! Volta! - pediu,falando baixo perto do meu rosto,como se eu realmente estivesse ouvindo. - Volta. - sentiu seus olhos se enxerem de lágrimas. - Volta pra mim,por favor. - disse,quase sem emitir som.

As memórias passavam de forma cada vez mais rápida pela minha mente.Cada briga,cada sorriso,cada abraço passavam como um filme.A última imagem foi a que passou de forma mais lenta: eu e estávamos embaixo de uma enorme árvore e nos beijávamos da forma mais doce e apaixonada que poderia existir.

Despertei,assustada.Como se tivesse acabado de acordar de um terrível pesadelo,soltando um alto suspiro. - ! - Foi a primeira coisa que eu disse,abraçando ele que estava bem na minha frente.Mesmo estando totalmente assustada e confusa,abracei como nunca antes.Eu não sabia o que estava acontecendo,mas eu sabia que estava no lugar certo: nos braços dele.

As lágrimas que estavam nos olhos de ,escorreram pelo seu rosto quando ele me sentiu abraçá-lo fortemente.Compartilhou o abraço,me abraçando forte.Seu coração voltou a ficar acelerado.Sentiu eu diminuir a intensidade e força daquele abraço.Meus braços,que antes apertavam o seu corpo contra o meu,caíram nas laterais do meu corpo. estranhou e olhou pra mim,vendo que eu estava desacordada novamente.

- ? - me chamou,esperando que aquela fosse mais uma brincadeira de mal gosto minha.
- Ela desmaiou de novo! - gritou com ,que voltou a ficar apavorado.
- Eu já sei o que eu tenho que fazer. - disse,me segurando em seus braços.
- O que você vai fazer? - perguntou,sem entender.
- Vou levar ela pro hospital.Encontro vocês lá. - disse,me carregando pra fora do ginásio e já indo em direção a saída da escola. - Eu vou com vocês. - gritou e se aproximou,correndo.

Fomos pro estacionamento e abriu a porta do carro de ,para que me colocasse no banco traseiro,deitada. fez isso e correu pro banco do motorista,enquanto se sentava no banco do passageiro.Dirigiu o mais rápido que conseguiu e quando chegou no hospital,me pegou em seus braços novamente e me levou pra dentro do hospital.

- Eu preciso falar com o Dr.Phil! - quase gritou na recepção do hospital.
- Eu vou chamá-lo. - A recepcionista saiu correndo para chamar o médico.
- Vou ligar pros meus pais. - se afastou com seu celular nas mãos.

ficou um pouco mais aliviado,quando viu o meu médico se aproximando rapidamente.
- O que aconteceu? - O médico perguntou,assustado.
- Eu acho que ela lembrou de tudo. - deduziu,me colocando em uma maca que alguns enfermeiros haviam trazido.
- Eu achei mesmo que era isso. - Dr.Phil disse com uma expressão nada agradável.

Os enfermeiros me levaram pra uma sala,enquanto o médico permaneceu falando com .
- Ela vai ficar bem? - perguntou,aflito.
- Preciso fazer alguns exames nela,antes de responder a sua pergunta. - O médico explicou.
- Tudo bem.Vou esperar aqui. - cruzou os braços com uma expressão preocupada.
- Trarei notícias assim que as tiver. - O médico sorriu e saiu,entrando na sala onde os enfermeiros haviam me deixado.
- E ai? - perguntou.
- Ela vai fazer exames.O médico virá falar com nós,assim que tiver notícias. - disse,sentando-se em uma das cadeiras da sala de espera.
- Meus pais estão vindo. - disse,fazendo o mesmo que o .

Milhares de coisas passavam pela cabeça de ,deixando-o até meio inquieto.Claro que ele queria que eu me lembrasse dele,mas não se eu precisasse passar por tudo aquilo.Pensou como seria o nosso reencontro,caso tudo ficasse bem.Será que eu lhe culparia pelo acidente? Será que eu não iria querer vê-lo nunca mais? Não sabia o que pensar.

- ,tudo bem? - perguntou,percebendo que estava estranho.
- Eu to bem sim. - forçou um sorriso,convencendo .

Os meus pais chegaram minutos depois.Estavam preocupadíssimos,mas sabiam que não poderiam fazer nada.Apenas orar.Nem quiseram saber como tudo aquilo tinha acontecido.Não importava.A única coisa que importava,era saber se eu ficaria bem.

, e as garotas chegaram também.Estavam preocupados não só comigo,mas com também.Puxavam assuntos com ele a todo momento,tentando destraí-lo.Ele percebeu isso e fingiu que eles estavam lhe entretendo.

Todos ficaram ali durante a tarde toda.Todos estavam fingindo.Fingindo que não estavam preocupados,que não estavam ligando pra toda aquela situação.

aproveitou para ir até o meu carro e pegar uma troca de roupa que estava lá.Ele ainda estava com o uniforme do time de futebol.Foi para o banheiro do hospital,se trocar.Colocou sua tradicional camiseta branca lisa,uma calça jeans e um tênis.Passou desodorante,que também deixava no carro,só por precaução.

Retornou para dentro do hospital e para a sala de espera.Todos ainda estavam agindo de forma estranha.A tensão tomou conta da sala,quando viram o meu médico vindo em direção a sala de espera.
- Olá! - O médico sorriu ao rever os meus pais e os meus amigos.
- Olá,doutor. - Minha mãe foi gentil.
- Certo! Qual notícia vocês querem primeiro? A boa ou a ruim? - O Médico perguntou,olhando pro .Todos nos olhamos,apreensivos.
- A boa! - se achou no direito de responder,já que a pergunta havia sido feita indiretamente pra ele.
- Bem,a boa notícia é que a vai ficar bem. - O médico disse com um sorriso discreto no rosto.

Um peso enorme pareceu ter saído das costas de ,que rapidamente abriu um enorme sorriso. passou uma das mãos pelo cabelo,sorrindo como um bobo.Ele não estava acreditando.Ele havia esperado tanto para ouvir aquilo.Os meus amigos chegaram até a comemorar dentro do hospital.

- Vocês estão malucos? Façam silêncio! Vocês ainda estão em um hospital! - O médico disse com uma expressão séria.
- Desculpa! É que estamos muito felizes! - riu.
- Eu sei,mas fiquem felizes em silêncio,certo? - O médico disse,fazendo com eles rissem baixo.
- Graças a Deus,doutor! - Minha mãe disse com os olhos marejados.
- Então tudo voltou ao normal,agora? Ela se lembra de tudo,inclusive das memórias dela durante esse tempo que ela saiu do hospital? - perguntou,sem acreditar na ótima notícia.
- Sim,ela se lembra de tudo. - O médico sorriu do espanto de . - Ela acordou assustada e eu dei um remédio para que ela se acalmasse e ela dormiu um pouco. - O médico explicou. - O sono certamente ajudou a memória dela a entrar nos eixos novamente. - O médico continuou a explicar. - Fiz os exames e a cabeça dela e a sua memória estão 100% novamente. - O médico completou.

não sabia como reagir.Queria sair gritando e comemorando por todo o hospital.Estava se controlando,porém não conseguia controlar o sorriso em seu rosto.Aquela era a melhor notícia de toda a sua vida.Nunca se sentiu tão aliviado e feliz.Mesmo sabendo que podíamos não voltar a ficar juntos,estava mais feliz que nunca.Feliz por mim!

- Espera! Sem querer estragar a felicidade..o doutor disse que tinha uma notícia ruim,certo? - disse,fazendo com que todos ficassem em silêncio novamente.
- Sim,eu disse. - O doutor confirmou,sério.
- Então fala,doutor. - pediu,voltando a ficar aflita.
- A notícia ruim é que,apesar de todos vocês estarem aqui pela ,ela disse que quer ver só um de vocês.Na verdade,ela não para de me perdir isso,desde que acordou. - O médico sorriu e olhou pro . tentou ficar sério,porém um sorriso fraco escapou.
- Ingrata.. - fez bico,cruzando os braços,sabendo sobre quem ele se referia.
- Que dúvidas sobre quem seja,não é? - riu,olhando pro .
- Você é o ,certo? - O médico perguntou pro ,deduzindo que fosse ele.
- Sim,sou eu. - afirmou com a cabeça com um sorriso indescritível no rosto.
- É você mesmo! - O médico afirmou. - Você gostaria de vê-la? - O médico propôs.
- Como se ele fosse dizer que não. - gargalhou.
- Gostaria,mas os pais dela não querem entrar primeiro? - perguntou,sendo gentil com os meus pais.
- Pode entrar,querido.Vamos na cafeteria,pois estamos morrendo de fome.Você pode entrar e ficar o tempo que quiser.Entraremos depois de você. - Minha mãe disse com um sorriso enorme em seu rosto.Sabia que merecia mais do que ninguém,ser o primeiro a entrar.
- Vai em frente,garoto. - Meu pai sorriu pro ,dando alguns tapinhas em suas costas e saindo com minha mãe em seguida.
- ANDA,! - quase gritou.
- Vai logo! - riu,encorajando .
- Eu to indo! - riu,sem acreditar.
- Vamos! Levo você até a porta. - O médico disse,andando em direção ao quarto,sendo acompanhado pelo .Chegaram em frente a porta e a encarou,nervoso. - Pode entrar! Não vou deixar que nenhuma enfermeira interrompa vocês. - O médico sorriu pro e saiu em seguida.

olhou a porta por um tempo.Pensou em diversas coisas que poderia me dizer.Todas as alternativas pareciam horríveis.Suas mãos suavam frio.Passou a mão pelo seu cabelo,para tentar ajeitá-lo.Respirou fundo e abriu a porta devagar.

Eu estava sentada na cama,brincando com meus dedos,quando ouvi o barulho da porta sendo aberta.Olhei rapidamente,achando que fosse o doutor de novo.Vi parado na frente da porta,já fechada,enquanto me observava com um sorriso doce no rosto.Foi só vê-lo que meu coração disparou de forma inexplicável.Analisei ele todo.Estava como antes,mas estava ainda mais bonito.O cabelo estava desajeitado,suas grossas sobrancelha faziam com que seus belos olhos se destacassem e o seu sorriso...bem,o seu sorriso acalmava o meu coração.

começou a se aproximar de minha cama com aquele mesmo sorriso.Ele me conhecia tão bem,que só em me ver,percebeu que eu estava bem e que estava realmente de volta.Meus cabelos estavam soltos e eu vestia aquela roupa horrível de hospital.Um cobertor cobria metade do meu corpo,deixando somente a cintura pra cima de fora.Quando ele chegou até a minha cama,foi até o meu lado esquerdo para que ficasse mais próximo de mim.

- Oi.. - disse me olhando de forma doce.
- Oi.. - Eu sorri,nervosa.
- Tudo bem,agora? - perguntou,olhando os meus detalhes mesmo não estando tão perto de mim.
- Agora sim. - Eu ri baixo.Ficamos em silêncio,por um tempo.Não sabíamos por onde começar. - Queria mesmo falar com você. - Eu disse,sem ter mais o que dizer.
- Tem gente te odiando lá fora,por isso.. - sorriu de forma divertida.
- ? - Eu deduzi,rindo.
- É.. - riu,concordando.
- Eu falo com ele depois. - Eu disse,certa de que uma conversa consertaria tudo.Eu sabia muito bem como lidar com .
- Eu estou feliz em ver esse sorriso no seu rosto de novo. - sorriu,olhando em meus olhos.
- Eu estou feliz que esteja aqui. - Eu disse,olhando pra ele da forma mais doce. - Eu queria me desculpar. - Eu olhei para as minhas mãos,novamente.Não estava contente pelo que havia feito.
- Se desculpar pelo que? - arqueou a sobrancelha,sem entender.
- O jeito que te tratei todos esses dias.Você foi tão legal comigo e eu não deveria ter tratado você daquele jeito. - Eu voltei a olhá-lo de forma arrependida,enquanto negava com a cabeça.
- Não precisa se desculpar.Não foi nenhum sacrifício pra mim. - sorriu,dando alguns passos pra frente para ficar um pouco mais próximo de mim.
- Como não foi? Eu estava sendo tão insuportável e egoísta. - Eu estava com ódio de mim mesma.
- Você poderia ser a pior pessoa do mundo,mas ainda assim seria você e isso faz toda a diferença pra mim. - disse,sério,porém seu olhar me passava toda a sensibilidade e doçura do mundo.
- Como você pode não ficar bravo comigo,? - O fato dele não estar bravo comigo estava me deixando apavorada.
- Quer saber mesmo? - perguntou de forma retórica. - Eu não consigo. - negou com a cabeça.
- E isso faz de você um idiota! - Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Por que? - não entendeu onde eu estava querendo chegar.
- Por que eu não mereço você,.Não mereço o seu amor,quer dizer..se é que você ainda sente isso por mim. - As lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos,sem esforço algum.
- E por que você acha que eu estou aqui então? - perguntou,indignado com a minha dúvida.
- Eu só não quero te decepcionar de novo. - Eu passei as mãos em meu rosto,para secar as lágrimas.
- ,me decepcionar não vai fazer com que o que eu sinto por você diminua. - se sentou na beira da minha cama,ficando de frente pra mim.
- Por que você não desistiu? Eu poderia não me lembrar de você nunca mais. - Meus olhos insistiam em se encher de lágrimas a todo o momento.
- Você não entendeu ainda? Eu não vou desistir de você. - disse,sério.Estava um pouco irritado com as minhas perguntas. - Não importa o que eu faça! Você sempre vai estar no final de qualquer caminho que eu percorra. - Os olhos de se encheram de lágrimas e ele segurou o choro.
- Esse é o problema! Você faz todas essas coisas por mim e se esquece de você! - Eu disse. - Eu não quero isso pra você. - Eu expliquei com todo o meu coração.
- Você faria o mesmo por mim.Você sabe que faria! - olhou pra mim com seus olhos cheios de lágrimas,como os meus.
- Como eu posso ter me apaixonado por você duas vezes? - Aquilo era insano pra mim.Era algo que não tinha explicação.
- E como eu posso ter me apaixonado por você na primeira vez que eu te vi,há 6 anos atrás? - me perguntou da mesma forma. - Esse tipo de coisa não tem explicação. - sorriu fraco e negou com a cabeça.
- Por que eu tive que me esquecer de você? Logo de você? - Eu perguntei,indignada.
- Pra nos mostrar que nada e nem ninguém pode nos separar. - esticou o seu braço e segurou a minha mão,entrelaçando nossos dedos.Eu sorri com o que eu tinha acabado de ouvir,mas mesmo assim as lágrimas escorriam pelo meu rosto. - Hey,não chore. - levou a sua mão até o meu rosto e passou o seu dedão pela minha bochecha,secando as lágrimas que ainda estavam lá.

Aproveitei a oportunidade para olhar de ainda mais perto.Olhei pro seu rosto e ele fez o mesmo.Percebi que quanto mais ele olhava pra mim,mais os seus olhos se enchiam de lágrimas.Pegou uma mecha do meu cabelo que estava em meu rosto e a colocou atrás da minha orelha. - Eu senti tanto medo de perder você. - sorriu de forma encantadora e voltou a segurar minha mão e entrelaçar nossos dedos,enquanto uma lágrima solitária escorria pelo seu rosto,passando pelo seu lindo sorriso.
- Você nunca vai me perder.Sabe por que? - Eu perguntei,deduzindo que ele soubesse a resposta.Levei uma das minhas mãos até o rosto dele e sequei a lágrima com um dos meus dedos.
- Por que você é minha. - sorriu da forma mais linda de todas.Tocou a minha mão,que ainda estava em seu rosto e a levou para sua boca,onde ele depositou um beijo.

Aproximou o seu rosto do meu e olhou o meu rosto de perto.Fiz o mesmo que ele.Ele abaixou os olhos,para olhar meus lábios.Ao perceber isso,dei um sorriso espontâneo. também sorriu,mas isso não evitou que ele continuasse olhando meus lábios.Levou a sua mão até o meu cabelo e deslizou até as pontas do mesmo. - Você é a minha garota. - Nossos narizes se tocaram de forma delicada. - E eu não sei viver sem você. - Dos meus olhos marejados,começaram a escorrer lágrimas.

Nossos lábios se tocaram e ambos os olhos se fecharam. levou uma de suas mãos até o lado direito da minha cabeça,por cima de meu cabelo.O início do beijo foi mais lento do que o normal.Estávamos sentindo cada segundo dele.Dei passagem para que ele aprofundasse o beijo e isso foi feito.Não foi intensificado,pois não havia motivos para isso.Havia amor em cada gesto dele.

Meu coração havia se acalmado. havia voltado pra mim,pra minha vida e nada mais importava. estava surpreso de como uma tarde pode mudar toda a sua vida.Naquela manhã,ele iria mudar de escola e sair da minha vida de forma definitiva e algumas horas depois,ele havia voltado pra minha vida da melhor maneira.

O beijo foi definitivamente um dos mais longos.O beijo marcava um novo recomeço.O nosso recomeço.O beijo também era uma forma de matar toda a saudade que sentimos um do outro durante todos esses dias.

Terminamos o beijo com um longo selinho.Abrimos os olhos no mesmo instante e percebi que os olhos de estavam cheios de lágrimas.Ele sorriu fraco e colocou uma mão em cada lado do meu rosto. - Eu amo você. - Ele disse no exato instante em que uma lágrima escorreu de seus olhos,mas isso não fez do seu sorriso menos incrível.Me aproximei de seu rosto,toquei a ponta de meu nariz em sua bochecha e a beijei da forma mais doce.Me aproximei de seus lábios dessa vez,depositando um selinho carinhoso.

- Eu também amo você,. - Disse antes de dar mais um selinho,dessa vez de forma mais rápida.Ele sorriu da forma mais linda do mundo ao ouvir minhas palavras.

Eu e nos afastamos,mas ele permaneceu me olhando com o seu sorriso bobo.Fiquei olhando pra ele também e ri.
- O que você esta fazendo? - Eu perguntei rindo,enquanto ainda nos olhávamos.
- Só estou..apreciando. - também riu.
- Não faz isso! Eu estou ridícula nessa roupa de hospital horrível. - Eu disse,envergonhada.
- Você nunca esteve tão bonita. - sorriu de forma encantadora.
- Mentiroso! - Eu revirei os olhos.
- Não estou mentindo.Me apaixonei por quem você é e não pelas suas roupas ou sua maquiagem.Apenas..você. - sorriu fraco.
- Você é a única pessoa no mundo que consegue me deixar sem palavras. - Eu olhei pra ele,sorrindo como uma boba.
- E você é a única pessoa no mundo que me faz agir como um idiota apaixonado. - revirou os olhos com um sorriso desconcertante no rosto.
- Não é idiota,é lindo. - Eu ri baixo e ele riu junto.
- Se você está dizendo. - disse me fazendo rir.
- Eu quero ir embora daqui,.Me tira daqui. - Eu pedi com um bico.
- Eu vou falar com o médico. - tentou me tranquilizar.

Ouvi um barulho e estranhei.

- O que foi isso? - Eu perguntei.
- Acho que chegou mensagem no meu celular. - disse,colocando a mão em seu bolso e tirando de lá o seu celular. - É do . - disse,clicando pra ver a mensagem. Leu: '' Dá pra andar logo? Ta todo mundo esperando pra ver ela!''. riu por alguns segundos.
- O que foi? - Eu perguntei,curiosa.
- É melhor eu deixar os outros entrarem aqui pra te ver ou eles vão me bater. - continuou rindo.
- Chama eles lá. - Eu pedi e atendeu o meu pedido,indo até a porta,abrindo-a e fazendo um sinal com uma das mãos. esperou eles na porta e eles entraram.
- ! - correu me abraçar,me fazendo rir.
- Ainda bem que você voltou! Eu não aguentava mais esconder as coisas de você! - riu,aliviada.
- Puta que pariu! O quer você só pra ele também! - fez cara feia pro ,que garalhou.
- Seus tontos! - Eu ri e me abraçou forte.
- Amigaaaaa! Que bom ter você de volta! - me abraçou também.
- Também estou feliz em estar de volta. - Eu sorri pra todos.
- Ainda bem que você esta de volta,! Não aguentava mais ter que aturar esses papos carentes do . - disse,causando a risada de todos,menos do e do .
- Ahn,vai se foder,vai ,que eu sei que você gostava! - acusou,fazendo com que todos voltassem a rir.

foi o único que não se manifestou.Estava de braços cruzados e sério.Não riu e nem disse nada.Ele estava mesmo bravo comigo.Olhei pra ele e ele desviou o olhar.Estava com um bico enorme.

- ,você não vai me dar um abraço? - Eu perguntei,também fazendo bico.
- Pede pro te abraçar. - revirou os olhos,emburrado.
- Eu já abracei! - respondeu,fazendo com que fuzilasse ele com os olhos.
- Se você não fosse meu amigo,eu quebrava a sua cara,. - disse,irritado.
- Cara,vai lá abraçar ela! Ela ta esperando! - disse,rindo. - Mas seja rápido e sem muito contato,ok? - brincou e cerrou os olhos.
- Para ! - Eu disse,rindo.
- Ele sabe que eu to brincando! - disse e começou a andar em minha direção e me abraçou forte.
- Okay,chega! Já ta bom,né? - voltou a brincar. continuou o abraço,mas tirou uma de suas mãos,que estavam em volta de mim e a levou para trás,mostrando o dedo do meio pro .Todos voltaram a rir,inclusive .
- Você é o meu melhor amigo e ninguém vai mudar isso,entendeu? - Eu disse no ouvido de e ele concordou com a cabeça,todo sorridente. terminou o abraço,dando um beijo em meu rosto.
- Cadê os seus pais? - perguntou pro .
- Ainda não voltaram. - explicou.
- Eu vou ali falar com o médico e já volto. - disse e saiu.Iria pedir para que o médico me desse alta,enquanto os meus amigos e meu irmão me faziam companhia.

demorou para achar o médico,mas achou depois de um tempo.
- Doutor,nós podemos conversar? - perguntou,sendo educado.
- Claro. - O médico sorriu gentilmente.
- Você já sabe quando a poderá receber alta? - perguntou.
- Eu preciso ir vê-la,mas acho que dá até pra liberá-la hoje.O pior já passou e as memórias já se acentuaram na mente dela. - O médico explicou,fazendo com que ficasse extremamente feliz.
- Obrigado,doutor. - agradeceu e saiu rapidamente.Queria me dar logo a boa notícia.

Passou pela sala de espera e quando chegou no corredor,não acreditou no que viu.
- Você é muito cara de pau,né Peter? - fuzilou ele com os olhos.
- Se você tem direito de vê-la,eu também tenho. - Peter disse,sério.
- Perdeu a noção do perigo,é? - riu.
- Eu vou acabar vendo ela,Jonas! Ou aqui ou na escola! - Peter tentou passar pelo ,que entrou em sua frente.
- Ver você pode,só não pode chegar perto. - sorriu falsamente.
- Não posso? - Peter riu.
- Se eu fosse você,não mexeria com ela ou comigo agora.Não depois do que você me fez fazer. - ameaçou.
- Eu volto uma outra hora. - Peter saiu,revoltado.
- Se você voltar aqui,vai voltar com o olho roxo pra sua casa,palhaço. - se segurou para não enfiar a mão na cara do Peter.Esperou pra ver Peter sair do hospital e só então foi em direção ao meu quarto.Entrou no quarto e foi logo me dando a notícia.
- Daqui a pouco o doutor vai vir te examinar e deve te dar alta. - disse todo feliz em me dar a notícia.
- Graças a Deus! Eu odeio esse lugar! - Eu disse,aliviada.

Todos saíram do quarto na sequência,pois meus pais chegaram.Enquanto meus pais ficavam comigo no quarto, e o resto do pessoal ficou lá fora me esperando.
- Vocês acreditam que o Peter veio aqui? - perguntou,indignado.
- Não acredito! - negou com a cabeça.
- Ele queria ver ela. - esbravejou.
- Ele que chegue perto.. - bufou.
- Foi isso que eu disse pra ele. - explicou.
- Gente,ela vai sair do hospital! Deixe as confusões pra amanhã,hoje vamos comemorar. - deu a ideia.
- É,vamos sair pra algum lugar. - concordou.
- Vamos comer uma pizza,sei lá.. - contribuiu com a ideia.
- Pode ser! - concordou.
- Será que ela vai querer? - perguntou.
- Eu convenço ela. - sorriu.
- Então vamos! - riu também.
- Demorou! - adorou a ideia.
- Certo! Vamos só esperar ela receber a alta.. - concordou. - Acho que enquanto isso vou dar uma volta lá fora.Vamos comigo,? - propôs.Na verdade,ele queria conversar com o .
- Vamos. - entendeu e se levantou,acompanhando até o lado de fora do hospital.
- Cara,não é por que eu e a estamos saindo que ela goste menos de você. - iniciou a conversa.
- Eu sei,mas é que.. - não soube como continuar a frase.
- Você é o melhor amigo dela e eu sei muito bem disso.Minha intenção não é ficar entre vocês ou roubar o seu lugar.Até por que você também é o meu melhor amigo. - sorriu pro amigo.
- É que eu sempre era o primeiro que ela contava as coisas,que ela confiava,que ela queria ver.Eu só estou mal acostumado. - riu.
- Eu sei! Acontece que essa vaga de melhor amigo é e sempre será sua.Você sabe o quanto ela considera você. - disse. - Eu não me importo com essa relação que vocês tem.Na verdade,eu adoro o fato da garota que eu amo adorar os meus melhores amigos. - sorriu.
- Tudo bem,eu entendi. - sorriu. - Obrigado por dizer isso e me desculpe por hoje mais cedo.Eu não tive intenção nenhuma. - continuou. - Você sabe que eu torço por vocês mais do que qualquer um. - se aproximou e ele e fizeram seu toque rotineiro.
- Valeu,cara. - sorriu,satisfeito.

e voltaram pra dentro do hospital e se juntaram aos outros na sala de espera.Acharam melhor todos irem pra casa se arrumar para irem pra pizzaria mais tarde.Não adiantava que todos ficassem ali esperando a minha alta.Não faria com que eu saísse de lá mais rápido.

aceitou aquilo com muito sacrifício,pois queria estar lá quando eu recebesse a alta.Ficou combinado que passaria na minha casa me buscar e que depois passaria buscar e ,enquanto buscaria , e .

Só fui receber alta ás 6 horas da tarde.Fui pra casa com meus pais e o para me arrumar para a comemoração de daqui a pouco.Eu havia adorado a ideia da comemoração.Porém,eu tinha apenas 1 hora para me arrumar até o chegar.Eu já sabia exatamente o vestido que usaria.Tinha que ser algo incrível,já que a comemoração era pra mim.

Cheguei em minha casa e fui rapidamente tomar banho.Tomei um dos banhos mais rápidos da minha vida e fui me trocar.Coloquei o vestido que havia escolhido ( VEJA O VESTIDO AQUI ) e o sapato de salto que combinava perfeitamente.Coloquei os brincos e algumas pulseiras.Fiz uma maquiagem básica e prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo alto,deixando alguns fios soltos.

nunca havia se trocado com tanta frescura na sua vida.Ficou em dúvida entre 3 camisas.Acabou optando por uma preta com desenhos azuis,uma calça jeans preta e um tênis de marca preto.Também usou alguns acessórios como um relógio preto e uma corrente média no pescoço.O cabelo,adivinha? Só deu uma ajeitada com as mãos e pronto.Estava pronto.

Chegou em minha casa,10 minutos depois.Estava um pouco nervoso.Talvez tivesse errado na roupa.Tocou a campainha e aproveitou pra dar mais uma ajeitada no cabelo,enquanto esperava alguém atender a porta.
- Tchau,mãe! - Eu disse,dando um beijo em minha mãe. - Beijos pai. - Dei um beijo em meu pai também.
- Se divirta,querida. - Minha mãe disse.
- Obrigada. - Eu agradeci e corri em direção a porta.Ajeitei o vestido antes de abrir a porta.

Abri a porta e olhou imediatamente pra mim.Parecia estar ocupado com alguma outra coisa.Quando ele me viu,sorriu,surpreso. Arqueou as sobrancelha,sem conseguir dizer nada.
- Nossa.. - sentiu seu coração disparar. - Você está incrível. - terminou a frase,olhando pra mim com um sorriso doce.
- Você também está muito bonito. - Eu sorri,sem jeito.
- Obrigado. - riu.Ele ainda estava em choque.Parecia um idiota ali na minha frente. - E cadê o ? - tentou mudar o assunto para não parece tão idiota.
- Terminando de se arrumar. - Eu disse,segurando o riso.
- Isso quer dizer que VOCÊ SE ARRUMOU MAIS RÁPIDO QUE ELE? - fingiu estar chocado.
- Engraçado,hein . - Eu arqueei a sobrancelha.
- Vamos então,vai.As meninas devem estar esperando já. - dei alguns passos pra trás,esperando que eu o acompanhasse e foi isso que eu fiz.Andamos até o seu carro e ele abriu a porta do passageiro pra que eu entrasse. - Senhorita.. - Ele estendeu a mão para que eu me apoiasse para entrar no carro.
- Obrigada. - Eu ri de toda a cena dele.Eu entrei no carro e ele fechou a porta,dando a volta e se sentando ao meu lado.

ligou o carro e começou a dirigir em direção a casa de ,que não ficava tão longe dali.
- Você acredita que eu não consigo encontrar a minha pulseira em nenhum lugar? - Eu disse,indignada.Não era possível ter sumido daquele jeito.
- Você não se lembra da última vez que a viu? - disfarço.Sim,a pulseira ainda estava com ele,mas ele estava com medo de me devolver e eu ficar brava com ele,por ele ter demorado tanto tempo pra devolver.
- Não lembro. - Eu fiz bico. permaneceu em silêncio.A noite estava prometendo ser ótima.Não queria estragar.

Permanecemos em silêncio por um tempo.O rádio tocava uma música qualquer.
- Eu gosto do seu perfume. - Eu comentei,para quebrar o silêncio.
- Eu acho que eu exagerei nele hoje,né? - perguntou,sem jeito.
- Não.Está perfeito. - Eu disse e ele olhou pra mim e sorriu. - É o mesmo perfume que estava no seu blazer.Era por isso que eu achava que reconhecia o cheiro. - Eu conclui.
- Blazer? - perguntou,sem entender.
- É,o do baile,lembra? - Eu perguntei. - Ainda esta na minha casa. - Eu disse rindo.
- Eu até tinha me esquecido dele. - riu.
- Ontem eu achei ele no meu armário e não conseguia me lembrar de quem era.Foi ai que comecei a ter aquelas dores de cabeça horríveis. - Eu expliquei.
- Então você reconheceu o meu perfume? - perguntou.
- Reconheci.Eu só não sabia de onde. - Eu disse me recordando da noite passada.
- No fundo,você se lembrava de mim. - afirmou.
- Sim. - Eu concordei.

Chegamos na casa de e apenas buzinou. saiu de sua casa algum tempo depois.
- Oi ! - Ela me cumprimentou.
- Oi linda! - Eu sorri,dando passagem para que ela entrasse e se sentasse no banco traseiro do carro.
- Olá,Jonas! - sorriu pro .
- Tudo bem? - perguntou,educadamente.
- Sim. - afirmou. - Não vou nem perguntar se você esta bem,por que esse sorriso na sua cara já diz tudo. - riu,fazendo com que também risse.Voltei a entrar no carro,ao lado de .Só faltava passar buscar a ,agora.
- Se a demorar mais de 5 minutos,vou largar ela lá. - disse,sabendo que era a mais lerda pra se arrumar.
- Com certeza vai ser mais de 5 minutos,meu amigo. - riu.

Chegamos na frente da casa de e buzinou.Até desligou o carro,sabendo que ela demoraria.
- Vou dar uma dormida.Quando ela estiver vindo,vocês me acordam. - se aconchegou no banco.
- Não exagera,. - Eu ri,negando com a cabeça.
- Aposto que foi o viado do seu irmão que deu a ideia de eu buscar a . - sorriu da própria desgraça.
- É,foi ele... - Eu entreguei,rindo.
- Filho da mãe! - riu,contrariado.
- Olha,ela já ta vindo. - interrompeu.
- Estou chocado. - disse,impressionado com a rapidez de .
- Oi turma! - sorriu,empolgada.Desci do carro,para que ela pudesse entrar no banco traseiro. - AMIGA,VOCÊ TA LINDA DEMAIS! - gritou no meio da rua.
- Awn,obrigada! Você também está! - Eu ri do escândalo dela. entrou no carro.
- Demorei,Jonas? - fez careta.
- Até que não. - sorriu.
- Está vendo,estou evoluindo! - riu.
- Sorte do ! - sorriu novamente.Voltou a ligar o carro.Dessa vez,íamos pra pizzaria.FINALMENTE! Fomos conversando o caminho todo e nem vimos quando já tínhamos chego.
- Vamos,garotas. - desligou o carro,depois de estacioná-lo.Eu abri a porta do carro e desci.Segurei a porta,esperando que e descessem.Elas desceram e já foram andando em direção a pizzaria.Queriam deixar eu e sozinhos.

Fechei a porta e aproveitei para ajeitar o meu vestido no reflexo do vidro do carro. deu a volta e foi até o meu lado.Depois de ajeitar o vestido,olhei pro ,que ainda estava ao meu lado,me observando.
- Você esta feliz? - perguntou com um sorriso fraco no rosto.
- Estou. - Eu dei o meu melhor sorriso.
- Sabe o que esta me deixando menos feliz? - perguntou com uma cara desanimadora.
- O que? - Eu perguntei,tentando imaginar o que seria.
- Esse seu vestido curto. - fingiu ficar sério.
- Eu estava esperando você dizer isso! - Eu gargalhei.
- É bom que eu não pegue nenhum cara olhando pras suas pernas ou alguém vai sair sem um dente daqui hoje. - ameaçou.
- Entenda uma coisa.. - Eu me aproximei e coloquei uma mão em cada lado do rosto dele. - Eu amo VOCÊ,! VOCÊ! - Eu sorri,olhando nos olhos dele. - Foi pra você que eu me arrumei essa noite.Eu não me importo com o que os outros acham,só você. - Eu terminei de dizer e vi um sorriso lindo surgir no rosto de .Tirei as mãos do rosto de ,mas permanecemos perto um do outro.
- Eu acho que sou muito sortudo por você estar do seu lado,hoje. - sorriu de forma doce e aproximou o seu rosto do meu.Selou os meus lábios de forma carinhosa.
- Eu não queria estar aqui com mais ninguém. - Eu selei os lábios dele dessa vez,de forma mais rápida.
- Vamos entrar? Devem estar nos xingando pela demora. - fez careta.
- Vamos. - Eu acompanhei e demos alguns passos lado a lado.Nossas mãos se tocaram,fazendo com que segurasse a minha mão e entrelaçasse os nossos dedos.Olhei pra nossas mãos e sorri como uma boba.Elas pareciam se encaixar perfeitamente.

Entramos na pizzaria de mãos dadas.Todos na mesa nos olhavam de forma admirável.Eu e ficamos até meio envergonhados.
- Sinto que seremos zuados. - disse baixo,enquanto nos aproximávamos da mesa.
- O que vocês estavam fazendo lá fora,hein? - arqueou a sobrancelha.
- Não estávamos fazendo nada! - riu.
- NÃO MENTE,JONAS! - disse,rindo. mostrou a língua pra eles,rindo.
- Não vai querer me provocar,né ? - disse,olhando pra em seguida.
- TA BOM,DESCULPA! - entendeu.
- Boa,! - gargalhou.

Eu e nos sentamos.Sentei entre o e o ,que tinha ao seu lado.,, e estavam do outro lado da mesa.
- Já pediram? - perguntou,se referindo as pizzas.
- Não.. - disse,pegando um cardápio,enquanto pegava o outro.
- Você está linda,! - elogiou.
- Obrigada! Você está maravilhosa,. - Eu disse e ela agradeceu.

Pedimos as pizzas e as bebidas.Eles aproveitariam o jantar para me contar tudo o que aconteceu nesse meio tempo,que eles não podiam me contar.
- Vocês estão namorando mesmo,né? - Eu perguntei pro e pra .
- Sim! - riu e mostrou a aliança.
- Own,parabéns! - Eu comemorei.Sabia o quanto esperou pelo seu príncipe encantado. - Você mandou muito bem no seu pedido,irmão. - Eu ri e ficou todo envergonhado.
- Ela merecia. - disse,fazendo com que os olhos de brilhassem.
- E você continua solteiro,.. - Eu afirmei.
- Solteiro sim,sozinho nunca. - disse,fazendo com que todos rissem.
- Estou vendo mesmo a ai do seu lado. - disse,recebendo um olhar maligno da .
- Quando vocês vão parar com essa merda,hein? - perguntou negando com a cabeça.
- Quando vocês pararem com essa frescura. - disse,irritado.
- Ok,vamos mudar o assunto,né? - pediu,antes que a coisa piorasse.
- Vamos falar sobre o ter beijado a Jessie! - Eu disse,fuzilando com os olhos.
- Ta vendo! Sobrou pra mim! - fez cara feia.
- Não acredito que você ficou com ela! - Eu disse fazendo cara de nojo.
- Eu não acredito que você ficou com o Peter! - debateu no mesmo tom que eu.
- Eu tinha perdido a memória! - Eu justifiquei.
- Como você caiu no joguinho dele duas vezes? - perguntou,sem entender.Não estávamos brigando.Estávamos só esclarecendo algumas coisas,mas nada sério.
- Não sei! Eu fiquei com raiva por que você tinha ficado com a Jessie. - Eu expliquei.
- Eu estava carente,sei lá! - inventou uma mentira qualquer.
- Eu só não vou ficar brava,por que eu não estava sendo a melhor pessoa do mundo com você. - Eu disse e ele riu.
- Não significou nada. - disse,tentando aliviar a sua barra.
- Ta,esqueçam isso,ok? Não importa mais.O que importa é o agora e agora vocês estão juntos. - disse,irritada.
- E se vocês estragarem isso de novo,eu mato vocês dois! - disse,sério.
- Ta.. - Eu e concordamos juntos.
- Ótimo! - sorriu,satisfeito.
- Me dá seu celular,. - pediu,estendendo a mão. - Eu vou tirar uma foto de vocês.Vocês estão lindos,hoje. - sorriu e lhe entregou o celular.Eu e nos aproximamos e sorrimos pra foto. - Ficou linda! - disse,olhando a foto no celular de .
- Deixa eu ver. - Eu pedi e ela me entregou o celular.Eu e vimos a foto.A foto tinha mesmo ficado muito bonita. - Que linda. – Eu disse,maravilhada com a foto.
- Ficou boa mesmo. - disse,ainda olhando a foto.Eu terminei de ver a foto e entreguei o celular pro e ele o guardou em seu bolso.
- Mas então..você e o se acertaram também,não é ? - Eu perguntei voltando pro assunto anterior,me lembrando que não aceitava que eu e saíssemos.
- Sim,nós conversamos. - sorriu pro . - Eu não querer que você saia com um dos caras que eu mais confio no mundo não fazia o menor sentido. - completou.
- Eu fico muito feliz. - Eu sorri pro ,que fez o mesmo.
- Sem querer interromper esse momento lindo,mas já interrompendo..CADÊ A PIZZA? - disse,irritado.
- Ta demorando pra caramba. - resmungou.
- O que você fez pra ele aceitar? - Eu sussurei no ouvido de .Me referia ao .
- Não fiz nada. sussurou em meu ouvido. - Ele sabe que o que eu sinto por você é verdadeiro. - completou.Olhei pra ele de perto e sorri,encantada com o que eu tinha acabado de ouvir.Me aproximei do seu rosto e beijei a sua bochecha.Ele sorriu pra mim de forma doce,segurou uma das minhas mãos e entrelaçou nossos dedos.Apoiou nossas mãos em cima da sua perna,enquanto fazia carinho na parte de cima da minha mão com um de seus dedos.

Ficamos conversando por mais um tempo,até que as pizzas chegassem.Quando as pizzas chegaram,nós comemos.Depois de comer,ficamos mais um tempo conversando e rindo como idiotas.Eram 10 horas quando decidimos ir embora.Os meninos dividiram a conta e não deixaram que eu e as meninas pagássemos.
- Você leva a e a ? - perguntou pro .
- Levo. - concordou.
- Ta,então vamos. - disse,apressando os garotos.
- Tchau,amor. - se aproximou para se despedir de .
- Tchau,linda. - sorriu,se aproximando e dando um beiji rápido na .
- Vai começar a frescura. - revirou os olhos.
- Nem me fale.. - fez o mesmo.

Todos já estávamos no carro,só faltava e .
- ,eu vou ter que ir ae e te arrastar pro carro? - disse,rindo.
- Annnnnnnnnnnda ! - disse,rindo pra não ficar realmente irritado. e continuavam no maior love ali.Estavam enrolando só pra nos irritar.
- VOCÊ VAI FICAR AE,! - ameaçou,fazendo com que desse um último beijo em e saísse correndo pro carro de .
- ATÉ QUE ENFIM! - gargalhou.Esperou que entrasse para poder sair com o carro.
- Vocês são malas,hein. - riu.
- Vocês nem fazem isso de propósito,né? - disse e riu,tentando negar.

Fomos o caminho todo conversando e deixamos e em suas casas.Eu era a próxima.
- Nós podemos passar em um lugar,antes de eu te deixar em casa? - perguntou.
- Claro. - Eu concordei. - Onde? - Eu perguntei.
- Você verá! - sorriu,sabendo o quanto eu ficaria curiosa.
- Chato.. - Eu resmunguei.

dirigiu por mais um tempo e estacionou o carro em frente a uma praça,que por sinal estava vazia.

- Por que desligou o carro,aqui? - Eu perguntei. - Vai me dizer que você pretende me estuprar aqui? - Eu perguntei,não conseguindo controlar a risada.
- O que? NÃO! - gargalhou,sem jeito.
- Hm.. - Eu concordei,ainda rindo.
- Mas se eu fosse,eu não ia te contar,né? - disse,entrando na brincadeira.
- ! - Eu disse,boquiaberta. -
O que? Você que começou! - levantou as mãos,demonstrando que não tinha culpa nenhuma naquilo.
- Hm,bom mesmo. - Eu disse,rindo.
- Ok,agora é sério. - ficou sério. - Eu quero te dar uma coisa.. - disse,olhando pra mim de forma doce.
- ME DAR ALGUMA COISA? - Eu fingi estar ofendida.
- NÃO! - riu,negando com a cabeça. - Sua mente ta poluída hoje,hein. - disse ainda rindo.
- Não,agora parei. - Eu fiquei séria. - Pode falar,desculpe. - Agora eu tinha parado mesmo.Tadinho,tava querendo falar sério e eu lá brincando.
- Então,na verdade..eu quero te DEVOLVER uma coisa. - concertou a frase.
- Me devolver o que? - Eu perguntei,sem fazer ideia do que poderia ser. olhou pra mim,antes de colocar a mão em seu bolso e tirar de lá a minha pulseira. - VOCÊ ACHOU! - Eu disse,feliz da vida.
- Achei.. - Ele sorriu fraco.
- Own,que incrível! - Eu disse,olhando a pulseira de perto para ver se estava intacta. - Onde você achou? - Eu perguntei,curiosa.
- A pergunta não é onde eu achei,mas sim quando eu achei. - disse com uma cara nada boa.
- Por que? - Eu não entendi.Fiquei até preocupada quando vi a expressão dele mudar.
- Eu achei ela no dia em que nós brigamos no caminho de volta da escola. - disse,sério.
- Você estava com a pulseira esse tempo todo? - Eu perguntei sem acreditar. - Me viu procurar ela como uma idiota e não disse nada? - Eu perguntei,surpresa.
- Me desculpa.Eu não.. - não conseguiu terminar a frase.Não tinha o que explicar.
- Se você quisesse ela de volta,era só me falar. - Eu disse de forma irritada,colocando a pulseira nas mãos dele e descendo do carro.
- Merda.. - disse baixo. - Espera.. - saiu do carro e bateu a porta.
- Você sabe o quanto essa pulseira era importante pra mim,. Você sabe por que! - Eu disse,irritada.
- Eu sei,desculpa! - se aproximou de mim,tentando me acalmar.
- Quando você me deu aquela pulseira,você me disse que aquele pingente era o seu coração.Por que você quis o seu coração de volta? - Eu perguntei,confusa. - Você estava desistindo de nós,não estava? - Eu acabei concluindo.
- Não é nada disso.. - me olhou com tristeza,negando com a cabeça.
- O que é então,? - Eu perguntei com lágrimas dos olhos.
- Eu não quis te devolver.. - se aproximou de mim e me olhou nos olhos. - Eu estava perdendo você,eu tinha que ter algo seu. - disse com os olhos marejados. - A pulseira era a única coisa que tinha me restado de você. - disse,sem deixar que nenhuma lágrima escorresse de seus olhos. - Eu não te entreguei antes,por que sabia que ficaria brava comigo. - disse com os olhos tristes e em seguida,encarou o asfalto,deixando de olhar pra mim.Sorri totalmente comovida com toda aquela situação.Me aproximei dele,toquei em seu rosto e o levantei para que eu pudesse olhar em seus olhos.Vi uma lágrima escorrer dos olhos de de muito perto e os nossos narizes se tocaram.
- Eu não estou brava com você. - Eu disse,olhando em seus olhos. - Quer saber por que? - Eu perguntei,ainda olhando nos olhos cheios de lágrimas dele. - Por que cada palavra que sai da sua boca,cada gesto seu faz com que eu me apaixone cada vez mais por você. - Eu disse,mantendo uma de minhas mãos em seus rosto.Me aproximei ainda mais e selei os lábios de forma carinhosa.Ele quis aprofundar o beijo e eu permiti.Arrastei a minha mão,que estava em seu rosto para a sua nuca.

levou um de suas mãos ao meu rosto e a outra deslizou até a minha cintura,colando nossos corpos.Empurrei o meu corpo contra o dele,fazendo com que ele fosse pra trás e apoiasse seu corpo em seu carro.Ele abriu as pernas,para que eu pudesse ficar mais próxima dele.

Pela primeira vez em muito tempo,o beijo foi intensificado.O beijo foi se intensificando cada vez mais e trocou de lugar comigo,me apoiando em seu carro e me pressionando contra ele.Senti algo inexplicável dentro de mim,algo que me fazia querer cada vez.
- .. -Eu suspirei,quando consegui terminar o beijo.Coloquei uma de minhas mãos no peito dele e o empurrei pra longe de mim. - É melhor nos pararmos por aqui. - Eu sorri,sentindo aquilo dentro de mim se acalmar aos poucos.
- Desculpa,é que você.. - riu,sem jeito.
- Não diz nada. - Eu sorri,negando com a cabeça.
- É sério,não faz mais isso.. - passou a mão pelo cabelo,ainda meio desconsertado com a situação.
- Eu sei,me desculpa. - Eu ri do quanto o estava sem graça.
- Não tem graça.. - riu,tentando ficar sério.
- Não vou fazer de novo. - Eu fui até ele,me aproximei e lhe dei um selinho longo. - Desculpa. - Eu selei os lábios dele mais rapidamente.
- Ta tudo bem. - Foi ele quem me deu um selinho carinhoso dessa vez.
- Podemos ir embora? - Eu perguntei.
- Você ainda não colocou a pulseira.. - Ele estendeu a mão,me entregando a pulseira.
- Er,me esqueci. - Eu peguei a pulseira. - Me ajuda a colocar? - Eu perguntei e ele se aproximou e me ajudou a colocar.
- Agora nós podemos ir.. - sorriu pra mim de forma doce.
- Então vamos.. - Ele me acompanhou até o outro lado do carro,abriu a porta e eu me sentei no banco do passageiro.Segundos depois,ele se sentou ao meu lado.

Chegamos em minha casa,minutos depois.Ele desligou o carro.
- Você vai na escola amanhã,né? - perguntou.
- Vou! - Eu respondi,empolgada.
- Ótimo,vou ter que fazer uma muralha em volta de você pro Peter não chegar perto. - suspirou,contrariado.
- Esquece ele,. - Eu ri.
- Ta,mas se ele tentar algo com você,eu vou quebrar ele. - disse,sério.
- Ele não vai.Esquece isso,ok? - Eu pedi encarecidamente.
- Ta.. - sorriu fraco.
- Então,até amanhã. - sorriu lindamente.
- Até amanhã. - Eu sorri pra ele da mesma forma.
- Espera! Eu levo você até a porta. - disse,enquanto eu descia do carro.
- Claro. - Eu concordei.

Andamos lado a lado até a porta da minha casa.Quando chegamos lá,olhamos um pro outro,ficando frente a frente.Ele sorriu,aproximando sua mão da minha e a segurando.Ele ouviu um barulho dentro da minha casa e percebeu que meus pais ainda estavam acordados.Apontou pra porta e colocou o dedo em seus lábios,pedindo silêncio.
- Boa noite. - Ele disse sem emitir som algum.
- Boa noite,. - Eu disse da mesma forma.Sorrimos um pro outro.
- Eu amo você. - Ele disse novamente,sem emitir som algum.Sorriu da forma mais linda do mundo.
- Eu também amo você. - Eu também não emiti som.

Ainda segurava uma das minhas mãos,quando se aproximou e dei um beijo carinhoso em minha bochecha.Sorri,comovida com o jeito que ele estava sendo doce e carinhoso comigo.Ele soltou a minha mão e se afastou,indo em direção ao seu carro.Entrei em minha casa,sorrindo como uma idiota.
- Olá,querida.Como foi? - Minha mãe perguntou,curiosa.
- Foi ótimo,mãe. - Eu disse com convicção.
- Fico feliz. - Minha mãe se aproximou e me abraçou.
- Eu também,mãe. - Dei um beijo no rosto dela. - Vou dormir.Amanhã tem escola. - Eu disse,subindo as escadas.
- Espera.. - Minha mãe pediu e eu voltei a olhá-la.
- Acho que eu já posso te devolver isso. - Era o meu antigo celular.
- AHN! Obrigada,mãe! - Eu agradeci,pegando o celular de suas mãos.
- Boa noite,filha. - Ela se despediu e eu subi as escadas e entrei em meu quarto.

Eu nunca havia me sentido tão feliz,tão realizada como naquele dia.Só o poderia fazer do dia em que eu fui parar no hospital,ser o melhor da minha vida.Sorri ao sentir o cheiro do perfume que ainda estava empregnado da minha roupa.Troquei de roupa,colocando o pijama.Deitei em minha cama.Queria dormir logo para que chegasse logo a hora de ir para a escola e vê-lo novamente.É claro que eu não resisti.Tive que mandar um sms pra ele:

‘ Eu já estou com saudades!’

já estava em sua casa a estava terminando de comer um chocolate na cozinha,quando sentiu o seu celular vibrar em seu bolso.Olhou a mensagem e sorriu.

‘Se dependesse de mim,eu não sairia do seu lado nunca mais.’

Ele respondeu o sms,enquanto subia pro seu quarto.Entrou,tirou sua camiseta e a colocou em cima da cadeira e se jogou em sua cama em seguida.Eu mandei outra mensagem:

‘O que você está fazendo?’

‘O que eu faço de melhor: pensar em você.’

Ele respondeu.Aproveitou que estava com seu celular e reviu a foto que nós havíamos tirado naquela noite.Sorriu fraco,se lembrando do quanto eu estava bonita naquela noite.Eu estava sorrindo como uma boba quando mandei outra mensagem:

‘Own! Quero dormir pra que chegue amanhã logo.Quero estar do seu lado mais uma vez.’

‘Só mais uma vez? Poxa! Eu quero estar do seu lado a minha vida toda.’

respondeu,sorriu imaginando qual seria a minha reação ao ler aquilo.Eu enlouqueci.Ele era o cara mais incrível do mundo.Respondi novamente:

‘Eu também quero,meu amor. *.*’

sorriu lendo a mensagem.Ler que a garota que você ama quer passar o resto da vida dela com você,não e exatamente uma coisa comum de se ouvir.

‘Linda <3’

respondeu,ainda encantado com a minha resposta anterior.

‘Vou dormir,pra que amanhã cedo chegue mais rápido! Haha’

Eu respondi,rindo de mim mesma. também riu da minha mensagem e a respondeu:

‘Queria estar ai do seu lado,só ficar a noite inteira te vendo dormir.
Até amanhã.Eu te amo demais.Não se esqueça nunca disso.Boa noite.
Beijos.’


‘Boa noite! Eu amo você! Beijos. <3’

Respondi a mensagem,me sentindo a garota mais sortuda de todo o mundo.Coloquei o celular sobre o criado mudo,ao lado da minha cama e adormeci,lembrando de cada detalhe daquele dia,lembrando de cada momento em que passei ao lado dele.Ele fazia com que eu me sentisse a melhor pessoa do mundo,fazia com que eu me sentisse especial.Estávamos juntos novamente e nada e nem ninguém poderia mudar isso.

colocou o celular embaixo de seu travesseiro.Se levantou para colocar o shorts do seu pijama.Preferiu dormir sem camiseta naquele dia,por causa do calor que estava. ainda não acreditava que um dia pode ter mudado toda a sua vida.Aquele dia era pra ser o pior de toda a sua vida e acabou se tornando o melhor,somente por minha causa.Sua vida estava normal de novo,estava feliz de novo.

Não há melhor coisa no mundo do que amar e ser amado.Amar o amor da sua vida e saber que ele também te ama,saber que ele faria qualquer coisa pela sua felicidade,pela sua segurança,pelo seu bem.A sensação de querer passar a vida inteira ao lado de uma pessoa e saber que ela também quer passar a vida toda ao seu lado.Amor verdadeiro é isso: não se explica,não se controla,não se racionaliza,não tem maldade.É puro,é simplesmente amor.


Capítulo 28 - Adeus, Peter




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:





- Nossa, tudo isso só pra ir pra escola? - disse rindo, quando me viu mais arrumada do que o normal na mesa de café da manhã.
- Você não vai me irritar hoje, lindinho. - Eu me levantei, indo pegar a minha bolsa que estava em cima do sofá.

Ok, ele estava certo. Eu estava mais arrumada do que o normal, mas era a minha volta oficial pra escola e...o estava lá. Eu não poderia ir de qualquer jeito. Não era nada exagerado também.

Fomos pra escola e pela primeira vez não chegamos atrasados. estacionou o carro e fomos em direção a entrada da escola. Passamos pelo portão e finalmente chegamos no pátio, onde todos esperavam que o sinal do início das aulas tocasse.

estava sentado em dos degraus da escada ao lado de e , enquanto as garotas conversavam com eles de pé. Eu e vimos eles e nos aproximamos. Eu olhei pro , observando o sua expressão séria falando com . Sorri, sem acreditar no quanto ele era bonito e só meu.

Quando ele finalmente me viu, eu estava há alguns passos dele. Ele olhou pra mim e deu um lindo e enorme sorriso.

- Bom dia! - Eu disse pra todos.
- Bom dia! - Todos me responderam de forma sorridente. Pareciam estar todos felizes.
- Quantos sorrisos.. - Eu comentei, rindo.
- Estamos felizes por você estar aqui. - disse, sorrindo.
- Que lindos.. - Eu disse comovida com o ato deles. ficou sério do nada, estava olhando pro portão da escola. Me virei para ver o que era e vi Peter entrando na escola.
- Acho melhor nós irmos pra sala, né? - sorriu, ao perceber que Peter havia chego na escola. Aliás, todos perceberam.
- Eu também acho! - Eu concordei. Não queria confusão.
- Não vamos pra sala nenhuma. Não vou ficar fugindo dele. Deixa ele vir. - se levantou, indo ao meu lado com o seu ar de autoridade.
- , por favor. - Eu pedi, encarecidamente.
- Eu não estou fazendo nada. - ergueu os ombros.
- Mas você vai.. - Eu disse, séria.
- Não vou fazer nada se ele não fizer nada. - sorriu pra mim, tentando me acalmar.
- , manda ele parar.. - Eu pedi, sabendo que não faria o que eu estava pedindo.
- Desculpa , mas eu to do lado dele.. - também se levantou.
- ? - Eu implorei com o olhar.
- Desculpa . - sorriu fraco.
- Nem peça pra mim! Você me conhece. - disse, sério.
- .. - Eu olhei pra ele, negando com a cabeça.
- Ta, mas não adianta ficar fugindo.. - pegou a sua mochila e a colocou nas costas.
- Obrigada. - Eu sorri, agradecida. Eu odiava isso de confusão. Faria qualquer coisa para evitar isso.

Fomos pra sala. As três primeiras aulas, eram as que eu mais odiava, mas em compensação, as duas últimas seriam de Sociologia, a única aula que eu tinha com o e isso fazia daquele dia, um dos meus favoritos na escola.

As aulas acabaram passando rapidamente e sinal do intervalo logo tocou. Desci no pátio e percebi que todos já estavam lá, me esperando.

- Tudo bem? - perguntou com um belo sorriso no rosto.
- Sim e você? - Eu sorri pra ele. Ele estava sendo tão cuidadoso comigo que chegava a ser doce, mas ao mesmo tempo sufocante.
- Melhor agora. - Ele riu de forma divertida e piscou um dos olhos.
- , se você for pior que o nesse lance de romance, eu vou te dar um soco. - revirou os olhos.
- Noooooooooossa! Falou o cara que pediu a namorada em namoro do jeito mais romântico do mundo.. - Eu debochei.
- Não foi do jeito mais romântico do mundo.. - negou com a cabeça.
- Foi sim.. - Os olhos de brilharam.
- Não foi não. Eu faria melhor.. - fez careta. Olhei pra ele, surpresa. ESPERA! O que foi aquilo?
- Você quis dizer algo com isso? - Eu sorri, sem jeito.
- Eu? - riu, sem jeito. - Nada e você? - arqueou a sobrancelha, ainda rindo.
- Eu o que? - Eu ri da nossa idiotice.
- Vocês parecem dois retardados.. - revirou os olhos.
- É, somos dois retardados que pelo menos assumimos o que sentimos um pelo outro. - Eu sorri falsamente . não ouviu, pois estava conversando algo com .
- Chata.. - mostrou a língua pra mim.
- Linda.. - sorriu pra mim de forma doce.
- Filho da p.. - disse do nada.
- O que? - não entendeu o motivo pra tamanho xingamento.
- O Peter.. - disse, apontando pra Peter com a cabeça. - Ele ta vindo.. - completou.
- O cara não tem noção do perigo.. - riu de forma sarcástica, vendo Peter se aproximar com outros 2 amigos.
- Ele não tem, mas eu tenho.. - Eu disse, nervosa. - Vamos descer, . - Eu pedi, segurando uma das mãos dele e tentando puxá-lo.
- Você sabe que eu não vou sair daqui, né? - olhou pra mim, sério.
- Puta merda, .. - Eu suspirei, indignada.
- Oi ! - Ouvi Peter dizer, mesmo eu estando de costas pra ele. Fiz careta, sabendo que aquilo não daria certo. Me virei para olhá-lo e o encarei.
- Peter, vai embora.. - Eu aconselhei. Eu era uma santa mesmo. Depois de tudo o que ele fez, eu deveria deixar que quebrasse a cara dele.
- Nós precisamos conversar.. - Peter disse, olhando pra mim com um olhar triste. apenas observava, de braços cruzados ao meu lado, assim como .
- Não tem nada pra conversar. - Eu afirmei, querendo finalizar logo aquela conversa.
- Você sabe que tem, mas não quer fazer isso na frente do nervosinho, ae.. - Peter disse, olhando pra com desprezo. fez o primeiro movimento em direção ao Peter e eu entrei em sua frente.
- Peter, é melhor você ir embora. - Eu aconselhei novamente.
- Nós conversaremos uma outra hora. Quando não estiver ninguém atrapalhando.. - Peter disse e olhou pro com o mesmo desprezo.
- Faça isso pra ver o que acontece.. - fuzilou Peter com os olhos.
- Está me ameaçando, Jonas? - Peter riu.
- Por que, está se sentindo ameaçado? - sorriu. - Não tem ninguém pra você se esconder atrás dessa vez, não é? - riu de forma debochada.
- Até depois, . - Peter ignorou e voltou a olhar pra mim, saindo com seus amigos em seguida.
- Mas é muito atrevido esse Peter.. - revirou os olhos.
- Não é novidade pra mim.. - Eu suspirei, aliviada. Sem brigas!
- Para com isso.. - olhou pra mim, bravo.
- Com isso o que? - Eu arqueei a sobrancelha, sem saber o que tinha feito.
- De falar dele como se você o conhecesse tão bem. - continuava a me olhar, bravo.
- Infelizmente eu conheço! - Eu disse a verdade.
- Ciúmes a essa altura do campeonato, ? - gargalhou.
- Fica na sua, . - bufou.
- Você é tão bobo.. - Eu ri, olhando pra ele.
- Não tem graça.. - disse, segurando o riso e pegando a sua mochila, depois de ouvir o sinal do final do intervalo tocar.
- Sabe o que não tem graça nenhuma? - Eu fiquei séria, enquanto todos nós íamos em direção a sala de Sociologia.
- O que? - perguntou, olhando pra mim.
- Essas garotas babando em você.. - Eu disse, demonstrando a minha irritação.
- Eu sou irresistível! Fazer o que? - riu, fazendo pose de modelo.
- É, vai lá com elas então.. - Eu empurrei ele, que estava do meu lado.
- Só uma delas me importa. - riu, voltando a andar ao meu lado.
- E quem seria? - Eu arqueei a sobrancelha e cruzei os braços.
- Você.. - sorriu pra mim de forma doce.
- Eu? Mas eu não babo em você.. - Eu ri da cara dele.
- Não? - perguntou, rindo. - Vai me dizer que eu não te seduzo quando eu fico sério, assim.. - ficou sério. - E passo a mão no cabelo, desse jeito. - demonstrou a cena.
- Não seduz.. - Eu menti. Eu só queria irritá-lo.
- E se eu sorrir desse jeito? - sorriu.
- Também não.. - Eu gargalhei da frustração.
- E se eu te olhar assim.. - cerrou os olhos, olhando de forma sexy.
- PUTA QUE PARIU,! Fala que te seduz pelo amor de Deus! Essa merda ta acabando com a minha reputação. - disse, revoltado ,vendo que muitas pessoas no corredor faziam cara feia pra nós, ouvindo o que o dizia.
- Que reputação, mané? - gargalhou.
- A pouca que ainda me resta.. - também riu.

Entramos na sala de Sociologia e se sentou ao lado de . ao lado de e quando ia senta-se do meu lado, mas o impediu.

- Vai se fuder... - disse, bravo. - Vocês não vão me fazer sentar do lado dela. - disse baixo, se referindo a .
- Ê frescura, viu.. - disse, indignado, se sentando entre e .

As aulas da Sra. Dark não estavam nada interessantes naquele dia. Ela falava algumas teorias chatas. Eu me esforçava pra entender, mas não conseguia. Me assustei, quando senti o celular vibrar no meu estojo. Abri a mensagem, disfarçadamente. Não era permitido na sala de aula

' Não consigo prestar atenção na aula. Você está tirando a minha concentração. Não consigo parar de olhar pra você. ;) '

Li a mensagem e dei um sorriso espontâneo e olhei pro . Um de seus cotovelos estavam apoiados na carteira e seu rosto estava apoiado em sua mão. Ele sorriu quando olhei pra ele. Neguei com a cabeça e voltei a olhar pro meu celular para responder a mensagem.

'Ok,agora você me seduziu.. ;p '

Ele abriu a mensagem e segurou o riso, para que a Sra. Dark não notasse. Ele voltou a olhar pro visor do celular.

' Sabia! haha '

disse, não conseguindo segurar o riso dessa vez.

- Algum problema, Sr. Jonas? - Sra. Dark interrompeu a aula, sem entender o motivo de rir. paralisou na mesma hora.
- Não, Sra. Dark. Eu só me lembrei de uma coisa engraçada. Desculpe! - disse, ficando sério.
- Que não se repita ou você irá se lembrar de coisas engraçadas ao lado do diretor. - Sra. Dark ameaçou, voltando a sua explicação. olhou pra mim, negando com a cabeça. Eu sorri, segurando o riso.

A aula de Sociologia finalmente acabou. Eu estava quase dormindo já! Todos se levantaram e foram em direção a porta da sala.

- Eu quase dormi.. - disse, passando uma das mãos pelos olhos vermelhos.
- Eu também! - Eu concordei.
- Não via a hora que acabasse.. - resmungou.
- Ela estava chata, hoje. - fez careta.
- Também! Você começou a rir no meio da aula dela. - gargalhou.
- Foi sem querer.. - voltou a rir.

Subimos as escadas e fomos em direção a saída da escola. O resto do pessoal estava mais a frente, só eu e estávamos mais atrás.

- Hey, eu preciso ir no banheiro. Vai indo lá com o povo que eu já alcanço vocês. - disse.E u concordei e ele saiu rapidamente, em direção ao banheiro.

Comecei a andar em direção ao estacionamento da escola. Já havia perdido o pessoal de vista no meio de todo aquele povo saindo pelo portão. Ia tentar encontrá-los lá no estacionamento mesmo. Cheguei no estacionamento e olhei por todo o lugar, tentando achá-los.

- Cadê eles? - Eu falei sozinha, quase sem emitir som.
- FINALMENTE! - Alguém me puxou pelo braço.
- Peter.. - Eu disse, revirando os olhos.
- Dá pra conversar agora? - Peter perguntou, irritado.
- Sabe quando vai dar pra conversar? - Eu perguntei de forma retórica. - NUNCA! - Eu quase gritei. - Entendeu, agora? - Eu forcei um sorriso e virei de costas pra ele. Achei ter terminado a conversa.
- Quando foi que você ficou tão chata assim? - Peter disse, puxando o meu braço novamente, só que com mais força.
- Eu fico assim toda vez que você chega perto de mim. - Eu disse, furiosa. Estava tentando me soltar da mão dele, que ainda segurava meu braço com força.
- Você não ficava assim antes.. - Peter sorriu de forma sarcástica.
- Solta! Você está me machucando.. - Eu disse, tentando me soltar da mão dele novamente.
- Para de frescura! Nem estou apertando.. - Peter revirou os olhos, sem soltar o meu braço.
- Solta AGORA! - Eu disse com toda a fúria do mundo.
- Não vou soltar enquanto nós não conversarmos o que temos que conversar. - Peter disse irritado, enquanto me puxava pra mais perto dele.
- Não, você vai soltar agora. - apareceu, atrás de mim. Reconheci sua voz.
- Chegou o estraga prazeres.. - Peter revirou os olhos, sem me soltar.
- Eu vou ser algo bem pior se você não soltar ela agora.. - tentou não ficar tão irritado, mas não estava conseguindo se controlar.

Peter olhou pro , irado. Olhou pra mim e negou com a cabeça, como se eu tivesse feito algo errado. Me soltou de forma brusca, me empurrando em seguida. se aproximou de mim, colocou uma mão em cada lado do meu rosto e olhou em meus olhos.

- Tudo bem? - Ele disse, preocupado.
- Eu to bem. - Eu forcei um sorriso. Na verdade, meu braço estava doendo.
- Fica atrás de mim.. - pediu. - Não! Nós vamos embora.. - Eu disse, séria.
- Não começa, . - disse, irritado.
- Qual o problema, Jonas? Não quer que eu converse com ela, por que tem medo dela voltar pra mim? - Peter sorriu, irônico. , que ainda estava virado pra mim, virou pra olhar o Peter.
- Você não se enxerga, né Peter? - forçou uma risada.
- Ela me quis 2 vezes. Não vejo por que não querer 3.. - Peter olhou pra mim, como se estivesse me propondo algo.
- Pois é, e em todas as vezes, ela acaba voltando pra mim. - disse, achando que calaria a boca do Peter.
- Sabe por que ela volta? Por que você fica fazendo esses seus showzinhos de fazer tudo por ela. Você influencia ela! - Peter disse, furioso.
- Você nem sabe do que está falando, idiota! - também ficou irritado agora.

Eu via tudo com o coração apertado. Queria impedir e entrar no meio pra pedir que eles parassem, mas sei que não adiantaria.

- Estou falando do beijo na Jessie e na sua quase desistência da vaga de capitão do time! - Peter esbravejou. - Aposto que você fica falando pra ela tudo o que você é capaz de fazer por ela, só pra que ela fique babando em você como uma idiota! - Peter apontou o dedo na cara do .
- Idiota é a sua mãe! E não enfia o dedo na minha cara, seu filho da p.. - demonstrou que avançaria em Peter e eu entrei em sua frente.
- Do que ele ta falando? O que Jessie e o time de futebol tem haver com isso? - Eu perguntei, sem entender.
- Não é nada! - disse, bravo por eu ter entrado em sua frente.
- Você não sabe, não? - Peter sentiu o conflito que havia ali, percebeu que eu não sabia de tudo. Percebeu que mesmo não me tendo de volta, ele tinha mais uma (a última) de fazer com que o também não me tivesse.
- Saber do que? - Eu virei pro Peter, irritada. Odiava que ele ficasse dando essas indiretas e não falasse logo qual era o problema.
- NÃO É NADA! - disse, bravo.
- O que ta acontecendo? - chegou ofegante. Havia ouvido os gritos de longe e veio correndo.
- Tira a sua irmã daqui. - pediu, olhando pro .
- CONTA PRA ELA,JONAS! - Peter provocou mais uma vez. fuzilou Peter com os olhos. - Para de mentir pra garota! - Peter continuou provocando.
- Mentir sobre o que? - Eu olhei pro , sem entender nada. olhou pra mim e não respondeu. - FALA LOGO, ! - Eu disse, nervosa.
- Enquanto você estava sem memória.. - hesitou continuar.
- FALA! - Eu gritei, irritada.
- Esse merda me chantageou. - olhou pro Peter por um segundo, irritadíssimo. - Se eu não fizesse o que ele mandasse, ele contaria toda a verdade pra você sobre o acidente e a sua perda de memória. - disse de forma contrariada. Não queria contar. Não precisava contar.
- Mas como.. - Eu não conseguia entender.
- Mandei ele ficar com a Jessie e ele fez com o maior prazer. Você mesma viu! - Peter se intrometeu.
- CALA A BOCA, filho da pu..! - gritou pro Peter.
- Foi por isso que você ficou com a Jessie? - Eu perguntei, chocada.
- Foi.. - negou com a cabeça. Percebeu a minha expressão de desaprovação.
- FALA SOBRE O TÍTULO DE CAPITÃO,JONAS! - Peter gritou, botando pressão.
- Peter, eu juro por Deus que se você abri a sua boca de novo.. - disse, sem paciência.
- ESQUECE ELE, ! - Eu gritei, revoltada. - Fala comigo! Me conta.. - Eu pedi, um pouco mais calma. me olhou de forma triste, negou com a cabeça.
- Ele também me mandou desistir do título de capitão do time de futebol, para que ele ficasse com a vaga.. - me disse, receoso.
- Você não fez isso.. - Eu disse, implorando mentalmente para que ele não tivesse feito isso. - Me diz que você não fez, .. - Eu pedi encarecidamente.
- Eu não fiz, mas eu ia.. - disse, sério.
- .. - Eu disse, negando com a cabeça.
- Eu sabia que você ia ficar assim. - disse, visivelmente chateado.  
- Isso tem que parar, .- Eu disse com um fraco sorriso no rosto. - Tem que parar. - Eu reafirmei, saindo dali em seguida.

Aquilo era muito difícil pra mim. pensa em mim antes dele mesmo e isso não está certo. Ele deve fazer as coisas por ele e não por mim. Ele não deve estar sempre se prejudicando por minha causa. Eu não posso deixar que isso aconteça. Eu amo ele e não posso deixar que ele continue fazendo isso com ele mesmo. Como eu já disse: isso tem que parar.

Decidi ir embora a pé mesmo. e Peter que se matem, já que querem tanto mostrar o quanto são valentes. Homens tem esse defeito. Eles lutam por você, uma luta que já nem existe mais.

não foi atrás de mim. Sabia que eu precisava e queria ficar sozinha. Ele ir atrás de mim agora, não adiantaria nada. Só iria piorar as coisas. Encarou Peter com toda a raiva do mundo.

- Era isso que você queria, não é? – perguntou, olhando Peter com ainda mais raiva.
- Se eu não posso tê-la, você também não terá ,Jonas. - Peter disse, sério.
- CHEGA! - quase gritou, indo em direção ao Peter. Nunca esteve tão furioso na vida. Pegou Peter pelo colarinho e pressionou contra a grade do estacionamento. - EU VOU FALAR UMA VEZ SÓ! - olhava nos olhos do Peter com toda a fúria do mundo. - SOME,IDIOTA! SOME! - pressionou Peter novamente contra a grade, dessa vez com mais força. - Muda de escola, muda de cidade, muda de pais! Por que se eu te ver na minha frente mais uma vez.. - disse, irado. - Eu vou fazer você engolir as suas bolas! ENTENDEU? - gritou. Esperou que Peter respondesse e isso não foi feito. Peter apenas olhava pro , assustado. - EU PERGUNTEI SE VOCÊ ENTENDEU, SEU MERDA! - empurrou Peter contra a grade de forma ainda mais forte.
- Entendi. - Peter disse, visivelmente assustado. Nunca tinha visto tão bravo durante todos esses anos.
- Bom. - fingiu um sorriso e soltou Peter de forma brusca.

olhou , que observava tudo, sem interferir. sorriu, estava orgulhoso do amigo. se aproximou de . Quanto mais longe ficasse do Peter, melhor. Tinha medo do que toda aquela raiva que ele sentia, poderia fazê-lo fazer.
- Cara, estou orgulhoso! - riu, quando se aproximou.
- Eu acho que descontei toda a raiva que eu senti todos esses anos.. - comentou.
- Eu achei que ele fosse chorar.. - gargalhou mais uma vez.
- Para de rir! Sua irmã vai me odiar por isso. - disse, contrariado.
- Vocês estão sempre se odiando. Qual a diferença? - disse, despreocupado.
- Ela não gosta do fato de eu fazer essas coisas por ela... - explicou.
- Conversa com ela. - aconselhou.
- Eu vou fazer isso mesmo, mas mais tarde. Ela não deve estar querendo conversar comigo agora. - disse, olhando pra ver se Peter ainda estava ali. Ele não estava.
- Cadê o resto do povo? - perguntou, se referindo ao , e as garotas.
- Ficaram no carro. - até tinha se esquecido. - Deixa eu ir lá. Eles devem estar fritando no carro. - riu. - Já ta tudo bem, né? - perguntou, antes de sair.
- Está! Não se preocupa. - sorriu pro amigo, admirando o seu gesto.
- Ta bom. Até depois. - saiu, depois dele e fazerem o seu 'toque' rotineiro.

foi em direção ao seu carro e entrou nele. Estava preocupado comigo e com a situação. Ele já sabia da minha opinião sobre o fato dele fazer tudo por mim. Sabia que uma conversa resolveria tudo, mas não gostava de saber que eu estava chateada com ele nesse momento.

Foi pra casa, almoçou com os pais e com e subiu para o seu quarto. Estava morrendo de sono, pois havia passado a noite trabalhando em algo importante. Deitou em sua cama e colocou o celular embaixo do travesseiro, pois queria escutá-lo quando ele despertasse ás 6 horas.

Cheguei em minha casa totalmente chateada com a situação. fazer tudo por mim é algo que eu admiro, qualquer garota gostaria de estar no meu lugar, gostaria de ser amada como ele me ama, mas eu não consigo ser tão egoísta assim. Eu não consigo deixar que ele continue fazendo o possível e o impossível por mim. Na verdade,o problema nem é ele fazer tanta coisa por mim. O problema é ele fazer por mim, coisas que prejudiquem ele mesmo.

Não quis nem almoçar. Dei uma desculpa qualquer pra minha mãe e subi pro meu quarto, troquei a roupa do uniforme e coloquei outra qualquer. Passei a tarde toda sem ter a mínima vontade de fazer alguma coisa. A TV foi a única coisa que me distraiu.

O celular de despertou ás 6, como ele havia programado. Levantou com toda a dificuldade do mundo. Estava com tanta preguiça. Se espreguiçou e ficou um tempo sentado em sua cama, encarando o chão. Não sabia se estava fazendo aquilo por preguiça ou por não saber o que faria. Decidiu que tomaria banho e iria para a minha casa, para que nós conversássemos.

Saiu do banho e vestiu a sua tradicional camiseta branca lisa, uma calça jeans escura e o seu tênis. Conferiu o espelho rapidamente e só deu uma ajeitada no cabelo. Pensou se deveria me ligar, avisando que iria até a minha casa. Achou melhor não ligar. Sabia que eu inventaria uma desculpa qualquer para adiar aquela conversa.

Desceu as escadas de sua casa com as chaves de seu carro na mão. A casa estava silenciosa. Provavelmente haviam ido no super mercado e não quiseram acordá-lo para avisar. Confirmou se seu celular estava em seu bolso, pois sabia que sua mãe ligaria pra ele quando chegasse em casa e visse que ele não estava mais lá.

Foi pro seu carro e dirigiu até a minha casa pensando no que me diria para me deixar menos chateada com aquela história. Estacionou o carro em frente a minha casa e olhou pra minha janela, vendo a luz do meu quarto acesa. Pegou seu celular e discou o meu número rapidamente.

O celular tocou em cima do meu criado mudo, me assustando. Olhei a tela do celular e li ' ligando..'. Pensei 1,2,3 vezes antes de atender. Não sabia se era a hora certa pra falar sobre aquilo.

- Alô? - Eu atendi, tentando demonstrar a minha melhor voz.
- Oi.. - disse com uma voz doce.
- Oi . - Eu sorri, só por ter ouvido a voz dele. Mesmo que eu estivesse brava, ouvir a voz dele era tudo o que eu precisava.
- Você está bem? - perguntou, abrindo a porta do seu carro, saindo dele e ficando parado na frente da minha casa, olhando pra minha janela.
- Eu acho que sim e você? - Eu tentei não dizer isso da forma mais deprimente do mundo.
- Eu não. - respondeu com sinceridade.
- Não? - Eu fiz careta, sabendo qual era o motivo.
- Você está chateada comigo. - disse com a voz triste. - Eu não gosto de ficar assim com você. Nós precisamos conversar. - disse com o mesmo tom de voz.
- .. - Eu disse, sentindo o meu coração doer só por sentir a tristeza na voz dele.
- Você pode descer? Eu estou aqui na frente da sua casa. - perguntou, ainda olhando pra minha janela. Eu arqueei a sobrancelha, me levantando da minha cama e indo até a janela. Abri a cortina e olhei lá embaixo. Vi olhando pra mim, uma das mãos estavam no bolso, enquanto a outra segurava o celular em seu ouvido. - Oi.. - disse pelo celular, levantou a mão e acenou.
- Hey.. - Eu sorri, acenando também. - Vou descer. Só um minuto.. - Eu disse, saindo da janela e indo em direção ao meu guarda-roupa.
- Ta bom, beijo. - disse, se despedindo.
- Beijo. - Eu respondi e desliguei o celular.

Abri o meu guarda-roupa, já que eu estava com uma roupa ridícula. Por mais que eu só fosse até a frente da minha casa, estaria lá. Isso muda muita coisa. Optei por um vestidinho florido, simples ( VEJA O VESTIDO AQUI ).Coloquei uma rasteirinha e dei uma ajeitada rápida no cabelo, que estava um pouco bagunçado por que eu estava deitada. Desci as escadas, fui em direção a porta e a abri. estava sentado de costas na calçada em frente a minha casa. Aproveitei que ele não estava olhando e sorri sozinha. Estava tão bonitinho ali, me esperando.

Fechei a porta e me aproximei, sem fazer barulho nenhum. Quando cheguei nele, me sentei ao seu lado. Ele olhou pra mim e sorriu fraco. Fiz o mesmo, apesar de tudo. Eu simplesmente não conseguia resistir.

- Foram 5 minutos e não 1.. - comentou, querendo começar o assunto de forma não tão ‘pesada’.
- Você não avisou que vinha. - Eu me defendi.
- Você não me deixaria vir aqui se eu avisasse. - se explicou.
- Você me conhece.. - Eu disse e deixei de olhá-lo, olhando pra casa da vizinha da frente. concordou com a cabeça, sem dizer nada. Ficamos em silêncio por um tempo, olhando a casa do outro lado da rua.
- Escuta.. - disse, virando o seu corpo pra mim. Esperou que eu fizesse o mesmo para continuar a falar. - Desculpa ter escondido aquilo de você. - disse, se mostrando arrependido. - Era o melhor pra você, pra nós.. - disse, olhando em meus olhos.
- Pra mim? E o que era melhor pra você, ? - Eu perguntei, olhando pra ele de forma séria.
- Eu sabia que a conversa ia tomar esse rumo. - se mostrou descontente. - Eu sei o que eu fiz, sei que parece errado pra você, mas parece certo demais pra mim. Eu fiz por você e faria de novo. - disse de forma tão convicta, que me deixou até meio surpresa.
- Não diz isso, . - Eu senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas consegui evitar que elas caíssem, neguei com a cabeça.
- O que você queria que eu fizesse? - perguntou, olhando pra mim. - A felicidade e a saúde da pessoa mais importante no mundo pra mim dependia de mim. - disse, sério. - Como eu dormiria a noite, sabendo que eu poderia ter feito alguma coisa por você e eu não havia feito? - Os olhos de também se encheram de lágrimas.
- E como você acha que eu me sinto? - Meu coração partiu, vendo as lágrimas nos olhos dele. - Eu amo tanto você, . Saber que de alguma forma eu impedi a sua felicidade, acaba comigo. - sorriu fraco com os olhos marejados. Colocou o seu braço em torno de mim e me puxou pra perto dele. Apoiei a minha cabeça no peito dele e ele colocou seus braços em torno de mim, me abraçando forte. As lágrimas finalmente escorreram pelo meu rosto. levou uma de suas mãos até o meu cabelo e o acariciou, depositando um beijo no mesmo lugar.
- Hey, olha pra mim. - pediu, fazendo com que nós afastássemos nossos corpos, para que eu fizesse o que ele pediu. Ele olhou em meus olhos e sorriu de forma doce. - Você nunca impediu a minha felicidade. - negou com a cabeça e aproximou uma de suas mãos do meu rosto e colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. - Você ainda não percebeu que o meu sorriso depende do seu? Não percebeu que você é a minha felicidade? - perguntou da forma mais doce do mundo.
- Promete, . Promete que vai pensar em você, antes de pensar em mim? Promete que não vai sacrificar a sua felicidade pela minha? - Eu pedi, olhando nos olhos dele.
- Eu não vou prometer isso. - disse, sério.
- Por que não? - Eu perguntei, sem entender. Me levantei da calçada, perturbada. se levantou também e foi até mim, segurando uma das minhas mãos e entrelaçando nossos dedos.
- Presta a atenção.. - olhou em meus olhos. - Eu entendo que esteja preocupada comigo, mas eu amo você. Se você está bem, eu estou bem. Se você está segura, eu estou seguro. Cuidando de você, eu estou cuidando de mim mesmo. - Meus olhos voltaram a se encher lágrimas ao ouvir aquelas palavras. - E além disso, eu sinto essa necessidade enorme de cuidar de você, de fazer você sorrir, de dizer o quanto você é importante pra mim, de estar com você todos os minutos do meu dia, de.. - Ele sorriu fraco. - Guardar você só pra mim. - Uma de nossas mãos continuavam entrelaçadas, enquanto ele fazia carinho na mesma. Um sorriso espontâneo surgiu em meu rosto, enquanto uma lágrima escorria pelo meu rosto. Me aproximei dele e o abracei, colocando meus braços em volta de seu pescoço.Ele compartilhou o abraço, colocando seus braços em torno da minha cintura. Ambos fechamos os olhos pra sentir cada segundo daquele abraço. O abraço foi finalizado, porém os braços de continuavam em torno da minha cintura e continuávamos muito próximos.
- Como eu consegui ficar tanto tempo sem você? - Eu perguntei com um sorriso bobo no rosto. Levei uma das minhas mãos até o rosto dele.
- Você nunca ficou sem mim. Eu sempre estive lá, do seu lado todos os dias. Eu sempre estive do seu lado para o que você precisasse. Você só não percebia isso. - disse de forma encantadora.

Não consegui responder, apenas sorri. Quando percebeu o meu sorriso, os olhos de decaíram até os meus lábios. Fiz o mesmo, por puro impulso. Voltamos a nos olhar nos olhos e de novo pros lábios. tomou a iniciativa e aproximou ainda mais o seu rosto do meu, fazendo com que as pontas dos nossos narizes se tocassem. Olhou meus olhos pela última vez e viu eles se fecharem lentamente, enquanto seus lábios já tocavam os meus. também fechou os seus olhos e rapidamente pediu passagem para aprofundar o beijo. A passagem foi dada por mim e o beijo, apesar de aprofundado, não foi intensificado. Levei a minha mão até a nuca dele e entrelacei meus dedos em seu cabelo. manteve seus braços em torno da minha cintura. O beijo foi interrompido pelo celular do ,que começou a tocar.

- Oi mãe. - fez careta, fazendo com que eu risse.
- Onde você está, filho? - Ela perguntou, preocupada.
- Estou na casa do . - respondeu. Não estava mentindo.
- Na casa da , vocês quer dizer. - A mãe de riu.
- Mãe, é o mesmo lugar! - arqueou a sobrancelha.
- Você vai demorar pra vir embora? - Ela perguntou, mudando de assunto, quando percebeu que estava comigo.
- Eu já estou indo. - revirou os olhos novamente. - Tudo bem, querido. Estou te esperando pra jantar. Beijos. - Ela disse, atenciosa.
- Beijos. - desligou, irritado.

- Vai ter que ir embora, né? - Eu fiz bico.
- Sim, estão me esperando pra jantar. - também fez bico.
- Queria que ficasse mais um pouco comigo. - Eu disse, tristemente.
- Se dependesse de mim, eu não saia do seu lado nunca mais. - sorriu fraco, se aproximando de mim novamente. Também sorri de forma fraca, sem conseguir dizer nada. percebeu que havia algo errado. Eu ainda estava preocupada.
- Hey, não quero que fique preocupada com isso, ok? Você quer me ver feliz? Então não fique assim. - segurou a minha mão mais uma vez e entrelaçou nossos dedos. - Eu faria tudo por você sim, mas essa é a consequência de amor. Fazer tudo pela felicidade da pessoa que ama, sem se importar do quão dolorosa seja a sua consequência. Eu fiz por você e sei que em alguma hora, você fará por mim. Eu não me preocupo com isso. Confio em você, confio em nós e sei que tudo vai dar certo. - disse, tentando me deixar menos preocupada. - Você acredita em nós? - Ele perguntou, me olhando com um lindo sorriso no rosto.
- Acredito. - Eu afirmei com a cabeça.
- Então não se preocupa. - se aproximou e beijou a minha testa de forma carinhosa.
- Certo. - Eu sorri fraco. Ele conseguia me acalmar de uma maneira maluca, que eu não conseguiria explicar.
- Não vou embora, enquanto não ver aquele sorriso no seu rosto. - parou, esperando pelo meu sorriso.
- Esse? - Forcei um sorriso de propósito.
- Não. Aquele que não é forçado, sabe? - riu, fazendo com que eu também risse. - Esse! - disse, se referindo ao meu sorriso.
- Eu vou ficar bem, ok? Prometo. - Eu disse, despreocupando ele.
- Ta bom, então... - disse, satisfeito. - Boa noite. - Ele sorriu fraco, me olhando de forma doce.
- Boa noite. - Aproximei o meu rosto do dele e ele me deu um longo e carinhoso selinho.
- Eu te amo. - Ele disse, logo depois de finalizar o selinho. - Não esquece. - Ele deu outro selinho rápido.
- Só se você não esquecer que eu também amo você. - Eu disse e ele riu baixo. - Não vou. Nunca. - deu o último selinho. - Até amanhã, linda. - começou a andar de costas, para que continuasse olhando pra mim. Chegou em seu carro e abriu a porta, entrando em seguida.

Fui até a porta da minha casa e só entrei, quando ele foi embora. Eu estava mais tranquila sim. Eu havia entendido que não se pode controlar as consequências do amor .Eu sabia que se fosse eu no lugar de , faria a mesma coisa. Não posso julgá-lo por isso. Não posso julgá-lo por me amar tanto. Não posso julgá-lo por ser o garoto que eu sempre desejei que ele fosse.

- ! - pulou na minha cama ,me dando um susto.
- TA MALUCO,GAROTO? - Eu gritei, revoltada.
- PARABÉNS! - Ele me abraçou carinhosamente. Eu queria dar um soco nele, mas não podia. Ele estava sendo fofo.
- Obrigadaaa! - Eu também abracei ele, agradecida.
- Que você continue sendo essa irmã linda e insuportável que você sempre foi, mas que eu amo muito. - Ele riu da minha cara.
- Insuportável, é? - Eu ataquei uma almofada nele e empurrei ele da cama, sem ter noção da minha força e acabei derrubando ele no chão. Ele teve ataques de risos e não conseguia parar de rir, assim como eu.
- Caralho, você é forte! - Ele comentou. - Se você quiser uma vaga no time da escola, eu arranjo pra você! - disse, ainda rindo.
- Besta.. - Eu ataquei uma outra almofada nele.
- Que bagunça é essa? - Minha mãe apareceu no quarto, preocupada, depois de ouvir o barulhão de caindo no chão.
- Esse doido, pulou na minha cama! - Eu disse, indignada.
- Eu estava dando parabéns! É diferente! - revirou os olhos, se levantando do chão.
- Bem, então já vou aproveitar.. - Minha mãe se aproximou e me abraçou. - Feliz Aniversário, querida! Que você tenha muita saúde e que você seja sempre muito feliz. - Minha mãe disse, enquanto ainda me abraçava.
- Obrigada, mãe! - Eu agradeci, quase morrendo sufocada com o abraço.
- Okay! Chega de bagunça e desçam tomar café. Está quase na hora da escola. - Minha mãe disse, botando ordem.
- Ta, vou me trocar. - andou em direção a saída do quarto. - NÃO ENROLA,HEIN. - me avisou.
- TA BOM! - Eu disse, revoltada. Ele tinha que me dizer isso todos os dias?

Fui tomar um banho rápido, pois precisava estar mais cheirosa do que o normal. Todos iriam me abraçar naquele dia. Coloquei o uniforme e amarrei o cabelo em um alto rabo de cavalo e passei uma maquiagem bem leve.

Eu estava curiosa! Curiosa pra saber o que falaria pra mim ou o que ele faria pra mim. Não sei, parecia que ele estava armando algo. Eu sei que ontem a noite ele não falou nada sobre o meu aniversário, para despistar. Não haveria festa, pois eu já havia combinado isso com os meus pais.

Peguei a minha bolsa e desci pra tomar um rápido café da manhã. Encontrei meu pai na escada e ele aproveitou para me desejar feliz aniversário, mas voltou pra cama em seguida. Cheguei na cozinha e já estava terminando o seu café.

- Não vai dar tempo de você comer. Pega uma fruta e vamos embora. - disse, se levantando da mesa.
- Dá tempo sim.. - Eu ia me sentar.
- NÃO DÁ! - gritou.
- Por que você quer que eu chegue tão cedo na escola? - Eu olhei, desconfiada.
- Ahn? - arqueou a sobrancelha.
- O que vocês estão armando? - Eu perguntei, rindo.
- Não estamos armando nada, sua maluca. - riu da minha cara. - Só marquei com a . - explicou.
- Você não vai trazer ela aqui pra nos apresentá-la como sua namorada? - Minha mãe perguntou.
- Você já conhece, mãe! É A ! - riu.
- Não como sua namorada! - Minha mãe, debateu.
- Ta, um dia eu trago ela aqui. - deixou pra lá. - Vamos, . - Voltou a me apressar.
- Puta merda! - Eu disse, revoltada. - Vaaaaamos então! - Eu me levantei, terminando de tomar o resto de café que havia na xícara. Fui até o sofá e peguei a minha bolsa e a coloquei no meu ombro.
- Boa aula. - Minha mãe deu um rápido beijo em nós dois e nós saímos.

nunca esteve com tanta pressa na vida. Chegamos na escola bem mais cedo do que o normal. O estacionamento até estava meio vazio. Passamos pelo portão da escola e fomos pro pátio, onde todos costumavam ficar. , , , e já estavam lá, sentados na escada.

- Olha só, se não é a minha aniversariante favorita. - disse, sorrindo pra mim.
- Aniversariante? Que aniversariante? - se fingiu de desentendido. Lancei um olhar maligno pra ele no mesmo instante e ele riu.
- Parabéeeeeeeeeeens, amiga! - me abraçou calorosamente.
- Obrigada, linda! - Agradeci, enquanto ainda nos abraçávamos.
- Você acha que eu esqueceria do aniversário da minha melhor amiga? - perguntou, rindo.
- Você não é louco! - Eu disse, rindo.
- Parabéns, . - me abraçou forte da forma mais carinhosa do mundo. - Obrigado por me aturar todos esses anos e por ser a melhor amiga do mundo! - completou a frase e finalizou o abraço.
- Parabéns, gata. - também me abraçou. - Você é a melhor cunhada que eu poderia ter! - Ela riu e terminou o abraço.
- Obrigada, sua puxa saco. - Eu brinquei e nós gargalhamos.
- Parabéens ! - também me abraçou. - Você sabe que sempre pode contar comigo, né? - Ele perguntou, sorrindo.
- Obrigada, . Você é o único centrado desses garotos. Não sei o que eu faria sem você. - Eu brinquei e e me olharam feio.
- ! PARABÉEENS! - gritou no meio do pátio. Todos olharam. - Muitas felicidades. Obrigada por me permitir ser sua amiga. - me abraçou rapidamente.
- Eu adoro o jeito que vocês são discretos. - Eu disse e eles riram.
- Eu pulei na cama dela, hoje. - disse, gargalhando.
- Quase me matou de susto. - Eu disse, negando com a cabeça. - Besta. - Eu revirei os olhos.
- Não era pro já ter chego, não? - mudou totalmente o assunto.
- Eu ia falar a mesma coisa. - Eu disse, olhando pro portão da escola para ver se ele não estava chegando agora.
- Se a não sabe, eu vou saber? - arqueou a sobrancelha.
- Ele deve estar preparando algo especial.. - deduziu.
- Deve mesmo! - Os olhos de brilharam.
- Será? - Eu sorri, sem jeito. Eu estava tãaao curiosa! Por que ele não chegava logo?

Continuamos conversando por mais uns 5 minutos. Nada do . Eu olhava pro portão da escola a cada 5 segundos. me contava uma história qualquer e eu nem estava prestando a atenção. Minha cabeça estava em outro lugar.

- O chegou.. - disse no meio da nossa conversa, fazendo com que eu olhasse pro portão da escola imediatamente. Ele estava com a cabeça baixa e com as mãos no bolso. Quando ele levantou o seu rosto e olhou pra mim, ele sorriu de uma forma indescritível. O sorriso dele fez com que eu também sorrisse, sem nem perceber.
- E ai,povo! - disse, cumprimentando os meninos com aqueles toques que eles tinham. Chegou em mim, se aproximou e beijou minha bochecha de forma carinhosa. - Oi, . - Ele disse, sorrindo. ' '? Fazia tempo que ele não me chamava assim. Estava até sentindo falta.
- Oi.. - Eu disse, parecendo uma idiota. Era incrível como a presença do fazia com que eu agisse como uma idiota. Era só ver ele e pronto. Sem contar com as borboletas no meu estômago e os disparos do meu coração. ficou ao meu lado, enquanto todos olhavam pra cara dele. Ficaram surpresos por não ter me desejado feliz aniversário. - Eu sei, eu me atrasei! Meu carro não queria pegar. - disse, revirando os olhos.

O sinal do início das aulas tocou, fazendo com que todos os alunos começassem a ir pras suas classes.
- Vamos logo, que hoje tem prova. - disse, apressando , que teria aquela aula com ele.
- Vamos. - deu um rápido beijo na .
- Nos vemos no intervalo. - Ele sorriu rapidamente e saiu com . , e olharam pra minha cara, chocadas.
- Espera! O que foi isso? - disse, sem acreditar.
- Ele esqueceu? - perguntou, também sem acreditar.
- Ele não pode ter esquecido. - negou com a cabeça. Não era possível.
- Só eu notei que ele estava..estranho? - Eu perguntei, tentando achar um motivo qualquer pra justificar o que ele havia feito.
- Eu vou ir lá falar com ele.. - ia saindo e eu o impedi de fazer isso.
- Não! - Eu disse, séria. - Não quero que ele lembre só por que vocês falaram. Não quero que nenhum de vocês falem. - Eu ordenei.
- Ele sempre lembrou.. - analisou.
- As vezes ele só se esqueceu, por que chegou atrasado. Estava com muita coisa na cabeça. No intervalo ele vai lembrar. - disse, tentando me consolar.
- É, pode ser. - Eu sorri, tentando mostrar que aquilo não tivesse estragado o meu dia.
- Vamos pra sala, vai. A inspetora já está vindo nos expulsar daqui. - revirou os olhos.
- Até depois. - Eu disse, descendo as escadas, enquanto todos eles subiam.

Por mais que eu tentasse disfarçar, aquilo tinha sim me deixado chateada. Eu estava tão na expectativa para receber os parabéns dele. Era o meu primeiro aniversário em que estávamos juntos. Eu não queria presente, só queria algo especial. Talvez um abraço, um beijo, qualquer coisa. Qualquer coisa que viesse dele, seria especial e diferente do que eu receberia de outras pessoas.

As três aulas passaram e eu nem percebi. Estava com a cabeça em outro lugar. Ainda bem que eu não teria prova naquele dia. Desci pro intervalo e todos já estavam no mesmo lugar de sempre.

- Oi! - Eu sorri, me sentando na mesa, ao lado de .
- A professora de Biologia falou que ele foi transferido. - disse, enquanto conversava com os garotos. Nem notou quando eu cheguei.
- Quem foi transferido? - Eu perguntei, tentando entrar no assunto.
- O Peter! - olhou pra mim, todo feliz.
- NÃO ACREDITO! - Eu disse, chocada.
- Por que você não parece estar feliz? - arqueou a sobrancelha.
- Eu to feliz. - Eu sorri, sem jeito. Por que ele estava falando comigo daquele jeito?
- Não parece. - me olhou, sério.
- Você quer o que? Que eu solte fogos aqui no meio do pátio? - Eu disse, irritada. Ele esquece o meu aniversário e ainda fica me dando patada! DÁ UM TEMPO!
- Por que você fica desse jeito, quando falo do Peter? - também se irritou.
- Por que apesar de tudo, você ainda se sente inseguro com relação a mim e o Peter. - Eu respondi, revoltada.
- Eu não me sinto inseguro sobre nada! Eu deveria? - perguntou com seu tom irônico.
- Vai se ferrar, . - Eu disse, olhando pra ele com a maior raiva do mundo. Me levantei da mesa, levando a minha bolsa comigo. O banheiro feminino era o único lugar que o não poderia entrar. Foi lá mesmo que eu entrei. Encarei o espelho e percebi meus olhos cheios de lágrimas. Lagrimas de ódio! Quem era ele pra ficar duvidando de mim daquele jeito?
- Ain, ! Não fica assim. - disse, assim que entrou no banheiro ao lado de e .
- Por que ele está me tratando daquele jeito? Não fiz nada! - Eu disse, revoltada.
- Hey, calma. - me abraçou, tentando me acalmar.
- Ele só deve estar tendo um dia ruim. - também tentou justificar.
- E eu devo deixar ele estragar o dia do meu aniversário por isso? - Eu perguntei, indignada.
- Não. - negou com a cabeça. - Comemore sem ele. Você não precisou dele até hoje. - disse.
- É, vamos sair só nós quatro. Vamos no shopping, sei lá. - gostou da ideia.
- Quer saber? É exatamente isso que vou fazer. - Eu disse de forma convicta.
- Combinado! - aceitou no mesmo instante.


- Precisava pegar tão pesado? - fez careta.
- Precisava. É o único jeito! - disse com uma cara nada boa.


O sinal do intervalo tocou e eu consegui ir pra classe, sem ser vista pelo . Sabia que ele iria querer conversar. Não estava nem um pouco a fim de fazer aquilo naquele momento, muito menos naquele dia. Também não vi ele na hora da saída, o que era ótimo. Ver ele só me deixaria mais irritada. Ele não tinha o direito de me tratar daquele jeito. Não naquele dia.

Eu e as garotas combinamos de passar o dia todo juntas. Cheguei da escola e fui rapidamente trocar de roupa, pois iriámos almoçar no Mc Donalds, que ficava ali perto da minha casa e depois assistiríamos filmes e iriámos ao shopping. Sim,eu estava chateada. não havia se lembrado do meu dia e estava sendo tão grosso comigo, sem ter motivo nenhum. Era com ele que eu queria passar esse dia.

Soltei o cabelo e coloquei um shortinho, uma camisa branca e o meu velho all star. Optei por alguns acessórios como pulseiras, uma corrente discreta no pescoço e o meu estimado ray ban ( VEJA A ROUPA ).Peguei a minha bolsa e o meu celular, descendo as escadas apressadamente. Eu estava morrendo de fome e eu aposto que as meninas também estavam. - Pai, estou saindo. - Eu disse, passando pela cozinha.
- Tudo bem, filha. - Meu pai concordou.
- Tenha um ótimo dia e se divirta. - Minha mãe ,que também estava na cozinha, disse com um enorme sorriso no rosto.
- Obrigada! - Eu agradeci, saindo pela porta rapidamente. Como o lugar era bem perto da minha casa, fui a pé mesmo. disse que emprestaria o carro do seu pai, para nos levar no shopping mais tarde.

Em menos de 5 minutos, cheguei no Mc Donalds. Entrei no local e coloquei o ray ban pendurado na camisa, enquanto olhava por todo o lugar. Não achei elas, então escolhi uma mesa e me sentei para esperá-las.

Comecei a observar o movimento do lugar, que por sinal estava bem grande. Aquele lugar lotava na hora do almoço. Me senti privilegiada por ter achado uma mesa vazia. Observei os lanches que saiam de minuto em minuto, a correria dos atendentes que muitas vezes davam aos clientes pedidos errados. O toque do meu celular me fez despertar.

- Alô? - Eu disse, sem saber quem era. Não havia visto o visor do celular.
- Oi . - Era a .
- Oi gata. Cadê vocês? - Eu perguntei, me referindo a e também,pois elas viriam juntas.
- Então, nós vamos nos atrasar um pouquinho. Estamos na casa da . Você sabe como é. - segurou sua risada.
- Sei.. - Eu gargalhei.
- Você já está ai? - perguntou.
- Estou e estou faminta! - Eu disse, sentindo a minha barriga implorar por comida.
- Aguenta mais um pouco. Já estamos chegando. - avisou.
- Ta, mas tenta ir logo. - Eu pedi encarecidamente.
- Ta bom! Beijos! - disse e desligou.


- - ELA JÁ TA LÁ? - perguntou em voz alta.
- Está! - riu.
- Liga pra ele então pra avisar. - disse, eufórica.
- Vou ligar! - disse, mexendo no celular.

-

Voltei a observar os funcionários do restaurante. Tinha alguns clientes revoltados com a demora e outros se queixando que seu pedido veio errado. Não consegui ver mais nada, quando alguém entrou, ou melhor, se sentou na minha frente. Era o . ESPERA,O ?

- O que você está fazendo aqui? - Eu arqueei a sobrancelha.
- Suspresa. - Ele deu um lindo sorriso. Seus olhos eu não consegui ver, por causa do ray ban, que por sinal era bem parecido com o meu.
- Você está brincando, né? - Eu fiz cara de mal-humorada.
- Escuta.. - disse, vendo que eu ainda estava muito brava.
- Não! Escuta você! - Eu disse,irritada. - Eu não quero ver você, não quero falar com você. Vai embora. - Eu disse, séria.
- Não, você entendeu tudo errado. - riu da minha cara, me deixando ainda mais irritada. - Foi tudo combinado. - sorriu divertidamente. - Você já sabia que eu faria algo pra você no seu aniversário. Não teria graça. Então fiz você achar que eu esqueci, pra realmente ser uma surpresa. - tirou o ray ban, pendurando ele em sua camiseta branca. Eu olhei pra ele, sem acreditar.
- Eles mentiram.. - Eu sorri, surpresa. Me referi as garotas, que me fizeram ir até lá e aos garotas, que não me contaram nada na escola.
- Sim ,são todos os meus cumplices. - voltou a rir.
- Não acredito que eu cai nessa. - Eu sorri e fuzilei com os olhos.
- Acredite, você caiu. - sorriu de forma divertida.
- Eu vou te matar! - Eu ri de mim mesma. Como eu pude ser tão boba? riu, se levantou e se sentou ao meu lado.
- Agora eu posso dizer.. - me olhou de forma doce. - Feliz aniversário, . - Ele disse, antes de me abraçar. Me abraçou tão forte, mas ao mesmo tempo com tanto carinho. - Que eu sempre possa estar do seu lado pra comemorar essa data tão importante. - beijou a minha testa de forma carinhosa.
- Se depender de mim, você vai comemorar todas as datas importantes do meu lado. - Eu sorri, encantada.
- Com você, todos os meus dias são datas importantes. - Ele me olhou de forma doce em meus olhos. - Como você consegue fazer com que eu pare de te odiar em 5 minutos? - Eu ri, indignada.
- São anos de experiência, meu bem. - gargalhou, assim como eu.
- Certo, eu estou faminta, mas tenho que esperar as meninas chegarem. - Eu fiz bico, olhando o cardápio.
- Meninas? Que meninas? - riu da minha cara.
- Elas não vão vir, né? - Eu arqueei a sobrancelha, rindo.
- Não. - negou com a cabeça. - Hoje somos só eu e você. - fez uma cara sedutora, fazendo com que eu gargalhasse.
- Então, vamos comer? - Eu perguntei, sem jeito. Eu estava tão faminta, que eu estava até quebrando os climas.
- Você é tão estraga prazeres.. - revirou os olhos.
- Desculpaaaa, mas eu não tomei café. Eu to com fome mesmo! - Eu disse, tentando justificar a minha insensibilidade.
- Ta bom, então vamos pedir logo. - pegou o cardápio das minhas mãos, fingindo estar bravo.
- É impressionante como tem horas que você é mais sensível do que eu. - Eu gargalhei e abaixou o cardápio, me fuzilando com os olhos.
- Okay, vou ser um grosso a partir de agora, então. - disse, indignado. - Não, não. Desculpe! - Eu me aproximei dele e o abracei rapidamente. - Eu amo o seu lado sensível. Foi esse lado que fez com que eu.. - Eu sorri, sem jeito. OKAY, O QUE EU ESTOU FAZENDO?
- Que fez com que você o que? - riu, curioso.
- Nada. - Eu neguei com a cabeça, envergonhada. ONDE EU ESTAVA COM A CABEÇA?
- Diz.. - Ele sorriu fraco.
- Que fez com que.. - Eu hesitei mais uma vez. Deixei de olhá-lo e olhei pras minhas mãos, que brincavam com o meu celular. - Eu me apaixonasse por você. - Eu disse em tom baixo.
- Own, que linda. - Ele sorriu, encantado, enquanto me abraçava de lado.
- Certo, agora eu me sinto uma idiota. - Eu ri de mim mesma, enquanto negava com a cabeça.
- Hey.. - disse, fazendo com que eu olhasse pra ele. - Eu sou completamente apaixonado por você há 6 anos. - Ele disse sério, enquanto me olhava nos olhos. - Pronto. Agora somos dois idiotas. - Ele sorriu fraco .Eu não tive reação, só sorri como uma boba.
- É bom ver esse sorriso no seu rosto. Você me olhou com tanto ódio, hoje de manhã. - riu.
- Você me irritou! - Eu me justifiquei, rindo.
- Eu sei. Desculpe pelo que eu disse pra você, eu só precisava deixar você...irritada. - voltou a sorrir fraco.
- Tudo bem, eu não estou mais brava. - Eu voltei a pegar o cardápio.
- É bom mesmo, pois teremos um longo dia pela frente. - avisou, esperando pela minha reação.
- Você não vai me dizer o que vamos fazer hoje, né? - Eu deduzi, fazendo careta.
- Não.. - riu.
- Sabia.. - Eu revirei os olhos.
- Ta, vamos comer logo. - pegou o cardápio da minha mão de novo.
- PARA DE FAZER ISSO. - Eu disse ,rindo.
- Você fica enrolando. Escolhe logo o que vai comer. É COMIDA E NÃO ROUPA! - revirou os olhos.
- Você pode voltar a ser sensível agora, por favor. - Eu ri, cutucando a barriga dele com meu cotovelo.
- Engraçadinha.. - Ele riu, olhando pra mim.

Pedimos o lanche, que não demorou tanto para chegar em nossa mesa. Como eu já disse, os funcionários de lá eram rápidos.

- Você parece uma criança comendo esse lanche.. - disse, me vendo lambuzar minhas mãos com molho, enquanto alguns ingredientes caiam do meu lanche.
- Olha quem fala! - Eu revirei os olhos, indiferente.
- Eu nem estou sujo.. - arqueou a sobrancelha, sem entender. Olhei pra ele e ri, aproximei a minha mão lambuzada de molho do rosto dele e passei molho no nariz dele.
- Agora está. - Eu continuei rindo, enquanto ele me fuzilava com os olhos.
- Você sempre faz isso. - Ele passou o dedo pelo nariz, tirando todo o molho que havia lá.
- Eu sei que você gosta.. - Eu voltei a comer o meu lanche.
- Você está cheia das graças hoje, né? - perguntou, negando com a cabeça. Pegou um guardanapo e limpou o seu nariz com ele.
- Eu também sei que você gosta disso. - Eu disse, limpando a minha boca e os meus dedos com guardanapo. Ele olhou pra mim e riu.
- Você tem razão. Eu amo isso. - Ele sorriu de forma incrível, fazendo com que eu ficasse sem jeito.

Terminamos o lanche e obviamente o não me deixou pagar, por mais que eu insistisse.

- O presente é meu, eu vou pagar e fica quieta. - disse na frente da moça do caixa, que ria de nós dois.
- Presente? - Eu perguntei, sem entender.
- É, esse almoço é dos meus presentes. - disse, entregando o dinheiro pra moça do caixa.
- Um dos seus presentes? - Eu arqueei a sobrancelha.
- É! Você não achou que fosse só um, né? - guardou a carteira no bolso.
- Não vou nem perguntar, por que sei que você não vai falar nada. - Eu ri, enquanto saíamos do restaurante.
- Não vou mesmo. - riu, colocando o seu ray ban. Eu fiz o mesmo, quando nós já estávamos chegando no carro dele.

Entramos em seu carro e colocamos o cinto de segurança. Ele começou a dirigir e ligou o rádio, que tocava uma música qualquer.

- Você se importa em passar na minha casa? - perguntou, olhando pra mim, enquanto esperava o semáforo abrir. - Se eu não te levar lá, eu acho que a morre. - negou com a cabeça, rindo.
- Claro que eu não me importo. Eu estou morrendo de saudades dela. - Eu ri do exagero do .
- Ela vai adorar. - comentou, voltando a dirigir, vendo o semáforo abrir.

dirigiu até a sua casa. Quando chegamos lá, nós descemos do carro e fomos em direção a porta.

- Sua mãe está ai? - Eu perguntei, levantando o meu ray ban e colocando-o em minha cabeça.
- Está.. - olhou pra mim, sem entender o motivo da pergunta.
- Awn, que vergonha. - Eu sorri, nervosa. Paramos de andar.
- Não precisa ficar com vergonha, ok? Ela não morde! - riu da minha cara.
- Não é isso. É que ela sabe sobre...nós. - Olhei pra ele, nervosa.
- Todo mundo sabe sobre nós. - voltou a rir.
- Olha, eu prometo que não vou sair do seu lado, ok? - sugeriu, esperando pra saber a minha decisão.
- Ain, ta bom. - Eu sorri e voltei a andar ao lado dele.

Chegamos na porta e ele abriu a abriu. A sala estava vazia e ele me segurou pela mão, me puxando pra dentro da casa. Fomos pra cozinha e lá estava a sua mãe de costas.

- Mãe? - disse e ela rapidamente se virou. Quando me viu, ela sorriu. Seus olhos foram imediatamente pra minha mão e pra do , que ainda estavam dadas. Pensei em soltar a mão do , mas já era tarde demais.
- Oi, . - A mãe dele se aproximou e beijou a bochecha do filho carinhosamente. la então olhou pra mim novamente e parou em minha frente. - Como você está, querida? - Ela me abraçou. Soltei a mão de para poder abraçá-la também.
- Eu estou bem e a senhora? - Eu perguntei, educadamente.
- Estou ótima. - Ela sorriu, olhando pra mim. - Estou feliz que você esteja bem. Eu torci muito pela sua melhora. - Ela me olhou de forma doce.

O jeito que ela me olhava era idêntico ao do . Os olhos, o sorriso.. TUDO. Quando ela olhava pra mim, eu sentia que era verdadeiro. Eu sabia que não era uma dessas mães que só trata as garotas que o filho sai bem, por educação. Não tinha como ser de outro jeito. Ela também me conhecia há 6 anos.

- Muito obrigada. - Eu olhei pra ela, agradecida.
- E como está a sua mãe? - Ela perguntou, sorrindo. Bem, elas eram amigas desde que e se conheceram. Na verdade, minha mãe conhecia os pais de todos os amigos: , , , e .
- Ela está ótima. - Eu dei o meu melhor sorriso.
- Que maravilha. - Ela continuou sorrindo. - E vocês almoçaram? Eu posso fazer alguma coisa pra vocês comerem. - Ela disse, preocupada.
- Não, mãe. Nós já almoçamos. Obrigado. - se antecipou, agradecendo. - Nós só passamos aqui pra ver a . Ela vem me pedindo isso há dias. - riu.
- É mesmo! Como eu pude esquecer? Hoje é o seu aniversário! Parabéns! - Ela me abraçou novamente. Dessa vez de forma mais rápida.
- Muito obrigada. - Eu ri, sem jeito.
- Bem, vamos subir. Estou louco pra ver a cara da . - sorriu, divertidamente.
- Vamos. - Eu concordei, ansiosa.
- Fique a vontade. - A mãe de disse, antes de subirmos.
- Obrigada. - Eu agradeci, enquanto voltava a segurar a minha mão e me puxava pra fora da cozinha. - Hey, devagar. - Eu disse, tentando freia-lo.
- Tenho que tirar você da cozinha rápido, antes que a minha mãe continue puxando assunto. - disse baixo e começou a gargalhar em seguida.
- Não sei por que! Eu adoro a sua mãe. - Eu disse, enquanto subíamos as escadas de mãos dadas.
- Para de se puxar saco, vai. Fica quieta pra não te ouvir. - diminuiu os passos e começou a andar cuidadosamente pelo corredor, assim como eu.
- Ela está ai? - Eu sussurrei, quando paramos em frente a porta de um quarto.
- Sim.. - disse baixo, concordando com a cabeça. - Eu vou entrar e você fica aqui. Eu já venho te buscar. - disse e eu concordei. Ele soltou a minha mão e virou a maçaneta da porta, entrando lá em seguida, deixando a porta um pouco aberta.
- Ahn, oi . - sorriu, colocando a sua boneca no chão e se levantando.
- Oi. - sorriu e se agachou para conversar com ela de mais perto.
- E o que foi? - Ela estranhou. Seu irmão não costumava visitar o seu quarto.
- Eu trouxe uma surpresa pra você. - sorriu, vendo ficar curiosa no mesmo instante.
- Uma surpresa? - Ela sorriu de forma inesperada.
- É.. - concordou com a cabeça.
- Já sei! Aquela Barbie que eu quero tanto! - tentou adivinhar, empolgada.
- Não, melhor. - riu do erro da irmã.
- O carrinho de bebê, claro! - riu da sua lerdeza, por não ter acertado de primeira.
- MELHOR. - sorriu, vendo a expressão pensativa de .
- AIN, ! Eu não sei.. fala logo. - se irritou, cruzando os braços.
- Eu vou ir lá buscar e já trago. Espera aqui. - disse, sério e se levantou, indo até a porta e saindo por ela. Olhou pra mim e riu.
- Já posso entrar? - Eu ri, sem entender.
- Vem.. - segurou a minha mão e me levou pra dentro do quarto.

Quando vi , ela estava de braços cruzados e batendo insistentemente um dos pés no chão. Quando ela me viu? Bem, ela sorriu como nunca. Arregalou os olhos, sem reação.

- ! - disse, antes de sair correndo em minha direção e me dar um forte abraço. O abraço mais gostoso do mundo.
- Oi linda! Que saudade! - Eu disse, enquanto ela ainda me abraçava.
- Achei que tivesse cansado de mim. - Ela riu, terminando o abraço.
- Era mais fácil eu esquecer o do que de você. - Eu disse com a maior ironia do mundo. arqueou a sobrancelha.
- Muito engraçado. - Ele revirou os olhos.
- Mas então, como você está? - Eu perguntei, atenciosamente.
- Estou bem e você? Dá última vez que eu te vi, você estava no hospital. - lembrou, fazendo uma carinha triste.
- Eu já estou bem melhor. - Eu sorri, comovida com a preocupação dela.
- Também está mais bonita. Não é, ? - riu e olhou pro .
- Eu concordo. - sorriu pra mim e eu fiz o mesmo.
- Você também está mais bonita e parece estar maior. Está uma moça! - Eu elogiei. Sabia que aquele era o que toda a garotinha queria ouvir.
- Obrigada, é o que todos andam me dizendo. - sorriu, satisfeita.
- Você sabia que é aniversário dela hoje? - disse, para que me desejasse feliz aniversário.
- SÉRIO? - arregalou os olhos, surpresa. - Parabéns! - Ela voltou a me abraçar.
- Muito obrigada! - Eu ri da espontaneidade dela.
- Por que você não me falou antes, ? Eu nem comprei um presente. - olhou , irritada.
- Não precisa de presente nenhum. - Eu sorri. - Meu presente é rever você. - Eu disse para que ela não ficasse tão desapontada com relação ao presente.
- E qual presente você deu pra ela, ? - perguntou, curiosa.
- Por enquanto um almoço, mas ela ganhará outros durante o dia. - olhou pra mim de forma misteriosa.
- Você não vai me contar nada mesmo? - Eu perguntei, curiosa.
- Claro que não. - riu da minha curiosa.
- Aliás, vamos logo que nós temos muitas coisas pra fazer hoje. - disse, sabendo que se dependesse de mim, eu passaria o dia com a .
- Vaaaamos, então. - Eu sorri, curiosa para o que estava por vir naquele dia.
- Até outro dia então, . - beijou o meu rosto com um sorriso doce no rosto.
- Até, linda. - Eu fiz o mesmo.
- Venha mais vezes me visitar, por que se depender desse chato.. - olhou pro e revirou os olhos, me fazendo rir.
- Ahn, fica na sua, garota. - fez cara feia pra e riu pra mim, indignado.
- Não brigue com ela. - Eu pedi e arqueou a sobrancelha.
- Ta bom, já parei. - revirou os olhos. - Agora vamos logo. - me olhou, sério.
- Vamos, vai. - Eu me levantei e o acompanhei até a porta. Antes de sairmos, olhei para mais uma vez e acenei com uma das mãos.

Eu e descemos as escadas e passamos pela sala, íamos saindo da casa, quando eu me toquei que não havia me despedido da mãe dele.

- Espera, eu nem me despedi da sua mãe. - Eu disse e ele olhou pra mim e revirou os olhos. Estava com tanta pressa.
- Ta, mas seja rápida. - disse, contrariado e me levou até a cozinha.
- Mãe, estamos indo. - disse, fazendo com que sua mãe voltasse a nos olhar.
- Ahn, ta bom. - Ela sorriu de forma doce.
- Bem, até logo. - Eu me aproximei e a cumprimentei com o beijo no rosto e ela fez o mesmo. - Até logo, querida. Apareça mais vezes. - A mãe dele disse, gentilmente.
- Obrigada. Pode deixar que eu vou aparecer. - Eu também disse de forma gentil.
- Tchau, mãe. - se aproximou e beijou o rosto de sua mãe rapidamente.

Saímos da casa do e fomos direto pro seu carro. Eu estava meio pensativa. Pensativa no quanto a mãe e a irmã de gostavam de mim. Eu nunca fiz nada demais para merecer, mas ao mesmo tempo, eu nunca fiz nada para não merecer. É confuso, eu sei. Mas é que.. o jeito que elas me abraçavam. Tinha tanto carinho.

- O que foi? - perguntou, preocupado. Será que havia feito algo errado?
- Não é nada. - Eu sorri fraco.
- Fala. - disse, enquanto estávamos parados no semáforo.
- É que a sua mãe.. - Eu disse e olhei pra ele.
- O que tem ela? - arqueou a sobrancelha, confuso.
- Ela e a são tão legais comigo. Quando eu abracei elas.. - Eu hesitei dizer, por falta de palavras para explicar.
- O que tem? - perguntou, querendo sabendo onde eu chegaria.
- Foi de verdade. - Eu disse e sorri pra ele, sem jeito. Aquilo havia feito alguma sentido?
- Elas gostam de você. - sorriu. - Quem é que não gosta de você, hein? - perguntou.
- Eu também gosto delas. - Eu disse, sorri.
- Ok, chega de falar da minha mãe e da .. - mudou o assunto. - Vamos falar sobre nós.. - riu e olhou pra mim.
- Certo! E pra onde NÓS estamos indo? - Eu perguntou e ele riu.
- Nós já estamos chegando. - disse, passando por um lugar nada estranho pra mim.
- Espera, mas esse aqui não é o lugar.. - Eu comecei a dizer.
- Sim, lugar que só eu, você e sua avó conhecemos. - terminou a frase.
- Mas o que nós vamos fazer lá? - Eu perguntei, curiosa.
- Deixa de ser curiosa. - riu, me fazendo revirar os olhos.

Chegamos no tal lugar e descemos do carro. Tínhamos que seguir um caminho a pé, como de costume.

- Espera, antes eu tenho que te entregar uma coisa. - disse, me alcançando e ficando ao meu lado.
- O que? - Eu perguntei, vendo um embrulho nas mãos dele.
- O segundo presente. - Ele me entregou, sem jeito.
- Não precisava, . - Eu sorri e neguei com a cabeça. Peguei o embrulho e olhava, enquanto eu o abria.
- NÃO ACREDITO! - Eu quase tive um ataque.
- Gostou? - Ele perguntou, rindo.
- Eu venho querendo esse vestido há meses! - Eu disse, em choque.
- Eu sei. - afirmou.
- Sabe como? - Eu arqueei a sobrancelha.
- Fui no shopping com as garotas. Elas quase me enlouqueceram, mas me ajudaram a escolher. - disse, rindo.
- Eu adorei! - Eu sorri e o abracei. - Obrigada. - Eu beijei o rosto dele.
- Só que tem uma condição... - disse, sério.
- Condição pra que? - Eu perguntei, sem entender.
- Pra usar o vestido! - disse, como se fosse algo obvio. - Você só vai usar ele quando eu estiver com você. Ele é curto demais! - disse, sério.
- Tonto! - Eu gargalhei.
- É sério! - Ele tentou não rir.
- Para de graça e vamos , vai. - Eu ri e o puxei em direção ao caminho que deveríamos seguir.

Andamos mais um pouco. me ajudou a passar pelos enormes buracos e nós finalmente chegamos no lugar certo. Encaramos aquela linda paisagem novamente.

- Eu vim aqui dezenas de vezes. Não houve um dia em que essa paisagem não estivesse incrível. - Eu disse, maravilhada.
- É mesmo incrível aqui. Ainda me pergunto como a sua avó achou isso aqui. - disse, ao meu lado.
- Nem eu. - Eu sorri, concordando. - E então? Nós já estamos aqui e agora? - Eu perguntei, extremamente curiosa.
- Vou pegar uma coisa, antes. - tirou sua mochila das costas e a colocou no chão. Tirou de lá um grande cobertor e o estendeu no chão.
- Você não acha que eu vou deitar ai com você ,né? - Eu brinquei, rindo.
- Deixa de ser chata. - revirou os olhos, segurou a minha mão e me puxou fazendo com que nos sentássemos frente a frente em cima do cobertor.
- E o que mais tem na mochila? - Eu olhei pra mochila do lado dele com curiosidade.
- Um outro presente. - pegou a mochila e a colocou em sua frente. - Na verdade, o presente não é exatamente meu. - sorriu fraco.
- Como assim? - Eu arqueei a sobrancelha, séria.
- Vou explicar.. - colocou uma de suas mãos dentro da mochila e de lá tirou dois papéis.
- O que é isso? - Eu perguntei, sem entender.
- Há mais ou menos 6 anos atrás, eu estava na sua casa. Fazia alguns meses que eu havia conhecido o seu irmão. - fez uma breve pausa. - Estávamos na sala, jogando um jogo qualquer. Você estava na escola e os seus pais estavam trabalhando. Sua avó estava cuidando de nós dois. - pausou novamente.
- E então? - Eu perguntei, aflita. O assunto parecia sério e agora envolvia a minha avó. O que seria? - foi ao banheiro e eu fiquei sozinho na sala, esperando ele. Então a sua avó apareceu na sala. Ela tinha alguns biscoitos nas mãos, tinha acabado de tirá-los do forno. - estava sério, mas conseguia ser bem delicado naquele assunto que ele sabia que era tão difícil pra mim.
- Sempre os biscoitos.. - Eu sorri fraco, recordando.
- Sim. - concordou com um sorriso doce.
- E então? - Eu perguntei, voltando a ficar séria.
- Ela apareceu na sala e se sentou ao meu lado no sofá. Ela olhou pra mim e sorriu de forma diferente.. - disse, se lembrando. - É como se.. sei lá, eu fosse um neto dela também. - explicou, olhando pra mim. - Ela me perguntou se eu queria um biscoito e eu disse que sim. Eu peguei o biscoito e ela continuou sorrindo pra mim, enquanto eu comia. Eu disse pra ela que o biscoito estava ótimo e ela riu e agradeceu, dizendo que aquele era o seu biscoito favorito. - contou, cuidadoso. - Ela certamente percebeu a minha mudança de expressão, só por ouvir o seu nome. - sorriu, sem jeito.
- Como a minha avó percebeu que você gostava de mim e eu demorei 6 anos pra descobrir? - Eu perguntei, chocada.
- Ela sabia bem mais do que isso. - voltou a ficar sério e voltou a olhar em meus olhos.
- Como assim? - Eu perguntei, arqueando a sobrancelha.
- Depois de me oferecer o biscoito e me falar sobre você, ela tirou de seu avental dois papeis. - pausou e eu imediatamente olhei pros papeis nas mãos dele e depois voltei a olhá-lo. - Ela me entregou esses dois papeis e disse que um deles era pra mim. Era pra eu ler e não mostrá-lo pra ninguém. Disse que se eu não entendesse agora, entenderia dali alguns anos. O outro papel.. - olhou pra suas mãos e pegou um dos papeis. - Esse papel. - ergueu o papel, me mostrando. - Ela disse que era pra eu te entregar. Disse que não precisava ser naquele dia, nem no dia seguinte, nem naquela semana, nem ao menos naquele mês. - continuou dizendo, vendo meus olhos se enchendo de lágrimas. - Ela disse que era pra eu te entregar aquele papel na hora certa. - sorriu. - Eu não fazia a menor ideia do que ela estava falando. Perguntei qual seria a hora certa. Ela só me disse que eu saberia qual seria a hora certa. - olhou pro papel em sua mão novamente, fiz o mesmo. Em seguida, voltou a me olhar e sorriu. - A hora certa é agora. Agora eu sei. - estendeu uma das mãos, me entregando o papel, enquanto sorria fraco.
- Eu não acredito.. - Eu sorri, enquanto algumas lágrimas escorria pelo meu rosto. Peguei o papel e o olhei por um tempo, sem coragem pra abri-lo e lê-lo.
- Abre.. - me encorajou.

Depois de um certo sacrifício, decidi abri o papel. Meu coração estava disparado e eu estava tão nervosa. Aquilo era algo que eu realmente não esperava.

'É a hora certa, é o lugar certo e a pessoa certa. Eu estou feliz por você. Feliz por saber que existe alguém que te ama tanto, como eu amo você, querida. Não se esqueça de mim e nem dele. Eu sempre soube.

Vovó Katy.'

Quando acabei de ler, comecei a chorar com ainda mais intensidade. se aproximou e me abraçou .Continuei chorando nos braços deles. começou a fazer carinho em minha cabeça, tentando me acalmar.

- Hey, fica calma. Está tudo bem. - terminou o abraço para poder olhar em meu rosto. Colocou uma mão e cada lado do meu rosto, se aproximou e beijou a minha testa, carinhosamente.
- Ela sempre soube. - Eu disse, quando me choro havia diminuído.
- O que? - perguntou, passando a mão em meu rosto, secando delicadamente as lágrimas em meu rosto.
- Leia.. - Eu entreguei o papel e ele leu.
- Mas como? - olhou pra mim, surpreso.
- Não sei. - Eu neguei com a cabeça, tão surpresa quanto ele.
- Espera.. - pegou o outro papel, que estava ao seu lado. Leu ele novamente e sorriu pra mim. - Leia o que ela escreveu pra mim naquele dia. - me entregou o papel e eu peguei.

'Não desista. Lute pelo que você quer. Por mais que seja dificil, que pareça impossível. Não desista. Na hora certa, vai dar certo. Eu sempre soube.'

- Hora certa.. - Eu repeti, olhando pro .
- Agora faz sentido. - sorriu.
- Ela pediu que você não desistisse de mim. - Eu conclui, ainda sem reação. Ainda estava digerindo toda aquela coisa.
- Eu não desisti e ela tinha razão: deu certo. - olhou pra mim e sorriu. Eu demorei um tempo para processar tudo aquilo.
- Obrigada. - Eu olhei pra ele com os olhos cheios de lágrimas, novamente.
- Pelo que? - sorriu, sem entender.
- Por não desistir de mim. - Eu sorri, enquanto algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto.
- Eu esperaria a minha vida toda, sabendo que no final de tudo, eu teria você. - Olhou em meus olhos, sorriu de forma doce e colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.
- Você me faz tão bem. Sabia disso? - Eu perguntei, quando as lágrimas já haviam parado de escorrer e apenas se mantinham em meus olhos. sorriu, feliz com o que tinha acabado de ouvir.
- Eu amo você. - sorriu fraco e olhou em meus olhos. Tocou o meu rosto com uma de suas mãos e acariciou, olhando em meus lábios.
- Eu também amo você. - ainda olhava para meus lábios, quando eu disse isso. Voltou a olhar nos meus olhos e deu um sorriso ainda maior, fazendo com que seus olhos quase fechassem. Tocou o meu queixo com um dos dedos, trazendo o meu rosto pra perto do dele e guiando o caminho até os seus lábios.

Selou os meus lábios lentamente e iniciou um beijo, depois de eu lhe dar permissão para que o aprofundasse. Suas duas mãos tocaram cada lado do meu rosto, impedindo que o beijo fosse terminado.

Depois de um tempo, ambos finalizamos o beijo e antes que desgrudássemos nossas bocas, puxou meu lábio inferior com seus dentes, fazendo com que nós dois ricemos e separássemos nossas bocas de vez.

- Eu sempre quis comemorar o seu aniversário com você, mas eu nunca pude. Você não sabe o quanto eu estou feliz e estar aqui com você, hoje. - disse, pegando minhas mãos e entrelaçando os nossos dedos.
- Obrigada pelos presentes. Eu adorei, . - Eu agradeci da melhor forma que eu consegui.
- Mas ainda não acabou.. - riu.
- Não? - Eu sorri, empolgada.
- É claro que não. Você não acha que eu te daria só 3 presentes, certo? - arqueou a sobrancelha.
- SÓ 3 presentes? - Eu ri com ironia.
- Mais tarde nós conversamos sobre isso, ok? - disse, deitando no cobertor e começando a olhar o céu, que estava nublado apesar do calor. Fiz o mesmo, me deitando ao lado dele.
- Não vai ser legal se nós estivermos aqui quando começar a chover. - Eu comentei, me lembrando do desastre que havia sido da outra vez.
- Por que não? Eu me dei bem da última vez. - sorriu da sua própria piada.
- Idiota.. - Eu ri, revirei os olhos.
- Hey! - Ele riu e olhou pra mim.
- Você começou.. - Eu gargalhei, voltando a observar o céu.
- Eu nada! É sempre você que começa! - fez o mesmo, rindo.
- Quando vamos parar de brigar, hein? - Eu sorri, sem olhá-lo.
- Espero que nunca. Se nós não brigarmos, não seremos nós. - também sorriu e logo quando percebeu que a sua mão estava ao lado da minha, a segurou e entrelaçou nossos dedos. - Foi sempre assim. Sempre estivemos tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Você acha que não, mas as brigas era o que me mantinha próximo a você. - explicou.
- E quando não haviam brigas, nós nem nos falávamos. - Eu conclui.
- Sim. - concordou e olhou pra mim. - Quando nós não brigávamos, eu sentia falta. Falta de você. Eu pensava na coisa mais idiota pra provocar uma briga. - sorriu, sem jeito.
- No fundo, eu sempre gostei das nossas brigas. - Eu sorri pra ele.
- Não parecia. - riu. - Tinha dias que você queria me matar. - continuou rindo.
- Mas tinha dias que você exagerava também. - Eu tentei segurar o riso, mas não consegui.
- PUTA MERDA,COMEÇOU A CHOVER. - gritou, quando milhares de gotas de água começaram a cair sobre as nossas cabeças. Levantamos rapidamente. Eu peguei o papel, que a minha avó tinha escrito e o guardei no bolso. - VEM,CORRE. - estendeu a mão e eu a segurei. Ele me puxou, enquanto corríamos no meio da fraca garoa que caia.

Corremos por um tempo e finalmente chegamos no carro de . Ele abriu a porta rapidamente e eu entrei. Ele deu a volta no carro e entrou na sequência. Eu não havia ficado tão molhada, quanto eu achei que ficaria.

- Tudo bem? - perguntou, olhando pra mim, preocupado.
- Um pouco molhada, mas tudo. - Eu sorri, divertidamente.
- Você nem ficou tão molhada assim, vai. - fez careta. Olhei pra minha roupa e quase morri de vergonha.
- Minha blusa é branca, que merda. - Eu disse, irritada.
- O que que tem? - riu.
- TA TRANSPARENTE. - Eu cruzei os braços, sem jeito. Eu estava de sutiã, mas mesmo assim.
- Ahn é? Nem percebi. - sorriu, descaradamente.
- ! - Eu ri ,indignada.
- Espera, eu tenho uma camiseta xadrez aqui no banco de trás. - se virou e pegou a camiseta, me entregando. - Vai ficar grande, mas serve. - me viu, colocar a camiseta por cima da minha camisa preta.
- Um pouco grande? - Eu ri, vendo a camiseta em meu corpo.
- É só dobrar um pouco.. - riu, vendo a cena. Eu fiz o que ele pediu e até que melhorou.
- Ficou melhor. - Eu disse, depois de ajeitar a camiseta.
- Você ficou linda com a minha camiseta.. - sorriu, divertidamente.
- Obrigada. - Eu sorri, sem jeito. ligou o carro e começou a dirigir para um lugar que eu não sabia qual era. - A chuva parou,que legal. - Eu disse, irritada. A chuva só havia vindo pra nos atrapalhar. Não havia chovido nem 10 minutos!
- Está mais do que provado que a chuva me trás sorte. - riu, se referindo ao beijo que demos na última vez na chuva e a minha blusa que havia ficado transparente por causa da chuva.
- Hm, por que? - Eu perguntei, sem entender. Quando caiu a ficha, eu olhei pra ele, indignada. - ! - Eu disse, dando um tapa no braço dele.
- Eu estou mentindo por acaso? - gargalhou.
- Cala a boca, vai. - Eu ri, sem jeito.

continuou dirigindo para um lugar desconhecido. Pelo menos, pra mim. A chuva não havia voltado, o que era um ótimo sinal.

- Pra onde nós vamos agora? - Eu perguntei, olhando pelo vidro do carro.
- Na verdade, nós já chegamos. - disse desceu do carro, deu a volta e abriu a porta do carro pra mim na sequência. Olhei pro lugar, tentando reconhecê-lo. Era um parquinho. Haviam alguns brinquedos e alguns bancos. Estava vazio, porém estava bem conservado. Eu e nos aproximamos do parque. - Você se lembra daqui? - perguntou, olhando os brinquedos, que lhe traziam tantas recordações.
- Esse parque não me é estranho.. - Eu me esforcei para lembrar. - MEU DEUS! COMO EU PUDE ME ESQUECER? - Eu sorri, surpresa.
- Sabia que se lembraria. - sorriu, satisfeito.
- Eu vinha aqui há uns anos atrás com a , a , a , o , o , o e.. você. - Eu sorri pra ele.
- Vem, vamos sentar. - segurou a minha mão e me puxou até um dos banquinhos mais próximos.
- Faz tanto tempo que eu não venho aqui. Desde que a minha avó.. - Eu não quis dizer a última palavra. Ela era pesada e triste demais.
- Sim, mas eu vinha aqui sempre. - olhou pra mim. - Você tinha aquele lugar com a sua avó e eu tinha esse lugar. - sorriu fraco.
- Por que aqui? - Eu perguntei, curiosa.
- Não sei por que. Eu só sei que quando eu tinha certeza que nós nunca ficaríamos juntos, quando eu estava desistindo do que eu sentia por você, eu vinha aqui. Eu pensava em tudo. O bilhete da sua avó, das nossas brigas, do jeito que eu me sentia quando eu estava perto de você e até das nossas competições naquelas balanças ali, pra ver quem pulava mais longe. - apontou pra algumas balanças, bem ali na nossa frente.
- Hey,eu me lembro disso. - Eu ri, recordando.
- Nós fazíamos isso todas as vezes que vínhamos aqui. - também riu, olhando para as balanças.
- Então, dessa vez não pode ser diferente, certo? - Eu me levantei.
- O que? - não acreditou que eu estava propondo aquilo.
- Venha, vamos! - Eu me aproximei dele, segurei sua mão e o puxei com força, levantando ele do banco.
- Você está falando sério? - riu, empolgado.
- Estou! Aposto que hoje eu ganho. - Eu continuei puxando ele até a balança.
- Ganha nada. - provocou, se sentando em uma das balanças e eu em uma outra, ao lado.
- Vamos ver. - Eu também provoquei, começando a me balançar.
- Eu não vou deixar você ganhar hoje, . - Ele riu, enquanto também começava a a se balançar.
- Para de falar e balança, . - Eu disse, cedendo as provocações dele.

Continuamos a nos balançar. Balançávamos cada vez mais forte e alto. estava um pouco mais forte que eu, mas isso não interferiria tanto na hora do pulo.

- Pronta? - sorriu, olhando pra mim.
- Sim. - Eu concordei, concentrada.
- 1,2,3 e.. - também se concentrou. - JÁ! - Ele gritou e nós pulamos no mesmo instante. acabou caindo no chão antes de mim e eu acabei caindo quase em cima dele. Tivemos ataque de risos.
- Doía menos quando eu era mais novo. - fez cara de dor, mesmo estando rindo.
- Definitivamente. - Eu gargalhei. trocou de lugar comigo com dificuldade, me deixando deitada sobre a areia e ficando por cima de mim.
- Bem, eu acho que eu ganhei. - sorriu, olhando pra mim de perto. Seus cotovelos estavam em cada lado do meu corpo, apoiados na areia.
- Não ganhou nada. Eu ganhei! - Eu sorri, ainda empolgada com a situação.
- 5 anos se passaram e você continua sem saber perder. - me provocou. Percebi quando ele olhou pros meus lábios por alguns segundos.
- 5 anos se passaram e você continua achando que ganha tudo. - Eu também provoquei com um sorriso sedutor no rosto.
- Eu ganho tudo, você sabe. - sorriu, também de forma sedutora. Olhou pros meus lábios mais uma vez.
- Nem tudo, nem sempre, . - Eu ri, empurrando ele e tirando o corpo dele sobre o meu. Me levantei, deixando ele totalmente frustrado na áreia. Comecei a andar em direção ao banco em que estávamos sentados anteriormente, estando de costas pra ele.
- Hey! - se levantou rapidamente e correu atrás de mim. Quando me alcançou, puxou uma das minhas mãos rapidamente e me virou, fazendo com que me corpo colidisse com o dele. - Eu odeio quando você me faz correr atrás de você, sabia? - disse, enquanto nossos narizes roçavam um no outro, sem querer.
- Então não corra. - Eu disse, provocando ele novamente.
- Eu não consigo não correr. - sorriu, frustrado. - Eu correria o mundo atrás de você, se precisasse. Você é o meu ponto fraco. Eu preciso de você. Não posso e nem consigo lutar contra isso. - me olhou nos olhos e sorriu fraco. Ele se aproximou ainda mais e selou os meus lábios rapidamente. Há essa altura, eu já estava totalmente entregue a ele. Fazer o que? - Ok, você ganhou, . - Eu sorri, sem jeito. Ele também sorriu de forma doce e voltou a colar os seus lábios nos meus, iniciando um beijo, que logo mais foi aprofundado. Levei uma das minhas mãos até a nuca dele e entrelacei meus dedos no cabelo dele .Os dois braços dele estavam em torno da minha cintura.

Depois que o beijo já havia durado um tempo, deslizei a mão para o rosto dele, para que eu pudesse terminar o beijo. Terminei o beijo, transformando-o em um selinho carinhoso. Ele sorriu, satisfeito, quando nossos lábios ainda estavam colados. Eu também sorri, achando graça. abriu os olhos e olhou nos meus de tão perto e eu fiz o mesmo. Seus braços ainda estavam em torno da minha cintura. Ele parou de sorrir, para me dar mais um rápido selinho.

- Eu vim aqui tantas vezes e nunca imaginei que voltaria aqui com você. - tirou os braços da minha cintura e entrelaçou os dedos de uma de suas mãos nos meus.
- Eu me lembro de vir aqui todas as tardes. - Eu sorri, olhando o parque.
- Vem aqui.. - me puxou, me levando pra um dos lugares do parque.
- Vai me dizer que você vai querer andar nesse gira-gira? Acho que você não sabe ai. - Eu ri e ele riu junto.
- Não é isso. - soltou a minha mão e se agachou.
- O que você está fazendo? - Eu perguntei, sem entender. Agachei também.
- Há uns 3 anos, eu vim aqui. Eu estava em um daqueles dias de depressão amorosa.. - revirou os olhos, mostrando que não se orgulhava dos seus atos do passado. - Então, quando eu cheguei aqui, eu fiquei melhor. Isso sempre acontecia. Então, eu estava tão certo que a qualquer dia daqueles, eu ia me declarar pra você. - riu, frustradamente.- Eu acabei escrevendo uma coisa em um papel para me encorajar e enterrei aqui. Prometi que se um dia nós nos entendêssemos, eu viria aqui e o desenterraria. - explicou, voltando a olhar pra areia.
- Isso é.. - Eu sorri, surpresa.
- Idiota, eu sei, mas acho que já passou da hora de fazer isso. - riu, negando com a cabeça. Começou a desenterrar e logo encontrou um papel. Olhou pra mim e riu. Estava mesmo lá! Pegou o papel e o limpou, para que pudesse ler o que estava escrito lá. Abriu o papel e leu. Sorriu, sem jeito.
- Posso ler? - Eu pedi, curiosa depois de ver a cara dele.
- Olha.. - me entregou o papel, que ainda estava meio sujo de areia.

'Eu não sei quando e nem como, sendo que eu nem falo com ela direito, mas eu vou conseguir me declarar. Vou dizer pra ela tudo o que eu sinto. Não sei se vou levar um fora, mas se levar, está tudo bem. Pelo menos eu vou poder tirá-la da cabeça. Pelo menos eu vou saber que o fato de não ter dado certo, não foi culpa minha. Ela será minha.'

- Own, que lindo. - Eu olhei pra ele, achando fofo.
- Sem essa de 'own'.Isso é humilhante. - tirou o papel da minha mão, rindo.
- É fofo, . - Eu sorri pra ele.
- FOFO? Eu deveria me sentir melhor? - fez careta.
- Não, espera. Eu tive uma ideia. - Eu coloquei a mão nos bolsos do shorts e não achei o que eu queria. - Você tem um papel ai? - Eu perguntei.
- Eu acho que eu tenho no carro. Pera ae. - se levantou e correu até o seu carro.
- Uma caneta também. - Eu gritei. pegou o papel e uma caneta e voltou até mim. Eu já havia levantado.
- Pra que você quer isso? - Ele perguntou, me entregando o papel e a caneta.
- Vamos escrever uma coisa e enterrar. Daqui um ano, nós voltamos aqui e lemos. - Eu sorri, empolgada.
- NÃO, não vou fazer essa coisa tosca de novo. - riu e negou com a cabeça.
- Vai sim. Escreve algo pra mim e eu vou escrever pra você. Daqui um ano, nós vamos vir aqui e você vai ler o que eu escrevi e eu vou ler o que você escreveu. - Eu disse, me sentando no banco mais próximo para escrever. Apoiei no banco e escrevi a minha 'mensagem'. observava tudo de longe.
- Sua vez.. - Eu entreguei a caneta pra ele e um pedaço de papel.
- Olha as coisas que eu faço por você.. - pegou o papel a força e escreveu. Eu não li o que ele escreveu, obviamente. Dobramos ambos os papeis e ele colocou o meu nome no dele e eu coloquei o dele no meu.
- Agora vamos enterrar. - Eu disse, me agachando. fez o mesmo, me ajudando a enterrar.
- Pronto. - sorriu, depois de termos enterrado os papéis no mesmo lugar, perto do gira-gira.
- Não foi tão ruim assim. - Eu ri dele.
- Se contar isso pra alguém, eu te mato. - Ele também riu, me abraçando pela cintura e me levantando um pouco do chão.
- Eu não vou, prometo! - Eu ri, colocando os meus braços em torno do pescoço dele, enquanto ele ainda me abraçava.
- Tem alguma coisa vibrando, ae? - perguntou, me colocando no chão e terminando o abraço.
- Meu celular.. - Eu tirei do bolso, rindo. - É a . - Eu sorri e atendi.
- Oi ! - disse, empolgada.
- Oi, ! Tudo bem? - Eu perguntei ,vendo se afastando e sentando em um dos bancos, enquanto revirava os olhos.
- Tudo e você? O ta ae? - Ela perguntou.
- Estou bem também. Sim, ele está. - Eu olhei pra ele.
- Okay, fale para ele que o tempo dele já deu. Chegou a nossa vez de comemorarmos o aniversário com você. - riu, sabendo que ficaria furioso.
- Vou colocar no viva-voz e você diz. - Eu disse, me sentando ao lado do . Coloquei no viva-voz.
- ? - queria confirmar se ele estava ouvindo.
- Eu. Oi . - sorriu, curioso pra saber o que ela queria com ele.
- Então, sinto te informar, mas o seu tempo já acabou. Chegou a minha vez e a vez das meninas de comemorar o aniversário com a . - disse, controlando o riso.
- Nem vem.. - revirou os olhos.
- Para de ser egoísta, Jonas. - riu.
- Se eu fosse egoísta, não teria deixado nem ela atender o celular. - respondeu, sério, fazendo com que eu risse.
- Nós vamos sair a noite. Só as garotas. Já está marcado! Vamos passar buscar ela na casa dela ás 7. - avisou.
- Por que eu não posso ir? - perguntou, desconfiado.
- Por que você é um garoto, ! Pelo menos, aparentemente. - provocou.
- HEY! - disse, fingindo estar ofendido.
- Brincadeirinha. - gargalhou.
- NÃO É BRINCADEIRA! - , que estava ao lado da gritou.
- Manda a ficar quieta, ae! - disse, fingindo estar bravo.
- , vamos passar te pegar ás 7,ok? Esteja pronta e esteja linda. - avisou, voltando a falar comigo.
- Ok, pode deixar. - Eu respondi, vendo ficar sério ao meu lado.
- Se vocês levarem ela pra uma balada, eu vou passar o resto da vida perseguindo vocês. Entenderam? - ameaçou e eu voltei a rir.
- Tchau, Jonas. - desprezou . - Tchau, . - se despediu de mim.
- Beijos, linda. - Eu disse e desliguei.
- É sério, elas não vão te levar pra uma balada, né? - perguntou pra mim, inseguro.
- Claro que não. Elas tem namorado, lembra? Não iriam sem eles. - Eu ri da desconfiança dele.
- Hm, bom mesmo. - fez cara de sério.
- Já são 5 horas. É melhor nós já irmos ou eu não vou conseguir me arrumar a tempo. - Eu disse, olhando no relógio.
- Pra que se arrumar? Eu não vou estar lá. - se levantou e eu o acompanhei. Andávamos até o carro.
- Para, . - Eu sorri e neguei com a cabeça. Aquele ciúmes dele não fazia o menor sentido.
- Ta.. - revirou os olhos, abrindo a porta do carro pra que eu entrasse. Eu entrei e ele fechou a porta, dando a volta no carro e sentando no banco do motorista.

Dirigiu até a minha casa. Eu fiquei o caminho todo pensando em que roupa eu usaria. Chegamos na minha casa, estacionou o carro em frente e desligou o carro.

- Chegamos. - avisou, vendo que eu estava pensativa. Ainda pensando na roupa que usaria.
- Então, até amanhã, eu acho. - Eu fiz bico e ele também.
- Não acredito que vai me trocar por aquelas chatas. - se mostrou contrariado.
- Elas já combinaram. Não posso dar pra trás. - Eu demonstrei a minha chateação.
- Tudo bem. Vai lá, então. - sorriu fraco.
- Não fica assim. Amanhã é sábado! Podemos sair só nós dois. - Eu tentei animá-lo.
- Combinado, então. - Ele sorriu, satisfeito.
- Até amanhã, então. - Eu me aproximei e beijei o rosto dele.
- Até. Feliz aniversário. - Ele sorriu e me deu um rápido selinho.
- Obrigada, . Tudo o que você fez hoje foi lindo. Eu nunca vou esquecer. Obrigada mesmo. Meu dia não teria sido nada sem você. - Eu agradeci, dando um rápido selinho nele também. Ele sorriu, satisfeito.
- Não precisa agradecer. Eu adoro te fazer sorrir. - sorriu fraco.
- Obrigada, mais uma vez. - Eu sorri, sem jeito. Peguei o presente e abri a porta do carro.
- Juízo, hein. - disse, sério.
- Pode deixar. - Eu ri, olhando pra ele pela janela do carro. - Ahn e depois eu devolvo a sua camiseta. - Eu sorri, me lembrando da camiseta.
- Se quiser, pode devolver agora. - disse, rindo.
- Engraçadinho. - Eu fiz careta. Minha camisa branca ainda estava transparente. Eu não podia tirá-la agora, na frente dele.
- Estou só brincando. - riu, ligando o carro.
- Tchau. - Eu me afastei do carro e me despedi com uma das mãos.
- Me liga quando chegar. - disse, saindo com o carro.
- Deixa comigo. - Eu sorri e vi o carro se afastando.

Entrei na minha casa. Minha mãe estava em casa e eu lhe mostrei o vestido que eu havia ganhado do . Ela achou lindo. Percebi que já eram quase 6 horas e subi pro meu quarto rapidamente para começar a me arrumar.

Entrei no banho, lavei o cabelo. Sai de toalha, pois ainda não havia resolvido com que roupa eu ia. Comecei a revirar o meu guarda-roupa e finalmente encontrei algo que me agradou: um vestido creme e dourado, que era maravilhoso e perfeito para ocasião ( VEJA O VESTIDO AQUI ). Escolhi uma sandália dourada de salto bem alto para acompanhar. Caprichei na maquiagem e no cabelo, que eu preferi deixar solto. Coloquei alguns acessórios, como aneis, pulseira e uma gargantilha de ouro, combinando com o vestido.

Olhei no espelho pela 10° vez, quando ouvi alguém buzinar lá embaixo. Desci as escadas e me despedi dos meus pais. estava deitado no sofá, assistindo um jogo qualquer, que também deveria estar assistindo. Sai, prometendo voltar ás 11 horas.

- VOCÊ ESTÁ MARAVILHOSA! - gritou ,assim que me viu.
- Obrigadaaaa. - Eu agradeci, rindo.
- A sua sandália! Como eu não sabia da existência dela? - olhou fixamente pro meu pé.
- Eu ganhei da tia Janice. - Eu sorri, agradecendo a minha tia mentalmente.
- Cara, eu preciso de uma tia dessa. - suspirou, rindo.
- Suas interesseiras. - Eu gargalhei e entrei no carro de .
- E ai, como foi o dia com o ? - perguntou, curiosa.
- Foi lindo! - Eu disse com cara de boba.
- Desculpa ter mentido, mas foi por um bem maior. - riu.
- Tudo bem, valeu a pena. Foi tudo perfeito, ele é perfeito. - Eu sorri, sem jeito.
- Eu ainda acho entranho ouvir você falar assim do . - riu.
- Acredite, eu também. Eu nunca esperava que seria assim, que ele fosse assim. - Eu disse com sinceridade.
- Ela nem ta apaixonada. - riu novamente.
- Se liga, . - Eu ri, sem jeito.
- Ela nunca vai assumir, não adianta. - analisou.
- Olha só quem fala. - Eu a provoquei, rindo. Me referia ao .
- Não começa! - revirou os olhos.
- Ta.. - Eu disse, frustrada. não dá espaço pra eu falar sobre o pra ela!
dirigiu, mas não muito. Estacionamos quase em frente a um barzinho. Era um desses lugares que tinha pizza e música ao vivo.
- Hm, adorei! - Eu disse, vendo a frente do lugar.
- Nós nunca viemos aqui. Chegou a hora de conhecer. - disse, enquanto andávamos em direção ao local. Entramos e pegamos uma comanda para a mesa.
- Podem ir naquela mesa em frente ao palco. - A recepcionista apontou qual era a mesa. Fomos até ela.
- Wow, o lugar é ótimo. Bem na frente do palco. - Eu disse, me sentando.
- Essa é a vantagem de chegar cedo, linda. - sorriu.
- Verdade. - Eu concordei.
Fiquei entre a e a , no centro da mesa. Os cardápios chegaram e começamos a olhá-los. Não sabíamos o que pedir, já que a variedade era enorme.
- Tem certeza que o e o não vão ficar bravos por vocês duas terem vindo sem eles? - Eu perguntei, enquanto ainda olhava o cardápio.
- Não, eles entendem. - sorriu.
- Ainda bem. - Eu ri, fechando o cardápio. Já havia escolhido o que queria.
- E se nós esperássemos mais um pouco pra pedir? Não são nem 7 e meia ainda. - deu a ideia.
- Pode ser. - Eu sorri, concordando.
- Vamos só pedir uns refrigerantes. - disse, chamando o garçom. Pedimos um refrigerante pra cada uma, para que bebêssemos, enquanto conversávamos.
- Quem é esses caras que vão cantar? - Eu perguntei, vendo um folheto em nossa mesa, que divulgava a banda.
- Não sei também, vamos ver se é bom. - sorriu, antes de tomar o gole de Coca-Cola.

A luz do lugar foi diminuída, enquanto uma luz focava só o palco, que não era tão grande e estava bem ali na nossa frente.

- Parece que vai começar. - sorriu pra mim.
- É.. - Eu olhei pro palco, esperando que o show começasse.

A luz do palco se apagou, fazendo com que o lugar ficasse totalmente escuro. Eu logo pensei que havia algo dado errado no show dos caras, quando uma luz se acendeu no meio do palco. Arregalei os olhos e abri a boca, surpresa. estava no palco. Estava sentado em um banco. Um dos pés dele estava apoiado em um dos ferros do banco e o outro estava apoiado no chão. Um violão estava nas mãos dele.

sorriu, quando ouviu o público gritar. Olhou pra mim e riu da minha expressão de surpresa. Ele nunca esteve tão bonito na vida. Usava uma camiseta branca lisa,um blazer preto por cima, calça jeans preta e tênis com detalhes pretos e brancos. O cabelo desajeitado, do jeito que eu sempre gostei.

- Eu não acredito. - Eu olhei pras garotas, ainda em choque. Elas riram da minha cara. Voltei a olhar pro , ele ajeitava o suporte do microfone, para que ficasse na altura certa.
- Hey? - Ele disse, testando o microfone. - HEY! - Ele disse, animadamente.

Minha ficha ainda não havia caído. Eu só não conseguia tirar os olhos dele. Eu não conseguia parar de sorrir pra ele. Meu coração estava mais acelerado do que nunca.

- Bem, olá! Eu sou o . - Ele disse e o público, ou melhor, as vadias do lugar gritaram como nunca. - Então.. - Ele não sabia como começar. Estava tão nervoso. Não estava com vergonha. Não era do tipo tímido. Estava nervoso com o que iria fazer. - Tem essa garota.. - Ele sorriu, sem jeito e olhou pra mim. - Eu gosto dela. Na verdade.. é algo bem maior que isso. - Ele sorriu fraco. Ainda olhava pra mim. - Hoje é o aniversário dela. - As garotas do lugar voltaram a gritar.
- Graças a Deus, chegamos a tempo. - , e chegaram do nada e se sentaram na mesa. Eu nem liguei pra eles. Na verdade, eu nem percebi a chegada deles. era o que interessava agora.
- Eu venho pensando há dias no melhor presente possível. Nada pareceu ser bom o suficiente. - As bochechas de estavam rosadas e ele tinha um sorriso doce nos lábios. - Me lembro de uma vez ter dito que um dia eu tocaria pra ela. Então eu pensei 'Hey, por que não?'. Além disso, ela cantou pra mim uma vez. Nada mais justo. Ela sabe o quanto sou vingativo. - disse e o público riu. - Vai ser o maior mico de toda a minha vida. Os meus amigos estão todos ali.. - riu pros amigos, que também riram. - Eles vão me zoar pro resto da vida. - negou com a cabeça, rindo.
- COM CERTEZA,NÓS VAMOS! - gritou, causando a risada do público novamente.
- Mas quer saber? Eu não me importo. Eu pago o mico que for, só pra ver aquele sorriso lindo no rosto dela. - disse e o público fez 'own'.
- QUE GRACINHA! - gritou, rindo. queria rir, mas segurou o riso.
- Fica quieto, deixa ele falar. - olhou feio pro , que ficou até desconsertado.
- Então, antes de tudo.. - olhou pra mim. - Feliz Aniversário de novo, . - sorriu fraco. Todos que estavam lá, olharam pra mim. Queriam saber quem era a garota de sorte. - Eu realmente espero que você goste, por que esse é o seu 4° presente. - riu por um segundo. - A música, eu não escolhi sozinho. As garotas me ajudaram nisso também. É a sua música favorita há alguns anos, mas eu aposto que você não percebeu que ela tem tudo a ver com nós. - explicou com um sorriso doce. Olhava pra mim de forma tão sincera, tão apaixonante, que eu nem conseguia me lembrar qual era a minha música favorita. - Eu passei as duas últimas noites em claro, aprendendo essa música, então.. eu realmente espero que você goste. - disse, realmente esperando que eu gostasse. - Parece até que você sabia o que eu sentia. Mas agora.. - me olhou de forma doce. - Agora você sabe o que eu sinto. Sabe o quanto eu quero o seu bem, o quanto quero você do meu lado, enfim. - sorriu, sem jeito. - O que eu quero dizer é que, eu não preciso que você considere esse aniversário, o melhor de todos. Eu só quero que você nunca se esqueça de hoje, do que aconteceu hoje. Sabe por que? - perguntou, olhando pra mim. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e eu mantinha um sorriso enorme no rosto, quando neguei com a cabeça. - Por que eu fiz tudo isso por você e pra você. Eu não faria isso por mais ninguém. - sorriu fraco com os olhos cheios de lágrimas. Porém,ele não deixou que nenhuma lágrima escorresse pelo seu rosto. - Eu só quero dizer que.. eu amo você. Jamais esqueça isso. - disse, sem jeito e encarou o chão. Se olhasse mais um segundo pra mim, não conseguiria conter suas lágrimas.

Eu sorri, emocionada. Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto, fazendo com que eu as secasse com um dos meus dedos, rapidamente. Eu continuei a olhá-lo. Ele deixou de olhar o chão para voltar a olhar o público.

- Então, eu vou cantar. - riu, percebendo que já havia enrolado o bastante. O público voltou a gritar e em seguida, ficou em silêncio para escutar.

olhou pro violão e após alguns segundos, começou a tocá-lo. Continuou tocando e olhando pro violão e ergueu a cabeça, olhou pro público e começou a cantar.


ACOMPANHE A MÚSICA POR AQUI A MÚSICA 'Never Gonna Be Alone'do Nickelback :



'Time, is going by (O tempo está passando)
- Quando eu ouvi a voz dele, eu me arrepiei toda. Eu nunca imaginei que ele tivesse uma voz incrível como aquela.

So much faster than I (Muito mais rápido do que eu)

And I'm starting to regret not spending all of it with you (E eu estou começando a me arrepender de não passá-lo com você)
- Ele terminou a frase olhando pra mim e quando disse 'você',ele sorriu.

Now I'm wondering why, I've kept this bottled inside (Agora eu estou imaginando porque deixei isso preso dentro de mim)

So I'm starting to regret not telling all of it to you (Então, estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você)
- Ele continuava olhando pra mim. Um sorriso discreto estava em seu rosto, enquanto ele me olhava de um jeito, que ninguém nunca havia olhado.

So if I haven't yet I've gotta let you know (Então, se eu ainda não o fiz, tenho que deixar você saber) - Ele deu uma pequena pausa, ainda olhando pra mim e sorriu novamente.


You're never gonna be alone (Você nunca vai estar sozinha) - Ele cantou, enquanto negava com a cabeça.

From this moment on (De agora em diante)

If you ever feel like letting go (Mesmo que você pense em desistir)

I won't let you fall (Não vou deixá-la cair)
- Ele disse, sério. Esses momentos sérios dele me fascinavam. E sim,eu já estava chorando, mas o sorriso não saia do meu rosto. O público gritou nessa hora, adorando a apresentação dele.


You're never gonna be alone (Você nunca vai estar sozinha)

I'll hold you 'till the hurt is gone (Vou te abraçar até a dor passar)
- Voltou a sorrir, reafirmando o que ele havia cantado.

And now as long as I can (E agora, enquanto eu puder)

I'm holding on with both hands (Estarei te segurando com ambas as mãos)
- Ele fez um agudo incrível nessa hora, fazendo com que o público se manifestasse novamente.

Cause forever I believe (Pois sempre acreditei)

That there's nothing I could need but you (Que não há nada que eu precise a não ser você)
- Ele continuou me olhando, mas voltou a ficar sério.

So if I haven't yet, (Então, se eu ainda não o fiz,)

I've gotta let you know (Tenho que deixar você saber)


You're never gonna be alone (Você nunca vai estar sozinha)
- Cada olhar que ele me lançava era acompanhado de milhões de palavras. Palavras que só eu consegui interpretar.Os meus olhares faziam o mesmo com ele.

From this moment on (De agora em diante)

If you ever feel like letting go (Mesmo que você pense em desistir)

I won't let you fall (Não vou deixá-la cair)

When all I hope is gone (Quando toda a esperança tiver desaparecida)

I know that you can carry on (Eu sei que você pode continuar)

We're gonna see the world on (Vamos ver o mundo sozinhos)
- Ele não tirava os olhos de mim nem por um minuto. Não havia mais nervosismo. Era como se aquele lugar tivesse sido feito pra ele. Meus olhos também não desgrudavam dele.

I'll hold you till the hurt is gone (Vou te abraçar até a dor passar)


You've gotta live every single day (Você tem que viver cada dia)

Like it's the only one (Como se fosse o único)

What if tomorrow never comes? (E se o amanhã nunca chegar?)
- Eu cantei baixo essa parte junto com ele. Era a minha favorita. Quando percebeu que eu cantei, ele sorriu, satisfeito.

Don't let it slip away, could be our only one (Não o deixe escapar, poderia ser a nosso único dia)

You know it's only just begun (Você sabe que apenas começou)
- Ele sorriu de forma maior e afirmou com a cabeça, como se concordasse com o que tinha acabado de cantar. Realmente, apenas havia começado.


Every single day, may be our only one (Cada dia, pode ser nosso único)

What if tomorrow never comes? (E se o amanhã nunca chegar?)

Tomorrow never comes (Amanhã nunca vai chegar?)


Time, is going by (O tempo, está passando)

So much faster than I (Muito mais rápido do que eu)

And I'm starting to regret not telling all of this to you (Estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você)

You're never gonna be alone (Você nunca vai estar sozinha)

No,no,no..
- Ele improvisou com os olhos fechados. Foi o único momento em que ele deixou de me olhar. Ele acompanhou uma parte do refrão somente com o violão.

We're gonna take the world on (Vamos ver o mundo sozinhos) - Ele foi diminuindo o tom da música.

I'll hold you till the hurt is gone (Vou te abraçar até a dor passar) - Ele abriu os olhos e voltou a me olhar.

Ohh,ohh..You're never gonna be alone (Você nunca vai estar sozinha) - Ele finalizou prolongando o 'alone'.



Quando ele terminou de tocar, todos ficaram de pé para aplaudi-lo. Havia gritos, assovios e palmas exageradas. Ele sorriu pro público, agradecido. Eu também me levantei, assim como o restante da mesa. Eu havia chorado a música inteira. Foi simplesmente lindo. é perfeito. Perfeito pra mim.

- ARRASOU ! - gritou, assoviando em seguida.

aproximou a sua boca do microfone novamente e sorriu, sem reação.

- Obrigado. - Ele sorriu, quando as luzes se apagaram.

As luzes voltaram a se acender menos de um minuto depois. não estava mais lá. Olhei pra escada do palco para ver se ele não estava vindo até a mesa. Não o encontrei. Voltei a olhar o palco, esperando vê-lo em algum lugar. As cortinas do palco começaram a se fechar lentamente. Conclui que ele não voltaria ao palco. A cortina preta continuou se fechando, quando percebi que haviam alguns detalhes brancos e estranhos nela. Continuei olhando ela se fechar por curiosidade. Haviam algumas letras, que pareciam misturadas, por que a cortina não parava de se mexer, pois ainda estava sendo fechada. Quando ela finalmente se fechou por completo, eu consegui ler:

'Aceita namorar comigo, ?'

Eu li, reli e reli uma outra vez. Aquilo era sério? Não podia ser. O público voltar a gritar. Ouvi as meninas do meu lado falando coisas como 'own,que lindo'. Eu sorri, surpresa. Não podia ser. Não era comigo. A cortina então voltou a se abrir, dessa vez rapidamente e lá estava , ajoelhado e segurando uma caixinhas nas mãos. Certo, é pra mim mesmo! Coloquei as mãos na boca, chocada. Não conseguia me mover.

- Vai ficar ai parada, ? - perguntou, rindo.
- Olha a cara dela. - gargalhou, vendo a minha expressão de surpresa.
- Isso é sério? - Eu ri, totalmente surpresa, perguntando pra eles.
- Vai logo lá! - riu, me empurrando com cuidado pra frente.
estava rindo no palco. Ainda estava ajoelhado e ainda segurava uma caixinha nas mãos. Eu olhei pra ele, em choque. Entrelacei os meus dedos no meu cabelo, rindo. Não sei como, mas eu comecei a dar lentos palcos em direção ao palco.
- Oh meu Deus.. - Eu disse baixo, enquanto me aproximava do palco. Subi a escada lateral e subi no palco. O público ficou em silêncio, repentinamente. Olhei pro e percebi que ele parou de rir. Sorria pra mim de forma incrível. Os olhos doces dele me faziam ficar sem jeito.

Andei até ele com ambas as mãos na frente da boca, que estava semiaberta. Sim, eu ainda estava surpresa. A ficha ainda não havia caído. Quando parei na frente dele, olhei pra baixo para poder enxergá-lo á que ele estava ajoelhado. Ele estava bem ali na minha frente, ajoelhado, sorrindo de forma indescritível pra mim, me olhando da forma mais linda do mundo com duas belas alianças em sua mão.

Um cara entrou no palco rapidamente e me entregou um microfone. Eu segurei, sem saber o que fazer com aquilo. Eu estava pirando.

- Oh meu Deus.. - Eu disse novamente, rindo. riu, assim como o público. Ele pegou o meu microfone das minhas mãos, ainda ajoelhado e o colocou em frente a sua boca.

- Pode me chamar de mesmo. - sorriu, fazendo com que o público risse mais uma vez. - Aliás, pode me chamar do que você quiser. - Ele disse e levantou os ombros. O público voltou a rir. Me devolveu o microfone.
- Isso é insano.. - Eu sorri, olhando as alianças nas mãos dele. Ele voltou a pegar o microfone.
- Eu posso perguntar de novo se você quiser. - Ele disse. Olhou pra mim de forma mais profunda, o sorriso ficou fraco. - Você quer namorar comigo? - Ele perguntou, causando uma nova manifestação do público. Me devolveu novamente o microfone.

Meus olhos se encheram de lágrima novamente e o meu sorriso ficou ainda maior (como se isso fosse possível).A ficha estava começando a cair. , a pessoa mais orgulhosa que eu conheço, estava ajoelhado bem ali na minha frente, me pedindo para namorar com ele. Me pedindo para assumir o papel que eu mais quis assumir.

- Eu.. nem sei o que dizer.. - Eu ri, ainda muito surpresa. Eu estava tão feliz, que não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.
- DIZ QUE ACEITA! - Ouvi gritando.
- ACEITAA! - também gritou. O público começou o coro de 'aceita'. Eu olhei pra eles, levei uma das minhas mãos a cabeça, entrelaçando meus dedos em meu cabelo. Voltei a olhar pro e ele sorriu de forma linda. Arqueou as duas sobrancelhas, como se dissesse 'vamos,diz que aceita'. Levantei o meu braço e coloquei o microfone em frente a minha boca. O público percebeu que eu iria falar e ficou em silêncio, rapidamente. me olhou sério, respirou fundo. Ele achava mesmo que eu ia dizer não?
- Há alguns meses, você era o cara que eu mais odiava. Agora? Agora eu me vejo gostando de você. - Eu disse, sorrindo. - Amando você. - Eu corrigi, usando o termo certo. - Você me ensinou que vale tudo no amor e na guerra. Eu sei que eu amo você. Eu não tenho dúvidas quanto a isso, mas eu também sei que odeio você. E sabe o que é mais irônico? - Eu perguntei de forma retórica. - É que eu amo odiar você. - Eu disse, vendo ele sorrir fraco. - Eu aceito. - Eu finalmente respondi. O público vibrou. Estendi a minha mão direita.

O sorriso dele ficou maior e seus olhos se encheram de lágrimas, assim como os meus. Ele olhou para a minha mão e a segurou. Tirou uma das alianças da caixinha e voltou a olhar pra mim. O sorriso no rosto dele, enchia o meu coração de alegria. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, quando nos olhávamos e sorriamos um pro outro. Ele voltou a olhar pra minha mão e com a outra mão colocou lentamente a aliança no meu dedo anular. Depois de colocá-la, aproximou o seu rosto da minha mão e beijou a aliança carinhosamente.

O que eu estava sentindo naquele momento, não tinha como descrever. Não existe denominação para aquilo que eu estava sentindo. Ele voltou a me olhar, se levantando e ficando de pé em minha frente. Ele sorriu fraco e aproximou uma de suas mãos do meu rosto, secando a minha lágrima com um de seus dedos. Eu olhei pra caixinha e peguei a outra aliança que havia lá. Peguei a mão direita dele e olhei pro rosto dele de novo, sorri. Olhei pra mão dele novamente e coloquei a aliança no dedo anular dele.

aproveitou que eu segurava a sua mão e antes que eu soltasse, ele segurou a minha. O público aplaudiu, gritou e assoviou novamente. Nos olhamos e ele deu um enorme sorriso. Olhei o sorriso dele, dentes brancos e perfeitos e as charmosas covinhas (que raramente se via). Sorri da mesma forma e percebi ele olhar cada detalhe do meu rosto. Ele ainda segurava uma das minhas mãos e se aproveitou para me puxar pra mais perto dele. Nossos rostos também estavam próximos e nos olhávamos nos olhos. O sorriso não saia do rosto dele nem por um minuto, muito menos do meu.

Senti ele entrelaçar os dedos dele nos meus. Percebi que aquele enorme salto tinha me deixado exatamente da altura dele. Aproveitei que uma das minhas mãos estavam livres e a levei até o braço dele, onde a apoiei. Ele colocou a sua mão em minha cintura. Olhamos pros lábios um do outro e voltamos a nos olhar nos olhos no mesmo instante. Ele aproximou ainda mais o seu rosto do meu e as pontas dos nossos narizes se tocaram .O público ficou em silêncio, esperando pelo beijo.

- Eu te odeio. - disse tão baixo, que com certeza só eu consegui ouvir.
- Eu também te odeio. - Eu disse e ele sorriu rapidamente, antes de tocar os meus lábios. O público vibrou como nunca. Eu e sorrimos ainda com os lábios colados. aproveitou para aprofundar o beijo e eu concedi a passagem. Nosso primeiro beijo como namorados. Isso continuava sendo insano pra mim.

O beijo não foi intensificado e nem longo. Estávamos em frente a um público, né? Fiz com que o beijo deixasse de ser aprofundado, porém nosso lábios ainda continuaram colados. soltou a minha mão e a minha cintura, levando uma mão a cada lado do meu rosto. Desgrudou nossos lábios, puxando de leve o meu lábio inferior. Deu mais um selinho rápido e mais um outro um pouco mais longo. Nossos olhos se encontraram, assim que os abrimos.

O público ainda gritava. retirou suas duas mãos do meu rosto, olhou pro público e riu. pegou o microfone, que havia sido colocado por mim no suporte antes do beijo.

- Obrigado pessoal, se não fosse por vocês eu acho que ela jamais aceitaria. Obrigado. - disse e público riu.
- Mentiroso.. - Eu disse pra ele, sem usar o microfone. Ele olhou pra mim e riu, segurou uma das minhas mãos e entrelaçou seus dedos nos meus.
- É sério, obrigado gente. Vocês me ajudaram muito. Vocês são incríveis. - disse, dando tchau pra eles com uma das mãos.

Saímos juntos do palco. Ele me ajudou a descer as escadas, devido ao tamanho do meu salto. Ouvimos um dos integrantes da banda que se apresentaria naquela noite falar com o público. Eles finalmente iam começar a se apresentar. Andamos até a mesa dos nossos amigos de mãos dadas, quando chegamos lá, começaram a nos parabenizar.

- JONAS,PARABÉNS! VOCÊ ARRASOU! - disse, sorrindo.
- Valeu. - sorriu, agradecido.
- AHN,VOCÊS SÃO OS CASAIS MAIS LINDO DO MUNDO. - Os olhos de brilharam.
- HEY! - e disseram juntos.
- Vocês tiveram a vez de vocês. - riu.
- JONAS! - disse, antes de abraçar . - É o seguinte: você é o meu cunhado agora! Tem que me respeitar. - segurou o riso.
- Eu respeito, seu cuzão. - gargalhou. - Eu ouvi os seus gritos do palco. - continuou rindo.
- Foi gay, mas foi bom. - se referiu ao tudo que tinha acabado de fazer.
- Valeu, cara. - agradeceu.
- Escuta, você é o meu melhor amigo, mas se você magoar ela, eu te quebro, entendeu? - disse, ameaçando.
- Entendi. - riu.
- Então, parabéns! - riu e abraçou o amigo.
- Você tem um namorado,a miga! - comemorou, dando palminhas empolgadas.
- Eu sei, eu ainda não acredito. - Eu ri da empolgação dela.
- Parabéns, amiga. Estou muito feliz por você. - me abraçou apertado.
- Obrigada. - Eu agradeci.

Depois de todos os cumprimentos, decidimos permanecer ali para jantar. Pedimos várias pizzas e refrigerantes. Eu e nos sentamos lado a lado. Conversamos a noite toda. Rimos de certas coisas. tinha certeza de que havia desafinado no palco. As garotas diziam que deveria ser cantor.

Eu e nunca estivemos mais felizes. Finalmente, era uma coisa séria. Não éramos mais um casal qualquer que vivem brigando por nada. Somos namorados agora e esse era o melhor presente que eu poderia receber.



Capítulo 29 - Noite não só das garotas




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:





- Eu não desconfiei de nada.Eu juro! - Eu ri,quando me perguntou se tudo realmente tinha sido surpresa.
- Nós enganamos ela certinho. - riu.
- Você não viu a cara dela quando apareceu a cortina com o pedido. - gargalhou.
- Que droga,queria ter visto. - sorriu pra mim,enquanto seus dedos brincavam com os meus sob a mesa.
- Foi difícil fazer o mentir pra você.Todo mundo estava com medo dele estragar tudo! - aproveitou para zoar o .
- Vocês são exagerados.. - revirou os olhos.
- A sempre sabe quando você está mentindo.. - riu.
- Eu não sei o que aconteceu dessa vez.. - Eu disse,sem entender.Eu realmente sabia quando o estava mentindo,mas dessa vez..não funcionou.
- Aconteceu que ele ficou com medo de mim.Eu disse que se ele estragasse alguma coisa,eu ia matar ele. - gargalhou.
- Se liga, . - negou com a cabeça e fez cara feia.
- O que aconteceu então? - perguntou.
- Sei lá,eu evitei ficar perto dela.Ela estava tão brava com o ,que nem teve tempo pra notar que eu estava mentindo. - tentou arranjar uma desculpa.
- Eu achei que ela fosse matar o . - riu.
- Ela só finge que me odeia,mas no fundo..ela me ama. - sorriu,sabendo que eu odiaria aquilo que ele disse.
- Pelo menos agora você sabe o que vai acontecer,se um dia você esquecer o meu aniversário. - Eu disse em tom de ameaça e ele riu.
- É o seu aniversário e o aniversário de namoro.É impossível.. - sorriu fraco e se aproximou do meu rosto,dando um beijo em uma das minhas bochechas.Sorri,satisfeita com o beijo.

Já eram quase 11 horas.Eu tinha que ir pra casa.Aliás,todos tinham.Os garotos pagaram a conta.Eles não deixaram que eu e as garotas pagássemos.Saímos do barzinho.Todos os casais estavam de mãos dadas,menos e ,claro.Eles não eram um casal,AINDA.

- Ninguém quer ir comigo,mesmo? - perguntou.Todos queriámos que fossemos sozinhos no carro.Disseram que tinhámos que aproveitar o resto da noite.Porém,eles teriam que se apertar para que coubesse 6 pessoas no carro de .
- Não,deixa que a gente se vira.Leva a embora e eu levo o resto do povo. - sorriu.
- Então ta bom,né. - riu,dando de ombros.

Nos despedimos de todos e fomos pro carro de .Saímos de carro,em direção a minha casa.

- Como você se sente? - perguntou,olhando pra mim.Estava parado no semáforo.
- Eu não sei.É uma mistura de felicidade com surpresa e amor.. - Eu ri de mim mesma.Aquilo fez algum sentido?
- Amor? Eu gostei disso. - Ele disse,sorrindo fraco.
- A minha ficha ainda não caiu.. - Eu comentei,negando com a cabeça.
- Eu acho que nem a minha.Eu esperei tanto pra fazer o que eu fiz,hoje.Eu não acredito que saiu tudo tão bem.Não acredito que finalmente..você é a minha namorada. - sorriu,sem jeito.Suas bochechas voltaram a ficar rosadas,como haviam ficado no palco.
- Você sabe o que isso quer dizer? - Eu perguntei,rindo.
- Que agora eu posso te abraçar,te beijar quando eu quiser? - brincou,fazendo com que eu risse mais uma vez.
- Não. - Eu neguei com a cabeça. - Que se alguma vadia chegar perto de você,eu vou matá-la. - Eu disses,séria e ele gargalhou.
- Ciumenta e obsessiva? Muito sexy. - disse,segurando o riso.
- Eu estou falando sério. - Eu tentei não rir.
- E eu sou o seu namorado.Sabe o que isso quer dizer? - fez a mesma pergunta.Sorri,sabendo que viria piadinha por ai.
- Não,o que quer dizer? - Eu perguntei.
- Que eu posso te abraçar e te beijar quando eu quiser e que eu vou quebrar qualquer cara que olhe pra você. - disse,sério.
- Quem disse? - Eu arqueei a sobrancelha,segurando o riso.
- Disse o que? - perguntou,confuso.
- Que agora você pode me beijar e me abraçar quando quiser. - Eu ri,sabendo que estava irritando ele.
- Eu disse. - olhou pra mim,segurando a risada.
- Grande coisa. - Eu comentei,negando com a cabeça.
- Se eu quiser parar o carro aqui,só pra te beijar,EU PARO. - disse,entrando na brincadeira.Estacionou o carro e uma rua que estava aparentimente deserta.Se virou de frente pra mim no banco do motorista.
- Você pode fazer melhor do que isso.. - Eu ri pra ele e ele cerrou os olhos.
- Certo. - riu e ligou o rádio,deixando o volume do som meio alto.Saiu do carro,dando a volta e abrindo a minha porta. - Vem,vamos dançar. - estendeu a mão e sorriu de forma sedutora.
- Aqui? - Eu olhei pra ele,surpresa.Segurei sua mão e ele me puxou,fazendo com que eu saísse do carro.
- Por que não? Nós temos tudo o que precisamos.. - riu,colando seu corpo ao meu.Segurou a minha mão direita e colocou a outra nas minhas costas.Coloquei a minha outra mão nas costas dele,bem perto do ombro esquerdo.

Coincidentemente,a música agitada que tocava no rádio terminou e começou uma lenta, 'Yellow' do Coldplay.

Nossos rostos estavam bem próximos e nos olhávamos nos olhos. conduzia a dança e nos mexiámos lentamente de um lado pro outro.Ele sorriu,gostando do que estávamos fazendo.Eu também sorri,admirando toda aquela atitude dele.Aproximei ainda mais o meu rosto do dele e toquei a minha bochecha na dele.Dançamos naquela posição durante um tempo.Afastou seu corpo do meu repentinamente e ergueu nossas mãos,para que eu rodasse.Depois de eu ter rodado,ele me puxou rapidamente,colando nossos corpos novamente.

- Wow.. - Eu ri,surpresa com toda aquela habilidade dele.Voltamos a dançar colados,olhando nos olhos um do outro com um sorriso fraco no rosto. afastou nossos corpos de novo,deitando o meu corpo,enquanto sua mão (que estava nas minhas costas) me segurava.Fiquei ali por alguns instantes e logo ele me puxou,fazendo com que eu ficasse de frente pra ele novamente. sorriu,sem jeito pelo que havia feito.

- Não é justo.. - Eu sorri,olhando ele nos olhos.
- O que? - Ele fez cara de confuso,mas não deixou de sorrir.Continuávamos dançando lentamente de um lado pro outro.
- Você.. - Eu sorri,sem jeito.- Quando me olha assim,eu desisto.Desisto de resistir a alguma coisa,a você.Eu fico totalmente entregue...faria qualquer coisa que você quisesse. - Eu disse com um sorriso fraco.
- Bom saber.. - Ele disse,fazendo com que eu risse baixo.
- Basta um olhar e pronto.Toda a minha defesa baixa a guarda e eu fico assim,falando essas idiotices. - Eu sorri e neguei com cabeça,achando que o que tinha falado fosse a coisa mais tosca do mundo.
- Eu entendo perfeitamente o que você está falando,acredite. - sorriu,suas bochechas estavam rosadas novamente.
- Também acontece com você? - Eu perguntei,curiosa.
- Todas as vezes que eu te vejo. - disse e ficou um pouco mais sério.Paramos de dançar naquele instante.Nossas mãos direitas continuaram juntas,porém deslizaram até a altura da nossa cintura,mais ou menos.Ele entrelaçou nossos dedos.A mão esquerda dele continuava nas minhas costas e a minha continuava em seu ombro.Aproveitei que estava perto e a levei até a nuca dele,acariciando uma parte do cabelo dele que havia ali por perto.Tirou a mão esquerda da minha cintura e a aproximou do meu rosto, acariciando a minha bochecha rapidamente e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha em seguida.Puxei a mão dele,que estava entrelaçada com a minha e a levei até a minha cintura.Desentrelacei nossos dedos e deixei a mão dele lá,enquanto levava a minha mão até o rosto dele.Mantive a mão lá,enquanto fazia um leve carinho na bochecha dele com um de meus dedos.Decidiu deixar suas duas mãos na minha cintura.

Mantivemos contato visual por um tempo. finalmente aproximou o seu rosto ainda mais do meu,enquanto olhava pros meus lábios.Quando eu sorri,ele voltou a olhar em meus olhos,sem jeito.Não tinha mais o por que de se sentir sem jeito por demonstrar o seu interesse em me beijar.Era meu namorado agora,não precisava mais de rodeios.Olhou novamente pros meus lábios e terminou a aproximação,colando os seus lábios nos meus.A passagem foi dada por mim e ele aprofundou o beijo do modo mais doce do mundo.

O beijo durou até o final da música.Finalizei o beijo,transformando o beijo em um longo selinho.Desgrudamos nossos lábios e abrimos nosso olhos rapidamente,nos olhando nos olhos de bem perto.

- Essa música podia ser mais comprida,né? - Ele disse,se aproximando e me dando um selinho mais rápido. - Assim - Deu outro selinho. - Eu poderia.. - E outro selinho,fazendo com que eu risse. - Ficar beijando você.. - Ele também riu,mas não parou com os selinhos.A cada selinho,ele invertia o lado. - A noite toda. - Ele terminou com um selinho um pouco mais longo.
- Eu adorei isso. - Eu ri,olhando o rosto dele de bem perto.
- Eu queria continuar fazendo isso,mas já são quase 11.Você tem que ir pra casa. - fez bico.
- Ahn não.. - Eu também fiz bico,colocando uma mão em cada lado de seu rosto.Eu queria mais beijos.Desde quando ele se importa com a hora?
- Não me provoca,garota. - Ele riu,me levando em direção ao carro,enquanto ainda estavámos abraçados.Ele não olhava pra mim.Sabia que não resistiria.

Chegamos no carro e ele abriu a porta do carro com dificuldade,pois ainda estavámos abraçados.

- Vai,entra.. - Ele riu,olhando pro céu.Não conseguia olhar pra mim.
- Olha pra mim.. - Eu ri,entendendo o que ele estava fazendo.
- Não,para. - Ele pediu,demonstrando fraqueza. - Está na hora.Temos que respeitar os horários dos seus pais. - finalmente olhou pra mim.
- Vai mesmo me recusar assim? - Eu cerrei os olhos.
- Por que você ta fazendo isso? - riu,negando com a cabeça.
- O que você acha? - Eu arqueei a sobrancelha.
- Pra me provocar? - perguntou,irônico.
- Tudo bem.. - Eu me aproximei ainda mais do rosto dele.Quase encostei nos lábios dele. - Se você quer mesmo me fazer uma desfeita dessas. - Eu olhei ele nos olhos da forma mais sedutora que eu consegui.Os olhos dele recaíram até os meus lábios e eu sorri.Sabia que ele não ia resistir.
- Você é impossível,sabia? - Ele riu,frustrado.Negou com a cabeça e se aproximou,tocando os meus lábios.A passagem foi dada e além de aprofundado,o beijo foi itensificado também.Ele entrelaçou os dedos de uma de suas mãos em meu cabelo.

O beijo não foi tão longo.Aos poucos ele foi diminuindo a intensidade e acabou por descolando nossos lábios.Eu sorri satisfeita e ele riu.

- Melhor.. - Eu disse,rindo.Afastamos nosso corpos e eu entrei no carro. ainda estava meio atordoado com a situação.O jeito que eu conseguia fazer ele se sentir era indiscritível.Era uma mistura de amor e desejo incontroláveis.

dirigiu até a minha casa e quando chegou lá,desligou o carro.Olhamos pra minha casa e as luzes da casa ainda estavam acesas.

- Faltam 5 minutos pras 11 horas.Na hora.. - Eu sorri,olhando o relógio do carro.
- Não,tem mais 5 minutos.. - sorriu fraco,olhou pra mim.
- Talvez eu deva usar esses 5 minutos pra te agradecer por ter feito de hoje,o melhor dia da minha vida. - Eu sorri,agradecida.
- Acredite,também foi o melhor da minha. - sorriu,concordando.
- Tudo o que você fez,cada detalhe,cada gesto,cada sorriso e olhar foi lindo.Foi tudo perfeito.Os presentes foram perfeitos,o pedido foi perfeito,você foi perfeito. - Eu disse com todo o coração. - Você é perfeito pra mim.Obrigada por isso. - Eu sorri fraco.
- Eu soube que você era perfeita pra mim assim que te vi pela primeira vez.Eu soube que o meu lugar era do seu lado.Só do seu lado. - se aproximou de mim. - Eu sempre vou estar do seu lado. - sorriu fraco,se aproximou ainda mais e me deu um carinhoso selinho.
- Eu te amo. - Eu sorri,depois que descolamos nossos lábios.
- Eu te amo mais. - Ele disse,beijando a minha testa carinhosamente.
- Boa noite, . - Eu sorri como uma boba.
- Boa noite, . - Ele sorriu fraco,me vendo descer do carro.
- Me manda sms,me falando que chegou em casa. - Eu pedi.
- Pode deixar. - Ele concordou,piscando um dos olhos.Eu virei de costas,enquanto ele me esperava entrar em minha casa.Cheguei na porta e a abri.Antes de fechá-la,olhei ele pela última vez naquela noite.Sorrimos um pro outro de longe e eu fechei a porta.

Pisei na sala e vi meus pais assistindo TV juntos.Ambos olharam pra mim e sorriram.

- Oi filha. - Minha mãe sorriu.
- Oi.. - Eu sorri,nervosa.Tinha que contar a novidade a eles.Eu estava namorando!
- Por que está com essa cara? - Meu pai perguntou,desconfiado.
- Eu tenho que contar uma coisa.. - Eu fiz careta e me aproximei deles,sentando em um sofá de frente pra eles.
- Hm,lá vem. - Minha mãe riu.
- .. - Eu disse,sem jeito.
- O amigo do seu irmão? - Meu pai perguntou imediatamente.
- Sim.. - Eu concordei.
- O que tem ele? - Minha mãe riu,desconfiando do que poderia ser.Ela sabia sobre .
- Ele me pediu..em namoro..hoje. - Eu disse devagar,vendo a expressão deles.
- NÃO ACREDITO! - Minha mãe disse,empolgada.Só faltou soltar fogos no meio da sala. - Ele é um doce,querida. - Minha mãe disse.
- É,ele é. - Eu ri e neguei com a cabeça.
- Ele parece ser um bom rapaz. - Meu pai analisou,sério.
- Sim,ele é pai. - Eu sorri,vendo que ele aprovaria.
- Por mim tudo bem. - Minha mãe disse,aprovando o namoro.
- Ele me deu isso. - Eu levantei a mão e mostrei a aliança.
- Nossa,deixa eu ver. - Minha mãe andou até mim e segurou a minha mão,olhando a aliança de perto. - É linda! - Ela disse,impressionada.A aliança era mesmo linda.Era de prata,mas tinha uma faixa de ouro no seu centro.
- Eu também achei! - Eu disse,olhando a aliança mais uma vez.
- Bem,por mim tudo bem,mas eu quero que você o traga aqui.Quero conhecê-lo melhor. - Meu pai disse,sério como sempre.
- Claro pai,eu vou combinar com ele e trago ele aqui. - Eu concordei,forçando um sorriso.Esse encontro seria no mínimo embaraçoso.Ia ser mico na certa!
- Ta bom. - Meu pai concordou.
- Ok,vou subir.Estou cansada.Andei o dia todo. - Eu disse,rindo. - Boa noite. - Eu me despedi,subindo as escadas lentamente.Eu estava mesmo cansada.Eu e não paramos hoje.

Entrei em meu quarto,tirei a sandália e sentei na cama.Olhei a aliança mais uma vez e sorri feito uma boba.Tirei a aliança para ver se tinha algo escrito dentro dela.Ainda não tinha reparado nisso.

'Eu te amo, .Sempre!' - Eu li e dei um sorriso ainda maior.A frase foi escrita com uma letra linda e havia um coração ao lado da frase.Só o mesmo pra fazer uma coisa tão caprichosa e linda como essa.Coloquei a aliança novamente.Notei o quanto ela se encaixava perfeitamente no meu dedo anular.Me assustei,quando o celular vibrou em cima da cama.

'Cheguei,linda.Quero voltar ai pra te ver,posso? :(' - Li a mensagem e sorri sozinha.Bem que eu queria que ele voltasse,mas sabia que ele estava brincando.

'Aguente firme.Amanhã não vai demorar tanto pra chegar.' - Eu respondi.Deixei o celular sobre a cama e me levantei pra tirar o vestido e colocar o pijama.O celular vibrou mais uma vez.

'Você não sabe,mas está aqui comigo.Nos meus pensamentos e no meu coração. (:' - enviou a mensagem,enquanto se sentava na cama e pegava um porta retrato que estava sobre a criado mudo.Havia uma foto nossa lá.A foto tirada por no dia anterior na pizzaria.Sim,ele havia arrumado um tempo de revelá-la e colocá-la em um porta retrato.

Ouvi o meu celular vibrando,quando estava no banheiro,escovando o dente.Terminei de escová-lo e lavei o rosto,tirando toda a maquiagem.Voltei pro quarto e deitei na cama,segurando o celular.Vi a mensagem e sorri fraco. não existia,não é possível.Garotos não fazem coisas assim,fazem? Se não fazem, é a excessão.

'Eu te amo.Sabe disso,né? ' - Eu respondi,demonstrando o quanto havia ficado comovida com a mensagem anterior dele. sorriu de forma linda,quando leu a mensagem.Estava deitado em sua cama,embaixo de um lençol.

'Ter essa certeza é o que mais me faz feliz.Eu também amo você,muito.' - Recebi a mensagem e apesar de estar quase dormindo,consegui sorrir.

'Boa noite, .Obrigada por me deixar ser a sua garota.Te vejo amanhã. <3' - Enviei,sentindo meus olhos pesados.Apesar de eu não ter que acordar cedo no dia seguite,pois era sábado,eu acabei dormindo cedo.

'Boa noite,minha garota.Até amanhã. <3' - respondeu a última mensagem da noite.Colocou o celular sobre o criado mudo e ligou a TV.Não estava com sono,apesar de não ter dormido direito nas duas últimas noites.Assistiu Tv,até adormecer.

-

HORA DE MUDARA MÚSICA! ESCUTE A MÚSICA ,ENQUANTO CONTINUA LENDO:



- ! Acorda,filha. - Minha mãe disse,baixo.
- O que foi,mãe? - Eu disse,brava.Era sábado! Por que ela estava me acordando?
- Eu e seu pai vamos ter que viajar.Um antigo amigo nosso faleceu em Dallas.Vamos ter que ir até lá,mas vamos deixar vocês aqui. - Minha mãe explicou,falando baixo.
- Quando vocês voltam? - Eu perguntei,acordando.
- Amanhã a noite.Vamos aproveitar pra ver alguns tios do seu pai. - Minha mãe,explicou.
- Ta bom.. - Eu concordei,voltando a fechar os olhos por pura preguiça.Ainda estava ouvindo o que ela estava falando.
- Tentei acordar o seu irmão,mas não consegui.Vou falar pra você mesmo.Deixamos dinheiro pra que vocês peçam algo pra comer. - Minha mãe disse. - Quero que vocês fiquem em casa essa noite,mas se você quiser,pode chamar suas amigas pra dormir aqui com você. - Minha mãe disse,fazendo com que eu voltasse abrir os olhos.EBA!
- Eu farei isso. - Eu sorri,mesmo estando sonolenta ainda.
- Ok,qualquer coisa nos liguem no celular. - Minha mãe disse,atenciosa. - Tchau,querida.Se comportem e fiquem bem. - Ela se aproximou e beijou a minha testa carinhosamente.
- Boa viagem. - Eu disse,fechando os olhos mais uma vez.Okay,essa vez foi definitiva.Eu havia voltado a dormir.Eram 8 horas da manhã,ainda!

Dormi mais 3 horas e pensei se a minha mãe realmente tinha me dito tudo aquilo ou se eu tinha sonhado.Me levantei da cama com dificuldade e andei pelo corredor.Fui até o quarto do e vi que ele ainda estava 'morto' na cama.Fui até o quarto dos meus pais e a cama estava arrumada.A casa estava silênciosa demais.Eu acho que meus pais tinham ido viajar mesmo.

Desci as escadas,passei pela sala e fui pra cozinha.Em cima do balcão,havia dinheiro.Peguei uma maçã na fruteira e sentei em um dos bancos.A campainha tocou,me dando um susto.

- Puta que pariu.. - Eu suspirei,levantando do banco e indo em direção a sala e depois em direção a porta.Nem havia notado que estava de pijama e que meu cabelo provavelmente estava uma merda.Eu havia acabado de acordar...QUAL É! Abri a porta e me deparei com o .Suas mãos estavam no bolso e seu rosto foi levantado quando eu abri a porta.Ele sorriu de forma incrível.Seus olhos estavam cerrados,pois o sol estava forte.Ele vestia uma camiseta preta,que tinha uma estampa qualquer,uma calça jeans e tênis.Um rayban estava pendurado na gola de sua camiseta.

- Hey.. - Ele sorriu fraco e se aproximou pra me beijar e eu me afastei.
- Ahn não,eu nem escovei o dente ainda. - Eu ri,negando com a cabeça.
- Não ligo.. - tentou se aproximar novamente e eu o afastei.
- Mas eu ligo.Espera só um pouco! - Eu continuei rindo,quando vi ele revirando os olhos. - Entra. - Segurei a mão dele e o puxei pra dentro da minha casa.
- Cadê todo mundo? - perguntou,percebendo o silêncio da casa.
- Meus pais foram viajar. - Eu disse,dando a última mordida na maçã.Joguei seu coraço no lixo da pia e voltei olhar .
- E o ? - Ele perguntou,se sentando em um dos bancos da cozinha.
- Dormindo. - Eu disse,saindo da cozinha. - Espera,eu já desço. - Eu disse,subindo as escadas rapidamente.Fui pro banheiro e escovei os dentes demoradamente.Olhei no espelho e dei uma ajeitada no cabelo.Sai do banheiro e voltei a descer as escadas e fui direto pra cozinha. não estava no banco.Olhei por toda a cozinha e não o encontrei.Virei de costas e levei um puta susto quando dei de cara com ele.
- ! - Eu disse,brava. - Seu idiota.. - Eu dei um tapa no braço dele e ele gargalhou.
- Desculpa.. - Ele continuou rindo.Se aproximou e me deu um,dois,três selinhos rápidos.Coloquei meus braços em torno do pescoço e ele me abraçou pela cintura.Terminamos o abraço e nos olhamos e sorrimos.
- O que? - Eu perguntei,rindo.
- Você fica linda,quando acorda. - sorriu,levando uma de suas mãos pro meu rosto,se aproximando e me dando um seliinho mais longo,que foi transformado em um beijo,que foi aprofundado por ele.
- Que putaria é essa aqui.. - disse,arqueando uma das sobrancelhas. e eu terminamos o beijo no mesmo instante.
- O que você acha? - riu.
- No meio da cozinha,sério? - disse,indo até o armário e pegando uma bolacha. - Se eu demorasse mais um pouco,vocês estariam no quarto. - riu,fazendo com que risse também.Só eu que não achei graça nenhuma?
- Não fala merda, . - Eu revirei os olhos e sentei em um dos bancos.
- To brincando,grossa! - se mostrou ofendido.
- Sei.. - Eu continuei,brava.
- Só que se o pai e a mãe vissem.. - fez careta.
- Eles já sabem. - Eu neguei com a cabeça,arqueando a sobrancelha.
- Como assim eles já sabem? - olhou pra mim,surpreso.
- É,eu contei ontem. - Eu ri da surpresa dele. - Aliás,o meu pai quer que você venha falar com ele. - Eu sorri,divertidamente.
- Se fudeu.. - gargalhou da cara do .
- E a mãe quer que você traga a também. - Eu relembrei ele e ele parou de rir na mesma hora.
- VAAAAAAAAAI! Se ferrou,amigo. - gargalhou dessa vez.
- Sem graça.. - revirou os olhos,comendo uma bolacha.
- Eu venho falar com ele,sem problema.Eu já o conheço e ele não faz o tipo de pai que mata o namorado da filha. - sorriu pra mim,demonstrando que isso não seria um problema pra nós.
- Cadê ele e a mãe,falando nisso? - perguntou,comendo a sua 10° bolacha.
- Um amigo deles morreu em Dallas e eles tiveram que ir pra lá.Só voltam amanhã. - Eu expliquei.
- WOW! FESTA! - sorriu,comemorando.
- Nem vem.A mãe disse pra nos comportarmos.Disse que eu podia chamar as meninas pra dormirem aqui. - Eu disse,séria. e se olharam na mesma hora e fizeram careta.
- Noite das garotas.. - Eles disseram juntos.
- Exato! - Eu disse,pegando o celular.
- E eu vou ter que ficar em casa,ouvindo vocês fofocando sobre um filme romântico ridículo? - revirou os olhos.
- Você não vai ouvir,pois vai estar no seu quarto. - Eu pisquei pra ele.
- A vem? - perguntou,um pouco mais animado.
- Vem.. - Eu concordei.
- AI SIM! - sorriu,animado.
- Qual parte do 'noite das garotas' você não entendeu? - Eu bufei,discando o número de no telefone.
- Oi .. - Eu sorri fraco,enquanto e me olhavam,emburrados.
- Oi ,tudo bem? - Ela perguntou,empolgada.
- Estou bem e você? - Eu perguntei,sendo educada.
- Também! E ai,como estão as coisas? - perguntou,querendo saber o que eu queria.
- Topa vir dormir aqui em casa,hoje? - Eu perguntei,rindo do bico de e .
- CLARO! Noite das garotas? - deduziu.
- SIM! Meus pais foram viajar.- Eu disse,empolgada.
- YEAH! Combinado! Que horas eu posso ir pra ae? - perguntou,ansiosa.
- Hm,acho que umas 6 horas.Tenho que fazer uma coisa hoje a tarde.. - Eu disse e sorri pro .Eu não havia esquecido que havia combinado de sair com ele naquele dia. riu e fez um sinal positivo com uma das mãos.
- Tudo bem pra mim. - concordou.
- Avisa a e a ,por favor,ok? Até mais tarde.Beijos! - Eu disse,antes de desligar o telefone.
- Hmm,achei que tinha se esquecido de mim. - se levantou e veio até mim,aproximando seu rosto do meu.
- Eu jamais esqueceria você, . - Eu sorri divertidamente e me aproximei,dando um selinho rápido dele.
- Ahn,me poupem.. - fez careta e negou com a cabeça.Saiu da cozinha,revoltado.Eu e gargalhamos de toda a revolta do .
- Eu acho que ele ainda não se conformou com isso.. - Eu ri,saindo de perto de ,indo até a fruteira e pegando uma goiaba.Eu estava com fome,não havia tomado café e estava quase na hora do almoço.
- Também acho que ele não se conformou,mas.. - se levantou e andou em minha direção,olhando rapidamente pra sala pra ver se estava por ali. - Ele não está aqui agora,né? - finalmente chegou até mim,colocando seus braços em torno da minha cintura quase descoberta,pois eu ainda estava de pijama,ou seja,um curto pijama.Eu ri de todo o cuidado dele de fazer aquilo sem que visse.Coloquei meus braços em torno do pescoço dele,fazendo com que nossos rostos ficassem próximos. - Eu acho que não consigo ficar longe de você.. - disse,olhando em meus olhos e sorrindo fraco.
- Mas que sorte a minha. - Eu sorri,sem jeito.Aproximei ainda mais nossos rostos e selei os lábios dele de forma longa e carinhosa.Quando descolamos nosso lábios, deu um enorme sorriso,olhando pra mim de tão perto.Eu também o olhava de perto e notava o quanto ele era bonito.Ele era o tipo de cara que conseguia qualquer garota.Há pouco tempo atrás,eu me achava a única excessão.Bem,não sou mais.

foi quem selou meus lábios dessa vez e de forma lenta,aprofundou o beijo.O beijo só não durou,por que a campainha tocou.

- Que merda.. - revirou os olhos.Não conseguiámos ficar em paz.
- Espera,eu vou atender. - Eu disse,saindo da cozinha e indo em direção a sala.
- Não,não.Você não vai atender a porta desse jeito nem fudendo. - entrou na minha frente. - Vai se trocar e eu atendo a porta.. - forçou um sorriso.
- Ta.. - Eu revirei os olhos e subi as escadas correndo.

abriu a porta e viu ,que ao vê-lo,ficou confuso.

- Nossa,já esta tão próximo da família que já está abrindo a porta da casa? - brincou.
- Não.. - riu. - O ta lá em cima e a ta trocando de roupa.Os pais deles foram viajar.. - avisou,dando passagem pra que entrasse na casa.
- Ahn ta.. E ae,beleza? - entrou na casa e fechou a porta.
- Beleza e você? - e fizeram o 'toque' de mãos de sempre.
- Também. - sorriu,depois que terminaram.
- Vamos subir lá falar com o .. - deu a idéia e ambos subiram as escadas e foram ao quarto do .
- Ahn,oi cara! - sorriu,vendo e entrarem no quarto.
- E ae! - riu do fato de ainda estar jogado na cama vendo pela 20° vez o mesmo episódio dos Simpsons.
- O que nós vamos fazer hoje? - perguntou,olhando pros dois.
- Ok,eu não me inclui nesse 'nós'.Eu tenho namorada agora,não vou sair com dois caras. - riu da sua própria piada.
- Vai se fuder,Jonas. - atacou a almofada na casa do amigo.
- 'Eu tenho namorada agora! Eu sou um idiota apaixonado!' - fez careta,imitando a voz de .
- Eu não falo assim! - fez cara de desgosto.
- O que você ta fazendo aqui? Sua namorada está no quarto ao lado.. - revirou os olhos.
- Você tem razão! - deu um sorriso e esperto e virou-se pra porta,andando em direção a ela.
- ! - gritou,irritado.
- Eu só to brincando,seus ciumentos! - riu da cara dos amigos,voltando a ficar do lado do .
- Cíumes? É a minha irmã,seu doente. - gargalhou.
- É por isso mesmo! - negou a cabeça,inconformado com a lerdeza do amigo.- Não concorda,senhor 'melhor amigo'? - disse,se referindo que também estava com cíumes,por ser meu melhor amigo.
- Três caras brigando por minha causa! Eu devo ser muito legal mesmo.. - Eu entrei no quarto e disse de forma irônica,me sentando ao lado de na cama.
- E você fica na sua,garota. - disse,irritado.
- Nossa.. - Eu revirei os olhos.Precisava ser grosso?
- Eles estão com cíumes, . - riu,tirando com a cara dos amigos.
- Se você disser isso de novo,eu vou arrancar o seu rim.Entendeu? - olhou pro de forma tediosa,causando a minha gargalhada.
- Entendi! - riu.
- É que o está bravo por que hoje vai ter noite das garotas e ele vai ter que ficar aqui. - Eu disse,passando a mão pelo cabelo do ,quando ele deu um tapa na minha mão. - Ai! - Eu resmunguei.
- Eu vou resolver isso.. - levantou da cama.
- E o que vai fazer,irmão? - Eu disse,sarcástica.
- Ligar! Se você pode fazer a noite das garotas,eu posso fazer a noite dos garotos também. - sorriu,enquanto digitava o número do celular da minha mãe.
- Noite dos garotos? Vai a merda,eu não vou passar a noite com vocês! Prefiro ficar com as garotas.. - riu.
- É,bem pertinho da ,né? - provocou.
- Não,bem perto da minha melhor amiga. - deu o troco,indo até a cama e se sentando do meu lado,colocando seu braço em volta do meu pescoço.
- Sem graça.. - revirou os olhos.
- Ok,muito divertida essa discussão de vocês,mas nós não vamos sair, ? - Eu perguntei.
- Vamos.. - sorriu pra mim. - Nós almoçamos e depois saímos por ae.. - piscou pra mim.
- É,tente alguma coisa e eu te castro.. - sorriu falsamento pro ,enquanto escutava o celular de minha mãe chamar.
- Se liga, .. - gargalhou. - Vamos, . - me chamou,fazendo sinal com a cabeça.
- Vamos.. - Eu me levantei da cama,tirando o braço de ,que ainda estava em volta do meu pescoço. - Beijos,lindo. - Eu sorri pra ele e beijei o rosto dele.
- Bom divertimento. - sorriu pra mim e pro . - E ,cuide dela,mas nem tanto.Eu também sei castrar.. - piscou pro amigo.
- HA-HA! Vocês são hilários,cara.. - fingiu rir,mostrando o dedo do meio pro e vendo rir no telefone. Segurou a minha mão e saímos do quarto,descendo as escadas e passando pela porta.
- Onde vamos comer? - Eu perguntei,enquanto iámos até o carro.
- Não sei.Onde quer comer? - sorriu pra mim.
- Eu já escolhi ontem,sua vez.. - Eu disse,entrando no carro dele.
- Hm,então..já sei onde. - ligou o carro e sorriu,satisfeito.
- Onde? - Eu perguntei,olhando pro espelho do carro.Eu nem tinha feito isso ainda hoje.
- O que você ta fazendo? - perguntou,me vendo olhando no espelho.
- Eu me troquei e me arrumei e nem olhei no espelho pra ver como tava. - Eu deixei de olhar o espelho pra olhá-lo.
- Você está linda.. - Ele disse,prestando a atenção no trânsito e dando um fraco sorriso.Eu havia vestido uma camiseta branca com uma estampa qualquer e coloquei uma camisa jeans por cima ,deixando ela aberta.Optei por um shortinho e um salto de plataforma ( VEJA A ROUPA AQUI ).Havia prendido o cabelo em um coque frouxo e havia apenas passado um batom.
- Obrigada. - Eu sorri,me aproximei do rosto dele e beijei a sua bochecha carinhosamente. - Você também está lindo. - Eu disse,sem jeito.
- Qualquer dia você vai me fazer bater o carro,fazendo essas coisas.. - riu,negando com a cabeça.
- Mas então,onde vamos? - Eu perguntei mais uma vez.
- Estamos chegando.. - afirmou,virando o carro pra direita,fazendo com que saímos de frente pro mar. v - O restaurante da praia? Não acredito! - Eu disse com os olhos brilhando.
- Você gosta daqui? - riu.
- Eu não venho aqui há MUITO tempo. - Eu disse,abrindo a porta e saltando do carro,assim que ele parou o carro.
- Eu nunca vim,mas disseram que é bom e..é de frente pro mar. - disse,descendo do carro.
- A comida é incrível.. - Eu disse,quando chegou ao meu lado e segurou as minhas mãos,entrelaçando nosso dedos.Andamos daquela forma até o restaurante.
- Pra dois. - pediu,quando o recepcionista perguntou pra quantas pessoas era a mesa.
- Tem alguma preferência por alguma mesa? - O recepcionista perguntou e sorriu pra mim.
- Ahn,pode ser aquela mesa que tem a visão do mar? - Eu perguntou,apontando a mesa. ficou sério no mesmo instante e encarou o recepcionista.
- Claro,o que você quiser,moça! - O recepcionista sorriu pra mim novamente e eu sorri pra ele,sem jeito.
- Vamos. - me puxou pela mão em direção a nossa mesa.
- Obrigada! - Eu agradeci o recepcionista,enquanto me puxava. - O que foi? - Eu perguntei,quando chegamos na mesa.Eu sentei e se sentou na minha frente,sério.
- Se ele não parar de olhar aqui,eu vou enfiar a mão na cara dele.Estou avisando.. - disse,vendo o recepcionista olhar pra mim de longe.
- Para de ser bobo, ! - Eu sorri,negando com a cabeça.
- E eu vi você sorrindo pra ele,ok? - cerrou os olhos pra mim.
- Eu sorrir pra uma pessoa,não significa nada.Só estava sendo educada. - Eu expliquei.
- Da próxima vez,seja menos educada. - forçou um sorriso e olhou pro cardápio em sua frente.
- .. - Eu disse,sabendo que ele estava bravo.Ele abaixou o cardápio e olhou pra mim,sério.Estendi o braço em cima da mesa e esperei que ele fizesse o mesmo,para que segurasse a minha mão.Ele fez isso,me olhando,sério mas não tão bravo como antes. - Um cara pode olhar o quanto quiser,mas isso não vai fazer com que eu deixe de ser sua.Ninguém pode mudar isso,ok? - Eu disse com um sorriso fraco no rosto e ao ouvir,ele também sorriu,gostando do que havia escutado.
- Eu confio em você. - disse,começando a fazer carinho na minha mão com o seu polegar. - É neles que eu não confio.Desculpa,mas quando vejo um cara olhando pra você,eu piro.É mais forte que eu.. - sorriu,sem jeito.
- Ainda bem,né? Isso mostra que você se importa. - Eu sorri,sem jeito.
- E você ainda tem dúvidas disso? - sorriu e negou com a cabeça.
- Não,mas eu gosto de ser lembrada disso constantemente. - Eu disse e ele riu.
- Eu sempre vou me importar com você. - Ele olhou pra mim de forma encantadora e beijou a parte de cima da minha mão.Não respondi,apenas sorri pra ele como uma boba. - Então,o que vai comer? - perguntou,mudando o assunto.
- Quero batata frita.. - Eu disse com antecipação.
- Batata frita e o que? - me perguntou,olhando o cardápio.
- Sei lá,arroz e feijão..pode ser. - Eu disse,indiferente.
- Ta,também vou querer isso então. - fechou o cardápio e chamou o garçom.Fez os pedidos.O garçom trouxe os refrigerantes em seguida.
- Então,você disse que contou pros seus pais sobre nós.Como foi? - perguntou,curioso.
- Minha mãe ficou super feliz.Por algum motivo estranho,ela gosta de você.. - Eu disse,provocando.
- Por algum motivo estranho não! É por que eu sou um cara muito legal. - se exibiu.
- Não sei se meu pai também acha isso.Ele permitiu o namoro,mas quer que você vá falar com ele. - Eu disse e ele ficou sério.
- Eu vou,é só marcar.. - afirmou,quando o garçom chegou,trazendo o nosso pedido.
- E você contou pros seus pais e pra ? - Eu perguntei,começando a comer.
- Não.Quero que você esteja junto quando eu contar. - disse,pegando uma batata frita.
- Hm,ta. - Eu concordei,continuando a comer.

Continuamos a conversar sobre diversas coisas,enquanto comíamos.Acabamos de comer depois de um tempo.

- Quer mais alguma coisa? - perguntou,educado.
- Não,estou satisfeita.Obrigada. - Eu sorri pra ele,agradecida.
- Então vamos? - Ele se levantou da mesa e esperou que eu levantasse.
- Vamos. - Eu levantei e fui ao lado dele,colando nossas mãos e entrelaçando nossos dedos.Fomos até o caixa,onde pagariámos a conta.
- Antes de você dizer que quer ajudar a pagar,EU vou pagar,ok? - avisou,quando chegou a nossa vez de pagar.
- Ta bom. - Eu ri,sem dizer mais nada.

pagou a conta e nós saímos do restaurante.Estavámos de mãos dadas como um casal.Isso era tão surreal!

- Vamos dar uma volta ali na areia? - perguntou,olhando que a praia estava vazia.Talvez por que o dia não estivesse ensolarado.
- Vamos,mas deixa eu só deixar a minha sandália no seu carro? É que vai ser difícil andar na areia com esse salto. - Eu disse,olhando pros meus pés.
- Claro,vamos lá. - me acompanhou até o carro e eu deixei a sandália lá e resolvi descer a pé.Era só areia mesmo.Andamos em silêncio por um tempo.Estavámos bem perto do mar,mas a água não nos alcançava.
- Você imaginou que um dia estariámos aqui? - Eu perguntei,virando o meu rosto para olhá-lo.
- Só nos meus melhores sonhos.. - também me olhou e sorriu fraco.

Entrei na sua frente e entrelacei os dedos da minha outra mão,nos dedos da outra mão dele e continuei a andar pra trás,enquanto ele andava pra frente. sorriu fraco,enquanto me olhava como se estivesse admirando.O vento fazia com que algumas partes do meu cabelo,mesmo preso,voassem pra lá e pra cá.

- Por que eu? - Ele perguntou,sério e com um quase sorriso.
- O que? - Eu perguntei,sem entender.Nós paramos de andar,porém continuamos frente a frente.
- Você é linda,consegue o cara que quiser só com um sorriso.Por que eu? - perguntou e o sorriso fraco voltou ao seu rosto.
- Por que você é exatamente o meu tipo de garoto.Você me trata como ninguém,faz com que eu me sinta de um jeito que nunca senti antes.Eu amo estar do seu lado.Eu me sinto..protegida,sabe? Com você eu sei que é verdade,pelo jeito que você me olha,pelo jeito que você sorri e me beija.Eu sei que o que você sente é verdadeiro,por que sempre foi verdadeiro.Mesmo quando eu não correspondia e nós só brigavamos,você estava lá por mim.Pra me fazer sorrir,quando eu precisava sorrir,pra me proteger,quando eu precisava ser protegida.Como naquela vez,lembra? Eu havia marcado de ir ao cinema com o Peter e quando cheguei lá,ele me ligou,dizendo que não poderia ir.Então..eu assisti o filme sozinha e quando eu sai do cinema,já era bem tarde e você apareceu misteriosamente lá.Disse que estava vendo os filmes que estavam em cartaz e me acompanhou até a minha casa.Eu não te contei,mas eu sei o que você fez naquele dia e em vários outros dias. - Eu relembrei e ele sorriu,se lembrando daquele dia. - Você sempre fez o melhor por mim,mesmo quando não tinhámos nada.Na época,eu percebi isso.E acredite,isso me deixava mais segura.Eu sabia que se alguma coisa ruim acontecesse,você apareceria do nada pra me ajudar.Como no dia da morte da minha avó e no baile de primavera. - Eu expliquei pra ele da melhor forma que eu consegui.O sorriso dele aumentava a cada palavra que saia da minha boca. - É por isso que eu escolhi você.Você é o meu anjo,está sempre olhando por mim e isso faz de você,o cara que eu quero comigo o resto da minha vida. - Eu disse a última frase,sem jeito.Ele me olhou com uma cara tipo 'own,que fofa'.
- Quer dizer que o fato de você ter me escolhido,não tem nada a ver com o fato de eu ser bonito e sarado? Estou decepcionado! - fingiu bico.
- É claro que isso também conta.Você não é..exatamente..de se jogar fora. - Eu ri baixo e ele também riu.No minuto seguinte,ficou sério e me observou.
- Eu sempre vou estar aqui por você,mas eu não vou te segurar quando você cair.Sabe por que? - se aproximou de mim,passando seus braços em torno da minha cintura,fazendo com que eu passasse os meus braços em torno do seu pescoço.
- Por que? - Eu sorri fraco,olhando ele de muito perto.
- Por que eu NUNCA vou deixar você cair. - disse,sério,olhando em meus olhos.Olhou pros meus lábios,ver um sorriso surpreso surgir lá.Se aproximou e selou os meus lábios de forma calma e carinhosa.Seus dois lábios,puxaram o meu lábio inferior.
- E você? - Eu perguntei,assim que descolei nossos lábios.
- O que tem eu? - Ele perguntou,sem nem mais saber qual era o assunto.
- Por que eu? - Eu é quem estava curiosa dessa vez.
- Talvez por que você foi a primeira e única garota pela qual eu me apaixonei.Eu não sei explicar o por que.Eu escolhi você,há quase 7 anos atrás e eu nem conhecia você.Eu apenas te vi.Eu só precisei olhar pra você uma vez e então eu sabia que era você! Era você a única que podia fazer o meu coração disparar só por chegar perto de mim.Era você que só com um sorriso,podia fazer o meu dia melhor.Era você que eu queria do meu lado hoje,amanhã e o resto da minha vida. - sorriu fraco. - Eu amo tudo em você.O jeito que fica,quando eu te falo essas coisas.O jeito de durona,que consegue ser até doce as vezes.O jeito que me olha,que me beija,que me abraça como se eu fosse tudo o que você precisasse naquele momento.Eu até amo o seu lado CDF e o seu lado de TPM. - Ele disse,segurando o riso.Eu não consegui e ri baixo.Nós continuávamos grudados.Quando ele falava,seus lábios chegavam a tocar nos meus. - Eu amo cada pedaço seu. - disse,olhando por todo o meu rosto. - Eu amo quando me manda calar a boca, me chama de idiota e no minuto seguinte,diz que me ama. - Ele sorriu fraco e eu fiz o mesmo. - Eu amo aquela garotinha do vestido rosa,que só precisou sorrir pra me fazer perceber que ela é tudo o que eu quero e é tudo o que me importa. - olhou em meus olhos novamente.Disse essas palavras da forma mais doce que se podia dizer.Aproveitei que já estavámos naquela posição e abracei ele.Subiu suas mãos pelas minhas costas e quando chegou no cabelo,entrelaçou seus dedos na parte de trás dele.Nos abraçávamos tão forte,que ele decidiu me levantar do chão e me girar,me tendo nos braços dele.
- Você mudou o meu mundo. - Eu disse no ouvido dele,enquanto ainda nos abraçávamos.Ele terminou o abraço pra olhar em meu rosto.
- Mudei? - sorriu fraco,me olhando nos olhos de bem perto.
- Sim,ele é melhor agora que você está nele. - Eu disse e o sorriso dele ficou ainda maior.Se aproximou ainda mais do meu rosto me dando um carinhoso selinho.
- Linda.. - Ele disse entre um selinho e outro. - Não acredito que prefere ficar com as suas amigas a noite do que comigo. - disse,depois de dar o último selinho. Ainda estavámos próximos.
- Minha mãe me mandou ficar em casa,você sabe. - Eu fiz bico.
- Ok,então pra me recompensar,você vai ter que fazer algo comigo agora. - disse com uma cara de espertinho.Logo percebi que não era uma coisa que me agradaria e que ele me forçaria a fazer.Quer ver?
- Lá vem.. - Eu revirei os olhos. - O que é? - Eu perguntei,voltando a olhar pra ele.
- Vamos dar uma volta ali na beira do mar e molhar SÓ o pé. - Ele específicou,para que eu não fizesse tanto drama.
- Não vou fazer isso. - Eu ri na cara dele.
- Por que não? - fez careta.
- Essa água deve ta MUITO gelada. - Eu continuei rindo da cara dele,por ter imaginado que eu aceitaria aquilo.
- Não ta nada! Para de frescura! Vai,vamos.. - deu alguns passos na minha frente,esperando que eu acompanhasse.Parou,quando viu que eu não faria isso.
- Eu não vou, ! - Eu ri e neguei com a cabeça. - Você sabe o quanto eu sempre odiei entrar nessa água,principalmente em dias que não estão sol. - Eu disse,apontando o céu que ainda estava nublado.
- Vamos, ! Por favor! - Ele fez bico,tentando me seduzir.
- Não adianta fazer essa cara.Eu não vou entrar! Você me conhece.. - Eu ri,olhando pra ele,que estava há alguns passos de mim.
- E você me conhece também,né? - sorriu e arqueou a sobrancelha.Isso nunca era bom.
- Você não faria isso. - Eu olhei pra ele,desacreditando.
- O que? Levar você a força pro mar? - perguntou irônica. - Não! Eu jamais faria isso! - continuou sendo irônico enquanto tentava não rir.
- ,você faria isso com certeza. - Eu arqueei a sobrancelha.
- Você está certa.. - disse e segundos depois veio atrás de mim.Demorei um tempo pra perceber que ele se aproximava e só então comecei a correr.
- PARAAA, ! - Eu gritava,enquanto olhava pra trás e via que ele ainda estava correndo atrás de mim. - NÃO TEM GRAÇA! PARAAA! - Eu gritava,rindo como uma retardada.
- VOCÊ ACHA MESMO QUE ESTOU BRINCANDO? - perguntou,rindo.
- É SÉRIO, ! PARA! - Eu gritei,depois de conseguir ir pra trás de um coqueiro. ficou do outro lado do mesmo coqueiro.Ele ameaçava ir pra um lado e eu ia pro outro.
- Faz tempo que nós não brincávamos de pega-pega,né? - riu,respirando com dificuldade por causa do tanto que tinha corrido.
- Você não vai me pegar dessa vez. - Eu provoquei ele,olhando pra ele em um dos lados do coqueiro.
- Você sabe que eu vou. - também provocou.
- Vamos ver.. - Eu disse,saindo correndo detrás do coqueiro e voltando a correr sobre a areia da praia. continuou correndo atrás de mim.Ele se aproximava cada vez mais. - NÃAAAAO! - Eu gritei histéricamente quando vi que ele estava quase me alcançando.Pois é,ele alcançou! Quando finalmente me pegou,caímos juntos sobre a areia.Ele por cima de mim,claro.
- Eu disse que pegaria.. - disse,olhando pros meus olhos de tão perto.
- Essa brincadeira não tem graça com você.Você sempre me pega.. - Eu ri,olhando pra ele.
- Acho que você vai ter que molhar seus pés na água.. - sorriu fraco,se aproximando ainda mais e me dando um rápido selinho.Se levantou,saindo de cima de mim.Continuei deitada.Sabia que se eu levantasse,ele me forçaria ir até a água. - Levanta.. - Ele pediu,olhando pra mim com os olhos cerrados.Ele sabia o que eu estava fazendo.
- Não,to bem aqui. - Eu ri,olhando pro céu.
- Ok.. - disse,se agachou e passou seus braços por debaixo de mim,me levantando em seu colo.
- Me solta, ! - Eu olhei pra ele,tentando parecer brava.Ele continuou andando comigo em seus braços em direção ao mar.
- Não vou soltar.. - riu,fazendo careta pra mim.
- Não faz isso.. - Eu disse,vendo que já nos aproximávamos do mar. - Ok,nós não precisamos molhar só os pés.. - brincou,sabendo que eu enlouqueceria com aquilo.
- NÃO! ,ME SOLTA AGORA! - Eu gritei,quando percebi que ele já havia colocado seus pés na água.
- Quer mesmo que eu te solte agora? - gargalhou,se referindo a toda água que estava ali,embaixo de mim.Se ele me soltasse,eu cairia lá.
- NÃO! NÃO ME SOLTA, ! - Eu gritei,passando meus braços em torno do pescoço dele e segurando nele com toda a força.
- Dá pra decidir? - não conseguia parar de rir.
- SÉRIO, ! POR FAVOR,NÃO ME SOLTA! - Eu disse,agarrando ele ainda mais.
- Se eu soubesse que você ia me agarrar desse jeito,tinha feito isso antes. - riu,tirando seus pés da água e voltando pra areia.
- Seu besta.. - Eu dei um tapa no braço dele,rindo.
- Você achou mesmo que eu ia te jogar na água? - arqueou a sobrancelha com um sorriso fraco no rosto.Ele me colocou de pé na areia,fazendo com que eu ficasse de frente pra ele. - Esse é o problema! Você tem que confiar mais em mim. - Ele saiu de perto de mim,se sentando na areia há alguns passos de mim.

Olhei pro céu,me xingando mentalmente pelo que eu havia acabado de fazer. estava querendo se divertir comigo e eu estava cheia das frescuras.Demorei pra perceber o quão chata eu estava sendo.Olhei pra ele,ele olhava pro mar,sério.Me aproximei dele e parei na sua frente de pé.

- Vamos comigo.. - Eu pedi,soltando o meu cabelo,guardando o meu prendedor de cabelo no bolso do meu shorts.
- Não precisa ir.. - me olhou,sério.
- Eu quero ir! Se você não quer,fique ai então. - Eu disse,saindo e deixando ele sentado lá.Me aproximei da água e molhei meus pés.A água estava terrívelmente gelada,eu quase morri,mas ao poucos fui me adaptando.

Comecei a brincar sozinha,pegando algumas pedras no fundo da água e jogando no mar,o mais longe que eu conseguia. via tudo de longe e sorria fraco,vendo o quanto eu era horrível naquela brincadeira das pedras.Dobrou a barra da sua calça e se levantou,indo em minha direção.Continuei jogando as pedras,sem perceber que ele se aproximava.
- Você é péssima nisso. - disse,atrás de mim.Me virei pra olhá-lo e vi ele sorrindo pra mim.
- Eu sei,mas estou tentando. - Eu sorri fraco.Estava feliz por ele ter ido ali comigo.
- Olha só.. - se agashou e pegou uma pedra e a jogou com força no mar.A distância que a pedra dele atingiu,foi simplesmente o dobro da minha.
- Não precisa humilhar,né? - Eu ri,indignada.
- Não é todo dia que você assume que sou melhor que você em alguma coisa,né? - disse,rindo.
- Você é garoto.Aposto que se fosse uma garota,eu ganharia. - Eu disse,não querendo ficar pra trás.
- Eu também acho.. - sorriu fraco.Parecia ainda estar um pouco chateado.Quando percebi isso,me aproximei dele e segurei uma de suas mãos,trazendo ele pra mais perto.
- Desculpa. - Eu disse,mostrando que estava arrependida. - Eu fui uma idiota.Não foi a minha intenção. - Eu levei uma das minhas mãos no rosto dele e levei o rosto dele ao encontro do meu,tocando nosso lábios.
- Não vale isso. - riu,quando nossos lábios ainda estavam colados.
- O que? - Eu desgrudei nosso lábios e ri pra ele,sem entender.
- Eu to tentando ficar bravo com você! Não pode me beijar.Estraga tudo! - disse,fingindo estar bravo.
- Não posso? Ta bom então. - Eu disse,ameaçando sair de perto dele.
- NÃO! - Ele me puxou. - Agora você já estragou tudo.. - Ele riu,colando meu corpo ao dele e me beijando.A passagem foi dada e ele aprofundou o beijo,enquanto entrelaçava os dedos de uma de suas mãos em meu cabelo.

O beijo não durou muito.Até por que estavamos no meio da praia e ouvimos algumas pessoas se aproximando dali.Terminei um beijo com um selinho,enquanto ele sorria de olhos fechado.

- Me lembre de ficar bravo com você sempre. - brincou,me fazendo rir.
- Por que? - Eu ri,sabendo que ele falaria algo idiota.
- Você se sente mal e fica tentando me agradar. - riu,colocando seus braços em torno na minha cintura e dei um beijo carinhoso no meu rosto.
- Mas você não perde uma,né? - Eu ri,negando com a cabeça.As mãos dele desceram da minha cintura até as minhas mãos e entrelaçamos nossos dedos.
- Eu só gosto de ficar assim..com você. - soltou uma de minhas mãos e só uma de nossas mãos permaneceram com os dedos entrelaçados.
- De mãos dadas? - Eu perguntei,quando começamos a andar lentamente pela beira do mar de mãos dadas,enquanto molhávamos nossos pés na água.
- Não é só isso. - disse,virando o seu rosto para olhar pra mim. - Não fique brava por eu dizer,mas eu já namorei várias vezes.Ser namorado das outras,não é a mesma coisa do que ser o seu namorado. - disse,dividindo seus olhares entre o meu rosto e a água que batia em seus pés. - Das outras vezes,eu tinha que agir como namorado,mas com você eu quero agir como namorado. - explicou da forma menas confusa que conseguiu.
- Fico feliz em saber que também consigo fazer você se sentir assim. - Eu disse,olhando pra areia que sujava todo o meus pés.

Quando percebeu o que eu havia dito,ele me olhou e sorriu de forma doce.Nunca imaginou que ouviria isso de mim.Logo de mim,que nunca notei ele.O amor dele agora estava sendo reconhecido e principalmente: compartilhado.Era a melhor sensação do mundo.

- Qual o seu maior medo? - Ele me perguntou depois de um longo silêncio.
- Medo? - Não entendi o por que da pergunta naquele momento,mas responderia mesmo assim. - Eu não sei.Tenho tantos.. - Eu disse,pensativa.
- O maior deles..qual é? - voltou a perguntar.Continuavamos a andar pela beira do mar de mãos dadas.
- Eu tenho medo de não alcançar os meus objetivos de vida,meus sonhos,sabe? - Eu disse depois de pensar por um tempo. - E o seu? - Olhei pra ele e ele também me olhou.
- Tenho medo da perda. - disse,deixando de olhar pra mim.Olhava pra frente,vendo o quanto poderiámos caminhar.
- Medo de perder o que? - Eu perguntei,curiosa.Eu não sabia daquilo ainda!
- Pessoas.Pessoas da minha família,pessoas especiais. - disse,sério. - Medo de perder você. - sorriu pra mim,sem jeito.
- .. - Eu olhei pra ele e neguei com a cabeça.
- Eu sei! Eu sei que tenho você,mas é que nós estamos agindo assim agora.Estamos próximos,juntos.Eu esperei tanto tempo por isso,eu quis tanto isso,que só em pensar que um dia posso te perder,eu entro em pânico. - disse com dificuldade. - É como um sonho.Esse é o meu sonho e estou com medo de acordar. - dizia isso de forma tão timida,tão doce que me comovia extremamente.
- Hey.. - Eu parei de andar e andei,parando em sua frente. - Não se preocupa com isso. - Coloquei minhas duas mãos em cada lado do rosto dele. - Se isso for um sonho,eu prometo que vou atrás de você na vida real. - Eu sorri,bem próxima do rosto dele.Ele percebeu que eu havia acabado de dizer uma frase que ele já havia me dito,semanas atrás.
- Essa é uma frase é muito reconfortante. - sorriu fraco,me olhando nos olhos de bem perto.
- Meu namorado me disse ela uma vez.Me ajudou bastante. - Eu sorri,sem mostrar os dentes.
- Seu namorado é um cara muito inteligente! - sorriu de forma divertida,fazendo com que eu fizesse o mesmo.
- .. - Eu voltei a ficar séria. - Você confia em mim? - Eu perguntei,olhando nos olhos dele.
- Confio! - Ele afirmou,sério.
- Então acredite em mim quando eu digo que você nunca vai me perder. - Minhas mãos continuavam no rosto dele e nos olhávamos de perto.
- Você nunca disse isso. - disse,querendo me ouvir dizer. v - Você nunca vai me perder, . - Eu sorri fraco,vendo um sorriso enorme surgir no rosto dele.
- Eu amo você. - Quando ouvi ele dizer,minha primeira reação foi me aproximar e selar os lábios dele rapidamente.
- Eu também amo você. - Dei um sorriso maior,quando disse isso.
- Ahn não! - resmungou,revirando os olhos. Meu celular estava tocando. - Já notou que o celular só toca na hora errada? - cruzou os braços,me vendo atender o telefone.
- Oi . - Eu disse,depois de ler o nome do meu irmão no visor do meu celular.
- Oi. - Ele só disse,pra ser educado. - Suas amiguinhas já chegaram aqui.Dá pra vir? Não to aturando mais elas. - disse e eu ouvi elas xingarem eles no fundo.
- Já? Mais ainda são.. - Eu peguei o braço de e trouxe o seu pulso pra perto dos meus olhos,pra que eu enxergasse as horas em seu relógio. - 5 e meia! Ops.. - Eu fiz careta.
- Pois é. ANDA LOGO. - disse,desligando o telefone em seguida.
- Já sei! - disse,sorrindo falso. - Temos que ir embora,certo? - deduziu.
- Certo,gênio. - Eu pisquei pra ele.
- Vamos lá.. - levantou,fazendo careta.
- Espera,meu pé ta todo melecado.. - Eu disse,vendo que ele estava indo em direção ao carro sem mim.Meu pé estava grudado de areia,por causa da água.
- Ai.. - olhou pra trás,riu e andou até mim. - Vem,sobe.. - virou de costas,esperando que eu subisse nas costas dele.
- Sério? - Eu perguntei com um sorriso de orelha a orelha.Eu sempre quis fazer aquilo. não fazia isso comigo há um bom tempo.
- É! - riu da minha felicidade.
- Eba! - Eu disse,colocando meus braços em torno do pescoço dele e as minhas pernas em torno da cintura.Ele segurou as minhas coxas,impedindo que eu caísse.
- Tem horas que você parece uma garotinha de 5 anos. - riu novamente,se levantando e começando a andar comigo em suas costas.
- Isso é bem divertido,ok? - Eu me defendi,olhando o caminho que havia em nossa frente até o carro.
- Ok,garota sem infância. - disse,segurando o riso.
- Ahn,fica quieto! - Eu ri,sabendo que ele tinha um pouco de razão. também começou a rir.

Andamos daquele jeito até o carro.Quando chegamos nele,ele me colocou no chão e abriu a porta do carro pra que eu entrasse e foi isso o que eu fiz.Ele deu a volta e entrou,sentando no banco do motorista.Dirigiu até a minha casa,enquanto discutiamos sobre o qual albúm dos Beatles era o melhor.

- Chegamos.. - disse,desligando o carro em frente a minha casa.
- Vem,entra um pouco. - Eu disse,abrindo a porta do carro e fechando-a em seguida.Parei,esperando chegar ao meu lado.Ele saiu do carro e fechou o carro,vindo até mim.
- Será que o ainda está ai? - perguntou,vendo que a casa estava estranhamente silenciosa.
- Deve estar. - Eu disse,tentando abrir a porta,que estava trancada. - Ué,ta trancada. - Eu tentei novamente.
- Toca a campainha. - disse,apertando a campainha.
- Que silêncio.. - Eu disse,vendo que não parecia que não vinha ninguém atender a porta.
- Vamos torcer pro seu irmão não ter matado as meninas. - disse,rindo.
- Não fala besteira. - Eu disse,rindo. - Espera,vou ligar. - Eu peguei meu celular e disquei o número do celular do .Chamou uma,duas,três vezes.
- ? - Eu perguntei,percebendo a voz de riso dele.
- Oi ! - Ele disse,rindo.
- Dá pra abrir a porta? Eu to aqui embaixo. - Eu disse,irritada.
- Espera,o vai descer pra abrir. - disse,desligando o celular.
- Filho da mãe.. - Eu resmunguei,olhando feio pro celular.Ele tinha desligado na minha cara!
- O que foi? - riu,sem saber o que tinha acontecido.
- Ele desligou na minha cara. - Eu disse,brava.Guardei o celular no bolso do meu shorts novamente. - O vai abrir. - Eu disse,ouvindo a porta sendo destrancada.
- Entra logo! - disse em um tom quase inaudível.
- Ta! - Eu disse da mesma forma.
- Ok,posso fazer uma pergunta? - disse,enquanto também falava baixo. fechou a porta e virou pra nós.
- Pode.. - continuou falando baixo.
- Por que estamos falando baixo? - perguntou,ainda falando baixo.Eu comecei a rir.
- Vamos lá no quarto do e nós explicamos pra vocês. - disse,subindo a escada lentamente para não fazer barulho.

Subimos as escadas sem fazer nenhum barulho e fomos pro quarto do . estava rindo como um retardado.
- ,você ta perdendo! - disse assim que viu entrar em seu quarto comigo e .
- O que vocês estão fazendo,hein? - Eu perguntei,curiosa.
- Deixa eu ver.. - saiu do meu lado e se sentou ao lado de ,olhando para uma mini tv que ele segurava. - NÃO ACREDITO! - começou a rir.
- Vocês não vão me dizer o que vocês estão vendo ai,não? - Eu perguntei com uma cara irritada,cruzando os braços. também estava lá ao lado deles,olhando pra tal tv. - Não é pornô,né? - Eu perguntei,rindo.
- HA-HA! - riu falsamente,olhando pra mim.
- Deixa eu ver,vai. - Eu disse,indo até eles e tirando a mini tv da mão do .
- HEY! - gritou,irritado.

Olhei pra tela e de primeira não consegui entender o que era a imagem.Olhei com mais atenção.

- Espera.. - Eu disse,cerrando os olhos pra eles.
- Foi ele! - e disseram juntos,um apontando pro outro.
- Vocês trancaram elas no meu quarto? - Eu perguntei,inconformada.Não acredito que eles tinham trancado e no meu quarto e colocado uma câmera lá dentro,só pra ficar zuando elas.
- Eu e estavámos jogando video-game e elas desligaram a energia da casa. - explicou,se defendendo.
- É,elas mereceram! - disse,rindo.
- Vocês são tão infantis! - Eu revirei os olhos,saindo do quarto e indo pro meu para soltar as meninas.
- Eu sabia que ela ia estragar toda a brincadeira. - revirou os olhos,revoltado.
- Desde quando vocês fazem esses planos sem mim? - perguntou,cerrando os olhos.
- Desde quando você começou a ter encontros românticos e idiotas com a minha irmã. - forçou um sorriso.
- Não é por que eu e a estamos juntos que mudou alguma coisa na nossa amizade ok? - disse,sério. - Vocês não ficaram assim quando eu namorava a Jessie.Podem parar com essas frescuras agora. - disse,parecendo bravo.
- É que ..você quis tanto isso.É como se não quisessemos atrapalhar agora. - explicou,sem jeito.
- Vocês não atrapalham nada! Vocês são meus melhores amigos e eu morreria por vocês,entendeu? - continuou com seu tom irritado.
- Own,vem cá, ! Dá um beijinho.. - riu,abrindo os braços em direção ao .Estava zoando pelo que tinha acabado de dizer.
- Vai se ferrar.. - empurrou ,rindo. - Estou falando sério! - tentou ficar sério.
- Nós entendemos. - disse,parando de rir.
- Bom! - disse,rindo.Ele e começaram a fazer o seu rotineiro 'toque' de mãos.
- ,EU VOU TE MATAR. SEU DESGRAÇADO! - Os garotos ouviram a gritar do meu quarto,assim que eu tinha aberto a porta.
- Agora você ta fudido,cara. - fez careta,sentindo medo de só pelo tom de voz dela.
- ,calma. - Eu fechei os olhos,por causa do grito que ele havia dado saiu do meu quarto e foi furiosa até o quarto do .Parou na porta e olhou pro ,irada.
- ,espera. Deixa eu.. - entrou na frente,tentando acalmá-la.
- SAI DA FRENTE,JONAS! - Ela gritou,olhando de forma raivosa pro . olhou pra ela,assustado e saiu da sua frente.
- QUE DIREITO VOCÊ ACHA QUE TEM DE ME TRANCAR DENTRO DE UM QUARTO? - < gritou,indo até o .
- O MESMO QUE VOCÊ TEVE DE DESLIGAR A ENERGIA. - também gritou,sorrindo de forma irônica.

Eu e saimos correndo do meu quarto e fomos pro quarto do pra ver a briga.

- AI,EU ODEIO VOCÊ! - gritou no auge da sua raiva e começou a estapear .
- HEY! PAREM OS DOIS! - gritou com sua voz grossa. parou de estapear no mesmo instante e passou a olhá-lo somente com raiva. - Isso ta começando a ficar chato,sabia? - suspirou,irritado.
- Está mesmo! - concordou.
- Fica na sua, ! Há alguns meses atrás,você e a faziam a mesma coisa. - arqueou a sobrancelha,olhando pro amigo.
- Okay. - se calou,sabendo que tinha razão.Olhou pra mim de longe e riu,sem jeito.
- Era só uma brincadeira,ok? - sorriu,tentando diminuir a tensão.
- Não é brincadeira! Ele só faz pra me irritar. - disse,olhando raivosamente pra .
- Você acha que o mundo gira ao seu redor,né garota? Você acha que tudo o que eu faço é pra te irritar! - disse,bravo.
- Ou você adora me irritar ou você tem uma paixão obsessiva por mim.Não é possível! - sorriu sarcasticamente.
- Eu? Uma paixão obsessiva por você? - repetiu as palavras de ,acrescentando sua irônia nelas. - Você já percebeu o quanto é chata? Eu não gostaria de você,nem se fosse a última garota do mundo. - riu,debochado.

Todos olhavam a cena,perplexo.Sem dizem uma palavra.Eles nunca haviam tido uma conversa daquele jeito.Quer dizer,não que nós soubéssemos.

- Então faz um favor? - sorriu lindamente. - PARA DE ME ATORMENTAR! - Ela gritou,saindo do quarto furiosa.
- Isso foi como uma briga da e do ,sério! - gargalhou,quebrando o silêncio que havia ficado no quarto.
- A única diferença,é que o meu final vai ser bem longe do dela. - disse e saiu do quarto.
- As vezes eu também acho que nunca vai funcionar entre eles. - negou com a cabeça.
- Por que não? Eu sei exatamente o que ele está sentindo. - disse.Ele me olhou e nós trocamos sorrisos. - Eu já fiz o que ele acabou de fazer MUITAS VEZES. - disse,vindo até mim e colocando seu braço sobre os meus ombros.
- E eu conheço a raiva que a está sentindo agora. - Eu disse,rindo um pouco.
- Mas como eles vão ficar juntos,se ninguém toma a iniciativa? - perguntou,confusa.
- É,não dá pra viajar pra Nova York dessa vez. - fez careta.
- Não tem Nova York,mas tem nós. - ergueu os ombros,dando uma idéia.
- Operação cupido? - Eu sorri pra ele.Tinha entendido exatamente o que ele estava querendo dizer.
- Adorei a idéia! - comemorou.
- Eles vão nos odiar se descobrirem que vamos armar alguma coisa,mas eles estão precisando de um empurrãozinho. - concordou.
- É,me ajudar ninguém quis,né? - fez cara de bravo.
- Está reclamando do que? Você já ta ai se agarrando com a minha irmã. - arqueou uma das sobrancelhas.
- É,mas eu demorei 6 anos pra conseguir isso. - argumentou.
- Não importa! - resmungou. - O que interessa é que temos que arranjar um jeito de juntá-los. - nos trouxe de volta pra realidade.A campainha tocou,interrompendo qualquer idéia que estavámos pensando em ter.
- O que interessa agora é que a chegou. - Eu disse,me desviando dos braços de ,que ainda estavam em meus ombros e saindo do quarto para ir atender a porta. Desci as escadas rapidamente,fui em direção a porta e a abri. estava lá com seus 2 travesseiros e a sua mochila.
- Oi! - sorriu.
- Oi,entra. - Eu dei passagem pra que ela passasse pela porta. - Deixa que eu te ajudo a levar isso pro quarto. - Eu disse,pegando a mochila dela.
- Valeu. - Ela agradeceu,segurando seus 2 travesseiros de forma mais confortável.
- Vamos subir.A turma ta lá em cima. - Eu disse,subindo as escadas e ela me acompanhou.Passamos pelo meu quarto e deixamos as coisas dela lá e fomos pro quarto do .
- Oi amor. - disse,assim que viu .
- Oi linda! - sorriu,abraçando ela de forma forte e dando um selinho rápido nela em sequência.
- Ahn,quero me namorado. - fez bico.
- Cadê ele? - Eu perguntei,sentando na cama de ao lado do .
- Ele foi a mãe no mercado. - continuou fazendo bico.
- Nós marcamos de sair mais tarde. - disse,relembrando uma conversa por celular que ele e tinham tido naquele dia mais cedo.
- Como assim? - cerrou os olhos. - Não me convidaram,seus bichas? - fez cara de bravo.
- Nós iámos chamar.Eu ia te falar quando você chegasse. - riu do desespero de ao ver que estava sendo excluído das coisas.
- Onde vocês vão,hein? - Eu perguntei,curiosa.
- Já até sei onde é.Não conta, . - disse,só pra me irritar.
- É esse lugar mesmo. - riu,entrando na brincadeira.
- Onde é? - perguntou,desconfiada.
- Não conta, . - continuou a brincadeira.
- ,mantenha a boca do seu namorado calada,por favor. - riu,olhando pro .
- Não,eu quero saber que lugar é esse. - Eu cerrei os olhos pro .
- Não conta, .Ela não vai gostar. - disse,rindo.
- Acabei de decidir que o não vai. - disse com autoridade.
- Não vou gostar? Por que não vou gostar? - Eu arqueei a sobrancelha,olhando pro .
- Calma, . - riu. - É brincadeira. - continuou rindo.
- Brincadeira? - perguntou,desconfiada.
- Você só me fode, . - riu,negando com a cabeça.
- Eu só tava brincando! - ergueu as mãos na altura do ombro,se mostrando inocente.
- Tem certeza, ? - perguntou,olhando pro namorado.
- É! Nós adoramos ver vocês enciumadas. - olhou pro e ambos riram.
- Garotos.. - Eu e nos olhamos e fizemos caretas.
- E a ? Ela já não estava aqui? - mudou o assunto,quando percebeu a ausência da .
- Ela ta no banheiro,acho. - respondeu,olhando pro corredor.
- Ela e brigaram feio. - Eu expliquei.
- Pra variar.. - riu.
- Estávamos pensando em um plano pra juntar os dois. - contou.
- Ahn! Que legal! Eu adoro ser cupida! - bateu palmas,empolgada.
- Certo,mas não agora e nem hoje. - respondeu. - Já são quase 7 horas e o ,o e o ainda estão na casa. - os expulsou indiretamente.
- Você ta me expulsando da minha casa? - perguntou pra ,rindo.
- Eu estou. - Eu respondi,antes de .
- Isso mesmo.Ela ta expulsando você.Eu não. - sorriu e piscou pra mim.
- Se eu vou ficar sem o meu namorado,a também vai ter que ficar sem o dela. - disse,só pra irritar .
- Não se intromete, . - fez careta pra .
- Deixa, .Vamos embora.Elas não nos quer aqui. - fingiu estar chateado com o ocorrido.
- Awn,amor! Desculpa,mas hoje é a noite das garotas. - abraçou ele e deu um rápido selinho.
- Eu sei. - fez bico. - Tudo bem,mas você vai ter que me recompensar depois. - disse e riu.
- Prometo que vou. - selou os lábios dele novamente.Eu, e olhamos pra eles,assustados.Como assim,recompensar?
- O que? - olhou pra nós três e riu. - Seus maliciosos. - gargalhou ainda mais e dei um beijo rápido em . - Vou esperar você lá embaixo, . - disse,indo em direção a porta.
- Ta,já vou descer. - gritou,avisando.
- Vou ir lá com a .Vamos lá comigo, ? - sugeriu.Estavam querendo nos deixar sozinho.Já entendi.
- Vamos. - saiu do quarto,junto com .
- E hey.. - voltou,antes mesmo que eu e começássemos a conversar. - Não cheguem perto da minha cama. - disse,sério.
- Cara,você ta falando sério? - arqueou a sobrancelha.O que eles achavam que nós iámos fazer?
- Só avisando. - riu,saindo de vez.
- Seu irmão tem sérios problemas. - olhou pra mim,me fazendo rir.
- E você só percebeu isso agora? - Eu disse,tentando controlar o riso. se aproximou de mim e sorriu,quando seu corpo tocou no meu.Aproximou seu rosto ao meu,esperando que eu o beijasse.Eu sorri e neguei com a cabeça.
- Só um beijo e eu prometo que vou embora. - chantageou.Eu neguei com a cabeça novamente.Ele era esperto.
- Você sabe negociar. - Eu ri,fechando meus olhos e colando meus lábios nos dele.Mesmo o beijo sendo aprofundado,não foi duradouro.Quando percebeu que eu ia terminar o beijo,prendeu meu lábio inferior entre seus dois lábios.Eu sorri,achando graça e ele também sorriu.
- Obrigado. - Ele disse,depois de nossos lábios se separarem e nós abrirmos os olhos.
- Pelo beijo? - Eu sorri,sem entender.
- Não. - Ele também sorriu,negando com a cabeça. - Pela tarde na praia. - me olhou de forma doce.Nossos corpos ainda estavam colados.
- Eu adorei o passeio. - Eu sorri fraco,só por ver ele me olhar daquela forma tão doce. - Nós precisamos fazer isso mais vezes. - Eu pedi e ele concordou.
- Nós vamos sim. - Ele sorriu fraco,me olhando de perto.
- E.. - Eu sorri,sem jeito. - Eu queria pedir desculpas também.. - Eu olhei pra ele e vi ele fazendo cara de quem não tinha entendido.
- Desculpas? Mas por que? - Ele ficou sério.
- As vezes..eu sou meio..chata. - Eu disse,séria. - Você faz de tudo pra cada detalhe ser perfeito e eu vivo estragando,sem nem perceber. - Eu neguei com a cabeça,desaprovando minhas próprias atitudes. - Hoje eu quase fiz isso,mas eu consegui consertar a tempo. - Eu continuei,séria. - Eu já devo ter feito coisas assim tantas vezes e posso nem ter percebido,então desculpa. - Eu estava meio chateada com a situação.Eu já deva ter feito coisas idiotas como aquelas quantas vezes?

- Não precisa,. - sorriu,negando com a cabeça.
- Não é que eu seja chata ou cheia de frescura. - Eu sorri fraco. - É que antes de você,eu era de um jeito.O que eu pensava e achava era o que valia pra mim. - Eu explicava. - Eu só fazia o que eu queria e não deixava que ninguém me dissesse o que fazer.Eu era durona demais pra deixar isso acontecer.A morte da minha avó me fez ser assim. - Eu continuei explicando. - Mas agora.. - Eu sorri espontâneamente. - Eu tenho você.Você é o único capaz de me fazer mudar.Você é o único que me faz querer ser diferente. - Eu continuei dizendo e sorriu,levando uma de suas mãos até o meu rosto e acariciando a minha bochecha delicadamente. - Eu quero mudar,eu quero corresponder todo o carinho que você me dá,eu quero por você. - Eu sorri fraco e ele fez o mesmo,s em dizer nada. Apenas..me olhando. - Então desculpa pelos momentos que não consigo retribuir da forma que você merece. - Uma das minhas mãos tocou o rosto dele dessa vez. - E obrigada. - Aproximei meu rosto do dele e dei um selinho rápido e carinhoso. - Obrigada por me fazer ser exatamente quem eu gostaria de ser. - Eu terminei, esperando alguma reação dele.
- Eu amo você. - disse,depois de se certificar que estava olhando no fundo dos meus olhos. - Eu amo você exatamente do jeito que você é. - disse e imediatamente me beijou. Um dos braços dele estavam em torno da minha cintura e a sua outra mão estava entrelaçada em meu cabelo.

O beijo se aprofundou,mas não durou muito tempo.Estavámos no quarto do .Se ele nos visse ali,ficaria traumatizado pra sempre. ainda está lidando com a história de que sua irmã namora o seu melhor amigo.

- Foi a coisa mais bonita que já me disse. - disse,assim que terminou o beijo.
- Foi? - Eu ri,sem jeito. - Finalmente consegui dizer algo a altura do que você me diz. - Eu sorri ainda sem jeito.
- Faça isso mais vezes. - riu,desentrelaçando seus dedos de meu cabelo,descendo a sua mão lentamente pelo meu braço e segurando a minha mão.
- ANDA LOGO,! - berrou do andar de baixo.
- Seu irmão é um pé no saco. - revirou os olhos,me fazendo rir.
- Vai lá. As meninas também estão me esperando. - Eu sorri,demonstrando pra ele que não me importava que ele fosse embora.
- Ta,então..você me liga mais tarde? - perguntou.
- Prometo que ligo. - Eu disse,percebendo que ele estava meio receoso,achando que eu não ligaria.
- Ta bom.Então,tchau. - Ele se aproximou novamente e me deu um rápido selinho. - Se divirta. - Ele disse,entre um selinho e outro. Observei, enquanto ele saia pela porta.Antes de seguir o corredor,me olhou e piscou,me fazendo rir.Dei tchau com uma das mãos e então ele desapareceu.Fiquei uns 5 minutos rindo sozinha.Finalmente uma vida amorosa decente. YEAH!
- Andaa logo,vamos. - disse,descendo as escadas. e estavam deitados no sofá.
- Puta demora,meu! - levantou,se despreguiçando.
- Não me odeie por ter uma vida amorosa,amigo. - sorriu,provocando .
- Vai se fuder. - revirou os olhos e e gargalharam.
- O ligou.Já está na casa dele.Vamos passar lá pegar ele e ai vamos pra loja. - explicou,enquanto eles saiam pela porta da casa.Eles estavam indo pra uma loja de video-game.Era o paraíso deles.



HORA DE MUDARA MÚSICA! ESCUTE A MÚSICA ,ENQUANTO CONTINUA LENDO:



- Enfim sozinhas? - perguntou,quando ouviu a porta do andar debaixo bater.
- Sim,pelo menos por enquanto. - Eu sorri,comemorando.
- Tem certeza que você ta bem, ? - perguntou pela 20° vez.
- Estou. - Ela sorriu. - Só em saber que aquele imbecil não está na mesma casa que eu. - completou.
- , você vai ficar brava se eu perguntar algo? - Eu fiz careta,me sentando ao lado dela.
- Ahn,lá vem.. - revirou os olhos. - Pergunta. - Ele permitiu.
- O que você realmente sente por ele? - Eu perguntei e ela já fez uma cara feia. - Sério,não é pra te provocar nem nada.É que..você sabe.Eu e éramos assim..e.. - Eu explicava com dificuldade para que não levasse uma voadora dela a qualquer momento.

- E você acha que está acontecendo algo entre nós,certo? - deduziu.
- Me responda você. - Eu disse,pois não queria arriscar algo que pudesse deixar ela furiosa.
- Eu vou contar,mas não contem pra ninguém,ok? - se rendeu.Eu, e nos entreolhamos. Finalmente!

- Claro,não contaremos nada. - prometeu por nós.
- Certo. - pensou em como começaria aquilo. - Lembrar disso me dá raiva,mas.. - Ele revirou os olhos. - Houve uma época que eu gostei dele. - assumiu.
- EU DISSE! - gritou,escandalosa.Olhamos pra ela,tipo 'cala a boca' e ela riu,sem jeito e se acalmou para que continuasse.
- Foi há muito tempo atrás. - nos lembrou.
- E agora? Não sente nada? - perguntou,curiosa.
- Parece que todo o amor se transformou em ódio.Por mais clichê que isso pareça. - disse,olhando pro chão.
- Se um dia houve amor,ele ainda está dentro de você..em algum lugar. - Eu disse. - Você só não quer aceitá-lo. - Eu disse e me olhou na hora.A expressão dela havia mudado.Ops,fiz merda.
- Ta,chega disso.Vamos mudar de assunto. - desconversou.Está vendo? Toquei no ponto fraco dela.Ela COM CERTEZA gosta dele ainda.
- Ta,vamos. - aceitou rapidamente.Sabia o quanto o assunto incomodava .
- Alugou os filmes, ? - perguntou se referindo as filmes que sempre alugavámos para assistir na noite das garotas.
- Claro. - Eu ri,pegando os dvd's e mostrando a elas.
- 'Um Amor Para Recordar' e 'Antes Que Termine O Dia', como sempre! - analisou, olhando so dvd's de perto.
- Os favoritos. - Eu pisquei pra elas. - Então,se vocês quiserem tomar banho,tudo bem. - Eu disse,me levantando da cama. - Vou fazer brigadeiro. - Eu disse e se levantou rapidamente.
- Eu ajudo! - Ela se habilitou.
- Ok,vamos lá. - Eu sorri pra .
- E eu vou tomar banho. - disse,pegando o seu pijama em sua bolsa.
- Eu entro tomar banho depois de você.Vou arrumar o som por enquanto. - disse,indo em direção ao meu potente som.Eu havia ganhado ele da tia Janice.
- Beleza. - Eu concordei. - Vamos lá,. - Nós descemos as escadas juntas.
- Acho melhor você fazer o brigadeiro dessa vez.Da última vez.. - gargalhou.
- Você queimou.Eu lembro. - Eu também ri,pegando a panela e os ingredientes.
- A culpa foi da , que ficou fazendo aquelas gracinhas.Eu acabei me desconcentrando. - deu uma desculpa qualquer.
- Veja e aprenda. - Eu pisquei pra ela e liguei o fogo.Nesse mesmo segunda ligou o som alto no andar de cima.A música era um clássico: 'Move Your Feet',do Junior Senior. Sempre tocávamos aquela música na noite das garotas.Era legal de dançar e era doida.

- Eu amo essa música. - disse dançando,enquanto me via fazer o brigadeiro.
- Eu também.Eu enlouqueço com ela. - Eu ri,vendo os passos desastrosos de .
- Já escolhi a música de entrada dos casais na minha festa de 17 anos. - disse,pegando uma colher de pau e cantando o refrão da música.
- Casais? - Eu arqueei a sobrancelha.Queria mais detalhes.
- É,eu já planejei tudo! - parou de dançar pra me contar. - Vão entrar os casais e depois eu com o . - Ela disse com os olhos brilhando.
- Os casais vão entrar com essa música? Adorei! - Eu gargalhei,imaginando a loucura que seria.
- Você vão entrar e vão fazer uma dancinha,sabe? Não quero que seja tudo tão certinho e careta.Vai ser uma versão moderna.. - explicou.
- Vai ser incrível! Bem pensado, ! - Eu olhei pra ela e sorri,empolgada.
- ! O BRIGADEIRO! - gritou,rindo.
- AHN,MERDA! - Eu gritei,vendo que estava queimando o brigadeiro. - Espera,quase queimou,mas não queimou. - Eu disse,olhando mais de perto.Desliguei o fogo e mexi uma última vez. - Ficou ótimo. - Eu analisei e se aproximou pra olhar.
- É,ficou melhor que o meu. - Ela fez careta.
- É claro que ficou. - Eu ri e ela mostrou a lingua.
- Qual o assunto,garotas? - apareceu do nada na cozinha.
- O aniversário da . - Eu disse e já se empolgou.A mesma música continuava tocando tinha colocado pra repetir.
- Os casais vão entrar com essa música. - entregou e sorriu,ainda mais empolgada.
- Estou até imaginando. - começou a desfilar pela cozinha, já ensaiando o dia da festa.
- Não! - Eu estava rindo. - Eu vou fazer algo tipo.. - Eu fui pra entrada da cozinha e comecei a desfilar e no final rebolei e joguei o cabelo. Momento Calypso, okay!
- Que isso,garota? - gargalhou até morrer.
- É sexy.. - Eu também estava rindo.
- É sexy demais.Você vai matar todos os homens da festa desse jeito. - disse e continuamos rindo como hienas.
- Eu vou começar a escolher o vestido de vocês.Vão ser todos iguais. - explicou,pegando uma colher e enfiando dentro da panela de brigadeiro.
- HEY! Espera a ... - recriminou.
- Só uma colherzinha. - fez careta.
- Okay, Magali .Só uma colherzinha. - Eu concenti,rindo.
- Mas espera,quem vão ser os casais? - perguntou,curiosa. era que tinha que escolher,certo?
- Você e o , claro! - tranquilizou . - A e o ... - olhou pra mim e sorriu. - E a e.. - pensou,pensou e nada.
- Ela jamais entraria com ele. - fez careta.
- ? - Eu perguntei retóricamente. - É,vai ser difícil. - Eu neguei com a cabeça.
- Mas..será que até lá nós não conseguimos...vocês sabem.. - estava se referindo a nossa 'operação cúpido'.
- Talvez.. - disse em dúvida.
- Vocês também acham que ela sente algo por ele? - Eu perguntei pra saber se só eu havia percebido.
- Parece que sim,mas ela é orgulhosa demais. - negou com cabeça.
- Ele gosta dela.Ele já assumiu isso pra mim uma vez. - Eu disse,pensativa.
- Quem gosta de quem? - entrou na cozinha.OKAY,ferrou.
- Quem? - repetiu,nervosa.
- O garoto.. - inventou qualquer coisa.
- Que garoto? - perguntou,se aproximando.Estava de pijama também.
- Você sabe,o garoto que gosta da garota. - Eu ri,sem jeito.Não sabia mentir.
- Eu sei,mas quem são eles? - fez careta. Não estavámos falando nada com nada.
- São da minha família. - inventou. - Você não conhece. - mentiu.
- Ahn ta. - continuou achando estranho,mas resolveu deixar pra lá. - E esse brigadeiro está pronto? - se aproximou,olhando na panela. - Hm,está com uma cara ótima. - Ela elogiou.
- Claro,fui eu que fiz. - Eu me achei e revirou os olhos.
- Joga na cara mesmo. - fez careta.
- Ahhhhhhn,você sabe que eu te amo né, ? - Eu abracei ela de forma desengonçada.
- Eu sei,sua chata. - Ela riu,me abraçando.
- Okay,vão tomar banho vocês duas pra nós começarmos a fazer as coisas. - nos apressou.
- Ok,vamos lá.Você toma banho no meu banheiro e eu tomo no dos meus pais. - Eu olhei pra e disse.
- Certo,vamos. - foi em direção a saída da cozinha.
- Fiquem a vontade garotas.Se quiserem ligar a TV,podem ligar.Eu já volto. - Eu disse,subindo as escadas rapidamente.
- OKAY! - gritou.
- A tava falando que vai usar essa música na entrada dos casais da festa de aniversário dela. - contou pra .
- Sério? - riu. - Vai ser engraçado. - Ela continou rindo.
- Vamos entrar dançando.. - continuou contando.
- Só a mesmo pra ter essas idéias geniais. - riu novamente.
- Certo,a roubou uma colher de brigadeiro..então podemos roubar também. - disse,depois de trocar olhares com a panela de brigadeiro por alguns minutos. - Vem,pega uma colher. - abriu a gaveta e pegou uma colher pra ela e pra
- Se a souber disso,ela nos mata. - riu,pegando brigadeiro na panela. - Mas ela não vai,então. - Ela deu de ombros,colocando o brigadeiro na boca.
Eu e já estavámos saindo do banho.Colocamos o pijama como de costume e descemos pra nos juntar com e . Elas estavam ensaiando alguns passos de dança na cozinha.
- Voltamos! - Eu e gritamos juntas,quando entramos na cozinha.
- Ahn,oi. - olhou pra trás. - Estamos inventando uns passos pro aniversário da . - riu pra .
- Vocês são as melhores amigas do mundo. - sorriu,empolgada.
- Vamos fazer isso na sala.É melhor.. - Eu disse e elas me acompanharam até a sala.
- Nós criamos uma dança rápida.Olha.. - disse ao lado de . Esperaram pelo refrão da música e quando ele começou,começara o passo. No passo,elas entravam lado a lado e começavam a bater um dos lados de suas cinturas e depois o outro lado.Eu e estavámos nos matando de rir.
- O que acharam? - perguntou,rindo.
- Lindo,mas que ver vocês convencerem os garotos dançarem isso com vocês. - disse e todas rimos.
- Realmente,o vai odiar isso. - Eu disse e fez careta.
- Eu vou convencer o . Nem que seja a última coisa que eu faça. - disse,rindo.? Hm? ESPERA! Uhh.
- ? - disse e nos duas nos olhamos.
- É,não é com ele que vou entrar? - até ficou vermelha.
- Eu queria que entrasse com ele,mas não sabia se você aceitaria. - disse,rindo.
- É o seu aniversário.Você decide. - ergueu os ombros. - Se você quiser que eu entre com o mendigo da esquina,eu entro. Sem problemas. - riu,tentando tirar de qualquer jeito da história.
- AHN,! - levantou e foi abraçar . - Eu sabia que você entenderia. - Um peso havia saído dos ombros de .
- Tudo pelas amigas. - completou.
- Isso ae! - concordou.
- Ok,o que vamos fazer agora? - perguntou,mudando totalmente o assunto.
- Que horas são? - Eu perguntei e pegou seu celular e olhou.
- São 8:15.. - disse. - E o me mandou uma mensagem. - disse,olhando o celular.Um sorriso espontâneo saiu em seu rosto. - Own.. - sorriu como uma boba e deitou no sofá.
- O que ele mandou? - riu. - Disse que está com saudade e que me ama. - disse e todas nós fizemos 'owwwn'.
- Hm,deixa eu ver se me mandou uma mensagem. - Me levantei,fui até a cozinha e peguei meu celular.Olhei e não tinha mensagem nenhuma. - É,ele não mandou. - Eu fiz careta.
- O também não. - também fez careta.
- Eu obviamente também não recebi. - pegou seu celular e olhou. - Não,espera. - riu. - Tenho uma mensagem sim,deixa eu ver. - abriu a mensagem. Olhávamos pro rosto dela,esperando qualquer expressão.
- De quem é? - perguntou,curiosa.
- Do ... - nos olhou com a sobrancelha arqueada.
- O QUE? - Eu e gritamos juntas.
- Calma.. - riu.
- O QUE ELE DISSE? - Eu perguntei,MUITO curiosa.
- Olhem.. - entregou o celular em minhas mãos e eu o peguei e começei a ler a mensagem.
'Oi,é o ...
Bem,eu não teria coragem de fazer isso pessoalmente,então vai ser por sms mesmo.
Desculpa..ok? Eu só estava brincando. Quando tranquei você e a no quarto,não achei que ficaria tão brava.
Beijos.'
Quando eu acabei de ler isso em voz alta para que e também ouvissem,elas enlouqueceram tanto quanto eu.
- Esse meu melhor amigo é muito fofo! - Eu disse e riu.
- É,foi legal ele ter se desculpado.Estranho,mas..legal. - estava toda sem jeito.
- Responde ele,mulher! - disse,entusiasmada.
- Vou responder,dá aqui. - pediu o celular de volta.
' Oi ...
Tudo bem,está desculpado.Me desculpa pelo jeito que falei com você,também.Eu só fiquei..brava.
Beijos.'
respondeu e leu em voz alta para que nós aprovássemos. - 'Beijos'..hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm. - brincou,zoando o fato de ter mandado 'beijos' pro .
- Ahn,engraçadinha. - fez careta.
- Ok,vamos aproveitar que estamos nesse assunto e vamos 'Contar sobre ELES'.. - disse e nós rimos. Esse 'Contar sobre ELES' é uma conversa que temos em toda noite das garotas em que falamos sobre os caras que gostamos e estamos a fim.

- Você primeiro, . - Eu disse,rindo.Já que ela tinha tido a idéia,ela tinha que começar,certo?
- Bem..eu amo o . - Ela disse,sem jeito. - É como se eu soubesse que ele é o certo,sabe? E o jeito que ele me trata é tão fofo. - Os olhos de brilharam.
- Vocês formam um lindo casal,. - sorriu fraco.
- Ele foi conhecer os meus pais na semana passado. Eles simplesmente adoraram ele.Está tudo tão certo pra nós.Eu espero ficar com ele pra sempre. - completou,toda boba. - Ok,sua vez . - Ela riu.
- Hm,bem.. - pensou. - não é a pessoa mais grudenta do mundo.Não é daqueles que ficam te ligando toda hora,só pra ouvir sua voz e é por isso que ele é o cara certo pra mim. - riu. - Vocês sabem,eu sou romântica,mas eu não suporto esses caras grudentos. - revirou os olhos. - Ele é perfeito pra mim e vive dizendo que sou perfeita pra ele.Então,acho que...estamos bem.Estamos onde deveriámos estar. - sorriu,feliz com as palavras que estava dizendo. - ,sua vez. - apontou pra .

- Ok,eu sou a única que não tenho uma namorado aqui e isso faz muita falta pra mim.Por que sou ao contrário da . - riu. - Eu gosto de atenção do cara,eu gosto de saber que ele se importa comigo. - explicou.
- E..tem algum cara,agora? - Eu perguntei como quem não quer nada.
- Não,eu acho.É confuso,mas é o que está acontecendo.Pela primeira vez na vida,não tem nenhum cara que eu esteja correndo atrás que vá me dar um fora como os outros. - pareceu triste quando disse aquilo. - Eu já sofri muito. Talvez eu esteja cansada de sofrer e esteja querendo gostar mais de mim mesma. - sorriu.
- Isso é lindo, . - sorriu fraco.
- Você está certa,mas você pode olhar ao seu redor de vez em quando.Você pode estar deixando alguém que realmente se importa passar. - Eu dei uma SUPER indireta.
- Eu vou olhar,prometo. - sorriu e negou com a cabeça.Ela sabia do que eu estava falando. - Chega de falar de mim. Sua vez,. - mudou o assunto.
- Hm, ? - Eu sorri fraco. - Ele é o meu amor épico,sabe? - Eu sorri como uma boba. - Ele sempre esteve bem do meu lado,mas eu estava muito irritada com ele pra notar.Ele me disse que só me irritava pra ter a minha atenção. - Eu contei e as garotas riram.
- É uma ótima estratégia. - riu.
- Ele se lembra da rouba que eu usava,quando nos conhecemos há quase 7 anos atrás.Que cara se lembra disso? Que cara esperaria uma garota por quase 7 anos,enquanto ela o maltratava todos os dias? - Eu perguntei de forma retórica. - Esse é o . Eu amo ele e ele diz que me ama também. - Eu sorri fraco. - É ele que eu quero.É ele! Eu sei disso,eu sinto isso. - Eu completei,enquanto aas garotas me olhavam com os olhos brilhando.
- Você pode achar que estou dizendo só por que sou sua amiga,mas não é. - me olhou,séria. - Você e o formam o casal mais lindo que eu já vi. - Ela disse,sorrindo. - Eu não me refiro ao jeito que se tratam.Me refiro..fisicamente. - explicou.
- É,a diferença de altura é perfeita,o seu jeito de se vestir com o dele,o jeito de falar,de brincar,de zoar..são totalmente compátiveis. O que falta nele,tem em você. - continuou.
- Vocês são perfeitos um pro outro. - sorriu com os olhos brilhando.
- Own,obrigada. - Eu agradeci,comovida. - Vocês também formam casais lindos com seus namorados. - Eu pisquei pra elas e ela riram.Menos ,né.
- Hey! - fez careta.
- Menos você,. - Eu ri,concertando. - Em breve,você mesma perceberá quem é o cara perfeito pra você. - Eu dei uma nova indireta.
- Ok,sei. - Ela negou com a cabeça.
- ,não é por nada não,mas eu to com fome. - fez careta.
- Eu também. - riu,sem jeito.
- Vamos pedir a pizza! - Eu me levantei,pegando o telefone.
- É,quem sabe é aquele entregador gatinho que vem trazer a pizza. - gargalhou,nos fazendo rir também.
Eu liguei pra pizzaria.Pedi duas pizzas,já que chegaria mais tarde e estaria com fome.
A música ainda estava alta,porém não era mais a mesma.A música da vez era 'Baby One More Time',da Britney Spears.Tinhámos uma coreografia para aquela música,em que usávamos o controle remoto como microfone.
- Vamos fazer a coregrafia,anda! - Eu levantei correndo,asism que vi que a música começou. , e levantaram correndo e foram ao meu lado,onde começamos a coreografia.
- Faz muito tempo que não dançamos isso. - riu,enquanto via fazer a coreografia dela.
- Sua vez, ! - gritou,quando a parte de acabou.
Terminamos a coreografia da mesma forma de sempre.A próxima música era 'Crazy In Love',da Beyonce.
- EU AMO ESSA. - Eu gritei.Nós também tinhámos uma coreografia pra ela.Era a melhor coreografia,aliás.Continuamos dançando e rindo como malucar durante mais algum tempo.Só paramos,quando a campainha tocou.
- A PIZZA! - gritou.
- O ENTREGADOR GATO! SAI,EU ATENDO! - saiu correndo em direção a porta.
- NÃO,EU ATENDO. A CASA É MINHA! - Eu ri e sai correndo pra porta também.
- EU VI O ENTREGADOR GATO PRIMEIRO.ME DEIXEM ATENDER! - também chegou na porta.Ficamos em frente a porta,sem saber quem atenderia.
- Juntas,ok? - deu a idéia.
- Ok. - Eu, e concordamos.
- 1,2 e.. - contou e abrimos a porta com sorrisos forçados nos rostos.Abrimos a porta e demos de cara com ,, e .O sorriso se desfez na hora.
- Nossa,as 4 só pra atender uma porta? - arqueou a sobrancelha.
- Nós pedimos pizza. - Eu dei uma desculpa,mas não era mentira.
- Ta,mas precisava vir as 4 atender? - disse,sério.
- O que tem,ué? - riu,nervosa.
- Vocês estavam esperando a pizza mesmo,né? - disse,entrando na casa ao lado dos garotos.
- Claro! Acham que estávamos esperando quem? – Eu ri pra não notarem que estava mentindo.
- Além do entregador,ninguém..né? – disse,sem prestar a atenção.
- Entregador? Mas que entregador? – sorriu falsamente.
- O entregador da pizza,ué. – riu,negando com a cabeça.Se sentou no sofá e fez o mesmo.
- Vocês são loucas. – também negou com a cabeça.
- Ok,o que vocês estão fazendo aqui? – Eu perguntei,cruzando os braços.
- Nossa,que música é essa? Ta rolando suruba aqui? – riu,acompanhando a música com a cabeça.
- Nossa,eu venho aqui te ver e é assim que você me recebe. – fez bico,olhando pra mim.
- Awn,desculpa. – Eu fui até ele,me aproximei e selei seus lábios rapidamente. – Estou me referindo a eles. – Eu ri,sabendo que aquela frases me causariam problemas.
- AHN É ASSIM? – disse,me olhando com seus olhos cerrados.
- Sério,o que estão fazendo aqui? Noite das garotas,lembra? – sorriu falsamente.
- Não é mais. – sorriu,satisfeito.
- O que você quer dizer? – Eu arqueei as sobrancelhas,sem entender.
- Consegui ligar pra mãe e adivinha? – disse,se exibindo só pra me irritar.
- O que você fez,moleque? – Eu revirei os olhos,sabendo que só podia ser merda.
- Hey! Moleque é o seu irmão,garota! – disse,sério.Todos riram,menos eu.Eu ainda queria saber o que tinha aprontado. – Vocês vão ter de dividir a noite com os garotos. – riu.
- Não acredito! Você faz essas coisas pra me irritar,né? – Eu disse,furiosa.
- Não! Eu precisava de reforço pra sobreviver a essa noite das garotas. – disse,causando a risada dos garotos.
- Olha só,nós sabemos que vocês não nos queria aqui e se pudesse escolher,também iriamos querer a casa só pra nós,mas já que não dá pra atender nenhum dos desejos,podemos passar por isso juntos,certo? – perguntou,tentando colocar ordem no negócio.
- Ele ta certo.. – disse,fazendo com que todos olhassem pra ela,chocados. Ela tinha dito que estava certo? Mas o que...
- Valeu. – sorriu,sem jeito.Houve até uma troca de olhar discreta entre eles.
- Certo,então ta tudo bem,né? – perguntou.
- Está,né.. – Eu fiz careta.
- Ok,vamos lá pegar as nossas mochilas no carro. – disse pros meninos.
- Vamos lá. – levantou do sofá e acompanhou e até o lado de fora da casa.
- ! Pega a minha mochila ae,por favor. – gritou.Queria falar comigo,então pediu esse favor ao .
percebeu que eu havia ido pra cozinha.Ainda estava meio revoltada com a situação.Eu e as garotas já tinhámos planejado tudo.Foi até a cozinha e se sentou no banco ao meu lado.
- Hey..não fique brava. – tocou a minha mão que estava sobre a bancada.
- Eu tinha planejado com as garotas. Não queria que estragassem. – Eu disse,sem olhá-lo.
- Vai ser divertido,ok? Elas não vão achar tão ruim.Vão estar com o namorado delas e vão se divertir também. – disse,tentando me fazer ver que não seria tão ruim assim. – Eu vou estar aqui pra me certificar de que você se divertirá também. – disse com a voz doce.Eu olhei pra ele naquele mesmo instante com um sorriso fraco no rosto.
- Você está certo. – Eu dei um sorriso maior. – Você está aqui.O que pode dar errado? – Eu perguntei de forma retórica.
- Pois é.. – Ele riu, concordando.
- Vamos voltar lá pra sala. As meninas estão sozinhas.. – Eu me levantei do banco e ele fez o mesmo. – Obrigada. – Eu o abracei rapidamente e selei seus lábios. não disse nada, apenas sorriu, satisfeito.
Voltamos pra sala, as garotas conversavam e os garotos também. Estavam discutindo sobre qual outra pizza deveriam pedir.
- Não, pede de calabresa. – dizia.
- Não,já pedimos de calabresa.Pede de frango,agora. – explicava.
Antes que eles escolhessem,a campainha tocou.Eu e as garotas nos olhamos.Era o entregador de pizza gato.Por que ninguém estava se habilitando pra abrir a porta dessa vez?
- É a pizza,né? Deixa que eu pego. – levantou do sofá e foi até a porta.Quando a abriu,se surpreendeu. – Liza? – O que a empregada estava fazendo ali,agora?
- Oi,. – Ela disse e entrou na casa.
- Liza? Oi.. – Eu também estranhei em vê-la ali.
- Oi pra todos. – Liza disse,colocando uma mochila no chão.
- Tudo bem? – perguntou,quando na verdade queria perguntar que diabos ela estava fazendo ali.
- Bem,eu sei que estão curiosos pra saber o que estou fazendo aqui. – Ela riu. Vocês não acham que os pais de vocês iam deixar 4 garotos e 4 garotas dormirem sozinhos em uma casa sem um adulto por perto,né? – Liza continuou rindo.
- É,eu não acho. – Eu fiz careta.Como eu não tinha imaginado isso antes?
- Pois é,eu estou aqui pra olhar vocês. – Ela sorriu. – Não se preocupem,não vou ficar em cima.Vou ficar no quarto de visitas e as vezes eu desco pra ver o que está rolando. – Liza avisou.
- Tudo bem por mim. – ergueu os ombros.
- E só pra avisar: garotos dormem no quarto do e garotas no quarto da . – Liza disse,subindo as escadas.
- Entendido. – Eu sorri,negando com a cabeça.
- Até depois,crianças. – Ela acabou de subir as escadas e foi pro quarto.
Liza era assim mesmo.Ela não era uma simples empregada.Nós crescemos com ela.Ela sempre cuidou de nós e ainda se tornou uma super amiga da minha mãe e da minha família.Ela já era de casa.
- Que bom que os seus pais confiam em vocês,né? – gargalhou..
- Impressionante. – riu.
A campainha tocou novamente.Agora devia ser a pizza,não é possível! era o que estava mais perto da porta e foi atende-la.
- Olá,vim entregar as pizzas. – Era a voz do entregador gato.Eu e as garotas percebemos de longe. – Deu R$ 45,00. – Ele disse com a sua voz charmosa.
- Vou pegar o dinheiro,espera um minuto. – saiu da porta e foi buscar o dinheiro com alguém.
- Aqui,o dinheiro. – Eu entreguei nas mãos dele.Nem me atreveria chegar perto daquela porta. voltou pra porta,dessa vez com o dinheiro.
- Aqui está! – entregou o dinheiro nas mãos do entregador e pegou as pizzas.
- Obrigado. – O entregador agradeceu e saiu. fechou a porta e levou as pizzas até a mesa da cozinha.
- Não deu tempo de pedir mais pizza. – fez cara feia.
- Essas daqui vão ter que dar. – Eu disse,enquanto abria as pizzas pra que eles comessem.
Sentamos todos em volta da bancada da cozinha e comemos as pizzas.Deram 2 pedaços pra cada um.As meninas ficaram satisfeitas,mas os meninos..nem tanto.
- E o que nós vamos fazer agora? – perguntou,bebendo o último gole do seu refrigerante.
- Nós? Nós eu não sei.. – sorriu. – Eu vou assistir os Yankees. – disse,se levantando da bancada.

- Ótima idéia. – também levantou,passando por mim e dando um beijo em meu rosto.Aproveitei e me levantei correndo,indo até a sala e pegando o controle remoto.
- Não,nós vamos assistir filmes. – Eu ri,colocando o controle remoto atrás de mim.
- Não começa com graça,. – arqueou a sobrencelha.
- Acha mesmo que estou brincando? – Eu disse de forma provocativa.
- É,ela não esta brincando – riu e negou com a cabeça.
- Dá o controle,. – pediu,sério.
- Não.. – Eu ri da cara dele.
- Não dá o controle, ! – gritou.
- Anda logo! – disse,depois de ir até mim e tentar tirar o controle das minhas mãos a força.
- Já disse que não vou dar,irmão. – Eu continuei rindo.
- ,faça alguma coisa.. – suspirou,revoltado.
- EU? O que você quer que eu faça? – riu,sem entender.
- Dá uns beijos nela e convence ela a devolver,ué. – riu da sua própria frase.
- ,por favor! São os Yankees! – fez cara de coitadinho.
- Desculpe,não vai rolar. – Eu sorri,fingindo lamentar.
- Se nós não podemos assistir nossos filmes,vocês não vão assistir os Yankees! – sorriu,satisfeita.
- Vai ,me dá o controle. – deu alguns passos na minha direção e estendeu a mão.
- Não.. – Eu sorri pra ele.
- Por favor.. – Ele sorriu de forma doce,tentando me convencer.Ele não conseguiu.
- Não! – Eu disse de forma mais convicta dessa vez.
- Não vai dar? – sorriu de forma esperta.Isso nunca era bom.
- Não. – A cada passo que ele dava em minha direção,eu dava um pra trás.
- Ok. – Ele começou a vir na minha direção de forma mais rápida e eu corri dele.
- Pega ela,! – gritava,incentivando.
começou a correr atrás de mim em torno do sofá.Ele ia pra um lado e eu ia pro outro.Por uma falha minha,nós fomos pro mesmo lado e quando vi que ele me pegaria,joguei o controle pra ,que estava mais perto.
- Pega,! – Eu gritei,assim que joguei o controle.Ela pegou com dificuldade.
- Prestem a atenção! Nós estamos todos aqui, querendo assistir uma coisa diferente. A única forma de tornar isso justo, é ninguém assistir. – gritou, botando ordem no negócio.
- Você tem razão, amor. – gritou, apoiando-a.
- Ta, mas nós vamos fazer o que então? – Eu perguntei, sabendo que não tinha nada de mais útil pra fazer.
- Sei lá.. – disse, pensativa.
- JÁ SEI! – gritou, depois da sala ficar em silêncio.
- Nós não queremos brincar de boneca, . – revirou os olhos e todos riram.
- Muito engraçado, Jonas. – riu falsamente. – Mas eu estava pensando em ‘Verdade ou Consequência’. – disse e todos se entreolharam na mesma hora.
- ADOREI A IDÉIA! – riu, empolgada.
- Faz tanto tempo que não brinco disso. – riu.
- Não sei não.. – disse, fazendo careta.
- Vai, ! Vai ser divertido. – Eu sorri, tentando convencê-la.
- Ta, vai lá pegar a garrafa então. – cedeu e eu fui pra cozinha pegar uma garrafa qualquer de vinho.
- Vai, vamos fazer um círculo aqui no chão. – levantou do sofá e se sentou no chão da sala. Todos se levantaram do sofá e se mudaram para o chão.
- Peguei.. – Eu voltei pra sala com uma garrafa de vinho nas mãos e me sentei entre o e o .
- Não acredito que estou participando disso. – riu, negando com a cabeça.
- Quem começa? – pegou a garrafa e a colocou no meio do círculo.
- Pode ser eu. – ergueu uma das mãos e sorriu.
- Então gira a garrafa. – sorriu pra ela e apontou a garrafa. pegou a garrafa e a girou sob o tapete. A garrafa apontou pro .
- Verdade ou consequência? - sorriu pro amigo.
- Eu sei que vou me arrepender disso, mas.. verdade. – fez careta.
- Hm, deixa eu pensar. – disse, pensativa. – Você já foi afim de alguém dessa roda? – riu, quando acabou de perguntar. Estava claro o que ela queria saber.
- Você é tão previsível, . – forçou um sorriso.
- É? Então responde logo. – forçou um sorriso.
- Eu quero consequência. – mudou de idéia.
- Não pode mudar.. – avisou, rindo. Sabia o quanto aquilo era comprometedor pro .
- Quem disse? – riu, indignado.
- São as regras. – arqueou sobrancelha.
- Foda-se as regras. Eu quero consequência. – ria apenas pra não demonstrar o seu nervosismo.
- Responde logo, ! – disse, impaciente.
- Ta, qual é a pergunta mesmo? – fingiu que tinha esquecido, apenas para ter mais tempo de pensar em um modo de escapar da resposta.
- Você já foi afim de alguém dessa roda? – repetiu a pergunta, revirando os olhos.
- Ta, hm.. – pensou por um tempo.
- ANDA, ! – Eu gritei, impaciente.
- Sim, ok? – disse, emburrado.
- Sim o que? – perguntou, rindo.
- Sim, eu já fui afim de alguém dessa roda. – revirou os olhos. parecia nervosa, fingia que não era dela que ele estava falando.
- Não faço idéia de quem seja. – riu, irônico.
- Fica na sua, . – fingiu sorrir pro amigo. – Posso girar a garrafa? – mudou rapidamente o assunto.
- Pode.. – Eu concordei. virou a garrafa e ela apontou pro .
- Verdade ou consequência? – perguntou.
- Verdade. – sorriu, esperando a pergunta.
- Você e a ficaram escondidos por um tempo? – perguntou.
- Verdade. – respondeu, sem pensar.
- Não acredito! ! – cerrou os olhos pra amiga.
- Desculpa! – fez careta.
- Eu sempre soube. – gargalhou.
- Que sacanagem. – Eu neguei com a cabeça.
- Ta, deixa eu virar a garrafa. – pegou a garrafa. Girou a garrafa que apontou pra .
- Que marmelada isso. – gritou, causando a risada de todos.
- Verdade ou Consequência, linda? – sorriu pra namorada.
- Consequência. – respondeu com tranquilidade, pois sabia que o namorado pegaria leve.
- Hm, eu desafio você a me dar um beijo agora. – riu, depois de ver seus amigos reclamarem.
- Vai a merda, . – revirou os olhos.
- Vem cá, amor. – riu, se aproximou do namorado e lhe deu um carinhoso selinho.
- Vão pra um quarto, vai. – fez careta.
- Não me dá ideias, . – gargalhou até receber um tapa de .
- ! – disse, enfurecida.
- EU TO BRINCANDO. – fez bico.
- Hm, não gosto que brinque assim. –
continuou com sua ara de brava. - Depois vocês brigam, vão pro quarto e fazem o que vocês quiserem, mas agora..gira a garrafa pelo amor de Deus. – disse, causando a risada de todos, menos de .
- EU VO GIRA! – gritou, segurando o riso. Girou a garrafa e ela apontou para mim. – Verdade ou Consequência, gatinha? – brincou como sempre.
- Verdade! – Eu ri, olhando pra ela.
- Você ama o tanto quanto o odeia? – riu, depois de perguntar.
- Isso faz algum sentido? – fez careta.
- Cala a boca, . – disse, olhando pra ele com uma cara feia.
- Responde, .. – me apressou. Olhei pro e ele fez o mesmo, enquanto sorria fraco pra mim.
- É uma quase verdade.. – Eu respondi ainda olhando pro .
- O que isso quer dizer? – perguntou.
- Eu amo mais do que odeio, sabe? – Eu respondi olhando pra dessa vez.
- Own! – , e zoaram. Olhei pro e o sorriso dele havia aumentado. Ele se aproximou selou meus lábios rapidamente.
- Era bem mais legal brincar disso com vocês quando vocês eram solteiros, sabiam disso? – suspirou, revirando os olhos.
- Eu concordo. – fez careta e riu. olhou pra ela, surpreso pela manifestação.
- Ta, eu vou girar a garrafa. – Eu sorri, pois havia percebido aquele momento entre o
s dois. - Melhor mesmo. – sorriu, ainda sem jeito. Girei a garrafa e ela apontou pra .
- Ahn não. – fez careta.
- , Verdade ou Consequência? – Eu perguntei, enquanto olhava pra ela com uma cara no mínimo suspeita.
- Do jeito que está indo o rumo dessas ‘verdades’ que vocês estão falando, prefiro a consequência. Eu pago um mico mesmo. – sorriu, satisfeita. Ela sabia que íamos perguntar algo relacionado ao e pior: na frente dele. Preferia mesmo pagar o mico ou uma consequência que escolhêssemos.
- Sério? – Eu arregalei os olhos, olhando pra ela.
- É, fala logo. – até se levantou da roda e ficou de pé.
- Chegou a hora.. – sussurrou pra mim, depois de me cutucar discretamente.
- Já sei qual será a sua consequência. – Eu disse, segundos depois. Já era óbvio qual consequência seria, né? A ficha de caiu naquele instante e ele fez careta.
- E qual é? – Ela perguntou, impaciente.
- Eu quero que.. – Eu sorri pra ela, antes de continuar. Ela me mataria depois, mas.. – Você..beije o . – Eu disse de uma vez. O sorriso que tina no rosto dela sumiu no mesmo instante.
- O QUE? – Ela arregalou os olhos. Achou que estava brincando.
- Beijar o . – Eu repeti, segurando a risada.
- Eu vou matar a . – sussurrou pro , totalmente envergonhado.
- Não vou fazer isso. – riu e cruzou os braços.
- Você pediu consequência.. – defendeu.
- Tanto faz! Não vou beijar ele. – disse, séria.
- São as regras.. – sorriu, empolgado com a situação. Entendeu o que eu quis fazer.
- Acabei de mudar as regras. – ! Só um selinho então.. – Eu tentei facilitar.
- Não acredito que escolhi consequência. – falou sozinha, revirando os olhos.
- Anda logo, . Ainda nem chegou a minha vez. – a apressou.
- A consequência não diz respeito só a mim. O nem vai querer também. Não vai dar pra fazer. Pronto! – sorriu, tentando nos convencer.
- Então deixe ele responder por ele mesmo. – disse e olhou pro .
- O que? – fez careta, fingindo que não estava nem prestando a atenção na conversa.
- Você concorda com a consequência? – repetiu a pergunta.
- Eu não sei.. – respondeu, sem jeito. Olhou pra e houve uma troca de olhares. Ela, de certa forma, gostou de saber que ele gostaria de ser beijado por ela. – Ela decide. – finalizou.
- Pronto, . Está liberado! – riu.
- BEIJAA! – gritou, incentivando.
- VAI, ! – também incentivou. olhou para todos e viu que todos incentivavam aquilo. Ela também queria, por algum motivo, beijar ele. Não queria ter que fazer isso de forma tão exposta, mas já que todos estavam ‘forçando’ ela, por que não?

- TA BOM! – gritou, revirando os olhos. Ela andou até e se agachou, ficando de frente pra ele. Ao vê-la ali, parada em sua frente e lhe olhando, sentiu seu coração disparar, a mão suar e as borboletas alcançarem o seu estômago.

Todos ficaram em silêncio para observar a cena. e se olharam por um tempo. O coração dela também disparava e por algum motivo louco estava se sentindo corajosa para fazer aquilo. tocou seus joelhos no chão, para poder se aproximar de . se aproximou devagar e a quando chegava ainda mais próxima dele, ela sentia mais vontade de beijá-lo. Os olhos dele desceram de forma involuntária até os lábios dela e ela sorriu, sem perceber. Uma das mãos dela tocou o rosto dele, fazendo com que ambos se arrepiassem. continuou se aproximando. Avançou 90% e , que já não resistia mais, avançou os outros 10%, colando seus lábios no dela.

olhou pra mim e riu, sem emitir som algum. Levantou uma das mãos e esperou que eu ‘tocasse’ nela. Eu ri e ‘toquei’, como ele queria. Haviámos conseguido! YAY!
O beijo de e começou com um selinho. Na verdade, era isso que tinha sido proposto por mim, porém, eles se empolgaram e acabarm aprofundando o beijo.
Eu olhei pra e ri, surpresa. e se olharam e arregalaram os olhos, fazendo com que e se matassem de rir em silêncio.
- Vamos pra lá.. – disse sem emitir som algum, enquanto se levantava devagar para não fazer barulho. Todos entenderam e se levantaram também, saindo da sala e indo pra cozinha. e estavam tão entretidos com o que estavam fazendo, que nem perceberam a nossa saída.
- Não era uma consequência, mas sim uma dádiva, né? – comentou, fazendo com que ricemos baixo.
- Esse é o meu garoto! – vibrou, rindo.
- Ok, acho que a brincadeira acabou, né? – disse, pegando uma bolacha no armário.
- VOCÊ TA MALUCO, GAROTO? – gritou.
- Ahn não.. – revirou os olhos.
- Durou pouco.. – disse, desanimada. Saímos da cozinha e fomos pra sala, onde vimos em um lado da sala e do outro.
- FOI VOCÊ QUE ME BEIJOU, DOIDA! – gritou, irritado.
- EU SÓ IA TE DAR UM SELINHO! – disse, revoltada.
- VOCÊ CONTINUOU ME BEIJANDO POR QUE QUIS, GAROTA! – gritou, se explicando.
- O QUE VOCÊ ESTÁ INSINUANDO, SEU IDIOTA? – perguntou, louca da raiva.
- O QUE VOCÊ ACHA? – riu, sarcasticamente.
- HEY! – entrou no meio da briga. – Que isso? – perguntou, indignado.
- Esse imbecil me beijou. – fez careta.
- Ela aceitou a consequência e continuou me beijando por que quis. – explicou, olhando pra com raiva.
- Vocês não são idiotas, ok? – disse, tentando acalmar a situação. – Vocês sabem que esse beijo não aconteceu por acaso, sabem que vocês dois queriam esse beijo. – estava bravo dessa vez. Tinha cansado daquela frescura.
- Quer saber? Vai se ferrar, Jonas! – bufou e saiu em direção as escadas, subindo elas de forma revoltada. olhou pro , que olhava pra todos nós com a expressão séria.
- Era isso que vocês queriam? – sorriu falsamente. – Conseguiram. – disse, saindo e indo pra cozinha.
- Legal, ferrou. – fez careta, se sentando no sofá.
- Deixa que eu vou falar com ele. Fiquem aqui. – Eu sai, indo em direção a cozinha. estava sentado em um dos bancos e estava com o corpo apoiado na bancada. Me sentei ao lado dele e ele não se moveu. – Hey.. – Eu sorri, mesmo sem saber que ele não veria meu sorriso.
- Deu tudo errado.. – negou com a cabeça.
- Não deu. – Eu disse e ele olhou pra mim. – Agora você sabe que ela também sente algo por você. – Eu expliquei.
- Sente raiva. Disso eu já sabia. – parecia chateado.
- Escuta, eu sei que sente algo por ela. – Eu comecei a falar. – Consegue aceitar isso? – Eu perguntei.
- Eu sei o que eu sinto, mas não queria sentir. Ela não merece. – negou com a cabeça.
- Eu já passei por isso, ok? Para as coisas darem certo, alguém tem que ceder. Vocês dois são teimosos e orgulhosos. Não cabe amor no meio disso tudo. – Eu expliquei e percebi que ele prestava atenção em cada palavra minha.
- Tem que ser eu? – perguntou.
- cedeu.. – Eu sorri fraco e toquei o rosto dele. – Ela gosta de você. Acredite em mim, eu sei. Você só precisa ceder, demonstrar que se importa, mostrar o verdadeiro que existe ai dentro. – Toquei o peito dele dessa vez, colocando uma mão sobre o coração dele. – Esse vai fazer com que ela ceda também. – Eu voltei a sorrir pra ele.
- Você acha que eu devo ir falar com ela? – perguntou, indeciso.
- Eu acho. – Eu concordei com a cabeça e sorri.
- Eu vou lá. – se levantou, mas antes de sair, parou em minha frente e sorriu. – Obrigada, . – Ele agradeceu e beijou a minha testa carinhosamente. Saiu, me deixando sozinha na cozinha. entrou na cozinha em seguida e sentou ao meu lado.
- Belo conselho.. – Ele sorriu fraco, olhando pra mim.
- Um garoto ai me ensinou essas coisas. Só estou repassando a lição que aprendi com ele. – Eu sorri pra ele e ele riu rapidamente.
- Mas esse garoto deve ser incrível, hein? – disse, irônico.
- Você tem razão.. – Eu me aproximei dele e toquei o seu rosto com uma das minhas mãos. – Ele é mesmo incrível. – Sorri, olhando ele de bem perto. Selei os lábios dele e ele aprofundou o beijo rapidamente, porém, o beijo não durou muito tempo. finalizou o beijo, puxando delicadamente o meu lábio inferior com seus lábios.
- NOVO PLANO! – gritou, quando chegou na cozinha. Eu e nos desgrudamos para olhá-lo.
- Plano? – Eu perguntei, confusa. - está conversando com a no seu quarto.. – explicou.
- Mas ela vai matar a gente se fizermos isso. – disse, enquanto conversava com a sobre o mesmo plano.
- Que plano é esse? – perguntou, sem entender nada.
- Já que eles não se entendem por bem, vão se entender por mal. – sorriu.
- Ainda não entendi. – Eu arqueei a sobrancelha.
- Vamos trancar eles no seu quarto. A câmera ainda está lá.. – explicou.
- BOA IDÉIA! – sorriu, empolgado.
- Ela vai ficar puta.. – fez careta.
- Vai mesmo! – Eu concordei.
- Ela nunca vai nos perdoar por isso. – disse, olhando pra mim e pra .
- Ela vai, se vocês não estiverem envolvidas nisso.. – disse, pensativo.
- Mas já estamos envolvidas nesse plano. Ela vai saber.. – não entendeu o que quis dizer.
- Plano? Mas que plano? Eu não sei de nada. – sorriu, depois de entender o que seu namorado quis dizer.
- Nem eu. – Eu ri, entendendo.
- Agora entendi.. – riu.
- vai entender, mas a não vai se importar tanto de nós fazermos isso. Ela já vive revoltada com nós. – explicou.
- Vamos lá, então.. – disse, saindo da cozinha.
- Já volto, linda. – saiu da cozinha, se despedindo de . os acompanhou.

Subiram as escadas em silêncio e andaram lentamente até o meu quarto. Espiaram e perceberam que estava irritada com alguma coisa que havia falado. Ambos estavam sentados na cama, ou seja, não daria tempo de nenhum deles chegar na porta em tempo o suficiente para impedir que fechasse a porta. se preparou e com uma das mãos fechou a porta e a trancou por fora.
- HEY, O QUE É ISSO? – gritou, sem entender.
- Filhos da puta.. – logo entendeu.
- O que aconteceu? – <perguntou, indo até a porta e tentando abri-la. – Está trancada? – perguntou, arregalando os olhos.
- Eles nos trancou aqui. – sorriu e negou com a cabeça, sem acreditar.
- Não! De novo não! – tentou abrir a porta de novo.
, e gargalhavam em silêncio do lado de fora do quarto. Desceram as escadas e foram pra cozinha.
- Agora eu duvido que eles não se entendam. – disse, rindo.
- Já trancaram eles lá? – perguntou, surpresa com a rapidez.
- Já! – continuou rindo. – foi pegar a TV sem fio para vermos o que está rolando no quarto.
- Espera, vamos lá em cima um pouco, garotas. – disse, se levantando e saindo da cozinha. Eu e acompanhamos ela.
- Onde vocês vão? – perguntou, confuso. Ele e foram atrás de nós. Fomos até a porta do meu quarto.
- , DEIXA EU ABRI A PORTA PRA ELES. – gritou, fingindo que estava tentando tirá-los de lá.
- Boa idéia, . – Eu ri e também entrei na encenação. – SAI, ! DEIXA EU ABRI A PORTA. – Eu também gritei.
- Como vocês são falsas.. – riu baixo. – ABRE A PORTA, ! – Ela gritou, fazendo com que todos ricem como nunca.
- NÃO VOU ABRIR! – gritou, também entrando no teatro.
- DEIXA ELES AI! QUEM SABE ASSIM ELES NÃO APRENDEM A CONVERSAR COMO GENTE CIVILIZADA. – também gritou.
- Vamos descer.. – Eu disse e todos descemos pra sala. Acho que já era o suficiente, né? também desceu com nós. Trouxe a sua TV junto e por lá víamos tudo o que e faziam no quarto.
- Eles vão ficar assim, sem nem se olhar? – perguntou, fazendo careta.
- Isso vai demorar.. – disse, colocando uma das almofadas no tapete da sala e se deitando sobre ele.
- O que vamos fazer enquanto isso? – Eu perguntei, entediada.
- Não sei.. – disse, pensativa.
- Vamos jogar ‘Perguntas’? – propôs.
- Esse eu não conheço.. – disse.
- Bem.. você tem a chance de perguntar o que sempre quis pras pessoas que estão aqui. Uma pergunta por vez e quem responder, tem que responder a verdade. – explicou.
- Eu gostei.. – Eu sorri.
- Ta, vamos fazer isso. – concordou por todos.
- Como começa? – perguntou, se sentando novamente para participar da brincadeira.
- Não tem algo fixo, podemos usar a garrafa pra definir o primeiro. – disse, pegando a garrafa em seu lado e colocando ela no centro da roda. Girou a garrafa e ela apontou pra .
- Finalmente vou participar de uma brincadeira, hoje. – sorriu.
- E depois? – perguntou. - A próxima pessoa a minha esquerda faz a pergunta pra alguém e assim vai indo. – explicou.
- Então vai lá, pergunte. – sorriu.
- Eu quero perguntar . – sorriu pra mim.
- Pergunte.. – Eu também sorri pra ela.
- Quando nós nos conhecemos você não foi muito com a minha cara, né? Por que? – perguntou, curiosa.
- Você tem razão, eu não ia muito com a sua cara. – Eu ri, sem jeito. – Você era uma líder de torcida e na época, isso era tudo o que qualquer garota queria. Eu nunca consegui ser uma, então eu acho que eu tinha inveja de você. – Eu fiz careta.
- Era só por isso? – gargalhou. – Como você era boba. Eu só consegui entrar na torcida por que a minha prima era a capitã das líderes. Eu odiava fazer aquelas danças ridículas. – continuava rindo, enquanto se lembra.
- Espera, você está dizendo que em algum dia na sua vida você quis ser líder de torcida? – olhou pra mim, perplexo.
- Não é a sua vez de perguntar, . – Eu sorri e todos riram. mostrou a língua pra mim, fazendo careta.
- Ta, sua vez de perguntar, . – disse pro namorado, que estava a sua esquerda.
- Eu vou perguntar pro . – olhou pro . – Eu quero saber.. desde quando você sente algo pela . Por que.. eu sempre desconfiei. – riu.
- Desde quando? – repetiu a pergunta, pensativo. – Um pouco mais de 6 anos.. – disse, depois de tentar se lembrar exatamente da data, porém, não conseguiu.
- O QUE? – arregalou os olhos.
- Que foi? – riu, sem entender.
- Você gostou da minha irmã todos esses anos e nunca me falou nada? – perguntou, chocado.
- Eu nunca falei isso pra ninguém, nem mesmo pra ela. – explicou.
- Eu sempre desconfiei. – riu.
- Seu bicha, fingiu ser meu amigo todos esses anos só pra seduzir a minha irmã! – brincou.
- Não fico com ciúmes, amigo. Vem aqui, dá um abraço.. – ameaçou abraçar .

- Vai ser ferrar, mano.. – fez careta, se afastando de . Todos riram. - Ta bom, ! Sua vez de perguntar, amor. – acabou com a graça.
- Ta, hm.. – fez cara de pensativo. – , me responda.. – olhou pra namorada com uma das sobrancelhas arqueada.
- Pode perguntar. – riu da cara do namorado.
- Antes de nós ficarmos juntos, alguns boatos na escola dizia que você tinha ficado com o Peter. É verdade? – olhou pra , sério.
- O QUE? NÃO! É CLARO QUE NÃO! – riu. – O Peter namorava a minha melhor amiga, lembra? Como eu ia ter algo com ele? – continuou rindo.
- HEY! – fez cara de bravo. – Não foi nada legal lembrar disso agora, ok? – fingiu estar emburrado.
- Quer dizer que se ele não namorasse a minha irmã, você ficaria com ele? – perguntou, indignado.
- Para de repetir isso, caralho. – disse, irritado.
- Não, amor! É claro que não! Eu sempre fui apaixonada por você. – abraçou o namorado e lhe deu um rápido selinho.
- Ok, chega disso. Minha vez de perguntar. – mudou rapidamente o assunto. Ele odiava mesmo falar sobre o Peter.
- Pergunta logo, então! – riu de toda a pressa de para mudar o assunto.
- Vou perguntar pra.. – olhou pra toda a roda e parou os olhos em mim. – Você, . – sorriu.
- Nossa! E tem alguma coisa que você ainda não sabe sobre mim? – Eu ri, olhando pra ele.
- Eu nunca tive a chance de te perguntar uma coisa.. – sorriu fraco.
- Vai em frente.. – Eu o incentivei.
- Qual é o seu maior sonho? – me olhou com um sorriso doce e um olhar curioso.
- Meu maior sonho? – Eu repeti a pergunta dele, enquanto pensava.
- É.. – me olhava, esperando pela minha resposta.
- Eu acho que o meu sonho é fazer faculdade na Albert Einstein College of Medicine, a melhor faculdade de medicina do país, que fica em Nova York. – Eu sorri, só em falar sobre aquilo.
- Sério? – sorriu de forma diferente.
- Sim, eu sonho com isso desde...sempre. – Eu sorri fraco, percebendo que algo no sorriso dele havia mudado.
- Está vendo? Eu ainda não sei tudo sobre você. – sorriu de forma chateada. Eu não havia entendido o que eu tinha falado de errado.
- ESPERA! – arregalou os olhos, enquanto olhava pra sua pequena TV. – Eu estou vendo coisas ou..o e a estão se beijando..de novo? – disse e no segundo seguinte, todos estavam sobre ele, olhando para a TV.
- NÃO ACREDITO! – riu, chocada.
- Missão cumprida! – também riu.
- Vou subir lá, destrancar a porta. – saiu, subindo as escadas rapidamente, porém, sem fazer muito barulho. Chegou no meu quarto e destrancou a porta, sem fazer qualquer ruído.
Depois de destrancou, demorou um pouco para descer novamente. Não havia entendido o por que aquele meu sonho havia o afetado tanto. Queria poder voltar no tempo para refazer aquela pergunta estúpida. Não queria que eu percebesse que aquilo havia deixado ele chateado. se esforçaria ao máximo para não demonstrar aquilo que realmente estava sentindo. Desceu as escadas e agir normalmente.
- Destrancou? – riu, ainda olhando a pequena TV. - Destranquei e pelo jeito..eles nem notaram.. – riu, vendo que e ainda se beijavam.
- É, parece que não. – também riu. – Deixa eles lá, quando quiserem sair, que saiam. – disse, colocando a pequena TV de lado.

Procurei o e ele estava sentado no sofá, olhando pra todos nós com um sorriso fraco no rosto. Quando percebeu que olhei pra ele, desviou o olhar. Algo estava errado, isso já era um fato. Eu só queria entender o que era. O que eu havia feito de errado. Fui até ele e me sentei ao seu lado. Logo que me sentei, sabia que eu já havia percebido.
- Hey.. – Eu toquei uma das mãos dele e entrelacei meus dedos nos dele. – Está tudo bem? – Eu sorri fraco, quando ele se virou pra ficar de frente pra mim e me olhar.
- Está. – segurou a minha mão de forma mais forte. – Por que está me perguntando isso? – tentou disfarçar.
- Por que está tentando mentir pra mim? – Eu sorri e ele me olhou e também deu um pequeno sorriso.
- Eu perguntei primeiro.. – O sorriso dele aumentou, mas não deixou de ser um sorriso triste.
- Eu conheço você mais do que qualquer outra pessoa no mundo. Eu sei que há algo errado. – Fiquei séria, pois aquilo já estava me agoniando.
- Não é nada. Não se preocupe com isso, ok? – negou com a cabeça, levantou a minha mão, que ainda tinha seus dedos entrelaçados aos dele e beijou a sua parte superior.
- Você está brincando, né? – Eu sorri pra ele, irônica. Ele sabia que eu jamais deixaria aquilo de lado. sorriu, negou com a cabeça e deixou de me olhar. sabia que o que estava sentindo em relação ao meu sonho era egoísta demais para ser falado. – É sobre a faculdade, certo? – Eu deduzi, pois foi a partir do instante em que falei sobre a faculdade em Nova York, que ele mudou.
- É Nova York, sabe? – voltou a me olhar. Seus olhos estavam tristes, apesar dele ter um sorriso fraco no rosto. – Nós estamos em Atlantic City. Eu estou em Atlantic City... – abaixou o rosto e olhou para nossas mãos, que permaneciam grudadas.
- É só um sonho, . – Eu levei uma das minhas mãos ao rosto dele e o levantei para que ele voltasse a olhar pra mim. - Você sabe quais são as chances de eu entrar pra aquela faculdade? – Eu sorri fraco. Eu entendi perfeitamente qual era o problema.
- Eu não quero que ache que sou egoísta e que não quero que você realize o seu sonho. Eu torço por você mais do que qualquer outra pessoa no mundo, você sabe disso, certo? – perguntou, preocupado com o que eu acharia de tudo aquilo. Não queria que eu entendesse errado.
- Eu sei. Eu entendo você,mas..não se preocupe. Isso não vai acontecer, ok? – Eu sorri pra ele, me aproximei e selei rapidamente os seus lábios.
- Eu não sei o que eu faria se eu não tivesse você por perto. – sorriu, aparentemente menos preocupado com aquilo.
- Não vai acontecer. – Eu repeti. – Esquece isso, ok? – Eu pedi e ele concordou om a cabeça e me deu um outro selinho.
- Eu vou. – Beijou minha testa de forma carinhosa.
- Apesar que.. – Eu aproximei meu rosto do dele. – Você fica uma gracinha com essa carinha de emburrado e com esse bico.. – Eu estava prestes a beijar ele e ele riu.
- Engraçadinha.. – Ele fez careta, rindo.
- Eu estou falando sério.. – Eu comecei a rir.
- Sem graça.. – Ele negou com a cabeça e selou os meus lábios rapidamente. - Vamos voltar pra lá.. – Ele se levantou e estendeu a mão para que ele me puxasse.
- Nossa, eu aqui fazendo o maior charminho e você quer voltar pra lá? – Eu fingi estar ofendida. – Vamos voltar pra lá mesmo. – Eu levantei, sem tocar na mão dele, que permaneceu estendida. Estava indo em direção a cozinha, quando ele segurou em minha cintura e me puxou por trás.
- Eu odeio quando você faz isso, droga. – riu e me virou de frente pra ele.
- Sempre funciona.. – Eu ri e ele me beijou longamente. Ele foi me empurrando pra trás e quando chegamos no sofá, eu acabei caindo sentada nele, fazendo com que o beijo fosse interrompido.
- Sabe..outra coisa que funciona? – perguntou, ainda de pé, enquanto me olhava sentada.
- O que? – Eu perguntei, sem entender.
- Cócegas.. – disse, rindo.
- Não começa.. – Eu coloquei uma almofada na barriga. Ele sabia que eu morria de cócegas e sempre usava isso contra mim.
- Começar com o que? – se sentou do meu lado com uma cara de safado.
- Sai, . – Eu ri e me afastei dele, indo pro outro lado do sofá.
- Pensei que você queria que ficássemos juntos.. – riu, se aproximando de mim.
- ! – Eu gritei com ele, tentando ficar séria. Foi exatamente nessa hora que ele me atacou, fazendo cócegas em minha barriga. – AAAAAAAAAAAAAAH, PARAAAAAAAAAAAAA! – Eu comecei a rir e gritar como uma louca. Tentei empurrá-lo pra longe de mim, mas não consegui. – < , NÃO TEM GRAÇA! PARA! – Eu disse rindo e ele começou a rir junto comigo, enquanto continuava fazendo cócegas.
e desceram as escadas correndo, assustados. Parecem que já haviam descoberto que a porta tinha sido aberta.
- , ME AJUDA. – Eu gritei, assim que vi descendo as escadas.
- Agradeça por eu não estar ajudando ele. – disse, se sentando no outro sofá, ao lado de .
- PARAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ! – Eu gritei de novo e com muito custo, ele parou.
- Parei.. – Ele riu, saindo de cima de mim.
- Seu idiota! – Eu comecei a estapeá-lo, enquanto ele ria e se defendia com suas mãos.
- Você começou a me provocar.. – disse e eu comecei a rir também, enquanto continuava a dar alguns tapas no braço dele.
- E para de me bater, se não vou fazer mais cócegas. – ameaçou e eu parei de estapeá-lo na hora.
- Ta bom, já parei. – Eu segurei a risada e me afastei dele.
- Eu estou brincando, não vou mais fazer cócegas. – sorriu, indo pra perto de mim e colocando o seu braço em torno de mim.
- Vocês parecem duas crianças.. – riu.
- Você deveria estar me agradecendo, ok? – olhou pro e riu. ficou vermelho na hora.
- Então foi você, seu viado. – pegou uma almofada e atacou no amigo.
- Não vem com esse papinho não. – devolveu a almofadada.
- É, seus malandrinhos. – Eu brinquei e me fuzilou com os olhos.
- Fica quieta, . – sorriu, sem jeito.
- Não está mais aqui quem falou.. – Eu sorri pra ela.
- Cadê os outros? – mudou o assunto e no mesmo instante, , , e apareceram na sala.
- Serve esses? – riu.
- O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou, se sentando no tapete da sala.
- Nós já estávamos indo lá com vocês.. – respondeu.
- E ai, ..tudo bem? – riu.
- Cala a boca, .. – sorriu, sem jeito.
- Não querem falar sobre o assunto? Ok.. – gargalhou, recebendo olhares furiosos do .
- Ta, o que nós vamos fazer? – mudou o assunto.
- Vamos ver filme.. – sugeriu.
- Ahn não! – reclamou.
- Já acabou os Yankees.. – lembrou o namorado.
- É verdade. Vamos ver os filmes que alugamos e acabou! – Eu disse, me levantando e indo até o dvd.
- Vamos lá fazer pipoca.. – disse, olhando pra e .
- Vamos.. – concordou e ela e acompanharam até a cozinha. Elas viviam na minha casa, já sabiam onde estava tudo.

Coloquei o filme e esperei que as meninas voltassem da cozinha para que eu pudesse começar o filme. Elas voltaram minutos depois com vários potes de pipoca nas mãos. Distribuíram os potes, deixando um com cada casal. e deitaram juntos no tapete da sala e e fizeram o mesmo. e estavam sentados em um dos sofás, sem nenhuma aproximação e estava sentado no outro sofá, esperando por mim.
- Posso soltar o filme? – Eu perguntei, ao lado do interruptor de luz e com o controle remoto nas mãos.
- PODE! – Todos gritaram juntos. Coloquei ‘play’ no filme e apaguei a luz. Corri pro sofá com o . Peguei uma almofada, coloquei no colo de e me deitei sobre ela. Ele sorriu, surpreso. Havia gostado do que eu havia feito.

ainda se surpreendia nesses momentos em que agíamos como namorados. Aquilo ainda era surreal pra ele. As vezes ele até se esquecia que eu era a SUA namorada. Só sua e de mais ninguém.

colocou uma das suas mãos em minha cabeça e entrelaçou seus dedos em meus cabelo. Começou a fazer carinho em meu cabelo e eu sorri fraco, sem que ele percebesse. Aquilo também era novo pra mim.

Eu e as garotas já havíamos assistido aquele filme umas 10 vezes, mas sempre assistíamos como se fosse a primeira vez. Os garotos também pareciam interessados no filme. Olhei pras garotas e percebi que já tinha dormido nos braços do .

continuava fazendo carinho em meus cabelos e as vezes deslizava sua mão até o meu rosto e apertava o meu nariz. Ele havia feito isso mais uma vez e eu olhei pra cima e sorri pra ele.
- Eu te amo.. – Eu disse, sem emitir som algum. Ele conseguiu entender e sorriu fraco. Se aproximou do meu rosto e selou os meus lábios rapidamente.
- Eu também te amo. – Ele também disse sem emitir som e com seus lábios quase colados nos meus. Eu sorri, encantada com cada atitude dele. Voltei a olhar pro filme e ele continuou acariciando meus cabelos.

Já tinha mais de uma hora de filme e o sono parecia tomar conta de mim. Não queria dormir, ainda era a noite das garotas. Olhei pra elas e vi que todas já estavam dormindo. Acabei não aguentando e dormi antes do final do filme. Era impossível não dormir com o fazendo aquele carinho na minha cabeça. Eu até que resisti bastante.
O filme acabou e os garotos se entreolharam. O filme foi melhor do que eles imaginaram, mas jamais admitiriam isso pras nós, garotas.
- A dormiu e eu nem vi.. – riu, olhando a namorada dormir profundamente.
- A dormiu nos primeiros 15 minutos de filme.. – gargalhou.
- A dormiu também, mas eu nem vi, quando.. – sorriu, sem jeito.
- Até parece.. – riu. – Para de fingir que não gosta dela, idiota. Todo mundo já sabe. – zoou o amigo.
- Saiam do meu pé, porra. – riu, revoltado.
- Ela dormiu? – perguntou pra alguém, já que eu estava virada pro outro lado e ele não conseguia ver meu rosto.
- Dormiu.. – disse, depois de olhar pra mim.
- Vou levar ela lá pra cama dela.. – saiu debaixo de mim com cuidado e eu continuei dormindo.
- Também vou levar a .. – se levantou e segurou a namorada nos braços.
- Duvido que se eu dormisse, ela ia me levar pra cama.. – brincou, olhando pra .
- Você é tão viado, . – riu do amigo.
- Eu vou levar ela.. – riu, pegando a namorada no colo e subindo as escadas com ela nos braços.
- E você vai deixar a ai? – perguntou pro .

- Ela parece confortável aqui.. – riu. - Anda logo, ! – arqueou a sobrancelha.
- Eu vou levar ela lá em cima, ok? – fez careta. Se levantou e levou a lá pra cima com cuidado.
Eu fui a última a ser levada. me segurou em seus braços com cuidado e eu acabei acordando um pouco. Coloquei meus braços em torno do pescoço dele e voltei e dormir. Ele apenas sorriu, sem dizer nada.

Chegou em meu quarto, as garotas já estavam em suas camas e os meninos já haviam saído de lá. passou pelas meninas, que dormiam em colchões no chão e chegou em minha cama. Me colocou na cama com todo o cuidado do mundo e me cobriu. Olhou pra mim por um tempo e sorriu fraco. Era impressionante pra ele o fato de eu ficar linda até dormindo. Beijou a minha testa com carinho e quando foi se afastar, segurei o braço dele.
- Não vai.. – Eu pedi com uma voz tremida. – Fica um pouco aqui comigo. – Eu pedi, sem abrir os olhos.
- Eu fico, só um pouco, ta? – disse, sabendo que se revoltaria se visse o amigo ali. Ele se sentou no cantinho da minha cama , ao meu lado. Segurou uma das minhas mãos e entrelaçou seus dedos nos meus. Eu sorri, sem abrir os olhos. permaneceu ali por 5 minutos.
- Agora eu tenho que ir, ok? – sorriu fraco.
- Ta.. – Eu respondi, meio dormindo.
- Boa noite.. – Ele disse, antes de tocar seus lábios nos meus.
- Boa noite. – Eu respondi, ainda sem abrir os olhos.
Senti quando se levantou da cama e segundos depois dele fazer isso, senti algo em minha cama vibrar. Abri os olhos, assustado. O que seria aquilo?
- .. – Eu disse, vendo que ele ainda não havia saído do quarto.
- O que foi? – se virou, falando baixo.
- O seu celular.. – Eu disse, pegando o celular dele que ele havia deixado cair em minha cama. – Você esqueceu ele aqui. Ele está tocando.. – Eu disse e olhei no visor do celular, curiosa pra saber quem estava ligando.
- Que merda.. – resmungou e voltou a andar em direção a minha cama.
- Jessie? – Eu arqueei a sobrancelha, lendo alto o nome da pessoa que estava ligando pro .
- Que? – perguntou, sem entender.

- Por que a Jessie está te ligando esse horário? – Eu despertei na mesma hora. Eram 3 horas da manhã! O que aquela vadia queria com o meu namorado aquelas horas? Essa garota está querendo morrer. - Não sei.. – fez careta, quando chegou em minha cama.
- Eu vou atender.. – Eu disse, apertando a tecla do celular.
- NÃO! – quase gritou, antes de eu atender.
- Alô? – Eu disse com uma voz de irritação.



Capítulo 30 - Encontro secreto




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:





- .. – tentou tirar o celular de mim e eu consegui me desvencilhar dele.
- ALÔ? – Eu disse, mais irritada. Por que a vadia não respondia? – Eu sei que é você, Jessie! – Eu disse, vendo me olhar bravo. – O que você quer com o ? – Eu continuei falando sozinha e ela continuou ouvindo tudo, sem dizer nada. – FALA, VADIA! – Eu gritei, irada.
- Dá pra calarem a boca ae? – resmungou, sonolenta. Me levantei da cama e fui pro lado de fora do quarto, ainda com o celular no ouvido. me acompanhou.
- Desliga isso.. – pediu, negando com a cabeça.
- PARA DE LIGAR, GAROTA! – Eu gritei pela última vez e desliguei o celular, furiosa.
- Isso era mesmo necessário? – pegou o celular, me olhando de forma séria.
- Você está brincando? – Eu disse, irônica. – São 3 horas da madrugada e essa vadia está te ligando. Você queria o que? – Eu disse, revoltada.
- Não deveria ter atendido. Ela ia desistir.. – não estava exaltado como eu, mas tinha achado tudo aquilo desnecessário.
- Como sabe disso? – Eu arqueei uma das sobrancelhas.
- O que? – riu, achava que eu estava ficando paranoica.
- Ela já te ligou outras vezes? – Eu cruzei os braços e cerrei os olhos pra ele. me olhou por um tempo, sem responder.
- Algumas vezes.. – não quis mentir. Não tinha motivos pra isso.
- Você só pode estar brincando, ! – Eu sorri, sem acreditar. Sai da frente dele e dei alguns passos, me afastando.
- O que importa? – negou com a cabeça novamente. Incrível como as coisas podem estar bem em um minuto e horríveis no outro.
- O que importa? – Eu olhei pra ele e sorri, irônica. – O que você acharia se descobrisse que o Mark me liga todas as noites e eu não tivesse te contado nada? – Eu cruzei os braços, esperando pela resposta dele.
- Mark? Por que está falando dele agora? – cerrou os olhos, confuso.
- Por que escondeu isso de mim, ? – Eu dei alguns passos na direção dele. Era bom que ele dissesse toda a verdade agora.
- Por que você acha? – sorriu, sarcástico. – Você está pirando! – sorriu, decepcionado e negou com a cabeça, desaprovando minha atitude.
- Eu não gosto que me esconda as coisas, . – Eu me defendi, olhando seriamente pra ele.
- Me desculpa então, ok? – disse, contrariado. – Eu só quis evitar essa briga.. – me olhava e parecia decepcionado. Eu não me importava. Eu estava puta com ele!
- Adivinha só? Não adiantou! – Eu continuei irritada. - , não importa mais! – se aproximou de mim e segurou o meu rosto com suas duas mãos.
- Essa garota vai se ver comigo, segunda-feira.. – Eu bufei.
- Não vai nada! – voltou a me olhar sério. – Você não vai fazer nada. – disse em tom de ordem.
- Para, ok? – Eu olhei pra ele, irritada. – Você é o meu namorado e não o meu pai pra ficar me dizendo o que fazer. – Eu tirei as mãos dele do meu rosto e olhei pra ele, furiosa. Se ele acha que vai ficar mandando em mim agora, está muito enganado!
- Esse é o seu problema.. – sorriu pra mim, estava desapontado. – Você só pensa em você, não se importa com ninguém. – voltou a ficar bravo.
- Não tente mudar o assunto. – Eu disse, furiosa demais pra notar que estava agindo como louca.
- Você não vê? – me olhou com desgosto. – Era exatamente isso que a Jessie queria! Você está brigando por nada! – estava irritado. Tudo estava perfeito, por que eu tinha que arranjar uma briga por nada?
- Por nada? – Eu sorri, sarcástica. – Como eu vou saber se você nunca atendeu um desses telefonemas dela? – Eu disse no auge da minha revolta.
- É realmente isso que acha de mim? – se aproximou de mim e olhou nos meus olhos. – É esse o tipo de confiança que você tem em mim? – disse demonstrando o quanto estava chateado comigo.
- Atendeu ou não, ? – Eu cruzei os braços.
- Quer saber? Eu não tenho que ficar aqui ouvindo isso. Não de você. – me olhou de forma dura e eu rapidamente percebi que havia feito besteira. – Parabéns, você acabou de estragar a minha noite. – deu alguns passos, se afastando de mim. – Feliz? – estava tão chateado, que eu podia sentir até em sua voz. Virou de costas pra mim, indo em direção ao quarto do . Fiquei parada, observando ele se afastar, sem saber o que fazer. Ele parou, voltou a olhar pra mim. – E não. Eu não atendi nenhum daqueles telefonemas. – respondeu, sério e voltou a ficar de costas pra mim. Observei ele entrar no quarto do e fechar a porta sem olhar pra trás.

Eu estava certa, né? Estava! Com certeza, eu estava! Ele estava me escondendo que a Jessie ligava pra ele todas as noites. Ele não deveria ter me escondido, né? Quer dizer, ele é o meu namorado agora e não pode me esconder as coisas. Tudo bem que ele quis evitar que brigássemos, agora que nós finalmente nos acertamos e estamos mais felizes do que nunca, mas ele não podia ter escondido de mim. Eu também não deveria ter falado daquele jeito, eu sei. Ele mereceu! Quem mandou ficar mandando em mim? Ele é só o meu namorado e não tem que ficar me dizendo o que fazer.... né? Ahn droga.. Quem eu quero enganar? Eu fiz merda.

Fechei os olhos e suspirei, negando com a cabeça. Eu estraguei tudo, eu já sei! Mas o que eu posso fazer? Saber sobre as ligações da Jessie me deixou louca de ciúmes. É errado sentir tanto ciúmes? TA BOM, eu sei que é errado, mas eu não consegui controlar e acabei descontando nele. Eu não queria... Droga, eu odeio quando ele me olha daquele jeito.

Pensei em ir falar com ele, mas não adiantaria. Ele estava bastante chateado agora e poderia não acabar bem. É melhor esperar até amanhã. Amanhã eu me desculpo com ele e tudo ficará bem de novo. Voltei pro meu quarto e tudo estava bastante silencioso. As garotas ainda estavam dormindo. Justo agora que eu precisava conversar com alguém?

- Nossa, o que foi, ? – perguntou, quando viu entrar no quarto, furioso. Todos os garotos ainda estavam acordados e conversavam sobre um jogo qualquer que teria naqueles dias.
- A é maluca.. – deitou no colchão no chão, ao lado da cama de .
- O que ela fez agora? – arqueou a sobrancelha. Ele sabia o quanto eu era complicada.
- A Jessie ligou no meu celular e ela pirou.. – encarava o teto, irritado.
- Por que a Jessie te ligou? – perguntou, confuso.
- Eu não sei, porra! A culpa não é minha se ela liga! A única coisa que interessa é que eu nunca atendi. – continuava, furioso.
- , você sabe como é a minha irmã, né? – quis amenizar.
- Eu sei, mas está na hora de mudar, né? Ela não pode sair por ai falando o que ela pensa, achando que vou aturar isso pra sempre. – continuava conversando com os amigos, sem olhá-los. Olhava apenas pro teto do quarto de .
- Amanhã vocês conversam e fica tudo bem. – previu.
- Amanhã cedo eu vou embora daqui. – respondeu de forma grossa.
- Só por causa disso? – fez careta.
- Se vai ficar defendendo a sua amiguinha, é melhor calar a boca. – olhou pro , irritado.
- Faz o que você achar melhor, cara. – apoiou o amigo.
- Então vamos dormir, que eu to com sono. – disse, se ajeitando no colchão.
- Vamos.. – concordou e apagou a luz.

provavelmente acabaria dormindo, por pura exaustão. Estava tão irritado, tão chateado que não conseguia parar de pensar em tudo aquilo. De uma coisa ele sabia: eu tinha que aprender a respeitá-lo, aprender a pensar em nós dois, agora que nós estávamos namorando. realmente não queria que envolvêssemos a Jessie nisso tudo. Era melhor deixar ela no canto dela, certo?

Eu estava no quarto ao lado e também olhava pro teto, pensativa ou arrependida, veja como quiser. Eu havia sido injusta com o , eu sei, mas como eu que eu adivinharia que a Jessie ligava pra ele todas as noites, provavelmente por que ainda sente alguma coisa por ele e que ele não se importa nem um pouco com isso? Eu não estou acostumada com tanto amor, tanto carinho que ele vem me dando. A todo momento eu acho que eu estou sendo traída ou que o garoto que eu gosto está tentando me machucar. Eu deveria saber que não é assim. Eu deveria saber que é diferente de qualquer outro cara que eu conheci. Eu deveria saber que é a melhor pessoa que eu já conheci.

Acabei dormindo, sem querer. Eu com o meu arrependimento e o com a sua decepção.


- , ACORDA! – gritou, sacodindo toda a minha cama.
- O QUE É, ? – Eu disse, irritada.
- Vamos acordar os meninos.. – disse, animada.
- Levanta logo, . – também já estava de pé.
- Não sei qual é a graça disso.. – resmungou.
- Você também pode acordar o .. – riu, dando a ideia.
- Muito engraçado! – fingiu rir.
- Mas levanta logo, ! – atacou uma almofada em mim.
- Eu não vou lá.. – Eu disse, me sentando na cama.
- Por que não? – parou de sorrir na mesma hora.
- Eu briguei com o . O clima não está bom.. – Eu disse, séria.
- Ahn, não acredito. – fez careta.
- Mas o que tem, ? – tentou me incentivar. – Você não quer fazer as pazes? É a sua chance. – estava fazendo de tudo para me arrastar pro quarto ao lado.
- Eu não sei.. – Eu disse, indecisa.
- ANDA! Para de ser orgulhosa! – disse, puxando meus braços e me levantando da cama.
- Ta, eu vou! – Eu sorri, quando vi elas comemorando.

Eu acho que eu deveria ir até lá sim. Eu queria me desculpar e essa era a chance. O quanto antes, melhor. Eu odiava ficar daquele jeito com ele, odiava ficar brigada com ele, sabendo que ele esta bravo comigo e com razão.

- Vamos logo! – disse, indo até a porta.
- Vamos.. – Eu me olhei no espelho rapidamente e tudo parecia estar em ordem, menos o meu hálito. Fui até o banheiro e escovei os dentes rapidamente.

Saímos do meu quarto em silêncio e fomos em passos silenciosos até o quarto ao lado. Chegamos na porta e se dispôs em abri-la. Girou a maçaneta e enquanto ela abria a porta, fomos enxergando os meninos dormindo.

- Que bonitinhos.. – sussurrou, entrando no quarto. Entramos atrás dela e paramos para olhá-los.
- Cadê o ? – Eu perguntei, olhando novamente pro e pro , vendo se havia confundindo com eles.
- No banheiro, será? – disse e se curvou para olhar no banheiro do quarto do e não viu ninguém. – É, não está. – disse.
- Amor, acorda. – disse, se deitando ao lado de . sorriu só em ouvir a voz da namorada.
- , acorda lindo. – fez o mesmo, acariciando o cabelo do meu irmão. Eu sorri fraco, ao vê-las tão felizes.
- Acorda, ! – riu, dando uma travesserada no meu melhor amigo.
- Que é isso? – acordou, assustado.
- Bom dia, flor do dia. – gargalhou.
- Mas como você é delicada. – também riu.

Acabei me vendo ali, sozinha. Onde estava ? Será que ele havia ido embora? Ele estava mesmo tão chateado comigo? A minha culpa só aumentava. Isso já estava me corroendo por dentro.

- , cadê o ? – Eu perguntei com medo do que escutaria como resposta. Ele parou de abraçar e olhou pra cama do , percebendo que ele não estava mesmo ali. Olhou pra mim.
- Eu acho que ele foi embora. – disse de forma séria, pois sabia o quanto aquilo me deixaria mal.
- Embora? Mas pra onde? – Eu senti meu coração apertar ainda mais. Eu tinha feito besteira dessa vez. Os casais pararam de se olhar para olharem pra mim.
- Ontem a noite ele disse que iria embora hoje cedo. – respondeu.
- Ele estava chateado com você. – completou.

Eu neguei com a cabeça, me perguntando por que é que eu tinha que ser tão egoísta, tão idiota pra dizer aquelas coisas pra ele? Depois de tudo o que ele já fez por mim, ele jamais merecia ouvir aquelas palavras.

- .. tudo bem? – perguntou, percebendo que eu havia ficado abalada.
- Está. – Eu forcei um sorriso. – Eu vou..- Eu nem completei a frase e sai do quarto de e fui pro meu. Peguei o meu celular e disquei o celular de .

estava deitado em sua cama, assistindo um filme qualquer que passava. Estava quase dormindo, quando sentiu o seu celular vibrar. Pegou e olhou o seu visor, vendo ‘’ escrito nele e vendo uma foto nossa de fundo. Não pensou duas vezes e ignorou a minha ligação, colocando o celular sobre o criado mudo.

sabia que naquela altura, eu já deveria ter percebido que havia errado e que queria me desculpar. Ele só não queria falar comigo naquele momento. Ainda estava irritado com o que havia acontecido e achou que eu merecia mais um pouco de tortura. Além do mais, ele queria me mostrar o que acontecerá da próxima vez que eu agir como uma criança mimada e egoísta. Ele quer mostrar que apesar de amar incondicionalmente, não vai admitir certas coisas, não vai engolir todas as minhas besteiras. É o jeito que ele arranjou de me mostrar o quanto eu devo valorizá-lo e valorizar o que ele sente por mim.

- Droga.. – Eu suspirei, quando chamou pela a última vez. Liguei mais uma vez. – Vamos, atende ! – Eu implorei, enquanto ouvia o telefone chamar.

ouviu o celular tocando mais uma vez, mas nem se moveu na cama. Se estava com vontade de atender? MUITA vontade, queria muito ouvir a minha voz naquela manhã, mas tinha que ser forte e fazer o que era o melhor no momento.

Suspirei, irritada comigo mesma. Joguei o celular sobre a minha cama e pensei no que eu poderia fazer para concertar aquilo. Sai do meu quarto e voltei ao quarto do .

- Me empresta o seu celular um pouco, ? – Eu pedi, enquanto eles riam de alguma coisa.
- Empresto, claro. – Ele olhou pra mim e me entregou o celular. - Obrigada. – Eu sorri pra ele e sai do quarto com o seu celular nas mãos. Já que não me atendia, ele pode atender o , né? Disquei o número do rapidamente e escutei quando começou a chamar.

ouviu o celular vibrar mais uma vez e o pegou para olhar quem era. Só queria saber se era eu, mais uma vez. Leu o nome de ‘’ no visor. sorriu fraco e negou com a cabeça. Usar o feitiço contra o feiticeiro? Péssima ideia! Essa estratégia era dele. É claro que ele saberia que era eu.

- O que esta acontecendo, ? – apareceu atrás de mim.
- não me atende. - Eu desliguei o celular, chateada.
- O que você fez? – se sentou em minha cama e olhou pra mim.
- Eu...disse umas coisas que não devia e desconfiei dele. – Eu disse, séria e me sentei ao lado dele.
- Desconfiou por que? – perguntou.
- A Jessie ligou pra ele e eu..sei lá, pirei. – Eu expliquei e estendi o braço, entregando o celular pra ele.
- E agora você está arrependida? – deduziu, guardando o seu celular no bolso.
- Estou. Eu quero me desculpar, mas ele está me evitando. – Eu olhei pro chão, ainda sem saber o que fazer. – Isso nunca aconteceu antes. Mesmo com todas as brigas, ele nunca me evitou assim.. – Eu estava paralisada, pensativa.
- Ele estava chateado dessa vez. – também fez uma cara de chateado, quando disse aquilo.
- Eu.. não sei.. estou com medo. – Eu olhei pro .
- Medo do que? – também me olhou, preocupado.
- Medo dele querer terminar.. – Eu sorri fraco e rapidamente passou seus braços em torno de mim e me trouxe pra perto dele, colocando a minha cabeça em seu peito.
- Não vai acontecer, ok? – passou a mão pelos meus cabelos, tentando me acalmar. – ama você. Você sabe disso, não sabe? Sabe que ele é louco por você, não sabe? – perguntou sem olhar pra mim, pois ainda estávamos abraçados.
- Eu sei, mas eu tenho que mudar alguns comportamentos se eu quiser manter esse namoro. – Eu disse, terminando o abraço e olhando pro .
- Então faça isso. Fala pra ele que chegou a essa conclusão. Ele vai entender. – sorriu, sabendo que ele tinha me ajudado.
- Você é demais, sabia? – Eu dei um sorriso ainda maior, olhando pra ele.
- É claro que eu sabia! – riu, se achando.
- Convencido.. – Eu fiz careta e ri.
- Agora é sério. – ficou sério novamente. – Se eu conheço bem o , ele não vai atender as suas ligações. Vai na casa dele mais tarde. – aconselhou.
- Você está certo. Ele não vai me atender. – Eu fiz careta.
- Quer outro conselho? – perguntou, sério. - Qual? – Eu também olhei séria pra ele. Deveria ser algo muito sério.
- Quando for na casa dele hoje, vai com o vestido mais curto e decotado que você tiver. Ele com certeza vai te desculpar. – segurou a risada e tentou continuar sério.
- Vai cagar.. – Eu empurrei ele, rindo.
- O que? Eu estou falando sério! – disse, gargalhando.
- Vai lá com a , vai! – Eu empurrei ele mais uma vez e ele se levantou da cama rindo.
- É sério! Escuta o meu conselho! – disse, indo em direção a porta.
- Até parece. – Eu ataquei uma almofada dele e ele saiu do quarto rindo.

Passei a tarde tendo que aturar aqueles casais se pegando. e não ficaram uma outra vez, mas de alguma forma, eles pareciam mais próximos. Eu só os olhava de longe, desejando que estivesse ali para me fazer companhia.

passou a tarde na frente da TV. Só saia para ir ao banheiro e para comer. Olhava o seu celular de meia em meia hora para ver se eu havia ligado mais uma vez. Achou estranho eu ter parado com as ligações. Tanto faz, né? Não era ele que tinha que correr atrás do prejuízo agora. Ia me deixar a vontade para fazer isso, quando eu sentisse vontade ou quando eu sentisse falta dele.

Já eram 7 horas da noite e meus pais ainda não havia chegado. Eles haviam ligado mais cedo, dizendo que chegariam meio tarde. Todos continuavam na minha casa, se divertindo. Passamos a tarde jogando alguns jogos de tabuleiro e videogame. Olhar pro meu celular e não ver nenhuma ligação ou mensagem do era angustiante.

- Ok, eu vou sair. – Eu disse, me levantando do sofá. Todos estávamos assistindo um episódio de ‘Friends’.
- Vai onde? – perguntou, curioso.
- Vou na casa do . – Eu disse, subindo as escadas.

Entrei em meu quarto e fui direto no meu armário em busca de uma roupa. Optei por um shortinho jeans, uma blusinha simples amarela e uma bota de salto baixo ( VEJA A ROUPA AQUI ). Coloquei a pulseira que ele havia me dado, fiz uma maquiagem bem fraca e passei perfume. Meu cabelo ficou solto, já que ele estava bonito naquele dia. Peguei a minha bolsa e desci as escadas.

- , eu tenho que ir pra casa. Estou de carro, se quiser te dou uma carona até a casa do . – disse, assim que cheguei na sala.
- Ahn, sério? Eu aceito! – Eu sorri, agradeci. Eu não estava nem um pouco a fim de dirigir. Dirigir nunca foi a mesma coisa desde o acidente.
- Está gatinha, hein. – gritou.
- Obrigada. – Eu fiz uma pose e eles riram.
- Alguma dúvida de que ele vai desculpar ela? – disse e todos voltaram a rir.
- Há-há – Eu fingi uma risada.
- Vamos então, . – disse, se levantando do sofá e dando uns 15 selinhos na .
- Tchau, amor. – sorriu pro namorado.
- Tchau, te amo. – disse, afastando.
- Eu também. – Ele gritou, enquanto saíamos pela porta.

Bem, para falar com o , eu teria que enfrentar toda a minha vergonha da família dele. Mas quer saber? Eu não estava nem me importando com isso. Eu só queria concertar tudo de uma vez e voltar a ficar numa boa com ele.

- Pronto. – disse, parando o carro na frente da casa do . Viemos conversando o caminho todo e nem sentimos o percurso todo.
- Obrigada, ! – Eu agradeci e beijei o rosto dele.
- Imagina, . – Ele sorriu. – Boa sorte. – disse.
- A família toda dele parece estar ai, que droga. – Eu resmunguei, abrindo a porta do carro.
- Não fica nervosa, eles são legais. – tentou me acalmar.
- É, até saberem que eu quebrei o coração do filho deles. – Eu fiz careta e sai do carro, batendo a porta em seguida.
- Hey! – gritou e eu abaixei para falar com ele pela janela. – Para de besteira e vai lá logo. Eu estarei torcendo! – disse, me incentivando.
- Ain, obrigada ! – Eu sorri pra ele, agradecida e joguei beijos.
- Tchau. – Ele riu e saiu com o carro.

Olhei pra casa toda iluminada e senti um frio na barriga. Ajeitei a bolsa em meu ombro e fui dando passos lentos até a porta da casa. Respirei fundo e toquei a campainha. Como eu queria que atendesse! A porta se abriu e lá estava a mãe de .

- ! Oi, querida! – Ela sorriu e me abraçou no mesmo instante.
- Oi, Sra. Jonas. – Eu disse, enquanto ela me abraçava. Novamente o abraço dela me comoveu.
- Você está bem? – A mãe de me perguntou.
- Estou e a Sra. ? – Eu respondi, educada.
- Estou ótima. – Ela continuou sorrindo. – Entre, fique a vontade. – Ela abriu ainda mais a porta, dando passagem para que eu entrasse.
- Com licença. – Eu sorri, sem jeito e entrei na casa.
- ! – Ouvi gritar. Ela veio imediatamente me abraçar.
- Oi linda! – Eu me abaixei para abraçá-la.
- Que saudade! – Ela disse, dando um beijo estalado em minha bochecha.
- É mesmo! – Eu concordei com um enorme sorriso. Como eu gostava daquela garotinha.
- Você veio falar com o ? perguntou, esperta.
- Sim, ele está? – Eu perguntei, me levantando e olhando pra mãe do . Esperava que ela me respondesse.
- Ele está, mas está no banho. – A mãe de disse.
- Ahn.. – Eu fiz careta, pensando no que faria agora.
- Suba lá no quarto dele e espere ele sair. – A mãe dele deu a ideia.
- Eu posso? – Eu sorri, sem jeito.
- Claro, suba e fique a vontade. – Ela sorriu de forma carinhosa. Nessa hora, o pai de passou por nós.
- Olá.. – Ele passou por mim e cumprimentou.
- Oi.. – Eu disse, totalmente sem graça.
- Sobe lá e antes de embora venha se despedir, ta? – disse, segurando a minha mão e me guiando até a escada.
- Deixa comigo. – Eu pisquei pra ela e ela sorriu.
- Obrigada, Sra. Jonas. – Eu agradeci, antes de subir. – Licença. – Eu disse, subindo as escadas.
- Fique a vontade. – Ela repetiu.

Eu acabei de subir as escadas e fui em direção ao quarto do . Passei pela porta do banheiro e escutei quando chuveiro havia sido ligado. Entrei no quarto do e fechei a porta. Era incrível como o perfume delicioso dele exalava por todo o quarto. A cama estava meio desarrumada e o celular com as 3 chamadas perdidas estava sobre o criado mudo. O violão que ele havia usado na noite em que havia me pedido em namoro estava encostado na parede. Sobre o outro criado mudo tinha um porta retrato. Me aproximei para vê-lo melhor. Era a foto que havíamos tirado na pizzaria, há alguns dias atrás. A foto tinha ficado linda. O sorriso de nós dois demonstrava o quanto estávamos felizes juntos. Demonstrava o quanto fazíamos feliz um ao outro.

Ok, já que eu estava ali, eu poderia fazer algo especial, certo? Olhei pro espelho que havia em minha frente e sorri, tendo uma ideia. Abri a minha bolsa e encontrei um batom. Já sei! Vou deixar um recado no espelho com o meu batom. Eu sorri, empolgada. Era genial! Abri o batom e me aproximei do espelho:

‘ Desculpa, .

Eu estou sentindo a sua falta.


Eu te amo <3’

Acabei de escrever e olhei para ver se realmente estava bom. Bem.. se não estivesse, não teria como eu arrumar. Ouvi quando o chuveiro foi desligado e eu imediatamente apaguei a luz e fui me esconder atrás da cortina, que ficava na frente do espelho.

saiu do banheiro, os cabelos estavam molhados, ele usava uma camiseta branca lisa e um shorts preto que ia até o joelho. Andou até o seu quarto e abriu a porta, acendeu a luz, entrou e fechou a porta novamente. Foi diretamente até o criado mudo e pegou o seu celular. Não haviam mais ligações minhas. Isso não o deixava nem um pouco feliz. Passou a mão pelos cabelos e notou que ainda não havia os arrumado. Olhou pro seu espelho de longe e cerrou os olhos, tentando saber se realmente estava enxergando bem. Se aproximou do espelho e parou em sua frente. sorriu, quando leu o ‘’. Era a minha letra. Eu estive ali, agora ele sabia. Continuou lendo e relendo o recado no espelho com um sorriso fraco no rosto, quando me viu aparecer no espelho. Não era uma visão, nem um sonho. Eu estava ali bem atrás dele e ele sabia disso. Sorriu pra mim pelo espelho e eu fiz o mesmo. Ele se virou e olhou pra mim.

- Surpresa.. – Eu abri os braços e sorri, sem jeito. não respondeu, apenas me olhou com um sorriso engraçado. – Não vai dizer nada? – Eu perguntei, querendo que ele se manifestasse de alguma coisa.
- Eu não sei o que dizer. Tenta você.. – deu dois passos em minha direção, porém ainda estava longe.
- Eu senti a sua falta, hoje. – Eu estava totalmente sem jeito. Coloquei as pontas dos dedos no bolso do meu short.
- Sentiu? – continuava sorrindo daquele jeito, que estava me matando. Eu sorri fraco e abaixei a cabeça, encarando o chão por um tempo e voltei a olhá-lo.
- Isso está me matando, ok? – Eu dei alguns passos em direção a ele e tirei as mãos do bolso. – Eu sei o que está fazendo e acho que está certo. – Eu estava bem ali na frente dele.
- Sério? – me olhou sério. Ele sabia que eu poderia melhorar aquele pedido de desculpas.

- Eu não deveria ter dito aquelas coisas pra você. Não deveria ter desconfiado de você e da sua fidelidade. – Eu estava tão nervosa. Por que eu estava falando e ele parecia não estar nem um pouco comovido com o que estava ouvindo? – Isso nunca aconteceu comigo. As coisas nunca deram certo como estão dando agora. Eu já fui machucada tantas outras vezes, que quando algo aparece para atrapalhar, eu já deduzo as piores coisas. – Senti meus olhos se encherem da lágrimas, enquanto eu falava. – A verdade é que eu tenho medo de perder você e no primeiro problema que apareceu, eu já senti que estava perdendo tudo. – Senti quando uma lágrima escorreu pelo meu rosto. – Eu só queria que soubesse que eu sinto muito por tudo. Eu amo você e confio em você. Eu ainda preciso mudar algumas coisas em mim e eu sinto que você é o único que pode me fazer mudar. – me olhava, sem fazer movimento algum. Apenas olhava em meus olhos, sério. Eu fiquei um tempo sem dizer nada. Por que não estava funcionando? Por que ele não está dando a mínima para o que eu estava falando? – E agora eu estou me sentindo uma idiota aqui na sua frente, por que você parece não se importar com o que eu estou dizendo. – Eu sorri, passando as mãos pelo meu rosto, secando as lágrimas. – Então eu acho que já estou indo. Se algum dia você decidir voltar a falar comigo, você me liga, ok? – Eu continuei sorrindo, fazendo graça com a minha própria desgraça.

Eu estava inconsolável por dentro. Eu fiz tudo aquilo com medo de perde-lo e foi isso exatamente o que eu consegui. Se foi difícil pra mim passar aquele dia todo sem vê-lo, sem falar comigo, como seriam o resto dos meus dias? Continuei andando em direção a porta, segurando todo o meu sofrimento. Não queria apelar, não queria a pena dele.

- Espera.. – Eu parei de andar e continuei de costas pra ele. Não me mexi, até que ele apareceu na minha frente. – Você realmente acha que eu vou deixar você ir embora sem limpar aquele espelho? – arqueou a sobrancelha e tinha um sorriso fraco no rosto. Olhei pra ele de forma séria e ele me olhou nos olhos.
- Você está falando sério? – Eu perguntei. Não por que não queria limpar o espelho, mas sim por que eu sentia que tinha algo por trás daquela pergunta.
- Na verdade.. – O sorriso de ficou um pouco maior. – Eu só estava tentando ganhar tempo, enquanto arranjava uma desculpa pra beijar você. – continuou me olhando, esperando a minha reação.
- Se quiser, posso te dar mais um tempo. – Eu sorri fraco e ele fez o mesmo.
- Sabe o que eu quero? – disse e se aproximou de mim, colocando uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.
- O que? – Eu dei um sorriso ainda maior, enquanto olhava nos olhos dele de bem perto. Senti quando ele segurou uma das minhas mãos e entrelaçou nossos dedos.
- Eu quero você. – Ele me olhou de forma doce e eu senti o meu coração disparar. Levei uma das minhas mãos até o rosto dele e diminui a distância que ainda havia entre nós, selando os lábios dele. Antes que eu terminasse o selinho, ele segurou meu rosto com uma das mãos, impedindo que nossos lábios se descolassem.

desentrelaçou nossos dedos para segurar em minha cintura. O beijo foi aprofundado e ele começou a me empurrar pra trás. Talvez quisesse que saíssemos de perto da porta, pois sua mãe ou a sua irmã poderiam entrar ali a qualquer momento. Me levou até o lado do espelho e me encostou na parede cuidadosamente.

Meu coração, que antes estava tão apertado, se aliviou assim que senti os lábios dele nos meus. também sentiu uma felicidade indescritível quando me viu em seu quarto. Achou que o meu orgulho jamais me deixaria ir até ali.

O beijo foi longo, parecia que tínhamos ficado meses sem nos ver. O beijo não foi intensificado, só precisávamos sentir um ao outro novamente. Transformei o beijo em um selinho. Quando ele percebeu que nossos lábios iriam se desgrudar, colocou suas duas mãos em meu rosto e deu alguns selinhos. Nossos lábios finalmente se descolaram, abrimos nossos olhos no mesmo instante. Ainda estávamos muito próximos. Eu ainda conseguia sentir a respiração dele em minha boca. Nossos narizes começaram a se tocar novamente e eu voltei a fechar os olhos. observou todo o meu rosto e voltou a colar lentamente os nossos lábios. Puxou o meu lábio inferior com seus dois lábios e eu sorri instantaneamente. também sorriu, achando graça. Abri os olhos e dei o último selinho nele e o abracei em seguida.

O abraço dele era simplesmente o melhor abraço do mundo. Ele me apertava tão forte, que era como se fossemos um só. Ele colocava uma das mãos em meu cabelo e beijava o meu ombro. aproveitava para sentir o perfume do meu cabelo, que ele reconheceria em qualquer lugar. Eu percebia isso e acabava sorrindo. Cada gesto dele era doce. Como é possível?

- Eu tive tanto medo. – Eu disse, ainda abraçada a ele. terminou o abraço e me olhou.
- Por que? – Ele perguntou, sério. Os cabelos dele estavam molhados. Eu já disse o quanto ele ficava incrível e sexy daquele jeito? Sim? Ok.
- Eu não sei.. – Eu sorri e neguei com a cabeça. – Pensei que você poderia querer terminar.. – Eu esperei pela reação dele.
- Eu também tive medo. – Ele sorriu fraco.
- Por que? – Fui eu quem perguntou dessa vez.
- Achei que talvez você não correria atrás de mim. – deslizou sua mão direita pelo meu braço e chegou em minha mão, entrelaçando nossos dedos.
- Eu sinto muito, . Eu não queria ter dito nada daquilo. – Eu voltei a me desculpar. – Eu sempre farei o que você quiser, por que eu me importo com o que você pensa e sei que não fará nada de errado. – Eu disse e sorriu sem expor os dentes.
- Nós deveríamos ter tido essa briga há anos atrás. Sério! – brincou e eu sorri, achando graça.
- Você me desculpa? – Eu sorri fraco, esperando pela resposta dele.
- Você está no meu quarto dizendo coisas que eu sempre quis ouvir de você com esse sorriso lindo. Como eu poderia não desculpar? – deu um largo sorriso.
- me disse que um vestido curto e decotado era o suficiente pra conseguir suas desculpas? Onde já se viu? – Eu ri, negando com a cabeça.
- Ele estava absolutamente certo. – segurou a risada.
- Eu sabia que diria algo assim.. – Eu revirei os olhos e ri.
- Mas eu também amei o seu jeito de se desculpar. – tentou concertar.
- Foi desastroso. – Eu fiz careta.
- Foi lindo. – disse, beijando a minha bochecha carinhosamente. – Você é linda.. – Ele disse e olhou pra mim.
- Você é tão mentiroso.. – Eu cerrei os olhos e sorri.
- E eu também senti a sua falta hoje. – Ele completou, me olhando nos olhos. Os braços dele estavam em torno da minha cintura e os meus estavam em torno do pescoço dele.
- , a já.. – disse, abrindo a porta do quarto. Nos olhou, assustada. – MEU DEUS. – Ela arregalou os olhos. Eu e nos largamos no mesmo instante.
- Oi riu do quanto ela estava chocada.
- Espera.. você e.. a ... – Ela ainda estava meio assustada. me olhou, rindo. Coçou a cabeça, sem saber como explicar. – Acho melhor você contar. – continuou rindo.
- Então.. .. – Eu me aproximei dela e me agachei em sua frente.
- Ele estava abraçando você? – perguntou, chocada.
- Estava. – Eu concordei e ela olhou pro , sem entender.
- Mas.. você e ele não são namorados. Como é que.. – começou dizer atrapalhadamente, olhando uma hora pra mim e na outra pro . – AAAHN! – colocou a mão na boca, rindo.
- Juro que ela não puxou essa lerdeza de mim. – riu e negou com a cabeça.
- Você e a .. são.. namorados? – perguntou com um sorriso enorme no rosto.
- Não, não. Eu e ela somos a mamãe e o papai noel. – ironizou.
- Sim.. – Eu a respondi e fiz uma cara feia pro . – Nós estamos namorando. – Eu confirmei e ela começou a pular e gritar.
- O que é isso, menina? – arregalou os olhos.
- Você é da minha família agora! – estava enlouquecendo. – A minha mãe e o meu pai já sabem? – Ela perguntou.
- Não.. mas.. – Eu ia explicar pra ela.
- MÃEEEEE, PAAAI...EU TENHO QUE CONTAR PRA VOCÊS. – saiu do quarto gritando.
- Er.. agora eles já sabem. – ergueu os ombros e riu pra mim.
- Você acha que ela gostou da ideia de estarmos namorando? – Eu perguntei, irônica.
- Eu acho que ela odiou. – também entrou na brincadeira.
- Com certeza! – Eu gargalhei.
- Espera um pouco.. – disse, me olhando com uma cara suspeita.
- O que? – Eu sorri, curiosa.
- Para você chegar até o meu quarto, você teve que passar pelos meus pais.. lá embaixo, né? – sorriu, enquanto mantinha uma das sobrancelhas arqueadas.
- Sim.. – Eu sorri, sem jeito e fiz careta. - Não acredito! – gargalhou.
- Acredite, nem eu. – Eu também ri. Eu morria de vergonha dos pais dele. Todos sabem disso.
- Você superou a sua vergonha dos meus pais, só pra vir aqui e me pedir desculpas? Não acredito! – se aproximou de mim novamente, me dando um rápido selinho.
- Você está me devendo uma. – Eu ri, afastando meu rosto dele, apesar de nossos corpos estarem colados. Os pais dele poderiam aparecerem ali a qualquer momento.
- Isso é realmente impressionante. – sorriu, tentando me beijar só pra me provocar.
- Para, seus pais podem aparecer aqui. – Eu ri, enquanto tentava manter meus lábios longe dos deles. Os braços dele ainda estavam em torno da minha cintura.
- É rápido.. – gargalhou, enquanto tentava roubar um beijo meu.
- .. – Eu continuava rindo, quando finalmente resolvi ceder rapidamente para que ele parasse. Selei os lábios dele rapidamente. – Pronto, agora para que tem alguém vindo. – Eu me desvencilhei dos braços dele no momento exato em que a mãe dele entrou no quarto.
- Eu acho que nunca vi a tão feliz na vida. – A mãe dele riu, quando nos viu lado a lado.
- É, eu acho que ela gostou. – sorriu e discretamente segurou a minha mão.
- Como você não me conta nada, filho? – A Sra. Jonas se aproximou.
- Eu queria que ela estivesse junto quando eu contasse. – sorriu e olhou pra mim, esperando que eu dissesse algo.
- A Sra. não precisa se preocupar, pois vou cuidar muito bem do seu filho. – Eu sorri, sem jeito.
- Eu sei que você vai. – Ela se aproximou e beijou a minha bochecha e depois a do . – Eu estou imensamente feliz por vocês. Vocês são lindos juntos e eu torço muito por vocês. – Ela disse, olhando pra mim e pro .
- Obrigado, mãe. – sorriu, satisfeito.
- Obrigada. – Eu também agradeci.
- PAI, ELES SÃO NAMORADOS AGORA. – entrou no quarto, segurando a mão do pai e apontando pra mim e pro com a outra mão. Ok, agora eu estava envergonhada.
- É mesmo? – O pai de riu pra nós, rindo de toda a reação de
- É, eles estavam se abraçando. – adicionou e a olhou e a fuzilou com os olhos.
- Eu estou feliz por vocês. Faço muito gosto desse namoro. – O pai de sorriu pra nós.
- Obrigado. – agradeceu.
- Obrigada. – Eu também agradeci, totalmente envergonhada.
- Agora vamos descer e deixar eles sozinhos. – A mãe de disse, expulsando o marido e a filha do quarto.
- Não, não precisa. Eu já estou indo embora. – Eu disse e me olhou.
- Já vai? – fez bico.
- Meus pais vão chegar e eu preciso estar lá quando isso acontecer. – Eu expliquei e parecia ter entendido.
- Você veio de carro? – perguntou.
- Não. O me deixou aqui. – Eu disse, sabendo que ele iria querer me dar uma carona.
- Eu levo você então. – disse. Ainda estávamos de mãos dadas.
- Tudo bem. É bom por que ai você conhece os meus pais também. – Eu disse e me olhou, nervoso.
- É, querido. Você tem que falar com os pais dela logo. – A Sra. Jonas alertou o filho.
- Ok, eu vou fazer isso. Só preciso me trocar. – sorriu. – Preciso que o seu pai tenha uma boa impressão de mim. – disse, causando a risada minha e de sua mãe.
- Tudo bem, eu te espero lá embaixo. – Eu disse, soltando a mão dele.
- Ta bom. Eu já desço. – disse, antes de eu sair do quarto dele ao lado de sua mãe.
- A deve estar te esperando lá embaixo para fazer dezenas de perguntas. – A mãe de me alertou.
- Ela é muito linda. Eu adoro ela. – Eu ri, enquanto descíamos as escadas.
- ! – disse, assim que me viu.
- Oi, princesa. – Eu sorri pra ela.
- Sabe, eu estava pensando. Você também é a minha irmã agora. – sorriu docemente.
- Mas que honra! Eu vou adorar ser a sua irmã! – Eu também sorri pra ela. Era incrível o quanto aquela garota me cativava.
- Eu sabia que o gostava de você. Eu via quando ele ficava vendo as suas fotos de noite. – revelou.
- É mesmo? – Eu gargalhei. daria uma bronca nela se estivesse ali.
- Finalmente o arrumou uma namorada descente. Todas as outras eram chatas– revirou os olhos.
- Eu tenho certeza que eram. – Eu concordei com ela.
- Pronto. – disse, descendo as escadas.
- Nossa, que rápido. – Eu sorri, vendo que ele realmente tinha se arrumado.
- Eu não sou uma mulher, lembra? – piscou pra mim.
- Não entendi. – Eu disse, não achando graça nenhuma.
- Vamos? – foi até o meu lado e colocou uma das mãos na minha costas.
- Vamos.. – Eu disse, me abaixando para me despedir de .
- Tchau, lindinha. Até um dia desses. – Eu beijei o rosto dela e ela também beijou o meu.
- Tchau, venha me ver mais vezes, hein. – Ela pediu.
- Pode deixar. – Eu pisquei pra ela.
- Tchau, Sra. Jonas. – Eu disse e ela veio até mim para se despedir. Me deu um beijo no rosto e um abraço. O mesmo abraço caloroso de sempre.
- Apareça mais vezes. – Ela pediu. – Você é da família agora. – Ela sorriu carinhosamente.
- Eu apareço sim. – Eu concordei, agradecida. – Tchau, Sr. Jonas. – Eu me despedi de longe, pois ele estava no sofá.
- Tchau! Volte sempre que quiser! – Ele gritou, se despedindo com uma das suas mãos.
- Obrigada. – Eu sorri pra ele, sem jeito. Não adianta! Eu sempre vou sentir vergonha perto deles.
- Eu volto mais tarde, mãe. – beijou o rosto da mãe.
- Ta bom. Tome cuidado, hein. – A mãe dele disse.
- Pode deixar. – confirmou com a cabeça, enquanto abria a porta.

Eu e saímos pela porta e ele a fechou. Segurou a minha mão e entrelaçou nossos dedos.

- Meu Deus, que vergonha! – Eu disse, aflita.
- Não foi tão mal assim. – riu e me olhou.
- É, quero ver se você vai achar isso quando estiver conhecendo o meu pai. – Eu disse, rindo.
- Ai é outro caso.. – disse, tentando argumentar.
- Não é não. – Eu gargalhei, enquanto entrava no carro, depois de abrir a porta do carro pra mim.
- Então, eu estou bonito? – perguntou, se olhando no espelho do carro. Ele realmente estava preocupado com a aparência, por causa que iria conhecer meus pais.
- Está muito lindo.. – Eu sorri, dizendo a verdade. era bonito, os traços dele eram bonitos. Isso não era segredo pra ninguém.
- Sério? – deixou de olhar o espelho para me olhar.
- Relaxa, eles vão gostar de você. Eles já te conhecem, vai ser só pra.. oficializa. – Eu tentei acalmá-lo.
- Ok, você está certa. – suspirou e ligou o carro.

Estávamos no meio do caminho. O rádio foi ligado e nos olhamos quando começou a tocar ‘Never Gonna Be Alone’, do Nickelback. Era a música que ele havia cantado no pedido do namoro.

- Eu não sei por que, mas eu amo essa música. – Eu sorri e me olhou, sem jeito.
- Eu sei cantar ela inteira e também não sei por que. – também brincou e riu pra mim.
- Essa é a nossa música. – Eu disse e ele me olhou.
- Como assim? – Ele perguntou. O semáforo estava fechado.
- É.. todo casal tem uma música. Uma música que marcou o relacionamento. Essa é a nossa. – Eu expliquei e ele escutou com atenção.
- Entendi.. – disse.
- Você pode cantar pra mim de novo? Foi tão lindo.. – Eu disse, abaixando o rádio, esperando que ele cantasse.
- Desculpe, não posso. – riu, aumentando o rádio.
- Por favor! – Eu pedi com a voz mais inocente que consegui. Abaixei o rádio novamente.
- Pode parar, . Eu não vou cantar. – riu, aumentando o rádio novamente.
- Só o refrão? – Eu abaixei o rádio mais uma vez. me olhou e sorriu, negando com a cabeça.
- Só o refrão? – Ele repetiu. – Ok.. – coçou a garganta e fingiu estar se preparando pra cantar. Ele começou a cantar uma versão desafinada e zuada de ‘Never Gonna Be Alone’.
- .. – Eu comecei a gargalhar. – Não foi assim que você cantou no dia. – Eu estava rindo como nunca.
- Ok.. – parou de cantar e coçou a garganta mais uma vez. Voltou a cantar com uma versão mais grossa de sua voz e ainda desafinada.
- Para de fazer isso. – Eu voltei a rir.
- O que? Estou cantando! – também começou a rir. – Você também adora cantar por ae. Por que não tenta? – continuou rindo.
- Eu canto uma parte e você a outra. Combinado? – Eu propus.
- Combinado. – concordou.
- Ok.. – Eu me preparei e esperei o refrão chegar.

Quando o refrão chegou, eu comecei a cantá-lo. me olhou e sorriu, gostando do que estava ouvindo. A minha parte do refrão acabou e então começou a de . Ele cantou. Cantou como no dia do pedido do namoro. Eu olhei pra ele, encantada. A voz dele era tão linda e fazia com que eu me arrepiasse inteira. Ele terminou de cantar o refrão e olhou pra mim, sem jeito.

- Lembra bem desse momento, por que não vai acontecer de novo. – continuou sem jeito. As bochechas dele estavam rosadas.
- Eu amo quando você canta. – Eu disse, olhando pra ele.
- Que bom, por que eu só canto pra você e pra mais ninguém. – disse e eu me aproximei e beijei suas bochechas. O semáforo fechou nesse mesmo instante e ele virou o seu rosto pra mim. Ele selou os meus lábios duas vezes e sorriu de forma incrível pra mim.
- Você é tão doce. – Eu levei uma das mãos no rosto dele e acariciei uma de suas bochechas.
- Eu realmente espero que o seus pais achem a mesma coisa. – riu, voltando a dirigir.
- Você está nervoso? – Eu perguntei.
- Um pouco.. – Ele sorriu, sem jeito. – E se eu disser algo que não deveria pro seu pai? – olhou pra mim rapidamente. Ainda estava dirigindo.
- Algo errado? – Eu perguntei, sem entender o que ele poderia dizer de errado.
- É, eu só falo besteira quando estou nervoso. – me olhou, preocupado.
- Então não fique nervoso. – Me aproximei e beijei a sua bochecha.
- Eu não vou. – sorriu rapidamente pra mim.

Dirigiu até a minha casa e estacionou o seu carro em frente da mesma. Descemos do carro e vimos que as luzes da casa estavam todas acesas. foi ao meu lado e segurou uma das minhas mãos, entrelaçando seus dedos nos meus.

- Eles já chegaram? – perguntou.
- Não. O carro ainda não está na garagem. – Eu disse, depois de olhar na garagem.
- deve estar ai.. – deduziu.

Chegamos até a porta e tocamos a campainha. Depois de um tempo, a abriu.

- Já vi que se acertaram. – riu, depois de ver que estávamos de mãos dadas.
- Mas quanto poder de análise, hein. – brincou.
- Eles ainda não chegaram? – Eu perguntei, entrando em casa.
- Não, mas estão chegando. – esperou que entrasse e fechou a porta.
- Todo mundo já foi embora? – perguntou, percebendo que a casa estava silenciosa demais.
- Sim, acabaram de ir. – voltou a sentar no sofá. – E você deveria ir também, se não quiser encontrar com meus pais. – riu.
- É exatamente isso que eu quero. – também riu, se sentando ao lado do amigo.
- Hm, ficou corajoso tão de repente. – gargalhou.
- Uma hora eu vou ter que fazer isso. – sorriu.
- Eles chegaram! – Eu disse, depois de olhar pela janela da sala.
- Ain, puta merda. – riu, sem jeito.
- Isso será muito divertido. – gargalhou, se levantando do sofá.
- Para de rir, seu merda.. – riu e também se levantou do sofá.
- Para, ! – Eu fiz cara feia pro meu irmão e fui ao lado do .
- Awn, cara. Dá tempo de desistir? – fez careta pra mim.
- Não! Fica calmo. Seja você mesmo e eles vão amar você. – Eu disse, segurando a sua mão e entrelaçando nossos dedos.
- E como eu sou? – arqueou a sobrancelha. A porta se abriu naquele instante.
- Olá. – Ouvi minha mãe dizer, segurando algumas sacolas.
- Oi mãe. – se aproximou e beijou rapidamente a mãe.
- Seu pai está vindo com as malas. – Minha mãe apontou pro lado de fora da casa. olhou pra trás e viu meu pai se aproximando com umas 2 malas nas mãos.
- Mãe.. – Eu a chamei e ela olhou pra mim, sorrindo.
– Oi, querida. Não tinha te visto. – Ela viu e deu um sorriso ainda maior.
- Oi, Sra. . – sorriu sem jeito para a minha mãe.
- Oi, . – Ela riu pro . Percebeu que ele estava nervoso. – Como você está? – Ela perguntou se aproximando e abraçando ele rapidamente.
- Eu estou bem e a Sra. ? – foi gentil, apesar de estar suando frio.
- Estou bem também. – Minha mãe riu novamente e piscou um dos olhos pra nós.
- Precisa de ajuda, pai? – perguntou, quando meu pai entrou dentro de casa.
- Não, filho. Já peguei tudo, obrigado. – Meu pai colocou as malas no chão.
- Querido, venha aqui. – Minha mãe, pediu. Ela ainda estava em nossa frente. apertou a minha mão, nessa hora. Eu ri sozinha, sem olhá-lo.

Meu pai olhou pra nós e viu eu e de mãos dadas. Sorriu pra nós. Ele sabia do que se tratava.

- Oi, filha. – Meu pai sorriu pra mim.
- Oi pai. – Eu soltei a mão do e me aproximei de meu pai, beijando o seu rosto.
- Você já conhece, mas vou apresentar de novo. – Eu ri, sem jeito. – Pai, esse é o . – Eu disse e meu pai estendeu a mão para . apertou sua mão com um sorriso no rosto.
- Eu conheço você desde pequeno, garoto. Você sempre esteve dentro dessa casa, mas nunca pensei em você dessa forma. – Meu pai disse, sorrindo.
- Nem eu, Sr. – riu, sem jeito.
- Vem, vamos nos sentar aqui. – Meu pai foi em direção ao sofá. Eu e acompanhamos ele.
- Se você soltar a minha mão de novo, eu vou matar você. - sussurrou em meu ouvido e segurou a minha mão novamente. Eu ri, sem emitir som.
- Eu tenho que assistir isso. – disse e se sentou ao lado do meu pai. olhou pro amigo. Seu olhar dizia ‘vai se fuder’.
- Então , eu fiquei sabendo que pediu a minha filha em namoro. – Meu pai iniciou o assunto.
- Sim, Sr. – concordou. – Eu pedi e ela aceitou, mas eu gostaria muito de ter a sua aprovação também. – sorriu fraco. Own, que lindo ele falando daquele jeito. Ok, parei.
- Eu gosto de você, . – Meu pai sorriu pra ele. – Eu sei que é um bom garoto. Sua família também é ótima. Conheço todos eles. – Meu pai não iria fazer daquilo uma coisa que jamais iria querer se lembrar na vida. Meu pai era legal. – E como está o seu pai? – Meu pai perguntou, educado.
- Ele.. está bem. – sorriu, um pouco mais aliviado. Não estava sendo tão trágico.
- Que bom. – Meu pai riu. – Então, você tem a minha aprovação sim. – Meu pai finalmente disse. Um sorriso enorme surgiu no rosto de . – Eu faço muito gosto desse namoro. – Meu pai se levantou do sofá, ficando de pé.
- Obrigado, Sr. – também levantou e estendeu a mão, que foi apertada pelo meu pai.
- Cuide bem da minha garotinha, rapaz. – Meu pai disse em tom de ordem.
- Com o maior prazer, Sr. – disse e se xingou mentalmente por ter deixado a palavra ‘prazer’ sair da sua boca naquela hora. – O Sr. Pode confiar em mim. – disse, tentando concertar a sua frase anterior.
- Tudo bem. – Meu pai sorriu e saiu, nos deixando sozinho na sala.
- Viu, não foi tão mal! – Eu sorri e entrei em sua frente, passando meus braços em torno do seu pescoço e dando um rápido selinho nele.
- Eu não acredito que eu disse ‘prazer’. Que porra.. – riu, negando com a cabeça.
- Eu sou um amigo muito legal. Eu quase gargalhei na hora do ‘prazer’ mas eu me segurei. – disse, rindo.
- Não tem problema, . Ele entendeu o que você quis dizer. – Eu também ri. colocou as mãos em minhas costas e olhou pra mim de bem perto.
- Não sei como meu pai não riu. – continuou rindo.
- Cala a boca, . – Eu olhei pro meu irmão, brava. – Para de ficar zuando ele. Sai daqui, vai! – Eu fiz cara feia.
- Eu saio.. COM O MAIOR PRAZER. – saiu, gargalhando.
- Idiota.. – riu e ameaçou sair correndo atrás do , que saiu correndo e rindo.
- Ele adora te provocar. – Eu ri e voltou a me abraçar.
- Ele é o seu irmão, né? – brincou e riu.
- O que está querendo dizer? – Eu fingi estar brava.
- Você adorava me provocar também. – disse, se explicando.
- Adorava mesmo. – Eu ri, concordando.

Ficamos mais algum tempo conversando. Meus pediram que ficasse pra jantar e ele não pôde rejeitar. Meu pai e se deram muito bem. Falaram sobre futebol por um tempo e também entrou no meio da conversa. fazia meu pai rir e isso era muito legal. Minha mãe me contava sobre como havia sido a viagem.

Ás 10 horas, avisou que tinha que ir embora. Se despediu dos meus pais e do . Eu fui até o lado de fora da casa para me despedir dele.

- Eu disse que meu pai iria adorar você quando você agisse como você mesmo. – Eu disse, enquanto caminhávamos até o carro dele de mãos dadas.
- O que eu posso fazer se eu sou genro que qualquer pai pediu a Deus? – disse, se encostando em seu carro, abrindo as pernas e colocando as mãos em minha cintura, me trazendo pra perto dele.
- Nossa, como ele se acha! – Eu ri, negando com a cabeça
- É oficial agora. Seus pais sabem e os meus também sabem. Acha que já podemos casar? – perguntou com um sorriso divertido no rosto.
- Sério? – Eu sorri, surpresa.
- Sim.. – riu. – Você quer casar comigo daqui há 10 anos? – perguntou, rindo.
- Eu só aceito casar hoje. Daqui 10 anos, já não sei.. – Eu ri e apoiei um dos braços em um dos ombros dele e coloquei minha outra mão no rosto dele.
- Por que? Você acha que isso não vai durar 10 anos? – arqueou a sobrancelha.
- Pra mim, vai durar pra sempre. – Eu disse e ele sorriu espontaneamente.
- Pra sempre é muito tempo, hm.. – analisou, ainda sorrindo.
- Muito.. – Eu concordei.
- Parece muito pouco pra mim. – disse e se aproximou, beijando o canto da minha boca e depois a ponta do meu nariz. Olhou meus olhos e depois meu sorriso. Eu adoro o jeito que ele olha pros detalhes do meu rosto.
- Ahn é? – Eu sorri, achando o que ele tinha dito incrivelmente fofo. Me aproximei e selei seus lábios seguidas vezes, todas elas de forma rápida. Ele sorriu, achando graça. Seus braços ainda estavam em torno da minha cintura.
- Nenhum tempo é grande o suficiente pra você e pra mim. Eu sempre vou querer mais tempo ao seu lado. – disse, enquanto os nossos narizes se tocavam e ele olhava em meus olhos. Aproximou seu rosto ainda mais do meu e colou nossos lábios. Permiti que o beijo se aprofundasse. Deslizei a minha mão, que antes estava em seu rosto, até a sua nuca, onde entrelacei meus dedos em seu cabelo.

O beijo foi longo. terminou o beijo, transformando-o em um selinho. Fui eu que prendi seu lábio inferior entre meus dois lábios dessa vez. Quando soltei o lábio dele, ele me deu outro selinho. Terminou o selinho e beijou uma das minhas bochechas, ainda com os olhos fechado e me abraçou em seguida. Entrelaçou seus dedos no meu cabelo e beijou meu ombro carinhosamente.

- Eu tenho que ir. – disse, terminando o abraço. Se desencostou do carro, ficando em minha frente.
- Eu queria muito que ficasse aqui. – Eu fiz bico.
- Eu também queria, linda. – sorriu e segurou meu rosto com suas duas mãos, me dando um outro rápido selinho. – Mas eu não posso. – começou a me dar selinhos, enquanto me fazia andar de costas até a porta de seu carro.
- Tudo bem. – Eu sorri, satisfeita com tantos beijos. – Nós vemos amanhã na escola. – Eu disse e ele concordou.
- Quem chegar primeiro, espera no portão. – avisou.
- Ta bom. – Eu concordei.
- Então.. – abriu a porta do carro, mas ainda não entrou.
- Boa noite e até amanhã. – se aproximou e me deu outro selinho rápido. Eu não deixei que ele se afastasse e comecei um outro selinho. Ele sorriu, colocou seus braços em torno da minha cintura e me levantou do chão, me deixando da sua altura. Terminei o beijo e nós dois sorrimos, enquanto ele me colocava de volta ao chão.
- Não vou conseguir ir embora assim. – riu.
- Tudo bem, eu parei. – Eu também ri e me afastei um pouco dele. Era tentador demais. – Boa noite. – Eu dei a volta no carro e voltei pra calçada da minha casa.
- Eu te amo. – Ele disse, antes de entrar no carro.
- Eu também te amo. – Joguei um beijo e ele sorriu, satisfeito. Entrou no carro.
- Vou esperar você entrar. – gritou de dentro do carro.
- Ok. – Eu concordei e sai, indo em direção a porta da minha casa. Abri a porta e antes de fechá-la, acenei pro , que retribuiu.


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Eram 5:45 quando o despertador tocou. Me levantei da cama com toda a preguiça do mundo. Me arrastei até o banheiro, onde tomei um demorado banho. Aquilo sempre me despertava. Coloquei o uniforme e amarrei meu cabelo em um alto rabo de cavalo. Passei uma leve maquiagem e pouco perfume.

acordou ás 6 horas. Tomou o seu banho e fez a sua higiene matinal. Foi até o espelho para conferir o seu cabelo e viu o meu recado, que ainda estava lá. Sorriu fraco, se lembrando do dia anterior. Passou perfume e guardou seu celular no bolso. Desceu com a mochila pendurada em um dos ombros.

- Bom dia! – disse, quando viu seu pai e sua mãe sentados, tomando café-da-manhã.
- Olha só esse sorriso.. – A mãe de , brincou.
- Sorriso? Mas que sorriso? – riu, sem jeito. Estava tomando um copo de chocolate quente.
- Isso é o amor, querida. – O pai de também riu.
- É mais do que isso.. – sorriu pro pai, depois de tomar o último gole de chocolate quente. - Estou indo. Até mais tarde. – beijou o rosto da mãe rapidamente.
- Boa aula. – A mãe e o pai de disseram um depois do outro.

saiu de sua casa e foi para o seu carro. Ele estava feliz. Estava acontecendo! Está realmente vivendo a sua vida agora. Ele tem tudo o que precisa e tudo o que sempre quis: amor, família e amizades. Todo o resto dependia dele pra acontecer e ele cuidaria disso na hora certa.

Eu já havia chego na escola. Esperava no portão da escola, como foi combinado. Hoje a escola descobriria que o garoto mais bonito da escola estava comprometido e que felizmente, eu tinha alguma coisa haver com isso.

Estacionou o carro na vaga mais próxima, no estacionamento da escola. Estava louco para me ver de novo. Estava louco para mostrar pra escola toda o quão sortudo era por ter o meu amor. Desceu do carro e acionou o alarme do carro. Virou-se para a saída do estacionamento e viu Jessie de longe. Ela olhava fixamente pra ele. parou de andar. Não queria se aproximar. O olhar dela dizia algo para , que entendeu perfeitamente aquele sinal.

Jessie finalmente decidiu entrar na escola. Deixou de olhar e saiu com suas amigas, em direção ao portão da escola. Eu vi quando ela se aproximou de onde eu estava. Ela ria de alguma coisa com as amigas e quando ela me viu, falou algo pra elas que as fez rir mais ainda. Jessie passou por mim, me fuzilando com o olhar. Eu juro que a única coisa que veio a minha mente foi . Eu devia aquilo a ele, certo? Ao invés de encará-la, abaixei a cabeça, até que ela passou por mim. Olhei a aliança que estava em meu dedo e tive a certeza de que estava fazendo a coisa certa.

- Hey.. – disse, quando chegou em minha frente. Levantei a cabeça para olhá-lo e vi o seu lindo sorriso. Não consegui dizer nada, apenas sorri, enquanto meus olhos estavam baixos, pois focavam seu sorriso. se aproximou, tocou meu braço com uma de suas mãos e deslizou até a minha mão. Ele levou a sua outra mão do lado esquerdo de meu pescoço, bem perto de meu rosto e selou meus lábios demoradamente.
- Bom dia. – Eu disse, assim que nossos lábios se desgrudaram.
- Você está linda. – me deu outro selinho e eu sorri, agradecida com o elogio.
- Você também está lindo. – Eu disse, enquanto caminhávamos de mãos dadas pra dentro da escola.

A escola toda parecia nos olhar. Alguns grupos cochichavam entre si, quando passávamos por eles. continuou segurando a minha mão e a levou até a sua boca, onde depositou um beijo. Olhei pra ele e sorri, sem jeito. A nossa turma estava logo a frente.

- Bem, parece que vocês fizeram as pazes. – riu.
- Sim, nós estamos bem. – confirmou.
- A escola não está nem um pouco surpresa. Olha a cara deles.. – riu e eu e olhamos por todo o pátio de forma disfarçada.
- As líderes de torcida vão querer me matar. – Eu ri, olhando pro .
- Por que? Eu posso cuidar delas. – se exibiu. revirou os olhos.
- Aquela que está vindo não é a.. Chelsea? – cerrou os olhos, para ter certeza de que era ela.
- O que ela quer? – disse, olhando feio pra Chelsea.
- Oi . – Chelsea sorriu fraco.
- Oi, como você está? Faz um tempo que não nos vemos. – Eu soltei a mão de para abraça-la. Chelsea pareceu surpresa com o abraço. Ela logo percebeu que eu não sabia o que ela havia feito.
- Eu estou bem e você também parece bem. – Chelsea disse por causa do e eu ri.
- É, eu estou. – Eu sorri. Chelsea olhou pro e negou com a cabeça, demonstrando arrependimento. – .. – Ela suspirou.
- Hora de ir, Chelsea. – respondeu, sem nem deixa-la falar.
- O que há de errado, ? – Eu perguntei, brava. Isso era maneira de tratar a me?
- Pergunte a ela. – cruzou os braços.
- O que aconteceu, Chelsea? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Bem.. – Ela ficou séria. – O Peter.... me pediu para ser sua amiga pra repassar todas as informações pra ele. – Chelsea abaixou a cabeça por um momento. Pensou em não ver a minha cara de decepção, mas sabia que ela merecia passar por aquilo e voltou a me olhar. – Eu conheci você e os seus amigos. Eu me arrependi e caí fora, mas era tarde de mais. Eu já tinha feito muito. – Os olhos de Chelsea se encheram de lágrimas.

Olhei pra ela, sem reação. Era uma mistura de decepção e surpresa. Agora as coisas faziam mais sentido. Peter saber sobre o meu acidente, saber sobre o que estava acontecendo entre eu e . É claro! Como eu não desconfiei daquilo?

- Eu só vim dizer que estou me transferindo de escola. – Chelsea olhou pra todos que estavam ali em sua frente: , , , e . Todos estavam surpresos. e eram os únicos que já sabiam. – Me desculpe. – Ela sorriu pra mim, enquanto algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto. Chelsea saiu andando.
- Mas.. – Eu suspirei, confusa.
- Não acredito que confiamos nela. – disse, surpresa.
- Eu nunca confiei nela. – negou com a cabeça.
- Você sabia disso? – Eu olhei pro . fez cara de culpado.
- Eu sabia, mas não quis te contar. Você não precisava de mais problemas. – me olhou com os olhos tristes.
- Eu nunca desconfiei de nada. – Eu estava ainda sem reação. Não se pode mais confiar em ninguém hoje em dia, não é?
- Não importa, ok? – tentou mudar o clima estranho que havia ficado ali. – Nós estamos aqui, todos juntos, mesmo depois de tudo o que armaram. Não adianta ficar perdendo tempo com essas pessoas. – disse.
- Você está certo. Vamos esquecer isso. – concordou.
- Beleza, vou esquecer isso fazendo cálculo. – riu. – Tenho que ir pra aula de matemática. – deu um rápido selinho em .
- Até depois. – sorriu pro amigo. Saiu e subiu as escadas em direção a sua sala.
- Também tenho que ir. Até o intervalo. – aproveitou e também saiu.
, e também se despediram. Restamos só eu e . Eu havia percebido algo de estranho com o . Ele ficava olhando pra trás e pros lados. Parecia que estava procurando alguém ou fugindo de alguém. Preferi não tocar no assunto. Sem conflitos, pelo amor de Deus.
- Ok, eu tenho que ir pra aula. – Eu disse, pegando a minha bolsa que estava ao meu lado, sobre a escada.
- Eu também. – sorriu.
- Então.. – Eu ri, sem jeito. Percebi que olhou pra alguma coisa, que estava atrás de mim e logo em seguida, voltou a me olhar.
- Até o intervalo, então. – se aproximou e beijou o meu rosto. Sim, aquele beijo NO ROSTO me quebrou. Por que ele não me beijou?
- Até.. – Eu sorri fraco e subi as escadas, enquanto ele descia as outras escadas. Antes de subir a escada totalmente, olhei pra trás. Jessie! Ela é quem estava atrás de mim. Foi pra ela que ele olhou. Mas, por que me beijou no rosto depois que a viu? Só por que ela estava ali? Desde quando ela impede ele de fazer alguma coisa? Não, não. Não começa ! Foi só impressão, coisa da sua cabeça. Ok, vai pra aula de História que você ganha mais.

A aula de História estava chata, como sempre. Não era exatamente a matéria que eu mais me identificava, sabe? Ouvir o sinal do intervalo foi a melhor coisa que aconteceu no dia. Sem brincar!

- A prova será na semana que vem. – Foi a última coisa que ouvi a professora dizer, antes de sair da sala. Cheguei na escada e dei alguns passos em direção a escada para descer pro pátio. Antes de chegar lá, alguém chegou por trás de mim e tampou meus olhos. Eu sorri e coloquei as duas mãos em cima das da pessoa. Foi só passar a mão pela a aliança, que notei que era o . O perfume também era dele.
- Eu não faço ideia de quem seja, . – Eu disse rindo e ele tirou as mãos. Virei pra olhá-lo.
- Como soube que era eu? – riu, arqueando a sobrancelha.
- Seu perfume.. – Eu sorri, vendo a expressão de frustração dele.
- Você é muito sem graça.. – se aproximou de mim e em segundos nossos narizes estavam se tocando. Ele colocou a sua mão na lateral do meu pescoço, trazendo meus lábios ao encontro dos seus. O beijo não foi aprofundado, porém os lábios dele ficavam brincando com os meus. Eu sorria e ele continuava puxando o meu lábio inferior com seus dois lábios.
- Para, . Estamos no corredor da escola. – Eu coloquei as mãos no peitoral dele e o empurrei ele lentamente pra trás.
- Qual é o problema em levar uma advertência? – me olhou, sério.
- Você está brincando? – Eu ri, incrédula.
- Minha namorada é uma nerd. Tenho que saber lidar com isso. – sorriu e revirou os olhos.
- Terá mesmo. – Eu também sorri.
- Vamos, a turma ta esperando lá embaixo. – segurou uma das minhas e entrelaçou nossos dedos e me deu um último selinho.
- Vamos.. – Eu concordei e nós começamos a andar em direção a escada e a descemos. Fomos até a mesa que sempre ficávamos. Todos já estavam lá.
- Estavam se pegando pelos corredores, né? – brincou, rindo.
- Como você sabe? Estava nos espiando por acaso? – fingiu um olhar maligno pro e depois riu.
- Eles vivem se pegando. Até na cozinha da minha casa. – revirou os olhos.
- Você ainda não viu nada, meu amigo. – brincou e olhou pra ele, furioso. – Só brincando! – riu.
- Estávamos falando sobre a minha festa, . – mudou o assunto.
- Ahn é? Está chegando, não é? – Eu disse, tomando um gole da coca-cola do .
- Está sim! – sorriu, empolgada. – vai entrar com a , com a e você com o . – explicou.
- Como assim? Quer dizer que não vou poder entrar com o ? – fingiu um bico. Todos riram.
- Eu já disse pra você me esquecer, . – gargalhou.
- A está trazendo o lado gay do a tona. Que bonitinho. – riu como nunca.
- O amor muda as pessoas. – também brincou.
- Com certeza muda. – sorriu pra mim e se aproximou e me deu um rápido selinho.
- Argh, vocês tem que parar com isso. – fechou os olhos e fez careta.
- Parar com o que? – passou um de seus braços pelos meus ombros. – Isso? – me deu um novo selinho. – Ou isso? – continuou me dando selinhos, enquanto eu e ele riamos.
parou com os selinhos repentinamente, meio sem jeito. Jessie estava passando por nós. Qual era o problema? Por que ele evitava uma aproximação comigo quando a Jessie estava por perto?
- Qual o problema? – Eu perguntei, ainda sorrindo por causa da brincadeira. - Estamos na escola, lembra? – riu e deixou de olhar pra mim. Ele estava evitando de me olhar nos olhos.

Escola? Quem ele estava querendo enganar? Até parece que ele não me conhece! Eu sei que tem alguma coisa de errado e também sei que tem algo a ver com a Jessie. Isso não era bom. Qualquer coisa relacionada com a Jessie não era bom.

Continuamos ali, conversando com todos. Eu não consegui não ficar estranha com a situação. Eu podia pressioná-lo a dizer, mas eu não queria outra briga. Eu nem tinha certeza se tinha a ver com a Jessie. Comemos lanches e dividimos as despesas de uma garrafa de coca-la. O sinal do final do intervalo tocou e eu me levantei rapidamente. Eu não estava me sentindo bem com tudo aquilo.

- Você está bem? – puxou meu braço e eu voltei a olhá-lo e a ficar de frente pra ele.
- Estou. Só estou com um pouco de dor de cabeça. – Eu menti, enquanto sorria fraco. A dor de cabeça sempre me ajuda.
- Você quer ir embora? Eu posso te levar. Não tenho mais nenhuma aula importante hoje. – disse, preocupado.
- Não, está tudo bem. – Eu neguei com a cabeça, enquanto forçava um sorriso.
- Eu não gosto de te ver assim. – Ele se aproximou e tocou o meu rosto com uma de suas mãos, fazendo carinho em uma das minhas bochechas. ‘E eu não gosto que minta pra mim’ era o que eu queria responder. Não consegui.
- Não se preocupa, daqui a pouco eu já estou boa. – Eu sorri fraco. Ele olhou disfarçadamente para os lados e voltou a sorrir pra mim. Jessie estava vindo. Era a minha chance. Me aproximei, selei seus lábios e ele os desgrudou o mais rápido que conseguiu. Olhei pra ele e ele sorriu fraco. É oficial! Tem algo acontecendo e tem a ver com a Jessie.
- Eu vou estar na sala de Geografia. Se quiser ir embora, é só me mandar mensagem, ok? – voltou a demonstrar preocupação. Estávamos um pouco afastados.
- Ok.. – Eu cruzei os braços, ainda com um sorriso falso no rosto.
- Promete? – perguntou, colocando uma mão em cada lado do meu rosto. Jessie já havia passado por nós e não estava mais ali.
- Eu prometo. – Olhei ele nos olhos e desacreditei que ele poderia estar mentindo pra mim, escondendo algo de mim.
- Então, boa aula. Eu te amo. – Ele se aproximou, beijando a minha testa carinhosamente.
- Eu também amo você. – Eu sorri de forma chateada dessa vez. Me afastei e fui pra sala de aula. Eu estava desolada. estava escondendo algo sobre a Jessie pra mim. Por que ele está fazendo isso.. depois de tudo? Por que ele quer estragar tudo?

As três aulas se passaram rapidamente. me mandou uns 5 sms’s nesse meio tempo, perguntando se eu estava bem, se tinha melhorado. Não respondi nenhuma dela. Não estava no clima. Depois daria a desculpa de que não as tinha visto.

O sinal da saída tocou e logo vi aparecer na porta da sala de aula. Ele me olhava, sério. Me levantei, peguei a bolsa e coloquei em um dos ombros.

- Tudo bem? – perguntou, assim que eu pisei pra fora da sala.
- Estou melhor sim. – Eu voltei a mentir.
- Que bom, eu estava preocupado. – sorriu, aliviado. Colocou uma mão em cada ombro meu e deslizou até as minhas mãos. – Eu vou te levar pra casa hoje. Combinei com o já. – me deu a notícia.
- Ahn é? – Eu fingi estar feliz. Por mais que eu adorasse a companhia de , eu precisava colocar a cabeça no lugar.
- Meu carro está no estacionamento que deve estar todo congestionado nesse momento. – soltou uma das minhas mãos, mas continuou segurando a outra. Acompanhei ele, até a escada. Quando terminamos de descê-la, soltou a minha mão. Jessie apareceu em nossa frente.
- Olha só, se não é o casalzinho mais brega da escola. – Ela riu, sarcástica. Tinha algumas amigas ao seu lado, que riam de tudo o que ela falava.
- Vai se ferrar, Jessie. – Eu revirei os olhos e já estava andando pra longe dela, quando ela segurou o meu braço e me puxou com força.
- Olha como você fala, garota. – Jessie disse em um tom ameaçador.
- Eu não tenho medo de você, vadia. – Eu puxei meu braço com força. andou até o meu lado.
- Vamos.. – começou a me puxar na direção contrária da Jessie. Deixei que me afastasse dali.
- Depois diz que não tem medo. – Ouvi Jessie dizer e as suas amigas gargalharem.
- Chega.. – Eu me desvencilhei das mãos do e voltei a andar em direção a Jessie, furiosa.
- Hey, para! – voltou a aparecer na minha frente. – Você prometeu pra mim. – parecia nervoso.
- Parece que estamos na época de quebrar as promessas, então. – Eu disse e sai, deixando ele falando sozinho. Sim, ele também havia quebrado a promessa de que não seria como os outros, de que não me machucaria como os outros. Voltei a andar em direção a Jessie.
- Quando é que você vai largar do meu pé, hein? – Eu perguntei, olhando pra Jessie. Estava em sua frente.
- Quando você devolver o meu namorado. – Jessie cruzou os braços e me olhou com nojo.
- não é mais o seu namorado. Não notou ainda? Supera, querida. – Eu ironizei com um sorriso sarcástico no rosto.
- Você roubou ele de mim! – Jessie me fuzilou com os olhos.
- Eu não roubei nada. – Eu fiz careta. – Não tenho culpa se você não tem capacidade nenhuma pra segurar um namorado. – Eu disse e ela tentou avançar em mim. Um garoto qualquer que estava passando a segurou por trás.
- Olha quem fala! A escola inteira sabe, que nenhum de seus namoros te amaram e te largaram. – Jessie gritou.
- Dessa vez será diferente. – Eu sorri e ele voltou a tentar avançar em mim. Não conseguiu.
- Diferente? não vai aguentar você nem por mais uma semana, assim como todos os seus ex-namorados. – Jessie sorria como uma psicopata. – Quer saber? Todos os seus términos foram causados por mim! Seus namorados me achavam muito melhor do que você e era só por isso que eles terminavam com você. – Ela ria, satisfeita com as lágrimas que viu em meus olhos. Lágrimas de raiva.
- Eu vou acabar com você, garota.. – Eu tentei avançar contra ela, mas me segurou por trás.
- , se controla! Você está fazendo exatamente o que ela queria que fizesse. – disse, atrás de mim.
- Cada namorado falava mal de você de um jeito. Um me disse o quanto você era chata e fraca. Outro me dizia o quanto você era infantil e inexperiente. – Jessie gritava e sorria, olhando pra mim. Meus olhos se encheram ainda mais de lágrimas.
- DESGRAÇADA! – Eu gritei, sentindo as lágrimas escorrendo pelos olhos. Eu tentava me soltar das mãos de e não conseguia. apareceu em minha frente, ainda me segurando.
- Você não é nada, ! Apenas passatempo! – Jessie gritou, quando viu que estava me consolando.
- CALA A BOCA, JESSIE – se virou pra Jessie e gritou, irritado. – Você não vai querer que eu comece a enumerar os seus defeitos agora, não é? – olhou pra Jessie furioso. Voltou a olhar pra mim. - Hey, olha pra mim. – pediu, me vendo chorar. Olhei nos olhos dele. – Vai ficar tudo bem. – disse, tentando me acalmar.
- , eu não posso deixa-la falar assim comigo... – Eu estava em prantos.

Tem noção do quanto os meus antigos namorados me fizeram sofrer? Tem noção do quanto eles me machucavam? Eles riam de mim por trás, pior ainda: com a Jessie. Todos os dramas do meu passado tinham vindo a tona. Ela era a culpada de todo o meu sofrimento. Ela estava jogando tudo aquilo na minha cara e eu não estava conseguindo estar a altura dela. Aquilo estava me matando.

- Vamos embora. – me virou de costas pra ele e começou a me empurrar em direção a saída.
- Eu vou separá-la de também. Eu vou tirar tudo de você, ! – Jessie gritou. Eu, apesar de longe, consegui ouvir.

Eu ainda estava absorvendo tudo aquilo. Depois de andarmos por um tempo,parei de andar e coloquei minhas duas mãos no rosto, continuando a chorar. Os outros alunos passavam por mim, me olhando.

- Não chora.. – me abraçou, colocando sua cabeça em seu peitoral e fazendo carinho em minha cabeça.
- Como ela pôde? – Eu disse, aos soluços.
- Não vai acontecer de novo. – disse, ainda me abraçando. – Eu não vou deixar. – beijou a minha cabeça.
- Ela vai tirar você de mim, . Eu não posso deixar. – Eu voltei a olhar pra ele, enquanto chorava.
- Ela não vai. Ninguém pode fazer isso, ok? – levou suas duas mãos e meu rosto e secou minhas lágrimas com seus dedos.
- Eu quero ir pra casa. – Eu pedi, entre um choro e outro.
- Vamos. – passou o braço pelos meus ombros e me acompanhou dessa forma até o carro.

Entramos no carro. Não foi dita uma única palavra durante todo o caminho até a minha casa. Eu apenas olhava pro lado de fora da janela com os olhos cheios de lágrimas. as vezes olhava pra mim. Seu coração doía por me ver daquele jeito, mas o que ele podia fazer? Se Jessie fosse um garoto, teria quebrado todos os seus dentes.

estacionou o carro em frente a minha casa. O carro foi desligado. Eu peguei a minha bolsa e a coloquei em um dos ombros. Não iria nem olhar pro . Eu estava tão mal que apenas queria a minha cama.

- Hey, espera. – pediu, antes que eu abri a porta. Eu soltei o abridor da porta e olhei pra ele, séria. – Você vai ficar bem? – se aproximou, vendo meus olhos ainda cheios de lágrimas. Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Eu vou.. – Eu tentei sorrir, mas foi inútil. me olhou de forma triste.
- Eu não gosto de ver você assim. – também estava mal com aquilo.
- Eu vou ficar bem. – Eu repeti, passando meus dedos em meus olhos, evitando que alguma lágrima escorresse pelo meu rosto.
- Eu sei que não vai. – me olhou, sério. Olhei pra ele e ele segurou meu rosto com suas duas mãos. – Vamos, dê um sorriso. – pediu, sorrindo fraco.
- .. – Eu suspirei, sem ânimo algum.
- Sorria. – pediu de novo. – Só um pouquinho. Só pra me deixar feliz. – estava pedindo da forma mais carinhosa do mundo.
- Okay.. – Eu dei um sorriso SUPER forçado. riu da minha cara.
- Certo, agora dê um sorriso de verdade. – disse e eu comecei a rir. Ele também riu. – Agora sim, obrigado. – agradeceu, deixando de rir.
- Só você pra me fazer em um hora dessas. – Eu neguei com a cabeça, enquanto olhava pra ele.
- Eu amo ver você sorrir. Me faz sorrir também. – disse, me olhando docemente. Continuei olhando pra ele, admirada.
- Eu amo tanto você. – Eu disse, antes de abraça-lo. Fechei os olhos, apenas para senti-lo. Junto com ele, a dor parecia cessar um pouco.
- Eu também te amo.. muito. – sorriu, só por que me ouviu dizer aquilo de forma tão intensa.

Terminei o abraço e voltei a olhá-lo. Ele se aproximou e selou os meus lábios uma, duas vezes. O segundo e último selinho foi mais longo e acabou se transformando em um beijo, que não foi tão demorado. Eu terminei o beijo e dei mais um último selinho.

- Mais tarde eu venho aqui pra te ver. Ok? – perguntou.
- Ta bom. – Eu sorri fraco.
- Até, então. – disse, enquanto eu abria a porta.
- Até. – Eu sai do carro e fechei a porta em seguida. Coloquei a bolsa em um dos ombros e andei até a porta da minha casa. Fechei a porta e subi diretamente pro meu quarto.

Foi direto pra casa. também não estava bem. Me ver mal não era a única coisa que estava acabando com o . Havia outra coisa. As coisas não estavam tão fáceis pra ele. Seu celular começou a tocar. Olhou no visor e leu ‘Jessie’. Suspirou e negou com a cabeça.

- Alô? – Jessie perguntou, querendo saber se era quem havia atendido.
- O que você quer? – perguntou de forma grossa.
- Nossa, que saudade de ouvir a sua voz no telefone, lindinho. – Jessie disse do jeito mais sexy que conseguiu.
- Diz logo, Jessie. – continuou sendo grosso.
- Você sabe que não deveria me tratar assim. – Jessie deixou de enrolação.
- Você não vai falar o que quer? – revirou os olhos.
- Eu quero me encontrar com você. É mais fácil fazer isso pessoalmente e bem longe da sua namoradinha. – Jessie disse, usando voz de desprezo.
- Eu sei o que você quer. – passou uma das mãos pelo cabelo, pensando em alguma forma de mudar aquilo.
- Sabe né? Parece que ela não sabe tudo sobre você. – Jessie disse, demonstrando estar feliz com tudo aquilo.
- O que você quer? – voltou a perguntar.
- Me encontrar com você. Podemos falar sobre o que você pode fazer pra me fazer ficar de boca fechada. – Jessie disse, irônica.
- Onde? – perguntou, passando a mão pelo rosto. Não queria passar por aquilo, não precisava. Sabia que era errado, mas era importante. Eu não gostaria de saber daquilo, ele sabia. Mas era uma coisa que ele faria por ele, ele tinha que fazer.
- Pode ser na sorveteria, perto da escola? – Jessie perguntou.
- Que horas? – perguntou, grosso.
- 3 horas. – Jessie determinou o horário.
- Estarei lá. – disse e desligou o celular na cara dela.

negou a cabeça, inconformado. Isso não estava acontecendo. Não podia estar acontecendo. Tudo estava bem. Quando é que ele vai poder ficar em paz? Quando é que ninguém vai estar lá, disposta a estragar a sua vida e a sua felicidade?

- DROGA! – gritou, revoltado e jogou o celular sobre a cama com força.

Estava deitada em minha cama. Assistia um novo episódio de ‘Os Simpsons’. Aquilo sempre me distraia e as vezes também me fazia sorrir. Ouvi meu celular vibrar sobre a cama. Deveria ser , perguntando se eu estava bem. Procurei o celular no meio das cobertas e depois de um tempo, finalmente o achei. Olhei pro visor do celular e vi que a mensagem era de um número desconhecido. Abri a mensagem:

e a Jessie vão se encontrar hoje, ás 3 horas na sorveteria perto da escola. Você deveria ver isso.’

Minha respiração falhou. Eu li e reli a mensagem umas 3 vezes. Não podia ser. Era mentira! nunca faria isso, muito menos com a Jessie. Ele não faria, né? Tudo bem. Ele estava bem estranho hoje na escola. Ficava evitando contatos comigo, quando a Jessie estava por perto. Aquilo foi bem estranho, mas eu achei era que era coisa da minha cabeça. E era, não era? DROGA!

Olhei no relógio do celular, eram 2:30. Eu deveria ir até lá? Eu confiava no . Se ele descobrisse que fui até lá, que desconfiei dele de novo... ele não ficaria satisfeito. Eu disse que confiaria nele. Ele me pediu para confiar, mas por que ele parecia tão estranho hoje em relação a Jessie? Eu estava tão confusa e insegura com relação a tudo. Quer saber? Eu vou. Vou só passar lá na frente. Isso não fará mal e nem saberá disso.

Me levantei da cama e apenas coloquei uma jaqueta. Prendi o cabelo rapidamente em um coque e desci as escadas correndo.

- Onde você vai, garota? – perguntou, deitado no sofá.
- Vou sair rapidinho e já volto. – Eu peguei a chave do carro e sai, batendo a porta.

Entrei no carro e o liguei. O celular estava comigo. Se caso me ligasse, diria que tinha ido na padaria comprar algo pra comer. Eu estava nervosa. Eu sabia que não estaria lá com a Jessie, mas por que eu estava sentindo tanto medo de ir até lá e ver algo que não me agradasse? Por que eu estava com medo de descobrir o que eu não queria?

estava chegando na sorveteria. Se sentia a pior pessoa do mundo, indo naquele encontro. Jessie dificultaria as coisas. não deixaria que ela o colocasse contra a parede. Era tudo sobre ele. Ninguém deveria se intrometer. Ninguém deveria tocar nesse assunto de novo. faria isso por ele, só por ele.

Ele entrou na sorveteria e viu Jessie sentada em uma das mesas. Ela usava uma vestido curto, apertado e decotado. Isso não fez diferença alguma pro .

- Oi, lindinho. – Jessie jogou o cabelo, fazendo charme.
- Vamos falar logo sobre o que interessa. – a ignorou totalmente.
- Sua namorada está me tirando do sério, sabia? – Jessie fez cara feia.
- Você também está me tirando do sério. – fingiu um sorriso.
- Já falei para parar de falar assim comigo. – Jessie disse, séria.
- E eu quero que pare de falar daquele jeito com a . – também disse, sério.
- Isso não está te ajudando. – Jessie continuou séria.
- Isso não tem a ver com ela. – tentou me tirar da história.
- Tem tudo a ver com ela. Eu odeio ela e ela está no meu caminho. – Jessie explicou. - Eu não sou o seu caminho, Jessie. – revirou os olhos.
- Você não quer que eu conte o seu segredinho, não é? – Jessie foi ao assunto.
- Meu segredinho. Exatamente. Você não deve se intrometer com ele. – disse, irritado.
- Acontece que eu descobri o seu segredinho e você está nas minhas mãos agora. – Jessie sorriu, satisfeita.

Eu estava chegando na sorveteria. Estacionei o carro em uma das esquinas, que me dava visão para a sorveteria. Estava longe, eu não conseguia enxergar. Resolvi descer do carro e me aproximar um pouco mais a pé. Quando estava próxima, vi sentado. Meu coração parou. Isso não pode estar acontecendo. Não consegui ver com quem ele estava, tinha um poste bem na frente. Eu realmente espero que esteja ali com a ou a mãe dele.

Dei alguns passos até que conseguisse ver quem estava sentada na frente dele. Jessie, ela estava lá. Meus olhos se encheram de lágrimas rapidamente. Eles não pareciam próximos e isso foi a única coisa que me impediu de ir até lá. Poderia não ser o que eu estava pensando. Talvez me contasse mais tarde, que esteve com ela e que isso tinha um motivo totalmente ridículo. Minhas mãos estavam tremendo. O medo de que a Jessie me tirasse alguém de novo me deixava em pânico. Era o dessa vez. Ela não podia tirá-lo de mim. Não ele.



Capítulo 31 - A verdade nua e crua




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:





Sai e voltei pro carro, sem saber o que fazer. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e uma sensação estranha invadiu o meu peito, o meu coração. Abri a porta do carro e entrei. Segurei o volante com as duas mãos e o apertei com toda a força que consegui, enquanto diversas lágrimas escorriam por todo o meu rosto.



- DROGA! – Eu disse com toda a raiva existente em mim. Esmurrei o volante por puro desabafo. Levei as mãos a cabeça, entrelaçando meus dedos em meu cabelo. As lágrimas insistiam em escorrer de meus olhos. Liguei o carro e sai dali. Eu precisava sair dali. estava saindo com a Jessie.



Por que as promessas, as declarações e os gestos dele sempre pareceram tão verdadeiros? Por que entre todos os caras, eu senti que ele especial? Por que eu tive que me apaixonar por ele? Para ter mais uma decepção amorosa? Para ser humilhada pela Jessie novamente?



- Como eu pude ser tão estúpida? – Eu falei sozinha com a voz trêmula. É por isso que estava agindo daquele jeito, hoje na escola. Era por isso que ele se afastava de mim, quando a Jessie estava por perto. – Jessie estava certa. Ninguém nunca vai me amar de verdade. Ninguém. – Eu continuava falando sozinha, enquanto continuava chorando.


Eu esperava isso de qualquer um, menos de . Qualquer um poderia fazer aquilo e eu mesmo assim acabaria superando, mas não com o . Não o cara que eu amo. Não o cara que estava ao meu lado quando eu perdi a minha avó. Não o cara que me fazia ter certeza que era o homem da minha vida.


Liguei o carro e comecei a dirigir em direção a minha casa. Eu continuava sem acreditar. Por que isso está acontecendo comigo? Eu já não passei por coisa o suficiente? Eu já não sofri o suficiente?



Cheguei em casa e estacionei o carro. Fiquei um tempo dentro do carro, pensando. Tudo o que disse que sentia, tudo o que passamos foi uma mentira. Agora eu vejo. Ele só estava querendo brincar comigo. Ele só queria me ver sofrer uma última vez. Eu só não entendo o por que. Por que? O que eu fiz pra merecer isso? Passei uma mão pelo meu rosto e depois pelo meus olhos, secando todas as lágrimas. Não queria que ficasse fazendo perguntas.


Entrei em casa e vi que ainda estava no sofá. Ele sabia que era eu e por isso, nem se moveu. Eu subi as escadas rapidamente e entrei em meu quarto, fechando a porta em seguida. Me joguei na cama, enfiando o rosto em meu travesseiro. Eu havia perdido, . Perdido o que realmente nunca foi meu. Não pra ele.


Depois de tanto tempo, lá estava eu, dividindo as minhas tristezas com a minha cama e com o meu travesseiro. Meu coração estava quebrado em milhares de pedacinhos pela 20° vez. Ouvi meu celular tocar em cima do criado mudo. Levantei a cabeça do travesseiro e peguei o celular. Lá estava a minha foto com o , enquanto o nome dele piscava. Era ele quem estava me ligando. Rapidamente surgiu uma esperança enorme em mim. provavelmente havia saído agora do seu encontro com a Jessie. Quem sabe ele estava querendo me contar tudo? Contar que aquele foi só um encontro pra acertar as contas definitivamente? Engoli o choro e atendi o celular.


- Alô? – Eu disse, nervosa.

- Oi linda. – disse com um sorriso fraco no rosto. Ele ficava assim todas as vezes que ouvia a minha voz.

- Oi.. – Eu disse, tentando não demonstrar a minha voz de choro.

- Você esta bem? – perguntou, preocupado. É claro que ele ia perceber.

- Estou, só me deu um ataque de espirros, agora. Já está tudo bem e você? – Eu perguntei, esperando que ele já desse algum indício de que me contaria alguma coisa.

- Estou bem. Quero te ver. Posso passar ae, agora? – disse, amoroso.

- Agora? – Eu perguntei, me levantando da cama. Eu estava um lixo e com a cara inchada. – Pode. – Eu confirmei, indo até o meu guarda-roupa.

- Tudo bem, já já eu chego ai. Beijos. – disse, me esperando retribuir os beijos.

- Beijos. – Eu disse e desliguei.

Fui rapidamente pro banheiro e passei uma água no rosto. Voltei pro meu quarto e procurei uma roupa decente. Encontrei uma blusinha cinza soltinha e um shortinho (VEJA A ROUPA AQUI). Coloquei uma rasteirinha e mantive o coque no cabelo. Passei só um pouco de maquiagem para esconder a cara de choro. A campainha tocou e eu desci as escadas rapidamente. Eu queria tanto que me contasse tudo. Abri a porta e lá estava ele.


- Hey.. – sorriu fraco.

- Oi.. – Eu disse, indo pro lado de fora da casa. Ele não iria querer falar de algo sério, ali na minha casa, então eu já facilitei isso pra ele.

- Você está melhor? – perguntou, andando ao meu lado.

- O que? Por que? – Do que ele estava falando? Ele sabia que eu sabia?

- Por causa do que aconteceu na escola.. lembra? – riu e eu também ri de mim mesma. Ok, eu ate já havia me esquecido daquela história da Jessie.

- Ahn, sim. Eu já estou melhor. – Eu sorri, sem jeito.

- Eu fico feliz.. – colocou seu braço em torno da minha cintura e me abraçou de lado. Passei meus braços em torno do pescoço dele e ele me abraçou, me levantando do chão. Me colocou no chão, segundos depois.

- E você? Está bem? O que fez de bom hoje de tarde? – Eu perguntei, dando indiretas. fez cara de pensativo.

- Eu estou bem. Hm.. não fiz nada de importante hoje de tarde. – fez careta.

- E de ruim? Também não fez nada? – Ainda havia chances dele falar sobre a Jessie. Vamos, ! Fale! Me conte!

- Não, não fiz nada. – negou com a cabeça. Uma raiva enorme tomou conta de mim. Ótimo, o está fazendo alguma coisa escondido com a Jessie! Eu deveria estapeá-lo ali e agora ou devo esperar o momento certo, para pegá-lo no pulo? A segunda opção, com certeza. Assim ele não viria com aquele discurso de que eu não confio nele e blá blá blá. – ? – arqueou a sobrancelha. Percebeu que eu havia ficado pensativa.

- Oi, eu só estava.. – Eu sorri falsamente.

- Aposto que estava pensando o quanto eu estou bonito e sexy hoje. – disse, segurando o riso.

- Era exatamente isso. – Eu forcei uma risada.

- Eu sabia! – gargalhou.

- E você, o que fez hoje de tarde? – perguntou, segurando a minha mão e entrelaçando seus dedos nos meus.

- Eu só assisti algumas séries.. – Eu também menti. O que eu deveria dizer? ‘Fui até a sorveteria e vi você com a Jessie.’ ? Er..não.

- Hm.. – sorriu. - Eu só passei pra te dar um beijo e ver se estava bem. – me olhou. Ele percebeu que eu estava estranha, mas não quis tocar no assunto.

- Obrigada. Eu estou bem. – Eu sorri pra ele novamente.

- Bom. – Ele concordou com a cabeça. – Então.. eu vou embora. – disse, enquanto andávamos em direção ao seu carro.

- Ok.. – Eu concordei.

- Então.. – se virou pra mim, esperando um beijo.

- Boa noite. – Eu sorri fraco e me aproximei, dando um rápido selinho nele. Quando terminei o selinho, ele me olhou e arqueou a sobrancelha.

- Okay.. – riu, sem jeito. Que beijo foi aquele? Hm. Se afastou e deu a volta no carro, ficando em frente da porta do motorista.

- Até amanhã. – disse, esperando alguma demonstração de afeto.

- Até amanhã. – Eu sorri.

- Eu te amo. – disse, rindo do quanto aquilo estava estranho. Ele esperaria até o dia seguinte para perguntar o motivo daquilo. O meu dia já havia sido ruim demais.

- Eu também. – Eu dei o sorriso mais falso do mundo. Ele me amava? Me amava e estava com a Jessie? Que porra de amor é esse?



entrou e ligou o carro. Eu me afastei e me virei de costas, indo em direção a porta da minha casa. Antes de entrar, olhei pra trás e ainda estava lá, me esperando entrar. Voltei a olhar pra porta e entrei em minha casa.


Eu estava tão irritada. As palavras de Jessie era o que vinha em minha cabeça. Ela sempre me tirou tudo e eu sempre sai como a tonta, a coitadinha da história. Eu faria ser diferente dessa vez, nem se para isso eu tivesse que ser a pessoa mais falsa do mundo. Eu não vou chorar e demonstrar o quanto isso tudo me afetou. Eu seria forte. Eu faria isso por mim. Era a coisa mais valiosa que eu faria por mim em anos. Não demonstraria fraqueza ou lágrimas. Eles querem me fazer idiota? Ok, mas não serei a idiota deles. Eu vou flagra-los e vou jogar tudo na cara deles da forma mais linda e foda do mundo. Eu venço e eles perdem. Será assim.


O despertador tocou e eu me levantei. Fiz a minha higiene matinal e me arrumei da melhor forma que consegui. Eu demonstraria que estava por cima. Desci as escadas e milagrosamente, já estava na mesa, tomando café.


- Nossa, você já está acordado? Chocante. – Eu disse, me sentando e pegando uma torrada.

- Acordou engraçadinha, hoje? – revirou os olhos.

- Eu sou engraçadinha todos os dias, meu bem. – Eu pisquei pra ele e minha mãe riu.

- Bom dia, filha. – Minha mãe disse, ainda rindo.

- Bom dia, mãe. – Eu sorri pra ela.

- Vamos logo, vai. – levantou.

- Espera, mas a sua irmã ainda nem tomou café da manhã. – Minha mãe disse.

- Não precisa mãe, já peguei a torrada. Até mais tarde. – Eu me levantei da cadeira e beijei o seu rosto.

- Boa aula pra vocês. – Ela sorriu, dando um beijo no rosto de .

- Valeu. – sorriu e pegou a mochila que estava sobre o sofá e abriu a porta. Saímos e fomos pro carro.



Chegamos na escola depois de um tempo e entrou, enquanto eu esperei o no portão. Eu não podia deixar tudo tão na cara assim. Não tive que esperar muito. havia chego mais cedo naquele dia e quase chegou junto comigo. Veio em minha direção, sorrindo.




- Bom dia. – Ele disse e me deu um selinho longo.

- Bom dia. – Eu sorri fraco, interrompendo o selinho.

- Está esperando há muito tempo? – perguntou, entrelaçando seus dedos nos meus. estava muito bonito naquele dia, assim como todos os outros. As garotas que passavam por nós, olhavam pra bunda dele na cara dura. Elas sorriam pra ele e fofocavam com as amigas. Elas podem ficar com ele, se elas quiserem.

- Não, cheguei agora. – Eu disse, enquanto passávamos pelo pátio lotado da escola. Nos aproximamos de nossos amigos.

- Oi casal.. – riu.

- Oi .. – Eu também ri. O resto do pessoal nos cumprimentou.

- E ae? – soltou a minha mão para cumprimentar os amigos. – Cadê o ? – perguntou.

- Ele já foi pra sala. Tem prova.. – explicou.

- Mas que menino empenhado. – riu e os amigos também riram.

- Eu também tenho prova hoje. – fez careta. – Também já vou subindo. – deu um beijo no namorado e se despediu de todo o resto.

- Minhas provas começam amanhã. – sorriu, satisfeita.

- As minhas também. – concordou.

- Eu também já vou subindo. Não tenho prova, mas preciso acabar uma lição. – Eu revirei os olhos. Eu não estava mentindo. Eu realmente tinha que terminar uma lição, mas eu também não estava nem um pouco afim de olhar pra cara da Jessie naquele dia.

- Já? – fez bico. – Ok, nos vemos no intervalo. – beijou o meu rosto de forma carinhosa. Me despedi de todos e desci em direção a minha sala de aula.



3 aulas que não passavam nunca! Eram as aulas de Biologia. Deus! Como aquilo era chato! Quando o sinal do intervalo tocou, eu quase não consegui acreditar. estava na porta. Por que aquilo não me deixava mais tão empolgada? Raiva? Talvez.



- Hey, tudo bem? – sorriu, me dando um selinho.

- Tudo e você? – Eu perguntei, enquanto íamos em direção ao pátio.

- Tudo também. – segurou a minha mão. – Com fome? – perguntou.

- Não, comi alguma coisa antes de sair de casa. – Eu sorri, enquanto descíamos as escadas. Jessie estava lá. Consegui vê-la de longe. Tão vadia como nunca.

- Tem alguma coisa.. errada? – perguntou e eu olhei pra ele. Ele percebeu, er..

- Não.. por que? – Eu menti.

- Nada, você está estranha.. – riu para que aquilo são soasse como uma coisa ruim.

- É impressão sua. – Eu disse, sorrindo.


resolveu não voltar no assunto. Ele ignorou a Jessie que estava bem ali na sua frente. Passamos por ela e fomos pra mesa do pessoal. Estavam todos lá, como sempre. Conversamos e comemos uma coisa qualquer que a havia comprado. Eu estava meio que gelando o . Agora eu queria que ele sentisse aquilo.


Voltamos para as aulas e eu tive três aulas de Inglês. Eu costumava gostar de Inglês, mas naquele dia parecia tão entediante. O sinal da saída tocou e eu senti um enorme alívio. Iria embora daquela escola, iria pra bem longe da Jessie. Saber que eu estava no mesmo lugar que a Jessie já fazia meu estômago revirar.


estava novamente na porta, me esperando. Disse que tinha esquecido no carro, um jogo de videogame que emprestaria pro meu irmão e que iria lá buscar e que já voltava. Eu disse que ia esperá-lo no pátio e ele saiu correndo, depois de me dar um selinho.


Desci as escadas e esperei na ponta da escada com os braços cruzados. Olhei pra frente e vi que Jessie se aproximava e vinha em minha direção. Abaixei a cabeça, se eu olhasse pra ela por mais eu segundo, eu pularia no pescoço dela. Ela desviou e quando passou do meu lado, esbarrou em mim propositalmente.

- Cuidado por onde anda, ridícula. – Jessie resmungou. Eu levantei a cabeça e me virei para olhá-la.

- O que você disse? – Eu perguntei, olhando ela da forma mais furiosa do mundo. Ela parou e se virou para me olhar, sorriu falsamente.

- Eu mandei tomar cuidado! Está surda? – Jessie repetiu, rindo.

- Você também parece não estar ouvindo bem. – Eu disse, irônica.

- O que você quer dizer? – Jessie cruzou os braços, me olhando de forma desprezível.

- Eu mandei ficar longe do . – Eu disse e dei alguns passos na direção dela.

- Adivinha? Eu não ligo para o que você fala, vadia. – Ela riu novamente.

- .. – se aproximou e tentou intervir.

- Cala a boca, . – Eu olhei furiosamente pro meu irmão. sabia que aquilo não daria certo e resolveu ligar para para pedir que ele viesse ali.

- O que eu fiz pra você? Todo esse ódio de mim ..só por causa do ? Não né? Você já gostava de destruir meus relacionamentos antes dele. – Eu dei mais alguns passos na direção dela.

- Eu não tenho que te dar satisfação de nada. – Jessie ficou séria.

- FALA DE UMA VEZ. – Eu gritei, cansada de toda aquela conversa.

- Não grite comigo, sua escrota.. – Jessie também deu alguns passos e parou bem em minha frente.

- FALA POR QUE VOCÊ QUER TANTO ME DESTRUIR! ME DIZ O QUE EU FIZ PRA VOCÊ! – Eu voltei a gritar na cara dela e ela me olhava assustada.

- Cheguei.. – chegou, suspirando. Tinha vindo correndo.

- Tira essa ridícula de perto de mim, . – Jessie disse, assim que viu chegar ali.

- FALA, GAROTA! ESTÁ COM MEDO DO QUE? – Eu voltei a enfrenta-la. Ela cerrou os olhos, irritada.

- Por que eu AMO VER VOCÊ SOFRER. – Jessie disse, sorrindo. Não pensei 2 vezes em levar a minha mão na cara dela. Eu dei o tapa e ela colocou a mão no rosto e me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

- HEY, HEY! PAREM - entrou em minha frente e me empurrou pra trás. – Por que você está fazendo isso? O que está acontecendo? - Meus olhos também estava cheios de lágrimas.

- TEM CERTEZA QUE NÃO SABE O POR QUE, ? – Eu gritei, explodindo.

- Do que você está falando? Se acalma! – me olhou, assustado. Ele não estava entendendo nada.

- Eu vi, .. – Eu não consegui gritar, pois já estava chorando.

- O que você viu? – arqueou a sobrancelha, ainda sem entender.

- Você e a Jessie ontem.. na sorveteria. – Eu disse, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto cheio de raiva. – COMO VOCÊ PÔDE? – Eu gritei, empurrando ele pra trás.

- CORNA! – Jessie gritou, ainda com a mão sobre o seu rosto.

- , não é.. – voltou a se aproximar de mim. Colocou suas duas mãos em meu rosto. Seus olhos também estavam cheios de lágrimas.

– Não encosta em mim.. – Eu tirei as mãos dele do meu rosto. me olhou, paralisado. Ele não sabia como reagir, como arrumar aquilo. – Eu confiei em você. – Eu continuava chorando. – Eu amei você como ninguém.. e o que você me dá em troca? – Eu estava dizendo tudo em tom de desabafo, enquanto dezenas de lágrimas saiam de meus olhos.

- Confia em mim, por favor. Não faz isso. – tentou se aproximar, mas eu me afastava. Ele também já estava chorando.

- Eu disse! Eu te avise, vadia! Você nunca vai ter alguém de verdade! – Jessie gritou do mesmo lugar que estava antes.

- PARA COM ISSO, JESSIE! – gritou, olhando pra Jessie, furioso. – PARA DE MENTIR! – gritou mais uma vez.

- Não importa, . – Eu disse e ele voltou a me olhar. – Você saiu com ela ontem e não me contou nada. Você escondeu de mim. Eu dei uma chance pra você me contar, mas você não disse. – Eu disse, passando a mão pelo rosto, tentando parar de chorar. – Você tem noção do quanto você me fez sofrer? Você tem noção do quanto isso me machuca? – Eu disse e continuei chorando. Eu não conseguia parar.

- Me desculpa, eu não quis.. – negou com a cabeça. – Eu amo você! Eu não quero que sofra. Eu nunca quis! – disse, secando suas lágrimas.

- PARA DE DIZER ISSO! PARA DE DIZER QUE ME AMA! – Eu voltei a gritar, irritada com tanta falsidade.

- Não aconteceu nada entre eu e a Jessie. Não depois de nós estarmos juntos. – reafirmou. Havia parado de chorar, porém seus olhos ainda estavam cheios de lágrimas.

- Eu vi, ! – Eu repeti, furiosa.

- Você não viu nada, por que não aconteceu nada! Você está errada. Para com isso! – pediu, se segurando para não chorar novamente.

- Eu nunca vou te perdoar por isso, . – Eu fuzilei ele com meus olhos cheios de lágrimas.

- PARA DE ME JULGAR POR UM MINUTO. ME ESCUTA! ME DEIXA TE EXPLICAR! – gritou, apavorado.

- EU NÃO QUERO MAIS NADA DE VOCÊ! EU QUERO QUE FIQUE LONGE DE MIM! – Eu gritei e o empurrei novamente, quando ele tentou se aproximar.

- Você não sabe de nada.. – colocou as mãos em sua cabeça e entrelaçou seus dedos em seu cabelo. As lágrimas insistiam em escorrer por seu rosto.

- Eu sei, .. – Eu sorri falsamente. – Eu sei que você é um mentiroso, um pegador ridículo e igual a todos os outros caras que eu já conheci. – Eu disse, tentando conter minhas lágrimas. Ele não as merecia.

- É isso que você acha de mim? Você não sabe nada sobre mim! Você está errada. – se afastou de mim, dando alguns passos pra trás. – Eu não quero mais ficar aqui ouvindo você falar sobre uma coisa, que você não faz ideia do que se trate. Eu cansei das suas acusações sem sentido! – virou de costas pra mim e abaixou para pegar a sua mochila no chão e se levantou, colocando-a em um dos seus ombros. Saiu andando em direção a saída da escola.



Vi ele se afastar. Só ali naquele momento, eu tive a certeza de que eu o havia perdido, de que ele não pertencia mais a mim. Estava acabado. Me agachei, colocando as mãos no rosto, enquanto chorava drasticamente.



- Você não pode ser namorada de uma pessoa que você não conhece. Você não conhece ele, não sabe nada sobre ele. – Jessie disse, em pé em minha frente. Me levantei e voltei a olhá-la nos olhos, mesmo com todas as lágrimas em meu rosto.

- O que você quer dizer? O que eu não sei? – Eu perguntei com a voz trêmula, por causa do choro.

- Você nunca vai saber, vadia. – Jessie ia saindo e eu a puxei pelo braço.

- Fala de uma vez, se não quiser levar outro tapa nesse seu rosto cheio de botox. – Eu disse em tom de ameaça. Jessie ficou calada. – FALA DE UMA VEZ. – Eu gritei e ela se assustou.

- Eu e o nos encontramos ontem.. – Ela disse, me olhando com raiva.

- Sério? – Eu arqueei a sobrancelha. - Eu já sei disso, garota! – Eu bufei.

- Eu tentei chantageá-lo. Ou ele terminava o namoro com você ou eu diria a você o segredo. – Jessie ainda me olhava com ódio, mas não tinha coragem de se aproximar.

- Segredo? Mas que segredo? – Meu rosto de raiva se transformou. Segredo? Por que a Jessie podia saber e eu não?

- Não será um segredo se eu te contar, né? – Jessie revirou os olhos.

- CONTA LOGO.. – Eu tentei avançar nela novamente, mas me segurou por trás.

- CALMA, ! – gritou.

- FALA LOGO, JESSIE! – Eu disse, olhando pra ela furiosamente. Ela voltou a me olhar assustada.

- O pai do .. – Jessie disse, me olhando de forma séria.

- O que tem ele? – Eu arqueei a sobrancelha e franzi a testa. me soltou, quando percebeu que eu estava mais calma.

- Ele.. morreu. – Jessie disse, vendo a minha reação.

- O que? – Eu não estava acreditando. – Eu vi o pai dele ontem, sua louca. – Neguei com a cabeça, certa de que ela estava tentando me enganar.

- Aquele é o padrasto dele, lerda. – Jessie voltou a revirar os olhos, cruzou os braços.

- Meu Deus.. – Eu suspirei, levei uma das minhas mãos a cabeça e entrelacei meus dedos em meu cabelo, sem reação. – Mas.. por que ele não queria me contar? Isso não faz sentido.. – Eu voltei a olhar pra Jessie, confusa.

- Por que foi sua culpa! – Jessie me olhou com desprezo.

- O que..? – Olhei pra ela, assustada. Do que ela estava falando? Eu não me lembro de nada disso.

- Peça pra ele te contar o resto. – Jessie descruzou os braços e saiu, rebolando como sempre. Meu coração disparou, eu tremia e suava frio. O que eu não sabia? Por que eu não podia saber?

- ? – entrou em minha frente e me olhou, preocupado.

- Você sabe alguma coisa sobre isso? – Eu perguntei, sem hesitar. me olhou, sério.

- Não foi sua culpa.. – apenas negou com a cabeça com um olhar triste.

- Droga, .. – Meus olhos se encheram de lágrimas e eu olhei pro meu irmão com raiva. Sai, indo em direção ao estacionamento da escola. ainda devia estar lá. Ele tinha que estar lá.


Eu sai da escola correndo. A mochila pendurada em um dos ombros e lágrimas nos olhos. Eu não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Eu não me lembro de morte nenhuma e nem de algum outro pai do . O que estava acontecendo?


Fui até a vaga que sempre deixava o seu carro. Ainda estava longe, mas consegui ver que o carro dele ainda estava lá. Corri ainda mais rápido e quando me aproximei, vi ele sentado no capô do carro de costa pra mim. Deixei a minha bolsa sobre a traseira do carro dele e me aproximei. Olhei pra ele, enquanto ele olhava pra frente.



- ..- Eu chamei por ele e ele nem se moveu. Consegui perceber o rosto dele totalmente molhado por causa das lágrimas. Dei mais alguns passos e entrei em sua frente. Ele então teve que me olhar. Franziu a testa, me olhando muito sério.

- Satisfeita? – perguntou, me olhando com desgosto.

- Não. – Eu respondi rapidamente. – Eu quero saber. – Eu disse olhando pra ele.

- Saber o que? – se fez de desentendido. Abaixou a cabeça, olhando pra suas duas mãos.

- Por que foi minha culpa? – Eu perguntei com a voz trêmula. voltou a me olhar, não havia tanta raiva em seus olhos dessa vez.

- Não foi sua culpa. – negou com a cabeça e voltou a abaixá-la. Ele já sabia que se tratava da morte do seu pai.

- Olhe pra mim, . – Eu me aproximei ainda mais, toquei seu rosto com minhas duas mãos e o levantei, fazendo com que ele voltasse a me olhar. – Me conta. – Eu não consegui conter o choro. – Eu preciso saber. – me olhou e quando viu que eu chorava, percebi que seus olhos lacrimejaram ainda mais. Tirei as mãos do rosto dele.

- Era dia 11 de Julho de 2001, eu tinha 8 anos. – segurava ainda mais o choro a cada palavra. – Eram 7 horas da noite e eu estava voltando de um jogo com meu pai. – levou uma das suas mãos ao seu rosto e passou um dedo em cada olho, tentando evitar o choro. – Eu me lembro que estávamos falando sobre o próximo jogo que teria. Nós tínhamos combinado de irmos juntos. – sorriu de forma espontânea, as lágrimas escorreram dos olhos dele e passaram pelo seu sorriso. – No caminho pra casa, estávamos passando por um cruzamento, quando um carro.. – franziu a testa, tentando evitar o choro e quando viu que não conseguiria, abaixou a cabeça. Meus olhos se encheram ainda mais de lágrimas e eu rapidamente o abracei.

- Eu sinto muito.. – Eu o abracei o mais forte que eu consegui. Ele não se moveu, porém eu continuei abraçando ele durante um tempo. Ele se afastou e me olhou.

- Me deixa terminar.. – passou suas duas mãos pelo seu rosto, tentando secar todas as lágrimas que existiam lá.

- Não precisa, se você não quiser. – Eu disse, tentando evitar mais sofrimento.

- Eu vou contar agora. – me olhou, sério. – Então, um carro bateu no nosso. O carro do meu pai capotou muitas vezes. Eu olhei pro meu pai e ele ainda estava vivo.. – deixou de me olhar por um segundo e voltou a me olhar no outro. – Ele estava todo machucado, mas ainda conseguiu falar comigo. – não conseguiu segurar e voltou a chorar. Não quis esconder dessa vez. Chorou, enquanto olhava em meus olhos. – Sabe o que ele disse? – perguntou de forma retórica, um sorriso fraco surgiu em seu rosto. Eu neguei com a cabeça, enquanto voltava a chorar também. – Ele disse: ‘Não se preocupe, filho. Eu vou ficar bem. Eu estou bem.’ – chorava como eu nunca havia o visto chorar. – Então ele disse que eu teria uma vida incrível e que eu encontraria uma garota, que mudaria a minha vida. Disse que eu saberia quando ela aparecesse e que ela me faria o cara mais feliz do mundo, como a minha mãe havia feito ele. – sorriu fraco, enquanto ainda chorava muito.

- Era o carro do meu pai que bateu no seu, não é? – Eu perguntei aos prantos. Eu já havia deduzido.

- Nós nos conhecemos naquele dia. – confirmou, conseguindo conter as suas lágrimas. Passei as mãos pelo meu rosto, sem acreditar.

- Mas eu.. não me lembro. Não tenho lembrança alguma daquele dia. Ninguém nunca falou comigo sobre isso. Eu.. – Eu disse, entre soluços.

- Eu soube que era você. – me olhou, sério. As lágrimas não escorriam mais pelo seu rosto, mas elas permaneciam em seus olhos.

- O que? – Eu perguntei, sem entender.

- Meu pai havia acabado de me dizer que eu saberia quando a minha garota aparecesse. Quando eu vi você, eu soube.. – explicou e eu olhei pra ele, surpresa. Engoli o choro. Eu precisava de respostas.

- Por que eu não me lembro? – Eu perguntei com medo do que viria a seguir.

- Eu.. – hesitou dizer.

- Eu preciso saber, . – Eu pedi, voltando a chorar. Ele me olhou e se mostrou comovido com o meu choro.

- Meu pai.. pediu que eu fosse ver se as pessoas do outro carro estavam bem. Eu sai do carro e fui até o carro do seu pai. Você estava chorando, estava assustada. Estava presa no cinto de segurança e não conseguia sair. Você reclamava do seu braço...ele estava quebrado. Seu pai estava desacordado. – explicava cada detalhe, olhando pra mim. Eu chorava cada vez mais.

- Você me salvou.. – Eu sentia meu coração apertar. Eu ainda não me lembrava do dia, mas a dor parecia ser a mesma.

- É, eu salvei.. – concordou com a cabeça. – Eu tirei você de lá. Demorou um tempo pra eu conseguir te acalmar. Eu liguei pra polícia com o celular do seu pai. Eu quis voltar até o meu carro, falar com o meu pai, mas você me pediu pra ficar, pra eu não te deixar sozinha por que você estava com medo. Eu não consegui. – explicou, me vendo chorar. Ele ainda parecia se importar comigo.

- O que aconteceu com o seu pai? – Eu perguntei, tentando engolir o choro.

- A ambulância chegou e quando você já estava com os médicos, eu corri até o meu carro para avisar o meu pai, que a ambulância tinha finalmente chego. – abaixou a cabeça. – Quando eu voltei lá, ele estava... – voltou a me olhar, as lágrimas estavam prestes a escorrer de seus olhos.

- .. – Eu suspirei e neguei com a cabeça, vendo ele voltar a chorar.

- Eu não pude nem me despedir. – se levantou e ficou em pé, ficando de costas pra mim. – Ele sabia que ia morrer. Foi por isso que me pediu pra ir até o seu carro. Ele não queria que eu visse. – disse, apoiando a sua cabeça na grade do estacionamento e pendurando seus dedos em um de seus buracos.

- Eu sinto muito, . Eu.. não sabia.. não lembrava.. do acidente e nem mesmo de você. – Eu tentei ajuda-lo de qualquer maneira.

- Eu sei, está tudo bem. – negou com a cabeça, ainda de costas pra mim.



Esse assunto era delicado demais pro . Ele não gostava nem de se lembrar dele, muito menos de falar sobre ele. Foi o pior dia da sua vida. A única coisa que fez aquele dia ser menos pior, foi ter me conhecido.. apesar de tudo.

- Por que eu não me lembro, ? – Eu voltei a perguntar. Aquilo estava me angustiando. Várias possibilidades passaram pela minha cabeça, mas eu não tinha certeza de nenhuma.

- É por isso que eu não queria que soubesse.. – disse, ainda sem me olhar. Fui até ele, segurei o seu braço e o virei, para que eu pudesse ver o seu rosto. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e ainda haviam lágrimas por todo o seu rosto.

- Eu achei que tínhamos nos conhecido na minha casa. Você era amigo do e eu.. só conheci você. – Eu disse, olhando pro . Eu também estava chorando.

- Eu fui até o hospital e tentei ver você. Não me deixaram.. – me explicou de forma agoniante.

- Por que, ? Me diz, por que?! – Eu ficava cada vez mais desesperada com tudo aquilo.

- Sua memória.. – abaixou a cabeça e passou os dedos de uma de suas mãos nos olhos. Ergueu a cabeça e voltou a me olhar.

- Awn.. meu Deus.. – Eu senti meu coração disparar novamente. Eu estava muito nervosa com tudo aquilo. Sentia meu corpo todo estremecer.

- Você não conseguia se lembrar de nada sobre o acidente. Você só se lembrava das coisas que aconteceram antes do acidente. Você esqueceu tudo.. desde a batida até acordar no hospital. – explicou, me olhando com tristeza. Me ver chorando, ainda quebrava o seu coração.

- Por que eu nunca soube disso? Por que ninguém nunca me contou isso? – Eu perguntei, enlouquecendo.

- Nós tínhamos medo de que se você se lembrasse do acidente.. poderia causar algum trauma. Eu não sei.. – negou com a cabeça. Ele não chorava mais, mas ainda estava bastante abatido. – Foi por isso que eu não te contei. Foi por isso que eu me encontrei com a Jessie ontem. Ela sabe de tudo e eu estava com medo dela contar isso pra você. – explicou, me olhando de forma chateada.

- Já faz tanto tempo.. você poderia ter me contado. Está me contando agora. – Eu fiquei, séria.

- Você não entende, não é? – forçou um sorriso e negou com a cabeça. – Eu não queria que você se lembrasse daquele dia. Eu faria qualquer coisa pra não me lembrar do pior dia da minha vida. – Os olhos de voltaram a se encheram de lágrimas. Eu não tinha certeza se era de tristeza ou de raiva. – Desculpe se eu quis te poupar de se lembrar de toda aquela tragédia, ok? – saiu, voltando a me deixar sozinha.

- Você está certo.. – Eu suspirei e me virei, indo até ele. Olhei pra ele novamente. – Me desculpa, eu não estava pensando. Eu não... – Eu comecei a dizer, arrependida.

- Você nunca pensa, né? – voltou a negar com a cabeça. Com certeza era raiva que estava em seus olhos. – Você ainda não percebeu que tudo o que eu faço é pensando em você? Eu dou o melhor de mim, mas isso não parece ser importante e nem o suficiente pra você, não é? – me olhou, irritado.

- .. eu vi você com a Jessie e você não me disse nada. Eu não sabia de nada do que estava acontecendo. Eu não sabia de tudo isso. Eu.. – Eu parei de falar, o choro não me deixou terminar.

- Você me conhece, você sabe o que eu sinto por você. Do que mais você precisa pra confiar em mim? – não se abateu e continuou sério, porém com lágrimas nos olhos.

- Eu sei, eu errei. Eu confio em você.. – Eu ia dizendo, quando me interrompeu.

- Para de dizer isso. – se afastou, irritado.

- Você não pode me desculpar? – Eu perguntei, vendo ele de costas.

- Você não sabe o quanto me machuca essa sua falta de confiança. – negou com a cabeça, ainda de costas.

- Eu sei, me desculpa. – Eu voltei repetir e andei até ele, entrando em sua frente.

- Desculpa? É isso que você vai fazer a cada desconfiança sem sentido? Pedir desculpa? – me olhou, irritado.

- O que eu posso fazer, ? Eu não sei.. como.. – Eu abri os braços, sem saber o que fazer.

- ‘Me desculpa’ são apenas palavras. Palavras não são como um band-aid, que escondem um machucado. Palavras não fazem com que fique menos doloroso. Você entende isso? – perguntou, me olhando sério.

- O que você quer dizer? – Eu parei de chorar na hora, meu coração parou. Olhei pra ele, assustada. Meu rosto ainda estavam coberto de lágrimas e meus cílios encharcados.

- Você sabe que eu amo você, não é? – As sobrancelhas de decaíram, enquanto ele tentava não chorar.

- Eu sei.. – Eu concordei. Parece que eu sabia o que ele faria. Eu estava sentindo. Olhei pra ele, séria, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

- É por isso que é tão difícil pra mim.. – As lágrimas também voltaram a escorrer dos olhos do . Não tinha a ver com seu pai dessa vez. Era sobre nós.

- Diz.. – Eu pedi, certa do que ele diria. me olhou com tristeza e negou com a cabeça. Eu já não chorava desesperadamente, as lágrimas só escorriam dos meus olhos.

- Eu preciso de um tempo. – levantou o seu rosto e voltou a me olhar. Os olhos estavam tristes e ele ainda chorava. – Nós precisamos de um tempo. – Uma dor enorme invadiu o meu peito. Era como se um buraco enorme tivesse se abrido em baixo de mim e eu estivesse caindo e caindo. Não tinha mais ninguém pra me segurar. havia me soltado.



percebeu o quão inconsolável eu fiquei e foi até mim e segurou meu rosto com suas duas mãos.



- Não chore, por favor. – pediu, olhando meus olhos de perto. Ele estava se esforçando muito para não chorar o quanto queria.

- Não, .. – Eu neguei com a cabeça e fechei os olhos, para que as lágrimas parassem de sair deles.

- Eu amo você, ok? – repetiu com a voz trêmula. Abri os olhos e voltei a olhar os dele. – Você precisa saber lidar com tudo isso. Você precisa aprender a confiar em mim, a confiar no que eu sinto por você. Você precisa de um tempo. – passou os dedões embaixo dos meus olhos, secando minhas lágrimas. – Eu darei esse tempo pra você. – Eu via as lágrimas sair dos olhos do de bem perto.


me olhou pela última vez e com as mãos ainda em meu rosto, virou o rosto. Queria tanto ir embora, queria resistir aquilo. Não conseguiu. Se aproximou e selou meus lábios. Os olhos foram fechados. As mãos dele deslizaram até as laterais do meu pescoço. Pude sentir os lábios salgados dele, certamente por causa das lágrimas. Ele também deve ter sentido o mesmo sabor nos meus. Não passou de um longo e emotivo selinho. Era o último.


desgrudou nossos lábios forçadamente. Abrimos os olhos no mesmo instante. Tirou as mãos do meu rosto e rapidamente se virou de costas, indo em direção ao seu carro, abrindo a porta do mesmo e entrando. De dentro do carro, ele me olhou, ele ainda estava chorando. Ligou o carro e deu a ré. Eu estava parada, sem reação. Não conseguia me mover, as lágrimas só saiam involuntariamente dos meus olhos. O carro se afastou e saiu, deixando de ficar em minha vista.


Encostei as costas na grade do estacionamento e deslizei até o chão de forma lenta, enquanto chorava drasticamente. Fiquei agachada e os meus cotovelos estavam apoiados em minhas coxas. Eu havia perdido ele. Agora era um fato. terminou comigo. Acabou. Acabou pra sempre. Eu não conseguia me conformar com isso e nem com a história do acidente.



- ! – disse, assim que me viu ali. Veio correndo até mim e se agachou em minha frente. – Está tudo bem?- perguntava, preocupado.

- Acabou.. – Eu disse, abraçando ele. rapidamente percebeu do que eu estava falando. Passou a mão pelos meus cabelos e beijou a minha cabeça.

- Eu sinto muito. – continuou me abraçando. – Eu posso fazer alguma coisa pra ajudar? – perguntou, sem saber como agir.

- Eu quero ir pra casa. Me tira daqui.. – Eu pedi e ele rapidamente me levantou, ainda mantendo o abraço.

- Vamos, vou te levar pra casa. – me acompanhou até o carro e me colocou dentro dele. Dirigiu até a minha casa o mais rápido que conseguiu. Não falou nada durante o caminho. Sabia que nada do que ele dissesse faria parar de doer, faria as coisas melhorarem.




Chegamos em casa e eu desci do carro rapidamente e entrei em minha casa. Subi correndo pro meu quarto e fechei a porta. Me encostei nela, enquanto continuava chorando. Eu respirava com dificuldade, o meu coração parecia que ia saltar do peito. Deslizei pela porta e me sentei no chão, apoiando minha cabeça em meus joelhos.


Nunca havia sido tão doloroso. O amor traz várias dores. A dor dilacerante de não ver aquele sorriso só meu, de ser abraçada por aqueles braços que são os únicos que podem me proteger, de ser beijada por aqueles lábios que me dá arrepios e me fazem sorrir como boba, de receber aqueles carinhos que nas horas de sofrimento é a única coisa que me acalma.


A outra dor é a dor de saber que tem que esquecer uma pessoa que é inesquecível, é a dor de tentar deixar de amar uma pessoa que você sabe que vai amar a vida toda e a dor de deixar de sentir aquilo que eu sentia, quando eu estava com ele. Eu não queria perder aquilo.


Despedir-se de um amor, é como se despedir de si mesmo. O amor está dentro de você, ele te consome, ele se torna o motivo de seus sorrisos e sonhos. Como tirá-lo de dentro de você, sendo essa a única forma de parar de doer?


foi o caminho todo chorando até a sua casa. Chegou em casa e nem falou com a irmã ou com a mãe, que perguntavam o que havia acontecido. Subiu pro seu quarto e trancou a porta. Não queria ver ninguém, não queria falar com ninguém. Avistou o porta retrato sobre o criado mudo, foi até ele e o abaixou. Se levantou e levou as mãos a cabeça. Por que a coisa certa a se fazer era tão dolorosa? Por que eu só não podia confiar nele? Não seria mais fácil? Não teria evitado tudo isso?



- Droga.. – pegou a almofada que estava em sua frente e a atacou no outro lado do quarto com força. O espelho ainda tinha a minha mensagem. Ele leu e releu e foi até ele, olhando o espelho com raiva. – Por que você acabou com tudo? – falou com o espelho, como se fosse eu que estivesse bem ali na sua frente. – Por que eu tenho que amar você? Por que você? – não conseguiu dizer com a raiva que quis. O seu choro não deixou.


Como queria dizer que tudo aquilo havia feito ele me amar pelo menos 0,5% a menos. Não seria verdade. Ele não queria ter dado um tempo. Ele não precisa de um tempo, mas sabe que isso será melhor pra nós dois e em algum momentos, nós iremos perceber isso. Nós precisamos estar longe para dar o valor ao que sentimos.


Eu precisava de um tempo para descobrir de forma mais intensa o que eu sentia e descobrir o que eu e tínhamos. Nós tínhamos TUDO. Estava dentro de cada um de nós, eu só não havia descoberto ainda. Eu ainda não havia descoberto que eu e éramos tudo o que nós dois tínhamos, tudo o que precisávamos e tudo o que queríamos.


Capítulo 32 - Eu, eu mesma e a solidão




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:





Eu só estava ali por que era dia de prova. Eu juro! Por mim, eu nunca mais voltaria para aquela escola, nunca mais olharia para a cara daquela Jessie de novo e muito menos pra cara do . Isso não iria me fazer bem.


Entrei na escola e todos pareciam me olhar. Certamente, haviam adorado o show que eu e a Jessie demos no meio do pátio, ontem. E eu que achei que era a mocinha, a injustiçada.. acabei saindo como a vilã. Fui mesmo a vilã, mas sem intenção alguma.


Eu ainda não havia falado com ninguém sobre o que eu havia descoberto no dia anterior. Eu estava tão irritada com os meus pais e com o por terem me escondido isso. Eles que não viessem com essa desculpa de que foi pro meu bem, por que isso não vai funcionar. Eu tinha o direito de saber e não da forma que eu soube.


As pessoas me olhavam e riam, outras me olhavam e cochichavam com seus amigos. Sabe como é se sentir assim? Sabe como é sentir que esta no lugar errado? Não liga, são todos idiotas, por que falam sem saber a metade do que acontece na sua vida.


Olhei pro lugar que os meus amigos ficavam todos os dias e lá estavam eles. estava de costas, conversando com eles. Me deu vontade de sair correndo dali, só em vê-lo de costas. Ninguém havia visto eu me aproximar, pois eles conversavam. falava alguma coisa e todos estavam em volta, olhando pra ele e escutando ele falar. era o único que não estava ali. Não sabia onde ele estava, já que eu havia decidido vir a pé pra escola naquele dia. Não queria falar com ele tão cedo.


Eu queria ter coragem de chegar até onde eles estavam, olhar pro , sorrir e falar ‘hey, como está, ?’. É claro que eu não fiz isso. Eu já teria começado a chorar antes mesmo de chegar na metade disso tudo. Resolvi não me aproximar, passei por eles direto e desci as escadas que estava ao lado deles.


me viu passar, mas não acreditou. Virou para trás para confirmar se era eu mesma.

- Ué.. – disse, sem entender. Todos eles já sabiam que eu e tínhamos terminado, mas não entenderam o motivo de eu nem olhar na cara deles.



olhou pro final da escada e me viu descendo. Ficou sério e abaixou a cabeça, chateado com a situação.

- Tem certeza do que você fez, ? – perguntou, vendo que ainda estava abaladíssimo. – Quer dizer.. você não parece bem com tudo isso. – continuou.

- , não faz nem um dia que ele terminou com a namorada. Você queria que ele estivesse como? – revirou os olhos.

- Eu amo ela. Estou ciente disso, mas.. o que ela fez foi.. errado. – disse, sério.

- Então.. o que? Você nunca vai desculpá-la? – perguntou.

- Eu não sei.. – negou com a cabeça e colocou sua mochila em um dos ombros. – Vou pra sala. – disse, subindo as escadas. Todos observaram ele se afastar.

- Eu nunca vi o tão mal. – disse, olhando terminar de subir as escadas.

- A também deve estar. – disse, preocupada.

- Não adianta não perdoá-la se ele está sofrendo assim. – deu o palpite.

- Essa história do pai dele parece ser muito traumatizante pra ele. – analisou.

- O amor deles sobreviveu a duas perdas de memória. Será que consegue sobreviver a isso também? – perguntou de forma retórica. Não gostava de ver os amigos assim. Não ter eu e o ali faziam as coisas parecerem sem graça.

- Se tivesse algo que pudéssemos fazer.. – disse, pensativo.

- Melhor não. O assunto é sério dessa vez. Não é uma briguinha ridícula. está chateado e magoado. Nós podemos piorar as coisas. – logo descartou a ideia.

- E ai.. – chegou, totalmente eufórico. Estava atrasado. Beijou a rapidamente.

- Sempre atrasado. – riu do amigo.

- Minha irmã já chegou? – perguntou, olhando pros lados, me procurando.

- Chegou. Desceu direto pra sala. – explicou.

- Ela não fala comigo desde ontem. – fez careta.

- Não reclame! Você pelo menos viu ela dando um tapa na Jessie, ontem. – riu.

- Deu até orgulho dela. – sorriu e todos riram.

- O também não está nada bem.. – disse, fazendo uma cara triste.

- Cadê ele? Já chegou? – procurou pelo .

- Foi pra sala também. – respondeu.

- Eu queria tentar convencê-lo a desculpá-la. – negou com a cabeça.

- Não adianta se envolver, . É coisa deles. está chateado e nada vai mudar o que foi feito. – aconselhou o namorado.

- A minha irmã esta muito mal. Eu consegui ouvi-la chorando a noite toda. – estava visivelmente triste com tudo aquilo.

- Se for pra eles ficarem juntos, eles vão ficar. Vamos esperar. – disse, quando ouviu o sinal da primeira aula tocar.

- Nem estou com cabeça pra fazer porcaria de prova alguma. – resmungou, revoltado.

- Eu nunca estou com cabeça pra fazer provas, então.. foda-se. – disse e todos riram.

- Até o intervalo. – disse, subindo as escadas. Todos se despediram e foram para suas salas.


Eu havia chorado tanto durante a noite, que até havia me acostumado. As lágrimas vinham em meus olhos a todo o momento. Mesmo não pensado em todos aqueles problemas. Minha cabeça podia estar em outro lugar, mas o meu coração estava no mesmo lugar de ontem a noite e ainda estava quebrado. Eu tinha que passar as mãos nos olhos a todo momento, para que as lágrimas não escorressem pelos meus olhos.


se esforçava ao máximo para prestar a atenção na aula de História, mas não conseguia. É como se tudo aquilo estivesse grudado em seu cérebro. Não sabia o que o deixava mais acabado: o término do namoro ou o motivo dele. ficou anos sem falar sobre o pai e quando falou, foi em uma situação como aquela. Foi em uma situação forçada por mim. Como acha que ele se sente?


O sinal do intervalo tocou e eu ainda não havia decidido o que faria. Eu deveria ficar com os meus amigos no intervalo? estaria junto. Eu conseguiria sobreviver aquilo? Eu tinha que sobreviver! Eu não podia largar meus amigos por causa de tudo aquilo. Eu já havia perdido e não estava em condição de perder mais ninguém. Certo! Eu vou até a mesa deles e fico lá. Se eu estiver mal, eu dou uma desculpa e saio. Simples assim.


Desci as escadas e vi eles sentados de longe. estava de costas e o único lugar na mesa era ao lado dele. Eu desisti na hora. Virei de costas e comecei a andar na direção contrária, quando vi Jessie em minha frente. Ela estava vindo em minha direção com suas amigas. Não, eu não resistiria mais aquilo. Não hoje. Não depois de tudo. Voltei a ir em direção a mesa dos meus amigos e do . Me aproximei de mesa e me sentei ao lado dele. Todos me olharam. Alguns sorriram e outros me olharam de forma preocupada. virou o rosto para ver quem estava ao seu lado e quando me viu, ficou sério e voltou a olhar pra frente, sem dizer nada.


- Oi ! – sorriu pra mim.

- Oi.. – Eu disse, sem ânimo algum, mas com um sorriso fraco no rosto.

- Eu procurei por você hoje de manhã, mas você já tinha saído. – tentou puxar assunto comigo.

- É mesmo? – Eu olhei pra ele, séria.

- É.. – sorriu, sem graça.

- Vamos no jogo hoje, ? – me convidou. É mesmo! Eu havia me esquecido que tinha jogo dos garotos hoje.

- Não vai dar.. – Eu fiz careta. – Tenho que estudar pra prova de amanhã. – Eu menti, mas não totalmente. Eu realmente tinha prova no dia seguinte, mas eu perderia algumas horas de estudo se as circunstâncias fossem outras.

- Que droga.. – fez careta. É claro que ela também sabia que era uma desculpa.


As garotas começaram a falar sobre um novo clipe do ‘Maroon 5’, que havia saído há pouco tempo e os meninos sobre o jogo que fariam naquele dia. Eu e o fomos os únicos que ficamos quietos. Eu folheava um caderno, fingindo que estava estudando e via os amigos conversando. Percebi quando deixou de olhá-los para olhar pra mim.



- Então.. você está bem? – perguntou, sem jeito. Deixei de olhar o caderno para olhá-lo. Ele estava mesmo falando comigo? Meus Deus.. como é que se fala mesmo? Todos da mesa passaram a prestar a atenção na conversa, mas conseguiram disfarçar bem.

- Eu.. estou bem. – Eu sorri fraco. – E como você está? – Eu perguntei, um pouco mais séria.

- Eu vou.. ficar bem. – sorriu rapidamente, sem mostrar os dentes. Meu coração estava disparado, como se tivéssemos acabado de nos conhecer e nada daquilo tivesse acontecido. – Nós podemos conversar? – perguntou, depois de um tempo.

- É claro.. – Eu sorri espontaneamente. Por um minuto, a ideia de que me diria que queria reatar o namoro passou pela minha cabeça. É claro que não era isso. Ele ainda estava chateado. Eu conseguia ver isso nos olhos dele.



se levantou, demonstrando que queria que conversássemos longe dali. Eu entendi rapidamente e guardei o caderno dentro da bolsa. Me levantei e deixei a mochila sobre a mesa, ao lado da de . Voltaríamos antes de acabar do intervalo.


Começamos a andar lado a lado. O clima estava bem estranho. Eu não começaria aquela conversa! Ele é quem havia me chamado pra conversar, portanto, ele é quem devia começar a conversa. estava indo em direção ao jardim da escola, um lugar mais quieto e menos movimentado. Eu só o acompanhava sem dizer nada.

- Você não parece bem.. – disse, olhando pro chão e depois olhando pra mim.

- Você também não. – Eu respondi com um sorriso fraco. voltou a olhar pra mim e sorriu de lado, sem mostrar os dentes.



Chegamos no jardim e ele se sentou. Eu fiz o mesmo, me sentando ao lado dele. Ele virou todo o seu corpo pra minha direção e eu fiz o mesmo. Olhou pra mim, sério e me observou por um tempo. Abaixou a cabeça e olhou para suas mãos. Eu observava ele de cabeça baixa e ele voltou a olhar pra mim.



- Quer saber de uma coisa? – tinha um sorriso desconcertante no rosto. Era um sorriso triste.

- Quero.. – Eu continuei a olhá-lo.

- Depois da morte do meu pai, a minha vida meio que desmoronou. – explicava, sério. Deixou de me olhar, olhou pra algo atrás de mim. – Era só eu e a minha mãe e eu.. – me olhou dessa vez. Não havia raiva em seus olhos, ele estava sério, mas de forma serena. – Eu não sei. Eu meio que me perdi. Só ia pra escola por que a minha mãe mandava. Minhas notas eram péssimas. Eu não gostava daquele mundo, daquele lugar onde todo mundo tinha um pai e eu não. – continuou, me dizendo daquele jeito tão calmo. As vezes eu olhava pros lábios dele, para ver eles se movendo pra cima e pra baixo. – Minha mãe resolveu me mudar de escola. – abaixou o rosto, deixando de me olhar.

- Essa escola, não é? – Eu perguntei e ele imediatamente me olhou.

- É.. – concordou com um sorriso fraco.

- Eu estava na 5° série. – continuou me explicando, enquanto me olhava. – Eu não era exatamente a pessoa mais sociável da escola, mas mesmo assim, eu arranjei 3 amigos. – disse, deixando de me olhar. Olhou de longe pra mesa em que nossos amigos estavam sentados. Ok, eu já havia entendido que os 3 amigos eram , e .

- Sei.. – Eu sorri e ele me olhou, viu o meu sorriso e também sorriu.

- A professora de História tinha pedido um trabalho em grupo e eu fiz o meu com esses amigos. Fui até a casa de um deles pra fazer esse trabalho. – continuava com aquele sorriso fraco no rosto.

- E o que aconteceu lá? – Eu perguntei, quase rindo. Eu já conhecia aquela história.

- Tinha uma garota lá. – deu um sorriso um pouco maior. – Irmã do meu amigo. – O sorriso dele foi diminuído. – Era a mesma garota do dia do acidente. Era a garota que me fez ter boas lembranças mesmo no pior dia da minha vida. – disse, voltando a ficar sério. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu sorri, pra que ele não pensasse que aquilo fosse uma coisa ruim.

- Aposto que essa garota gostaria de te agradecer por salvá-la e não deixa-la sozinha naquele carro. – Eu disse e logo depois, uma lágrima escorreu por todo o meu rosto.

- Ela não sabe, mas.. – hesitou dizer. – Ela também me salvou. Me salvou de mim mesmo. Me salvou de toda a dor e tortura que eu vivi durante anos por causa do meu pai. – sorriu, sem mostrar os dentes. Levou sua mão até o meu rosto e secou a lágrima que haviam lá com um de seus dedos.

- Como? – Eu perguntei, olhando pra ele, confusa.

- Quando eu vi aquela garota linda na casa do meu amigo, aquele sorriso lindo, eu quis mudar. Eu quis mudar o meu comportamento pra impressionar ela. Eu não sei se teria conseguido ser tão forte sem ela. – me olhou de forma doce, enquanto um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.

- Ela, com certeza, faria qualquer coisa pra não ter te esquecido depois daquele acidente. – Os olhos continuavam cheios de lágrimas e eu não deixava de olhá-lo nem por um só segundo.

- O que eu quero dizer é que.. – deu um enorme sorriso, quando percebeu que as lágrimas também haviam alcançado seus olhos. Levou uma das mãos em seu rosto e secou seus olhos com seus dedos. Olhou pra mim e sorriu. As lágrimas definitivamente não estavam nos seus planos. – Essa garota mudou a minha vida. É como se ela ocupasse todo o vazio deixado pelo meu pai e.. – parou de falar e o sorriso que antes havia no rosto dele, desapareceu. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. – Eu não quero sentir aquele vazio de novo. – disse, me olhando e passando a mão pelo seu rosto, secando as lágrimas que estavam escorrendo de seus olhos.



Eu não toquei nele, apenas o observei, enquanto as lágrimas também voltaram pro meu rosto. Como eu pude ignorar tanto tempo o amor dele? Como eu pude desconfiar dessa ligação tão forte que nós sempre tivemos? Eu sou muito estúpida.



- Não é por que não estamos mais juntos, que não podemos estar na vida um do outro. Eu não sei fazer isso sem você, ok? – tinha seus olhos vermelhos, as bochechas rosadas e aquela expressão triste que tanto me desolava.

- Me desculpa, . – Eu disse com a voz trêmula. – Eu não posso. – Eu neguei com a cabeça. Sentia meus cílios encharcados.

- Por que não? – me olhou com desespero.

- Eu amo você. Amo mais do que qualquer coisa. – Eu ia explicando, enquanto lágrimas iam escorrendo pelos meus olhos. – Eu não sei olhar pra você e não lembrar de tudo o que aconteceu. Eu não suporto o fato de estar ao seu lado e não ter você segurando a minha mão, me fazendo carinho ou me dando beijos e abraços. – Eu disse, chorando. acompanhava meu sofrimento com seus olhos cheios de lágrimas. – Ver você e saber que não é mais meu é tortura demais pra mim. Eu só.. – Eu respirei fundo antes de continuar. – Não sei como fazer isso. Me desculpa. – Eu disse, passando as duas mãos pelo meu rosto, tentando secar todas as lágrimas que continham lá.

- Nós só demos um tempo. Nós ainda podemos.. – ia dizendo.

- Não. – Eu o interrompi. – Não faz isso. – Eu pedi e me olhou, surpreso.

- Por que não? – não estava entendendo.
- Eu sei o que eu fiz, . Não tem perdão e estou ciente disso. Eu só queria pedir que você tornasse essa minha decisão mais fácil, por que eu não faço a menor ideia de como vou fazer isso. – Eu disse e me levantei. também se levantou rapidamente, tentando fazer algo antes que eu fosse embora.

- Você não precisa fazer isso, .. – tentou reverter a situação. Não que ele quisesse voltar com o namoro, mas era algo que poderia ser discutido no futuro e agora eu estava jogando essa possibilidade no lixo.

- Existe uma garota certa pra você. Não sou eu. – Eu disse, olhando pra ele. Os olhos dele estavam cerrados, ele não entendia aquilo e jamais entenderia. Os olhos dele estavam cheios de lágrimas.

- É claro que é você! É você quem eu quero. – tentou argumentar e tirar aquela besteira da minha cabeça. As lágrimas que estavam em meus olhos, começaram a escorrer pelo meu rosto.

- Adeus, . – Eu disse, saindo rapidamente dali. Comecei a andar em direção ao pátio. Todas as pessoas olhavam pra mim, que ainda chorava dolorosamente. Fui até a mesa dos meus amigos. Quando me aproximei, todos me olharam. Eu nem olhei pra eles e peguei a minha bolsa, saindo dali em seguida.

- ? – disse, vendo eu me afastar.

- Ela estava chorando? – perguntou, preocupado.

- Não idiota, ela estava rindo. Não ouviu as gargalhadas? – disse, revoltada.

- Eu vou falar com ela. – nem ligou para as provocações de e ia se levantando quando o impediu.

- Ela entrou no banheiro feminino.. – explicou.

- Foda-se, eu entro mesmo assim. – tentou se levantar de novo.

- Eu e as meninas vamos lá falar com ela. – disse, irritada com . – Vocês vão falar com o , que também parece não estar nada bem. – apontou com a cabeça em direção ao .

- Vamos lá. – se levantou, levando a sua mochila junto. e acompanharam .



As garotas foram pro banheiro feminino a minha procura. Eu estava em frente ao espelho, chorando como uma criança de 4 anos.



- Awn .. – me abraçou rapidamente. Eu a abracei forte, ainda chorando muito.

- O que aconteceu, amiga? – tirava o cabelo do meu rosto, enquanto eu ainda estava abraçada a .

- Eu perdi ele.. – Eu disse em meio a soluços.

- Não chora. – pediu, passando uma das suas mãos no meu rosto, secando minhas lágrimas.

- Por que isso tem que ser tão difícil? – Eu perguntei, terminando o abraço de .

- Se fosse fácil, não se chamaria amor. – me olhou de forma triste.


, e chegaram até , que estava sentado, os cotovelos apoiados em sua coxa e a cabeça baixa apoiada em suas mãos. Sim, ele estava chorando, mas não da mesma forma que eu.

- Cara, tudo bem? – perguntou, se sentando ao lado do amigo.

- Eu estou bem.. – levantou seu rosto. Os olhos estavam vermelhos, o rosto molhado. Ele passou a mão pelo seu rosto, secando suas próprias lágrimas.

- E por que esse seu ‘estou bem’ parece um ‘eu estou péssimo’ ? – perguntou, olhando tristemente pro amigo. olhou pro rosto do amigos e viu preocupação em cada um deles. franziu a testa e suas sobrancelhas decaíram. Ele ia voltar a chorar.

- Eu preciso ficar sozinho. – disse, saindo e deixando os amigos falando sozinhos. Segurou o seu choro, enquanto passava pelo pátio da escola. Foi diretamente pro ginásio da escola. Ele sabia que não havia ninguém lá. Quando chegou lá, desabou.


Jogou sua mochila sobre um dos bancos da arquibancada e desceu, em direção ao campo. Pegou uma das bolas que haviam nos cantos do campo e começou a chutá-la, como se estivesse jogando contra alguém. Levou ela até a marca do pênalti e chutou, fazendo o gol. Passou a parte superior de um de seus braços em seus olhos, secando as lágrimas. Pegou a bola novamente e a colocou na marca do pênalti. Chutou e marcou outro gol. Fez isso 5 vezes.


Segurava o choro com toda a dificuldade do mundo. Preparou para chutar a 6° vez. Ele respirava com dificuldade. As lágrimas poderiam escorrer a qualquer suspiro. Começou a respirar mais rapidamente. Se alguém o visse, acharia que ele estava tendo algum problema pulmonar. A cada respirada, ele se enfraquecia. As lágrimas começaram a escorrer, enquanto ele acalmava a sua respiração. Chutou a bola em sua frente com força, como se aquela bola fosse o seu sofrimento. Talvez se a chutasse com toda a sua força, a dor em seu coração pararia.


Se sentou no chão, no centro da quadra. Ainda chorava e não conseguia parar. Passou a mão pelos cabelos e se abaixou, encostando suas costas no chão. Colocou um dos braços no rosto, tentando esconder aquelas lágrimas de si mesmo. Sua barriga se contraia a todo momento e acompanhava o seu choro desesperado.


O próprio não sabia exatamente do que estava chorando. Tinha momentos que achava que era pelo seu pai. Queria que ele estivesse ali para lhe dizer o que fazer para não perder a ‘sua’ garota. Em outros momentos, achava que estava chorando por que estava tudo tão confuso com relação a mim. Ao mesmo tempo que queria voltar correndo pros meus braços, estava magoado e doía tanto.



- Levanta daí, vai.. – Uma voz disse e rapidamente tirou o braço do rosto e olhou para ver quem era. Adivinha? A própria: Jessie!

- O que você quer, garota? – passou rapidamente as mãos pelo rosto, tentando esconder as lágrimas que haviam lá.

- Essa garota deve ter passado a idiotice dela pra você. – Jessie revirou os olhos. – Eu quero VOCÊ, né! – Jessie riu, tentando parecer sexy.

- Por que você não some, hein Jessie? – disse, se levantando. Sentia tanta raiva dela, que seu choro até tinha parado. – Eu não quero mais nada com você. – olhou pra Jessie, furioso. – E cala a sua boca antes de falar da . Você não é digna disso. – olhava pra Jessie com todo o desprezo do mundo.

- Para de defender essa vadia. – Jessie fez cara de nojo.

- Eu já mandei pra calar a boca! – gritou, irritado. Jessie fitou com os olhos.

- Eu odeio essa garota! – Jessie suspirou, irritada. - Eu vou acabar com ela! – Jessie bufou de forma descontrolada.

- Já não fez o suficiente? – perguntou, irônico. – Fica longe dela. – disse em tom de ordem.

- Você não manda em mim, lindinho. – Jessie disse, sarcástica e começou a andar em direção a saída do ginásio.

- HEY! – foi atrás dela e a puxou pelo braço. – O que você está armando dessa vez? Você já me separou dela! Não é isso que você queria? Deixa ela em paz agora. – disse, revoltado.

- Isso não tem mais a ver com você, . – Jessie sorriu falsamente. – Sou eu e ela, agora. – Jessie puxou o seu braço com força. – E eu venço. Eu sempre venço. – Jessie disse e saiu, deixando sem reação.



ficou até assustado com aquelas ameaças. Haviam ódio nos olhos de Jessie. Um ódio que ele nunca havia visto antes. Pensou no que ela poderia fazer e nada veio em sua cabeça. Legal, como se ele já não tivesse coisa demais na cabeça, agora tinha a preocupação.



- Eu preciso ir pra longe dele. Eu não consigo com ele aqui. – Eu disse, ainda aos prantos no banheiro. Como se esquece uma pessoa vendo ela todos os dias? Se apaixonando novamente por ela todos os dias?

- Então não esqueça ele, . Você não precisa fazer isso. – disse, tentando tirar aquela ideia da minha cabeça.

- Eu preciso sim. Eu não faço bem a ele. Eu só faço ele sofrer. Eu não quero mais isso. Eu não quero mais machuca-lo. – Eu disse, engolindo o choro. Já era a hora de parar. O sinal do final do intervalo estava prestes a tocar.

- Ok, então tenta esquecer isso, ok? Só por hoje. Amanhã não estará doendo tanto. – disse, tentando me acalmar.

- Eu sinto como se nunca fosse parar de doer. – Eu sorri fraco. Olhei no espelho e vi a minha cara toda enxada e molhada. Me abaixei e passei água em meu rosto.

- Nós vamos voltar pra aula agora e depois vamos pro jogo dos meninos. – disse.

- Eu não vou no jogo. – Eu disse, olhando pra ela com uma cara feia.

- Vai sim. – afirmou.

- Ele vai estar lá. Não vou. – Eu afirmei novamente, enxugando o rosto com o papel de enxugar as mãos.

- Acontece que seus amigos vão estar lá. Você não vai punir todos por causa do . Você vai ter que saber como lidar com isso. – explicou.

- É sério que vão me torturar desse jeito? – Eu arqueei a sobrancelha.

- É para o seu bem. Você não pode parar toda a sua vida por causa disso. – disse, sorrindo pra mim.

- Agora coloque um sorriso no seu rosto e finja que nada aconteceu, por que é isso o que as pessoas fazem. – disse, sabiamente.

- Ta. – Eu me olhei no espelho novamente. Era obvio que eu não conseguiria fazer o que pediu, mas eu fingiria só para ela ficar feliz.



Sai do banheiro e o pátio parecia meio vazio. O sinal já havia tocado e a maioria dos alunos já estavam indo pra sala de aula. Eu e as meninas deveríamos fazer o mesmo. Nos despedimos. Eu tinha aula com a e com o naquele dia. Sim, biologia. Entramos na sala e nos olhou, preocupado. Eu me sentei ao lado dele.

- Você está bem, ? – se virou na carteira para me olhar.

- Está tudo bem. – Eu olhei pra ele e forcei um sorriso.

- Eu odeio ver você assim. – fez bico.

- Eu vou melhorar. – Eu voltei a sorrir e me inclinei, beijando seu rosto, carinhosamente.

- Vai ficar tudo bem, ok? Eu prometo. – sorriu pra mim.

- Obrigada. – Eu pisquei pra ele e ele riu. Virou pra frente, pois a Sra. Pat já entrava na sala.



Consegui me concentrar na aula, por incrível que pareça. O assunto abordado na aula pareceu interessante e eu resolvi entrar naquilo de cabeça. Fiz os exercícios e copiei a explicação bem rapidamente.


também havia voltado pra aula, mas não com a mesma concentração que eu. Ele estava mal com tudo e estava preocupado com o que Jessie faria. Não pareceu que ela pegaria leve dessa vez.


O sinal do intervalo tocou, para a minha infelicidade. Isso quer dizer que eu teria que ir para o ginásio, vê-lo jogar. Há meses atrás, eu estava lamentando por ir ao jogo e ver o Peter. Hoje eu me vejo me lamentando pelo . O quão frustrante é a minha vida amorosa?

- Vamos encontrar com a e a lá. – avisou, enquanto levantávamos das carteiras.

- Vocês vão ao jogo? – sorriu, empolgado.

- Vamos.. – Eu sorri e ele me abraçou exageradamente.

- Awn, fico muito feliz. Eu quero que esteja lá me vendo jogar. – disse e eu ri.

- Ok, eu sei que você me ama. – Eu disse, me achando.

- E vai dizer que você também não me ama? – riu.

- Culpada. – Eu fiz careta e nós dois gargalhamos.

- Ok, eu tenho que correr pro jogo ou eu vou ficar de fora. – colocou a mochila nas costas. – Beijos, meninas. – beijou o meu rosto e o de e saiu correndo.

- Garoto doido. – gargalhou.

- Ele sempre me faz rir. – Eu sorri fraco e me olhou, vendo o meu desânimo voltar.

- Sem tristeza, vai. – enganchou o seu braço no meu e me arrastou pra fora da sala.



chegou no vestiário e todos os jogadores já estavam lá.



- Já íamos colocar alguém no seu lugar, viado. – riu, vendo chegar, desesperado.

- Se vocês fizessem isso, quem iria fazer o gol da vitória? – disse, colocando a camiseta e o short do uniforme do time.

- Eu, obvio! – se intrometeu.



estava sentado no banco, amarrando suas chuteiras, sem dizer nada. Parecia abatido, como era o de se esperar.



- ? – chamou pelo amigo e o olhou.

- O que? – perguntou, se levantando. As chuteiras já estavam amarradas.

- Tem certeza que quer jogar? Podemos colocar alguém no seu lugar. – sugeriu.

- Não, eu vou jogar. – bateu a porta do seu armário com força e saiu, indo em direção ao campo.

- Isso vai ser meio trágico. – disse pra e .

- Por que? – perguntou, sem entender.

- A vem assistir o jogo com as meninas. – fez cara triste.

- Não acredito.. – negou com a cabeça.

- Sua irmã é muito forte. – comentou, fechando a porta de seu armário.

- É a pessoa mais forte que eu já conheci. – sorriu fraco, orgulhoso.

- Ok, vamos ganhar esse jogo. – suspirou, enquanto eles iam em direção ao campo.



Eu cheguei no ginásio e não olhei pro campo. Não tive coragem. e já estavam lá. Fomos até elas.



- E ai, gatinhas? – disse, rindo.

- Fala, suas maria-chuteiras. – disse e elas gargalharam.

- Senta aqui, . – mostrou o lugar ao seu lado e eu me sentei.



Olhei pela primeira vez pro campo. Estava vazio, para o meu alívio. Somente as líderes estavam lá, se apresentando. Jessie estava entre elas, vadia como sempre. Comecei a assistir a apresentação delas.



- A Jessie podia cair lá de cima, né? – disse e eu ri.

- , você não pode desejar o mal dos outros assim. – Eu disse, rindo. – Mas.. só uma queda, não iria mata-la, certo? – Eu disse e as meninas gargalharam.


Voltei a olhar pro campo e elas finalizaram a apresentação. Os jogadores começaram a entrar no campo na sequência. Senti o meu corpo gelar e as dores voltarem. Percebi quando , e me olharam para verem a minha reação. Eu estava séria e com uma expressão, inevitavelmente triste. entrou primeiro e , e entraram depois. Estava tudo bem, eu estava conseguindo sobreviver aquilo.


pegou uma garrafa de água e levantou a cabeça para bebê-la. Terminou de beber e olhou pra arquibancada, exatamente pro lugar em que eu e as garotas sempre ficávamos. Quando ele me viu, paralisou. Nossos olhares se cruzaram por um instante, até eu deixar de olhá-lo rapidamente. continuou a me olhar disfarçadamente. Seu coração estava disparado como nunca. De uma coisa ele já havia se conformado: era impossível controlar o seu coração quando se tratava de mim.


O jogo ia começar e o público começou a gritar pelo nome do . Ele era o capitão e o craque do time. Ok, agora eu não estava bem. Aqueles gritos de ! !’ ecoavam em minha cabeça como sinos. As garotas me olharam, já arrependidas de terem me convencido a ir aquele jogo. me olhou novamente, antes da partida começar.


O jogo começou e por sorte, os gritos pararam. Todos estavam torcendo agora. As líderes de torcida dançavam na lateral do campo e eu percebi os olhares de Jessie sobre mim várias vezes. não estava bem na partida. Os passes dele saiam todos errados e ele não acertou o gol em nenhuma das dezenas oportunidades que teve.


estava irritado. A cada passe errado, a cada gol perdido, ele se irritava ainda mais consigo mesmo. Fingiu não saber quem era a única culpada de sua total falta de concentração. Aquela partida de futebol parecia com o que seria a sua vida a partir de agora: chata e frustrante.


O intervalo do jogo chegou e eu estava lá, viva. Com todo o meu esforço e força, é claro. A verdade é que eu não via a hora de sair dali, de ir pra longe dele, de ir pra um lugar onde eu pudesse chorar.


Os jogadores decidiram não descer pro vestiário, já que disseram que haveria um vídeo motivacional pra eles, que seria mostrado em um telão que havia em uma das laterais do campo. Os jogadores se sentaram no banco de reserva, outros se sentaram no chão, como o . Os braços estavam apoiados em seus joelhos.


Jessie monitorava a exibição do vídeo, ajeitando os últimos detalhes. achou tudo isso muito estanho. Ele sabia que Jessie nunca gostou de se envolver nesse tipo de coisa. O telão foi ligado e o público ficou tem total silêncio para assistir o vídeo, que estava começando.


A primeira coisa que apareceu no vídeo, foi uma foto minha. Arqueei a sobrancelha, sem entender. O que era aquilo? Confesso que a primeira coisa que me veio na cabeça foi uma possível surpresa do . , e me olharam, confusas. se virou pra trás e me olhou. Também achou que talvez fosse uma surpresa minha pra ele.


‘Oi, eu sou a e hoje eu gostaria de contar algumas coisas pra vocês.’ – Era a minha voz. COMO ASSIM ERA A MINHA VOZ? Arregalei os olhos, ainda sem entender o que estava acontecendo.




‘Vocês devem achar que eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por ter amigos tão leais, legais e populares. Vocês estão ERRADOS. ‘




A voz do vídeo disse, quer dizer, a minha voz disse. QUE DIABOS ERA AQUILO?

- Que coisa é essa? – Eu disse, sem reação. Eu estava assustada, surpresa e brava.




, , , e ! Sim, é deles que estou falando. Eu tenho suportado cada um deles por 7 anos. Eu sou mesmo uma pessoa muito boa.’




A voz continuou dizendo. , , e me olharam, surpresos. , e me olhavam, sérias.




é a pessoa mais infantil que eu já conheci. Adora dizer que é o melhor em tudo, quando é o fracasso em pessoa. Ainda bem que ele sabe jogar futebol, ou a escola não teria utilidade alguma pra ele.’




A voz continuou dizendo e os meus olhos se encheram de lágrimas. voltou a me olhar, totalmente decepcionado. Eu neguei com a cabeça, querendo dizer que eu nunca havia dito nada daquilo.




é outra recalcada. Se acha a pessoa mais estilosa da escola, quando é a vencedora do prêmio ‘Brega do Ano’.’




Eu olhei pra , esperando que ela não acreditasse naquilo. O público ria da cara dela e ela me olhou, chorando.




, o namoradinho dela, é outro que anda por ai, achando que faz alguma coisa no time. Todos sabem que ele só está lá por que seu amigo é o capitão do time.’



Eu comecei a chorar desesperadamente. Eu nunca havia dito nada daquilo, eu não pensava nada daquilo. Por que estavam fazendo isso? Todos riam de , que me olhava, irritado. escutava tudo com atenção e se surpreendia a cada palavra dita por ‘mim’ no vídeo. Ele não estava acreditando. Algo estava errado.



e são as melhores. Tenho que confessar, que elas pelo menos são engraçadas. Acham que são as pessoas mais agradáveis e descoladas da escola, enquanto andam com a turminha dos fracassados. Ridículo! ’



Eu já estava soluçando em meio as lágrimas. me olhou e me viu chorando. Parou e ficou me olhando por um tempo. Olhou pra Jessie e viu que ela gargalhava, enquanto me via chorando. se levantou rapidamente.



- Parem com isso. – Eu implorei aos prantos. Não era verdade. Nada dito naquele vídeo era verdadeiro. Eu nunca disse aquilo, eu nunca achei nada disso de nenhum deles.

- Merda.. - saiu correndo, em direção ao telão. Atravessou o campo e quando chegou na mesa em que estava o notebook, que transmitia o vídeo pro telão, desconectou todos os fios que encontrou pela frente. O telão se apagou. O público vaiou, não gostando da sua atitude.



me olhou e me viu levantando e saindo correndo pra saída do ginásio. Negou com a cabeça, lamentando por tudo aquilo. Sabia o quanto os amigos eram importantes pra mim. Ele sabia que eu jamais diria aquilo de nenhum deles. não sabia como, mas sabia que Jessie havia armado pra mim. Ele olhou pra trás e viu Jessie gargalhando com as amigas. Andou até ela, irado.



- Você vai pagar por isso, sua vadiazinha escrota. – enfiou o dedo na cara dela.

- Não sei do que você está falando, . – Jessie riu, falsamente.

- Você armou! Eu sei que foi você! – gritou. – Eu vou te desmascarar, sua falsa do caralho. – continuava gritando, furioso.

- Sua namoradinha é uma péssima amiga e a culpa é minha? O que você quer que eu faça, querido? – Jessie sorriu, sarcástica.

- Eu quero que você vá se foder, sua filha da p... – disse e saiu, revoltado. Quando olhou, seus amigos não estavam mais lá. Olhou pra arquibancada, , e também não estavam mais lá. - Merda. – foi atrás deles. Sabia que eles haviam ido atrás de mim. Tinha que dizer a verdade a eles antes que fizessem alguma estupidez.



Eu já estava fora da escola, quando alguém gritou o meu nome atrás de mim. Não olhei pra trás, pois reconheci a voz de . Continuei andando, quando apareceu na minha frente.



- Melhor amigo, né? – disse, me olhando com raiva.

- Me deixa ir embora. – Eu tentei dar um passo, mas ele me acompanhou, entrando em minha frente novamente.

- Eu não acredito que acreditei em você. – negou com a cabeça. Haviam lágrimas (provavelmente de ódio) em seus olhos.

- Eu nunca disse nada daquilo! – Eu gritei em tom de desabafo. , , , e chegaram até nós.

- Sua falsa! – gritou, chorando.

- NÃO FUI EU! – Eu também gritei, olhando pra todos eles.

- PARA DE MENTIR! – gritou, furiosa.

- Como eu pude te chamar de amiga? – disse com raiva e lágrimas nos olhos.

- Eu nunca disse nada daquilo, não fui eu! Eu juro! – Eu estava desesperada, por que ninguém estava acreditando em mim?

- Você é a pessoa mais falsa que eu já conheci na vida. – gritou com raiva.

- VAI SE FODER, ! SE ELA DISSE QUE NÃO FOI ELA É POR QUE NÃO FOI, PORRA. – entrou na minha frente, me defendendo.

- Você ouviu, não ouviu? Era a voz dela! – gritou com .

- Eu prefiro acreditar na palavra da minha irmã, do que acreditar na porcaria de um vídeo. – respondeu, irritado. Não sabia como e nem por que, mas sabia que eu era inocente em tudo aquilo.

- Eu nunca mais quero falar com você na minha vida! – gritou.

- Tenho vergonha de um dia ter te chamado de ‘amiga’. – me olhou com desprezo.

- Não façam isso. Por favor. Acreditem em mim. – Eu implorei, chorando dramaticamente.

- Eu fui a melhor amiga que eu pude, eu fiz tudo por você e o que você me dá em troca? – disse, ainda chorando.



passou pela saída da escola e nos viu de longe. Saiu correndo em nossa direção. Quando estava perto, viu que eu chorava e correu ainda mais. Chegou até nós e veio rapidamente em minha direção. Suas duas mãos estavam em meu rosto e ele me olhava de perto.



- Hey, tudo bem? – perguntou, desesperado.

- Não fui eu, . – Eu disse, chorando ainda mais e soltou o meu rosto e me abraçou. Uma das suas mãos estavam entrelaçadas em meu cabelo e ele acariciava a minha cabeça.

- Eu acredito em você. – Ele disse e eu o abracei mais forte. Quando percebi o que estava fazendo, era tarde demais. Terminei o abraço rapidamente.

- Me leva embora, . – Eu pedi e meu irmão me olhou e andou até mim.

- Vamos, eu levo. – passou seus braços em torno dos meus ombros. Olhou pro e sorriu. – Valeu, . – Disse, agradecido pelo amigo ter confiado em mim.



nos observava, enquanto nos afastávamos. Olhou pra trás e viu seus outros amigos. Eles ainda estavam unidos e se lamentavam pelo que acontecera.



- Vocês não deviam ter feito isso. – negou com a cabeça.

- Não vem defender ela aqui não, Jonas. – disse, revoltada.

- Não foi ela. – disse, sério.

- Não ouviu o vídeo não? Além de cego de amor, ta surdo? – disse e arqueou a sobrancelha.

- Foi a Jessie! – disse e todos olharam pra ele no mesmo instante.

- A Jessie é uma biscate, mas não tem como ela ter feito isso. – disse, enquanto tentava acalmá-la.

- Só se ela usasse um editor de voz, não é? – disse e todos se entreolharam. Sabia que Jessie realmente poderia ter feito aquilo com um editor de voz.

- Como tem tanta certeza disso, ? – perguntou, olhando pra ele seriamente.

- Jessie me disse hoje que iria fazer alguma coisa contra ela. Disse que ia acabar com ela. – explicou.

- E isso justifica alguma coisa? – perguntou.

- Eu não sei quem gravou aquele vídeo, mas esqueceram de acrescentar ‘burro’, quando te descreveram. – arqueou a sobrancelha.

- Vai se foder, . – disse, bravo.

- Ela disse que ia fazer algo contra ela e que não era mais sobre mim. Ela quer acabar com a , tirando todos dela. – explicou e a expressão de mudou rapidamente.

- Não.. – colocou a mão no rosto, sem acreditar no que tinha feito.

- Você acabou de falar as coisas mais horríveis do mundo pra sua melhor amiga, sem que ela merecesse. – disse e negou com a cabeça, se xingando mentalmente.

- Como vou saber se foi a Jessie mesmo? – perguntou, séria. – Você não tem nenhuma prova. – afirmou.

- Provas? – sorriu, irônico. – 7 anos, ! Todos vocês conhecem ela há 7 anos, conviveram com ela todos os dias e sabem como a amizade de todos vocês é importante pra ela. Analisem todos esses anos... – olhou pra eles, sério. – Se vocês realmente acham que ela seria capaz de fazer isso com vocês, quem não merece a amizade dela são vocês. – disse e saiu, deixando os amigos falando sozinhos.


Todos se entreolharam. Estava mais do que claro pra todos, que eles haviam cometido um erro. Ninguém teve coragem de se manifestar e dizer como poderiam concertar aquilo. Parecia impossível de se concertar.


Eu e entramos no carro e saímos em direção a minha casa. Eu ainda chorava silenciosamente. As vezes, me olhava, preocupado.



- , você precisa de alguma coisa? – perguntou, preocupado.

- Eu preciso que fique quieto. – Eu disse e ficou em silêncio. Apesar dele ter confiado me mim, ainda havia me escondido a história do acidente. Eu não superaria isso tão cedo.


Chegamos em minha casa e eu subi rapidamente pro meu quarto. Precisava ficar sozinha. Aliás, ficar sozinha era a única coisa que me restava, já que eu não tinha mais ninguém. Eu já não tinha mais amigos. Será que eu demonstrei tanta falsidade durante todos esses anos, para que agora eles acreditassem em toda essa mentira tão facilmente? Minha amizade realmente já não valia mais nada. Isso doía. Eu confiava neles, acreditava neles e agora todos me viraram as costas.


chegou em casa chateado. Todos os seus problemas vieram a tona e ele sabia que os meus também. Não aceitava isso de ser obrigado a ficar ausente no momento em que eu mais precisava dele, mas era um pedido meu. Ele tinha que respeitar. Ter ele por perto só me causaria mais dor.


Passei a tarde inteira mal. Não comi nada, se você quer saber. Minhas lágrimas estavam me alimentando e acho que viverei delas a minha vida toda. Aquele quarto vazio, deixava ainda mais claro que nada havia me restado. Era somente eu agora. Sozinha. Sabe o quanto isso é perturbador?


O relógio marcava 19:30 e a cada minuto eu ficava mais agoniada. Mais agoniada por me ver ali sozinha, por me sentir sozinha, por saber que eu não tinha mais quem eu amava. Me levantei da cama e fui até a janela. O céu estava estrelado e uma lua cheia enorme apontava no céu. A rua estava movimentada, com carros indo e vindo. Fui até o meu armário e encontrei um vestidinho simples (VEJA O VESTIDO AQUI). Vesti ele e coloquei uma rasteirinha qualquer. Eu precisava sair daquele quarto. Soltei o cabelo e fui em direção a porta.


Meus pais ainda não havia chego. A cozinha e a sala estavam vazias e provavelmente estava em seu quarto. Abri a porta da casa e sai. Adivinha? Eu ainda estava sozinha, mesmo com as diversas pessoas que passavam apressadas na calçada da minha casa. Passei pelo jardim e cheguei na calçada.


A vida parecia estar querendo me dar uma lição. Um casal de namorados passou por mim. Eles riam e brincavam um com outro, enquanto andavam de mãos dadas. Um grupo de garotas também passou por mim. Elas fofocavam sobre um novo garoto que havia se matriculado na escola delas. E eu não sou uma curiosa que fica ouvindo a conversa dos outros, ok? Elas estavam falando bem alto.


Tudo e todos pareciam estarem jogando na minha cara que eu estava sozinha agora. Por que era tão difícil aceitar isso? Talvez por que eu venho tendo companhia há 7 anos. Bom seria se eu pudesse recomeçar. Recomeçar a vida, recomeçar amizades e amores. Não dá! Amizades e amores são coisas inesquecíveis na vida de uma garota, seja por ganha-los ou perde-los. Eles continuam fazendo parte da sua história.


Olhei pro outro lado da calçada e depois pra esquina. Olhei por um tempo, me perguntando se ela realmente estava ali. Ela sorriu pra mim, levantou uma das mãos, acenando pra mim. Eu não pude evitar. Eu não consegui evitar. Um sorriso enorme foi surgindo em meu rosto. Ela continuou me olhando e sorrindo. Deixou a calçada e pisou na rua. Eu não tirava os olhos dela e nem ela tirava os dela de mim. Deu três passos no asfalto, quando uma buzina ensurdecedora interrompeu aquela troca de olhares. Não tive nem tempo de olhar para ver sobre do que se tratava. Uma freada foi ouvida e eu não pude mais vê-la. Ela havia sido jogada há vários centímetros dali.


- NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO! – Eu gritei, sentindo meu corpo congelar. Os olhos estavam cheios de lágrimas e assustadoramente arregalados.


Capítulo 33 - Bebendo a tristeza




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:





- ! – gritava e chorava, enquanto tentava me tirar de perto do corpo dela.


- ME LARGA! Eu não posso deixa-la sozinha. – Eu tentava me desvencilhar das mãos de , que me puxavam pra longe dela.



- Não tem mais nada que você possa fazer! Ela já.. – continuava chorando. A ambulância colocava ela sobre a maca.



- NÃO! – Eu olhei furiosamente para o . – CALA A BOCA! NÃO DIZ ISSO! – Eu gritei com o rosto coberto de lágrimas. Puxei meus braços com força e me soltei das mãos dele. Sai correndo em direção a maca. Os enfermeiros pararam de andar com a maca para que eu desse o último adeus. – TIAAA!! Tia Janice?! – Eu balançava a maca toda, tentando acordá-la daquele sono profundo e eterno.


- Garota.. – O enfermeiro tentou me dar a notícia ruim.


- TIA? VAMOS, ABRA OS OLHOS! – Eu gritava, entrando em desespero por ter percebido o que havia acontecido. – ACORDA! – Eu gritei uma outra vez, mas de forma mais fraca. A cada segundo o meu choro aumentava e a altura da minha voz diminuía. – Por favor, fala comigo.. – Eu pedi, sem mais forças pra gritar. O choro tomou conta de mim. Eu estava aos soluços. – Não, não.. – Eu disse, quase sem emitir som.


- Eu sinto muito, mas não há mais nada que se possa fazer. – Um dos enfermeiros disse, me fazendo olhar pra ele. Voltei a olhar a minha tia, segurei uma de suas mãos e a apertei pela última vez.


- Não.. – Eu suspirei, sentindo o meu corpo todo formigar. se aproximou novamente e me puxou pra trás. Ele também chorava como nunca.


- Deixa eles levarem ela.. – passou seus braços pela minha cintura e foi me empurrando pra longe da ambulância e da minha tia.




Eu estava sem reação, sem chão. Eu não sabia como reagir, como parar de chorar, como parar de sentir toda aquela dor. Eu perdi ela. Perdi a Tia Janice. A pessoa que sempre me fez feliz com suas piadas ridículas e com seus presentes que ninguém jamais poderia me dar. Sempre aliviando a minha barra com os meus pais quando eu fazia algo errado. A minha fiel protetora.




me acompanhou até a minha casa. Durante o caminho só se foi ouvido choro. Nenhum de nós dois se atreveu a dizer nada. Não conseguíamos. Entramos na minha casa e subimos as escadas. Eu estava indo em direção ao meu quarto e só me acompanhava para ver se eu ficaria bem.




- Você está bem? Vai ficar bem se eu te deixar aqui? Eu preciso avisar.. – disse em frente a porta do meu quarto. Abaixou o rosto por um segundo e voltou a me olhar, chorando. – A mãe e o pai.. - Eu sabia o quanto ele estava se esforçando para ser forte pra mim. Tia Janice significava a mesma coisa pra ele. Abracei ele rapidamente e ele retribuiu o abraço. Ele já não estava conseguindo segurar todas as suas lágrimas.


- Eu vou ficar bem. – Eu disse, terminando o abraço e dando um quase sorriso. Me virei e entrei rapidamente no meu quarto, fechando a porta. Não queria que ele voltasse a me ver chorando. Isso não faria bem a ele.




percebeu que eu não poderia mais vê-lo e desabou de vez. Se agachou com as mãos na cabeça, enquanto diversas lágrimas escorriam de seus olhos. Passou as mãos pelo cabelo, pensando em como daria aquela notícia para os meus pais. Se fosse em outra situação, Tia Janice certamente o ajudaria a dar a notícia. Não tinha mais a tia Janice. Sua tia mais próxima e que com quem ele cresceu convivendo.




Eu estava sentada no chão do meu quarto e as minhas costas estavam apoiadas na porta. Eu havia trancado a porta, pois não queria ver ninguém. Eu precisava ficar sozinha e absorver tudo aquilo que de repente aconteceu na minha vida. Eu já não tinha mais o , meus amigos e a tia Janice. O que mais vão tirar de mim? Fechei os olhos e uma lágrima escorreu em cada lado do meu rosto. Abaixei a cabeça e apoiei em meus joelhos. Por que dói tanto perder alguém? Por que a dor se tornou algo tão comum na minha vida?




Meus pais já estavam sabendo de tudo. havia dado a notícia a eles e eles já estavam em minha casa. Bateram diversas vezes na porta e eu não abri. Eu não precisava vê-los sofrer. Eu não precisava ver outras lágrimas, além das minhas. também tentou me convencer a abrir e eu não abri.




Eu continuava sentada em frente a porta e eu simplesmente não conseguia sair dali. Era como se eu estivesse em um buraco. Eu estava lá embaixo e não tinha ninguém para me salvar. Eu não queria ser salva. estava preocupado comigo. Por que eu não queria abrir a porta? Por que eu tinha que ficar remoendo toda aquela tristeza e dor, sozinha? Por que eu não estava deixando ninguém me ajudar? Ninguém poderia me ajudar.




pegou o celular e fez a primeira coisa em que pensou. A única pessoa que ele achou que poderia me ajudar.




- ? – perguntou, quando o telefone parou de chamar.


- Oi .. – atendeu o celular, enquanto ajudava em um dever de casa. A matéria era Matemática.


- Eu preciso que você venha pra minha casa agora. – disse com a voz trêmula. É claro que perceberia que ele havia chorado.


- Espera, o que aconteceu? – arqueou a sobrancelha e se levantou da mesa, deixando sozinha, fazendo um exercício de Matemática. Sentiu o corpo estremecer. Logo pensou que era alguma coisa relacionada a mim.


- A . Ela.. – não conseguiu concluir. Ao ouvir o meu nome, sentiu o estomago embrulhar. O coração ficou apertado e ele pensou no pior.


- O QUE ACONTECEU? – quase gritou, tentando disfarçar o seu desespero.


- Só... venha aqui, por favor. – pediu e desligou o telefone. franziu a testa e olhou pro telefone para confirmar se tinha mesmo desligado. O xingou mentalmente. Como ele fala uma coisa daquelas e desliga?




negou com a cabeça e subiu as escadas rapidamente em direção ao seu quarto. Pegou um casaco e a chave do carro e voltou a descer as escadas, dessa vez, correndo.




- , onde você esta indo? – arqueou a sobrancelha, vendo a pressa do irmão.


- Eu tenho que sair. Fique quietinha, enquanto a mãe não sai do banho. Avisa ela que volto mais tarde. – beijou a testa da irmã e saiu pela porta, indo em direção ao seu carro.




não sabia o que estava acontecendo, mas ele sabia que era ruim. Ele sabia que de alguma forma, eu precisava dele e ele também sabia que precisava estar lá por mim. Chegou em minha casa e estacionou o seu carro na frente dela. Saiu do carro rapidamente, correndo em direção a porta da minha casa. Tocou a campainha 2 vezes. Estava eufórico. Queria que fosse eu quem abrisse a porta, só para que ele pudesse me ver e ver que eu estava fisicamente bem.




Ouvi a campainha tocar e nem me movi. Continuei sentada em frente a porta do meu quarto. Eu havia conseguido parar de chorar, mas minhas mãos ainda tremiam. Eu ainda estava assustada com o acidente e ainda não havia entendido que eu não veria mais a tia Janice.




olhava a porta, enquanto seu coração quase saia pela boca. Quando ela se abriu, viu parado em sua frente. Os olhos estavam vermelhos de tanto chorar e a sua tristeza era transparente. nem tentou sorrir.




- O que aconteceu? – olhou pro , desesperado. olhou pro amigo e negou com a cabeça. Ele estava voltando a chorar. – , calma. – se aproximou e abraçou o amigo. Não sabia do que se tratava, mas era o seu melhor amigo ali e ele precisava dele. terminou o abraço e voltou a olhá-lo. Passou a manga do moletom no rosto, tentando secar suas lágrimas.


- Você precisa falar com a . Ela precisa de você. – puxou o amigo pra dentro da casa.


- Ela está bem? – arqueou a sobrancelha, preocupado.


- Com certeza não. – negou com a cabeça.


- O que aconteceu, cara? – voltou a perguntar, sério.


- Minha tia.. – abaixou a cabeça e quando voltou a olhar pro , seus olhos estavam cheios de lágrimas.


- Tia Janice? – deduziu.


- Ela está morta. – disse, sem hesitar.


- O QUE? – arqueou as duas sobrancelhas, chocado. Não sabia como reagir.


- Ela foi atropelada aqui na frente da minha casa e a viu e .. – passou as mãos nos olhos. Não queria voltar a chorar.


- Eu não sei o que dizer, cara. – olhou pro amigo de forma triste. – Eu lamento. – deu alguns tapinhas no ombro do amigo.


- Obrigado. – sorriu fraco.


- Cadê ela? – olhou em sua volta e percebeu que estavam sozinhos ali.


- Ela se trancou no quarto. Eu estou preocupado.. – negou com a cabeça. – Ela já passou por tanta coisa, . – abaixou os olhos. Aquilo estava matando ele.


- Eu sei. – concordou, desapontado.


- Eu queria poder protege-la de tudo isso, mas eu nunca consigo. É sempre tarde demais. – voltou a ter seus olhos cheios de lágrimas, dessa vez por causa de mim.


- Você é um irmão incrível, cara. Você sempre fez e continua fazendo o melhor que pode e eu me orgulho muito de você. – disse e viu um fraco e triste sorriso surgir no rosto de . – Ela tem muita sorte em ter você como irmão. – sorriu sem mostrar os dentes.


- Valeu.. – quase sorriu. - Vai falar com ela. Tente ajuda-la, por que eu não consigo. Eu não estou bem com tudo isso e eu não quero que ela se preocupe com isso. – pediu.


- Eu vou. Eu vou cuidar para que ela fique bem, ok? – sorriu pro amigo, levou uma das mãos em seu rosto e deu alguns tapinhas lá.


- Valeu, cara. – sorriu fraco, vendo subir as escadas de minha casa em direção ao meu quarto.




A cada passo, pensava em como faria aquilo. Sabia o quanto eu deveria estar machucada e o quanto deveria estar doendo. Ele não conseguia me ver daquele jeito. Aquela também se tornaria a sua dor. Encarou a porta do meu quarto e bateu nela duas vezes seguidas.




Eu continuei sem me mover. Não me importava quem estava ali e nem o que queria. Eu não queria ver ninguém. Eu não queria dividir aquela dor só minha. Eu continuava sem chorar, mas o meu coração continuava apertado. Os braços apoiados em meus lhos e a cabeça e as costas encostados na porta. Eu ficaria a noite ali. Eu não queria me levantar, pois tinha medo de desabar.




- ? – disse, depois de ver que eu não abriria. Achou que se talvez eu soubesse que era ele, eu abriria a porta.




Foi só ouvir a voz dele, que toda a minha força para aguentar firme desapareceu. Era como se a minha força dissesse: ‘Você não precisa mais de mim. Agora você tem o .’ As lágrimas voltaram para os meus olhos e rapidamente escorreram pelo meu rosto. Me levantei rapidamente, fui até o meu guarda roupa e abri uma das gavetas. No fundo dela, havia uma foto minha com a tia Janice. Peguei a tal foto e voltei a ficar de frente pra porta. Encostei meu corpo nela novamente e olhei a foto. O sorriso de tia Janice era o mesmo que ela havia dado pra mim, segundos antes de morrer.




percebeu que eu estava em frente a porta e encarou a porta, querendo poder ver através dela. Deslizei aos poucos até o chão, enquanto olhava a foto e chorava muito. acompanhava os meus movimentos, mesmo sem me ver. Se agachou em frente a porta, sabendo que eu também estava ali embaixo.




- Vai ficar tudo bem, ok? – disse, sabendo que aquilo era tudo o que eu precisava ouvir.




Agora eu estava vulnerável. Ouvir ele me dizer aquelas palavras, fez com que eu me libertasse. Libertasse aquela dor através das lágrimas. Olhei a foto pela última vez e a coloquei no chão. Eu respirava com dificuldade por causa do choro. Passei as mãos pelo cabelo, tentando desgrudar seus fios de meu rosto.




soube que eu não abriria a porta. Pensou em alguma forma de poder entrar em meu quarto. Teve uma ideia, mas não sabia se funcionaria. Iria arriscar. Foi até o quarto do e foi até a pequena sacada, que ficava ao lado da sacada do meu quarto. Olhou pra ver se a porta da minha sacada estava aberta e viu que estava. subiu com dificuldade na grade da sacada do e conseguiu alcançar a minha. Pulou dentro da minha sacada de forma lenta, para que eu não ouvisse.




Eu, ainda sentada em frente a porta do meu quarto e chorando, olhava pro lado de fora da sacada do meu quarto e de lá conseguia ver algumas estrelas. A minha visão das estrelas foi interrompida quando alguém entrou na frente delas, ou melhor, quando alguém apareceu na porta. Olhei pra ele e vi que ele também me olhava. Abaixei a cabeça por alguns minutos, sentindo diversas lágrimas escorrerem pelos meu olhos. Voltei a olhá-lo, meus olhos e sobrancelhas decaíram, demonstrando minha expressão de choro. Apoiei os cotovelos em meu joelho e entrelacei os dedos das mãos em meu cabelo, deixando de olhá-lo.




Agora, além de me ouvir chorar, ele me via chorar. negou com a cabeça, triste por me ver daquele jeito. Se aproximou com pequenos passos e parou em minha frente, se agachou. Olhava pra mim, mesmo sem eu olhar pra ele.




- Eu sinto tanto.. – disse, bem perto de mim. Eu não me movi. virou seu rosto e viu a foto no chão e a pegou. Olhou pra ela e sorriu fraco por alguns segundos. – Ela era incrível, não é? – disse e eu levantei meu rosto para olhá-lo. Ele deixou de olhar a foto para me olhar.


- Sim, ela era. – Eu confirmei e sorri, sem mostrar os dentes. Abaixei os olhos, deixando de olhá-lo novamente. percebeu que não conseguiria transformar aquilo em algo menos ruim de jeito algum.


- Eu posso ficar aqui com você, se você quiser. – disse, olhando pra mim. Se moveu e se sentou ao meu lado, também apoiando suas costas na porta.


- Como o está? – Eu perguntei, sem olhá-lo.


- Preocupado com você. – disse, também sem me olhar. Nós dois olhávamos pro lado de fora da sacada.


- Eu estou bem. – Eu menti, passando a mão pelo meus olhos, secando as lágrimas existentes lá.


- Você não precisa fazer isso. – disse, sério. Ele queria dizer que eu não precisava ficar dizendo que estava bem, quando todos sabiam que eu estava mal. Eu havia perdido a minha tia. Era óbvio e normal que eu não estivesse bem.


- Você também não. – Eu respondi, rapidamente.


- O que? – arqueou a sobrancelha. Continuámos conversando sem nos olhar. Meus olhos continuavam lacrimejando, mas eu não deixava que as lágrimas escorressem.


- Você não precisa estar aqui. Você não precisa ficar aqui me consolando. Não é a sua função. – Eu disse, séria. Havia conseguido parar de chorar, na verdade, eu estava me segurando. Não queria que ficasse preocupado. Eu sabia como ele era.


- Não importa se eu preciso ou não. Eu quero! Eu quero estar aqui com você. Eu quero ajudar você da melhor forma que eu conseguir. – virou o seu rosto pra me olhar.


- Ninguém pode me ajudar. – Eu disse, percebendo que voltaria a chorar. Eu continuei sem olhá-lo.


- Eu sei, mas.. – voltou a olhar pro lado de fora da sacada e via as estrelas de longe. - Eu me preocupo com você. Eu quis saber se você precisava de alguma coisa. – disse e me olhou bem na hora que algumas lágrimas escorriam dos meus olhos. Olhei pra ele.


- Obrigada, mas eu não preciso de nada. – Eu passei as mãos novamente pelo meu rosto. Era mentira. Eu precisava de uma coisa sim. Eu precisava do abraço dele mais do que tudo. Eu não me achava no direito de pedir aquilo a ele. Não depois do que aconteceu entre nós, depois que nós terminamos e depois do que eu fiz a ele.




percebeu que eu estava dando respostas rápidas e que não estava dando atenção a ele. Talvez eu só estivesse respondendo só por consideração. Talvez ele não podia me ajudar como achou que poderia. Achou que eu quisesse ficar sozinha. Achou que ao invés de estar ajudando, podia estar piorando.




- Ok.. – sorriu fraco. – Eu vou deixar você sozinha. – se levantou, mas antes de ir, se agachou novamente em minha frente. Abaixei o rosto. Não queria ter que olhar nos olhos dele.




Eu não queria que ele fosse. Ele me dava forças sem precisar dizer nada. Era só ele ficar ali ao meu lado, que eu já me sentiria menos pior. Eu queria que ele me abraçasse, mas ele estava indo embora e eu não teria mais a chance de sentir o conforto que só o corpo dele poderia me proporcionar.




- Hey.. – disse de forma calma e eu olhei pra ele. Os olhos ainda estavam cheios de lágrimas. Quando ele viu aquele sofrimento em meu rosto, negou com a cabeça, demonstrando quanto aquilo também era difícil pra ele. – Eu estou aqui por você. Se você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, me liga. Eu venho correndo. – disse e eu concordei com a cabeça. Sorri pra ele, sem mostrar os dentes.




não estava bem. Ele não havia conseguido me ajudar em nada. pediu que ele viesse ali para me ajudar. Pensou em qualquer outra coisa que pudesse fazer pra ajudar, mas não conseguiu. O fato de não conseguir me ajudar também mostrava a ele que ele já não tinha tanto poder sobre mim. Ele já não era mais a única pessoa que conseguia fazer de mim uma pessoa mais forte.




Ele me olhou pela última vez e se levantou. Começou a andar em direção a sacada do meu quarto. Não sairia pela porta, pois não queria me incomodar, já que eu ainda estava encostada e sentada em sua frente. Levantei o rosto e vi ele se afastar. Meu coração se apertou ainda mais. A minha única esperança estava indo embora. Ele chegou na sacada, parou e suspirou. Eu me levantei e fiquei parada em pé por alguns segundos, olhando ele de costas. Dezenas de lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos e eu respirava com dificuldade. Eu tentei evitar aquilo, eu juro.




- , espera. – Eu pedi com a voz trêmula. voltou a me olhar rapidamente. Levei uma das mãos a minha cabeça e entrelacei meus dedos em meu cabelo. Eu estava tentando me segurar para não fazer aquilo. Não deu. Comecei a andar rapidamente até ele e quando cheguei em sua frente, o abracei.




me tinha em seus braços novamente, mas não era por uma coisa boa dessa vez. Queria que estivéssemos nos abraçando por outros motivos e não por esse. Um dos braços dele fazia a volta em minhas costas e o outro acariciava o meu cabelo. Meus braços também estavam em volta dele. Agora eu chorava como nunca. Eu não estava mais segurando nada. Eu estava desabafando e colocando toda dor e sofrimento pra fora. Os olhos de se encheram levemente de lágrimas. Me ver daquele jeito era a pior coisa do mundo pra ele.




- Eu vi ela.. – Eu disse aos pranto. – Ela sorriu pra mim antes... – Eu disse, me lembrando do sorriso dela mais uma vez. – Antes de.. – Eu não conseguia dizer nenhum derivado da palavra morte.


- Você não podia fazer nada pra ajuda-la. Você sabe.. – disse, enquanto continuava me abraçando forte.


- Por que eu tinha que ter visto? Eu já não sofri o suficiente? – Eu dizia aos soluços.


- Eu faria qualquer coisa pra que você não tivesse visto. – afastou nossos corpos e olhou em meus olhos. Colocou uma mão em cada lado do meu rosto. Ele me olhava com dificuldade. Estava sendo difícil pra ele também.


- Onde você estava? – Eu continuava chorando. Por que ele não estava lá pra evitar que eu visse aquilo como eu fiz com a morte do pai dele? Eu não o culpava. Longe disso. Eu só estava desabafando. Eu só precisava pensar que talvez houvesse um meio de eu não vivenciar aquilo. me olhou com tristeza, seus olhos decaíram e ele negou com a cabeça.


- Eu estou aqui agora. – continuou me olhando de perto e segurando o meu rosto. Aproveitou para passar os dedos em meu rosto para secar as lágrimas, que continuavam caindo.


- Eu não quero mais falar sobre isso. – Eu me afastei e virei de costas pra ele. Eu continuava tentando me mostrar forte. Por que eu insistia tanto nisso?


- Você precisa. Fala. – pediu, entrando em minha frente. Olhei pra ele e neguei com a cabeça. – Por favor, coloca tudo isso pra fora. – pediu, demonstrando sofrimento em sua expressão. Ele sabia que eu precisava falar. Olhei pra ele e suspirei.


- A minha vida fica pior a cada dia. Cada dia acontece uma coisa diferente, cada dia eu perco uma coisa. O que eu fiz? Pelo que eu estou pagando? - Eu olhava pra ele e dizia, enquanto meu choro aumentava aos poucos. – Eu só tenho 17 anos. – Eu abaixei a cabeça por alguns segundos, tentando respirar fundo. Voltei a olhá-lo. – Garotas normais de 17 anos estão em festas bebendo cerveja escondido dos pais, estão correndo atrás de seus ídolos e indo a concertos. – Eu dizia, indignada. – Minha vida? Não é justa. Eu não mereço isso, . – Eu estava no auge do meu desabafo e estava chorando tudo o que tinha pra chorar. – O que eu tenho? Mortes, decepções e perdas. – Eu dizia entre soluços. – A verdade é que eu não quero mais essa vida. Eu não quero continuar passando por isso, vivendo isso. Eu quero a vida normal de uma garota de 17 anos. Eu quero poder escolher as pessoas que devem permanecer ou sair da minha vida. Não quero mais que qualquer outra coisa faça essas escolhas por mim. – Eu dizia em um desabafo nunca feito antes. acompanhava cada palavra com sofrimento nos olhos.


- Eu sei, eu sei.. – dizia, tentando me acalmar. Ele me olhava com os olhos cheios de lágrimas.


- Eu só.. quero viver as minhas desilusões amorosas em paz. Eu quero poder aproveitar o meu último ano na escola. Eu quero pensar na minha formatura, no vestido que eu deveria usar. Eu não posso fazer nada disso. – Eu neguei com a cabeça, ainda aos prantos. – Eu não posso fazer nada disso, enquanto as pessoas que eu amo são tiradas da minha vida. - Eu disse, abaixando a cabeça. – Eu não aguento, . – Eu dizia, respirando com dificuldade por causa do choro. Voltei a olhá-lo. – Eu já perdi a minha avó, perdi os meus amigos e agora eu perdi a tia Janice. Eu estou perdendo todo mundo.. – Eu estava no auge do meu desespero e choro. se aproximou e me abraçou rapidamente.


- Você ainda tem a mim. – disse em meu ouvido, fazendo com que eu continuasse chorando. Os braços dele apertavam meu corpo fortemente. Parte do meu rosto estava encostado em seu ombro direito. Aquele lugar certamente ficaria encharcado por causa das minha lágrimas. Ele acariciava o meu cabelo de forma carinhosa.


- Eu não quero perder mais ninguém. – Eu disse com a voz falha. Quando ele me ouviu dizer isso, me abraçou ainda mais forte. Negou levemente com a cabeça e virou o seu rosto, beijando a minha cabeça carinhosamente.


- Você não vai. Você não vai. – Ele disse baixinho.




Era impossível que o abraço fosse mais forte. Eu já não dizia mais nada, eu só chorava nos braços dele, no meu único e maior consolo. Ficamos abraçados durante alguns minutos. só terminou o abraço, quando viu que eu estava mais calma. Olhou pro meu rosto e viu que ainda havia lágrimas em meus olhos, porém eu não chorava mais. Mesmo assim, os meus olhos estavam vermelhos.




- Obrigada. – Eu sorri pra ele sem mostrar os dentes. – Eu acho que eu precisava falar tudo isso pra alguém. – Eu disse, agradecida. O momento foi interrompido pelas batidas na porta.


- , abre. Por favor! – gritou do lado de fora do quarto. Eu e olhamos pra porta.


- Posso abrir? – apontou pra porta.


- Pode.. – Eu sorri fraco e passei as mãos pelo meu rosto, verificando se havia algum vestígio de lágrimas.




andou até a porta, a destrancou e a abriu. o olhou e depois olhou pra mim. Sorriu sem mostrar os dentes de longe. deu passagem para que entrasse no quarto. Ele entrou e andou até mim.




- Você está bem? – perguntou, preocupado. Ele também havia chorado.


- Estou melhor agora. – Eu sorri fraco pra ele e ele fez o mesmo. Se aproximou e beijou o meu rosto.


- Vamos enfrentar isso juntos, ok? – pediu e eu concordei com a cabeça.


- Ok. – Eu sorri fraco. - Onde está a mãe e o pai? – Eu perguntei, percebendo o silêncio da casa.


- Eles acabaram de me ligar. O velório começa em meia hora. – explicou.


- Ok, eu vou tomar um banho e me trocar. – Eu avisei e ele concordou.


- Eu vou pra casa e vou avisar os meus pais. Eu passo aqui pegar vocês daqui meia hora, ok? – perguntou, olhando pra mim e pro .


- Não precisa, . – Eu neguei com a cabeça.


- Precisa sim. – arqueou a sobrancelha, olhando pra mim.


- Ok, então nós esperamos você. – disse, saindo do meu quarto.


- Até daqui a pouco, então. – acompanhou ele e antes de descer as escadas, me olhou pela última vez. Sorri fraco e fechei a porta.




Eu fui tomar banho. Tentei não pensar em nada. Aquele velório já seria perturbador demais. O banho me relaxou um pouco mais, mas eu não deixei de ficar tensa com tudo aquilo. também foi se arrumar. Ele havia ficado um pouquinho melhor em me ver menos pior. Nunca poderia agradecer o suficiente.




chegou em sua casa e todos estavam preocupados. Ninguém sabia o que havia acontecido. se explicou e todos ficaram tristes. A mãe de conhecia a tia Janice. Se lembra de vê-la na minha casa em um dia que foi visitar a minha mãe. ficou angustiada, mas era por minha causa. Ouviu o dizer que eu estava muito mal.




- Mas ela está muito triste, ? – perguntou com um enorme bico.


- Um pouco, mas ela vai ficar boa logo. – tentou tranquilizar a irmã. Estava trocando de roupa, enquanto conversava com ela.


- JÁ SEI! – quase gritou. – Vou fazer um desenho bem bonito pra ela! Isso vai deixa-la mais feliz. – sorriu, satisfeita com a sua ideia.


- Muito bem pensado, mas faça isso logo. Eu já estou saindo. – disse, amarrando o tênis. saiu correndo, certamente foi fazer o desenho. usava
- Você vai ficar lá durante toda a noite, querido? – A mãe de apareceu na porta.


- Vou, mãe. – confirmou, amarrando o outro tênis.


- Faça isso mesmo, filho. Ajude o seu amigo e a sua.. amiga. – Ela quase sorriu por ficar em dúvida em dizer ‘amiga’.


- Eu vou fazer isso, mãe. – sorriu pra mãe.


- Talvez eu passe por lá para dar um beijo na família deles. – A mãe de avisou.


- Tudo bem.. . – concordou, sem dar muita atenção pra mãe. Estava procurando o seu relógio. A mãe de continuou no quarto, observando ele terminar de se arrumar. Contou pro de como conhecia a tia Janice.




acabou de se arrumar alguns minutos depois. Havia colocado uma calça social preta, um blazer preto e uma camisa branca básica por baixo. O cabelo estava desajeitado como sempre e ele também havia passado perfume.




- Já estou indo, mãe. – disse, colocando a carteira no bolso da calça.


- Ok, querido. – A mãe dele se aproximou e beijou o seu rosto. – Qualquer coisa me liga, ok? – Ela disse, atenciosa.


- Pode deixar. – também beijou o rosto da mãe e desceu as escadas rapidamente.


- , ACABEI! – gritou, vendo pegar a chave do carro em cima da mesa da cozinha.


- Acabou? Deixa eu ver. – sorriu pra irmã e esperou que ela lhe entregasse o desenho. Olhou o desenho e sorriu novamente.


- Essa sou eu.. – Ela apontava pro desenho. – E esses dois namorados são você e a . – sorriu, satisfeita.


- Ficou lindo. – quase riu pra irmã.


- Obrigada. – sorriu, sem jeito.


- Eu vou entregar pra ela. – dobrou o desenho e guardou dentro de um dos bolsos de sua jaqueta. – Boa noite, linda. – se abaixou e beijou o rosto da irmã.


- Boa noite e cuida da , ok? – pediu, preocupada.


- Eu vou cuidar. – sorriu e piscou um dos olhos pra irmã. Saiu pela porta, indo em direção ao seu carro.




Dirigiu rapidamente até a minha casa. Já haviam se passado 40 minutos e ele imaginou o quanto estaria bravo com a sua demora. Parou o carro em frente a minha casa e tocou a campainha.




- Bem na hora. – atendeu a porta. Eu estava um pouco mais atrás dele, terminando de colocar a minha pulseira.


- Vamos? – perguntou. Olhou pra mim e percebeu o luto em minha roupa. Eu vestia um vestido preto simples, que vinha até o joelho e um sapato de salto preto. A maquiagem também estava escura, mas não tão carregada.




Fechamos a casa e fomos até o carro de . foi no banco do passageiro e eu fui no banco de trás. Percebi todas as vezes que me olhou pelo retrovisor, apenas para ver se eu ainda estava bem.




O local do velório ficava um pouco longe, por isso demoramos meia hora para chegar até lá. Chegamos no local e vimos diversos carros parados lá na frente. Parecia que já havia várias pessoas lá. Meu coração se apertou novamente. Eu tremia. Eu estava perto da tia Janice de novo. Eu não estava pronta para vê-la daquele jeito. Descemos do carro e começamos a andar em direção ao local. acabou indo na frente, pois cumprimentava alguns primos. Quando chegamos há menos de 10 passos do local, eu travei. Parei de andar. me olhou, sem saber o que tinha acontecido.




- Eu não consigo. – Eu neguei com a cabeça. Meus olhos se encheram de lágrimas.


- Não precisa fazer isso se você não quiser. – sorriu sem mostrar os dentes.


- Eu não quero. – Eu disse, convicta.


- Não vamos entrar lá, então. Vamos sentar aqui fora. – sorriu fraco e segurou uma das minhas mãos, me levado em direção a um dos diversos bancos que haviam na varanda do local. Nos sentamos lado a lado. Ele soltou a minha mão.




Ficamos um tempo em silêncio. Não havia o que falar. Eu só abria a boca pra dizer oi para alguns parentes de bem longe, que chegavam a todo momento. Me lembro de ter visto todos eles no velório da minha avó. Alguns deles comentavam o quanto eu havia crescido. não saiu do meu lado nem por um minuto.




- Eu não deveria ter vindo. – Eu disse e neguei com a cabeça. Abaixei o rosto e olhei para as minhas mãos, que brincavam uma com a outra.


- Você acabaria se arrependendo depois por não ter vindo. – olhou pra mim. Levantei o rosto e olhei pra ele.


- Você está certo. – Eu sorri fraco.




Ficamos aproximadamente 2 horas ali fora. acabou me distraindo com alguns assuntos interessantes e algumas brincadeiras fora de hora. Eu até havia me esquecido que o corpo da tia Janice estava há alguns metros de mim.




- ? – Alguém disse ao meu lado. Eu reconheci sua voz. Era a .


- Hey.. – Eu sorri fraco. observava toda a cena.


- Bem, eu não sei se você ainda quer olhar na minha cara, mas eu quero dizer que.. – sorriu, sem jeito. – Eu sinto muito por tudo. Pela sua tia, pela nossa amizade. – sorriu fraco.


- Obrigada. – Eu dei um sincero sorriso. Eu realmente não guardava nenhuma mágoa. Eu já havia perdido muita gente. Não posso deixar que o meu orgulho me faça perder ainda mais pessoas. Eu me levantei e me abraçou.


- Eu sinto muito mesmo. – Ela repetiu durante o abraço. Meus olhos voltaram a se encher de lágrimas.


- Obrigada por ter vindo. – Eu terminei o abraço e sorri pra ela.


- Imagina. Eu jamais te deixaria em um momento desse. – sorriu fraco.


- Procure o . Ele com certeza está precisando mais de você do que eu. – Eu avisei ela. Ela era a namorada dele, né?


- Eu vou procura-lo. – concordou com a cabeça e saiu a procura de .




Me sentei novamente ao lado do . Sorrimos um pro outro. ter vindo foi uma coisa importante pra mim. ficou satisfeito com isso. Ficamos mais alguns minutos ali sentados. Estávamos em silêncio dessa vez. Eu ouviu algumas pessoas chorando de onde eu estava, mas eu tentava não procurar saber quem era e o porque das lágrimas.




- Eu já estava me esquecendo. – disse, fazendo com que eu olhasse pra ele. Observei ele colocar a mão no bolso do blazer e tirar de lá um papel. – Alguém me pediu pra te entregar isso. – estendeu o papel em minha direção.


- Pra mim? – Eu arqueei a sobrancelha. Não deduzi de quem era e nem o que era. Peguei o papel e o desdobrei. Sorri imediatamente, quando percebi do que se tratava. . Sempre a .


- Tenho uma artista em casa. – comentou, também olhando o desenho.


- Que linda, . – Eu sorri e olhei pra ele.


- Ela ficou muito preocupada com você. Disse que faria um desenho pra você ficar melhor. – repetiu as palavras de . Meus olhos até voltaram a se encher de lágrimas. Eu fiquei totalmente comovida com aquela atitude da .


- Ela estava certa. – Eu sorri pro . – Eu adorei! Agradeça a ela por mim. – Eu pedi, voltando a olhar pro desenho.


- Pode deixar. – sorriu, orgulhoso de sua irmã.


- Sua irmã é muito fofa! – Eu disse, olhando o desenho pela última vez.


- Como eu disse, você não está sozinha. Você também sempre terá a . – disse, fazendo com que eu sorrisse de forma espontânea.


- Eu sei. – Eu olhei pra ele por um tempo. Eu estava admirada com todo aquele apoio. Eu fiz ele passar o inferno no dia anterior e agora, aqui está ele, me apoiando mais do que qualquer um, me dizendo as palavras que eu mais preciso ouvir em um dia como o de hoje.


- O que? – sorriu, sem jeito.


- Obrigada. – Eu agradeci novamente.


- Quer me agradecer? – perguntou de forma retórica. – Me agradeça acreditando que as coisas vão melhorar. Só acredita.. – sorriu fraco.


- Eu acredito. – Sorri pra ele e ele se aproximou, passando seus braços em meus ombros e me trazendo pra mais perto dele. Passei meus braços em torno da cintura dele e coloquei minha cabeça em seu peito. Uma mão dele acariciava o meu braço e a outra a minha cabeça. Ele abaixou seu rosto e beijou o topo da minha cabeça carinhosamente. Eu sorri, sem que ele visse.




Eu ainda estava nos braços do , enquanto olhava pro grande corredor em minha frente em que as pessoas que chegavam, passavam. Eu estava olhando fixamente pra aquele lugar, quando eu o vi. Usava um terno preto, muito chique por sinal. Mark me viu e não tirou mais os olhos de mim. Me afastei do corpo de e ele também deixou de me tocar. Me olhou, sem saber o que tinha acontecido. Acompanhou o meu olhar e viu para quem eu olhava. Sentiu uma raiva instantânea. Não conseguiu disfarçar. Mark continuava se aproximando, enquanto me olhava. olhava pra ele com cara de poucos amigos. Eu me levantei, quando vi que ele já estava perto. nem se moveu. Mark chegou em minha frente e me olhou, sério.




- Eu sinto muito. – Mark me olhou, triste. Meus olhos se encheram de lágrimas, eu abaixei o meu rosto e olhei pras minhas mãos, só pra tentar segurar o meu choro, sem que ele visse.


- Eu também sinto muito. – Eu disse e voltei a olhá-lo. Mark olhou meus olhos e negou com a cabeça. Se aproximou e me abraçou.




levantou o rosto e viu os braços de Mark em torno de mim. Arqueou a sobrancelha, respirando fundo. Desviou o olhar para não ficar ainda mais irritado. Mark não estava fazendo aquilo para irritar o , estava fazendo por mim e pela tia Janice. Ele também estava chateado com tudo e ficou sabendo que eu havia visto tudo. Queria ser parte de pelo menos 1% do apoio que estavam me dando. Eu o abracei forte por puro afeto e também pelo fato dele conhecer a tia Janice e conviver com ela muito mais do que eu. Mark terminou o abraço e olhou meu rosto.




- Obrigada por ter vindo. – Eu sorri, agradecida. Haviam lágrimas por todo o meu rosto eu estava tentando secá-las com as minhas mãos.


- Eu queria não ter que vir por esse motivo. – Mark sorriu, sem mostrar os dentes. não estava olhando pra nós, mas ele estava nos ouvindo. Quando Mark disse aquilo, revirou os olhos. Passou uma das mãos pelo seu rosto, impaciente.


- Eu também. – Eu sorri, sem sentir o duplo sentido da frase dele. me olhou, quase indignado. Mark olhou pro e ele e trocaram olhares falsos por alguns segundos.


- Oi . – Mark estendeu uma das mãos e se levantou só para mostrar que também estava ali por mim.


- Mark. – sorriu sem mostrar os dentes e apertou a mão de Mark.


- Eu vou entrar. – Mark apontou pra dentro do local.


- Ok. – Eu concordei e vi ele se afastar. Me sentei novamente ao lado de e ficamos em silêncio por um tempo. Eu não tinha certeza se ele estava bravo ou chateado. Só sabia que havia algo de errado.




Passamos uma longa parte da madrugada ali. Já eram 3 horas da madrugada, estava tudo escuro do lado de fora do lugar, mas eu não entraria lá dentro. Eu não tinha coragem! Pode me chamar de fraca, do que você quiser, mas eu não preciso passar por mais isso. não saiu do meu lado um só segundo. Comemos algumas coisas, como bolachas e salgados durante a noite. Aos poucos, foi deixando de ficar irritado por causa do Mark. Quando eu achei que não faltava mais ninguém pra chegar, vi e se aproximarem no fundo do corredor. Ambos estavam vestidos de luto. se aproximou e apenas me abraçou.




- Meus pêsames, . – Ela me abraçou forte.


- Obrigada. – Eu agradeci com um sorriso fraco no rosto.


- Desculpa ter demorado tanto, mas eu só fiquei sabendo agora. – fez careta.


- Tudo bem.. – Eu neguei com a cabeça.


- Sinto muito, . – também me abraçou longamente.


- Eu também. – Eu também o abracei forte.


- , sobre ontem.. – me olhou, arrependida.


- Está tudo bem. Depois nos falamos disso, ok? – Eu a tranquilizei. Eu não estava brava ou chateada com aquilo. Não tinha necessidade dela se desculpar e etc.


- A esta fora da cidade com a família, mas vai pegar um avião bem cedo pra cá. – avisou.


- Ta bom. – Eu concordei com a cabeça.


- E o também está viajando com os pais. Vai pegar um avião pra cá amanhã de manhã também. – avisou.


- Ok. – Eu sorri, sem mostrar os dentes.




e entraram para falar a apoiar e depois voltaram pro lado de fora. Se sentaram comigo e com o no banco. Eram quase 5 horas da manhã e as pessoas começaram a sair de dentro do local. Eles haviam passado a noite lá dentro, creio que estavam querendo ficar um pouco longe daquilo tudo.




Eu não havia dormido durante a madrugada toda. Estava sob o efeito de café e as conversas com , e , que me distraíam. Eu tinha encarado tudo aquilo numa boa, até agora. As mesmas pessoas do velório da minha avó estavam ali. Os olhares de pena sobre mim também eram os mesmos. Eu conseguia ouvi-los dizer frases como ‘Coitada, ela viu a tia morrer.’ ou ‘Tadinha, deve estar sofrendo muito.’ . Aquilo passou a me incomodar. havia percebido a minha mudança de comportamento e também já sabia o motivo.




- Eu odeio isso. – Eu suspirei, impaciente.


- Ignora eles. – pediu. e estavam cochilando sentados e não estavam ouvindo a nossa conversa.


- Isso já está me consumindo... – Eu neguei com a cabeça, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Me levantei e dei alguns passos, me afastando um pouco daquelas pessoas.


- Não deixa isso te afetar. Continue mostrando pra eles que você não é tão frágil quanto eles pensam que você é. – entrou em minha frente, me olhando, sério.


- Como posso fazê-los acreditarem que sou uma coisa que eu nem mesmo acredito que sou? – Eu sorri ironicamente e neguei com a cabeça.


- Você é forte. Você sabe disso. – tentou me apoiar.


- Eu não sou, . – Eu forcei um sorriso e deixei de olhá-lo.


- Hey, olha pra mim. – pediu e eu voltei a olhá-lo com dificuldade. – Você é a pessoa mais forte que eu já conheci. Aceite isso. – disse e sorriu fraco.


- Só você mesmo pra me dizer coisas assim em uma hora dessas. – Eu olhei pra ele com os olhos cheios de lágrimas e sorri.


- Um sorriso.. – Ele olhou pros meus lábios, que ainda formavam um sorriso. – Melhor. – aproximou uma das suas mãos de meu rosto e o acariciou rapidamente, me olhando de forma doce.


- ? – Uma voz disse atrás de mim. Me virei imediatamente para ver quem era. Minha expressão mudou rapidamente.


- O que você está fazendo aqui? – Eu disse, irritada. Jessie? Por que ela estava ali? Pra acabar de ferrar com o pior dia da minha vida?


- Eu vim dizer que sinto muito pela sua tia. – Jessie disse, séria.


- Sente muito? – Eu arqueei a sobrancelha.


- É. – Ela concordou com a cabeça. Me olhava com pena, mas tinha um certo desprezo. – Vim prestar a minha solidariedade a você. – Jessie sorriu. Eu a encarei com todo o ódio do mundo.


- Vai pro inferno. – Eu disse, olhando nos olhos dela. – E leva essa solidariedade com você. – Eu disse e sai, andando pra longe de todas aquelas pessoas. olhou pra Jessie, furioso.


- Qual o seu problema, Jessie? – disse, irritado e negou com a cabeça. Passou por Jessie e foi atrás de mim. Parei de andar e me alcançou, entrando em minha frente.


- Eu não posso lidar mais com isso. – Eu disse e neguei com a cabeça. Os olhos estavam cheios de lágrimas, mas eu não sabia se era por tristeza ou por raiva.


- A Jessie já está indo embora. Ela não.. – ia dizendo.


- Não é a Jessie. Não é SÓ a Jessie. – Eu olhei pra ele e quando viu meus olhos cheio de lágrimas, se mostrou triste.


- O que é então? – perguntou.


- São as mesmas pessoas, os mesmos olhares do velório da minha avó. – Eu explique, visivelmente abalada. – Eu odeio do jeito que eles me olham, do jeito que eles falam comigo, do jeito que a pena que eles sentem por mim me acompanham pra onde quer que eu vá! – Eu deixei de olhar pro e olhei pras pessoas que eu havia acabado de citar.


- O que você quer fazer? – disse, disposto a qualquer coisa.


- Eu quero sair daqui. – Eu passei as mãos nos olhos, antes que as lágrimas escorressem dos meus olhos. – Eu não dormi, eu não estou bem. – Eu expliquei, séria.


- Você tem certeza? – perguntou, querendo saber se era aquilo mesmo que eu sabia.


- No velório da minha avó, eu não tinha opção. Eu tinha que ficar lá e aguentar toda essa pena cair sobre os meus ombros. Eu era pequena e não podia tomar minhas decisões. – Eu disse com raiva, mas as lágrimas não saiam dos meus olhos. – Mas hoje? Hoje não. Hoje a decisão é minha. E se eu posso optar por não passar por mais isso, eu vou fazer isso. – Eu disse, convicta. – Eu queria ir até lá e mandar todos pro inferno, mas eu ainda não tenho toda essa coragem. Quem sabe no próximo velório. – Eu quase sorri.


- E é por isso que você é diferente das outras garotas. – sorriu, sem mostrar os dentes. Eu sorri pra ele e neguei com a cabeça.


- Me leva embora? – Eu perguntei, sem jeito.


- Hm.. – fez cara de pensativo. – Eu vou ter que pensar nisso. – disse, olhando pro céu.


- Idiota. – Eu quase ri e empurrei ele, que riu. – Eu só vou ir avisar o . – Eu expliquei.


- Ta. – concordou.




Começamos a andar em direção ao local novamente. e conversavam sobre um assunto qualquer. Jessie já não estava por ali. me acompanhava, como havia feito durante a noite toda.




- Você prefere que eu vá chama-lo? – perguntou, pois sabia que eu não queria entrar.


- Você pode fazer isso? – Eu perguntei, séria.


- É claro. – Ele sorriu. – Eu já volto. – saiu, entrando no local.


- O que o foi fazer? – perguntou, sem entender.


- Foi chamar o . Eu preciso ir pra casa. – Eu expliquei e sorriu fraco.


- Quer que eu vá e fique com você? – ofereceu.


- Não, tudo bem. – Eu sorri e neguei com a cabeça. – Vá pra casa. Você passou a noite aqui e deve estar cansada. Você também . – Eu olhei pra ele.


- Tem certeza, ? – perguntou. – Eu posso ficar com o .. – ofereceu.


- A está lá com ele. Não precisa. – Eu expliquei.


- Então, nós vamos, mas na hora do enterro, você me liga que eu apareço por lá, ok? – disse.


- Ok. – Eu concordei com a cabeça.


- .. – Ouvi a voz de dizer atrás de mim. Percebi que era a sua voz de choro. Meu coração se apertou e eu me virei para olhá-lo. Os olhos estavam vermelhos e cheios de lágrimas.


- Você está bem? – Eu me levantei e olhei o rosto dele de perto.


- Eu estou bem. – Ele forçou um sorriso e passou a manga do moletom em seus olhos.


- Quer saber? Eu vou ficar aqui com você. – Eu o abracei. Eu não podia ir pra casa e deixa-lo ali.


- Não. – Ele terminou o abraço pra olhar em meus olhos. – Vai pra casa. – Ele pediu.


- Eu não vou te deixar sozinho. – Eu neguei com a cabeça. Meus olhos voltaram a lacrimejar.


- está comigo. – voltou a sorrir.


- Eu vou ficar. – Eu voltei a reafirmar. As lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos. Ver o meu irmão daquele jeito me quebrava de um jeito devastador.


- Não, . – me olhou, sério. – Eu quero que vá embora e descanse. – disse em tom de ordem.


- Vem comigo. – Eu pedi.


- Não, eu vou ficar. A mãe e o pai podem precisar de alguma coisa. – explicou.


- E como ela está? – Eu sorri pra ele sem mostrar os dentes. Ele sabia que eu me referia a tia Janice.


- Ela está linda e com a roupa mais chique que eu já vi na minha vida. – riu, enquanto as lágrimas escorriam de seus olhos.


- Eu tenho certeza que sim. – Eu sorri, sentindo as lágrimas escorrerem dos meus olhos.


- Então, vá pra casa. Se você estiver bem pra voltar pro enterro, volte. Se não, fique em casa mesmo. – me avisou.


- Ta bom. – Eu concordei.


- Você leva ela, ? – olhou pro .


- Claro que levo. – sorriu e concordou com a cabeça.


- Ok. – sorriu pro amigo.


- Qualquer coisa você me liga. – Eu disse e beijei seu rosto carinhosamente.


- Eu ligo. – sorriu pra mim e viu eu me afastar um pouco ao lado do .


- Nós vamos pra casa também, mas QUALQUER COISA você me liga, ok? – disse, atencioso.


- Eu ligo. Pode deixar, cara. – sorriu pro amigo e eles fizeram o seu ‘toque’ rotineiro. estava com o carro de seus pais e levaria a em casa.




Eu sai dali ao lado do e ainda assim, senti os olhares de todos sobre mim. Eu queria sair dali o mais rápido possível. Eu e entramos em seu carro e fomos em direção a minha casa. Permanecemos em silêncio durante todo o caminho. Eu olhava pro lado de fora da janela do carro, enquanto algumas lágrimas escorriam pelos meus olhos. As vezes eu me lembrava do que havia acontecido e a vontade de chorar voltava. me olhava de minuto em minuto. Me via chorar, mas preferia me deixar ter esse momento sozinha.




O carro foi estacionado em frente a minha casa. Eu tinha em minha frente a visão perfeita do lugar onde tia Janice havia morrido. Meus olhos se encheram ainda mais de lágrimas e eu sai do carro. Fui rapidamente em direção a porta da minha casa. Quanto mais longe eu ficasse daquele lugar, melhor. Peguei a chave em meu bolso, abri a porta e entrei. Deixei a porta aberta para que o entrasse. Ele entrou e fechou a porta.




- Então.. – disse, sem jeito. Sabia que tinha que ir embora, pois eu ia descansar.



- Obrigada por me trazer. – Eu tentei sorrir, mas não consegui. Eu ia ficar sozinha. Sozinha como na noite passada em que tudo aconteceu. Além disso, tudo parecia me lembrar a tia Janice. Ela sempre vinha nos visitar e eu tenho lembranças com ela em cada canto daquela casa. me olhou por um tempo, vendo que eu não estava tão bem quanto eu estava tentando parecer.


- Você vai ficar bem? – perguntou, me olhando seriamente. Olhei pra ele com os olhos cheios de lágrimas.


- Sinceramente? – Perguntei e neguei com a cabeça. – Não. – Eu tentei sorrir novamente. Outra tentativa frustrada.


- O que eu posso fazer? – se aproximou e colocou cada mão em um lado da minha cabeça, por cima de meu cabelo.


- Fique. – Olhei ele nos olhos. – Fique comigo. – Eu pedi com os olhos cheios de lágrimas. – Não me deixa sozinha. - Cada parte do corpo de se quebrou ao me ver pedindo aquilo com todas aquelas lágrimas nos olhos. Era como se ele estivesse revivendo o dia da morte de seu pai, quando eu lhe pedi a mesma coisa, daquela mesma forma. Ele se aproximou e beijou carinhosamente a minha testa. Abaixou os olhos.


- Eu estou aqui, ok? E eu não vou te deixar sozinha. Eu vou ficar aqui com você. – Ele sorriu, sem mostrar os dentes.


- Obrigada. – Eu consegui sorrir dessa vez. Eu me afastei e deixei a chave e o celular sobre a estante da sala. – Vamos ficar aqui na sala. – Eu disse, pegando o controle da TV e a ligando.


- Ok. – foi até um dos sofás da sala e se sentou em um de seus cantos.


- Eu só vou beber água. Você quer? – Eu perguntei, educada.


- Não, obrigado. – sorriu.


- Ache alguma coisa boa pra assistirmos. – Eu joguei o controle pra ele e sai. Fui até a cozinha e bebi dois copos de água. O café só dá sede em mim? Voltei pra sala e me aproximei de e do sofá. Me sentei ao seu lado.


- Está passando ‘Os Simpsons’.. – avisou, apontando pra TV.


- Pode deixar ai. – Eu sorri e peguei uma almofada. Coloquei a almofada no colo de e me deitei. disfarçou um sorriso. Ele deslizou a sua mão até os meus cabelos e começou a massageá-los carinhosamente.




Eu acabei dormindo minutos depois. Os carinhos de colaboraram bastante pra isso. continuou assistindo a série, enquanto tentava lutar contra o sono. Ele também havia ficado a madrugada toda acordado e também estava muito cansado. Acabou adormecendo, mesmo estando sentado no sofá.




Acabei acordando 2 horas depois com o barulho da TV. Passava alguma série policial que eu não conhecia e havia tiros pra todos os cantos. Peguei o controle e abaixei o volume. Olhei pra cima e vi dormindo. A cabeça estava apoiada no sofá e uma das mãos estava em meu cabelo. Me levantei com cuidado para não acordá-lo e fui até a cozinha. Minha garganta ainda estava seca. Eu precisava de mais água. Bebi a água e voltei pra sala. Observei de longe e fui me aproximando.




estava dormindo de forma tão tranquila e serena que eu até sorri. Ele ficava lindo quando dormia. Era a primeira vez que eu via ele dormir. Aproveitei a oportunidade para olhar os seus detalhes. As pintinhas em seu rosto, as grossas sobrancelhas e os lábios colados um ao outro. Me sentei em frente a mesinha de centro da sala de frente pra ele. Observei ele por mais um tempo com um sorriso fraco no rosto.




- Eu não sei se... ainda vamos ficar juntos. Não sei se o nosso destino é ficar junto. – Eu disse, olhando pra ele. Ele ainda dormia. Eu sabia que ele tinha um sono pesado, por isso tomei a liberdade de conversar com ele, enquanto dormia. - A única coisa que eu sei é que.. você não apareceu na minha vida por acaso. Você é a minha força, . – Eu sorri fraco com os olhos cheios de lágrimas. – Eu não teria conseguido sem você, . – O meu sorriso aumentou, enquanto uma lágrima escorria pelo meu rosto. Me levantei e me aproximei do rosto dele. Olhei o rosto dele novamente e fechei os olhos, selando os lábios dele de uma forma que quase nem deu pra sentir. nem se moveu. Abri os olhos. – Eu ainda amo você, mas não espalha, ok? – Eu disse e sorri, me afastando. Passei uma das mãos pelo meu rosto, secando minhas lágrimas e me sentei ao lado dele. Deitei novamente no colo dele e fiquei olhando pro teto por um bom tempo, até voltar a adormecer.




Dormimos por mais algumas horas. Só acordamos quando chegou em casa. Nos assustamos com o barulho da porta se abrindo e ambos acordamos. parecia estar menos pior e estava sozinho. Deveria ter deixado a em casa.




- Oi.. – disse, fechando a porta.


- Onde está a mãe e o pai? – Eu perguntei, me espreguiçando.


- Foram pro enterro.. – jogou a chave sobre o criado mudo e foi até o sofá que eu e estávamos. Levantou minhas pernas e se sentou, colocando elas em cima de suas coxas.


- Você não vai? – Eu perguntei, séria.


- Eu não quero ir sem você. Quando você for, eu vou. – suspirou longamente. Aparentava estar cansado.


- Eu vou mais tarde. Quando não estiver mais ninguém lá. – Eu expliquei, sem querer explicar os meus motivos.




Nós passamos um bom tempo conversando. conseguiu mudar o assunto e também conseguiu distrair o . era mesmo um anjo na minha vida. Ele me ajudava de jeitos que nem imaginava. Eles falavam sobre um jogo qualquer, quando meus pais chegaram.




- Entra, Mark. – Minha mãe disse com um sorriso fraco no rosto. Todos olhamos pra porta e vimos Mark entrar.


- Com licença. – Mark sorriu, sem jeito. A expressão de mudou rapidamente, ele revirou os olhos.




Mark entrou em minha casa e dei uma rápida e disfarçada olhada em minha casa. Olhou pra mim e sorriu. Eu me levantei e também sorri pra ele. arqueou a sobrancelha, me olhando. percebeu e lhe deu um tapa no braço. olhou pro amigo, irritado.




- Para! – disse com uma cara feia e sem emitir som algum. Mark se aproximou de mim, parando em minha frente.


- Você esta bem? – Mark sorriu de forma doce.


- Estou melhor. – Eu sorri, sem jeito.


- Mark, vou arrumar uma cama pra você lá no quarto do , ok? – A minha mãe disse, aparecendo na sala novamente.


- O QUE? – e disseram juntos.


- O Mark vai dormir aqui essa noite. – Minha mãe sorriu.


- O QUE? – foi o único a dizer isso dessa vez. Todos olharam pra ele. lhe deu outro tapa no braço.


- Não, Sra. , não precisa. Eu vou voltar pra Nova York hoje mesmo. – Mark sorriu, sem jeito.


- Imagina. Você passou a noite em claro. Precisa descansar. – Minha mãe continuou, gentil.


- Imagina.. – Mark sorriu.


- Eu faço questão. – Minha mãe sorriu pra ele.


- Se a Sra. faz questão, tudo bem. Obrigado. – Mark quase riu.




Minha mãe decidiu que faria o almoço, antes de todos descansarem. Meu pai já estava deitado. Perder a irmã não estava sendo nem um pouco fácil pra ele. matava Mark com o olhar todas as vezes que os olharem dos dois se encontravam. Eu e havíamos combinado de ir ao cemitério naquela tarde e e Mark rapidamente se prontificaram a ir conosco. também avisou e , que também quiseram ir. também ia.




- Então, você já esta pronta? – perguntou pra mim. Eu estava só colocando o último brinco. Eu estava com o mesmo vestido básico preto. Tudo muito básico. O meu cabelo estava solto.


- Agora sim. – Eu sorri fraco pra ele. usava um terno bonito e estava com sua expressão séria.


- Quer fazer mesmo isso? – perguntou, sorrindo sem mostrar os dentes.


- Eu tenho que fazer. Eu devo isso a ela. – Eu sorri fraco.


- Ok, então vamos. – concordou. Ele estendeu o braço e eu enganchei o meu braço no seu e nós descemos juntos até o andar debaixo. – Vamos, Mark. – disse, vendo Mark sentado no sofá.


- Vamos. – Mark se levantou e me olhou com um sorriso triste.




Fomos pro carro de , que na verdade também era meu. Ele iria dirigir. Fui ao lado dele no banco do passageiro e Mark foi no banco de trás. Tínhamos marcado de encontrar , , e lá. ia com seu carro e iria com o seu e daria carona pra e . Antes de irmos pro cemitério, passamos em uma floricultura. Comprei algumas rosas vermelhas solitárias, as favoritas da tia Janice.




Chegamos no cemitério, o carro de e de já estavam lá. Todos estavam de preto e com a expressão séria. Desci do carro e dei alguns passos pra longe do carro. olhou pra mim e de longe viu as lágrimas em meus olhos. Ele se aproximou e colocou uma mão em cada lado do meu rosto, olhando em meus olhos.




- Você não vai sofrer assim pra sempre. – disse, sério. Eu sorri sem mostrar os dentes e passei meus braços em torno do corpo dele, mesmo estando com algumas rosas nas mãos. Ele me abraçou forte, enquanto acariciava o meu cabelo. As lágrimas continuavam em meus olhos. Terminei o abraço e olhei pro rosto de . Ele sorriu fraco, se aproximou e fechou os olhos, beijando a minha testa de forma carinhosa. Depois do beijo, voltei a abrir meus olhos e a encarar os olhos dele e me afastei.




se aproximou de mim e me olhou. Nós tínhamos que ir até lá. Olhamos pro lugar em que a terra estava remexida. Era ao lado do lugar em que minha avó (mãe de tia Janice) havia sido enterrada. e se entreolharam e negaram com a cabeça. Não imaginavam o quanto aquilo era difícil. Começamos a andar até o tumulo. estava ao meu lado e do outro. Mark, , e vinham atrás. Chegamos no túmulo, o nome de tia Janice estava lá. A foto dela também estava lá. Meus olhos se encheram de lágrimas. abaixou a cabeça e a negou. Por que eu tinha que passar por isso?




As rosas estavam em minhas mãos. Olhei pra elas e sorri involuntariamente. Uma lágrima percorreu todo o meu rosto, durante o meu sorriso. Me agachei em frente ao túmulo e separei uma das rosas e a cheirei . As lágrimas que escorriam por meu rosto aumentavam aos poucos. Estiquei o braço e coloquei uma das rosas sobre a terra. observava tudo de pé, seus olhos estavam cheios de lágrimas também, mas ele não choraria. Não tinha mais forças pra isso. Todas as suas lágrimas já haviam sido usadas pro velório.




- Obrigada por ter deixado aquele seu sorriso como a recordação mais especial que eu poderia ter de você. – Eu disse com a voz trêmula. abaixou a cabeça novamente. Era tão difícil pra ele ver aquilo e não poder fazer nada. Estava sentindo uma dor que não era sua. – Eu vou sentir a sua falta. – Eu disse, colocando uma outra rosa sobre a areia.




passou as mãos pelo seu rosto, tentando evitar que as lágrimas escorressem se deus olhos. Ele olhou a rosa em sua mão e se encurvou, colocando a sua rosa ao lado das minhas. estava chorando silenciosamente e segurava suas lágrimas. Mark negou com a cabeça.




Eu sorri fraco e voltei a ficar de pé. ainda estava ao meu lado. Ele virou seu rosto para me olhar. Quis se aproximar e me abraçar, mas viu que não era hora pra isso. Era um momento só meu e nada do mundo poderia me ajudar. Virei meu rosto e olhei pra ele. Meus olhos ainda estavam cheios de lágrimas. Deixei de olhá-lo, para olhar Mark, que estava um pouco atrás dele. Mark me olhou por um tempo e abaixou a cabeça. Eu neguei com a cabeça. Me virei para olhar o túmulo ao lado. O tumulo da minha avó, o lugar em que eu havia sofrido a mesma dor anos atrás. Andei até ele e voltei a me agachar. Ainda restava uma rosa em minhas mãos. Eu olhei pra ela e depois pro tumulo. Voltei a chorar de forma inconsolável. Estiquei o braço e coloquei a rosa sobre o túmulo. Os olhos de se encheram rapidamente de lágrimas, mas ele conseguiu controlá-las. Fiquei de pé novamente e dei alguns passos pra trás. se aproximou e me abraçou fortemente. As duas maiores perdas da minha vida estavam ali. Como uma pessoa pode lidar com isso?




Ficamos mais algum tempo ali. Decidimos ir embora depois de um tempo e quando nos viramos para ir embora, me surpreendi. estava ali. Estava parado com uma expressão triste. Ele negou com a cabeça e eu também neguei, sentindo meus olhos arderem novamente. Ele começou a andar em minha direção e quando chegou até mim, me abraçou.




- Eu sinto tanto por tudo. – disse, acariciando as minhas costas. Eu estava precisando do abraço do meu melhor amigo.


- Eu também. – Eu disse com a minha voz de choro.


- Desculpe só ter chego agora. – disse, se sentindo culpado. Terminei o abraço para olhá-lo.


- Você está aqui agora. Tudo bem. – Eu neguei com a cabeça.


- Me desculpa por tudo. Eu sou um idiota. – me olhou, arrependido.


- Sim, você é, mas você também é o meu melhor amigo e eu preciso de você. – Eu disse entre lágrimas.


- Eu te amo. – Ele sorriu sem mostrar os dentes e me abraçou novamente, mas de forma mais rápida.


- Eu também. – Eu sorri fraco.


- Podemos ir? – perguntou. Ele não via a hora de sair dali.


- Vamos. – Eu concordei e olhei o tumulo de tia Janice pela última vez e me afastei com todos os outros.




Os braços de estavam sobre os meus ombros, enquanto andávamos em direção ao carro. Todos estavam em silêncio e com a expressão triste. Todos combinaram de ir pra minha casa. Não queriam deixar e eu sozinhos. Fui embora com em nosso carro. Mark também estava com nós. foi com o e e com .




Chegamos em minha casa e estava sentada na varanda. Quando ela viu os carros estacionando, ela se levantou. Desci do carro e a vi. Ela começou a correr em minha direção e me abraçou desesperadamente. Eu retribui o abraço.




- Não precisa me desculpar, . Só precisa saber que eu sinto muito e acreditar nisso. – terminou o abraço e olhou pro meu rosto.


- Obrigada. – Eu sorri sem mostrar os dentes. – E eu te desculpo. Tudo bem. – Eu neguei com a cabeça.


- Obrigada. – agradeceu, comovida. – Eu vim correndo. Eu precisava estar aqui com você nesse dia tão triste. – se aproximou e beijou o meu rosto. – Amigos não são só para as horas boas, certo? – sorriu fraco.


- Obrigada por ter vindo. – Eu a abracei novamente. Terminamos o abraço e ela olhou pro meu rosto de novo e o acariciou rapidamente com uma de suas mãos.


- Hey baby. – olhou pro e o abraçou e selou seus lábios rapidamente. – Oi amigos. – olhou pra todos e sorriu.




Ficamos alguns minutos conversando ali na frente. Eles acham que não, mas eu percebi o que todos eles passaram a tarde tentando fazer. Nós conversamos sobre diversos assuntos. Eles não queriam que eu e nos lembrássemos do que havia acontecido. Estavam querendo nos distrair. E é só por isso que são os melhores amigos do mundo.




- Não é hoje a festa daquele seu amigo, ? – perguntou, olhando pro namorado.


- É.. – concordou.


- Por que nós não vamos? – olhou pra todos.


- Eu preciso responder, ? – arqueou a sobrancelha.


- Mas é exatamente por isso que você deveria ir. Você e a . – disse, séria.


- O que? – fez cara de implicância.


- Vocês precisam se distrair. – explicou.


- Ela está certa.. – concordou.


- Eu não vou.. – Eu sorri fraco e neguei com a cabeça.


- Vai sim, ! – pediu.


- Eu não estou no clima. Eu não.. – Eu ia dizendo.


- Você precisa esfriar a cabeça. Deixar de pensar no que vem acontecendo. – continuou tentando nos convencer.


- Eu acho que vocês deveriam ir. Vai fazer bem a vocês. – Mark sorriu.


- E vocês sabem.. – hesitou falar. – Pelo pouco que eu conhecia a tia de vocês, eu já sei que ela não gostaria de ver vocês assim, hoje. – disse com um sorriso fraco no rosto.


- Isso é verdade. – quase sorriu.


- Eu não sei.. – Eu neguei com a cabeça, confusa.


- Vamos, ! ! – tentou me incentivar.


- Só vou se você for, . – sorriu.


- Vamos! – pediu.


- , tem convite pra todo mundo? – perguntou, olhando pra .


- Eu arranjo. – sorriu.


- Então está resolvido! – quase comemorou.


- Eu não vou. – fez cara feia.


- POR QUE? – arqueou a sobrancelha.


- Eu não dormi a noite toda. Eu estou um lixo. Vou dormir na festa. – explicou.


- Dorme nada. – riu.


- Eu preciso da minha cama agora. – explicou. – Mas eu acho que a deveria ir sim. – olhou pra mim.



- Eu não sei.. – Eu disse, indecisa.


- Por favor? – juntou as mãos e implorou.


- Ahn.. ok. – Eu revirei os olhos. Eles não iam desistir até eu concordar com aquela insanidade.


- WOW! – comemorou.


- Mas eu já estou avisando, eu não serei uma boa companhia hoje. – Eu sorri fraco.


- Impossível.. – Mark sorriu e só depois percebeu que havia dito isso em voz alta. olhou pra ele, sério.


- Você vem também não é, Mark? – perguntou. quase deu um soco em por ter convidado.


- Eu não sei.. – Mark sorriu, sem jeito.


- Você vai. Já decidi por você! – disse, rindo.


- Ok. – Mark também riu.


- HAHAHA – forçou uma risada.


- Se o não vai, eu também não vou. Preciso dormir também. – fez careta.


- Onde é essa festa? – olhou pro .


- É naquele clube famoso perto do shopping. O cara fechou o lugar só pra fazer a festa. – explicou.


- Nossa! – disse, chocado.


- , você aproveita e dorme na minha casa comigo! Eu estou sozinha! – deu a ideia.


- Pode ser.. – Eu sorri, feliz com a ideia. Eu queria ficar o mais longe possível da rua da minha casa.




Ficamos mais uns 10 minutos conversando sobre como seria a festa. Havíamos combinado que viria buscar eu e o Mark. também ia com o seu carro e passaria buscar a , a e o . A festa começaria ás 20 horas e passaria nos buscar ás 19:30. Todos foram indo embora e só acabou ficando.




- Eu vou entrar. Vou dormir. – passou as mãos pelos olhos.



- Ok. Qualquer coisa que você precisar, me chama. – sorriu pro amigo.


- Valeu, . – sorriu pro amigo. – Obrigado por tudo mesmo. – agradeceu.


- Não precisa agradecer, cara. – sorriu e negou com a cabeça.


- Cuida da minha irmã hoje a noite, hein. – disse, indo em direção a minha casa.


- Deixa comigo. – quase riu e voltou a me olhar. Ainda não estávamos sozinhos. Olhou pro Mark e arqueou a sobrancelha, como quem dissesse ‘dá o fora, idiota!’.


- Eu vou entrar.. – Mark sorriu, sem jeito.


- Ok. – Eu me virei o sorri pro Mark.


- Tchau, Mark. – sorriu falsamente. Ficou olhando Mark se afastar pra só depois conversar comigo.


- Então.. – Eu disse, sorrindo fraco.


- Você parece melhor.. – disse, depois de me olhar.


- Eu só pareço mesmo. – Eu sorri, sem mostrar os dentes.


- Eu posso ficar com você se você quiser. – se ofereceu, atencioso.


- Não precisa. Você deve estar cansado. Vá pra casa e volte mais tarde pra me buscar. – Eu sorri.


- Ok, mas se você precisar de alguma coisa, sabe que é só me ligar, né? – disse novamente.


- Eu sei.. – Eu sorri. Ficamos em silêncio por um tempo. ficou pensando no que dizer.


- Ela está em um lugar melhor agora. Sabia, né? – sorriu fraco.


- É, eu sei.. – Eu levantei a cabeça e olhei pro céu, vendo várias nuvens brancas e um sol enorme. – Está um bonito dia hoje. – Eu disse, ainda olhando o céu.


- Está. – concordou, olhando pro céu.


- Sempre está chovendo ou nublado em dias de morte. – Eu voltei a olhá-lo. – Tia Janice era tão alegre e incrível que isso não aconteceu hoje. – Eu sorri fraco.


- Verdade. – concordou com um sorriso triste no rosto. Não gostava de me ver falando daquele jeito.


- Certo, eu vou entrar. – Eu apontei pra minha casa.


- Até mais tarde, então. – sorriu.


- Até. – Eu sorri e me virei de costas pra ele. Voltei a olhá-lo segundos depois. – E obrigada, . – Eu disse, agradecida por tudo o que ele havia feito no dia de hoje.


- Tudo bem.. – negou com a cabeça.


- Sério! Eu não teria conseguido sem você. – Eu sorri fraco.


- Eu sei. – fez careta e nós dois rimos.


- Cala a boca.. – Eu disse, parando de rir.


- Ás 19:30 eu estarei aqui. – se afastou, indo pro seu carro.


- Ok. – Eu concordei e me virei de costas, indo em direção a minha casa. Olhei pra ele pela última vez, antes de entrar em casa.




A casa estava silenciosa. Todos deveriam estar dormindo e eu deveria fazer o mesmo. Subi pro meu quarto e deitei em minha cama. Não tive nem tempo pra pensar em nada. O meu sono estava me consumindo.


HORA DE TROCAR DE MÚSICA! OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:






Meu celular despertou ás 18:30. Eu ainda não acreditava que eles haviam me convencido a fazer aquilo NAQUELE DIA. Eu precisava me distrair, eu sei! Mas uma festa? Aquilo era o tipo de coisa que a tia Janice me mandaria fazer no dia de sua morte. Ela era moderna e baladeira. Iria odiar que eu ficasse em casa chorando. Ela diria ‘Saia, se divirta. Esquece isso e pegue alguns gatinhos!’ Quer saber? Vou fazer isso, quer dizer, menos a parte dos gatinhos.




Já que eu ia fazer isso, iria fazer isso direito, certo? Eu não ia de luto. Em dias tristes, são os dias que eu mais estou inspirada pra me arrumar. Parece que estar bonita me dá uma força a mais. Eu usava vestido curtíssimo, aliás, era o vestido que havia me dado no meu aniversário (VEJA O VESTIDO AQUI). Eu também usava um salto enorme e uma maquiagem muito bem feita. Uma gargantilha maravilhosa estava em meu pescoço, a pulseira que havia me dado estava em um dos meus pulsos e brincos de argola nas orelhas. Meus cabelos estavam soltos. Eu estava pronta.




Ouvi a buzina do carro de e apaguei as luzes do meu quarto rapidamente. Desci as escadas e encontrei com Mark na sala. Ele me olhou dos pés a cabeça. Ele nem conseguiu disfarçar.




- Vamos? – Eu perguntei, sem jeito. também me olhou. Arregalou os olhos.


- Nossa.. – arqueou a sobrancelha.


- O que? – Eu ri da cara de idiota dos dois. Mark estava ainda mais abobalhado.


- Você está incrível. – Mark respondeu rapidamente.


- Obrigada. – Eu sorri pro Mark. Ele continuava sorrindo pra mim de forma boba.


- Você pegou suas coisas, ? – perguntou, percebendo que eu estava sem mala alguma.


- Está aqui no sofá. – Eu apontei pro sofá.


- Deixa que eu levo pra você. – Mark se aproximou, pegando a pequena mala das minhas mãos.


- Obrigada, Mark. – Eu sorri, agradecida. Ele foi em direção a porta.


- Qualquer coisa você me liga, ok? – disse, atencioso.


- Pode deixar. – Me aproximei e beijei o seu rosto. – Não quer ir mesmo? – Eu perguntei novamente.


- Não. Eu preciso dormir. Estou parecendo um zumbi. – quase riu.


- Ok, fica bem. – Eu sorri pra ele e ele também sorriu.


- Se divirta bastante. – Ele disse, antes de eu sair de casa.


- Valeu. – Eu gritei e fechei a porta. Eu já havia me despedido dos meus pais mais cedo. Eles estavam dormindo naquele momento. Também haviam passado a noite em claro.




olhou para a porta e viu eu e Mark andando lado a lado. Suspirou, insatisfeito. Ele não conseguia controlar. , que também estava no carro, percebeu o desconforto de com a presença de Mark naquela noite.




- Pega leve, . – disse, negando com a cabeça.


- Não me peça o impossível. – sorriu falsamente, vendo eu e Mark pararmos em frente ao seu carro.


- Hey.. - disse, saindo do carro. Quando ele me viu, paralisou. Eu coloquei uma das mãos na cintura e mordi o lábio inferior, totalmente envergonhada. Mark olhou pro , insatisfeito. – Você está linda. – me olhou de forma encantadora. Aquele sorriso me quebrava. – Eu gostei do seu vestido. – continuou me olhando e sorriu. estava simplesmente incrível. Ele usava uma regata branca e por cima uma camiseta jeans, que tinha seus botões abertos. Uma calça jeans escura e um tênis. O cabelo desajeitado e um perfume que dava pra sentir do outro lado do bairro. era tão bonito. Como demorei tanto pra notá-lo?


- Obrigada. A pessoa que me deu ele tinha um ótimo gosto. – Eu disse e abaixei a cabeça, encarando o chão. Eu provavelmente estava vermelha.




olhou pro Mark e sorriu. Aquele sorriso estava dizendo ‘ Olha só, idiota! Ela me ama.’. Mark engoliu a vontade de mandar se fuder. pegou a minha mala das mãos do Mark e a colocou no porta malas. Eu abri a porta do carro e me abaixei para beijar o rosto de , que estava sentado no banco do passageiro. deu a volta no carro, abrindo a porta do motorista. também cumprimentou Mark.




- Passa pro banco detrás, . – mandou com um sorriso esperto. Era ÓBVIO que ele não deixaria que eu e Mark fossemos juntos no banco detrás do carro.


- Não precisa, imagina. – Eu neguei com a cabeça.


- Não, eu vou pra trás. – quase riu, entendendo o que estava acontecendo ali. saiu do carro e entrou no banco detrás. Mark fuzilou com os olhos. quase riu na cara de Mark. Mark entrou no banco traseiro e eu me sentei no banco do passageiro, ao lado do .




Eu e fomos o caminho todo conversando. as vezes entrava no assunto, porém, Mark não abriu a boca. Eu não percebi a troca de olhares violenta que estava rolando entre ele e o pelo retrovisor.




Chegamos na tal festa 15 minutos depois. Encontraríamos , e lá. estava indo com o carro de deu pai para dar carona pra elas. O lugar estava absurdamente lotado, mas nós tínhamos entradas vips e não precisávamos entrar na fila. Estava tudo certo.




- Caramba, que festa foda! – comentou, vendo a enorme pista de dança que havia no centro do salão e um barzinho na lateral.


- Nossa, quanta gente. – Eu disse, surpresa. Estava até um pouco difícil andar por ali.


- Vamos sair aqui do meio a pista ou esses malditos vão pisar no pé. – disse, saindo dali e indo em direção ao barzinho. Eu, e o Mark acompanhamos ele. Sentamos em algumas cadeiras que haviam em volta do balcão.


- Isso é bebida alcóolica? – perguntou, cheirando a bebida que havia colocado no seu copo. – Com certeza. – Ele mesmo respondeu. Olhei pra ele e peguei o copo de sua mão e também cheirei.


- Não deve ter tanto álcool. – Eu disse, olhando pro . Peguei o copo e virei em um gole só. Fiz uma careta depois de terminar de beber. Ok, tinha MUITO álcool ali.


- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? TA MALUCA? – tirou o copo da minha mão, me olhando com cara feia.


- É só uma bebida, . – Eu revirei os olhos. Ele era tão dramático.


- OI! – gritou, assim que chegou do nosso lado. Nem tínhamos visto ela, e se aproximarem.


- Ahn, oi! – Eu sorri e me aproximei cumprimentando os 3. , e Mark fizeram o mesmo.


- Eu conheço esse vestido.. – sorriu olhando pra mim e depois pro .


- Pois é, eu também! – riu.


- , essa festa esta incrível! – comentou, maravilhado.


- Nunca esteve tão lotada como hoje. – disse, olhando pra pista de dança.


- Vamos dançar, . – começou a puxar o namorado pra pista de dança.


- Vamos! Deixa eu só pegar um refrigerante. – se esticou e pegou um copo de Coca-Cola e sumiu com no meio da pista de dança.




Nós 5 continuamos ali sentados. Eu estava sentada entre e Mark e e estavam lado a lado. Bebíamos alguns refrigerantes e conversávamos sobre diversas coisas. Mark estava mais solto e falante.




- Aquela loira não tira os olhos de mim. – disse no ouvido de . olhou pra garota e o acompanhou.



- Vai lá! – encorajou o amigo.


- Eu não sei.. – riu e negou com a cabeça.


- Para de ser viado. – revirou os olhos.


- Ta, eu vou! – bebeu o último gole de seu refrigerante e se levantou. olhou pro e arqueou a sobrancelha, como quem dissesse ‘onde esse idiota foi?’. trocou de cadeira e se sentou ao lado do e se virou para ver onde havia ido.


- Não acredito. – revirou os olhos.


- O que foi? – quase riu.


- O é um galinha. – bufou, irritada.


- A primeira opção dele não estava disponível. Ele foi atrás da segunda. – disse, dando uma indireta.


- Eu não tenho nada a ver com isso. – negou com a cabeça.


- Quer saber? – ficou sério. – O problema vai ser quando a segunda opção se tornar a primeira. Ai não vai ter volta. – disse e o olhou, séria. Se virou para olhar novamente. estava na pista de dança dançando colado com a tal loira.


- Olha só quem fala. – disse e olhou pro Mark e pra mim, que conversávamos. olhou pra nós e depois pra .


- Eu não sou uma opção, querida. Eu sou já sou a escolha. – sorriu, satisfeito com o que havia dito.


- Quer saber? – sorriu, esperta. – O problema vai ser quando a segunda escolha se tornar a primeira. – piscou um dos olhos e a encarou, sério.


- Fica quieta. – fez careta e negou com a cabeça. Olhou pra mim e pro Mark de novo. Estava sério. Voltou a olhar pra . – Vai chamar o pra mim, por favor? – pediu.


- Por que você mesmo não vai? – arqueou a sobrancelha.


- Eu não largo esse cara sozinho com a nem fodendo. – disse, sério.


- Ok, entendi. – gargalhou. – Eu já volto. – saiu, indo em direção a pista de dança.


aproveitou para pegar mais um gole de refrigerante. Olhava disfarçadamente pra mim e pro Mark. Não queria que Mark percebesse que estava causando qualquer ciúmes nele.


- O que foi, ? – apareceu do nada ao lado do .


- Tem uma mesa de bilhar ali. Vamos jogar? – propôs.


- Agora? – arqueou a sobrancelha, sem entender.


- Eu preciso tirar esse cara de perto da , antes que eu cause um estrago nessa festa. – explicou e quase riu.


- Entendi. – negou com a cabeça. – Eu vou só avisar a e já volto. Ela e a ficam aqui com a . – disse no ouvido de . A música estava muito alta e se eles não se aproximassem, não tinha como um ouvir o outro. saiu e deixou nós três sozinhos novamente.




Mark percebeu que estava deixando furioso e impaciente e estava adorando. Eu também havia percebido que havia deixado de lado, mas não podia ser mal educada com o Mark e não lhe dar atenção.




- NOSSA, QUE CALOR! – chegou, levantando o cabelo. Ela estava suada de tanto que havia dançado.


- Você esta vermelha! – Eu gargalhei, olhando pra ela.


- Eu estou amando essa festa. – riu e se sentou, pegando um refrigerante.


- Cadê o ? – perguntou, procurando pelo .


- Ele foi chamar o . – explicou, bebendo um gole de refrigerante.


- O não vai querer vir. Você acha que ele vai largar a loira vadia? – revirou os olhos.


- Parece que sim. – Eu ri, apontei com a cabeça. e se aproximavam lado a lado.


- Argh. – fez cara feia.


- Que calor da porra.. – suspirou, pegando um copo de refrigerante gelado.


- Não sei porque. Aquela loira é bem.. fria. – riu, achando graça da sua provocação.


- Fria? – riu. – Você é cega? – gargalhou ainda mais.


- Se ela é tão quente assim, por que você não vai lá com ela? – sorriu falsamente e cruzou os braços.


- Eu vou ir lá com ela depois de jogar com os caras. Não se preocupa. – piscou um dos olhos.


- , deixa seu ciúmes pra daqui a pouco. – forçou um sorriso pra . – Vamos jogar logo. – se levantou.


- CIUMES? – Ela quase gritou, furiosa.


- Vamos, Mark. – chamou.


- Jogar o que? – Mark perguntou, sem entender.


- Bilhar. – sorriu e esperou Mark se levantar. Queria ter certeza de que ele iria. Afinal, esse era o plano.


- Eu volto daqui a pouco, . – Mark sorriu pra mim e se levantou.




olhou pra trás para ver se Mark estava vindo e ficou aliviado em saber que sim. Foram até o outro lado do salão, onde tinham umas 4 mesas de bilhar. Uma delas estava vazia e foi essa mesma que eles pegaram.




- Quais vão ser as duplas? – perguntou, enquanto cada um pegava um taco.


- Eu posso jogar com o Mark. – disse, evitando qualquer oportunidade de e Mark ficarem no mesmo time.


- Eu e o , então. – olhou pro e sorriu.


- Eu tive que deixar a loira esperando. É bom nós ganharmos isso ou eu vou enfiar esse taco.. – disse, rindo.


- Pare de tentar me deixar excitado, . – disse e e quase morreram de tanto rir. Mark foi o único que não riu.


- Ta, eu e o Mark vamos começar. – disse, ainda rindo.


- Ta, vai. – riu, por causa que e ainda riam.




Eu e as garotas estávamos sozinhas agora. Eu estava sentada entre a e a . Nós estávamos rindo de algumas pessoas, que dançavam feito malucas na pista de dança. Nós também comentávamos sobre alguns garotos que passavam por nós e dava algumas cantadas baratas.




- Você está ignorando esses caras por que você já tem dois pretendentes especiais essa noite. – disse, rindo.


- Eu não quero nada essa noite. – Eu ri, negando com a cabeça.


- O que é isso que você está bebendo, ? – perguntou, vendo que aquilo em meu copo não era refrigerante.


- Não sei... Só sei que é bom. – Eu ri, virando o copo mais uma vez. Era o 3° copo seguido.


- Deixa eu experimentar? – pediu. Eu entreguei o copo em sua mão e observei ela tomar.


- CREDO! ECA! – Ela fez careta e começou a tossir. – Tem álcool nessa porcaria. – Ela tossiu pela última vez.


- É bom você parar de tomar isso, . – riu, vendo todo o exagero de .


- Verdade, vou escolher outra coisa. – Eu virei o 4° copo e comecei a olhar algumas garrafas que haviam atrás do balcão. – Isso parece ser bom. – Eu peguei a garrafa, a abri e despejei um pouco no copo.


- , você não.. – deixou de continuar a frase, quando viu que eu já estava virando o copo.


- CARAMBA! – Eu ri, fazendo careta. – ISSO é forte. – Eu continuei a rir.


- Vai com calma, . – disse, me olhando séria.


- Você está certa. Eu não quero mais isso. – Eu fiz careta e guardei a garrafa no lugar em que estava. – Deve ter algo melhor aqui. – Eu disse, procurando uma outra garrafa.


- Isso não vai acabar bem. – negou com a cabeça, olhando pra .




Os garotos já haviam começado o jogo. e estavam na frente, mas a diferença era bem pouca. Mark quase não falava nada durante o jogo. Apenas fazia algumas brincadeiras com o . e Mark trocavam alguns olhares nada amigáveis durante o jogo.




- ÚLTIMA BOLA, ! – gritou, empolgado. só precisava derrubar aquela bola pra ele e ganharem o jogo.


- Em qual buraco você quer? – perguntou pro .


- O da esquerda.. – riu da ousadia do .


- Beleza. – riu e se abaixou. Ele encaçapou a bola, como era de se esperar.


- WOOOW! – gritou e fez uma dancinha de comemoração. Ele e fizeram o seu toque de mãos rotineiro.


- Valeu, Mark. – riu de toda aquela comemoração dos amigos.


- Nós ganharemos na próxima. – Mark sorriu, colocando o taco sobre a mesa.




deixou de conversar uma coisa qualquer com o e também colocou o seu taco na mesa. Mark o olhou e sentiu seu sangue subir.




- Está feliz agora, ? – Mark perguntou com um sorriso falso no rosto. olhou pro Mark, sério.


- O que? – arqueou a sobrancelha.


- Conseguiu me tirar de perto da e ganhou o jogo. Satisfeito? – Mark repetiu com o mesmo sarcasmo.


- Depende. – sorriu divertidamente. – Se você continuar longe dela, eu vou ficar bem satisfeito. – foi sarcástico dessa vez.


- Eu também ficaria bem satisfeito se você não estivesse aqui hoje, mas parece que nem eu e nem você podemos controlar isso, né? – Mark sorriu.


- Eu sabia que em alguma hora isso ia acontecer. – revirou os olhos.


- Tem certeza? – deu alguns passos na direção do Mark com um sorriso irônico no rosto.


- Perto demais, . – entrou em sua frente e o empurrou pra trás.


- Eu não vou brigar com ele. – olhou pro e negou com a cabeça.


- Olha só quem ficou maduro de repente. – Mark cruzou os braços e quase riu.


- E você realmente acha que eu me importo com o que você pensa de mim? – também quase riu.


- Que bom, por que você não ficaria nem um pouco satisfeito se soubesse o que eu realmente penso de você. – Mark sorriu de forma esperta.


- Olha só, eu sei você gosta dela e está certíssimo. Ela é incrível, linda e encantadora. – dizia de forma séria, mas com um leve tom de provocação. – Mas ela não gosta de você. Você deveria parar de ficar fazendo papel de idiota. Está ficando ridículo. - continuou dizendo.


- Olha só quem está falando. – Mark riu.


- Eu estou tentando falar com educação, mas parece que não está dando pra entender, né? – se aproximou um pouco mais de Mark.


- Você não pode ser um pouco mais claro? – Mark sorriu de forma provocativa.


- Fica-longe, Mark. – disse sério e deu alguns passos pra trás. Tinha a intenção de sair dali. Não queria brigar mesmo.


- Ou o que? – Mark disse irritado, mas mantinha o humor sarcástico. sorriu pra Mark de longe.


- Você não vai querer saber. – disse, saindo dali.


- Deixa isso pra lá, cara. – aconselhou Mark.


- Esse cara adora me tirar do sério. – Mark disse, negando com a cabeça.


- Vamos ir lá com as garotas. – chamou e Mark.


- Eu preciso voltar pra aquela loira. – quase riu.




Eu e as garotas continuamos sentadas em frente ao barzinho. Eu havia experimentado algumas garrafas, mas não havia gostado de nenhuma. As garotas ficavam dizendo pra eu parar de beber aquelas bebidas que eu nem sabia o que eram. Eu já estava ficando irritada com aquilo.




- , já chega. – tirou a garrafa da minha mão, me olhando de forma severa.


- Chata.. – Eu revirei os olhos, me sentando na cadeira.


- Você bebeu muita coisa.. – negou com a cabeça.


- Para de ser exagerada. – Eu revirei os olhos.


- Não fica brava. Estamos fazendo isso pro seu bem. – disse, séria.


- Sabe o que vai me fazer bem? – Eu perguntei de forma retórica. – Dançar. – Eu sorri pra elas e me levantei. – Fui. – Enviei um beijo no ar pra elas e sai.




Comecei a andar no meio daquela multidão. Eu estava totalmente empolgada e doida naquele momento. Eu comecei a dançar sozinha no centro da pista de dança. Não que seja uma boa dançarina, mas eu e as garotas costumávamos fazer coreografias pra algumas músicas, então eu tinha alguns passos bons. Eu estava rindo sozinha, parecendo uma retardada. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo, mas eu estava empolgada demais pra pensar nisso.




- Ela esta muito doida. – riu e negou com a cabeça.


- Oi garotas.. – disse, aparecendo de pé ao lado de e .


- Quem ganhou o jogo? – perguntou, curiosa.


- Eu e o , é claro. – riu. – Aquele Mark não é de nada. – fez careta.


- Já estava sentindo falta da suas implicâncias com ele. – riu e também.


- E cadê a ? – perguntou, sem muita preocupação.


- Eu não sei. Ela saiu daqui dizendo que ia dançar. – riu.

- Dançar? – arqueou a sobrancelha. Ele sabia que eu gostava de dançar, mas eu estava tão desanimada naquele dia e agora eu estava dançando? – Estão vendo ela por ae? – se virou pra pista de dança e passou os olhos por lá, tentando me achar.


- O que vocês estão procurando? – chegou junto com Mark e .


- A .. – disse, sem tirar os olhos da pista de dança.


- Pra onde ela foi? – perguntou, sem entender onde eu havia ido sozinha.


- Ahn não.. – fez careta e colocou uma das mãos no rosto.


- O que foi? – olhou pra , sem entender.


- Achei ela.. – sorriu pro . Ele não ia gostar.


- Cadê? – perguntou e voltou a olhar pra pista de dança, assim como , , e Mark.


- Ali, em cima daquela mesa. – apontou com o dedo. Todos olharam pro lugar que ela havia apontado. arregalou os olhos.


- Mas o que ela.. – saiu, indo em direção ao local em que eu estava. Chegou onde eu estava e viu que tinha um grupo de garotos em volta da mesa gritando pra mim.




Eu estava dançando e não estava nem me importando se tinha pessoas me olhando ou me achando louca. Eu só queria por toda aquela felicidade pra fora.




- ! – gritou. Eu não ouvi, talvez por causa da música alta e continuei dançando. negou com a cabeça e se aproximou ainda mais da mesa. – Sai.. – disse, tirando um dos garotos da sua frente. – ! – Ele gritou, furioso. Dessa vez eu havia escutado. Parei de dançar e olhei pra ele.



- Ahn, oi . – Eu sorri pra ele, ainda em cima da mesa.


- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – me olhou como se eu fosse uma maluca.


- O que você acha? – Eu quase ri.


- Desce dai! – disse em tom de ordem.


- Vem dançar comigo. – Eu estiquei a mão e chamei ele.


- Você esta louca?! – estava me irritando por estar falando comigo daquele jeito. Eu só estava tentando aproveitar a festa.


- Se eu estou louca? – Eu perguntei e gargalhei. – Eu estou muiiiiit-to louca. – Eu disse e voltei a rir.


- DESCE! – gritou mais uma vez.


- Não! – Eu olhei pra ele, irritada.


- DESCE! – gritou pela última vez.


- Eu já disse que não vou! – Eu disse, furiosa.


- Caralho.. – suspirou, tentando manter a calma. – Não vai descer? – arqueou a sobrancelha.


- N, O, Ã! – Eu soletrei. – OPS! Espera, tem alguma coisa errada, né? – Eu disse e voltei a gargalhar. – É N-Ã-O. – Eu sorri, satisfeita por ter acertado a soletração dessa vez.


- Ok, chega. – esticou seus braços e os colocou em volta das minhas cochas, me levantando no ar em seguida. Ele começou a andar comigo no ombro no meio de toda a multidão.


- Hey! Por que está tudo de cabeça pra baixo? – Eu perguntei, sem entender. Ninguém me respondeu. – Alguém pode me responder? – Eu perguntei, sem perceber que eu estava pendurada no ombro de .




andou a pista de dança toda comigo no ombro. Algumas pessoas passavam olhando e outras riam. foi em direção ao seus amigos e quando chegou até eles, me tirou de seu ombro e me colocou sentada na cadeira.




- Agora está melhor. – Eu sorri, vendo que as coisas não estavam mais de ponta cabeça.


- Você está doida, menina? – arqueou a sobrancelha, rindo.


- Não! Eu estou maluca, é diferente. – Eu sorri, achando que o que eu havia falado fazia muito sentido.


- Você está bem, ? – perguntou, olhando pra mim.


- Se eu estou bem? – Eu quase ri. – Eu estou mara-vilho-samente.. – Eu disse de forma lenta e sorri. – iiiiiiiiiiiincrí- vel. – Eu terminei a frase e gargalhei.


- Puta merda.. – fez careta e negou com a cabeça.


- Você está bêbada? – olhou pra mim, quase rindo.


- NÃO! – Eu disse, rapidamente. Todos continuaram me olhando. – Ok, SIM. – Eu sorri de forma desconcertada.


- Vish.. – Mark negou com a cabeça.


- Olha pra mim. – entrou em minha frente e me olhou de perto. Olhei pra ele, séria. – O que você bebeu? – perguntou, vendo meus olhos um pouco vermelhos.


- O que eu bebi? – Eu quase ri. – Eu bebi TU-DO, meu bem. – Eu disse e voltei a gargalhar. Olhei pro e vi que ele ainda me olhava de perto. Levantei uma das minhas mãos e apertei o seu nariz com dois dedos – BIIIP! – Eu ri, achando graça. me olhou, sem acreditar. e se olharam e começaram a rir.


- Eu não deveria estar rindo disso. – negou com a cabeça, tentando controlar o riso.


- Por que ela fica separando a silabas das palavras? – riu. Eu coloquei as mãos no balcão em minha frente e comecei a girar a cadeira em que eu estava sentada. Parecia uma criança de 5 anos.


- Ela está bêbada, idiota. – olhou pra , sem paciência. deixou de olhar e olhou pra mim, que continuava rodando a minha cadeira. , , , e Mark também me olharam e ficaram me olhando girando por um tempo.


- Ela está bêbada ou drogada? – perguntou, gargalhando.


- Hey, para! – parou a minha cadeira. Olhou pra . – Você não está ajudando. – disse, furioso.


- Por que esta tudo girando? – Eu perguntei, vendo tudo a minha volta girar. Certamente era por que eu havia girado muito naquela cadeira. – PAREM DE GIRAR, NÃO TEM GRAÇA. – Eu gritei, irritada. Achei que alguém pudesse estar me causando aquela tontura.


- CARA.. – gargalhou ainda mais. Todos os meus amigos me olhavam, sem saber o que fazer.


- Ok, agora parou. – Eu sorri, satisfeita.


- O que vamos fazer? – perguntou, segurando o riso.


- Levar ela pra casa? – deu a ideia.


- NÃO! – Eu disse, irritada.


- Espera um pouco, . – disse, querendo que eu ficasse quieta para que eles resolvessem o que eles iriam fazer. Eu voltei a girar a cadeira em que eu estava, dessa vez com mais velocidade.


- Eu não vou embora.. – Eu cantarolava, enquanto continuava girando na cadeira.


- PARA! – gritou, parando a minha cadeira de novo.


- NÃO GRITE COMIGO.. – Eu me levantei da cadeira para iniciar uma briga com o , mas eu não consegui parar em pé. Ainda estava zonza por causa das voltas na cadeira. Antes que eu alcançasse o chão, me segurou.


- Melhor você ficar sentada. – me colocou sentada de novo.


- O que essas pessoas estão olhando? – Eu perguntei, irritada. Tinha muita gente que estava olhando pra mim, mesmo de longe.


- Dá pra ficar um pouco quieta? – me olhou, impaciente.


- Vocês são muito chatos. Por que não estão dançando? – Eu revirei os olhos. Voltei a me girar na cadeira pela 3° vez. Não deu nem tempo de eu dar 3 voltas.


- Para com a porra da cadeira, por favor. – pediu, impaciente.


- Você não sabe falar outra coisa? – Eu revirei os olhos.


- Ok, vocês podem resolver isso, né? – perguntou com um olho na conversa e o outro na loira que esperava por ele na pista de dança.


- A sua amiga esta com problemas e você querendo ir lá com aquela vadia? – disse, revoltada.


- O que foi que eu fiz, hein? – olhou pra , irritado. Não entendia tamanha implicância.


- Você nasceu! Foi isso o que aconteceu. – revirou os olhos.


- CHATOS.. – Eu disse, enquanto também revirava os olhos. Aquilo estava me deixando entediada.


- Você vai deixar a sua amiga nessa estado? – cruzou o braço.


- Estado? Nova Jersey! Acertei, né? WOW, GANHEI! – Eu disse, comemorando.


- O que você quer que eu faça? Quer que eu chame os alcoólatras anônimos? – disse, irritado.


- Pode ir, . Eu cuido dela. – sorriu pro .


- Valeu. – sorriu, agradecido. – Qualquer coisa, vou estar na pista de dança.. – Ele olhou pra . – COM A LOIRA. – Ele quase gritou na cara dela e saiu.


- ARGH! – esbravejou.


- Eu quero dançar. – Eu resmunguei, fazendo bico.


- Para quieta, menina. – quase riu.


- MARK! Eu não lembrava que você estava aqui. Na verdade, eu não lembro nem onde eu estou, mas sei que estou gostando. – Eu disse, olhando pro Mark. Ele sorriu, sem jeito.


- Você precisa ir pra casa. – Mark continuou sorrindo.


- EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU. – Eu gritei, irritada. – Você o bonitinho e bem ajeitadinho, Mark, mas você sabe ser chato as vezes. – Eu revirei os olhos. gargalhou, fazendo Mark olhar pra ele com cara feia.


- O que vamos fazer com ela? – perguntou.


- Agora que eu estou gostando desse lado dela? Deixa ela continuar. – se sentou, olhando pra mim e pro Mark conversando. , e olharam pra ele com cara feia. – TA BOM. – revirou os olhos.


- , nós temos que te levar embora. – me olhou. Eu olhei pra ele, irritada por ele ter voltado naquele assunto. Me levantei fui até o .


- Você quer me levar embora? – Eu segurei na gola da camiseta dele e fui deslizando um dos dedos por todo o seu tanquinho. Ele abaixou o rosto e acompanhou o meu movimento e voltou a me olhar. – Vai ter que dançar comigo antes. – Eu mordi o lábio inferior e olhei ele nos olhos.


- Ela consegue seduzir o até estando bêbada. – falou pra , rindo.


- Dançar? – engoliu seco. – Só isso e você aceita ir embora? – perguntou, tentando manter a compostura.


- Só dançar.. – Eu sorri de forma provocante.


- Eu acho que isso não vai ser uma boa ideia. – Mark disse, sério. Ele estava MORRENDO de ciúmes, mas não queria demonstrar. – Ela não está em condições. – Mark tentou dar uma outra justificativa.


- É isso o que você acha, Mark? – olhou pro Mark e quase riu. – Faz assim: fica olhando daqui e veja se ela está ou não em condições. – deu uma piscadinha e voltou a me olhar. – Vamos, mas só um pouco. – disse, tendo certeza que acabaria pagando um mico no meio da pista de dança.


- OMG, EU AMO ESSA MÚSICA! – Eu disse, pirando. – Vamos logo. – Eu segurei uma das mãos dele e puxei ele até o centro da pista de dança.




A música que havia começado a tocar era ‘Don’t Cha’ do Pussycat Dolls. parou em minha frente, sem saber o que fazer. Me olhou e sorriu, quase rindo. Ergui minhas mãos e as deixei juntas, enquanto eu rebolava em frente ao . não consegui se mover, seus olhos estavam fixos em mim. Minha cintura acompanhava a batida da música.




- não aguenta nem 3 minutos. – gargalhou, nos observando de longe.


- Vai sim. Ela esta bêbada. Ele não faria nada com ela nesse estado. – discordou, também nos observando. Uma hora era olhava pra mim e pro e em outra hora olhava pro e pra tal loira, que dançávamos no mesmo ritmo.


- Aposto 10 reais que o não aguenta. – gargalhou.


- Apostado. – apertou sua mão e também riu.




Eu continuava dançando da mesma forma e continuava sem reação. Depois de um tempo, ele levantou uma das mãos e passou por seu cabelo, sem tirar os olhos do meu corpo. Ele sorriu de forma frustrada. Olhei pra ele e vi que ele estava ficando maluco. Eu precisava ir um pouco mais longe. Toquei a barriga dele e mesmo tendo tocado somente na camiseta, ele se arrepiou todo. Aproximei meu rosto do dele e levei meus lábios pra perto de seu ouvido.




- Não vai dançar comigo? – Eu perguntei e me afastei um pouco para olhar em seus olhos. Ele encarou meus olhos e depois os desceu até os meus lábios. Coloquei uma mão em cada lado da sua camisa e me aproximei novamente do ouvido dele. – Chega mais perto.. – Olhei pro rosto dele e ele sorriu. Colocou uma das mãos em minha cintura e aproximou seu rosto de meu ouvido.


- Por que está fazendo isso comigo? – Ele perguntou com uma voz MUITO sexy. Eu me arrepiei. Olhou pra mim e eu ri. Me aproximei novamente.


- Mas eu nem comecei. – Olhei do jeito mais sedutor da minha vida. Coloquei uma mão em cada lado da cintura dele e desci rebolando até o chão. Subi rebolando da mesma forma e subindo uma mão em cada lado da calça dele.


- Ok, posso dobrar a aposta? – gargalhou.


- Ela esta acabando com ele. – riu, chocada.




estava maluco. Ele estava dando a sua vida pra não me agarrar naquele instante. As vezes ele sorria sozinho, não se conformando com o que estava acontecendo. Se eu estivesse menos bêbada, ele não resistiria tanto. Voltei a encará-lo com meu sorriso sedutor e ele negou com a cabeça. Segurou a minha cintura e colou nossos corpo.




- Você está indo longe demais. – Ele me olhou com um sorriso desesperado no rosto. Eu quase ri. E aproximei do ouvido dele.


- E o que você vai fazer a respeito? – Eu desafiei ele. Eu queria muito que ele me agarrasse. Por que ele estava dando uma de difícil? Olhei pra ele e ele cerrou os olhos pra mim. Sorri de forma provocativa e virei de costas pra ele. Peguei suas mãos e as levantei junto com as minhas. Fui abaixando o meu braço e o dele e deslizei as mãos dele pelas laterais do meu corpo, até a cintura. Voltei a rebolar e soltei minhas mãos das dele, que continuavam em minha cintura. Comecei a deslizar colada ao corpo dele, ainda de costas.


- Não não, . Vamos, você é forte. – olhou pra cima, tentando acalmar cada sentido do seu corpo que lhe mandava me agarrar ali mesmo. Subi de costas e colada ao corpo dele. Uma das minhas mãos estavam levantadas e subiam por seu tanquinho. Quando já estava de pé novamente, coloquei a mesma mão em torno do pescoço dele. Eu ainda estava de costas pra ele.




respirava com dificuldade. Não estava mais conseguindo se segurar. Uma de suas mãos tocou o meu ombro e deslizou pelo meu braço. Quando chegou em minha mão, aproveitou que estava perto de minha cintura e voltou a tocá-la. A apertou e virou o meu corpo de frente pra ele rapidamente. Eu estava tão próxima do rosto dele, que por pouco nosso lábios não se tocaram. Nos olhamos nos olhos. Me aproximei novamente de seu ouvido.




- Você não tem noção do que está fazendo, não é? – sorriu e negou com a cabeça.


- E você, tem noção? – Eu perguntei com um sorriso sensual. Ele estava me rejeitando. O que ele está pensando?


- Na verdade, não. – me olhou, sério. Passei meus braços em torno do pescoço dele e ele não se moveu. Seus olhos estavam vidrados em meus lábios, agora. Aproximei meu rosto do dele e nossos narizes se tocaram. fechou os olhos e virou um pouco o rosto. Eu conseguia perceber a expressão de força dele. Ele estava se segurando mesmo.


- O que você está esperando? – Eu perguntei, descendo as minhas mãos e as passando por debaixo da camisa jeans dele, que estava aberta, por cima de uma regata branca. Nossos corpos se colaram ainda mais e eu afastei um pouco o meu rosto. Minhas bochechas tocaram nas dele e fui virando o rosto até meus lábios tocarem as bochechas dele e fui deslizando pra perto de seus lábios.


- Para, por favor. – implorou com a voz falhando. Afastei meu rosto para olhá-lo. Ele reabriu os olhos.


- Você não me quer mais? – Eu perguntei, séria. Ele não deixou de me olhar nos olhos nem por um segundo.


- Você está brincando? – Ele quase riu. – Esse é o problema. – disse, frustrado. Tirei as mãos da camiseta de e subi até o seu rosto. Cada mão estava em lado do seu rosto. Aproximei o meu rosto mais uma vez e ameacei beijá-lo. Meus lábios chegaram a tocar os dele de muito leve.


- Para de lutar.. – Eu disse, sentindo a respiração falha dele em meus lábios.


- Você está me deixando maluco, garota. – A respiração dele aumentou. Apertou minha cintura novamente e empurrou seu corpo contra o meu, me fazendo encostar em uma parede atrás de mim. Dividia seus olhares em meus olhos e meus lábios.


- Então faça. – Eu pedi com meu olhar provocante. A respiração estava ofegante.


- Não, para. – disse, sério.


- Faça, . – Eu pedi novamente, irritada. Qual o problema dele?


- EU NÃO POSSO, OK? – disse, mas não se afastou. Ele também estava irritado. Já estava sendo difícil e eu ainda ficava dificultando.


- Você virou gay por acaso? – Eu olhei, impaciente.


- Quem me dera. – me olhou e negou com a cabeça. – Céus, se você estivesse um pouco menos bêbada.. – sorriu, frustrado e suspirou.


- Aposto que consigo achar alguém que me queria assim. – Eu olhei pra ele, furiosa e o empurrei, descolando nossos corpos. Sai, deixando ele encarando a parede por um tempo.


- MEU DEUS! – riu sozinho, passando as mãos pelo seu cabelo. – Eu odeio garotas bêbadas. – negou com a cabeça. Ninguém sabia o quanto ele havia sido forte nos últimos minutos. Saiu, indo atrás de mim. Não tinha a intenção de nada. Só foi atrás de mim por que eu estava bêbada e andando sozinha em uma festa. Isso poderia não acabar bem.




Eu estava andando em direção a saída do local. Na verdade, eu nem sabia pra onde estava saindo. Eu só queria ir pra longe dele. As pessoas passavam e ficavam esbarrando em mim. Olhei pra frente e vi uma porta transparente de vidro. Havia a placa de ‘Saída’ em cima dela. Era pra lá mesmo que eu iria. Continuei andando em direção a saída, quando alguém me chamou.




- ! – me chamou, segurando o meu braço.


- Me solta. – Eu disse, furiosa.


- Eu dancei, agora você tem que ir embora. – relembrou o que eles haviam combinado.


- Dançamos? VOCÊ PARECIA UMA MÚMIA. – Eu gritei, irritada.


- Por que está agindo assim? – abriu os braços, impaciente.


- EU ESTOU BÊBADA, GÊNIO. – Eu gritei mais uma vez. arqueou a sobrancelha.


- É normal ficar agressiva quando se está bêbada? – me olhou, quase rindo. - Vamos embora? Você precisa dormir. – tentou dizer um pouco mais calmo. Eu encarei ele, revoltada.


- Vai pro inferno. – Eu disse e sai. Dei alguns passos e dei de cara na porta de vidro em minha frente. Eu estava indo em direção ao chão, quando me segurou.


- , tudo bem? – continuou me segurando e foi em minha frente para olhar meu rosto.


- Eu estou.. – Eu disse, zonza. Coloquei uma das mãos no local que havia batido.


- Vamos lá pra fora. – colocou meu braço em torno de seu pescoço e passou um de seus braços em torno da minha cintura e foi me levando pra fora do local.




, , e Mark continuavam sentados lado a lado. não tirava os olhos de , que dançava calorosamente com a loira. Diferente de , não tinha motivos pra resistir. Não demoraria até eles se beijarem.




- Parece que o é mais fraco que o . – riu, olhando o amigo dançar com a garota.


- foi forte pela garota que ele ama. Esse inútil é um galinha, que não ama ninguém. – revirou os olhos.


- Não seja hipócrita, amiga. – disse, sarcástica.


- Quer saber? Se ele gosta mesmo de mim como vocês vivem falando, por que ele não age como tal? – perguntou, furiosa.


- Pelo mesmo motivo que você. – disse, olhando-a de forma séria.


- O que você está querendo dizer? – arqueou a sobrancelha.


- Assuma a sua posição ou você acabará ficando em 2° lugar. – disse e não percebeu tão irritada dessa vez.


- E qual é o prêmio? – se levantou, olhando pra novamente.


- Descubra você mesma. – disse e apontou a cabeça pro . voltou a olhá-lo. Tomou o último gole de refrigerante e colocou sobre o balcão.


- Droga, eu deveria estar bêbada pra fazer isso. – disse e saiu, indo em direção ao . Chegou até eles e colocou as mãos na cintura. percebeu a presença de alguém e soltou o corpo da loira. Olhou e sentiu a respiração falhar.


- Quem é essa garota? – A garota olhou , confusa.


- Primeiro: ‘garota’ é a sua mãe, por que eu tenho um nome. Segundo: ‘Melhor dá o fora, antes de eu te obrigar a me conhecer melhor.’ – disse, furiosa. A garota fez cara de ofendida e saiu, indignada. olhou pro e ele a olhava, chocado. – Não precisa agradecer. – Ela sorri falsamente e foi saindo.


- VOCÊ É DOIDA? – gritou. Ela parou de andar e voltou a olhá-lo.


- E você é um idiota! – Ela também gritou.


- O que eu fiz agora? – abriu os braços, indignado.


- Eu não gostava dela. – sorriu falsamente.


- Ahn, você não gostava? – sorriu. – E DAI? – gritou, arqueando a sobrancelha.


- Eu preciso de um motivo pra não gostar dela? – perguntou, furiosa.


- Na verdade, eu quero ouvir DOIS motivos. – cruzou os braços, olhando-a.


- Ela era uma vadia. Eu vi ela se pegando com uns 3 caras só nas últimas horas. – sorriu, satisfeita com seu bom motivo.


- OUTRO MOTIVO! – pediu, sério.


- Um é o suficiente! – revirou os olhos.


- Você ainda não me convenceu. – deu alguns passos na direção dela. – Me dê um outro motivo, . – olhava ela, irritado.


- Um motivo melhor? – suspirou, pensativa.


- É.. – estava irritado por ter que ficar repetindo. olhou pra ele, sem coragem.


- Você quer um motivo melhor? – Ela perguntou mais uma vez. Estava tentando tomar coragem.


- Vai perguntar mais quantas vezes? – estava impaciente. Ela deu alguns passos em direção a ele.


- Esse deve ser bom o suficiente. – foi rapidamente em direção a ele e o beijou. ficou alguns segundos sem reação. Quando percebeu o que realmente estava acontecendo e com quem estava acontecendo, ele aprofundou o beijo. Colocou cada mão em cada lado do rosto dela e colou seus corpos.


- MEU DEUS! – disse, chocado ao ver os amigos se beijando.


- Por que está tão surpreso? Demorou demais pra acontecer. – riu.


- Ela agarrou ele.. – gargalhou.


- Se depender do . – revirou os olhos.


- Isso é verdade. – concordou e riu.


- Vocês viram a ? Não estou vendo mais ela. – Mark disse, sem nem prestar atenção em e que ainda se beijavam na pista de dança.


- Acho que vi ela e o saindo lá pra fora. – disse, confusa.


- Eu já volto. – Mark sorriu e saiu, indo em direção a saída do local.




havia me levado até um dos bancos, que haviam do lado de fora do local. Eu estava sentada e ele estava ao meu lado, me segurando para não cair para frente, para trás ou para os lados.




- Você esta bem? – perguntou, preocupado.


- Está tudo girando.. – Eu resmunguei, fazendo careta.


- Me lembre de não deixar você beber da próxima vez. – sorriu e negou com a cabeça.


- Me deixar beber? Quem é você? Meu pai? – Eu arqueei a sobrancelha e me levantei, mesmo sem condições pra isso.


- Eu não posso me importar com você? – também se levantou e entrou em minha frente. Olhei pra ele, comovida com o que ele havia dito.


- Quer saber? Eu preciso falar umas coisas. – Eu disse lentamente. Eu ainda estava sob o efeito da bebida.


- Eu não vou dançar de novo. – me olhou, sério.


- Você sabe que eu consigo fazer você fazer qual-quer-coi-sa. – Eu disse e ri.


- Ok, esse negócio de ficar separando sílabas já está me irritando. – quase riu.


- Cala a boca e me deixa falar. – Eu olhei pra ele, irritada.


- Fala! – me encarou, esperando eu dizer.


- Dizem que a bebida ajuda a você dizer verdades que não tem coragem de dizer. – Eu sorri. – A verdade é que eu gosto de você e sei que não vou deixar de gostar. Assim como eu gosto da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, da minhas amigas, e dos.. – Eu ia dizendo.


- Eu já entendi. – arqueou a sobrancelha e quase riu.


- Não importa o que você faça. Pode se afastar, pode sumir ou namorar 20 garotas. Isso não vai mudar o que eu sinto. – Eu expliquei. – Você é legal, bonito e tem uma bunda grande. – Eu disse, sem saber o quão estúpido era o que eu estava falando. – Então eu gosto mesmo.. de você. – Eu repeti. Eu estava delirando.


- Espera, você disse ‘bunda grande’ ? – riu, sem acreditar.


- Não, eu quis dizer que você é grande. Sabe, você TODO.. – Eu parei de dizer bem na hora. – NÃO. – Eu pisquei lentamente. – O que eu sinto por você que é grande, sabe? – Eu comecei a gargalhar.


- Espero que você não se lembre disso amanhã. – também riu.


- O que eu estou tentando dizer é que.. – Eu olhei ele nos olhos. – Eu sou louca por você. – Eu sorri fraco. Foi a coisa mais sóbria que eu disse naquela noite. – Mas você não gosta mais de mim. Eu aceito. Não entendo, mas aceito. – Eu forcei um sorriso.


- Eu gosto de você. É bem mais do que isso e você sabe. – sorriu fraco.


- Eu dancei pra você, eu me esfreguei em você. Só faltou eu ficar nua naquela pista de dança e você não fez nada, não sentiu nada. – Eu disse, sem entender. Aquele assunto ainda era mal resolvido pra mim. Não era fácil ser rejeitada quando se está bêbada.


- Eu senti, querida. Acredite em mim. – disse com um sarcasmo invejável.


- E por que não fez nada? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Você está bêbada. Eu não quero me aproveitar disso. – disse, sério.


- Bem, você não está bêbado, certo? – Eu sorri, tendo uma ideia.


- Não que eu saiba. – quase riu.


- Então eu posso me aproveitar de você, certo? – Eu sorri de forma maliciosa, enquanto mordia o lábio inferior.


- Não me olha assim. – riu e negou com a cabeça.


- Eu posso me aproximar.. – Eu dei alguns passos na direção dele, mas continuei longe. Algo havia me impedido de continuar.


- ? – me olhou preocupado e começou a se aproximar. Quando ele chegou até mim, coloquei uma das minhas mãos no peito dele e o empurrei pra trás. Uma coisa horrível subiu do meu estômago. Eu ia vomitar. Me arqueei e coloquei tudo pra fora. fez cara de nojo e negou com a cabeça.


- Droga.. – Eu suspirei, aliviada. Não sujei nada, apenas o gramado em frente ao local da festa.


- MALDITO SEJA O ALCOOL.. – revirou os olhos. - Vem pra cá. – me puxou pra longe daquele local. – Você tem que ir pra casa. – voltou a me sentar em um dos bancos. – Consegue ficar aqui, enquanto vou chamar todo mundo? – Ele perguntou, preocupado.


- O que está acontecendo? – ouviu uma voz dizer atrás dele.
- Ótimo. – revirou os olhos, já reconhecendo a voz de Mark. Virou-se para olhá-lo.


- Ela está bêbada. É isso o que está acontecendo. – disse, irônico.


- E você nem está se aproveitando disso, né? – Mark sorriu falsamente e negou com a cabeça.


- Me aproveitando? – disse, indignado. – Verdade, estou aproveitando para agarrá-la, enquanto ela vomita pelo jardim. Romântico né? – voltou a ser irônico. – Tenta depois com outra garota. Dá muito certo. – piscou um dos olhos, continuando com sua ironia.


- Ela está mal e você está fazendo piadinhas? – Mark negou com a cabeça.


- Fique a vontade para sentar e chorar. – olhou pro Mark, sério.


- O que está acontecendo? – perguntou ao lado de .


- Temos que levar ela embora. Ela precisa dormir. – olhou pra mim, que estava meio sonolenta.


- Vamos embora, então. – sorriu, se aproximando de mim.


- Eu vou só ir chamar a e o . – disse, saindo.


- Eu vou levá-la pro carro. Abri a porta pra mim, ? – pediu, me carregando em seus braços.


- Abro. – foi até o carro do e abriu a porta do passageiro. Ele me colocou cuidadosamente no banco.




entrou novamente no local e procurou por e . Estavam em um canto se agarrando. riu quando viu e se aproximou.




- Vocês deviam ir pra um lugar que tem cama. – brincou e e terminaram o beijo no mesmo instante. riu, sem jeito e olhou pro .


- Não me dê ideias.. – disse, recebendo um olhar feio de . – O que foi? – riu e perguntou.


- Vamos embora. A não está bem. – avisou.


- Coitada. – fez cara de preocupada.


- Vamos, então. – também entendeu a situação rapidamente.


- Eles já estão lá fora. – apontou a porta da saída e e o acompanhou até lá.




e foram até o lado de fora trocando olhares cumplices. Agora que aconteceu, parecia muito idiota o fato de não ter acontecido antes. Nos viram em frente dos carros e foram até nós.




- O que ta rolando? – perguntou, vendo todos olhando pra eles.


- É verdade que vocês estavam se pegando lá dentro? – quase riu.


- Me poupe dos seus comentários, . – revirou os olhos.


- Vamos pra casa logo! A vai vomitar no seu carro, . – gargalhou.


- Faço o me pagar depois. – fez careta e todos riram.


- Ok, quem vai comigo? – perguntou.


- Leva o e a embora e eu levo a e a . – disse, sério.


- ÓTIMO! Você leva a minha namorada, enquanto o casal vai querer tirar o atraso no banco detrás do meu carro. – arqueou a sobrancelha e gargalhou.


- Incrível como as piadas sobre estarmos juntos são piores do que as piadas sobre não estarmos juntos. – sorriu e negou com a cabeça.


- E o Mark vai com quem? – perguntou, curiosa. Mark não havia se manifestado.


- Fica quieta, . Estamos falando de coisas importantes agora. – disse e olhou pro Mark, que sorriu falsamente.


- Vou pegar um taxi. – Mark pegou o celular e digitou o número da companhia de taxi, que havia lhe passo mais cedo.


- Não fique bravo. Não tenho culpa se bem no dia em que você vai dormir na casa dela, ela vá dormir na casa de uma amiga. – riu.


- Cala a boca. – Mark disse, ainda no telefone.


- Ok, vamos logo então. – revirou os olhos.


- Vamos.. – riu e foi em direção ao seu carro.


- Beijos, amor. – gritou de longe, mandando beijos pro .


- Até amanhã, linda. – também mandou beijos.




e também se despediram de todos. O taxi de Mark chegou rapidamente e ele foi pra minha casa. estava me levando pra casa de . Eu estava no banco da frente, quase dormindo e no banco detrás.




- Ela vai acordar com uma ressaca amanhã. – gargalhou.


- vai pirar se souber disso. – também riu.


- Ainda bem que ela vai dormir na minha casa. Ia ser complicado ela chegar na casa dela assim. – gargalhou.


- Ia mesmo! – também gargalhou.




Chegamos na casa de . me carregou no colo até o lado de dentro da casa dela. Me colocou na cama de , que aceitou rapidamente em ceder a cama pra mim.




- Tadinha. – disse, me vendo dormir.


- Ela não vai tirar esse vestido, não? – perguntou, preocupado.


- Deixa de ser safado, . – gargalhou.


- HAHA, ENGRAÇADINHA. – fingiu uma risada, sendo sarcástico.


- Deixa que eu cuido dela agora. Pode ir. – sorriu.


- Certeza? – perguntou.


- Vai logo, Romeu. – empurrou pra fora do quarto.


- Qualquer coisa você me chama, hein. – sorriu.


- Eu chamo! – também sorriu.


- Boa noite, então. – disse, saindo pela porta da casa de .


- Boa noite, . – também sorriu. – E.. você fez um bom trabalho hoje. – sorriu, orgulhosa do amigo.


- Eu fiz por ela. – sorriu fraco e se virou, voltando a andar em direção ao seu carro.




fechou a porta e subiu. Tentou me fazer trocar de roupa, mas eu estava bêbada demais pra aceitar alguma coisa. Acabei dormindo de vestido mesmo. Não tirei nem a maquiagem. Não vi nem a hora que a foi dormir. Eu acabei dormindo antes dela.




Eram 9 horas da manhã, quando ouviu fortes batidas na porta de sua casa. Pegou um casaco e o colocou e foi abrir a porta. Eu continuava dormindo e nem sequer ouvi a porta.




- Oi . – sorriu. – Entra. – deu espaço pro entrar.


- Oi . – sorriu. – Cadê a ? – perguntou.


- No meu quarto. Vamos lá. – o chamou e ele a acompanhou até o seu quarto.


- ! – tentou me acordar. Eu nem me movi. – ANDA LOGO, MENINA! TENHO QUE FALAR UMA COISA SÉRIA COM VOCÊ! – gritou.


- Para de gritar.. – Eu fiz careta. – Ai, minha cabeça. – Eu fiz careta. Faz tempo que eu não tinha uma dor de cabeça tão forte assim.


- Está me ouvindo? – perguntou. Olhei pra ele. Tinha um papel em suas mãos.


- Estou. Fala.. – Eu disse, me sentando na cama.


- Esse papel.. – mostrou o papel. – Estava na mala da tia Janice. É pra você. – estendeu a mão.


- Pra mim? – Eu arqueei a sobrancelha e encarei o papel, curiosa.

Capítulo 34 - Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:





e me olhavam, curiosos. Eu lia a carta com certa dificuldade por causa do meu sono e da minha forte dor de cabeça. Eu despertei ao ler uma das palavras da tal carta da tia Janice.

- Então? O que está escrito ai? – perguntou, ainda me olhando.

‘Querida, eu tenho algo pra você. Algo grande! Algo que está um pouco atrasado, pois o seu aniversário já passou, mas eu não me esqueci. Eu só consegui acabar o seu presente de aniversário agora.

O presente também foi um esforço seu, então isso me fez ficar imensamente orgulhosa de você. Parabéns, minha linda. Que os seus sonhos continuem se realizando.

Eu amo você!

PS: Não se esqueça de ler a outra carta!

Tia Jenny.’

Diversas lágrimas estavam em meus olhos. Parecia que eu estava ouvindo a tia Janice dizer aquelas palavras. Eu ainda não sabia do que se tratava aquele presente, mas ler aquelas palavras dela já fizeram o meu dia, já fizeram a minha saudade dela aumentar ainda mais.

- Então? – estava aflita e curiosa.
- A tia Janice está falando sobre o meu presente de aniversário atrasado.. – Eu disse, sem dar muita atenção a eles. Eu estava com toda a minha atenção voltada para a outra carta, que eu havia acabado de abrir. Eu comecei a ler e comecei a tremer. – Meu Deus.. – Eu suspirei, chocada. Reli quantas vezes foram necessárias para eu entender o que aquela carta realmente queria dizer.
- Não me diga que ela ia te dar um carro importado? Esse era o meu pedido de aniversário. – arqueou a sobrancelha.
- Não é isso. – Eu neguei com a cabeça, fazendo cara feia.
- Que presente é esse então? – perguntou, me olhando.
- É uma carta.. – Eu disse, abaixando a carta e olhando pra eles.
- Ok, agora me diz uma coisa que eu não sei. – revirou os olhos.
- Não é só uma carta da tia Janice... – Eu ainda estava em choque. Ainda estava lidando com aquilo.
- Como assim? – fez careta.
- É uma carta de aceitação da Faculdade Albert Einstein. – Eu disse e um sorriso involuntário surgiu em meu rosto.
- Aquela... faculdade em Nova York? – me olhou, surpreso.
- É.. – Eu estava quase rindo sozinha.
- Parece que alguém vai estudar em Nova York, não é? – sorriu, animada por mim.
- Eu não estou acreditando.. – Eu sorri e riu.
- Espera, eu ainda estou processando isso.. – disse, sem reação.
- Faz um tempo que você fez o vestibular para entrar lá, não é? – se recordou.
- É! Eu não achei que eu tivesse passado. Eu não posso ter passado. A tia Janice fez alguma coisa pra conseguir isso.. – Eu disse, confusa.
- Ela provavelmente seduziu um dos diretores da faculdade. – riu, se lembrando de sua tia.
- Certeza! – Eu gargalhei, sabendo que uma atitude como aquela era a cara da tia Janice.
- Então, o que? Você vai morar em Nova York? – disse, ansiosa.
- Eu não sei. Eu não.. – Eu disse, confusa.
- Espera.. Você ainda está usando o vestido da festa de ontem a noite? – mudou de assunto rapidamente, quando me viu de vestido embaixo das cobertas.
- Eu.. – Eu olhei pra minha roupa. Nem havia notado que ainda estava de vestido.
- Por que você ainda está com o vestido? – arqueou a sobrancelha. disfarçou uma careta.
- Ela estava com muito sono e acabou nem tirando. – mentiu, sorrindo.
- Tudo bem, . – Eu sorri pra ela e agradeci pela sua tentativa de me ajudar.
- O que está acontecendo? – olhou pra mim, sério. Sabia que coisa boa não era. Ok, não adiantava esconder. Ele acabaria descobrindo.
- Eu bebi ontem e.. – Eu comecei a dizer.
- Você quer dizer.. que ficou bêbada? – cerrou os olhos pra mim.
- Só um pouco, ok? Mas eu já aprendi a lição. Não acontecerá de novo. – Eu já disse, tentando evitar o sermão e a lição de moral.
- Você está brincando, né? – sorriu falsamente.
- E lá vamos nós.. – Eu revirei os olhos.
- Quando é que você vai ter responsabilidade, hein? Está na hora, não acha? – disse, furioso.
- Cala a boca. Eu já disse que não vai mais acontecer. – Eu bufei, revirando os olhos.
- E o ? Eu mandei ele cuidar de você! – disse, irritado.
- Cuidar de mim? – Eu sorri falsamente. – Acorda, garoto! Eu não sou mais criança. As pessoas não precisam e nem podem mais cuidar de mim. Eu sou responsável pelos meus atos e não ele. – Eu disse, impaciente. não tinha nada a ver com a história.
- Acha que é adulta, não é? Então aja como tal! – me olhou, furioso.
- Está falando o garoto que passa o dia jogando videogame! – Eu debati.
- Caralho, eu vou matar o .. – disse, impaciente. O nome dele pareceu ecoar em minha cabeça.
- O .. – Eu pensei alto. Eu ainda não havia pensado nele no meio disso tudo. Nova York não é tão perto assim de Atlantic City.
- O que tem ele? – arqueou a sobrancelha.
- Se eu for pra Nova York, eu.. – Eu não precisei continuar.
- vai ficar aqui. – concluiu.
- O vai ficar aqui mesmo, por que eu vou matar e enterrar ele no quintal da minha casa! – disse, irado.
- Eu já disse que não foi culpa dele.. – Eu revirei os olhos, sem dar muita atenção. A futura distância entre eu e o era a minha preocupação naquele momento.
- Vamos logo pro jogo que eu quero falar com ele. O Mark está nos esperando no carro. – se levantou da cama e me olhou, já de pé.
- JOGO? – Eu fiz careta. Nem me lembrava do tal jogo. - Quem é o doente que marca o jogo em um dia que não tem aula? – Eu disse, irritada. Eu queria voltar a dormir! Se é que eu ia conseguir.
- Troca de roupa de uma vez. Estou esperando vocês lá embaixo. – saiu do quarto, deixando eu e sozinhas. Olhamos uma pra outra, sem reação alguma.
- E agora? – perguntou, séria.
- Eu não sei.. – Eu neguei com a cabeça, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- É o seu sonho? – perguntou.
- Sim! – Eu respondi rapidamente. me olhou por um tempo e sorriu sem mostrar os dentes.
- Você realmente ama ele. – O sorriso de ficou um pouco maior. – Está pensando em desistir do seu sonho por ele, mesmo vocês estando separados. – disse, surpresa.
- Eu preciso pensar. – Eu disse, negando com a cabeça.
- E quando vai contar pra ele? – perguntou, fazendo careta.
- Quando ele estiver pronto pra ouvir e eu pra contar. – Eu sorri fraco.
- Faça isso. – piscou pra mim. – Agora, anda logo! O deve estar morrendo lá embaixo. – riu e se levantou da cama.

Eu preferi tomar um banho antes de ir. O banho mais rápido da minha vida. Coloquei um shorts preto que vinha até o meio da coxa, uma regatinha básica branca e uma sapatilha preta e branca. Fiz um rabo alto de cavalo no cabelo e passei uma maquiagem bem fraca e leve. também se arrumou nesse meio tempo.

- E como está a dor de cabeça? – perguntou, enquanto íamos em direção a sala de sua casa.
- Diminuiu um pouco. – Eu respondi com um sorriso fraco.
- Eu já ia deixar vocês aqui. – se levantou do sofá rapidamente e foi em direção a porta da casa.
- Ok, ok! Vamos logo! – Eu revirei os olhos, irritada com a pressa de .

Fomos pro carro e dirigiu até a escola, que havia sido aberta para os alunos somente por causa do jogo. A arquibancada não estava tão vazia quanto eu achei que estaria. Parte dos jogadores já estavam no campo, se aquecendo. e eram um deles. desceu pro vestiário e nos deixou na arquibancada com e .

- Nova York? – disse, boquiaberta.
- Que sonho! – disse com os olhos brilhando.
- Eu sei! É incrível! Eu nem consigo acreditar! – Eu disse, rindo.
- Quando você vai pra lá? – perguntou, curiosa.
- Eu.. ainda não sei se vou. – Eu disse, sabendo que seria questionada.
- O QUE? – e disseram juntas.
- Eu ainda tenho que decidir. – Eu ri, achando graça da sintonia delas.
- E por que você está indecisa? – arqueou a sobrancelha. Olhei pra ela e neguei com a cabeça. Olhei pro campo e vi , que chutava uma das bolas no gol.
- AHN NÃO, ! – disse, como se estivesse me dando uma bronca.
- O que? – Olhei pra ela, sem entender.
- Você não vai deixar de viver o seu sonho por causa de um garoto! – disse, brava.
- É complicado.. – Eu neguei com a cabeça.
- Eles só causam decepção, lembra? Não vale a pena. Não se for pra deixar de viver o seu sonho. – disse, séria.
- Eu queria poder pensar como você. – Eu sorri fraco.
- Eu vou te matar se você não for pra Nova York! - cerrou os olhos pra mim.
- Não é assim também, . – se intrometeu. – Eu entendo ela. – me defendeu.
- Eu também. – concordou.
- O amor deixa vocês cegas, garotas. – riu.
- Olha só quem fala! A garota que fica agarrando os caras nas baladas. – gargalhou, se referindo a noite passada.
- Eu não gosto dele. Eu sinto atração por ele. É diferente. – desconversou sobre o .
- É mentira, isso sim. – Fui eu quem ri dessa vez.
- Do que vocês estão falando? – arqueou a sobrancelha.
- Você não sabia que a beijou o na festa de ontem? – olhou pra amiga.
- O QUE? – arregalou os olhos e olhou pra .
- Grande coisa.. – revirou os olhos.
- Para com isso, . Todo mundo já sabe que vocês se gostam. – Eu revirei os olhos.
- Já disse que é atração. – não deu o braço a torcer.
- Demorei? – Mark apareceu com uma lata de Coca-Cola nas mãos.
- Não, o jogo vai começar agora. – Eu sorri pra ele. Ele havia ido na cantina buscar um refrigerante.
- Vocês querem? – Mark ofereceu sua bebida.
- Não, obrigada. – Eu neguei com a cabeça.
- Valeu, Mark. – , e agradeceram juntas.
- Do que vocês estavam falando? – Mark perguntou, curioso.
- Sobre Nova York.. – respondeu, sem prestar a atenção no que estava dizendo. Dei um cutucão nela. POR QUE ELA ESTAVA CONTANDO PRO MARK?
- O que tem Nova York? – Mark riu, percebendo o meu cutucão em .
- Não é nada. – tentou concertar.
- Nada? – Mark sorriu e arqueou a sobrancelha pra mim.
- Ok.. – Eu sorri e neguei com a cabeça. Agora não adianta mais esconder dele. – Eu recebei hoje a carta de aceitação pra Faculdade Albert Einstein. – Eu sorri fraco.
- NÃO ACREDITO! – Mark disse, surpreso.
- Nem eu. – Eu gargalhei.
- Parabéns, ! – Mark se aproximou e me abraçou carinhosamente. Ele me pegou de surpresa, mas eu achei muito fofo.

Os garotos conversavam no campo. tinha deixado em sermão em pra depois do jogo. me observava, mesmo de longe e quando viu Mark me abraçar, ele enlouqueceu.

- O filha da puta do Mark ta pedindo pra morrer. – disse, sem tirar os olhos de mim e do Mark.
- Eles estão só se abraçando.. – tentou ver o lado bom da situação.
- Vou mandar ele só abraçar a também. – fuzilou com os olhos.
- HÁ-HÁ. – forçou uma risada irônica.
- Vamos jogar! Depois vocês conversam. – deu uma bronca e olhou com cara feia. não entendeu nada.

O jogo começou. Não demorou até que fizesse 2 gols e o fizesse outro. O placar estava 3x0 para o time da escola e o time adversário não tinha chance alguma de reverter o resultado.

- Esse jogo foi tão fácil que foi até chato. – fez cara de desânimo.
- O vai chegar aqui se achando o melhor do mundo. – revirou os olhos.
- E com toda a razão. Ele jogou muito. – Eu sorri pra ela.
- O que será que motivou ele? – riu.
- Já vai começar. – riu, sem jeito e negou com a cabeça.
- Eles estão vindo.. – também riu e mostrou a direção em que os garotos se aproximavam.
- Parem com esse assunto ou eu vou matar vocês. – disse, quase sem emitir som.
- ONDE ESTÃO OS APLAUSOS? – se aproximou, abrindo os braços.
- Isso é que dar ser ruim. Quando joga bem, fica se achando. – gargalhou.
- Inveja mata, sabia? – riu.
- Falta de modéstia também, sabia? – se intrometeu.
- E vamos para o primeiro round! – revirou os olhos.
- Ficou bravinha por que não ofereci os gols pra você? – fingiu um bico.
- HEY! CHEGA! – gritou, irritado. - Vocês são bipolares, ok! Agora vamos comer que eu estou morrendo de fome. – disse, impaciente.
- Obrigada, . – gargalhou.
- Pode ser no Mc Donalds? – perguntou.
- Pode. – concordou, assim como todos nós.

Fomos todos pro Mc Donalds mais próximo. foi dirigindo o seu carro e levou os garotos. Eu fui dirigindo o meu (não tão meu assim) carro e levei as garotas. Estacionamos os carros lado a lado. O pessoal acabou indo na frente e eu e ficamos um pouco mais atrás, pois estávamos travando os carros. Começamos a andar lado a lado em direção a lanchonete.

- Então.. está se sentindo melhor? – perguntou, virando o seu rosto para me olhar.
- Acho que ainda estou passando pela minha primeira ressaca, mas eu acho que estou bem melhor. – Eu disse e olhei pra ele. O sorriso de aumentou, achando graça do que eu havia falado.
- Você se lembra de tudo? – perguntou.
- Mais ou menos. Está tudo meio confuso na minha cabeça. – Eu fiz careta.
- Ainda bem. – riu.
- Foi tão ruim assim? – Eu ri, sem entender o que de tão grave eu poderia ter feito na noite anterior.
- Você não faz idéia. – gargalhou, me fazendo rir também.
- Aliás, não se importe se o vier tirar satisfações com você. Você não teve culpa de nada. – Eu já o avisei, para que não o pegasse desprevenido.
- Ele já sabe? Então é por isso que ele está tão irritado comigo hoje. – sorriu e negou com a cabeça.
- Ele é um idiota.. – Eu também neguei com a cabeça, envergonhada pelo meu irmão.

Entramos no lanchonete e fomos até a mesa onde todos estavam. se sentou em minha frente e estava ao lado de . Eu estava sentada entre e . Eu olhava pro algumas vezes, pensando como seria viver longe dele por anos. Eu não podia dividir aquela angústia com ninguém.

- Então, como foi ontem? – perguntou, já querendo entrar no assunto. Já havíamos pedido nossos lanches e esperávamos o nosso pedido chegar.
- Foi divertido. – sorriu.
- Por que será, né? – riu.
- Eu sei, eu sei! – levantou a mão, gargalhando. Olhou pra que revirava os olhos com um sorriso sem jeito no rosto.
- O que aconteceu? – arqueou a sobrancelha, olhando pro , sem entender.
- O que aconteceu é que a e o finalmente ficaram ontem. – Eu disse e sorri pros dois, que ficaram visivelmente envergonhados.
- Ficaram? – olhou pra mim e arqueou a sobrancelha. Eu, e gargalhamos.
- Ok, rolou uma pegação de alto nível. – Eu consertei e me fuzilou com os olhos.
- Vocês são chatos demais. – suspirou, irritada.
- Até parece que nunca viram duas pessoas se beijando. – fez careta.
- Demorou tanto pra acontecer, que quando aconteceu, foi meio chocante. – explicou, rindo.
- E agora? – olhou pro e pra .
- E agora o que? – arqueou a sobrancelha.
- Vocês estão juntos ou.. – temeu pela resposta.
- Ta maluca? – quase riu. olhou pra ela e ele não parecia feliz.
- O que? – não entendeu.
- , só demos uns beijos e vocês já acham que estamos juntos? – continuou segurando o riso. a encarou de forma séria por um tempo. Não havia gostado do tom dela.
- Vocês são doidos. Eu nem queria aquilo! Ela que me beijou. – riu, dando indiretamente o troco. Aquele beijo tinha significado muita coisa pra ele e agora ela vinha com aquele papo de ‘só uns beijos’?
- Não queria? Não foi isso que pareceu quando você não me deixou terminar o beijo umas 5 vezes. – sorriu falsamente pro .
- Eu sou homem, querida. Quando tem uma garota te agarrando, você acaba sofrendo as consequências. – sorriu e ergueu os ombros.
- TE AGARRANDO? – disse, indignada.
- Como vocês conseguem ser mais complicados que o e a ? – fez careta.
- Valeu, . – sorriu falsamente pra amiga.
- É sério! – gargalhou.
- Tem mais alguma coisa que aconteceu ontem que eu não sei? – aproveitou para entrar no assunto. olhou pra mim, sorriu e negou com a cabeça. Sabia o que estava tentando fazer.
- Nada que você já não saiba. – Eu sorri, olhando pro meu irmão. Ele já sabia que eu bebi noite passada. Pronto!
- Não tem nada mesmo, ? – forçou um sorriso pro . segurou o riso e olhou pro amigo.
- Ok, vai em frente! Pode me xingar. – continuou olhando pro meu irmão com seu sorriso irônico.
- Eu peço pra você cuidar da minha irmã e você deixa ela ficar bêbada? – arqueou a sobrancelha, sério.
- Eu só deixei ela sozinha um minuto. – tentou se explicar.
- Foi muito rápido! – tentou ajudar o amigo.
- Um minuto que foi suficiente para ela se embebedar. Qual a diferença? – cerrou os olhos.
- Eu pedi para as meninas ficarem de olho nela, mas essas inúteis não fizeram nada. – fez careta pra , e .
- HEY! – fez cara feia.
- Eu tentei. – se explicou.
- Que diferença isso faz agora? – Eu disse, irritada. Não adiantava ficar discutindo isso agora.
- FICA QUIETA, . – me olhou, irritado e voltou a olhar pro no segundo depois.
- Me desculpa, ok? Mas eu fui jogar bilhar com os caras por dois minutos e quando eu voltei, ela já estava.. bêbada. – explicou, sério.
- JOGAR BILHAR? Eu peço pra você olhar a minha irmã e você vai jogar bilhar, seu imbecíl? – ficou ainda mais revoltado.
- Foi por uma boa causa! O Mark estava se jogando em cima dela. Jogar bilhar foi o único jeito de tirá-lo de lá. Então, eu cuidei um pouco da sua irmã sim, ok? – estava sério, mas não estava levando aquilo tão a sério.
- Mark? – fez careta. – Você e esse seu ciúmes doentio. – negou com a cabeça.
- Não é nada disso. – revirou os olhos.
- Aposto que com o Mark teria sido diferente. – olhou pro , furioso.
- Ok, já chega. – Eu disse, séria. A coisa estava ficando mais séria do que deveria. A expressão de mudou no mesmo instante.
- Não, deixa ele falar. – olhou pro amigo e cerrou os olhos.
- Não! Para, . – Eu olhei pro , brava.
- Eu aposto que se eu tivesse pedido pro Mark cuidar dela, ela não teria voltado bêbada pra casa. – disse de forma grossa. fez careta e olhou pro . Agora a coisa tinha ficado séria!
- Vai se fuder, . – disse, sério.
- Eu prefiro ter o Mark dando em cima da minha irmã, do que vê-la bêbada. – respondeu rapidamente.
- Cala a boca, vocês dois! – gritou, irritado.
- Quer saber? Engole o filho da puta do Mark, mas esse merda não vai chegar perto da sua irmã. Nem que pra isso eu tenha que passar por ele e por VOCÊ, seu idiota. – disse, furioso e se levantou da mesa, saindo pro lado de fora do restaurante, em seguida. Olhei pro e suspirei, irritada.
- Quem é criança, agora? – Eu disse, irada, me referindo a nossa conversa anterior. Me levantei da mesa e fui atrás do . Passei pela porta do local e fui pro lado de fora. ainda andava.
- DROGA! – deu um tapa em uma latinha de refrigerante, que estava sobre a mureta do local. Ela foi parar quase no meio da rua.
- .. – Eu disse e ele rapidamente se virou pra me olhar. Fazia tanto tempo que eu não via aquela expressão de irritação em seu rosto. Dei alguns passos em sua direção, mas ainda fiquei meio longe.
- EU ODEIO AQUELE DESGRAÇADO DO MARK! – gritou, furioso.
- Hey.. – Eu disse, me aproximando dele. Coloquei uma mão em cada lado do seu rosto. – Fica calmo, ok? – Eu disse e ele pareceu surpreso com a minha aproximação.
- O que aquele filho da puta tem? Todo mundo gosta dele, tudo mundo vive pagando pau pra ele. – disse, olhando pra mim de perto. Sua expressão de irritação continuava em seu rosto e as minhas mãos também.
- Eu não sei o que ele tem, mas.. – Eu sorri fraco e meus olhos se abaixaram rapidamente para olhar seus lábios. Voltei a olhar seus olhos e percebi que ele também havia aproveitado para olhar pros meus lábios. – Eu continuo preferindo você. – Eu disse e sorri sem mostrar os dentes. Eu não disse pra causar nenhum clima, disse apenas por que sabia que ele se sentiria melhor em ouvir aquilo. A expressão de irritação sumiu de seu rosto e ele sorriu fraco. Levou suas mãos até os meus pulsos, que estavam perto de seu rosto.
- Obrigado por isso. – disse e puxou minhas mãos, as tirando de seu rosto. As levou pra perto de seus lábios e beijou carinhosamente as pontas dos meus dedos. Eu me aproximei e coloquei meus braços em torno de seu pescoço e ele colocou seus braços em torno da minha cintura, me abraçando.

Ficamos abraçados por um tempo. Eu pensava como eu conseguiria viver sem aquele abraço, sem aquele perfume, que agora entrava pelas minhas narinas. Nova York não parecia ter tanta graça agora. Por que as coisas tinham que ser assim?

- E me desculpa por ter deixado você beber ontem. O seu irmão é um idiota, mas nisso ele estava certo. Você precisava de mim e eu deixei aquele filho.. – disse, depois de terminar o abraço. Estava olhando em meus olhos.
- Não precisa fazer, isso. – Eu neguei com a cabeça, séria. – Eu já sou responsável por mim. Não preciso que ninguém pague pelos meus erros. Não foi sua culpa. Foi só minha. – Eu expliquei.
- .. – resolveu ir até lá se desculpar. Havia escutado o que não queria dos amigos e percebeu o que havia feito.
- Olha só se não é o melhor amigo do Mark. – olhou pro e sorriu falsamente.
- Eu não devia ter falado aquilo sobre o Mark, ok? – revirou os olhos.
- Não devia, mas falou. Não adianta. Esquece. – continuou sério.
- Para de drama, porra. – suspirou, impaciente. – Eu falei sem pensar. – explicou, sério.
- Você mais do que ninguém sabe o que eu já fiz pela . Eu sinto muito se isso não foi o suficiente pra fazer você confiá-la a mim. – olhou pro amigo.
- Eu confio em você, idiota. Você é o meu melhor amigo, mas você deu mancada ontem. – esclareceu.
- E precisa enfiar o Mark no meio? – disse, irritado.
- Olha, desculpa, ok? – se cansou de explicar.
- Desculpa? – sorriu falsamente.
- Quer um beijinho também? – riu, se aproximando do , fazendo bico.
- Sai de perto de mim, viado. – segurou o riso e empurrou o amigo pra longe.
- É sério, . Desculpa, cara. – ainda estava rindo um pouco.
- Você confia em mim? Vai ter que provar. – arqueou a sobrancelha, tendo uma ideia.
- O que? – cruzou os braços.
- Vai ter que me deixar sair com a sua irmã, hoje. – disse e eu olhei pra ele no mesmo instante. Sair pra onde?
- Você e ela? Sozinhos? – olhou desconfiado pra mim e pro .
- É.. – concordou com a cabeça.
- Onde? – olhou pra mim, achando que eu soubesse de alguma coisa.
- Aquela balada perto da sua casa. – explicou.
- Tipo.. um encontro? – arqueou a sobrancelha. Olhei pro , pois também queria ouvir a sua resposta.
- É claro que não. – revirou os olhos.
- Então pra quê? – fez careta.
- Deixa ou não? – olhou pro , impaciente.
- Ta, mas se ela beber uma gota de álcool, eu arranco o seu rim. Entendeu? - sorriu ironicamente, ameaçando-o.
- Entendi, mas fica longe do meu rim, cara. – riu..
- Já está avisado. – sorriu pro amigo.
- , você só esqueceu de uma coisa. – Eu forcei um sorriso. – Você não me convidou. – Eu cruzei os braços, segurando o riso.
- Eu vou fazer isso.. – riu da minha cara. Olhou pro , esperando que ele saísse dali.
- O que? – arqueou a sobrancelha, sem entender. apontou a cabeça pro restaurante, querendo dizer que era pro voltar pra lá. fez careta. – O que foi, cara? – não estava entendendo. voltou a apontar a cabeça pro restaurante.
- Ahn, já entendi. – revirou os olhos, se virou e foi andando em direção ao restaurante. esperou que ele entrasse para poder voltar a olhar pra mim.
- Saída espontânea. – Eu gargalhei.
- Muito lerdo. – também gargalhou.
- Então.. – Eu sorri, esperando que ele fizesse o convite.
- Eu passei a noite pensando.. – me olhou com um sorriso fraco.
- Pensando em que? – Eu cruzei os braços, curiosa.
- Em nós. – ficou um pouco sério quando disse ‘nós’.
- Nós? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Nós somos importantes um pro outro. Eu não quero que você saia da minha vida. – Meu coração se apertou ao ouvir aquilo. E ele nem sabia sobre Nova York ainda. - Nós fizemos um bom trabalho juntos, ontem. Quer dizer, nós conseguimos lidar com tudo juntos. – explicava, todo sério.
- Sim.. – Eu concordei, sem saber onde ele estava querendo saber.
- O que eu quero dizer é que, o fato de não estarmos mais juntos não quer dizer que não queremos estar perto um do outro. – sorriu sem mostrar os dentes. – Eu quero que sejamos amigos. – O sorriso de aumentou mais um pouco.
- Amigos? – Eu perguntei, pensando em como aquilo poderia funcionar.
- Eu sei, parece loucura, mas eu acho que podemos tentar. Podemos começar hoje a noite. – sorriu, tentando me convencer. – Vamos sair só nós dois como amigos. Nos divertir juntos. – fez cara de pidão. Eu fiquei olhando pra ele por um tempo, perplexa.
- Eu não sei.. – Eu sorri e neguei com a cabeça. Eu achava aquilo uma boa ideia. Eu provavelmente iria pra Nova York e aquela era uma forma de eu não perde-lo totalmente, mas eu também sabia que seria difícil essa convivência entre amigos.
- Vamos, . Saia comigo. – sorriu fraco, olhando pra mim. Eu não fazia ideia de como isso funcionaria, mas eu vou aceitar isso. Por nós e principalmente por ele. Ele está se esforçando tanto por tudo e eu também devo fazer a minha parte.
- Que horas você passa me buscar, amigo? – Eu disse e ele deu um enorme sorriso.
- 7 horas está bom? – perguntou, ainda feliz com a minha resposta.
- Está! – Eu sorri pra ele. Ele se aproximou rapidamente e beijou uma das minhas bochechas. Aquilo fez com que eu me arrepiasse toda, como sempre.
- OS LANCHES CHEGARAM! VENHAM LOGO! – gritou na janela do restaurante.
- Vamos lá, então. – revirou os olhos. Não pretendia terminar a conversa ali.

Voltamos pra dentro do restaurante e nos sentamos no mesmo lugar de antes. Aquela ideia de amizade não era tão ruim assim. No dia anterior, tínhamos ficado juntos como verdadeiros amigos. Por que não podemos fazer isso sempre?

- O que vocês estavam fazendo lá fora? – perguntou, curiosa.
- Estávamos combinando de sair, hoje. – disse, antes de dar a primeira mordida em seu lanche.
- Sair hoje? EBA! – comemorou.
- Pode ir parando ai, garota intrometida. – disse e riu. – Você e o vão ter que achar outro lugar pra se pegar. Hoje, vamos só eu e a . – disse e todos olharam pra nós.
- Vocês.. voltaram? – arqueou a sobrancelha, chocada.
- Não! – Eu e reviramos os olhos.
- Por que vocês vão sair, então? – fez careta.
- Nós somos amigos agora. Vamos sair como amigos. – Eu expliquei, tomando um gole do meu refrigerante.
- Amigos? – gargalhou.
- Mais conhecido como amigos coloridos. – disse e todos riram com ele.
- Não, só amigos. – negou com a cabeça.
- Com certeza. Mamãe e papai eram bem amigos também. – disse, rindo.
- Só não deixe a beber, . Pelo bem das regras de separação de sílabas. – disse e riu.
- Não entendi. – Eu fiz careta.
- Ontem, você ficava separando as sílabas de todas as palavras que você falava. – gargalhou.
- Eu não lembro de nada. – Eu ri, sem jeito.
- Sem falar nas coisas toscas que você falava. – também riu.
- E que pessoa não fica doida quando bebe? – Eu respondi, me defendendo.
- Não são só as pessoas bêbadas. também ficou bem doido ontem. – disse e teve ataque de risos.
- O bebeu também? – olhou pro amigo, assustado.
- Para a sua felicidade, não. – disse, rindo.
- E por que o ficou doido ontem, então? – arqueou a sobrancelha, confusa.
- POR QUE? – voltou a rir. – A quase fez um strip pra ele no meio da pista de dança. – disse, rindo descontroladamente.
- UM- O- QUE? – olhou pra mim e eu arregalei os olhos.
- Calma, amigo. Ele disse, ‘quase’. – disse, querendo acalmar o amigo, que já estava prestes a pular em seu pescoço.
- Vocês estão inventando isso. – Eu neguei com a cabeça, incrédula.
- Eles não estão, . – fez careta.
- Ahn não. – Minha expressão mudou. não podia estar mentindo. Eu coloquei uma das mãos na cabeça e suspirei.
- O é o cara mais forte que eu conheço. Sério! – riu pro amigo.
- Eu sei, cara. – também riu.
- É bom você ser bem forte, amigo. – sorriu de forma irônica. – Ou você já sabe. – disse em tom de ameaça.
- Hey! Fica longe do meu companheiro aqui, cara. – disse, rindo.
- De quem? – arqueou a sobrancelha.
- O príncipe . – disse, segurando o riso e viu que a continuou sem entender. e já estavam morrendo de rir. - licius? O guerreiro, ? – também começou a rir. ainda não tinha entendido também começou a rir. As garotas seguravam o riso. – Big ? – voltou a segurar o riso.
- OH, MEU DEUS! – fez careta.
- Vocês são idiotas. – não conseguiu controlar o riso.
- Você é foda, . – disse, chorando de tanto rir. - Se quiser manter o ‘BIG’, mantenha isso longe da minha irmã. – disse, tentando parecer sério, mas não conseguiu.
- CHEGA DISSO. – Eu disse, tentando não rir.
- Eu já parei. – disse, parando de rir.
- Idiota.. – Eu olhei pro e fiz careta, enquanto ainda segurava o riso.
- Idiota? - fez cara de ofendido. – Ontem mesmo você estava falando sobre o quanto a minha bunda é grande e hoje você me chama de idiota? Desse jeito você fere os meus sentimentos, . – disse, segurando o riso.
- Eu não disse nada disso. – Eu mostrei a língua pra ele. Tinha certeza de que ele estava tentando me apavorar.
- Na verdade, você usou o termo ‘todo grande’. – olhou pra mim.
- Puta merda. – Eu disse, sem acreditar. ‘Todo grande’ era exatamente as palavras que eu usaria!
- Você também se declarou, mas não vou detalhar essa parte. Você não vai se orgulhar. – negou com a cabeça, irônico.
- Ok, cala a boca! – Eu sorri, querendo que ele calasse a boca.
- Mas a melhor parte da noite foi você descartando o Mark. Sem dúvida! – disse, ainda em tom de ironia.
- Foi pior do que eu pensei. – negou com a cabeça, desconsolado.
- Meu Deus, não acredito.. – Eu neguei com a cabeça, inconformada.
- Eu sabia que você não acreditaria, então eu gravei. – colocou a mão no bolso, fingindo pegar o celular.

- VOCÊ O QUE? – Eu arqueei a sobrancelha, chocada.
- Mentira! Foi só pra te assustar. – gargalhou.
- Ele não poderia ter gravado. Estava fazendo coisas melhores na hora. – segurou os olhos.
- Verdade. Aquela loira era muito.. fofa. – gargalhou ao usar o adjetivo.
- Fofa? Entendi. – riu.
- CALADO, ! – fez cara feia.
- Já estou calado, amor. – sorriu pra namorada.

Já havíamos comido nossos lanches. Os garotos pagaram a conta e estávamos prestes a irmos embora. Fomos pro lado de fora da lanchonete e veio até mim para se despedir.

- Então, as 7? – perguntou novamente.
- As 7. – Eu sorri e pisquei um dos olhos.
- Estarei lá. – riu e se afastou, indo pro seu carro.

Era uma nova fase que estávamos começando. Eu queria muito que aquilo desse certo. Eu não sei se aquilo me faria bem ou mal, ainda mais agora com a história da faculdade. Eu deveria me afastar dele. Seria mais fácil ficar longe dele. O que eu estou dizendo? Eu ainda nem sei se vou pra Nova York. Eu ainda tenho muito o que pensar.

Fomos pra casa e eu aproveitei para fazer alguns deveres de casa, que estava atrasados por causa de tudo o que havia acontecido nos últimos dias. Comecei a me preparar para o ‘encontro’ ás 5:30. Não queria que ficasse reclamando do meu atraso de novo. Escolhi a minha roupa (clique AQUI para ver a roupa) e fui tomar banho. Sai do banho e fui me arrumar.

Ouvi a buzina do carro do tocar e terminei de passar o batom. Peguei a minha pequena bolsa e desci as escadas ‘rapidamente’. Agradeci mentalmente por Mark ter ido embora, logo depois do jogo. Não seria legal deixa-lo outra vez sozinho em casa. Me despedi dos meus pais e disse que voltaria no horário combinado. Para eles, estava tudo bem eu sair com o . Eles não sabiam sobre o término ainda.

Andei em direção ao seu carro e vi ele sair de dentro do mesmo. Camiseta azul clara e calça jeans. Ele estava lindo e sentia o seu perfume de longe. Ele esperou que eu chegasse em seu carro.

- Demorei? – Perguntei rindo.
- Estranho, mas.. não. – sorriu.
- Estou aprendendo a ser pontual. – Eu pisquei pra ele e ele quase riu.
- É mais fácil o relógio quebrar. – negou com a cabeça, enquanto abria a porta do carro para que eu entrasse.
- Muito engraçado. – Eu disse, irônica.

fechou a porta do carro e deu a volta no mesmo, entrando e sentando no banco do motorista. Fomos conversando durante o caminho todo. Parecíamos mesmo dois amigos. Não havia constrangimentos ou climas inesperados. Estávamos tendo um bom momento juntos e aquilo me deixava feliz e ao mesmo tempo tão triste. Nova York ainda estava entre nós, mesmo sem ele saber. Será que era mesmo uma boa ideia começar uma amizade, sabendo que eu talvez iria pra Nova York dali um mês?

Chegamos na tal baladinha. Descemos do carro e andamos juntos, lado a lado até a entrada do local. O lugar estava lotado, mas já tinha conseguido nossas entradas, então não precisamos ficar na fila e entramos rapidamente. A música estava muito alta. Nem conseguíamos conversar. Apenas riamos um pro outro, quando víamos algumas pessoas bêbadas dançarem feito malucas na pista de dança.

- Essa mesa é nossa. – disse, apontando com a cabeça para uma mesa em nossa frente. Eu me sentei e ele se sentou em minha frente.
- Esse lugar é muito legal. – Eu disse, olhando pra todas as luzes que globo distribuía pelo salão.
- Eu já vim aqui uma vez. – gritou, já que essa era a única forma de se comunicar ali dentro. – Não é uma boa recordação. – riu, frustrado.
- Por que? O que aconteceu? – Eu ri, mesmo antes de saber do que se tratava.
- Eu fiquei com uma menina aqui. Ela meio que ficou.. obcecada por mim. – riu, se lembrando.
- Ela conseguiu meu telefone e me ligava todos os dias. – revirou os olhos.
- Por que rejeitou ela? – Eu ri, sem entender.
- Ela era muito chata. Era boa, mas era chata. – disse e eu gargalhei. Aquele com certeza não era o único motivo.
- Coitada. – Eu sorri e neguei com a cabeça. fazendo as mulheres sofrerem desde sempre.
- Coitado de mim! – fez careta. – Mas então.. você quer comer alguma coisa? – mudou de assunto, vendo um garçom passar por nós.
- Não, eu só quero beber alguma coisa. – Eu respondi e olhei pra ele.
- Defina ‘alguma coisa’. – arqueou a sobrancelha. Eu já sabia sobre o que ele estava se referindo. Quando é que eles vão esquecer da minha relação com a bebida alcoólica, hein?
- Refrigerante, . – Eu também arqueei a sobrancelha.
- Melhor. – riu e concordou com a cabeça. Chamou o garçom e pediu dois refrigerantes.

Aquele encontro estava sendo diferente de todos os outros. Não estávamos ali como namorados ou como pessoas que sentem algo amoroso uma pela outra e também não estávamos como duas pessoas que se odeiam e se provocam o tempo todo. Estávamos ali como amigos. Era diferente de tudo o que nós já tentamos e estava parecendo que funcionar muito bem. Eu estava ficando até meio preocupada. Era tão mais fácil quando brigávamos, quando não queríamos nem ouvir o nome um do outro.

Não deixamos de conversar, até mesmo quando as nossas bebidas chegaram. O assunto do momento era ‘música’. Estávamos avaliando a música do local, que horas era boa e horas era ruim. Algumas até meio velhas, que nos fazia lembrar da nossa infância.

- Eu já dancei essa música na escola. É tipo, o mico da minha vida. – Eu disse, rindo.
- Tirando ontem, obviamente. – relembrou.
- Para com isso. – Eu ri, enquanto tentava parecer brava.
- Lei da amizade número 1: aceite zuações dos seus amigos. – disse e eu sorri.
- Lei da amizade número 2: esqueça o dia em que a sua amiga ficou bêbada. – Eu improvisei e ele riu.
- Você sabe que eu não respeito leis, . – sorriu e negou com a cabeça.
- ? Vai começar com isso de novo? – Eu cerrei os olhos, fingindo estar brava.
- Eu sei que você sentiu falta. – riu.
- Sabe, né? – Eu também ri. Eu não sei agora, mas eu ainda sentiria falta daquele apelido que só era dito por ele, que eu só queria ouvir DELE.

Em meio a todas as pessoas bêbadas, todo o barulho e brincadeiras, eu notei uma garota que estava em uma mesa ao lado. Era uma garota ruiva, que usava um vestido coladíssimo e curto. Eu nunca havia visto uma ruiva tão linda. De minutos em minutos, ela parava e encarava e depois falava algo para as amigas. Certamente elas falavam sobre o quanto ele era lindo e charmoso. Um sorriso tão lindo não pode conquistar apenas uma pessoa, certo?

pareceu não ter notado ou não quis demonstrar que notou. Ele estava de volta a caça, mas parecia que os seus métodos haviam mudado. Ele não olhou pra ninguém durante os primeiros minutos. Os olhos dele não saíram de mim. Isso me incomodou. Não que eu não tenha gostado, mas isso estava errado. E se eu for pra Nova York? Ele não vai olhar pra outras garotas? Ele não vai mais ficar com ninguém? Ele estava jogando todas as suas opções fora, sem saber que perderia a peça principal em breve. Eu tinha que fazer alguma coisa, qualquer coisa. Ai estava o problema da amizade!

- Tudo bem? – perguntou, quando percebeu que os meus pensamentos estavam longe.
- Sim, eu só estava pensando em algo. Tudo bem. – Eu sorri e neguei com a cabeça. Olhei pro e atrás dele, avistei um garoto. Ele estava sentado no balcão e tinha um copo nas mãos. Estava me olhando de longe desde que eu havia chego. Tinha o cabelo loiro e um pouco grande em formato tigelinha e os olhos tão claros, que eu consegui nota-los de longe. Ali estava a minha chance ou melhor, a chance de fazer finalmente seguir com a sua vida.
- Você esta ouvindo o que eu estou dizendo? – arqueou a sobrancelha, me olhando.
- Eu estou. – Eu disse e sorri pro garoto loiro dos olhos claros. Eu tentei fazer aquilo com sutileza para que não entendesse minhas estratégias. me olhou frustrado e percebeu que meus olhares não estavam direcionados pra ele, mas sim para alguém atrás dele. Ele então, se virou para ver quem era.
- Isso é sério? – voltou a me olhar, quase rindo.
- O que? – Eu fingi não saber do que ele estava falando. Voltei a olhá-lo.
- Desde quando o seu gosto pra homens piorou tanto? – disse de forma descontraída, mas eu sabia que havia algo mais sério em tudo aquilo.
- Você não vai gostar da resposta. – Eu sorri, fazendo graça.
- OUCH! – cerrou os olhos com um sorriso ameaçador no rosto.
- Estou brincando. – Eu ri e vi que ele não achou tanta graça, mesmo querendo demonstrar o contrário.
- Você realmente.. gostou dele? – olhou pro garoto novamente e depois voltou a me olhar com uma careta.
- Sim.. – Eu concordei com a cabeça, olhando discretamente pro garoto.
- Sério? – continuou com a careta.
- O que há de errado com ele? – Eu cruzei os braços e suspirei. – Ele é bonito. Você tem que assumir! – Eu sorri pro .
- Eu não sou suas amigas, lembra? Eu não acho caras bonitos, . – disse, sarcástico.
- Bonito é pouco pra ele. Meu Deus.. – Eu sorri, sem jeito pro garoto. arqueou a sobrancelha, ficando sério.
- Ok, o que você está tentando fazer? – cruzou os braços, me punindo com o olhar.
- Estou tentando fazer ele vir até mim, mas já que ele não vem. Vou eu! – Eu me levantei da mesa e antes que eu desse um passo, se levantou e se colocou em minha frente.
- Pode ir parando ai! – me encarou de forma muito séria e apontou a cadeira em que eu estava sentada com a cabeça.
- Mas eu.. – Eu disse, tentando desviar dele. Ele entrou na minha frente novamente, só que dessa vez nossos rostos ficaram próximos. Encaramos o rosto um do outro por um tempo. Meus olhos até desceram pros para os lábios dele por poucos segundos.
- SEN-TA. – disse com um tom de autoridade. Olhei pra ele, séria e fiz o que ele mandou. Não por que eu estava com medo dele, mas eu queria ouvir o que ele tinha a dizer sobre o que estava acontecendo ali.
- Qual o problema? – Eu arqueei a sobrancelha, já sentada de frente pra ele.
- No momento, o seu problema sou eu, que não vou deixar você chegar perto daquele ali. – disse, como se estivesse falando com uma garotinha de 4 anos.
- Não vai deixar? Você acha que eu sou quem? A sua irmã? – Eu disse, começando a ficar irritada.
- Não adianta, . Você não vai. – negou com a cabeça, sério.
- E o que faz você pensar que manda em mim? – Eu fiz cara de implicância.
- Eu disse pro seu irmão que cuidaria de você. Estou fazendo isso. – disse, voltando a ficar irritado.
- Cuidar de mim? O que você acha que ele vai fazer comigo? – Eu ri da cara dele.
- Graças a mim, NADA. Sou o seu herói. – sorriu, satisfeito.
- E você acha que eu não sei me defender? – Eu ainda estava levando aquilo na brincadeira.
- Sério? Estou ansioso para ver você quebrando o braço dele. – riu da minha cara.
- Eu só quero dançar, ok? – Eu voltei a ficar séria. Quem ele pensa que é pra ficar rindo da minha cara?
- O problema é o que ELE quer, . – arqueou a sobrancelha.
- , eu vou no máximo beijá-lo! Não vou me casar com ele e ter três filhos loiros e de olhos claros.. – Eu cruzei os braços, sem entender.
- Não vai mesmo, por que eu já teria castrado ele antes da parte do ‘filhos’. – sorriu, sarcástico.
- Espere um minuto. Estou esperando a minha risada se manifestar. – Eu também fui sarcástica.
- Ok, por que você quer beijá-lo? – suspirou, irritado.
- Eu não sei, . Por que duas pessoas se beijam, ? – Eu arqueei a sobrancelha, sem entender.
- Se as suas pessoas forem você e ele, é por que eu não estava por perto pra impedir. O que não é o caso. – respondeu, bebendo o resto da sua latinha de refrigerante.
- Vamos esclarecer algumas coisas, . – Eu fiquei séria e olhei nos olhos dele. – Meus amigos não mandam em mim. Meus amigos não tomam decisões por mim e principalmente: os meus amigos NÃO escolhem os meus relacionamentos. – me olhou, irritadíssimo. Cerrou os olhos pra mim.
- RELACIONAMENTOS? – gritou, sarcástico. – Você não conhece ele, garota. Perdeu o juízo? – voltou a rir da minha cara.
- Eu perdi o juízo quando aceitei vir aqui com você. – Eu suspirei, irritada.
- Ah, agora você está brava comigo? – disse, impaciente.
- Então o que? Eu vim aqui pra ficar sentada vendo todo mundo dançar e se embebedar? – Eu cruzei os braços.
- Por que? Quer se embebedar também? Vai virar alcóolatra agora? – disse, quase rindo, sabendo que me irritaria.
- Cala a boca, imbecil. – Eu revirei os olhos.
- Você quer dançar? Então vamos dançar comigo. Com ele, NÃO. – fez o convite de forma estranha, mas era um convite.
- Ahn é? – Eu sorri de forma delicada. – MAS EU NÃO QUERO DANÇAR COM VOCÊ. – Eu disse, furiosa.
- Então você prefere dançar com um cara que você nem conhece do que comigo? – cerrou os olhos.
- Hm.. – Eu fiz cara de pensativa. - Exatamente isso. – Eu sorri falsamente e voltei a olhar pro tal garoto, que ainda me olhava de longe. percebeu e me olhou, irado.
- PARA COM ISSO, GAROTA. – disse, inconformado.
- Meu Deus, ele está vindo. – Eu sorri, nervosa. suspirou, irritado.
- E qual dos olhos você prefere que eu deixe roxo primeiro? O direito ou o esquerdo? – sorriu maliciosamente. Ele estava tão calmo, que até parecia que queria bater em alguém.
- Se você fizer isso, eu nunca vou te perdoar, . – Eu disse, séria.
- Eu não ligo. – olhou pra trás e viu o garoto se aproximando. Voltou a me olhar.
- Eu estou falando sério, . – Eu disse, ainda mais séria. me olhou de forma chateada.

O garoto se aproximava e eu disfarcei. Não, eu não queria ficar com ele. estava sendo tão idiota, que agora eu queria irritá-lo. Eu queria mostra-lo que ele não mandava em mim. Mas eu não pretendia avançar tanto com o garoto. No máximo, dançar.

- Olá. – O garoto chegou ao lado da mesa. nem virou para olhá-lo, apenas ficou olhando pra minha cara, muito bravo.
- Oi. – Eu sorri, sem jeito. Continuei sentada.
- Qual o seu nome? – Ele perguntou com um lindo sorriso. se levantou e ficou de frente pro garoto. Meu coração parou.
- O meu é e o seu? – estendeu a mão. Eu rolei os olhos e suspirei, irritada.
- Eu.. – O garoto olhou pro , confuso e apertou a sua mão rapidamente. – Você está com.. ele? – O garoto apontou pra mim e depois pro .
- Sim. – respondeu rapidamente.
- NÃO! – Eu disse e fiz cara feia pro .
- Está ou não? – O garoto riu, sem entender nada.
- Ele é só o meu amigo. – Eu fiz careta. voltou a me olhar, irritado.
- Ok.. – O garoto sorriu pra mim. – Então, você quer dançar? Eu estou vendo que você está entediada aqui. – O garoto disse e fuzilou ele com os olhos. O garoto percebeu.
- Não é nada pessoal, cara. – O garoto riu.
- Ela não quer dançar, CARA. – respondeu, entrando em minha frente.
- .. – Eu fui tentar falar alguma coisa.
- Ela não vai. – respondeu, olhando sério para o garoto.
- Cala a boca, . – Eu disse, saindo detrás dele e indo ao lado da garoto.
- Ela não vai dançar com você, por que ela vai dançar comigo. – disse, segurou a minha mão e me arrastou pra pista de dança.
- O que você está fazendo? – Eu olhei pra ele, quando ele virou de frente pra mim e colocou suas mãos em minha cintura.
- Eu não sei. – me olhou, sério e ao mesmo tempo de forma tão doce.
- .. – Eu neguei com a cabeça.
- Eu não gostei dele, . – disse um pouco mais irritado.
- Você não vê? – Eu fiquei irritada de vez. – Eu não me importo, . Você nunca vai achar que nenhum garoto é bom o suficiente pra mim. Você acha que você é o único que pode se aproximar de mim, mas não é assim. Acabou, . Você queria ser o meu amigo, não queria? Respeite os limites. – Eu disse, tentando não parecer tão grossa. Não queria chateá-lo.
- Cara, me desculpa, mas eu acho que ela não quer dançar com você. – Uma voz atrás de mim disse. Era o tal garoto. – Algum problema? – O garoto olhou pra mim, preocupado. Desgrudei o meu corpo do .
- VOCÊ É O PROBLEMA! – gritou, furioso. – Por que você ainda está aqui? – Faz tempo que não ficava tão furioso daquele jeito.
- Quer resolver lá fora, idiota? – O garoto encarou de uma forma que me deu até medo.
- Por que? A garotinha não quer levar uma surra aqui na frente de todo mundo? – sorriu, sarcasticamente.
- CHEGA! – Eu gritei, empurrando o pra trás. - Para com isso agora, Jonas! – Eu disse, irada. odiou me ouvir chama-lo de ‘Jonas’ de novo.
- Me desculpa por tentar proteger você! – gritou, irritadíssimo.
- Eu não quero a sua proteção. Eu quero que pare de agir como se ainda estivéssemos juntos. Você quis terminar, não quis? Agora respeite o seu limite de ex-namorado. – Eu disse de forma grosseira.
- Eu não sei o que está acontecendo. Mas você quer ou não dançar comigo? – O garoto loiro chegou ao meu lado.
- Eu quero e vou dançar com você. – Eu disse, olhando pro , que cerrou os olhos, enquanto olhava pra mim.
- Você tem certeza do que está fazendo, não é? – disse em tom de ameaça.
- Tenho. – Eu confirmei, séria.
- Depois não reclama. – disse e saiu. Eu suspirei, irritada.
- Então.. – O garoto ao meu lado disso.
- Vamos dançar. – Eu sorri pro garoto. Eu não estava mais com clima algum. Dancei, só pra dar valor a todo esforço feito pelo tal garoto.

Começamos a dançar. Era uma música animada, mas não havia o maior clima. Eu olhava para os lados algumas vezes, procurando pelo . Ele ficou uns 20 minutos sumido. Quando o encontrei, vi ele dançando com a tal ruiva do vestido colado. Ela estava se esfregando nele e ele parecia empolgado. Meu sangue subiu instantaneamente. Eu tentei não demonstrar. Ele estava se vingando. Eu sabia disso. Eu não podia dar esse gostinho pra ele. Parei de olhar por alguns minutos. O loiro que dançava comigo, também começou a se empolgar. Tentou se aproximar e me beijar umas 3 vezes, mas eu o rejeitei. Seria uma ótima forma de dar o troco em , mas eu não era daquele jeito. Não dava.

- Me desculpa, mas não vai rolar. – Eu parei de dançar e olhei pro garoto.
- Não vai rolar? – O garoto me olhou, impaciente.
- Desculpa. Eu meio que não estou no clima. – Eu sorri, sem jeito.
- Tudo bem. – Ele fingiu um sorriso. – Foi legal de conhecer. – O garoto me olhou e saiu, me deixando sozinha no meio da pista de dança. QUE IDIOTA! Como ele me larga ali?

Dali mesmo onde eu estava, eu voltei a olhar pro local onde e a garota estavam. Eles não estavam ali. Fiquei intrigada e voltei a procura-los. Quando vi eles encostados em uma das paredes do local, eu fiquei maluca. Eu nem tive tempo de pensar e ser racional. Eu fui rapidamente até lá. Cheguei até eles e vi que eles não se beijavam. na verdade estava parado, enquanto a garota o apalpava em todos os lugares possíveis.

- ? – Eu disse e a garota se afastou dele. Os dois me olharam.
- Eu quero ir embora. – Eu disse, tentando controlar a minha raiva.
- Dá pra esperar um pouco? – sorriu, sarcástico.
- Quem é essa? – A ruiva me olhou das cabeças aos pés.
- Não importa. – negou com a cabeça.
- É, não importa. – Eu sorri falsamente pra ela.
- Por que está com tanta pressa? Não vê que ele está ocupado agora? – A ruiva riu.
- Eu não estou falando com você, lindinha. – Eu disse, irônica. Olhei pro , esperando uma posição dele. Não teve posição alguma. Então fui até ele, segurei a sua mão e o puxei, tirando ele de perto da garota. – Vamos, . – Ele parou de andar e eu consequentemente tive que parar também. Olhei pra ele para saber o que tinha acontecido.
- Eu realmente estou ocupado agora. – sorriu pra mim. – Procura alguém pra dançar com você. Tem tanto cara desconhecido aqui. Do jeito que você gosta. – piscou pra mim e soltou a minha mão.

Eu nunca me senti tão irritada e humilhada na minha vida. Pude perceber o sorriso no rosto da ruiva, rindo da minha cara. ficou olhando pra mim. Parecia que ele havia percebido que ele havia acabado comigo.

- Eu odeio você. – Eu disse, sentindo meus olhos arderem. Sai rapidamente e fui em direção a saída do local. Passei pela porta e cheguei do lado de fora. foi atrás de mim, furioso. Ele não entendia o motivo de eu ter feito aquilo, se minutos atrás eu estava flertando com outro garoto. Passou pela porta e chegou do lado de fora do local.
- ONDE VOCÊ ESTÁ INDO? – gritou, ainda atrás de mim. Eu não parei de andar. Haviam lágrimas em meus olhos e eu não queria que ele as visse. Eu estava mais confusa do que nunca. Tinha momentos em que Nova York passava pela minha cabeça, em outros, eu só pensava em ficar em Atlantic City com ele.
- Eu vou pra casa. – Eu disse, sem olhá-lo. Continuei andando rapidamente. andou ainda mais rápido e entrou em minha frente, me impedindo de continuar andando.
- Nós vamos conversar primeiro. – me olhou, sério.
- Eu não quero conversar. – Eu disse, irritada. Ele certamente viu as lágrimas em meus olhos.
- Eu não me importo com o que você quer. Eu estou cansado disso. – disse, furiosamente.
- Então por que nós não desistimos dessa idiotice? Seria mais fácil pra todo mundo. – Eu disse em tom de desabafo.
- E quando é que foi mais fácil? – disse de forma mais calma. Não queria brigar. Ficou em silêncio por um tempo. – Eu não estou mais entendendo você. – me olhou, confuso e negou com a cabeça. Eu fiquei em silêncio por um tempo. Por que eu não estava mais irritada? Por que eu não estava mandando ele ir a merda?
- Eu estou tão confusa.. – Olhei pra ele com tristeza.
- O que está acontecendo? – me olhou, sério. Ele percebeu que havia alguma coisa de errado. O meu comportamento não estava sendo normal naquela noite.
- Nada. Não está acontecendo nada. Eu só.. estou confusa. – Eu menti com dor no coração, pois eu sabia que ele me puniria por isso depois.
- É difícil, por que.. quando eu acho que podemos concertar as coisas, você estraga tudo. – me olhou nos olhos. Estávamos um pouco próximos.
- Eu? Foi você quem terminou o namoro. – Eu disse, séria. A culpa não era só minha!
- Eu sei, mas nós continuamos próximos. Nós podíamos ter voltado. – disse, irritado. – Eu queria voltar. – me olhou, triste.
- Queria? – Eu cruzei os braços, sentindo a quantidade de lágrimas em meus olhos aumentarem.
- Eu não sei o que eu quero. – negou com a cabeça e a abaixou, olhando o chão por alguns segundos. – Eu sei o que eu sinto por você. – Ele voltou a me olhar, sério. – Mas tem horas que eu não sei se o que mais machuca é ficar sem você.. ou com você. – explicou com dificuldade.
- Então os seus erros não contam também? – Eu engoli o choro por orgulho.
- Meus erros? – arqueou a sobrancelha.
- Talvez eu tenha flertado com aquele cara, esperando que você fosse até lá e me tirasse dos braços dele e me pedisse pra voltar pros seus. – Eu disse, tentando parecer irritada. – E o que você fez ao invés disso?- Olhei pra ele, irritada e ao mesmo tempo decepcionada. - Quem te tirou dos braços dela fui eu, . – Eu me virei de costas pra ele e dei alguns passos. Não queria chorar.

Sim, no começo a minha intenção era tentar fazer ele me superar. Mas quando eu vi ele com aquela garota, eu descobri que eu também não havia superado. Eu havia entendido que eu queria ele. Tudo o que eu estava fazer era para tê-lo de volta. Era tentar fazer ele voltar pra mim, lutar por mim de novo.

- As coisas não funcionam desse jeito. Você não pode agir esperando que eu aja de determinada forma. – me olhou, ainda de costas.
- Você está certo. – Eu voltei a olhá-lo, dessa vez com raiva. – Essa coisa de esperar é só perca de tempo. – Eu o olhei, séria. Sim, eu também estava me referindo a Nova York. me olhou por um tempo, sem responder. – Eu vou pra casa. – Eu olhei pra ele e dei alguns passos pra trás.
- Eu levo você. – respondeu de forma chateada, esperando pela minha reação.
- Ok. – Eu concordei, sabendo que não adiantaria eu dizer que não iria com ele. andou em direção ao seu carro e eu o acompanhei em silêncio.

O silêncio permaneceu durante todo o caminho até a minha casa. Diversas vezes eu sentia o olhar dele sobre mim e eu apenas disfarçava. Mexia no cabelo, olhava pro lado de fora do carro, apenas para que ele não percebesse o quanto eu estava confusa e angustiada com a história de Nova York. Eu sabia que era uma oportunidade única na minha vida, mas eu não sei se vale a pena colocar tanta coisa em risco. já me esperou por 6 anos. Mais 4 anos seria muito tempo pra ele. Eu nem sequer posso pensar nessa possibilidade.

- Obrigada por me trazer. – Eu disse, sem olhá-lo e abri a porta. me observou sair e negou com a cabeça. Ele não estava satisfeito com o clima que havia se estabelecido ali. Desceu do carro rapidamente.
- Então é isso? – Ele disse e eu parei de andar, ainda de costas pra ele. Eu não respondi. – Não vamos falar sobre isso e vamos deixar como está? – Fechei meus olhos por poucos segundos e suspirei. Me virei para olhá-lo.
- O que você quer que eu faça? – Eu perguntei, séria. Cruzei os braços, pois estava com frio. Havia começado a ventar repentinamente.
- Eu quero que você também lute. – disse, chateado.
- Lutar pelo que? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Tudo o que eu faço é tentar salvar o que nós temos. Eu não vejo você lutando pra que isso dê certo. – disse, irritado.
- Você não pode me cobrar isso. Não depois de tudo o que eu passei por você. Não depois de tudo o que eu abri mão pra ficar com você. – Eu também estava irritada, agora. Como ele podia dizer isso? Eu estava pensando em desistir do meu sonho, só para não perde-lo. Como eu posso não estar lutando?
- Parece que você está sempre esperando por uma atitude minha, esperando eu arranjar alguma forma de voltar pra você. – não disse com toda a raiva que quis.

Suspirei longamente e levei uma das mãos em meu cabelo, entrelaçando meus dedos no mesmo. Me virei de costas pra ele, apenas querendo que ele parasse de me dizer aquelas coisas.

Haviam milhares de coisas em minha cabeça naquele instante. estava me dizendo todas aquelas coisas que eu nunca quis ouvir e também havia Nova York. Nova York, as duas palavras que agora me causavam dúvidas e tristeza. As duas palavras que me levariam pra longe dele.

- Isso é uma estrada de duas mãos. Temos que faz isso juntos. Você puxa de um lado e eu puxo do outro. Eu estou sozinho nisso há um bom tempo. – continuou dizendo, me olhando de costas.

Meu coração se apertava cada vez mais. Se já estava pensando em desistir de nós agora, imagina quando ele soubesse que eu provavelmente vou pra Nova York dali algumas semanas? Eu sabia que aquele era um dos últimos momentos em que Nova York não era o nosso maior problema. provavelmente não demoraria para descobrir sobre tudo. O que aconteceria quando ele descobrisse? Nós não sobreviveríamos aquilo. Eu sabia.

- Se depender de mim, vamos permanecer assim. Eu já cansei de lutar sozinho. – disse com uma voz um pouco mais baixa. Mesmo sem olhá-lo, eu conseguia sentir a decepção em seu tom de voz.

Eu não sei como e nem por que, mas eu sabia que aquele exato momento era o último. O último em que eu ainda tinha o cara que eu amo lutando por mim, mesmo ele dizendo o contrário. Ele estava machucado com o que eu havia feito e ainda sim estava ali, tentando me fazer enxergar os meus erros e tentando me mostrar o caminho de volta pra ele. O que você faria se tivesse a última chance de demonstrar o seu amor pro garoto que você ama, antes que ele descobrisse que não há mais jeito pra vocês dois?

- A luta é só sua agora. – disse, ainda com o tom de chateação.

Eu sabia o que eu tinha que fazer. Neguei com a cabeça por alguns segundos. Eu não podia perder aquela última chance de demonstrar o quanto eu quero ele, o quanto eu amo ele e o quanto eu ficaria satisfeita em lutar todos os dias, só para fazê-lo feliz. Eu virei o meu corpo para ele, ficando de frente pra ele novamente. Andei o mais rápido que consegui em direção a ele. Não deu nem tempo dele ter alguma reação. Em segundos nossos lábios estavam colados. Cada mão minha estava em um lado de seu rosto e eu sentia as suas duas mãos em minhas costas, perto da cintura. Não ouve profundidade. Nossos lábios apenas se tocaram e se entrelaçaram lentamente. Eu não poderia explicar o que eu estava sentindo. Era difícil, por que pra mim, aquele beijo significava uma despedida pra nós. Para , era só mais um beijo.

Descolei nossos lábios, querendo saber como é que estava lidando com aquilo. Eu não tive nem tempo de abrir os meus olhos, pois os lábios dele rapidamente procuraram os meus novamente. Nossos lábios voltaram a se entrelaçar e eu pedi passagem para a profundar o beijo. Passagem rapidamente concedida por . Mantive uma das minhas mãos em um dos lados do seu rosto e a minha outra subiu até a sua nuca, entrelaçando meus dedos em seu cabelo. O beijo não foi lento e nem rápido demais. Estávamos fazendo tudo na velocidade certa. Eu sentia as mãos dele subindo e descendo em minhas costas.

- Espera.. – disse, interrompendo o beijo. Abri os olhos e tirei minhas mãos de seu rosto e de sua nuca.
- O que? – Eu perguntei, sem entender. Que diabos ele tinha pra falar logo agora?
- Isso.. – me olhava, sério e ao mesmo tempo tão doce e desconsertado. – O que isso quer dizer? – arqueou a sobrancelha. Ele só queria ouvir uma resposta de mim. Só uma.
- Eu não quero mais deixar pra amanhã o que eu posso fazer hoje. – Eu expliquei, séria.
- O que há de errado com o amanhã? – continuou me olhando com aquele mesmo olhar encantador.
- Nós nunca sabemos o que pode acontecer amanhã. – Eu sorri fraco. não mudou sua expressão. Tudo aquilo fazia muito sentido pra mim, mas não fazia pro . Ele não estava entendendo nada.
- O que isso quer dizer? – arqueou a sobrancelha, já impaciente com todas aquelas indiretas que ele não estava conseguindo entender.

- Quer dizer que existem coisas importantes pra mim. Coisas que eu posso perder amanhã, coisas que eu posso não ter a chance de viver amanhã. Ficar com você é importante, . – Eu disse com todo coração. Eu queria que ele entendesse.
- Flertar com o cara na festa também deve ter sido bem importante, não é? Você provavelmente não podia correr o risco de não dançar com ele amanhã, não é? Você não podia perder a chance de me magoar de novo. Eu estou certo? Afinal, nunca se sabe o que acontecerá amanhã, não é? – disse em um tom irônico.
- Não é isso, . Me escuta.. – Eu estava arranjando um jeito de explicar.
- Não, escuta você. – me olhou duramente. – Eu não posso mudar o que aconteceu entre nós, mas eu não tenho que te fazer enxergar o que é importante pra você. – dizia, sério.
- VOCÊ é importante pra mim, . – Eu senti meus olhos voltarem a se encher de lágrimas.
- Se eu sou, por que é você faz as maiores coisas para me machucar e faz as menores pra demonstrar que você me ama? – arqueou a sobrancelha, me olhando seriamente.
- Eu não quero brigar. – Eu neguei com a cabeça, olhando pra ele com tristeza.
- Você está certa. Não vale a pena brigar por algo que nunca vai mudar. – me olhou duramente.
- .. – Eu suspirei longamente.
- Quando eu conheci você, sabe o que mais me chamou atenção em você? – perguntou de forma retórica. – Você não era igual a nenhuma outra garota que eu havia conhecido. – olhou em meus olhos. – Hoje, você passou a noite flertando com um cara que nem conhecia e agora está me beijando. – parou de falar por um tempo. Me observou de forma séria por um tempo. – Você não era assim. – negou com a cabeça. – Eu não consigo mais enxergar em você nada que as outras não tenham. – viu uma lágrima escorrer pelo meu rosto e não se moveu. – Você é exatamente como todas as outras. – me olhou com desgosto e saiu, me deixando sozinha em frente a minha casa. Cruzei os abraços por causa do frio e observei ele entrar no carro e sair. As lágrimas escorriam rapidamente pelo meu rosto. Eu não tinha certeza se era por causa do que eu havia acabado de ouvir ou se era por causa de Nova York. Aquilo estava me matando.

escutou o barulho do carro de e foi até a janela de seu quarto e me viu sozinha no gramado da minha casa. Saiu de seu quarto e desceu as escadas. Ele já sabia que alguma coisa estava acontecendo. Abriu a porta da frente e depois a fechou. Andou até mim lentamente e parou do meu lado. O vento fazia o meu cabelo voar pra lá e pra cá. Meus braços continuavam cruzados e as lágrimas continuavam escorrendo pelos meus olhos.

- É sobre Nova York, não é? – disse, sem me olhar. Eu também não olhava pra ele.
- Ele nunca vai entender. – Eu neguei com a cabeça.
- Você fala dessa faculdade há anos. Você sabe o quanto você sonhou com isso que está acontecendo. – disse, virando o rosto pra me olhar.
- Eu quero isso, mas.. – Eu hesitei dizer. – Eu não quero deixa-lo aqui. – Olhei pro de forma triste.
- Você ainda não contou pra ele, não é? – deduziu.
- Não tive coragem. – Eu expliquei. – Eu tenho medo do que ele possa fazer, do que ele possa dizer. – Eu encarei o chão por um tempo.
- Você já decidiu se vai ou não? – perguntou, sério.
- Não.. – Eu neguei com a cabeça.
- Independente da decisão que você tomar, eu vou te apoiar. – sorriu novamente.
- Obrigada. – Eu sorri fraco, olhando pra ele.
- Eu queria poder ajudar de alguma forma, mas eu sei que não tem como. Essa é uma decisão só sua. – se aproximou e me abraçou. Eu retribui o abraço, o apertando o mais forte que eu consegui.
- Você está ajudando. – Eu disse, sem olhá-lo, pois ainda nos abraçávamos.
- Eu posso quebrar a cara do Jonas se você quiser. – disse, sabendo que me faria rir.
- .. – Eu sorri e afastei nossos corpos para poder olhar em seu rosto.
- Não? – fez careta. – Ok. – Ergueu os ombros e quase riu.
- Para de tentar me fazer rir. – Eu disse, rindo.
- Sério, eu confio em você. Tenho certeza de que você tomará a melhor decisão pra você. – sorriu fraco e se aproximou, beijando a minha testa carinhosamente.
- Obrigada. – Eu olhei pra ela e sorri, agradecida.
- Vem, vamos entrar. – apontou a cabeça pra minha casa. – Está frio aqui fora. – Ele passou um dos braços pelos meus ombros e me guiou até a porta de casa.

Meus pais já sabiam sobre a faculdade. Estavam mais do que orgulhosos. Eu ainda não havia confirmado pra eles se eu ia ou não pra Nova York, mas eu não havia dado o motivo verdadeiro pra tal dúvida. Inventei que estava pensando em mudar de curso.

Subi pro meu quarto com a desculpa de que estava cansada e de que precisava dormir. Decidi tomar outro banho antes de dormir. Eu não conseguia me decidir sobre Nova York. Cada segundo era perdido com aquela dúvida. Eu queria que alguém me ajudasse a decidir aquilo, mas como o disse, ninguém além de mim poderia tomar essa decisão.

Terminei o banho e fui até o meu armário, onde eu peguei um antigo diário que eu tinha. Eu adorava escrever nele no auge dos meus 13 anos. Folhei algumas páginas e em várias delas eu demonstrava a minha vontade e ansiedade pra completar 18 anos, somente para ir para a tão sonhada Faculdade de Medicina, a melhor do pais, que ficava em Nova York. Estava tudo decidido. Eu moraria com a tia Janice até terminar a faculdade e depois compraria um apartamento só pra mim. Meu sonho não estava acontecendo como eu imaginava. Não havia mais tia Janice e nem toda aquela vontade de largar tudo e todos para me formar em Nova York. 5 anos depois, tudo havia mudado. As circunstâncias não eram mais as mesmas, mas aquilo ainda era um sonho. O meu sonho, mas ele parecia mais distante do que nunca.

Ao meu lado, havia um porta retrato meu e do . Deixei o diário de lado para poder olhar o porta retrato de mais perto. estava beijando carinhosamente o meu rosto e eu fazia uma careta engraçada. Estávamos felizes ali. O oposto do que estávamos hoje, por motivos totalmente diferentes, que logo se tornariam os mesmo. Era por aqueles momentos que eu teria que abrir mão de viver para viver o meu sonho. Valia a pena?


Não havia esperanças daquele ser um bom dia. provavelmente não olharia pra minha cara e eu tinha duas aulas de Português. Não se preocupe, não há nada tão ruim que não possa piorar. Eu estava procurando o meu tênis pela casa toda. Eu já estava atrasada para a aula e o estava me matando.

- Coloca uma sandália, sei lá! – tentava me ajudar.
- ACHEI! – Gritei, colocando o tênis no meu pé esquerdo.

estava irritado. Irritado por causa de tudo. Principalmente pela noite passada. Nós havíamos brigado novamente e continuávamos adiando a chance de sermos felizes juntos. Até quando?

Ele estacionou o carro no estacionamento e se dirigiu em direção ao portão da escola. , e comentavam sobre Nova York. Os garotos acabaram deixando o futebol de lado para também entrar no assunto.

- Eu acho que ela vai acabar indo. – disse.
- O Jonas vai ficar furioso se ela for. – fez careta.
- Se ele gostar dela, ele vai entender. – disse sabiamente.
- Independente de gostar ou não.. a distância é muito difícil, ainda mais pra um relacionamento como o deles. – explicou.
- O Mark disse que podia ajudá-la a achar um apartamento perto da faculdade. – relembrou.
- O Mark sabe? – arqueou a sobrancelha.
- Ela contou pra ele lá no jogo. – também explicou.
- Quem contou o que pro Mark? – apareceu do nada, dando um susto em todos. Todos tentaram disfarçar.
- Mark? Quem falou do Mark? – riu. Ela sabia que não podia saber. Não daquele jeito.
- Vocês disseram. – arqueou a sobrancelha.
- Você escutou errado. – riu, nervoso.
- Ok, o que está acontecendo? – cruzou os braços, olhando todos com cara feia. Sabia que estavam escondendo algo dele.
- Não está acontecendo nada, . Esquece, porra. – quis despistar.
- Vocês estão me irritando. – sorriu falsamente. – Fala. – tentou se manter calmo.
- Vai pra aula, vai Jonas. – revirou os olhos.
- Vocês estão me escondendo alguma coisa e eu quero saber o que é AGORA. – disse, sério.
- NÃO É NADA! – gritou, irritada.
- Melhor me contarem. Eu vou descobrir por bem ou por mal. – avisou.
- Boa sorte para descobrir o NADA. – ironizou.
- Ok.. – pegou o celular e começou a digitar um número.
- O que você está fazendo? – perguntou, sem entender.
- Se vocês não me falam, eu faço o Mark falar. – terminou de digitar o número e antes de colocar o celular na orelha, pegou o celular de sua mão.
- Para de ser idiota, . – olhou pro amigo, irritado.
- Me falem o que está acontecendo. – disse em tom de ameaça. Todos ficaram quietos e se entreolharam. Ninguém tinha coragem de se manifestar.
- Vamos, não pode ser tão ruim assim. – fez careta.
- Não é sobre o Mark. É sobre a . – tomou coragem. mudou a sua expressão rapidamente ao ouvir o meu nome.
- O que tem de errado? – arqueou a sobrancelha, sério. Começou a ficar preocupado.
- Ela recebeu uma carta ontem. – continuou.
- Carta? Mas que carta? – olhou pra todos, sem entender. – FALEM DE UMA VEZ. – estava aflito.
- A foi aceita na Faculdade Albert Einstein, . – disse de uma vez.
- O que? – sorriu, achando que estavam brincando.
- Ela ficou sabendo ontem de manhã. – explicou. continuou olhando pra cara de todos, esperando que a qualquer momento um deles dissesse que aquela história não passava de uma brincadeira.
- Não pode ser. – quase riu. – Ela teria me contado. – disse, seguro do que estava dizendo.
- Teria, ? – olhou pro amigo, séria.
- Nós brigamos ontem e .. – parou de dizer, quando se deu conta da nossa última conversa, ontem a noite. Aquele papo de ‘não deixar as coisas pra amanhã’ fazia muito sentido agora. – Droga.. – negou com a cabeça, sem acreditar.
- Ela tem que ir pra Nova York em menos de um mês. – detalhou. a olhou por um tempo com um olhar perdido. Havia diversas coisas passando pela sua cabeça agora. Nova York não era o lugar mais longe do mundo, mas mesmo assim era longe. Longe o suficiente para ele não me ver todos os dias, brigar comigo todos os dias e me ver, mesmo quando não estivéssemos nos falando, como hoje.
- E o que o Mark tem a ver com isso? – perguntou, sério.
- Ela precisa de um lugar pra morar. Ele quer ajudá-la a achar um apartamento em Nova York. – explicou, sério.
- O Mark sabe? – franziu a testa.
- Ela contou pra ele ontem no jogo. – se recordou.
- Quem mais sabe? – olhou todos de forma séria.
- Algumas pessoas.. – desconversou. Não queria que descobrisse que ele estava sendo o último a descobrir tudo.
- Quais pessoas? – continuou sério. Ninguém respondeu. – Todos vocês, o Mark.. quem mais? – arqueou a sobrancelha. – Os pais dela? – perguntou. afirmou com a cabeça. – ? – voltou a perguntar. Ninguém respondeu. Ele forçou um sorriso e negou com a cabeça. – Eu estou sendo o último a saber, não é? – continuou negando com a cabeça, mostrando-se indignado.
- Ela estava com medo da sua reação, . – tentou aliviar o meu lado.
- Parem de defende-la! – disse, irritado. – Deixe ela mesma fazer isso. – disse, depois de me ver entrando na escola ao lado de . Começou a andar em nossa direção rapidamente.
- Droga, esqueci o meu livro de Biologia. – fez careta. – A professora vai me matar. – fez careta. Eu olhei pra ele e ri de sua desgraça.
- Se eu estivesse com o meu aqui, eu poderia te emprestar. – Eu fiz careta.
- É VERDADE? – Alguém parou em minha frente e eu rapidamente reconheci a voz dele. me olhava de forma tão séria como na noite passada.
- O que? – Eu arqueei a sobrancelha, já que eu realmente não havia entendido o que ele tinha dito da primeira vez.
- É verdade ou não? – me olhou nos olhos, furioso.
- O que.. – Eu já ia argumentar, quando percebi sobre o que ele estava falando. Suspirei, nervosa com a situação. Eu não esperava que aquela conversa acontecesse hoje, muito menos agora. Ele descobriu mais rápido do que eu imaginei. também suspirou, irritado.
- NOVA YORK! Por que não me contou? – foi diretamente ao ponto.









Continua...


Nota da Autora: 


Hey! Então, eu espero que estejam gostando da fanfic. Está dando muito trabalho, mas eu estou AMANDO escrevê-la. Eu me inspirei em uma outra fanfic que eu li e fiz as minhas MUITAS alterações (com a autorização da autora da mesma). Como vocês já perceberam, ela está em andamento. Eu vou postar de acordo com o que eu for escrevendo. 

Vocês devem ter percebido que nessa fanfic, os Jonas não são tão 'politicamente corretos' e nem tem uma banda. Eu achei legal fazer uma coisa diferente.

Enfim, deixe o seu comentário aqui embaixo. A sua opinião é importante, pois me incentiva a escrever ainda mais e mais.

Beijos e qualquer coisa e erro, mandem reply pra mim lá no @jonasnobrasil . 


30 comentários:

  1. AINDA BEM que eu me lembrei do meu nick
    cap ficou super hiper mega fofo
    o que sera que o peter vai apronta dessa vez para separa eu é o nick

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  2. como sempre eu amei a fic, e o capítulo 27 superou todas as minhas expectativas, hahah *-*

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  3. o que eu achei ? Totalmente p-e-r-f-e-i-to ! Quando o doutor disse " uma notícia boa e ruim " tomei um susto, caramba ! mas esse capítulo foi totalmente in lovee ♥ e eu super amei, por favor, posta o 28 antes da minha morte, ok ? obg por uma fic tão perfeitaaa' <3 2bjs

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  4. Awn esse com certeza foi o melhor capitulo da fic, muito obrigada por deixar nós leitoras tão felezes escrevendo essa fic tão perfeita *--* É realmente, eu também tomei um susto quando o médico disse que tunha uma notícia ruim kkk'

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  5. Ainda bem que minha memória voltou \õ/
    Esse capítulo superou minhas expectativas,
    Simplesmente P-E-R-F-E-I-T-O!!!Ameeeei!
    Estou super ansiosa pro cap. 28!!

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  6. AMEIIIIIIIIIII!
    Ainda bem que minha memória voltou!
    Não aguentava mais não me lembrar do meu Jonas,
    e ele estava sofrendo tanto...
    Mas enfim eu voltei a me lembrar dele!
    Esse cap foi perfeitooooo!
    Ansiosa pelo proximo capitulo!

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  7. MUITO LINDO.
    superou as minhas expectativa. Tô loca pra saber o q aquela coisa do Peter vai fazer agr.

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  8. OMG!!!!! Ainda não acredito que voltei a me lembrar do MEU Nick,tô muito feliz, só espero que aquele merda do Peter não consiga atrapalhar a nossa felicidade!Cap 27 P-E-R-F-E-I-T-O ♥ ♥ ♥

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  9. Esse capitulo foi mt perfeito!!!!!
    Finalmente lembrei do Joe, serio ñ aguentava mais ver ele triste!!
    Quero capitulo 28 logo.

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  10. esse capitulo foi incrivél e o mais perfeito!!!!
    na fic eu coloco a demi e o joe :3
    e o irmão dela é o logan hahaha
    amiga séria bom se ela soubesse tudo o que o jonas fez por ela, né !
    quero o 28 mais que perfeito !
    ao sua fic, POSTA LOGO. bj

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  11. WOWS WOWS WOWS WOWS WOWS WOWS! ATÉ QUE ENFIM ME LEMBREI DELE.
    taaloooco; se eu nao lembrasse sozinha eu ia 'me lembrar' a força.
    Posta logo beijo

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  12. Awwnnn Que perfeitooo!!!!!!
    è por isso que eu amo essafic:Porque é a mais perfeita do mundo!!!!!!!!
    posta logo o 28...
    Bjos

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  13. EU PRECISO DO CAPITULO 28
    AGORAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!

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  14. AI MEU DEUS, QUE CAPITULO INCRIVEL, EU AMEI DEMAIS MAL PODIA ESPERA POR ISSO.. ESPERANDO ANCIOSA PRO CAP 28.. FIC MAIS PERFEITA DO MUNDOOOOO..
    BEEIJOS

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  15. Cara MEGA divoo esse capitulo.. eu quero maiis...

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  16. Presciso dizer que amei esse foi o capitulo q mais esperava depois da perde de memoria

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  17. Que lindo!
    Estou curiosa pra saber o que acontecerá depois...
    Comecei a ler anteontem e estou apaixonada por essa fic!

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  18. Você não sabe o quanto eu fiquei feliz por esse capítulo ! Putz, tipo, eu chorei demais com essa história e eu não consegui dormir ontem até que eles ficassem bem novamente, acho que vou parar por aqui hoje se não não pararei de ler. E se algo ruim acontecer eu não conseguirei dormir ! KKKKKKKK U.U
    Estou comovida , amei demais sua fic ! DEMAIS DEMAIS DEMAIS ! *-*
    Comecei a ler ontem e estou encantadaaa ! *-*

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  19. Ok, essa foi a melhor coisa que eu já li na vida, vou continuar, ninguém tem noção do quanto eu estou chorando! Mudou de mais a minha vida essa Fic! ;D

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  20. É Superou todas as minhas expectativas ... eu tenho me identificado tando com a web que já chorei umas 3 vezes lendo haha tudo muito lindo *--*

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  21. [aaaaaaaa OMG , eu sabia q ia ser bom , mais vc me surpreendeu ' #euchorei' isso é normal? kkkk enfim ! sua fic é muuuuito boooua msm !

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  22. Hey Pessoall...Nossa q Linda..Chorei..achei fofo demais..Gosteiii Muito

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  23. hey, garota, vc descreveu praticamente a minha vida, tirando a parte da perda de memória e o fato de serem 6 anos, vc descreveu a minha vida, também perdi a minha melhor amiga aos 12 anos, também encontrei um amor assim *-* muito linda sua fic

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  24. Aiinda bem que lembrei do meu 'moor' !!

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  25. awnn, que perfeito!! suspiros e mais suspiros... <3

    na história coloquei o Joe e a Demi, *-------*
    Josh- irmão
    Jennifer- irmã
    Miley, Selena e Taylor - amigas ...

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  26. Que boom que me lembrei do meu nick, não tava mais aguentando de tanto chorar junto com ele, hahahahahahaha, comecei a chorar de alegria, depois de tristeza e alegria de novo hahaha a fic é ótima eu li até aqui em 3 dias!! da pra acreditar! Estou adorando!

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  27. Cara, o Nick deve ter umas 500 namoradas nesse blog! kkkkkkkkk' Tá muito linda a Fic, meu Nicholas me ama tanto... kkk' Parei.

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  28. Simplesmente perfeito, demaaaaaaaaaaaaais ^^
    Eu quase enlouqueci por não lembrar do meu Nick kkkkkkkkk'
    Ainda bem que lembrei u.u Fic perfeita, to amando apenas <333

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  29. Eu simplesmente AMEI esse capitulo está perfeito *----*

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  30. Ai meu deus eu estou simplesmente viciada nessa fic, o único problema é que eu tô sofrendo demais! Parabéns pela fic é melhor que eu já li! <3

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