Capítulo 43



NO CAPÍTULO ANTERIOR...




Estacionei o carro em frente a um apartamento. Ele era realmente bonito e uma música alta vinha de um barzinho logo ali na frente. Eu desci do carro e comuniquei ao porteiro que eu precisava subir porque se tratava de uma surpresa. O porteiro era bem mais gentil e fácil de lidar que o Big Rob. Peguei o elevador e parei no 4° andar. Procurei pelo número de apartamento que ele havia me dado e parei em frente a porta. Arrumei o vestido e o cabelo antes de tocar a campainha. Toquei a campainha pela segunda vez e ouvi o barulho da porta sendo destrancada. A posta abriu-se e lá estava quem eu menos desejava ver.

- Amber? – Eu disse sem entender porque diabos ela estava abrindo a porta do apartamento do MEU namorado. O que ela estava fazendo ali em uma sexta-feira a noite?





Capítulo 43 – Ocupando o Vazio do Amor



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:



- ? – Amber pareceu mais surpresa do que eu. – Oi. – Ela tentou sorrir, mas é claro que eu consegui ver a falsidade através daquele murcho sorriso. Ela me olhou de cima a baixo e eu fiz o mesmo. Ela tem mesmo que usar aquele shorts minúsculo que aparece a polpa do seu quadril e a aquela blusinha que aparece parte da sua cintura? É claro que tem. Vadias são assim.
- Quem era? – apareceu ao lado dela segurando uma chave de fenda. Quando ele me viu, sua primeira reação foi me olhar dos pés a cabeça e logo depois ele sorriu. Sorriu daquele jeito bobo e lindo que fazia com que eu me lembrasse daquele garotinho do 1° ano. – Você... – O riso de não deixou que ele terminasse a frase. – Você veio. – Ele completou logo depois de colocar a chave de fenda em algum lugar sem deixar de me olhar. Amber o olhou e viu aquele olhar. Viu o jeito com que ele me olhava. O jeito com que ele nunca havia olhado pra ela.
- Eu disse que viria, não disse? – Eu ergui os ombros, abobalhada com o olhar e o sorriso que ele me lançava. Eu até havia me esquecido que Amber estava ali. também parecia ter se esquecido. Ele passou rapidamente por ela e agarrou meu corpo e o colou com o seu. Os braços dele estavam em torno da minha cintura e os olhos dele estavam fechados. Meus braços estavam em torno do seu pescoço, mas meus olhos se mantinham abertos. Eu não poderia perder a chance de olhar na cara da Amber. A expressão de ódio dela ficou evidente. Eu sorri pra ela e ela cerrou levemente os seus olhos.

jamais conseguiria descrever o que ele sentiu quando me viu naquela porta. Ele não estava esperando. Ele não esperava que eu estivesse ali em um dia tão especial pra ele. Ele não esperava que eu estivesse exatamente onde ele queria que eu estivesse. Ele afastou um pouco nossos corpos para poder colocar seu rosto em frente ao meu. Ele me olhou nos olhos e eu parecia enfeitiçada por aquele jeito doce que ele tinha. Uma das mãos dele subiu até o meu rosto e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu me aproximei e selei longamente os seus lábios. O beijo não foi aprofundado. Tenho quase certeza que a presença da Amber teve alguma culpa nisso.
- Vem, eu quero que conheça. – segurou a minha mão e me puxou pra dentro do apartamento. Amber já não estava mais na porta. Onde diabos ela estava? – É aqui. – olhou em volta. Estávamos na sala.
- Wow... – Eu soltei a mão dele para poder olhar tudo mais detalhadamente. – É incrível. É grande, né? – Eu continuei analisando tudo. – E essa mesa de sinuca... Eu esperava algo assim! – Eu o olhei e segurei o riso.
- Você me conhece. – ergueu os ombros e riu.
- Bem, eu estou indo embora. – Amber apareceu repentinamente na sala. Ela estava com uma bolsa agora. – Eu não vou atrapalhar vocês. – Ela tentou sorrir.
- Você não vai atrapalhar, Amber. Você pode ficar se quiser. – Eu sou uma atriz! Onde estão as palmas?
- É... – me olhou, confuso. – Pode ficar. – Ele sorriu, parecendo estar confuso.
- Não, eu tenho que ir mesmo. – Amber começou a andar em direção a porta.
- Então eu te levo até a porta. – andou rapidamente até a porta e a abriu para que Amber saísse.
- Obrigada. – Amber estava do lado de fora do apartamento, mas virou-se para olhar para que ainda estava na porta.
- Eu é que agradeço. Você me ajudou muito hoje. Obrigado. – deu o seu melhor sorriso para a melhor amiga.
- Imagina. Você sabe que pode me chamar sempre que precisar. – Amber disse e olhou discretamente pra mim. Vadia! E o medo dela de falar isso estando mais perto de mim?
- Eu sei que sim. – a olhou, agradecido.
- Boa noite. – Ela acenou e se afastou.
- Boa noite. – esperou perdê-la de vista para fechar a porta. Ele virou-se para voltar a me olhar e viu que eu parecia incomodada. – Desculpe. – voltou a se aproximar.
- O que... – Eu apontei em direção a porta. – O que ela estava fazendo aqui? – Eu completei a pergunta.
- Bem, você chegaria amanhã e eu queria que tudo estivesse perfeito quando você chegasse. Ela se ofereceu para me ajudar a colocar tudo em ordem. – voltou a olhar em volta. – Não deu tempo de fazer muita coisa. Desculpe por toda essa bagunça. – parecia chateado com a situação.

Eu estava mais do que pronta para iniciar uma discussão pelo fato da Amber estar ali, mas agora eu não posso. Ela estava ali por um bom motivo. Quer dizer, eu ainda odiava o fato dela estar tão perto, mas ele queria fazer algo especial pra mim. Como eu poderia iniciar uma discussão por causa disso? Droga, não dá! Não dá!

- Está brincando? Está lindo. – Eu me aproximei de vez e passei meus braços em torno do corpo dele. Apoiei minha cabeça em seu peito e olhei novamente para a sala do apartamento. – Eu gosto assim. Eu quero ver como ele está agora e quero ver como ele vai ficar depois. Eu quero fazer parte de todo esse processo, sabe? – Eu levantei meu rosto para olhá-lo e ele apenas ficou me olhando. Ele começou a negar com a cabeça me fazendo rir. – O que foi? – Eu ficava até sem jeito quando ele me olhava daquele jeito.
- Você... – Ele continuava com aquele riso nos lábios. – Eu te amo. – Ele me olhou nos olhos e eu estremeci.
- Eu acabei de dirigir duas horas por você. – Eu coloquei uma das minhas mãos em sua nuca e aproximei nossos rostos. – Eu acho que também te amo. – Eu terminei de dizer e em menos de 5 segundos depois, os lábios dele já estavam colados aos meus. Dessa vez não havia desculpas para o beijo não ser aprofundado. Os braços dele fizeram a volta em minha cintura e colou meu corpo ao dele. O beijo foi longo. Eu acho que era um jeito de matarmos a saudade das últimas semanas. Ele terminou o beijo de forma rotineira. O riso causado quando um de nós puxava o lábio inferior do outro era basicamente a nossa marca.
- Você não pode estar aqui. – negou com a cabeça, enquanto as pontas dos nossos narizes ainda se tocavam.
- Eu estou e estou louca pra conhecer o resto do seu apartamento. – Eu disse e ele pareceu ter despertado repentinamente.
- É claro! – Ele agarrou a minha mão. – Vem, eu vou te mostrar tudo. – começou a me puxar.

Sem querer dar o braço a torcer e dar créditos a Amber, mas o apartamento era realmente bom e bonito. Pelo menos ela havia prestado para alguma coisa, não é? estava tão feliz que até me impressionou. Eu também estava feliz por estar ao lado dele naquele momento importante da vida da sua vida, mesmo que eu não tenha ajudado na escolha do apartamento.

- Essa é a cozinha. – acendeu a luz da cozinha. – E é o único lugar que faltou arrumar da casa. – fez careta.
- É bem grande, né? – Eu analisei.
- Sim, maior do que eu queria que fosse. – concordou.
- Melhor grande do que pequena. – Eu não quis que ele achasse que eu estava colocando defeito.
- É mesmo. – Ele concordou e voltou a me puxar. – Vem, vou te mostrar o banheiro e o meu quarto. – continuou me puxando. Entramos em um pequeno corredor que tinha 2 portas. Entramos em uma delas. – Aqui é o banheiro. – Ele deixou que eu entrasse, já que o espaço não era grande.
- Você que colocou os armários e tudo isso? – Eu fiquei impressionada. Ele havia cuidado de tudo aquilo sozinho?
- Não, o banheiro já veio todo mobiliado. – explicou.
- E o seu quarto fica aqui em frente? – Eu apontei em direção a porta.
- Sim, vem ver. – Ele me chamou com a cabeça e eu o acompanhei. – É aqui. – foi até o centro do quarto e virou-se para me olhar.
- Uau! – Eu fiquei impressionada com a decoração. – É tão grande e está muito bem organizado... Wow! – Eu ainda analisava o quarto. As paredes brancas, um grande armário e a cama enorme no centro. Havia um criado-mudo em cada lado da cama e sobre eles havia alguns porta-retratos. O violão estava em um dos cantos do quarto e havia uma cômoda de madeira em um outro canto e sobre ela havia mais alguns porta-retratos.
- Você gostou mesmo? Eu não sei muito bem sobre essas coisas de decoração. – Ele riu de si mesmo.
- Não, ficou bem legal. Eu gostei. – Eu percebi que ele parecia confuso sobre tudo. Era a primeira vez que ele morava sozinho. Era normal que ele não sabia muito bem como ajeitar e organizar as coisas, mas ele estava se saindo muito bem. – E essa cama? É nova, né? – A cama era realmente enorme. O outro quarto dele era menor, não cabia uma cama desse tamanho. Com certeza é nova e parece um pouco familiar.
- Depois que eu dormi na sua cama naquele dia, eu tinha que ter uma daquela pra mim. – quase riu.
- Eu sabia que você havia gostado da minha cama. Até usou a desculpa da chuva pra dormir nela. – Eu olhei pra ele, cerrei os olhos e ele riu.
- Foi uma desculpa sim, mas não era na cama que eu estava pensando. – rolou os olhos, fez careta, enquanto segurava um sorriso.
- Não aconteceu, mas foi lindo. Você cantou pra mim. Eu amo quando você canta pra mim. – Eu não queria que ele se sentisse frustrado por conta do que havia acontecido.
- Eu dormi na mesma cama que você e acordei virgem. Isso não é legal. – revirou os olhos. Ok, ele já estava se sentindo frustrado.
- Não, não, para com isso. – Eu me aproximei e beijei longamente uma das suas bochechas. – Não é tudo sobre sexo também. – Eu passei meus braços em torno do pescoço dele e passei a olhá-lo de bem perto.
- Eu sei disso! É por isso que tenho 19 anos e sou virgem. – insistiu no assunto.
- Isso não é um problema, sabia? Nós podemos resolver isso rapidinho. – Eu disse e ele riu de forma espontânea. Ele ficou me analisando, esperando eu dizer que estava brincando.
- Eu espero que seu celular esteja desligado. – brincou e eu gargalhei.
- E onde está o seu? Eu vou jogá-lo pela janela. – Eu entrei na brincadeira e ele começou a me dar diversos selinhos.
- Eu preciso ir tomar banho antes. Você está tão cheirosa e eu estou assim. – Ele abriu os braços e olhou para a sua roupa.
- Não precisa. – Eu rolei os olhos.
- Precisa sim. Eu já volto! É rapidinho. – selou meus lábios pela última vez e correu para o seu armário, pegou uma roupa e depois correu para o banheiro.

Agora eu vou ter que esperá-lo. Aproveitei o tempo para dar mais uma olhada no quarto dele. Os porta-retratos sempre chamavam a minha atenção. Me aproximei da cama e de um dos criados-mudos. Lá havia uma foto nossa. Ele estava mordendo uma das minhas bochechas e eu estava fazendo uma careta pra câmera. A foto era engraçada e descrevia muito bem o tipo de casal que nós éramos. Eu me lembro de termos tirado aquela foto em um dos intervalos da escola. Coloquei o porta-retrato no mesmo lugar de antes e dei a volta na cama para ver o outro. Era uma foto dele com a mãe e com a . A Sra. Jonas estava no centro e os filhos faziam careta pra foto, deixando bem claro que não queriam tirar aquela foto. era tão pequena! Eu simplesmente amava o fato dele ser tão ligado a família.

Ouvi o chuveiro ser desligado, mas não parei de olhar seus porta-retratos. Fui até a cômoda de madeira, onde havia mais dois porta-retratos. Em um deles tinha uma foto dele com os amigos. , , e estavam lado a lado. Eles estavam com o uniforme do time de futebol da escola. estava dando aquele belo e grande sorriso; tinha um sorriso mais tímido, mas que não deixava de ser bonito de jeito algum; estava com os braços cruzados e tentava se fazer de sério, mas havia deixado um sorriso escapar e erguia uma das sobrancelhas e mantinha um belo sorriso no rosto. Incrível como ele sempre foram amigos inseparáveis. Próximo e último porta-retrato! Havia um garotinho que usava um boné e parecia extremamente feliz. Ao seu lado havia um homem, que era muito bonito por sinal. Quem era?

- Demorei? – apareceu na porta do quarto. Os cabelos molhados, uma regata branca e uma calça jeans escura. Ele se aproximou para ver o que eu estava olhando com tanta atenção.
-Oi.. – Eu levantei meu rosto para olhá-lo. Wow! Eu amo quando o cabelo está molhado daquele jeito. – Eu só estava olhando as fotos. – Eu virei o porta-retrato para ele, já que ele já estava ao meu lado. Ele ficou mais sério ao ver a foto. – Esse é o... – Eu não tinha certeza.
- É o meu pai. – completou e logo depois um sorriso surgiu em seu rosto.
- Você é esse garotinho? – Eu não acreditava que era ele. Que lindo!
- Incrível como eu sempre fui adorável, não é? – brincou para dar uma descontraída.
- Meu Deus, ! Você era lindo! Olha esses olhinhos e esse sorriso. – Eu estava apaixonada. achou graça do quanto eu estava impressionada com a criança que ele foi.
- Essa é uma das únicas fotos que eu tenho com o meu pai. – olhou a foto com mais atenção. Ele mantinha aquele sorriso fraco no rosto. – Eu me lembro exatamente do dia em que tiramos ela. – Ele parecia estar recordando. Um filme estava passando pela sua cabeça. - Ele estava me levando ao meu primeiro jogo de futebol. Foi nesse dia que o futebol virou a minha paixão. – não parecia tão triste como das outras vezes que havia falado do seu pai. Era uma boa lembrança.
- O seu pai era muito bonito. – Eu comentei e o sorriso dele aumentou ainda mais.
- Eu tenho pra quem puxar. – quase riu, o que me deixou mais confortável para falar daquele assunto.
- Eu sei que vai soar estranho, mas... – Eu olhei pra foto com mais atenção. – Porque o seu pai me parece familiar? – Eu olhei pra ele, sem entender.
- Eu não sei. – arqueou a sobrancelha. – Bem, as pessoas viviam dizendo que nós éramos muito parecidos. Pode ser isso. – As pessoas sempre compararam ao pai.
- É, pode ser isso. – Eu desencanei. – Você realmente se parece com ele. Ainda mais agora. – Eu olhei pro e depois pra foto.
- É, eu vou ficar feliz se um dia eu for metade do homem que ele foi. – idolatrava o pai. Seu pai foi e sempre seria um exemplo a ser seguido.
- Sabe, seu pai era bem bonito, mas eu ainda prefiro o filho. Faz mais o meu tipo. – Eu disse e riu sem emitir som. Ele beijou carinhosamente o meu rosto.
- Eu queria tanto que ele tivesse te conhecido. Ele ia gostar de você, sabia? – disse de um jeito doce, mas que também demonstrava um pouco de tristeza.
- Será? – Eu coloquei o porta-retrato sobre a cômoda novamente e me virei de frente para ele.
- Eu tenho certeza. Ele entenderia o porquê de eu ter escolhido você para ser a garota que ele citou quando nos falamos pela última vez. – tocou o meu rosto e acariciou uma das minhas bochechas.
- Eu também queria conhecê-lo. Eu queria agradecê-lo por ter feito de você o homem mais incrível e perfeito pra mim. – Eu disse, olhando em seus olhos. imediatamente sorriu daquele jeito bobo.
- Você é incrível de todos os jeitos possíveis. – negou com a cabeça e logo depois se aproximou e beijou meu ombro descoberto. Subiu até o meu rosto e selou meus lábios longamente.
- Onde quer que ele esteja, eu espero que ele saiba que eu vou fazer de tudo para fazer o garotinho dele o homem mais feliz do mundo. – Eu disse logo após o beijo.
- Você me faz tão bem. – O rosto dele continuava próximo ao meu e as pontas dos nossos narizes ainda se tocavam. – Eu também me sentia assim quando estava com ele. – completou.
- Ele é um tipo de herói pra você, não é? – Eu perguntei, aproveitando que estávamos falando sobre aquele assunto. Era bem raro.
- Sim, ele era. – sorriu fraco. Parecia que estava tendo outra recordação. – Quando eu era bem mais novo, eu costumava ter pesadelos terríveis. Toda vez que eu tinha esses pesadelos, eu acordava e corria até a cama dele e da minha mãe. – continuava contando como se fosse uma boa lembrança. – Eu o acordava e ele voltava comigo para a minha cama. Eu me lembro que mesmo com ele ali, eu não conseguia dormir. Então ele cantava ‘Hey Jude’ pra mim. Era a sua música favorita dos Beatles. – percebeu a surpresa em meu rosto quando eu ouvi o nome da música. Era a mesma música que ele havia cantado pra mim naquela noite. Foi a música que ele cantou para me acalmar e me ajudar a dormir.
- ‘Hey Jude’ ? – Meus olhos começavam a arder. – Você cantou pra mim. – Ele havia usado uma coisa tão marcante dele e do pai dele comigo. Eu não consigo explicar o quanto isso é lindo e emocionante pra mim.
- Eu aprendi com o melhor. – ergueu os ombros e sorriu de forma doce.
- Você é o melhor agora. – Eu dei o meu melhor sorriso para espantar todas as lágrimas que estavam a caminho dos meus olhos. Eu beijei seu rosto e passei meus braços em torno dele para abraçá-lo.
- Porque estamos falando sobre isso? – disse em meu ouvido, fazendo com que terminássemos o abraço. – Você está aqui! Deveria ser uma coisa feliz. – mudou rapidamente de comportamento e voltou a ser o bobão de antes.
- Você está certo! – Eu neguei com a cabeça e ri.
- Esqueça isso e venha comigo. Eu esqueci de te mostrar o melhor lugar da casa. – segurou a minha mão e me puxou para fora do quarto.
- Não me diga que você instalou uma barra de pole dance aqui. Eu não sei dançar pole dance, . – Eu brinquei e ele gargalhou.
- Eu vou providenciar isso para a próxima vez que você vier aqui. – continuou rindo e me puxando. – É por aqui. – Ele parou em frente a uma porta enorme.
- Então é isso? A porta? – Eu encarei a porta procurando alguma coisa importante.
- Preparada? – soltou a minha mão para que pudesse abrir a porta. Ele empurrou as duas portas e eu dei de cara com uma sacada. Uma sacada pequena, mas me chamou a atenção de qualquer jeito.
- Oh meu Deus... – Eu dei alguns passos e me acompanhou. Eu fui até a mureta que deveria bater um pouco acima da minha barriga. – Isso é... – Eu não conseguia completar a frase. Eu estava tão vidrada e impressionada com aquela vista da cidade e com aquelas luzes. – Isso é loucura, . – Eu olhei pra ele, perplexa.
- Eu não tinha certeza sobre esse apartamento até ver essa sacada, essa vista. Eu sabia que você ia adorar. – me olhava com aquele sorriso lindo, enquanto eu continuava apreciando aquela bela vista.
- Eu adorei esse lugar. – Eu disse, sem olhá-lo. – Mesmo sem a minha ajuda, você se saiu bem na escolha do apartamento. Eu não consigo pensar em nada melhor que isso. – Os altos prédios estavam totalmente iluminados
- Você me ajudou sim. – saiu do lado e veio atrás de mim, colocando seus braços em torno do meu corpo e apoiando suas mãos na mureta logo ao lado da minha. Ele apoiou o seu queixo em um dos meus ombros e agora olhava para o mesmo local que eu. – Eu queria um apartamento perfeito, mas não só pra mim. Eu queria um apartamento perfeito para nós. Eu pensei em você em cada detalhe dessa casa. – beijou o meu ombro. – Porque eu precisaria de um quarto tão grande? Eu precisava de uma cama grande. Uma cama que coubesse nós dois. – começou a explicar. – E a cozinha grande? Você é uma terrível cozinheira, mas você é empenhada. Vive tentando fazer o impossível. – Ele brincou e eu neguei com a cabeça. - A mesa de bilhar? Eu poderia colocar uma de poker, mas eu sei o quanto você adora jogar bilhar. Mesmo você perdendo todas pra mim. – disse, me fazendo rir. – E o banheiro? Eu não sei se você notou, mas aquele armarinho é bem grande. Até cabe essas coisas de mulheres. – Coisas de mulheres? Deus, como eu paro de rir? – O que? É verdade! – também começou a rir. – Essa sacada é o meu grande trunfo. – virou o seu rosto para me olhar e aproveitou para beijar minha bochecha.
- Trunfo? – Eu fiz careta.
- Você está tão longe. Eu precisava de um trunfo pra te atrair. Eu quero que você venha ficar comigo com mais frequência. Eu quero que você venha ver essa vista comigo sempre que puder. – disse, mas parecia não saber o quão doce aquilo estava soando. Aproveitei que a mão dele estava próxima da minha e a segurei, trazendo-a para perto do meu rosto. Beijei a parte superior da mão dele e ele me apertou ainda mais.
- Está usando essa sacada, essa vista pra me comprar? – Eu perguntei e me virei para olhá-lo. Cerrei meus olhos e ele não conseguiu conter o riso.
- Funcionou? Se não funcionou, eu tenho outros truques. – também cerrou os olhos.
- Funcionou. Bom trabalho. – Fui eu quem começou a rir dessa vez. – Não precisava fazer isso. Não há coisa alguma que possa me atrair mais para Atlantic City do que você. – Eu virei o meu corpo e apoiei as costas na mureta, ficando de frente pra ele.
- É mesmo? Então vamos entrar. – deu alguns passos para trás e eu o agarrei pelo braço.
- Não! Vamos ficar aqui! – Eu voltei a rir e ele voltou a passar seus braços em torno do meu corpo, apoiando seus braços na mureta. – Eu gostei daqui. Eu quero ficar aqui. – Eu fuzilei ele com os olhos e ele riu. Eu voltei a me virar para a paisagem. – E então? E essa música alta? – Eu olhei pra baixo em direção ao barzinho ou o que quer que seja aquilo.
- Você viu? É um barzinho ou balada. Não sei ao certo. Eu estava esperando você para ir conhecer. – também olhou para baixo.
- E se nós fossemos lá amanhã? Eu quero ver os meninos e as garotas. Além do mais, você tem um apartamento. Isso merece uma comemoração, não acha? – Eu dei a ideia e esperei ele responder.
- Está combinado! – concordou de imediato. Eu continuei olhando para a rua e vi diversas pessoas entrando no local.
- Eu acho que não gostei de nada disso. – Eu fiz careta e o olhei.
- O que? – não entendeu exatamente sobre o que eu estava falando.
- Esse barzinho. – Eu arqueei a sobrancelha. – É para ir nesse tipo de lugar que as garotas costumam usar essas roupas justas, curtas e decotadas. – Eu estava brincando, mas estava tentando me manter séria.
- E? – ergueu os ombros.
- Você consegue ver todas elas pela sacada do seu apartamento. Eu odiei isso. – Eu cerrei os olhos e ele deu um enorme sorriso, pois percebeu que eu estava brincando.
- Eu não entendo nada sobre essa coisa de roupa de mulher, mas... – afastou um pouco os nossos corpos e olhou para o meu vestido (VEJA O VESTIDO AQUI). – Olhe pra você. – voltou a olhar em meu rosto. – Esse vestido parece bem curto e esse decote.. – arqueou a sobrancelha com um certo riso. – Você deve estar de brincadeira comigo. – Ele mordeu seu lábio inferior. – Você por um acaso pretende ir a algum barzinho ou festa hoje? – Ele perguntou.
- Na verdade, pretendo. – Eu quase ri, olhando pra ele.
- Sério? Onde? – cerrou os olhos, enquanto esperava pela minha resposta.
- Aqui. – Eu dei aquele olhar sedutor.
- É mesmo? – voltou a se aproximar, me fazendo colar na mureta bem atrás de mim. – E onde estão o resto dos convidados? – Ele olhava meu rosto de bem perto agora.
- É só você e eu essa noite. – Eu respondi, vendo ele acompanhar o movimento dos meus lábios com os olhos.
- E o que o seu irmão e os seus amigos vão achar quando souberem que não foram convidados? – sabia ser bem sedutor quando ele queria.
- Até onde eles sabem, eu estou em Nova York dormindo para viajar para cá amanhã bem cedo. – Eu respondi e vi que ele ficou surpreso.
- Isso é sério? – me olhou, desconfiado. Eu afirmei com a cabeça e ele quase riu. – Oh Deus, porque eu estou sentindo que não venho sendo uma boa influencia pra você? – As pontas dos nossos narizes estavam se tocando agora.
- Você é uma boa influência, mas eu acho que não sou empenhada o bastante. – Eu disse segundos antes dele me beijar. As mãos dele vieram até o meu rosto e afastaram o meu cabelo, jogando-o para trás. Minhas mãos fizeram a volta no corpo dele e agarram a parte detrás de sua camiseta. O beijo se intensificava a cada segundo e eu tive que interrompê-lo. – Ei, ei, ei... – Eu terminei o beijo, mas ele continuou tentando com alguns vários selinhos. – Vamos com calma, ok? Nós temos a noite inteira. – Eu quase ri com o modo frustrado com que ele estava me olhando.
- Ok, ok.. – revirou os olhos. – Estava fácil demais pra ser verdade. – continuou a me olhar.
- Você não está com fome? Vamos comer. – Eu perguntei, sabendo que a comida faria os ânimos acalmarem. Segurei a mão dele e o puxei de volta para dentro do apartamento.
- Eu só tenho porcaria na minha geladeira. Quer encarar ou prefere uma pizza? – parecia envergonhado por não ter nada decente para me servir.
- Pizza? – Eu fiz careta, pois não queria deixá-lo pior com relação as porcarias em sua geladeira.
- Eu também prefiro pizza. – riu e foi em direção a mesa, onde estava o seu celular. – Eu vou pedir. O de sempre, né? – começou a digitar o número da pizzaria.
- O de sempre. – Eu confirmei e me sentei no sofá.

Depois de pedir a pizza, ele se sentou no sofá comigo. Nós conversamos e falamos sobre trabalho e faculdade. Quando as lamentações sobre a falta de tempo começaram, nós decidimos mudar de assunto. Foi muito divertido ajudá-lo a colocar a mesa pro jantar. Ele nem ao menos sabia onde estavam os talheres. Tivemos que procurar gaveta por gaveta, armário por armário. Conseguimos terminar de colocar a mesa no mesmo instante em que a pizza chegou.

Era a primeira vez que jantava em seu apartamento. Era a primeira vez que ele jantava naquela mesa de jantar. Ele estava tão empolgado que era até bonito de se ver. Aquela era a realização do sonho dele e eu estava tão feliz por ele estar compartilhando essa felicidade comigo.

- É impressão minha ou a pizza estava melhor do que das outras vezes? – perguntou, depois de termos acabado de jantar.
- É, parece que estava mesmo. – Eu disse, sem dar muito atenção. Eu estava me preparando para o que eu faria a seguir.

percebeu que sua pergunta não foi bem respondida e me olhou. Trocamos olhares por alguns longos segundos. Ele arqueou uma das sobrancelhas, pois não fazia ideia do que estava acontecendo. A única que eu conseguia pensar era no quanto ele estava absurdamente maravilhoso vestindo aquela regata que deixava todos os seus músculos a mostra. continuava sem entender nada e mordi o lábio inferior para não rir. Os olhos dele desceram até os meus lábios e logo depois ele sorriu. Esperei que ele fizesse perguntas, mas ele não fez. Resolvi tomar a atitude de qualquer jeito. Me levantei da minha cadeira e fui até a dele. Os olhos dele me acompanharam e aproveitaram para me olhar de cima a baixo novamente. continuou sentado, mas levantou o rosto para olhar para o meu. Apoiei uma das minhas mãos no seu ombro para que eu pudesse me equilibrar quando passasse a minha perna para o outro lado do seu corpo. Depois de ter passado a perna, eu me sentei em seu colo. Eu estava entre a mesa e ele. Nosso rosto ficou frente a frente e ambos estávamos sérios. Ele abaixou o rosto por um momento para olhar minhas pernas que estavam em diferentes lados do seu corpo. O meu vestido que já era curto havia subido ainda mais quando eu me sentei. Desci uma das minhas mãos do seu ombro e fui deslizando o meu dedo por todo o peitoral dele. A minha atitude fez ele voltar a me olhar nos olhos. Eu espontaneamente sorri, pois achei graça no fato dele estar mais perdido que tudo.

- O que é isso? – perguntou olhando fixamente para os meus lábios. Sem responder, eu aproximei ainda mais meu rosto do dele. Toquei minha bochecha na dele e comecei a trilhar com beijos o caminho até a orelha dele. Uma das minhas mãos segurava o outro lado de seu rosto. Aquele perfume e a pele arrepiada só me fazia querer beijá-lo mais e mais. Cheguei em sua orelha e senti ele suspirar longamente próximo ao meu pescoço. Foi como apertar o play. instantaneamente se animou e eu já pude sentir as mãos dele subirem pelas minhas coxas. Fiz o caminho de volta com os beijos até nossos rostos ficarem frente a frente novamente. As pontas dos nossos narizes se tocavam agora e as mãos dele continuavam subindo minhas coxas. Os olhos eletrizantes dele me deixaram maluca, então tive que olhar para seus lábios. Minha mão continuava em seu rosto para que eu pudesse controlá-lo.

- Sobremesa! – Eu finalmente respondi e pude sentir nossos lábios quase se tocarem. rapidamente tentou me beijar, mas eu resisti. Os olhos dele me julgaram, mas eu sorri. Eu me aproximei ainda mais e parei meus lábios há menos de um centímetro dos dele. trouxe seu rosto pra frente, mas eu me afastei de novo. Ele negou levemente com a cabeça e abaixou a cabeça novamente por poucos segundos para ver o trabalho que suas mãos faziam em minhas coxas. Eu virei levemente o meu rosto para ver minha mão deslizar lentamente por um dos braços dele. Quando voltei a olhar em seu rosto, ele foi mais esperto e conseguiu colar nossos lábios, mas eu novamente me afastei. Ao me afastar, ele pôde puxar meu lábio inferior como sempre fazia. Eu estou morrendo com isso, mas a vontade de provocá-lo era maior que tudo. Eu estava esperando pelo grande momento dele.

Eu simplesmente não podia resistir. Desci minhas mãos de seus umbros e fui descendo pelo seu peitoral. abaixou o rosto e acompanhou o movimento das minhas mãos. Eu senti as mãos dele pararem de tocar minhas coxas e então eu voltei a olhá-lo. Foi nesse exato momento que ele conseguiu o que tanto queria. As mãos dele grudaram em meu rosto e o seguraram, enquanto ele aproximava o dele e finalmente me beijava. Aí está o grande momento dele. O beijo já começou com tanta intensidade que se tornou melhor do que eu jamais imaginei. As mãos dele deslizaram para trás e alcançou o meu cabelo. entrelaçou seus dedos em meu cabelo e o puxou para trás. Minhas mãos agarravam tanto a sua camisa que parecia que eu ia rasgá-la a qualquer momento. Quando eu decidi subir minhas mãos de vez, ele desceu as dele. Eu agarrei seu rosto e ele foi direto para as minhas coxas. O beijo continuava mais intenso do que nunca. Os lábios dele deslizaram em direção ao meu queixo e depois para o meu pescoço. explorava cada centímetro do meu pescoço e as mãos dele foram além. Elas continuavam subindo e subindo e quando eu notei, elas já estavam em minha cintura. Sim, ele havia levado a ponta do meu vestido até a minha cintura. Os fios de cabelo dele estavam entre os meus dedos e eu sentia os meus batimentos cardíacos aumentarem.

Os beijos de começaram a descer em meu decote. Ele soltou as minhas coxas e aproximou suas mãos dos 4 botões do meu vestido. A cada botão que ele abria era um local a mais que ele beijava e descia. Quando ele chegou no quarto botão eu já estava enlouquecendo. Cedo demais pra enlouquecer, né? Minhas mãos puxaram o rosto dele novamente pra cima e eu voltei a beijá-lo. A intensidade de tudo o que fazíamos aumentava e eu já nem sabia como. Vamos acelerar as coisas! Desci minhas mãos até o final da sua camiseta e comecei a puxá-la pra cima. Ele soltou minhas coxas e levantou os braços. O beijo foi interrompido por poucos segundos para que a regata passasse pelo seu pescoço. Explorei toda a área (agora descoberta) com as minhas mãos, enquanto voltamos a nos beijar. De onde vieram todos esses músculos? Porque eles ficaram escondidos por tanto tempo?

já não aguentava mais. Ele também precisava acelerar as coisas. Rápido! Ele segurou minhas coxas com mais firmeza e se levantou da cadeira me carregando na mesma posição. Eu ainda continuava agarrada ao seu rosto, enquanto nos beijávamos. Eu sabia que ele estava me levando para seu quarto. Eu só soube que chegamos, quando ele parou de andar. Eu desci minhas mãos e passei meus braços em torno do pescoço dele, enquanto ele começou a soltar o meu corpo lentamente. Meu corpo descia e as mãos dele continuaram no mesmo local, levando tudo o que estava no caminho. A ponta do meu vestido foi levado novamente até a cintura e eu coloquei meus pés no chãos. Nossos corpos estavam tão colados que pareciam um só. Minhas mãos voltaram a descer por aqueles braços que tanto me empolgavam. O meu vestido já estava na metade do meu corpo. O que custava tirar o resto? As mãos do foram trazendo o meu vestido pra cima, enquanto ele explorava cada local por onde suas mãos passavam. As mãos dele passaram coladas pela minha barriga e depois pelo meu sutiã. Eu levantei o meu braço para que ele tirasse o meu vestido. Descolamos nossos lábios para que o vestido passasse pela minha cabeça.

Aquela estava sendo a primeira vez em que ele me via com tão pouca roupa. É claro que ele teve que dar aquela rápida olhada. Ele sonhou com aquilo mais de 100 vezes. Incrível, mas eu não me senti nem um pouco envergonhada com aquela situação. Eu confiava cegamente nele e eu o conheço a minha vida toda. Não havia pessoa melhor para estar ali na minha frente. voltou a olhar em meu rosto e nos encaramos por um curto tempo. Eu sorri sem mostrar os dentes e ele fez o mesmo. Uma das mãos dele foi até o meu rosto e o acariciou com delicadeza.

- Tudo bem? – perguntou. Ele tinha medo te estar me assustando de alguma forma.
- Honestamente? – Eu achei graça dele estar temendo não ser tão cuidadoso. Eu selei os lábios dele e depois olhei em seus olhos. – Estou melhor do que nunca. – Eu respondi e ele ficou muito mais relaxado. Ele se achou idiota por ter se preocupado. Os olhos dele voltaram a descer para os meus lábios e uma das mãos dele jogou para trás uma parte do meu cabelo que estava caído sobre um dos meus ombros. O rosto dele se aproximou de um dos lados do meu pescoço, onde ele começou a depositar alguns beijos. As mãos dele subiam pelas minhas costas e as minhas faziam o mesmo nas costas dele. Os beijos subiram até o meu queixo e então o rosto dele voltou a parar em frente ao meu. Voltamos a nos olhar e ele parecia analisar os detalhes do meu rosto. selou os meus lábios e aproveitou para me empurrar para trás. Eu cai sentada na cama e quase ri por não ter imaginado que ele faria algo daquele tipo.

A cama era ótima, mas eu ainda era a única que estava sentada sobre ela. estava de pé em minha frente e eu esperava qual seria o seu próximo movimento. Ele se abaixou e a única coisa que eu fiz foi acompanhar tudo com os olhos. segurou um dos meus pés e tirou os meus sapatos. Se fosse em outra situação, eu o mataria por estar jogando o meu sapato pelo quarto daquele jeito. Hoje ele pode fazer o que ele quiser. Assim que se livrou dos sapatos, ele olhou pra mim e levantou-se um pouco até alcançar a cama. Apoiou suas mãos na cama e trouxe seu corpo pra cima do meu. Eu comecei a deslizar para trás e o corpo dele foi por cima do meu, me acompanhando. conseguiu alcançar o meu rosto e eu deitei de vez o meu corpo na cama. Ele me beijou e logo depois deitou o seu corpo sobre o meu. Uma das minhas mãos apertava sua nuca e a outra deslizava pelas suas costas. O beijo foi rapidamente intensificado e uma das mãos dele agarrou uma das minhas coxas e a trouxe para cima para que seu corpo se encaixasse melhor sobre o meu. Os lábios dele deslizaram para o meu pescoço e eu fui a loucura. Os beijos começaram a descer pelo meu tronco e eu tive que morder meu lábio inferior para não soltar qualquer gemido. Ele estava me deixando maluca. Os beijos passaram pelos meus seios e agora passavam pelo centro da minha barriga. Eu já não sabia como lidar com todas aquelas emoções. Era tão louco e único que eu queria que ele sentisse também. Comecei a puxar o rosto dele pra cima e ele refez todo o caminho com beijos. Quando o rosto dele chegou em frente ao meu, ele sorriu ao ver que eu respirava com rapidez.

Todo mundo sabe que eu adoro estar no poder, eu adoro ter o controle da situação e dessa vez não será diferente. Eu empurrei o corpo dele e rapidamente joguei o meu sobre o dele. Coloquei uma perna em cada lado do seu corpo e me sentei sobre a sua barriga. Eu segurei o seu rosto e comecei a depositar intensos beijos em seu pescoço. agarrou meu cabelo com uma de suas mãos e eu comecei a descer. Meus beijos acompanhavam o caminho que minhas mãos trilhavam naquele corpo maravilhoso. Passei pela barriga dele e vi que sua respiração estava mais rápida do que nunca. Cheguei no botão de sua calça e ergui meu rosto para olhá-lo. Os cotovelos dele afundavam o colchão e ele acompanhava atentamente o que eu fazia. Quando eu o olhei, ele sorriu e negou com a cabeça. Eu afirmei com a cabeça e rapidamente trouxe minhas mãos até o botão da calça dele. Eu soltei o botão e desci o zíper lentamente. Senti ele se arrepiar quando eu toquei o elástico de sua cueca. Joguei o meu cabelo para trás para que não atrapalhasse o meu caminho de volta. Comecei a subir, enquanto deslizava meus lábios por sua pele. Minhas mãos iam na frente e apertavam tudo o que viam pela frente. Fui me aproximando do seu rosto e eu percebi a sua ansiedade. rapidamente procurou os meus lábios e me beijou com uma intensidade que eu jamais havia sido beijada. Ele agarrou meu cabelo com suas duas mãos e ficou naquela mesma posição por algum tempo. precisava explorar mais aquele corpo com o que tanto sonhou, então as mãos dele começaram a descer. Passaram pelos meus ombros e abaixaram as alças do meu sutiã. As mãos dele continuaram descendo e passaram pelo fecho do mesmo sutiã preto. Eu cheguei a pensar que ele abriria o fecho de vez, mas ele não o fez. As mãos desceram ainda mais e chegaram em meu quadril. Ele apertou com vontade e eu quase interrompi o beijo ao sorrir. Com a vontade com que ele havia apertado, parecia ser um desejo antigo.

As mãos continuavam em meus quadris e ele precisava recuperar o controle. Trouxe o meu corpo pra baixo novamente e colocou o seu sobre o meu. As mãos abandonaram o meu quadril e começou a subir pelo meu corpo. Eu estava certa de que o próximo da lista era os meus seios. estava tão, mais tão perto de realizar seu antigo desejo, mas a campainha repentinamente tocou. As mãos dele pararam e o beijo também. olhou pro meu rosto, furioso. Ele mataria o desgraçado que havia ousado bater na maldita porta.

- ? – A voz gritou e nós conseguimos ouvir do quarto. – Já que você não nos convida para conhecer a sua nova casa, nós viemos sem convite mesmo. – ! Era a voz do ! Eu vi toda a raiva no olho do se transformar em desespero.
- CARALHO! É O SEU IRMÃO! – sussurrou com os olhos esbugalhados. – É O SEU IRMÃO! ESTAMOS FERRADOS. EU TO FERRADO! – Ele saltou de cima de mim e depois da cama. – ANDA, ANDA! SE TROCA! – começou a abotoar a sua calça desesperadamente.
- Não acredito. – Eu revirei os olhos, enquanto me sentava na cama. NÃO PODE SER!
- Anda logo, ! – me olhou com cara feia. – Olha os seus sapatos. – Ele começou a jogar os meus sapatos na minha direção. Eu tentei pegá-los, mas falhei. – E o seu vestido. – pegou o meu vestido do chão e voltou a jogar em minha direção só que dessa vez ele acertou o meu rosto.
- A próxima coisa que você atacar em mim, eu te faço engolir! – Eu quase gritei, furiosa.
- Desculpa, desculpa! – Ele nem ao menos olhou pra mim. Olhou em volta, sem saber o que fazer. – O que eu faço? – Ele parecia procurar alguma coisa. Eu me levantei e coloquei os sapatos e estava prestes a colocar o vestido. - A minha camiseta! – colocou as mãos na cabeça. – CADÊ A PORRA DA CAMISETA? – Só faltou ele sentar e chorar.
- Na sala, ! – Eu disse, irritada. Onde mais estaria? Foi lá onde ele tirou, ou melhor, eu tirei.
- Isso! Na sala! – saiu correndo em direção a sala. Eu vi a cena e neguei com a cabeça. Eu namoro um idiota.
- O que eu fiz pra merecer isso? – Um irmão estraga prazeres e um namorado cagão. Coloquei o vestido e abotoei os botões.
- ! – Ouvi a voz de novamente. – EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AI! Eu vi o seu carro na garagem. – gritou, rindo.
- Não adianta se esconder, Jonas! – completou. não estava sozinho. e estavam com ele.
- O que você ainda está fazendo ai? – disse depois de me ver em seu quarto. - Ele não pode nem sonhar que você chegou perto dessa cama. Está entendendo? – me puxou pelo braço e me levou até a sala.
- Fica calmo, . – Eu não via motivo para ele estar surtando desse jeito.
- FICAR CALMO? – me olhou, indignado. Ele percebeu que estava falando alto demais e se conteve. – O seu irmão está lá fora. Ele vai saber! Ele vai desconfiar. Eu to morto! – começou a falar de forma rápida, o que demonstrava que ele estava nervoso.
- Ei, ei! – Eu me aproximei e segurei os braços dele. – Fica calmo! Ele não vai saber. Não tem como ele saber, ok? – Eu disse olhando em seus olhos. respirou fundo e parecia estar tomando coragem. – Calma. – Eu soltei seus braços e vi que ele estava se acalmando.
- Certo, está tudo bem. – respirou longamente. Ficou mais sério e centrado.
- Abra a porta. – Eu apontei pra porta e ele voltou a arregalar os olhos.
- EU? – apontou pra si mesmo.
- É a sua casa! – Eu abri os braços como se fosse obvio.
- Droga! Eu vou, eu vou! – revirou os olhos. – Olhe pra mim. Está tudo em ordem? Ele não pode sequer imaginar. – abriu os braços para que eu o analisasse. Eu comecei dos pés e fui subindo. Os meus olhos subiram os joelhos, chegaram na cintura e voltaram. Espera, espera! Havia algo errado, algo maior do que o normal. Não pode ser! – Nada? Eu vou abrir. – virou-se pra porta e eu quase tive um colapso.
- NÃO, NÃO, NÃO! – Eu corri atrás dele e ele virou-se para mim antes que eu o alcançasse.
- O que foi? – me olhou, sem entender. Como eu diria aquilo pra ele? Eu segurei o riso e neguei com a cabeça. Olhei pro teto, sem acreditar. Essas coisas só acontecem comigo. – O que foi, ? – Ele insistiu.
- É... – Eu me esforcei mais do que nunca para segurar a risada. – Você não pode abrir a porta assim. – Eu entrelacei meus dedos em meu cabelo. Eu estava muito sem jeito.
- Assim como? – abriu os braços, sem entender o que havia errado.
- É... – Meus olhos desceram e pararam no local em questão. ficou esperando eu dizer alguma coisa, mas decidiu seguir os meus olhos. Ele abaixou o seu rosto e olhou pra baixo. Ele imediatamente viu o volume em sua calça mais avantajado que o normal.
- Oh... não, não, não, não... – voltou a me olhar com o olhar de desespero. – Fodeu! Fodeu! Eu, eu... – Ele voltou a olhar para o suas calças, sem acreditar. – MERDA! Puta que pariu! – Ele suspirou, seus ombros caíram.
- Espera, . – Eu queria acalmá-lo. Não adiantava ele surtar de novo.
- Eu vou morrer! – me olhou, aflito. – Oh meu Deus! – arregalou os olhos. – Eu vou morrer virgem. – Ele fez cara de desespero.
- Para com o drama! – Eu cruzei os braços e rolei os olhos.
- Eu, eu... – não sabia como continuar a frase. – Olha pra isso! – Ele apontou para as suas calças. - Ele vai acabar comigo. – começou a andar de um lado pro outro.
- ... – Eu nem sabia o que dizer. – Ele não vai fazer nada com você. – Eu tentei acalmá-lo.
- , abre logo a porra da porta! – gritou, impaciente.
- Está vendo? – apontou pra porta. – Ele.. – nem conseguiu terminar a frase. Colocou suas duas mãos no rosto. – Oh meu Deus. – Ele suspirou.
- Porque você tem tanto medo dele? – Eu fui até ele e segurei suas mãos e as tirei de seu rosto.
- Por quê? – repetiu, irônico. – Ele não vai mais me deixar chegar perto de você e...- hesitou dizer, mas resolveu dizer de uma vez. – Merda, eu quero ter filhos! – estava dizendo tão sério que até soou engraçado. – Está me entendendo? Eu não posso fazer sexo sem... – Ele olhou para baixo novamente e viu que a situação continuava a mesma.
- Não exagera. – Eu rolei os olhos.
- Não exagerar? – quase riu. – Exagerar seria me jogar do 4° andar pra morrer de forma menos dolorosa. – dramatizou.
- ! – bateu seguidas vezes na porta. – Eu vou te matar por estar me fazendo esperar aqui! – voltou a gritar.
- Ok, 4° andar não pode ser tão alto assim. – começou a andar em direção a sacada.
- Ei, está maluco? – Eu disse, depois de correr atrás dele e entrar em sua frente.
- , olha o meu estado. – apontou suas duas mãos para o local em questão. – Você tem noção do que vai acontecer se ele ver? – me olhou, sério.
- Ele não vai ver, ok? Nós vamos dar um jeito! – Eu também o olhei seriamente, mesmo querendo morrer de rir.
- Dar um jeito? Só se cortar esse caralho fora. – Ele se irritou. Ele sabia que eu não fazia ideia do que estava fazendo.
- Ok, ok! Vamos resolver isso juntos. – Eu estava me esforçando para ajudá-lo. – Vamos pensar. – Eu fiquei pensativa por poucos segundos. – Não é a primeira vez que isso acontece, não é? – Eu já sabia que a resposta seria negativa, mas eu não podia ser tão cara de pau.
- É claro que não. – quase riu da minha cara.
- Certo. – Eu fiz uma pequena pausa. – E o que você faz pra... – Eu nem sabia como dizer. – Você sabe, pra.. – Eu fiz joia com um dos meus dedões e o virei para baixo. observou o meu gesto e ficou fazendo careta por um tempo, tentando saber o que diabos eu estava tentando dizer.
- Oh, sim. – finalmente se deu conta e negou com a cabeça. – Bem, eu... – Ele pensou por alguns segundos. - Eu normalmente paro de pensar em você. – respondeu sem pensar. Eu entrei em choque no mesmo segundo.
- Oh meu Deus, ! – Eu fiz cara de nojo. – Você, você... – Eu abaixei os olhos e olhei para a sua calça novamente. – Oh meu Deus! – Eu levei uma das minhas mãos em meu cabelo e entrelacei meus dedos nele.
- O que foi? – abriu os braços, sem entender. – Em quem você achava que eu pensava? Nos Ursinhos Carinhosos? – Ele riu silenciosamente por alguns segundos.
- Não, mas... – Eu não sabia como continuar. – Os namorados não costumam falar esse tipo de coisa para as namoradas. – Eu tentei justificar a minha ignorância com o assunto.
- , eu vou arrombar essa porcaria. – gritou do outro lado da porta.
- Você vai me ajudar ou não? – me olhou, apreensivo.
- Eu estou tentando, mas eu não sei como. Eu não tenho um desses. – Eu apontei para a sua calça.
- Não existe remédio, macumba ou qualquer outra coisa que faça voltar ao normal. Ele... volta sozinho. – nunca havia estado em uma situação como aquela antes.
- E porque não está voltando? – Eu é que estava tendo um surto agora.
- Por quê? – quase riu. – Eu ainda estou olhando pra você! Olhe o seu vestido! Como eu posso lidar com isso? Você não ajuda! – começou a ficar nervoso.
- Isso é ridículo. – Eu voltei a pensar em alguma solução. – Espera, espera! Eu já sei. – Eu sorri.
- Fala logo! – estava com pressa. Mais um minuto e começaria a dar voadoras na porta.
- Vai pro banheiro! Fique lá até tudo voltar ao normal. Eu abro a porta. – Eu realmente estava me achando foda depois daquela ideia.
- Mas.. – ia colocar defeito, mas eu o interrompi.
- Eu digo que você está com dor de barriga ou coisa assim. Eu me viro! – Eu fui até ele e comecei a empurrá-lo em direção ao banheiro.
- Cuidado com o que vai dizer. – me olhou mesmo, enquanto continuava sendo arrastado para o banheiro.
- Eu vou, eu vou. – Eu disse, impaciente. O empurrei para dentro do banheiro e fechei a porta. – E pare de pensar em mim. – Eu encarei a porta, fazendo cara de nojo.

Hora de ligar o meu ‘lado atriz’. Eu odiava mentir para todos aqueles caras atrás daquela porta, mas é uma emergência. Não é que eu ache que o vá matar o , mas eles definitivamente iriam brigar. jamais voltaria a olhar para a cara do de novo e, além disso, ele não me deixaria chegar perto do nunca mais. Eu não quero ser responsável pela 3° Guerra Mundial.

- Oi. – Eu disse assim que abri a porta. Os três me olharam, perplexos.
- ? – arqueou a sobrancelha.
- Você aqui? Mas eu achei que você só viria amanhã. – estranhou. Olhei para o , que ainda não havia falado nada. Que outra atitude eu poderia esperar do meu melhor amigo? Segundos depois ele já estava abraçado a mim.
- Que saudades! – não me largava mais.
- Eu também senti a sua falta. – Eu consegui terminar o abraço e olhei para seu rosto. – Você está bem. – Eu o olhei, séria. – Como assim você não está morrendo sem mim? – Eu cerrei os olhos e ele riu.
- E você? Como ousa chegar em Atlantic City e vir pra casa do ? É pra minha que você deve vir. – também cerrou os olhos.
- Dá pra vocês ficarem de frescura outra hora? – olhou com cara feia. se calou. me olhou e um fraco sorriso surgiu em seu rosto. – Vem aqui. – me abraçou repentinamente. Meu irmão sendo um irmão normal e emotivo? Wow!
- Eu senti a sua falta, irmão. – Eu o apertei ainda mais.
- É, eu também. – respondeu e terminou o abraço. – Você está bem? Tudo certo? – olhou pra mim dos pés a cabeça para ver se estava tudo bem com a sua irmã caçula.
- Sim, tudo certo. – Eu quase ri. Ele era tão protetor, que chegava a me comover.
- ? – me chamou e eu o olhei.
- ! – Eu fiz careta e ele riu. Eu o abracei longamente. – Como está indo? – Eu perguntei. Era a primeira vez que eu o via desde o término.
- Eu vou sobreviver. – riu para não soar tão dramático. Eu não tive nem tempo de responder, pois o meu irmão já nos interrompeu.
- E o ? Onde ele está? – olhou pra dentro da casa e não viu ninguém.
- Ele... – Eu imediatamente sorri. – Ele está no banheiro. Entrem. – Eu passei pela porta e esperei que eles fizessem o mesmo.
- Por que diabos demoraram tanto pra abrir a porta? – me olhou, irritado.
- É, por quê? – arqueou a sobrancelha com um ar de julgamento.
- Nós... – Eu apontei para o quarto e sorri para não demonstrar desconforto com a situação. – Nós estávamos assistindo um filme lá no quarto e ai eu dormi. Eu só acordei com o gritando do banheiro, me pedindo para abrir a porta pra vocês. – Eu realmente estou orgulhosa de mim mesma.
- É, você sempre demorou para acordar. – rolou os olhos.
- Pois é! – Eu concordei rapidamente, pois o comentário dele havia ajudado em toda a mentira.
- Sai logo daí, ! – gritou, olhando para a porta que ele achava que era a do banheiro. não respondeu.
- Eu acho que ele está com diarreia. – Eu ri, pois aquilo deveria ser algo engraçado.
- É, eu sei bem como é. – me olhou com desconfiança. Era uma droga mentir pra ele.
- Então, vocês não querem se sentar? – Eu apontei para os sofás. – Eu não quero mostrar a casa, pois o é quem deve fazer isso. – Eu justifiquei o motivo de eu ter pedido para eles sentarem.

estava enlouquecendo no banheiro. Ele andava de um lado para outro, enquanto pensava em um jeito de resolver a situação. Ele olhava para a sua calça de 5 em 5 segundos para ver se o volume havia diminuído e parecia que nada acontecia. Ele já deveria estar ali há uns 10 minutos e nenhum sinal de que aquele volume diminuiria. sabia muito bem que se ele ficasse ali por mais 5 minutos, os garotos começariam a estranhar e a desconfiar. Ele tinha que fazer algo! Olhou em volta, tentando achar algo que pudesse lhe ajudar. A única coisa que achou foi um jornal que havia esquecido ali naquela manhã. Era exatamente isso que usaria.

- Vocês iam sair? – perguntou, olhando para a minha roupa.
- Nós íamos, mas eu acabei dormindo. – Eu repeti a mentira e fiz uma careta.
- A mãe sabe que você está aqui? – arqueou a sobrancelha. – Ela não me falou nada. – Ele estranhou.
- Ela não sabia. Ninguém sabia. – Eu fiz uma pausa. – Era uma surpresa. Eu ia chegar de surpresa lá em casa mais tarde. – Eu menti novamente.
- A mãe e o pai iam morrer de felicidade. – riu sem emitir som.
- E ae, caras! – disse ao entrar na sala. Eu até me assustei ao ouvir a voz dele. Os garotos rapidamente se levantaram para cumprimentá-lo. Eu o olhei imediatamente para ver se tudo já havia voltado ao normal e quase surtei quando vi ele segurando aquele jornal. Sim, estava segurando um jornal e ele estava bem na frente do tal local avantajado. Apenas coloquei a mão em meu rosto e deslizei pelo meu rosto.
- Achei que tivesse descido com a descarga. – brincou e começou a rir.
- Alguma coisa me fez mal. – fez careta e passou uma mão pela sua barriga.
- Agora não tem a mamãezinha pra cuidar de você. – disse causando a risada de e .
- E ae, como está sobrevivendo aqui sozinho? – estendeu a mão para que a apertasse. pensou três vezes antes de apertá-la. A mão que ele deveria usar para apertar a mão do cunhado era justamente a mão que segurava o jornal. teve que trocar as mãos e por fim, conseguiu apertar a mão do meu irmão.
- Eu ainda nem fiquei sozinho. A sua irmã chegou e me fez companhia. – apontou pra mim e eu forcei um sorriso, me levantando do sofá.
- E como anda a violência na cidade? – perguntou e o olhou, sem entender. – O jornal. Você não estava lendo? – apontou para o jornal.
- Ah sim, sim! – começou a rir feito um idiota. – Muita violência e desgraça. O mundo está perdido. – parecia desolado ao dar aquela informação.
- Sei... – segurou o riso.
- Mas, sentem-se. – mudou rapidamente o assunto. Não queria que o jornal continuasse sendo o assunto. , e viraram-se para ir em direção ao sofá. correu e sentou-se em uma das cadeiras da mesa de jantar.
- Você vai sentar ai? – abriu os braços.
- Sim, aqui é mais confortável. – concordou com a cabeça. Mentira, ele sabia que se ele se sentasse na mesa, os garotos não teriam visão da sua calça. – Sentem-se aqui. – os chamou. Os garotos se levantaram, foram até a mesa e sentaram-se em uma das cadeiras. Eu me sentei ao lado do .
- Você não vai nos mostrar a casa? – perguntou, olhando curiosamente para o corredor.
- Não, não. – respondeu rápido demais. Todos os olharam e pareciam ter estranhado a sua postura. – Quer dizer, eu vou mostrar, mas antes nós... temos que... fazer algumas coisas. – disse pausadamente. Ele não podia se levantar e deixar sua calça a mostra.
- Algumas coisas? Tipo? – era o mais desconfiado dos três.
- Tipo... comer! – disse a primeira coisa que passou pela sua cabeça.
- Vocês já não estavam comendo antes de chegarmos? – disse, pois a caixa da pizza ainda estava sobre a mesa.
- Comendo? Não, não, não! Eu juro que não! – entrou repentinamente em pânico. Todos voltaram a olhá-lo e eu o cutuquei por debaixo da mesa. – Quer dizer, estávamos. A pizza! – começou a rir de si mesmo. Ele havia visto a caixa da pizza. – Então não vamos falar sobre comer. Esquece a comida. Eu nem gosto muito de comer mesmo. – voltou a rir. O QUE ELE ESTÁ DIZENDO?
- Você está bem, cara? – arqueou a sobrancelha e olhou para o .
- Estou, estou! – afirmou rapidamente. – Eu passei o dia arrumando essa casa e estou meio cansado. Só estou tentando esfriar a cabeça. – disse. – Quer dizer, não que eu estivesse quente antes. Foi só modo de falar. – riu, nervoso.
- Tudo bem, nós entendemos. – também riu.
- É, relaxa. – negou com a cabeça.
- Eu já estou relaxado. Cada parte do meu corpo está relaxada. Pode acreditar. – afirmou com um falso sorriso. Eu queria mandá-lo calar a boca, mas eu não podia.
- Tudo bem, então... – queria mudar de assunto, já que os outros dois não haviam funcionado. – Vocês estavam assistindo filme? – perguntou.
- Sim. – Eu afirmei rapidamente para que não falasse besteira.
- Qual filme? – pareceu interessado.
- ‘Titanic’. – Eu disse.
- ‘Velozes e Furiosos’. – respondeu no mesmo segundo que eu. Nós nos olhamos, sem saber o que fazer.
- Nós vimos ‘Titanic’ primeiro, mas eu dormi no final. Ele deve ter visto ‘Velozes e Furiosos’ depois. – Eu tentei concertar.
- É, foi exatamente isso. – concordou, rindo.
- Ok, onde está? – disse com a expressão séria.
- Onde está o que? – achou que ele tivesse descoberto tudo.
- A maconha! – continuou sério.
- Que maconha? – não estava entendendo nada.
- A que você fumou! – disse como se fosse óbvio. – Você não deu pra ela, né? – apontou pra mim.
- O que? Não, cara! Eu não fumo. – quase riu. – Eu estou com dor de barriga, ok? Eu estou com uma puta dor de barriga e você está me enchendo de perguntas! Como eu posso estar agindo naturalmente, cara? – falou meio que choramingando. – Isso é muita pressão, cara. – Ele completou.
- Ok, ok! – negou com a cabeça. – Você vai nos mostrar o apartamento ou não? – estava curioso e não havia mais assuntos para serem conversados.
- Eu não sei. Me deixa pensar. – abaixou a cabeça e fingiu estar pensativo. Na verdade, ele só estava abaixando a cabeça para ver se sua calça já havia voltado ao normal. Eu não estava acreditando no que ele estava fazendo. – Tudo bem, vamos. – se levantou da mesa e eu rapidamente o olhei. Tudo estava normal de novo. Ufa!
- Eu só fiz uma pergunta, não pedi uma previsão do meu futuro. – sussurrou para e que riram de seu comentário.

estava bem mais a vontade. Os garotos devem até ter estranhado a mudança repentina de comportamento. Ele mostrou os detalhes da casa. estava orgulhoso de cada parte dela, mas a mesa de sinuca foi a melhor coisa do mundo para os garotos. Eles até jogaram uma partida, enquanto eu assistia do sofá.

- Está tarde. Vocês ainda vão sair? – nos olhou. Era quase meia-noite e a noite já havia acabado. O nosso plano já era!
- Eu acho que não, não é? – Eu olhei pro e ele sorriu, demonstrando estar um pouco decepcionado com toda a situação.
- É, já está tarde. É melhor deixarmos pra amanhã. – concordou, enquanto me olhava.
- É, amanhã nós saímos. – Eu completei.
- Ahn! Amanhã nós vamos conhecer o barzinho aqui na frente. Nós vamos comemorar o meu primeiro apartamento e eu quero todos os meus amigos lá, entenderam? – lembrou-se do que havíamos combinado.
- Fechou! Eu aviso a . – imediatamente gostou da ideia. Ele havia se interessado muito pelo tal barzinho logo ali na frente.
- O que? – ergueu os ombros, sério. – Eu não vou avisar a . Quem disse que eu vou falar com ela? – Todos estavam olhando pra ele. – Está bom! Eu aviso, mas eu só vou mandar uma mensagem de texto. – rolou os olhos e todos riram.
- E eu? – coçou a cabeça. – Bem, eu vou até lá sozinho mesmo. Quem sabe eu tome o meu primeiro porre. – fez careta.
- É assim que se fala, garoto. – bateu no ombro do amigo, aprovando a sua atitude.
- Você não tem visto a ? – Eu fiquei curiosa.
- A última vez foi no dia do término. – explicou. – É melhor assim. – Ele completou.
- Você está com o carro, ? – nos interrompeu.
- Estou. – Eu afirmei com a cabeça e mostrei a chave.
- Então eu vou com você. – se antecipou.
- Eu vou ficar mais um pouco. – olhou estranhamente para o .
- Nós podemos te levar pra casa, . – propôs antes mesmo de mim.
- Eu vou aceitar. Depois dessa surra que dei em vocês na sinuca eu estou ainda mais cansado. – disse apenas para provocar.
- Não precisa ficar lembrando isso de 5 em 5 minutos. – revirou os olhos.
- Perdedor. – mostrou a língua e depois riu.
- Chega dessa baboseira. Eu nem me empenhei nesse jogo. Deixei você ganhar. – olhou pro . – Vamos logo. – apontou a cabeça em direção a porta.
- Até amanhã, . – aproximou-se do e fez seu toque de mão rotineiro.
- Até, cara. – sorriu pro amigo. – Obrigado pela visita. – Ele completou.
- , você escolheu muito bem esse apartamento. É bem legal. Parabéns, cara. – abraçou timidamente o cunhado que apreciou o seu gesto. olhou pra mim, pois só faltava eu me despedir.
- Bem, então... – Eu caminhei até ele e nós dois trocamos sorrisos cumplices. Só nós sabíamos o quão ridícula e frustrante havia sido aquela noite. Eu me aproximei e o abracei. me apertou fortemente contra o seu corpo.
- Desculpa qualquer coisa ou...por tudo. – negou levemente com a cabeça.
- Não há porque se desculpar. Não foi sua culpa. – Eu sussurrei em seu ouvido e afastei meu rosto para poder olhar o dele. Ele sorriu ao olhar pra mim.
- Eu amo você. – levou suas duas mãos até as laterais do meu pescoço e trouxe meu rosto pra mais perto do dele. Os olhos dele viraram discretamente pro e eu ri. odiava quando nos beijávamos. Nós demos alguns longos selinhos e eu passei meus braços em torno do corpo dele.
- Oh, qual é! – resmungou e nós interrompemos o beijo com a nossa risada.
- Eu estava esperando por isso. – riu, olhando pro logo depois que eu voltei a abraçá-lo.
- Boa noite. – Eu terminei o abraço e olhei pro seu rosto. Ele aproximou e selou longamente os meus lábios novamente.
- Boa noite, linda. – finalmente respondeu, assim que descolou os nossos lábios.

Quando eu entrei por aquela porta hoje mais cedo, eu não esperava que eu saísse tão cedo, muito menos acompanhada do meu irmão. A boa notícia é que eu vou ver os meus pais. Eu estou morrendo de saudade deles e do meu quarto. realmente não havia desconfiado de nada, mas eu não podia dizer o mesmo de . Ele sabia de alguma coisa.

- Enfim sós. – sentou-se no sofá, quando fechou a porta.
- Esse é o tipo de frase que você só deve dizer pra uma mulher, cara. – negou com a cabeça, enquanto andava em direção ao sofá. Sentou-se ao lado de .
- Não, esse é o tipo de frase que eu uso quando eu quero ter uma conversa séria com alguém. – arqueou uma das sobrancelhas.
- Eu respeito a sua opção, mas eu já disse que eu não vou virar gay. – estava levando tudo na brincadeira, pois estava fugindo da tal conversa séria.
- Para de me enrolar, Jonas. – cerrou os olhos. ‘Jonas’ ? A coisa é séria!
- O que? Do que você está falando? – forçou uma risada e negou com a cabeça.
- Você e a ... – pausou. – Quantas vezes? – manteve-se sério. O coração de quase parou. Aja naturalmente! Aja naturalmente!
- Eu ainda não sei do que você está falando. – continuava se fazendo de bobo. Era a única solução que ele havia encontrado.
- Ah, não sabe? – forçou um sorriso. – Vamos ligar pro pra ver se ele sabe. – tirou o celular do bolso. achou que ele estivesse blefando, então não tomou atitude alguma até ele começar a digitar os números.
- Ok, ok, ok! – achava que qualquer coisa era melhor do que descobrir o que eu e ele estávamos tentando fazer. – Droga. – suspirou.
- Quantas vezes, ?- repetiu a pergunta.
- Nenhuma, ok? Nenhuma! – respondeu, furioso. parecia analisar o seu rosto para ver se era mentira.
- Está me dizendo que vocês nunca pensaram em sexo? – voltou a arquear a sobrancelha.
- É claro que não! – voltou a mentir. cerrou os olhos e voltou a olhar pro visor do celular. achou novamente que ele pudesse estar blefando. Fechou os olhos e esperou que ele digitasse o último número do celular de . - Ta bom, ta bom! – falou rapidamente e desligou o celular. – Nós já pensamos, ok? Já pensamos várias vezes. – respondeu grosseiramente.
- E nunca tentaram? – cruzou os braços, observando-o.
- Nunca. – afirmou com a cabeça para tentar ser mais convincente.
- Certo, acho que o vai ficar feliz em saber disso. – voltou a pegar o celular e digitou somente três números.
- OK, OK! – o olhou, furioso. – Que droga, ! – Ele resmungou.
- Quantas vezes vocês já tentaram? – perguntou novamente.
- Nós já tentamos, mas foi só uma vez. – respondeu e negou com a cabeça. sabia que ele estava mentindo e rapidamente voltou a pegar o seu celular. – FORAM DUAS, DUAS VEZES! – gritou, apreensivo. Ele estava muito irritado. – Para com isso, caralho! – o fuzilou com os olhos.
- Só duas vezes? – parecia não ter acreditado.
- Só duas. Nem foi legal. – ergueu os ombros e fez careta.
- Legal, então vamos saber a opinião do sobre isso. – sabia que ainda estava mentindo. Pegou novamente o celular e começou a digitar o número do .
- Merda! – o observou e viu que ele não desligaria. – FORAM TRÊS! TRÊS VEZES! E não seria apenas uma tentativa se vocês, imbecis, não tivessem aparecido aqui hoje. – aproveitou para desabafar.
- Eu sabia! – quase riu, negando com a cabeça. – E...como foi? – queria saber até que ponto havíamos chego. Ele queria ter certeza de que ainda não havíamos chegado ao extremo.
- Ah, claro! Porque não refazemos a cena agora para você saber de todos os detalhes? Quem vai ser a , você ou eu? – disse de forma extremamente irônica. cerrou os olhos em sua direção e voltou a pegar o seu celular. – Hey, hey, hey! – abriu os braços, sem entender. – Está maluco? – pulou em cima de e tirou o celular de suas mãos. – O que eu fiz agora? – o olhou, indignado.
- É melhor parar de dar uma de palhaço. – disse, sério.
- Ok, desculpa, desculpa! – suspirou longamente. – Agora fala, vai. Quanto você vai querer? 50 reais é o bastante? – colocou as mãos no bolso de sua calça.
- Você está brincando comigo? – negou com a cabeça, incrédulo.
- Eu tenho mais no banco. – achou que o amigo cobraria para não contar ao .
- Olha só, eu devia contar pro só por você pensar que eu aceitaria o seu dinheiro para esconder esse seu segredinho. – ficou ofendido.
- Está me dizendo que vai guardar o meu segredo? Está dizendo que não vai contar ao ? – perguntou, estranhando. – Sem nada em troca? Por quê? – não estava acreditando.
- Porque você é o meu melhor amigo. É um bom motivo pra você? – abriu os braços.
- Só isso? – arqueou uma das sobrancelhas. Ainda parecia estranho.
- Não. – imediatamente sorriu. - Eu também vou me vingar pelo ter feito sexo na minha cama. – revelou e revirou os olhos.
- Eu sabia que tinha alguma coisa. – também começou a rir.
- Além do mais, você vai ficar me devendo uma. – era esperto demais.
- Obrigado, amigo. – sorriu de forma agradecida para . – Como você desconfiou? – Ele queria saber onde é que havia falhado.
- Por qual outro motivo vocês demorariam mais de 5 minutos pra abrir a porta? - revirou os olhos, enquanto ria. – Além do mais, eu sou homem, cara. Eu sei muito bem o que os homens fazem no banheiro. – continuava rindo.
- Foi o pior pesadelo da minha vida. – também estava rindo.
- É, mas você sabe que poderia ter terminado muito pior. – foi parando de rir aos poucos. O assunto era um pouco mais sério agora.
- Eu sei! – negou com a cabeça.
- Eu sinceramente não sei como o não percebeu. Você sabe que ele entende mais do que ninguém dessas coisas. – disse, demonstrando preocupação.
- Ele vai me matar, né? – passou uma das mãos pela cabeça e bagunçou o seu cabelo.
- Cara, ele nunca mais vai olhar na sua cara. Ele... – negou com a cabeça. – Ele realmente ia te matar. – disse com sinceridade.
- Isso é uma droga. O que ele acha? Acha que vamos esperar até o casamento? – não acreditava que pudesse ser tão ignorante assim.
- Eu não sei o que ele acha. Eu só sei que vocês têm que tomar mais cuidado. – não queria ver os amigos brigando.
- É, eu sei. – sabia que o amigo só estava tentando ajudar.
- Talvez até fosse o caso de vocês darem um tempo com isso. Se começar acontecer tanta coisa estranha de uma vez só ele vai acabar notando. – aconselhou.
- Um tempo? – fez cara de sofrimento.
- É, ué! Você esperou até agora! – estava convencido de que conseguiria se fizesse algum esforço.
- Você não entende, cara. – quase riu e negou com a cabeça. – Você não entende o que é aquela garota. Ela... – fez uma pausa para pensar nas palavras certas. – Ela é incrível. – ficava abobalhado só ao lembrar do que estava acontecendo antes da campainha tocar. – Ela tem aquela cara de anjo e é toda delicada, mas... – passou as mãos pelo rosto. – Cara, ela é demais. – não conseguia nem explicar.
- Eu tenho vontade de enfiar a minha mão na sua cara só pelo jeito que está falando dela, mas eu entendo. Eu entendo tudo isso, mas eu estou falando sério. – voltou a ficar sério. – Cuidado! Só isso! – deu o conselho que queria dar.
- Eu vou tomar mais cuidado e talvez nós devêssemos dar uma pausa. – levantou-se assim que levantou do sofá. – Eu sou novo demais pra morrer. – disse e riu.
- É isso ae. – negou com a cabeça, enquanto eles faziam o seu rotineiro toque de mãos. – Eu vou indo. – apontou a cabeça em direção a porta. – Nos vemos amanhã. – começou a andar em direção a porta.
- Até amanhã. – o levou até a porta. – E muito obrigado. – voltou a agradecer o amigo.
- Esse é o meu trabalho. – sorriu pro e logo depois saiu em direção ao elevador.

Por mais que fosse difícil de aceitar, estava certo. sabia que estava mais do certo. Foi mesmo um milagre o não ter desconfiado de nada. A verdade é que não tinha medo de apanhar do ou qualquer coisa assim. Havia coisas muito mais valiosas que estava sendo colocadas em risco. A amizade deles e o nosso relacionamento. jamais permitira que chegasse perto de mim. Isso tornaria a nossa vida um inferno. Porque arriscar tudo? É só um tempo.


Eu acho que nunca fiquei abraçada tanto tempo a uma pessoa como havia ficado abraçada a minha mãe há minutos atrás. Parecia que ela não me via há 10 anos. Meus pais ficaram surpresos ao me verem, mas eu esclareci tudo dizendo que quis fazer uma surpresa. Não deixava de ser verdade, né? Realmente era uma surpresa, que acabou muito mal por sinal. Eu não tenho certeza, mas acho que fiquei uns 15 minutos agarrada a minha cama. A minha cama em Nova York era maior, mais cara e mais confortável, mas não era a MINHA cama.

Era realmente engraçado pensar sobre o desastre daquela noite. Se não fosse engraçado, seria trágico e frustrante. Eu havia planejado tudo e estava tudo funcionando como o planejado até o meu irmão aparecer. Talvez não era pra ser ou a história da macumba que meu irmão supostamente teria feito é verdadeira. Não tem explicação para o que havia acontecido, aliás, para o que vêm acontecendo cada vez que estamos próximos de fazer o que tanto queremos.

Eram 03:35 da madrugada e lá estava a mensagem dele. Aquele horário se tornou o ‘nosso’ horário. Ele sempre me mandava qualquer coisa naquele horário. O horário em que ele foi até a minha cama naquela noite chuvosa em Nova York. O meu celular vibrava durante a noite e u já sabia do que se tratava. Eu não precisava nem ler para sorrir. Era totalmente espontâneo.

‘Eu adorei viver a noite mais frustrante, engraçada e ridícula da minha vida com você. <3’

Uma simples frases que me fez rir feito idiota no meio da madrugada. Uma única frase que me fez ficar abobalhada. Como eu amava cada uma dessas coisinhas que ele fazia que se tornavam tão grande pra mim. Não é possível. Não deve haver um outro homem como ele por ai. É uma pena, pois toda mulher deveria ser sentir amada do jeito que ele fazia eu me sentir.

‘Não tem graça sem você. (:’

Mesmo o sono sendo maior que tudo, ele sempre conseguia esperar pela minha resposta. Sempre dava tempo de um sorriso espontâneo no meio da noite. Ele adorava o jeito que tínhamos essas coisas só nossas. Essas coisas que só nós entendíamos e sabíamos. Ele voltou a dormir menos de 5 minutos depois e eu fiz o mesmo.

Eu não consegui dormir até tarde no sábado. Minha mãe me acordou bem cedo, pois queria saber os detalhes da minha vida nos últimos meses. Ela queria saber sobre a faculdade, o estágio, os amigos, tudo. Eu contei a ela e meu pai parecia que estava ouvindo atentamente tudo da sala. Minha mãe só deixou de fazer perguntas quando deu a hora dela ir ao trabalho. Meus pais eram os responsáveis pela empresa, então eles é que tinham que resolver todo e qualquer problema que acontecia lá dentro. Eu não entendi muito bem o que havia acontecido. Parece que dois funcionários brigaram ou coisa assim. Eu só sei que eles tiveram que sair correndo.

- , onde você está indo? – Eu vi ele colocar a camiseta rapidamente e depois um boné.
- Eu prometi a que sairia com ela e os pais na casa de um tio dela. Eu estou atrasado. – nem sequer me olhou.
- Você vai me deixar sozinha aqui? – Eu estava parada na porta do quarto.
- Awn, que bonitinha. Está com ciúmes. – se aproximou, beijou o meu rosto e saiu do quarto.
- Ciúmes? Quer saber? Eu nem ligo. Pode ir. – Eu ergui os ombros e ele riu.
- Bem, você sabe as regras, né? Não abra a porta para estranhos e não atenda o telefone. É muito perigoso. – brincou, enquanto pegava as chaves do carro. Eu aproveitei que estava próxima do sofá e ataquei uma almofada nele.
- Sai logo daqui. – Eu gargalhei e ele saiu correndo pela porta.

Era quase 11 horas, quando me mandou uma mensagem de texto falando que estava indo até a minha casa. Eu subi no meu quarto para me trocar e depois desci para tomar café. A campainha tocou no exato momento em que eu acabei de tomar o café. Eu fui até a porta e abri. Lá estava ele, o ray-ban pendurado na gola da camiseta azul claro, a bermuda jeans que vinha até abaixo do lho e o seu tradicional tênis. sorriu ao me ver e olhou discretamente para dentro da casa.

- Tem mais alguém aqui? – sussurrou com um sorriso malandro no rosto.
- Não. – Eu respondi, segurando a risada. Já sabia qual era a intenção da pergunta. deu um passo para frente, segurou meu rosto com suas duas mãos e o levou até o rosto dele. O beijo não pode ser aprofundado, pois eu estava rindo. Eu o puxei para que eu pudesse fechar a porta.
- Bom dia. – disse com um belo sorriso assim que descolou os nossos lábios.
- Muito melhor agora. – Eu disse e ele riu. Ele é quem costumava a usar essas frases clichês.
- Você fica bem bonitinha quando prende o cabelo assim. – disse, olhando meu rosto de bem perto. Beijou o meu rosto e eu passei meu braço em torno do seu pescoço.
- E eu vou pegar todos os seus ray bans pra mim. – Eu tentei pegar o seu ray ban, mas ele foi mais rápido e afastou-se.
- E agora eu já sei o que vou te dar no seu aniversário. – cerrou os olhos em minha direção.
- Bem lembrado! – Eu lembrei imediatamente de algo que eu tinha que fazer.
- O que? – não entendeu. Eu corri até uma mesinha e peguei um pequeno embrulho. Eu havia deixado ali em cima para não me esquecer de entregar a ele.
- Isso é pra você. – Eu fui até ele novamente e estendi o embrulho em sua direção.
- Pra mim? – arqueou a sobrancelha. Será que era alguma data especial que ele havia esquecido?
- Não é nem um presente, é só algo que você estava precisando. – Era tão simples que nem poderia ser considerado um presente.
- Você... – pegou o embrulho e sorriu pra mim e logo depois negou com a cabeça. – Não precisava. – Ele começou a abrir. – Uma agenda? – Ele olhou pra mim.
- Você disse que estava perdendo os horários das provas, das reuniões. – Eu comecei a explicar o motivo do presente. – Então eu queria te ajudar a conciliar tudo isso. Agora você pode anotar todos os seus compromissos ai e não vão se esquecer de nenhum deles. – Eu finalizei.
- Oh, obrigado! – Ele se aproximou e selou os meus lábios longamente. – Eu estava precisando muito disso. Você não faz ideia do quanto isso vai me ajudar. – Como eu disse, não era um presente. É só algo que ele estava precisando. Eu só queria ajudá-lo. Ele usaria aquela agenda todos os dias e toda vez que olhasse pra ela, lembraria de mim. aproximou-se e me abraçou forte. Ao me abraçar, ele ficou de frente para a mesa de jantar e viu que havia diversas coisas lá em cima. – Você estava tomando café? – Ele perguntou terminando o abraço.
- Não, eu já acabei. – Eu também olhei pra mesa.
- Não, eu te atrapalhei. Pode voltar a tomar o café. – apontou pra mesa. Eu o olhei e arqueei uma das sobrancelhas.
- Você quer comer, né? – Eu rapidamente notei as indiretas.
- Sim, quero. – sorriu, sem jeito.
- Vem aqui. – Eu segurei sua mão e o puxei até a mesa. – Senta e fique a vontade. – Eu me sentei e ele se sentou ao meu lado.
- Bem, já que estamos aqui sozinhos... – fez uma pausa para pegar uma torrada. – Nós precisamos conversar. – Ele entregou o assunto da conversa assim que me olhou.
- Noite passada? – Eu deduzi o assunto e ele negou com a cabeça.
- Nem me lembre. – começou a rir.
- Eu realmente não sei como o não percebeu. – Eu disse com sinceridade.
- É sobre isso que eu quero falar. – parou de comer e virou-se para mim. – Eu não sei o que está acontecendo, mas de alguma forma isso não está funcionando. – negou com a cabeça.
- Eu sei! Os casais geralmente conseguem na primeira tentativa e nós já estamos na terceira. Estou começando a repensar aquela história de macumba do . – Eu disse e ele segurou o riso. – Talvez, eu não sei... – Eu não sabia muito bem o que dizer. – Talvez não seja pra acontecer agora. – Eu estava me odiando pelo que estava dizendo, mas era a verdade.
- Sério? É tão mais difícil ouvir isso de você. – fez careta. Ele também odiava o que eu estava dizendo. – E se pegássemos o primeiro voo pro... – pensou no lugar mais improvável possível. – Deserto do Saara? – Ele riu de si mesmo ao dizer em voz alta.
- Algo daria errado. – Eu também estava rindo. – Um terremoto ou talvez uma tempestade de areia. – Eu continuei a rir.
- Dos jeitos que as coisas estão, eu não me surpreenderia com tsunami. – revirou os olhos e fez careta.
- Nem eu. – Nós dois estávamos rindo igual dois idiotas. Rindo da própria desgraça.
- Não, é sério. – se concentrou em ficar sério. – Eu acho que nós devemos... parar de tentar por um tempo. O seu irmão quase descobriu noite passada e eu não acho que ele já está pronto pra saber e nem que eu esteja pronto para enfrentar essa tempestade agora. – parecia lamentar cada palavra que saia da sua boca.
- Eu entendo e concordo com você. Quando for pra acontecer, vai acontecer. Nós não vamos precisar de mais e mais tentativas. – Eu também lamentava, mas entendi totalmente o que ele estava dizendo.
- Certo, então já que concordamos com isso, nós devemos colaborar um com o outro. – disse e eu já sabia do que ele estava falando. – Você tem que parar de ficar fazendo essas coisas que você sabe que vão me deixar... maluco. – me olhou com um olhar ameaçador.
- E você tem que parar de me olhar assim. – Eu neguei com a cabeça. Ele não podia me olhar daquele jeito.
- Assim como? – sorriu de lado e manteve aquele olhar sedutor.
- Para com isso! – Eu ri e neguei com a cabeça.
- Ok, eu já parei. – segurou o riso e levantou-se da mesa. Foi atrás da minha cadeira e beijou o meu ombro. – Já estabelecemos as regras. Agora, eu preciso que venha comigo. – Ele disse em meu ouvido.
- O que? Ir pra onde? – Eu me levantei da cadeira e ele agarrou minha mão.
- Surpresa! – fez novamente uma careta que me fez rir.
- Mas, espera. Eu estou desse jeito. – Eu olhei pra minha roupa. – Eu preciso saber pra poder me arrumar. – Eu voltei a olhá-lo.
- Você está perfeita assim. – começou a me puxar em direção a porta.
- Espera! – Eu parei de novo e ele virou-se para me olhar. – Esse lugar... – Eu segurei o riso. – Tem banheiro? Eu não quero correr o risco de você não ter um lugar pra se esconder. - Eu disse e ele me fuzilou com os olhos.
- Nossa, como você é engraçada! – Mesmo estando ‘bravo’, ele teve que segurar a risada. – Vem logo. – Ele voltou a me puxar. – O meu celular.. – Eu passei pela mesinha e consegui agarrar o meu celular antes dele me levar pra fora da casa.

Eu não fazia ideia de onde estávamos indo, mas eu sabia que seria bom. Eu sabia que eu adoraria porque eu estaria lá com ele. Eu estava ridiculamente simples com aquela roupa e aquele cabelo desajeitadamente preso. Eu só temia não estar vestida adequadamente para o tal lugar. Homens não têm muita noção de roupas e essas coisas. Eu prestava a atenção no caminho, tentando descobrir onde estávamos indo.

- O seu apartamento? – Eu arqueei a sobrancelha e o olhei quando vi ele entrar na garagem do prédio.
- Decepcionada? – segurou o riso.
- Não, mas surpresa. – Eu não estava entendendo nada. O que estávamos fazendo ali?
- Vamos subir. – desligou o carro e desceu do carro. Eu fiz o que ele pediu, enquanto pensava em mil possibilidades.
- O que estávamos fazendo? – chamou o elevador e eu o olhei.
- Surpresa. – ergueu uma das sobrancelhas e manteve um sorriso malandro no rosto.
- Certo. – Eu achei ter entendido tudo. – Mas... nós não combinamos que iriamos parar de tentar por um tempo? – Eu disse e ele rolou os olhos.
- Apenas venha comigo. – segurou a minha mão e me puxou pra dentro do elevador.
- Eu não estou entendendo nada. – Eu ergui os ombros e o olhei através do espelho que havia em nossa frente.
- Você vai entender daqui a pouco. – piscou um dos olhos, me fazendo rir e negar com a cabeça.

O elevador parou no 4° andar e nós descemos. Nossos dedos continuavam entrelaçados e eu estava com medo do que viria a seguir. Achei que alguém fosse aparecer para me dar um susto ou algo assim. Eu estava desconfiada. Andamos até a porta do apartamento dele e eu vi um bilhete na porta. A casa não era minha e eu nem sabia se eu poderia ler, mas eu sou curiosa demais para não fazer isso.


‘Surpresa, !

Vamos brincar de caça ao tesouro? Eu prometo que no final você terá a sua surpresa.

Sua missão é ir encontrando os bilhetes que te levará até a sua surpresa! Preste atenção nas dicas!



Ao ler o tal bilhete eu comecei a rir espontaneamente. O que ele estava armando agora? Eu olhei pro , ele ergueu os ombros e manteve um engraçado sorriso do rosto. Eu voltei a ler o bilhete e cheguei a pensar que ele não fosse destinado a mim, mas o ‘’ é a comprovação de que era.

- Isso é sério? – Eu brincava disso aos 8 anos. Eu sempre demorava para encontrar o meu ovo de páscoa.
- Você sabe onde está a chave! – demonstrou que não daria qualquer ajuda. A chave? Embaixo do extintor de incêndio! Eu sabia que havia uma chave reserva lá. Soltei a mão dele, peguei a chave e abri a porta.

estava muito empolgado. Ele não via a hora de eu encontrar logo a surpresa que ele havia preparado. Ele estava doido para ver a minha reação. Ele queria dizer de uma vez onde estava escondida a tal surpresa, mas ele não queria estragar a brincadeira. Seria divertido me ver vasculhar a casa toda por algo que eu nem fazia ideia do que era.

- Hm, outro bilhete! – Eu disse assim que fechei a porta. Me aproximei para ler o bilhete e apenas observava.


‘Dica 1: Esse lugar é muito importante! Eu não posso dizer com tanta certeza, mas algo me diz que em um dia muito especial ele será MUITO útil. Eu acho que ainda vamos ser bem felizes lá. :p’


- O que isso quer dizer? – Eu desgrudei o bilhete da porta e me virei para olhar pro .
- Sério? – arqueou uma das sobrancelhas.
- Isso pode ter diversos sentidos. – Eu justifiquei.
- Olhe pra mim! Em qual sentido você acha que estou dizendo? – cruzou os braços e olhou de forma sedutora.
- OH! Já sei! – Eu cerrei os olhos e saí imediatamente em direção ao quarto dele. agradeceu mentalmente por eu não ser tão lerda. Ele foi atrás de mim. queria presenciar cada parte da brincadeira.
- Que ótimo! O seu quarto é bem pequeno. Talvez eu ache amanhã de manhã. – Eu ironizei sem saber por onde começar.
- Então é melhor você começar logo a procurar. – voltou a cruzar os braços. Bacana, achei que ele ia ter piedade e ia me ajudar. Comecei pelas gavetas, depois no armário, os porta-retratos e por fim, a cama. É claro que estava no último lugar que eu procurei. Eu tive que me jogar no chão e pegar o tal bilhete embaixo da cama.
- Não podia mesmo ter colado em cima da cama? – Eu me levantei e trouxe o bilhete comigo.


‘Dica 2: Esse lugar é um ótimo esconderijo! Principalmente quando você quer esconder do seu melhor amigo que está tentando dormir com a irmã dele.’


- O banheiro! Épico! – Eu comecei a rir e riu comigo. Eu fui até o banheiro e ele me seguiu. Acendi a luz e olhei em volta. Nada no banheiro. – Você não escondeu dentro da privada, né? – Eu olhei pra ele, incrédula.

- Droga! Dá pra sair rapidinho? Acho que ainda dá tempo de fazer isso. – começou a me puxar pra fora do banheiro e eu me desvencilhei de suas mãos, enquanto ria feito idiota.
- Para! Está maluco? Deixa eu procurar. – Eu me virei de costas pra ele e comecei a procurar. Olhei dentro do box, dentro do armarinho e só fui encontrá-lo abaixo da pia. – Aqui está! – Eu peguei o bilhete para ler.
- Você está ficando boa nisso. – achou graça da minha felicidade ao achar o bilhete.


‘Dica 3: Esse é o pior lugar em que você pode estar. É sério! Fique longe, bem longe de lá!’

- Essa é a dica mais fácil. – estava rindo da minha cara. A cozinha!
- A sua cama de novo? Mas eu já fui lá. – Eu disse e ele ficou imediatamente sério.
- Nossa, você não tem senso de humor? – Ele disse e eu tive que segurar o riso.
- Se estivesse vendo a sua cara agora não estaria me fazendo essa pergunta. – Eu não aguentei e ri. mostrou a língua e eu me virei, indo em direção a cozinha.
- Por onde eu começo? – A cozinha era grande demais. Armários, micro-ondas, geladeira e fogão. Onde? – Achei! – Eu encontrei o bilhete dentro da geladeira. Como eu não pensei nisso? – Muito criativo. – Eu neguei com a cabeça, enquanto ria. – Vamos ver. – Eu olhei para o bilhete.


‘Dica 4: Esse lugar realmente me fez gostar ainda mais de sobremesa.’


- Sobremesa? – Eu olhei pra ele, sem jeito. Ele ergueu os ombros com cara de culpado. – Fácil! – Eu fui até a mesa de jantar e me abaixei para olhar embaixo dela. Encontrei o bilhete embaixo da cadeira que ele havia sentado na noite passada. – Você pensou mesmo em tudo. – Eu olhei pra ele, incrédula.


‘Dica 5: O que seria melhor do que colocar a sua surpresa no seu lugar favorito da casa?’


- Wow! Finalmente! – Eu comemorei rapidamente. Estava na sacada! – Não achou que eu fosse chegar até a surpresa tão rapidamente, né? – Eu pisquei pra ele e fui em direção a porta da sacada. Virei a maçaneta diversas vezes. Está trancada? Como assim. – Você trancou? – Eu me virei pra olhá-lo e ele estava segurando o riso.

- Se eu tranquei, deve haver uma chave. – ergueu os ombros como se dissesse que não havia nada que ele pudesse fazer.
- O que? Está dizendo que vai me fazer procurar essa chave pela casa toda? – Eu fiz bico e meus ombros decaíram, demonstrando cansaço.
- Bem, eu não sei.. – ficou um pouco mais sério, levou uma das mãos a cabeça e bagunçou o seu cabelo. Os olhos dele olharam para o chão e depois olharam pra mim. O que ele estava tentando me dizer? Eu olhei pro chão e vi um bilhete embaixo da porta.
- Eu sabia que estava deixando algo passar. – Eu sorri imediatamente e me abaixei para pegar o bilhete.


‘Última dica: Eu não tenho certeza sobre isso, mas a chave provavelmente deve estar com o lindo, maravilhoso e irresistível dono da casa. Não seja tímida e vá até lá!’


- Oh, meu Deus. – Eu deixei de olhar o bilhete para olhá-lo. Eu mordi o lábio inferior apenas por costume. – Eu deveria ter previsto algo assim. – Eu neguei com a cabeça, segurando a risada. me olhava daquele jeito engraçado e sedutor. Ele abriu os braços, demonstrando que estava disponível para eu fazer a minha busca.
- Eu sou todo seu! – mantinha os braços abertos, enquanto eu me aproximava. Dei mais alguns passos e parei em sua frente.
- É mesmo? – Eu segurei seu rosto com uma das minhas mãos e selei seus lábios em meio a sorrisos. Minhas mãos desceram de seu rosto e foram descendo pelas laterais do corpo dele. Eu só estava procurando a tal chave. Eu juro!
- Eu já me arrependi de ter feito isso. – mordeu o lábio inferior, se controlando para não tomar atitude alguma. Nós havíamos combinado algumas coisas naquela manhã. Não dava pra voltar atrás agora. Minhas mãos chegaram em seu shorts e eu tinha mais do que certeza que a chave estava no bolso dele.
- Você não perderia a oportunidade de me fazer pegar na sua bunda de novo, né? – Eu disse, há alguns centímetros do seu rosto.
- Você me conhece, . – quase riu. Minhas mãos foram até os bolsos traseiros de seu shorts e em um deles eu encontrei o que procurava.
- Achei. – Eu puxei a chave, demonstrando empolgação. Mesmo ansiosa para ver a surpresa, eu não pude me afastar sem antes beijá-lo novamente. – As dicas acabaram, né? – Eu perguntei, torcendo para ouvir uma resposta positiva.
- Vá pegar a sua surpresa. – apontou com a cabeça em direção a porta da sacada. Eu afastei nossos corpos e encarei a porta. O que será que é? Andei lentamente até a porta e destranquei a porta. se aproximou e veio atrás de mim. Eu empurrei a porta e me deparei com uma caixa de papelão. Que tipo de surpresa fica dentro de uma caixa de papelão? ESPERA, ESPERA, ESPERA!
- Não, não... – Eu me virei para olhar pro , sem acreditar. – Você não fez isso. – Eu não havia nem olhado ainda, mas eu já tinha certeza do que era.
- Surpresa! – deu um belo sorriso e ergueu os ombros.
- Eu não acredito que fez isso. – Eu voltei a ficar de frente para a caixa e me aproximei dela. Quando eu vi aquele pequeno cachorro dormindo de barriga pra cima, meu coração parou. Eu me apaixonei imediatamente por ele. – Awwwwn! – Eu me agachei para vê-lo de mais perto. O filhote acordou repentinamente e olhou pra mim. – Ele está olhando pra mim. – Eu estava tendo um colapso.
- Ei, amigão. – agachou-se do meu lado e pegou o cachorro com uma das mãos. – Lembra da garota que eu te falei? É ela. – segurava o cachorro em minha frente. Parecia que ele estava me apresentando para o cachorrinho. – Ela é bem mais bonita do que eu descrevi, né? – acariciava a cabeça do filhote com delicadeza. Eu não sei se eu estava mais comovida com o cachorro ou com o falando com o cachorro. Não existe coisa mais fofa no mundo. – Segure-o. – estendeu o cachorro em minha direção e eu prontamente aceitei a oferta.
- Ele é tão lindo. – Eu estava vidrada. Eu não tirava os olhos daquele filhote nem por um segundo. Eu peguei o cachorro em minhas mãos e o posicionei em frente ao meu rosto. Ele me olhava com aqueles olhos doces. – Hey... – Eu chamei a atenção dele. – Você é exatamente como eu sempre imaginei. Sabia disso? – Eu disse e ele respondeu com diversas lambidas em minhas mãos.
- Ele gostou de você. – voltou a acariciar o cachorro, que ainda estava em minhas mãos. – Ele não para de olhar pra você. – disse, perplexo. – Hey! – o chamou e ele o olhou. Parecia até que estava entendendo tudo o que estava dizendo. – Eu tenho que ser sincero com você, cara. Eu não costumo deixar ninguém olhar pra ela desse jeito, mas eu vou abrir uma exceção pra você. Só pra você! – Eu virei o meu rosto para olhar pro e tive que segurar o riso. Ele era tão adorável e idiota ao mesmo tempo. Eu nunca vou entender como ele consegue fazer isso.
- Venha aqui. Eu ainda não te agradeci. – Eu passei a segurar o cachorro com apenas uma das mãos e com a outra trouxe o rosto de para mais perto.
- Não precisa. Olhe pra você! Você está... radiante. Nada pode ser mais gratificante pra mim. – disse segundos antes de eu selar seus lábios. O selinho foi longo e ao terminá-lo, puxei seu lábio inferior. – Ok, talvez eu esteja aberto a novas formas de gratidão. – quase riu e se aproximou para selar os meus lábios novamente. Eu ainda estava agachada e o cachorro ainda estava em uma das minhas mãos. começou a me empurrar para trás e eu estava prestes a cair.
- Espera, espera. – Eu interrompi o beijo para rir e para colocar o cachorro no chão. Foi então em que eu me permiti cair. Minhas mãos estavam em seu rosto e voltaram a trazer ele pra perto. foi jogando o seu corpo em cima do meu e quando eu percebi, eu estava deitada na sacada e ele estava sobre mim. Eu começava a me esquecer de que havia um filhote em algum lugar quando ele fez questão de ser lembrado. O cachorro se aproximou de um dos lados do meu rosto e começou a dar tímidas lambidas. O riso me fez interromper o beijo e virou o seu rosto para olhá-lo.
- Ei, cara! Vamos deixar algumas coisas claras aqui. – estava tentando dar uma bronca, mas ele não conseguia. – Nós vamos ter que saber dividir e adivinha? É a minha vez. Volte mais tarde. – O pequeno e doce cachorro o olhou e curvou um pouco a cabeça. Eu estava rindo, quando voltou a me olhar. Ele se aproximou com a intenção de voltar a me beijar. Chegamos a colar nossos lábios, mas não deu nem tempo de aprofundar o beijo. O cachorro voltou a interferir e interrompeu o beijo novamente. – Qual é, cara! Quer resolver lá fora? – apontou para dentro da casa.
- Tadinho! – Eu aproximei minhas mãos do cachorro que me olhava com aqueles olhinhos doces.
- Bem, eu já vi que perdi essa parada. – fez careta e demonstrou que se levantaria e sairia de cima de mim.
- Não, não. Espera. – Eu voltei a segurar o seu rosto e o trouxe pra perto do meu. – Desculpa. – Eu neguei com a cabeça. – Eu... – Eu olhei em seus olhos de tão perto e ele fez o mesmo. – Eu não sei o que dizer. ‘Obrigada’ parece tão ridículo agora. – Eu dei um fraco sorriso e ele quase riu, aproximando-se e dando um beijo estalado em meu rosto.
- Está tudo bem, linda. Como eu já disse... – Os olhos de desceram e olharam para o meu sorriso. – Esse sorriso é tudo o que importa. – Ele completou e logo depois, selou os meus lábios longamente.

Há algum tempo, havia me perguntado o que viria depois da minha faculdade. O que mais eu podia querer? Eu disse que sempre quis um cachorro e ele deu um jeito nisso. Ele deu um jeito de participar disso de alguma forma. Ele queria participar de tudo, ele queria tornar o que nós tínhamos o mais especial possível. queria ser parte de tudo, assim como eu queria ser parte de tudo o que acontecia na vida dele. A única diferença é que ele estava conseguindo e eu não.

- Tem uma coisa me preocupando. – Eu disse entre uma brincadeira e outra que eu e fazíamos com o cachorro.
- Preocupada com o que? – perguntou, enquanto jogava uma bolinha do outro lado da sacada para que o pequeno cachorro fosse pegar.
- Você sabe, todos os dias eu saio da minha casa ás 7 da manhã e volto só a noite. Ele vai ficar o dia inteiro sozinho? – Eu perguntei. – Quer dizer, eu não quero que ele passe o dia preso e sozinho na minha casa. – Eu não sabia como resolveria aquele problema.
- É, eu sabia que você teria essa preocupação, por isso, eu já resolvi isso. – aproveitou que estávamos sentados lado a lado e puxou uma das minhas mãos.
- E eu posso saber como? – Eu sorri pra ele. Eu deveria saber que ele daria um jeito..
- Ele vai ficar aqui. – respondeu prontamente.
- Ficar aqui? – Eu arqueei uma das sobrancelhas.
- Você volta pra casa e ele fica aqui. Eu vou cuidar dele e quando você sentir saudades, você volta. – explicou.
- Mas você também trabalha. – Eu não achei que isso pudesse funcionar.
- Sim, mas você sabe que eu tenho alguns privilégios na empresa. Eu sempre posso dar uma passada aqui em casa. Além disso, é mais um motivo pra te fazer vir até aqui. – deu um sorriso malandro.
- Oh, agora eu entendi! – Eu fingi estar indignada. – Então tudo isso tem uma segunda intenção? – Eu cerrei os olhos.
- Não é errado querer você por perto e... – olhou para baixo. O filhote voltou a se aproximar e agora estava deitado ao lado dele. – Eu gostei dele. – acariciou o cachorro.
- Bem, pra mim tudo bem. Eu sei que você vai cuidar dele e eu sei que se eu levá-lo, eu vou me sentir mal por não dar tudo de mim para cuidar dele. – Eu realmente achei que fosse uma boa ideia.
- Então, está tudo resolvido, mas ele ainda não tem um nome. – parou de acariciar o cachorro, que havia dormido para dar sua total atenção a mim.
- Isso! É uma das melhores partes. – Eu nem havia pensado nisso ainda. – Vamos ver. – Eu disse, pensativa.
- O que você acha de ‘Elvis’? – Ele perguntou e me olhou, enquanto esperava a resposta.
- ‘Elvis’? – Eu repeti e fiz careta. – Elvis é uma lenda. Não dá pra colocar o nome dele em um cachorro, sabe? – Eu demonstrei que não havia gostado. – Quer dizer, é a mesma coisa de colocar o nome dele de Michael Jackson. Não dá! – Eu neguei com a cabeça.
- Certo, vamos pensar em outro. – não se importou muito. Eram só ideias. O cachorro era o meu presente. A decisão final seria minha.
- Riley? – Eu perguntei demonstrando estar em dúvida.
- Riley? – repetiu. – Eu não sei. Isso me lembra o nome de alguma cantora famosa. Ele é macho. Não podemos fazer isso com ele. – negou com a cabeça.
- E se fosse algo mais diferente. – continuou pensativo. – Algo como... Winston? – perguntou.
- É, seria ótimo se estivéssemos dando um nome a um papel higiênico e não a um cachorro. – Eu disse e ele começou a rir.
- Um ‘não’ era o suficiente. – Ele continuou a rir.
- Vamos pensar em algo melhor. – Eu me concentrei. – E se... – Eu pensei alto. – Não, esquece. – Eu rapidamente desisti.
- O que? Diz. – queria ouvir qualquer palpite.
- Não é nada. É só que... – Eu sorri fraco e coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. – Dias antes de a minha avó morrer, ela havia prometido que me daria um cachorrinho. Eu não podia tê-lo em casa por causa do , por isso, nós havíamos combinado que ficaria na casa dela. – Eu fiz uma pausa. Eu já havia me arrependido de ter lembrado disso. – Nós fomos ver o cachorro e até demos um nome pra ele, mas ele nunca chegou a ser meu. Não... deu tempo. – Eu forcei um sorriso para que aquilo não soasse tão triste.
- Qual era o nome? – perguntou. Ele estava certo do que tinha que fazer.
- O nome era ‘Buddy’. – Eu me recordei do cachorro que nunca havia sido meu.
- Bem, agora você tem o seu ‘Buddy’. – Estava decidido. Seria ‘Buddy’! – Hey, buddy. Gostou desse nome? – segurou o cachorro nas mãos e ele parecia prestar atenção. – Você gostou de ‘Buddy’? – repetiu a pergunta e o cachorro rapidamente latiu. – Isso foi um sim, né? – riu e olhou pra mim.

Buddy? Ele é meu agora. Ele não tinha nada a ver com o Buddy anterior. O Buddy de agora era bem mais bonito. Era da raça Golden Retriever e parecia ser o melhor cachorro do mundo. Um cachorro pra mim seria algo importante e marcante. Eu sempre sonhei com esse dia e agora eu estava vivendo ele. Parece tão simples e ridículo. Quer dizer, da melhor faculdade de medicina a um cachorro. Eu sempre quis isso e agora estava mesmo acontecendo. Eu pensei que eu estaria plenamente satisfeita no dia que eu tivesse o cachorro. Hoje, eu estou satisfeita, mas não só pelo cachorro e sim pelo gesto de . Não seria tão significativo se ele não estivesse envolvido nisso de alguma forma do mesmo jeito que a minha avó estava envolvida da última vez.

Nós passamos a tarde brincando com Buddy e a hora pareceu voar! Quando nos demos conta, já era a hora de eu ir pra casa para me arrumar. Me vestir para aquela noite foi um problema. Eu havia trazido poucas peças de roupas para Atlantic City e por sorte eu trouxe um vestido (VEJA O VESTIDO AQUI). Nós havíamos combinado de nos encontrar ás 22 horas lá no barzinho que ficava em frente ao apartamento do , por isso, ele passaria me buscar 21:45. Estava quase na hora e só pra variar, eu estava correndo para estar pronta a tempo.

- , vou buscar a . – apareceu na porta, enquanto eu me olhava no espelho, pois eu terminava a minha maquiagem. – Você não quer mesmo ir comigo? – Ele perguntou.
- insistiu em vir me buscar. – Eu me virei para olhá-lo.
- Então está certo! Vejo você daqui a pouco. – piscou um dos olhos e saiu, me deixando rindo sozinha. Eu voltei a me maquiar e o meu celular começou a tocar. Não dá pra ficar pronta desse jeito. – Oi, . – Eu atendi e coloquei no viva-voz. Eu falaria com ela e me maquiaria ao mesmo tempo.
- Pronta, garota? – sorriu ao ouvir a voz da amiga.
- Quase! – Eu fiz careta e ela riu.
- Isso quer dizer não. – Ela continuava rindo.
- Você me conhece. – Eu já estava acostumada com a minha fama de atrasada. – E você? – Eu perguntei.
- Estou pronta. disse que passaria me pegar agora. – sorriu, sem jeito.
- ? Hmm.. – Eu tinha que zoar com isso. – Vocês não tinham brigado? Ele não tinha acabado de vez com tudo? – Eu fiquei confusa. Que casal mais enrolado!
- Ele tenta, mas não consegue viver sem mim. – riu em seguida.
- E você não consegue viver sem ele. – Eu completei e ela parou de rir.
- Não coloque palavras na minha boca. – ficava furiosa quando qualquer pessoa insinuava que ela era louca pelo .
- Eu não coloquei, só as tirei do seu coração. – Eu disse apenas para irritá-la ainda mais.
- Ei! Não me fale coisas assim. – fez careta. – Não é porque aconteceu com você e o que vai acontecer comigo e com o . Desencana. – desconversou.
- Oh meu Deus, o chegou! – Eu ouvi a buzina e corri até a janela para ver. Ele estava adiantado!
- Ok, eu vejo você daqui a pouco! CORRE! – riu, pois sabia que eu devia estar correndo como louca naquele momento.
- Beijos! – Eu desliguei e corri até a minha caixa de joias para pegar os meus anéis, pulseira e brincos. Eu estava colocando meus sapatos na velocidade da luz, quando ele apareceu na porta. Ficou algum tempo me observando fazer tudo com pressa e começou a achar graça.
- Vai com calma. – Eu ouvi ele dizer e imediatamente levantei o meu rosto para olhá-lo. Ele estava sorrindo lindamente.
- Eu estou atrasada, já sei! – Eu continuei a fechar o sapato, mas não deixei de olhá-lo.
- Não está não. Eu é que cheguei mais cedo. – saiu da porta e entrou no quarto. – Você vai embora amanhã e o meu tempo está acabando. Tudo bem se eu ficar vendo você se arrumar. – Ele disse, enquanto aproximava-se com as mãos no bolso. Eu já disse o quanto ele estava bonito? Uma blusa azul marinho que teve suas mangas dobradas até os cotovelos, uma calça jeans preta e um tênis preto. É claro que o cabelo estava bagunçado e também havia um relógio em seu pulso.
- Não, não vamos falar sobre amanhã agora. Esqueça isso. Essa é a sua noite! Todos os seus amigos vão estar lá para comemorar com você. – Eu não queria que ele ficasse triste naquela noite.
- Tudo bem, eu entendi. – esqueceu o assunto e sentou-se em minha cama. – Se você não quer se atrasar de verdade, é melhor acelerar. – comentou, vendo que meu cabelo estava todo bagunçado. Eu havia secado, mas ainda não o havia arrumado.
- Falta só o cabelo. – Eu fui até o espelho com a escova de cabelo e comecei a escová-lo.
- E a ? Como ela vai? – se esquecido de perguntar isso antes.
- Ela me disse que o vai buscá-la. – Eu respondi, olhando pra ele através do espelho.
- Oh, não. Isso não vai acabar bem. – fez careta e negou com a cabeça.

estava aflita. Estava sentada em um dos sofás e olhava na janela de 5 em 5 minutos. estava mais de 10 minutos atrasado. Pensou em ligar para ele, mas não achou necessário. Ele chegaria a qualquer momento. A mãe olhava toda aquela apreensão da filha e quis saber o que de tão importante esse garoto tinha para fazê-la ficar esperando. saltou do sofá quando ouviu a campainha tocar. Despediu-se de sua mãe e ajeitou o vestido antes de abrir a porta. estava na porta e nem conseguiu disfarçar o olhar, que percorreu todo o corpo dela.

- Oi. – sorriu. Ela queria xingá-lo por ele ter se atrasado tanto, mas ele estava tão bonito que ela resolveu deixar pra lá. A demora tinha sido justificada.
- Como você está? – se concentrou em tirar aquele sorriso bobo de seu rosto e ficou mais sério.
- Eu estou bem e você? – deu alguns passos e pisou na varanda de sua casa, fazendo dar alguns passos para trás. Fechou a porta atrás dela e voltou a olhá-lo.
- Bem. – continuava sério. –Vamos? – apontou para rua e afirmou com a cabeça. Ele virou de costas, começou a andar em direção a rua e ela o acompanhou. Eles percorreram o jardim da casa dela e chegaram na calçada. parou em frente ao seu carro (que na verdade era de seus pais) e então ele virou-se para olhá-la. – Então... – deixou de olhá-la para olhar para um taxí que estava estacionado atrás de ‘seu’ carro. – É só entrar. Eu já passei o endereço pro motorista. – voltou a olhar pra e deu a volta em ‘seu’ carro para entrar pela porta do motorista.

- Espera. O que? – não entendeu. O que aquele taxi estava fazendo ali?
- O taxí! – apoiou os braços na lataria superior de ‘seu’ carro e a olhou. – Entra nele. – Ele apontou com a cabeça para o taxi.
- Porque não vamos com o seu carro? – arqueou a sobrancelha.
- Ok, eu vou explicar mais devagar pra você entender. – segurou o riso. – Eu vou com o meu carro. Você vai de taxi. – Ele disse e continuou a olhá-la. Não podia perder aquela cena por nada.
- Você está brincando, né? – riu por poucos segundos.
- Qual a surpresa? – ergueu os ombros. Ele ainda segurava o riso.
- Qual a surpresa? Eu não sei, ! – ironizou. – Talvez seja porque você veio até aqui com o seu carro e está me mandando pegar a porcaria de um taxi. – Ela já estava perdendo a paciência.
- Você não deveria falar assim do taxi. Se o motorista resolver ir embora, você terá que ir a pé. – continuava fazendo-se de inocente.
- Ir a pé? Você vai ver o que eu vou fazer com os meus pés, seu... – ia dizer, mas se segurou. Ele respirou longamente e tentou se acalmar.
- Uh, alguém está de mau humor hoje. – riu, deixando ainda mais louca.
- Você disse que viria me buscar! – tentou argumentar.
- Não, eu apenas marquei um horário. Eu disse que estaria aqui ás 21:30 e eu assumo que eu atrasei um pouco, mas eu nunca disse que te levaria. Eu vim para trazer o taxi. – explicou.
- Não! Você veio aqui pra tirar com a minha cara, não é? – negou com a cabeça. Só faltava sair espuma pela sua boca.
- Deixa de ser mal agradecida, garota! Eu vim até aqui, trouxe o taxi e até pedi um desconto pra ele! Porque você está reclamando? – abriu os braços. Ele ainda se fazia de inocente.
- Porque eu não posso ir com você? – abriu os braços. – Me dê um bom motivo para ir de taxi, sendo que você está aqui e nós vamos para o mesmo lugar? – Agora ela tentaria manipulá-lo de alguma forma.
- Eu dou até dois se você quiser! – forçou um sorriso. – Primeiro porque nós não estamos juntos. Eu não tenho que ficar sendo gentil e ficar pagando de motorista particular. – O sorriso dele aumentou. – E segundo porque eu estou indo pra um barzinho. Um barzinho cheio de garotas bonitas e gostosas. Eu não quero ser visto chegando com você. Eu não quero que elas achem que você é alguém especial pra mim porque você não é. – disse com aquele ar de superioridade que deixou no chão. – Agora é melhor você entrar no taxi ou vai se atrasar. – abriu a porta do seu carro. – Vejo você lá. – Ele piscou um dos olhos e entrou em seu carro. ficou imóvel. Ela não sabia se chorava de raiva ou se começava a atacar pedras no carro de . Ele saiu com o carro e nem ao menos olhou pra trás.
- Idiota! Filho da mãe! – gritou vendo o carro se afastar. – Ele vai me pagar. – ajeitou novamente o seu vestido e olhou pro taxi. Ela não tinha outra opção.

Eu já havia acabado de me arrumar e eu e estávamos a caminho do barzinho. me disse que o barzinho era só até ás 23hrs e depois começaria a balada. Eu já estava prevendo que só voltaria pra casa depois das 3 da madrugada e por mim tudo bem.

- E o Buddy? – Eu perguntei, preocupada.
- Quando eu sai de casa ele estava dormindo. – respondeu, enquanto prestava a atenção no trânsito.
- Vai ser tão triste ter que me despedir dele amanhã. – Eu fiz bico e olhei para ele.
- Só dele, né? – me olhou por poucos segundos.
- Awn, você está com ciúmes dele. – Eu segurei a risada e me aproximei dele.
- Não estou não. – riu, voltou a me olhar e fez careta. – Só por curiosidade... – Ele começou a dizer com um tom engraçado. – Você sabe, o Buddy vai sentir muito a sua falta. Quando você volta pra vê-lo? – perguntou e eu achei graça.
- O Buddy, né? – Eu neguei com a cabeça e ele me olhou, culpado. – Bem, eu não sei direito. – Eu disse, pensativa. – Eu acho que... – Eu continuava pensando. – O nosso aniversário de namoro. – Eu me dei conta de que o nosso aniversário de namoro não estava tão longe assim.
- 3 meses? Só daqui 3 meses? – me olhou, perplexo.
- Eu sei, é muito tempo. – Eu também não parecia contente com a situação. – Mas nesse meio tempo eu tenho provas e trabalhos. Já estão até marcados. Eu não posso sair de lá antes disso, mas você pode ir me ver. – Eu dei a ideia. Se eu não posso vir, ele vai!
- É, eu vou tentar dar um jeito de ir. – tinha que dar um jeito..
- Então está combinado. – Eu fiquei mais feliz por saber que não ficaria tanto tempo sem vê-lo.
- Agora, é hora da festa. – Nós entramos na rua do barzinho e do apartamento do . Havia uma pequena fila de carros.
- Você vai demorar uns 3 dias pra achar um lugar pra estacionar. – Eu fiz careta.
- Eu sei! É por isso que vou deixar meu carro na garagem do apartamento. – disse e já entrou em direção a garagem, esperando o portão abrir.

estacionou o carro e nós descemos do carro. Passamos pelo portão e apenas atravessamos a rua. já tinha comprado as entradas, então não precisaríamos ficar na fila. Nós estávamos de mãos dadas, quando entramos no estabelecimento. Era meio escuro e havia alguns garçons passando pra lá e pra cá. As mesas estavam de um lado e a pista de balada era do outro. Como a balada ainda não havia começado, a pista ainda estava vazia. Apenas as mesas estavam lotadas.

- Está vendo alguém ai? – perguntou, quando chegamos nas mesas.
- Vamos ver. – Eu me esforcei para ver alguém conhecido, já que estava escuro e as luzes estavam bem baixas.
- Ali, achei. – disse e já me puxou em direção a tal mesa. – ! – gritou ao chegar na mesa e assustou .
- Que susto, porra! – deu um pulo, fazendo quase chorar de tanto rir.
- De onde vocês vieram? Eu nem vi! – se levantou para me cumprimentar. – ! – me abraçou imediatamente. – Oh meu Deus, me deixa olhar pra você. Você está linda. – olhou o meu vestido. – Nova York está fazendo bem pra você. – brincou.
- Você é que está incrível. – Eu também a olhei. – O seu cabelo está diferente. – Eu imediatamente notei.
- É, todo mundo notou menos o seu irmão. – olhou pro e fez careta.
- Obrigado por isso, irmãzinha. – piscou um dos olhos pra mim e sorriu com falsidade.
- É normal. 18 anos convivendo com ele e ele nunca notou um corte de cabelo ou qualquer outra coisa que eu fizesse no cabelo. – Eu quis concertar, mas não deixava de ser verdade.
- Ok, esquece isso. – riu e negou com a cabeça. – Me conta tudo! E Nova York? Não é a mesma coisa por telefone. – se sentou e esperou que eu me sentasse ao lado dela.
- Oi ! Eu também estou bem e você? – ficou esperando para cumprimentá-la, mas ela nem notou a presença dele ali.
- Ahn! Oi, Jonas! – riu e se levantou rapidamente para cumprimentar o amigo. – Desculpa. Eu fiquei tão feliz em ver a que me esqueci de você. – continuou rindo.
- Oh, isso é muito confortador. – disse e foi em direção ao , que continuava sentado. – E ae, cara? – estendeu a mão e o olhou e depois apertou a mão do melhor amigo e cunhado.
- Fala, ! – sorriu pro amigo. – Muito bom esse lugar. – Meu irmão comentou. Ele havia achado que havia escolhido muito bem o seu apartamento.
- É bem legal, né? Eu também gostei. – concordou.
- Desculpa o atraso! Eu demorei uns 10 minutos pra achar uma vaga pra estacionar. – chegou do nada e começou a cumprimentar todo mundo.
- E a ? – perguntou, quando passou para cumprimentá-la.
- A ? Não sei. – nem deu atenção e continuou a cumprimentar os meninos. Não sabia? e eu nos olhamos. Como assim não sabia? Esperamos ele se sentar para fazermos mais perguntas.
- Eu parei o carro na garagem do prédio. – disse, rindo.
- Filho da mãe. – riu e negou com a cabeça.
- Eu só consegui vaga porque eu cheguei mais cedo. – explicou. se sentou em frente ao .
- ? – o chamou e ele olhou.
- A não está com você? – Eu perguntei, preocupada.
- Não, mas o está procurando uma vaga pra estacionar lá fora. Eu encontrei com ele e daqui a pouco ele deve chegar. – desconversou.
- A me disse que você ia buscar ela. – Eu ainda não estava entendendo o que estava acontecendo.
- Buscar ela? Eu não falei nada. – negou com a cabeça. A minha preocupação só aumentava, quando alguém puxou bruscamente a cadeira ao lado do .
- ? – Eu nem vi ela chegando. Ela parece brava. O que aconteceu?
- Onde você estava? – perguntou. Porque ela chegou sozinha?
- Eu estava vindo. Atrasei, né? – Ela se sentou e nem ao menos olhou pro .
- Você não disse que viria com o ? – Eu fui direto pro assunto. - Eu disse, mas descobri que ele é inútil até pra isso. – falou e continuou sem olhar pro , que apenas sorria das grosserias que ela dizia.
- O que aconteceu? – perguntou, enquanto ria. Ele sabia que acharia graça de qualquer jeito.
- Eu não vou mais perder meu tempo falando desse imbecil. Não importa o que aconteceu. A única coisa que importa e que eu soube desde o inicio é que ele é um babaca. – suspirou longamente.
- Babaca? – a olhou e riu. – Oh, meu Deus! Eu estou tão triste com esse insulto que acho que vou procurar alguém pra me consolar. Por onde eu começo? – olhou em volta e virou-se imediatamente para olhá-lo.
- Idiotaaaaa! – começou a estapeá-lo. Ela estava com vontade de fazer isso no segundo em que ele a deixou sozinha em frente a sua casa.
- Ei, ei! – se levantou para parar a discussão.
- Sai de perto dele. Sente aqui. – Eu me levantei e a tirei do lado de .
- Sua maluca! – gritou na direção dela.
- Cala essa boca! – respondeu, mesmo estando do outro lado da mesa. Agora ela estava sentada ao lado da e eu estava sentada entre e .
- Qual o problema de vocês? – olhou furiosamente para ambos. – Não façam esse tipo de ceninha quando estiverem comigo. As pessoas podem ver! – Ele deu a bronca.
- Oi, pessoal. – chegou na mesa e logo percebeu o clima pesado. – O que está acontecendo aqui? – olhou rapidamente para o rosto de todo.
- Você não vai querer saber. – negou com a cabeça. – Senta ae. – apontou a cadeira vazia ao seu lado. cumprimentou rapidamente todos e se sentou onde havia apontado.
- Já pediram as bebidas? – perguntou.
- Não. Vamos pedir. – respondeu, pegando o cardápio de bebidas.

Fizemos os pedidos e esperamos que as bebidas chegassem. Eu e conseguimos fazer a relaxar e esquecer . Nós conversávamos sobre tudo e eu contava os detalhes sobre Nova York como elas pediram. Os garotos conversavam sobre esportes. ficou sabendo que o novo time da escola pela qual eles jogavam antes era horrível e isso repercutiu na conversa deles por um longo tempo. As bebidas chegaram e junto com elas vieram alguns aperitivos como batata-frita.

- 5 minutos e nós iremos recolher as mesas. – Uma garçonete passou e nos avisou.
- Acho que vão recolher as mesas porque aqui também vai ser a pista de dança. Tem muita gente lá fora. Não cabe todo mundo só daquele lado ali. – deduziu.
- É, deve ser isso mesmo. – concordou.
- Acabem logo de comer essas batatas. – olhou pra mim e para as meninas. Nós só ficamos conversando e não havíamos comido direito.
- Engraçado é que quando eu pergunto, ela não tem nada pra contar sobre Nova York, mas quando é para as amigas... – me olhou e eu forcei um sorriso ao olhá-lo também.
- Assunto de garotas, Jonas! – piscou um dos olhos pro amigo.
- Ou seja, estão falando sobre homens. – revirou os olhos.
- Homens? – voltou a me olhar, só que agora uma de suas sobrancelhas estava erguida.
- Não me olha assim. – Eu me defendi e ele não conseguiu segurar o sorriso. – Não estou falando sobre homens. – Eu rolei os olhos.
- É exatamente isso que elas dizem quando estão falando sobre homens. – continuar a irritar .
- O único homem do qual eu falo é você. – Eu olhei pro e disse do jeito mais doce que eu consegui.
- Eu sei que é mentira, mas eu adorei ouvir você dizer isso. – sorriu de forma engraçada e se aproximou para me beijar. Eu selei seus lábios de forma rápida, pois o meu irmão estava na nossa frente. É meio constrangedor pra mim, mas não parece ser pra ele. voltou a se aproximar e selou meus lábios novamente. Durante o longo selinho, ele levou uma de suas mãos para frente, que era onde estava sentado e mostrou o dedo do meio para o amigo.
- Estão vendo porque eu não posso odiar esse cara? – gargalhou ao ver a atitude de . – Eu até estou me acostumando a ver eles se beijando. – disse e descolou rapidamente os nossos lábios.
- Sério? – sorriu pro amigo, perplexo.
- Não! Pode parar com essa nojeira agora e tirar essas cheia de dedos dela. – ficou imediatamente sério.
- Vai, seu trouxa! – começou a rir da cara do .
- Não enche! Se não fosse a você ia ser bv até agora. – deu o troco e todos da mesa riram.
- O que? O que você disse? Pode repetir? – arqueou a sobrancelha e olhou sério pro amigo. Deixou de olhá-lo para olhar pro . já sabia o que queria dizer. sabia sobre as nossas tentativas frustradas de fazer sexo. não pode tratá-lo assim.
- É brincadeira, cara! – imediatamente sorriu. – Vem aqui, me dá um abraço! – abriu os braços em direção do amigo, que se esquivou.
- Sai daqui, trouxa. – começou a rir.

Acabamos de comer e desocupamos as mesas. Ficamos em um dos cantos para não atrapalhar os funcionários que retiravam as mesas do salão. Era bom estar com eles de novo. me abraçava de 5 em 5 minutos. Eu já havia contado pra ela discretamente sobre a briga do e do Mark em Nova York e eu também contei sobre a Meg. não saia do nosso lado e participava da conversa. Os garotos conversavam ao nosso lado, mas eles estavam tão distraídos que não escutavam nada da nossa conversa. Os portões do local foram abertos e as pessoas que estavam na fila para ir na balada entravam aos poucos.

- Quais as suas matérias na faculdade? São muito difíceis? – me perguntou, interessada.
- Eu aprendo um pouco de cada medicina. Em cada hora uma delas se torna prioridade e ganha mais importância. – Eu expliquei, esperando que elas não entendessem tanto do que eu estava falando. – Eu estou amando! O único problema é ficar longe de vocês. – Eu fiz bico e elas sorriram, comovidas.
- Awn! – Elas me deram um abraço coletivo. O nossa abraço chamou a atenção de , que parou de prestar atenção na conversa dos amigos e virou-se em nossa direção.
- O que está acontecendo aqui? – se aproximou e beijou carinhosamente o meu rosto.
- , você precisa fazê-la voltar pra Atlantic City. Você é o único que pode fazê-la voltar. – pediu.
- Eu? – apontou pra si mesmo e quase riu. – Eu tentei! Eu dei um cachorro pra ela hoje. Se isso não a fez ficar, nada mais faria. – fingiu estar decepcionado.
- Isso não é verdade! – Eu argumentei.
- É claro que é. Ela nem se importa mais comigo. – fez drama apenas para me irritar.
- É mentira! – Eu o olhei, indignada. – Porque está dizendo isso? Mentira! – Eu cerrei os olhos e me aproximei, roubando-lhe um selinho. – Seu bobo. – Eu fiz careta e ele riu.
- O que foi? – se fez de bobo. Ele apenas me queria ouvir dizer.
- Você sabe que você foi o único que poderia ter me feito ficar e é o único que pode me fazer voltar. – Eu disse e ele sorriu como nunca.
- Eu só estou brincando. – aproximou uma de suas mãos do meu rosto e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. – Você está exatamente onde deveria estar. – Ele trouxe meu rosto pra mais perto e voltou a selar meus lábios.
- Literalmente ou... – Eu disse e ele riu.
- Literalmente. – afirmou com a cabeça e eu também ri.
- Ok, essa é a minha deixa. Vou arrastar o pra pista de dança. – disse e rapidamente se afastou.

Eu e continuamos conversando e demos um jeito de trazer para o assunto. Ela estava sozinha e não queríamos que ela se sentisse mal por estar ali. Ela e estavam me contando alguns fatos engraçados da faculdade deles e eu estava achando graça de tudo. A graça acabou, quando eu olhei através do ombro de e vi quem eu menos esperava ver.

- O que ela está fazendo aqui? – Eu cortei o assunto e e pararam de falar no mesmo instante. não entendeu o que havia acontecido e resolveu seguir o meu olhar, que mantinha-se fixo na vadia que atravessava o salão. Quando viu que era a Amber, entendeu tudo. Ele voltou a me olhar e dessa vez parecia mais tenso.
- Pega leve, ok? – pediu cuidadosamente.
- O que ela está fazendo aqui? – Eu repeti a pergunta, já que não havia sido respondida da primeira vez.
- É um encontro de amigos. Ela é a minha amiga. – explicou da melhor forma que conseguiu.
- Você a convidou? – Eu arqueei uma das sobrancelhas. Ele fez mesmo isso? forçou um sorriso, se aproximou e beijou minha testa.
- Eu vou cumprimentá-la. Eu já volto. – disse e se afastou. O que diabos ele está fazendo? me olhou e viu o quão furiosa eu estava.
- , calma. – sabia do meu ódio por Amber, todos sabiam.
- O só pode estar de brincadeira comigo. – Eu suspirei para tentar me acalmar. Eu estava de costas para Amber, mas estava de frente.
- Nossa, mas esse vestido precisava ser tão curto e justo? – disse em um tom baixo para que somente eu escutasse.
- Eu só não rasgo essa porcaria de vestido porque se eu fizesse isso ela ficaria nua e é exatamente isso o que ela quer. – Eu nem me virei para olhá-la. Eu não queria ter que olhar na cara dela.
- Não é só porque ela está usando um micro vestido que ela esteja tentando roubar o seu namorado. – continuava olhando Amber e , que agora se aproximava da amiga. viu Amber saltar para os braços de e abraçá-lo com empolgação. – Ok, talvez ela queira. – fez careta.
- O que? O que ela está fazendo? – Eu não queria dar o braço a torcer e olhar.
- Digamos que um abraço de urso seja pouco pra descrever a cena. – negou levemente com a cabeça.
- Eu vou matar essa garota. Eu estou falando sério! – Eu tentava manter o controle.
- Oh não... – me olhou, aflita.
- O que foi agora? – Eu tinha até medo de ouvir.
- O está trazendo ela pra cá. – não sabia o que fazer.
- Ele está me testando. – Eu estava me preparando psicologicamente para aquele encontro. – Se ele acha que eu vou dar uma de idiota pra agradar ele, ele está maluco. – ficou ainda mais preocupada ao me ouvir dizer aquilo.
- Olha o que você vai fazer, . – me alertou, mas eu estava tão cega de raiva que não estava mais prestando atenção em nada.
- Ela está aqui. – Eu ouvi a voz de . Eu continuei olhando pra . – ? – apareceu ao meu lado. Controle! Eu preciso ter controle!
- Hey. – Eu me virei para olhá-lo e percebi que Amber estava ao seu lado. Eu não olhei pra ela.
- A Amber queria te ver. – sorriu pra mim e apontou para Amber com a cabeça. Ela queria me ver? Na verdade, ela só queria me comunicar que havia chego pra arruinar a minha noite. Eu forcei um sorriso, mas ele acabou saindo mais fraco do que eu imaginei. Olhei pra ela e ela deu o sorriso mais falso do mundo. Ela me olhou descaradamente dos pés a cabeça.
- Olá, . – Amber disse, tentando dar uma de simpática.
- Oi Amber! Como você está? – Eu entrei no joguinho dela. Vamos ver quem ganha essa porcaria.
- Eu... estou bem e você?- Amber pareceu surpresa com a minha pergunta.
- Eu estou ótima! – Eu a surpreendi novamente. Achou que ia acabar com a minha noite, né?
- Oi, ! – Amber achou melhor cumprimentar para não demonstrar o quanto havia ficado incomodada com toda aquela minha falsa felicidade.
- Como está indo, garota? Faz algum tempo que não te vejo na faculdade. – a abraçou rapidamente. estava mais do que satisfeito com o meu comportamento. Ele me olhou e piscou um dos olhos.
- É, eu ando muito ocupada. Muitos trabalhos e o vive me pedindo ajuda. – Amber disse em alto e bom som para que eu e todas as pessoas ao redor escutasse. – Eu acho até que passo mais tempo me preocupando com os trabalhos dele do que os meus. – Amber brincou e olhou pro que riu.
- Isso não é verdade! Tem muitos trabalhos que eu faço sozinho. – fez careta pra Amber e foi até o meu lado, passando uma de suas mãos em torno da minha cintura.
- É, quando eu não posso ir te socorrer, a sua única saída é fazer sozinho mesmo! – Amber continuou brincando com o . O que foi? Ela está querendo morrer?
- Engraçadinha! – mostrou a língua e ela riu. QUE MERDA ESTÁ ACONTECENDO AQUI? E essas brincadeirinhas patéticas? Eu olhava pra ela e ela continuava rindo pra mim.
- Eu quero um refrigerante. Eu vou buscar. – Eu tinha que sair dali ou eu teria que arrancar os cabelos dela.
- Não, não! Eu vou! – me puxou pela cintura e me trouxe para o mesmo lugar em que eu estava. – Eu vou! – Ele aproximou seu rosto do meu e selou rapidamente meus lábios. – Vocês querem alguma coisa? – olhou pra Amber e pra .
- Não, obrigada. – Amber voltou a sorrir.
- Eu quero que você dê um soco no seu amigo. Dá pra ser? – observava discretamente, que flertava com diversas garotas ao mesmo tempo.
- Não, mas eu posso segurar pra você bater. Fechado? – segurou o riso e olhou para amiga.
- Não fica brincando, . Eu vou mesmo! – começou a rir.
- Eu já volto. – riu e saiu, deixando eu, Amber e sozinhas.
- Eu vou... – Amber me olhou e apontou pra qualquer outro lugar. Pela primeira vez no dia ela estava me olhando de forma séria, pela primeira vez ela tirou aquele sorrisinho falso do rosto. – Eu vou falar com os garotos. – Ela disse e depois sorriu pra . Ela saiu ajeitando o vestido.
- Como ela pode ser tão cara de pau? Você viu o que ela estava fazendo? – Eu estava indignada. Eu não podia estar maluca. Não podia ser só eu que via as coisas que essa garota faz.
- Falando sobre ela e o ? Eu vi! Ela nem disfarçou. – negou com a cabeça. As atitudes de Amber também já não a agradavam.
- É, mas o ainda não notou. Ele a colocou em um pedestal, ele não vê as coisas ridículas que ela fala ou faz. – Aquilo me deixava maluca!
- Porque não fala pra ele? – perguntou.
- Eu tentei mais de uma vez e nós sempre acabamos brigando. – Eu ergui os ombros como se já não soubesse o que fazer.
- O que você vai fazer? – quis saber.
- Agora? Agora ela vai dançar comigo. – apareceu do nada do meu lado, entregou o meu refrigerante para e puxou uma das minhas mãos.
- Espera! O que você está fazendo? – estava na frente e ia me guiando até a pista de dança. – , vai com calma! – Eu comecei a rir. Eu deixei a sozinha! – O que... – Eu ia perguntar e ele imediatamente parou de andar, virou-se de frente pra mim e me puxou pra frente, fazendo nossos corpos se chocarem. Nos encaramos e rimos sem emitir som. – O que você está fazendo? – Eu finalmente consegui completar a pergunta.
- Bem, eu realizei o meu sonho. – O brilho nos olhos dele demonstrava o quanto ele estava feliz. – Eu tenho um emprego, eu tenho um apartamento e a minha garota está na cidade. – Os braços dele estavam em torno da minha cintura e os meus em torno do seu pescoço. Nossos rostos estavam bem próximos e aquele era só mais um momento mágico entre nós. – Eu quero dançar, eu quero comemorar, eu quero... – O enorme sorriso que ele deu interrompeu a sua frase. Ele olhava em meus olhos de forma doce e apaixonante. – Eu quero fazer tudo com você. – Ele completou. - Eu estou aqui por você. Seja pra fazer tudo ou pra não fazer nada. – Eu disse e ele deu aquele sorriso bobo. se aproximou e selou rapidamente meus lábios. Eu não esperava que ele afastasse os nossos corpos do nada e me giraria duas ou três vezes seguidas. – Nós estamos em uma balada e não em um baile da terceira idade. Nós temos que dançar igual a todos aqui. - quase riu, justificando a sua atitude.
- Tudo bem, então vou começar a me esfregar em você. – Eu brinquei e ele arregalou os olhos.
- Não me complica. Seu irmão está olhando! – sabia que eu estava apenas o provocando.
- Apenas brincando! – Eu fiz careta e ele riu, negando com a cabeça.

Nós estávamos nos divertindo. Por alguns longos minutos eu até me esqueci que Amber estava ali. Eu até havia me esquecido do ódio que eu sentia cada vez que ela olhava pro . O ódio que Amber sentia por mim também se mantinha. Ela estava odiando ver eu e nos divertindo juntos. Ela odiava ver que estava se divertindo sem ela e que a única pessoa que conseguia arrancar dele o sorriso que ele estava dando, enquanto dançávamos juntos era eu. Ele havia se esquecido dela, sendo que ela estava ali por ele. e estavam conversando com ela, mas não estavam prendendo a sua atenção. A coisa mais útil que ela deve ter feito na noite foi notar a solidão de .

- Você não vai ficar ai sozinha, não é? Venha. – Amber segurou pelo braço e a arrastou até a rodinha em que estavam e .
- Não, não. Eu não... – foi reclamando, mas não terminou a frase quando ficou cara a cara com .
- O que foi? Está virando antissocial agora? – não deixava a garota em paz.
- É a melhor opção quando você está por perto. – revidou no mesmo instante.
- Nossa, você está mais chata que o normal hoje, hein. – rolou os olhos.
- E eu espero que você não esteja achando que você tem algum efeito sobre isso. – o encarou, furiosa.
- Bom mesmo, porque esse é apenas o começo. – piscou e saiu sem dizer pra onde ia.
- Eu não vou me intrometer. Não vou falar nada! Já basta os meus dramas. – negou com a cabeça e deixou de olhar para .
- Qual o problema? Eu achei que estivesse juntos. – Amber não estava entendendo nada.
- Não estamos juntos e nem nunca estivemos. Ele não é garoto pra mim. – parecia mais chateada do que irritada agora.
- E porque não? – Amber perguntou.
- Ele é um garoto. Estou procurando um homem de verdade. – bebeu um gole da minha bebida que havia ficado em suas mãos. – Não estou a fim de ser babá de ninguém. – suspirou longamente e saiu. e Amber a acompanharam com os olhos até perdê-la de vista.
- Complicado isso, não é? – Amber fez careta e a olhou.
- Nem me fale. – também fez careta. – Falando nisso, você tem visto a ? Ela está bem? – não sabia se estava fazendo o certo ao perguntar da ex-namorada, mas já era tarde demais.
- A ? Você partiu o coração dela, . Como acha que ela está? – Amber nem ao menos percebeu o quanto estava sendo grossa. Ela só estava protegendo sua prima.
- Certo, me desculpa por perguntar. – ficou até sem jeito. Não devia ter perguntado! – É que eu me preocupo com ela. Eu quero que ela seja feliz. Eu realmente quero isso. – tentou se justificar.
- Pelo menos você está feliz, não é? – Amber parecia estar dizendo aquilo com duplo sentido. a olhou, perplexo. Porque ela estava tratando ele daquele jeito?
- Onde está a ? Ela estava com o meu refrigerante. – Eu me aproximei de . Onde estavam e ? estava ao meu lado.
- A está por ai e este era o seu refrigerante. – levantou um copo vazio que estava sobre o balcão.
- Eu não sabia que você ainda dançava, . – Amber se intrometeu na conversa.
- Eu não danço, mas ela gosta de dançar. – apontou pra mim com a cabeça. – Eu tenho que acompanhá-la. – sorriu pra melhor amiga. Oi? Eu estou perdendo alguma coisa?
- Por quê? Você costumava dançar? – Eu olhei pro , curiosa.
- Eu nunca fui bom nisso. – fez careta e negou com a cabeça.
- Mentira! Ele era muito bom. – Amber voltou a se intrometer. Alguém pediu a opinião dela? – Se lembra daquele baile, ? – Amber começou a rir.
- Qual? Aquele que participamos daquela batalha de dança? Nós acabamos com aquele casalzinho patético. – gargalhou e parecia estar relembrando.
- Oh, meu Deus! Eu nunca dancei tanto na minha vida! – Amber também estava rindo agora. Do que eles estavam falando? Porque eu não estava na conversa?
- Eu acho que, talvez, você não fosse uma boa dançarina. Explicaria essa mudança de opinião repentina dele sobre dançar. Ele não gosta de fazer isso agora. – Eu olhei pro e ele ficou mais sério. Ele não havia gostado do jeito que eu havia falado com ela.
- É, talvez a companhia interfira na vontade dele de dançar ou não. – Amber forçou um sorriso. O QUE ELA ESTÁ QUERENDO DIZER? Ele dança comigo! Está certo que eu sempre tenho que implorar para ele fazer isso, mas ele sempre dança. Eu não consegui disfarçar. Eu a encarei rapidamente e ela mantinha aquele sorriso falso no rosto. – Bem, eu vou ir ao banheiro. Eu já volto. – Amber quis sair. O clima estava mais pesado do que deveria.
- Vai lá. – afirmou com a cabeça e a observou sair. Eu também a observei da forma mais discreta que eu consegui. Quando eu a vi entrar no banheiro, eu já sabia exatamente o que deveria fazer.
- Que droga! Eu queria tanto aquela bebida. – Eu voltei a olhar pro copo vazio em cima do balcão.
- Eu vou buscar outro. – disse. – Eu já volto. – selou meus lábios antes de sair. Observei ele se afastar e olhei pro .
- , eu vou ir ao banheiro. Avise o ! – Eu disse e nem esperei a sua resposta. Eu sai rapidamente em direção ao banheiro. Agora essa garota não me escapa.
- Espera! , espera! – gritou, mas foi em vão. – Quem precisa de amigos quando se está sozinho? – perguntou a si mesmo e logo depois soltou um longo suspiro.

Hora dos show! Eu entrei no banheiro e ele estava estranhamente vazio. Eu não me contentei com o silêncio e fui olhando box por box. Apenas um estava ocupado e adivinha quem estava usando-o? Ding, ding, ding! Amber! Era exatamente com ela que eu queria conversar. Eu fui até a porta do banheiro e a tranquei para que ninguém entrasse ali durante a nossa conversa. Eu não queria que fossemos interrompidas de forma alguma. A porta do box da Amber se abriu e ela foi até a pia, enquanto arrumava o cinto de vestido. Eu fui a observando e esperei que ela me visse. Amber começou a lavar as mãos e olhou no espelho.

- ? Oi! – Amber me viu através do espelho.
- Oi, Amber. – Eu começaria com calma, mas a minha vontade era já sair gritando e chamando ela de vadia.
- Você está bem? Você parece um pouco... incomodada. – Amber sorriu com falsidade. Eu não aguento essa falsidade! Argh!
- Para, Amber! – Eu rolei os olhos. – Para com essa ceninha patética. – Eu respirei fundo para me acalmar. – Você pode fazer o e todos os outros de idiota, mas a mim você não engana. – Eu afirmei, séria.
- Do que você está falando? Eu não estou entendendo. – Amber fez cara de coitada.
- Essa amizade entre você e o ... – Eu pausei. – Acha mesmo que eu acredito que você quer manter essa amizade pra sempre? Quer mesmo que eu acredite que você não tem alguma outra coisa em mente? – Eu comecei com as acusações.
- Olha só, eu não faço ideia do que você está falando e não estou nem um pouco interessada em fazer isso agora. Se não se importa, eu vou voltar pra lá. – Amber apontou pra porta e passou por mim. Eu ouvi seus passos em direção a porta e me virei para olhá-la. Comecei a andar rapidamente atrás dela e consegui chegar na porta junto com ela. Só deu tempo suficiente de empurrar a porta que estava começando a ser aberta.
- Não, nós vamos conversar. – Eu voltei a trancar a porta e me afastei, esperando que ela me olhasse. – Eu não vou voltar pra Nova York sem antes conversar com você o que eu tenho pra conversar. – Eu disse, assim que ela virou-se em minha direção. Amber cerrou os olhos por poucos segundos.
- Você quer conversar, ? Então vamos conversar! – Amber afastou-se da porta e veio em minha direção. – Sobre o que quer conversar? – Ela abriu os braços.
- Bem, eu queria muito te perguntar se a loja em que você compra essas roupas dá 50% de desconto, já que você só costuma comprar metade delas. – Eu me referia ao cumprimento das suas roupas. – Mas como eu sei que você não vai querer falar sobre isso, porque não falamos sobre o ? – Eu ironizei e eu senti que ela também estava se segurando para não surtar.
- Sobre o ? Claro! O único assunto que temos em comum. – Ela sabia muito bem qual era o assunto, mas o ‘assunto que temos em comum’ foi só pra me provocar. – Pelo que eu percebi, a nossa amizade te incomoda. – Amber sorriu discretamente.
- Porque eu me incomodaria? Eu tenho motivos pra isso? – Eu arqueei uma das sobrancelhas.
- O único motivo é a sua insegurança! – Amber me encarou e falou com superioridade. - Você adora achar um vilão pra todos os seus dramas. Você faz isso para não ter que encarar a realidade de que a culpa disso tudo é sua! Você escolheu ir pra Nova York! Você escolheu deixá-lo aqui sozinho! – Ela dizia como se estivesse me acusando do crime mais terrível do mundo.
- E o fato de você ficar se insinuando pra ele? É culpa minha também? – Eu aumentei o tom da voz.
- Eu não estou me insinuando pra ele. Eu só estou sendo a boa amiga que eu sempre fui. – Amber negou com a cabeça.
- Qual é o plano, Amber? Você vai continuar dando uma de boa amiga, enquanto espera qualquer recaída ou fraqueza dele? É isso? – Eu queria que ela falasse de uma vez.
- Você é maluca. – Amber quase riu e negou com a cabeça.
- Você não faz ideia! – Eu disse em tom de ameaça.
- O conhece esse seu lado? – Amber continuava mantendo aquele sorriso irônico em seu rosto.
- Oh, ele conhece e devo dizer... ele adora. Ele adora o fato de eu sempre brigar pelo que eu quero e pelo que é meu. – Eu a fuzilei com os olhos.
- Olha só! Outra coisa que temos em comum. – Amber riu. VADIA! EU QUERO MATAR ELA! AQUI E AGORA! Eu cerrei os olhos e a olhei. Eu já nem tinha mais tempo para ironias e provocações.
- Fica longe dele, Amber. – Eu a encarei da forma mais ameaçadora que eu consegui.
- Você sempre teve esse costume de controlar todos a sua volta. O é o seu namorado e você pode controlá-lo se você quiser, mas não a mim. – Amber continuava me desafiando.
- Quer saber? Você está certa! Eu não posso te controlar, mas eu tenho um certo controle sobre o . Eu só acho que você deveria estar um pouco mais preocupada com isso. Nunca se sabe quando eu vou me cansar de ter que olhar pra sua cara e vou fazer com que acabe de vez com essa amizade patética. – Eu voltei a ser irônica apenas para mostrar que ela não estava sendo tão superior quanto achava.
- É mesmo? E porque ainda não fez isso? – Amber voltou a sorrir. – Porque já ficou mais do que claro aqui que você me tiraria da vida dele na primeira oportunidade. – Ela completou.
- Você acha que eu não consigo? – Eu quase ri. Ela estava me desafiando agora?
- É, eu acho que você não consegue e é exatamente por isso que você está aqui agora. – Amber apontou pra mim. – Não é, ? – Ela deu alguns passos na minha direção. – Você está aterrorizada! Você está aterrorizada porque está percebendo que está aprendendo a viver sem você. Você está percebendo que ele já não precisa tanto de você quanto você imaginava. – Ela mordeu o lábio inferior. – Aposto que não achou que a situação aqui estava tão ruim pra você, não é? – Ela riu, sarcástica. – Ele não precisou de você pra escolher o apartamento dele. Ele não precisa de você para ajudá-lo na faculdade e muito menos para se divertir. – Ela foi jogando tudo aquilo na minha cara e parecia saber que aquele era meu ponto fraco. – Aposto que você fica se perguntando qual o próximo grande passo que ele dará sem você. – Amber me olhou com pena. – Mas não preocupe, . Eu vou continuar aqui por ele. – Ela piscou um dos olhos. ? Filha da p...
- Cala a boca! – Eu estava me segurando para não afundar a minha mão na cara dela.
- O que foi? Você não queria conversar? Você gosta de falar, mas não aguenta ouvir? – Amber continuava testando a minha paciência. Aquela foi a gota d’água.
- Escuta aqui, garota. – Eu segurei o seu braço com uma das minhas mãos, o apartei e a trouxe pra mais perto. Eu queria tanto, mas tanto acabar com ela, mas eu não podia. Era exatamente isso que ela queria. Eu a olhei e suspirei longamente para me acalmar. - Não, não! Quer saber? Continue com o seu teatro ridículo, mas faça isso bem longe de mim. – Eu disse em tom de ameaça.
- Ou o que? – Amber tentou puxar seu braço, mas não conseguiu.
- O seu maior castigo vai ser não tê-lo, Amber. O seu castigo vai ser perceber que ele já te tirou da vida dele uma vez e não vai ser difícil ele fazer isso de novo. – Eu a olhei nos olhos, pois eu queria que ela guardasse bem aquelas palavras. - Faça o que você quiser fazer, tente o quanto você puder, mas você nunca, nunca vai conseguir ser eu. – Eu pausei por poucos segundos. - Você nunca vai tomar o meu lugar. Sabe por quê? – Eu perguntei retoricamente, enquanto ela cerrava os olhos. – Porque eu tenho uma coisa que você nunca chegou perto de ter. – Eu sorri, sem mostrar os dentes.
- E o que seria? – Amber arqueou ambas as sobrancelhas. Ai está a pergunta que eu estava esperando.
- O amor dele. – Eu soltei o seu braço com força e ela me olhou com todo o ódio do mundo. – Agora você pode voltar a colocar a sua máscara e se fazer de santa. – Eu a olhei pela última vez e comecei a andar em direção a porta. A destranquei e depois a bati sem nem sequer olhar para trás.



TROQUE A MÚSICA:




Eu admito que adorei falar aquilo pra Amber, mas também doeu um pouco ouvir as palavras dela que me faziam ter medo de serem verdadeiras. Minhas emoções estavam como uma montanha russa. Eu subia e descia a todo o momento e eu estava procurando estabilidade. Dei alguns passos pelo salão lotado de pessoas dançando e se esfregando. As palavras que Amber haviam me dito ecoavam em minha cabeça.

- Aqui está você! – apareceu repentinamente na minha frente. Eu o olhei, surpresa. Eu estava preocupada com o fato de que ele pudesse perceber o que havia acabado de acontecer. Eu não queria brigar.
- Oi... – Eu forcei um sorriso, enquanto ele me olhava.
- Onde você estava? Eu te procurei por toda parte. – estendeu a bebida que estava em suas mãos. – Aqui, o seu refrigerante. – Ele continuava esperando a minha resposta.
- Eu estava... – Eu indiquei com o dedo. – No banheiro. – Eu decidi não mentir. Não tinha motivos pra isso. Todo mundo vai ao banheiro.
- Você está bem? – me olhou, desconfiando. – Você parece... – Ele não sabia qual adjetivo usar.
- Eu estou bem. – Eu me adiantei. Eu não queria estragar a noite dele. não parecia convencido, mas não quis insistir. Ele continuou me olhando e eu fazia o mesmo. Eu acabei sorrindo e ele também sorriu. Ele se aproximou com o mesmo sorriso e beijou carinhosamente uma das minhas bochechas. Os dedos se entrelaçaram em meu cabelo e ele continuava me olhando.
- Eu estou feliz que esteja aqui. – disse antes de selar longamente os meus lábios. O beijo apenas fez com que as suas suspeitas aumentassem. Algo estava acontecendo. – Está tudo bem mesmo? – me olhou, preocupado.
- Está tudo ótimo. Não se preocupe. – Eu voltei a sorrir e roubei um selinho dele.
- Se você está dizendo. – quase riu. – Então, o que vamos fazer? – olhou em volta. Todos estavam dançando e nós estávamos ali parados. Eu também olhei e volta e vi encostado em um dos balcões. Ele estava sozinho.
- Vamos ficar com o . Ele está sozinho. – Eu segurei a mão de e comecei a guiá-lo até o local onde estava.
- Sabe, eu pensei em arrumar uma amiga minha pra ele, mas ai eu percebi que todas as minhas amigas são amigas dele também. – disse, enquanto continuávamos caminhando até o local onde estava. Eu ri rapidamente e neguei com a cabeça.
- Genial. – Eu continuei negando com a cabeça. Só o mesmo pra me fazer rir depois de tudo o que eu já havia escutado naquela noite.
- , estou impressionado com a sua empolgação. – disse, assim que chegamos em nosso amigo.
- É, eu acho que já não sou mais tão experiente nessas coisas. – riu de sua própria desgraça. – Eu acho que vou embora. Eu não estou sendo uma boa companhia pra ninguém essa noite. – sorriu fraco.
- Não, fica! – Eu reagi imediatamente. – Eu quero que fique. Eu quero a sua companhia. – Eu disse e ele sorriu pra mim, negando com a cabeça. – É sério! Fica! – Eu jamais o deixaria ir embora.
- Fica, . Vamos conversar, cara. – deu alguns tapinhas no ombro do amigo.
- Ok, eu fico. – rolou os olhos.
- Voltei! – Amber chegou por trás e depois foi ao lado do .
- Onde você estava, garota? Eu estava te procurando. Estava preocupado. – olhou seriamente para Amber. Preocupado com ela?
- Eu passei no banheiro e depois peguei uma bebida. Está tudo bem. – Amber sorriu discretamente pra mim e depois olhou pro . Ela usou seu ombro para empurrar o dele e ele riu. O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – E então, como está o apartamento? Já está tudo arrumado? Tudo instalado? – Amber puxou assunto. Alguém tira ela daqui por favor?
- Ontem eu instalei a TV! – abriu um enorme sorriso. – Você estava certa sobre aquela TV! Quando nós fomos escolher, eu não botei muita fé, mas quando eu a instalei ontem a noite... – fez uma pausa e negou com a cabeça. – É loucura! Eu nunca vi uma TV tão foda na vida. Eu estava vendo o jogo ontem e parecia que eu estava na quadra! – Ele contava pra ela com todo o entusiasmo.
- Sério? – se interessou.
- No próximo jogo dos Yankees, eu vou chamar você e os caras pra irem lá assistir comigo. Você não está entendendo! – falou para o amigo. – Eu nunca, nunca mais compro nada sem a Amber! Eu não faço ideia de como comprar essas coisas e ela sabe de tudo. É sério, ela é foda. – continuou dizendo pro amigo e eu apenas ouvia sem reação alguma. Amber me olhou e arqueou uma das sobrancelhas como se dissesse ‘Viu? Eu te disse!’.
- Imagina, . – Amber riu, sem jeito.
- Não, é sério! O que eu faria sem você? Eu teria comprado tudo errado! – sorriu pra ela. OI? EU ESTOU AQUI! Isso é alguma brincadeira? – Eu estou falando sério! É loucura, parecia que eu estava lá! – Ele reafirmou. Eu já ouvi, merda! Não precisa ficar repetindo.
- Já que você está falando nisso, eu estava pensando em uma coisa nessa semana. – Amber olhou discretamente pra mim e depois pro .
- Pesando em quê? – também estava interessado. Só eu que quero que ela cale a boca?
- Eu nunca fui a um jogo dos Yankees. – Amber sorriu fraco. – E se nós fossemos? Nova York não fica tão longe. – Amber deu a ideia. Nova York? Ela fala como se ele já não conhecesse Nova York.
- Bem... – sorriu sem mostrar os dentes. – A última vez que eu fui a um jogo eu estava com o meu pai. – Mesmo não querer deixar em evidência, havia uma certa tristeza em sua frase.
- Mais um motivo pra nós irmos. Da última vez você estava com o seu pai e agora você vai com a sua melhor amiga. Tem como ser mais especial que isso? – Amber disse e sorriu pra ela.

Sinceramente, eu quase ri na cara dela. Ela é trouxa ou o quê? Ela não é tão especial quanto pensa. Quando é que ela vai se tocar? Aliás, o não tem tempo nem para ir me visitar em Nova York. Ela acha mesmo que ele vai largar trabalho e faculdade pra ir em um joguinho com ela? Tem como ser mais patética que isso? Eu estou ansiosa para ouvir dizendo não a ela. Vamos, Jonas! Diga de uma vez.

- Combinado! Nós vamos! É só marcar! – concordou sem hesitar. Mentira, isso. Isso não pode estar acontecendo. Eu não consegui me manifestar. Eu só olhei pra ele, mas ele nem sequer notou, pois estava olhando para a Amber.

É isso mesmo? Ele não pode ir até Nova York pra me ver. Eu estou lá há quase 6 meses e ele foi me ver uma única vez. sempre diz que está ocupado com a faculdade e com o trabalho. Como ele pode ter arranjado um tempo pra ela tão rapidamente? Porque pra ela e não pra mim? Eu não acredito que eu estava me decepcionando com ele de novo. Eu não acredito que a Amber está novamente entre nós. Amber percebeu o quão conturbada eu estava e ela passou a me olhar. Eu percebi os olhares dela e a olhei também. Aquele maldito sorriso sarcástico me fazia querer dar uma voadora nela. Ela ergueu os ombros como se dissesse ‘Fiz alguma coisa de errado?’. FILHA DA PUTA.

- Vamos, ? – queria saber se queria ir com eles ao jogo. notou que eu estava incomodada com toda aquela história. só não percebeu, pois ele não olhou pra mim.
- Eu não sei, cara. Tem a faculdade... – fez careta. – Eu tenho muita coisa pra fazer, mas marquem um dia e eu vejo se dá pra eu ir. – me olhou.
- Eu acho que vou chorar quando entrar naquela quadra. – Amber continuava no assunto, porque sabia o quanto eu estava incomodada. Ela sabia! Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Ela sabia que eu e tínhamos dificuldades para nos ver e que ele quase nunca podia ir até lá para me ver. Amber estava se aproveitando disso. Ela estava usando isso a favor dela.
- Apesar de fazer muito tempo, eu ainda me lembro. É incrível. – continuava conversando com a sua melhor amiga e havia esquecido que eu estava ali. O que eu ainda estou fazendo aqui? Amber voltou a me olhar. Era tão gratificante pra ela ver que eu estava me decepcionando com por causa dela. Parecia que ela estava se vingando do que eu havia dito pra ela há minutos atrás naquele banheiro. Cada vez que ela me olhava com superioridade, eu me segurava para não voar nela.
- Já que nós vamos pra Nova York, nós podíamos dar uma passada na casa da . – Amber apontou pra mim com a cabeça. Ela queria me colocar na conversa. Ela queria causar conflito entre mim e o . estava atento a tudo. havia percebido que eu ficava cada vez mais decepcionado e com mais raiva. Ele sabia que a qualquer minuto, eu jogaria tudo pro alto e explodiria. – Quer dizer, se der tempo. Nós não vamos querer perder um segundo daquele jogo, né? – Amber riu rapidamente e depois de me olhar, olhou pro .

E esse é o meu limite. Eu me segurei, eu tentei ignorar, mas eu não posso mais deixar isso passar. Eu não posso deixar essa vontade de dar uma lição nessa vadia passar. Eu nunca senti tanto ódio de uma vez só e por uma só pessoa. Eu havia me segurado para não fazer nada naquele banheiro, mas agora eu não consigo. Amber estava há dois passos e foi exatamente essa quantidade de passos que eu dei para chegar em sua frente e comprimir todo o meu ódio em um só tapa. O rosto dela se virou e a minha mão pedia por mais. A sorte dela foi que estava mais atento do que eu imaginei. Ele me segurou pela cintura no mesmo segundo e me puxou pra trás.

- ! – me olhou com um olhar que era uma mistura de raiva e perplexidade. entrou em minha frente, eu o encarei e logo depois me aproximei dele para poder olhá-la.
- EU TE AVISEI, NÃO AVISEI? – Eu gritei e voltou a me empurrar pra trás.
- Ei, ei, ei! Se acalma! – disse e eu nem sequer dei ouvidos. Eu olhava através de seus ombros para ver qual seria a atitude de Amber. O rosto dela ainda estava abaixado e as mãos o cobriam. Eu vi se aproximar dela e quando ele tocou o seu corpo, ela desabou. Ela só não caiu no chão, porque ele a segurou. Algumas lágrimas alcançaram os meus olhos, mas com certeza eram de raiva.
- Amber! Amber! – gritava o nome dela e ela se mexia lentamente. Ela parecia bastante atordoada. tirou as mãos que cobriam o rosto dela e colocou a sua cabeça lentamente sobre o chão.
- Eu... – Amber tentou dizer. – Está doendo. – Ela resmungou e voltou a passar uma das suas mãos em seu rosto. deixou de olhá-la e mesmo estando agachado ao lado dela, ele me olhou. Raiva e decepção definiam a sua expressão ao me olhar.
- O QUE HÁ DE ERRADO COM VOCÊ? – Ele gritou da forma mais grosseira que conseguiu. Eu demorei para me dar conta de que toda aquela raiva e toda aquela grosseria estava sendo direcionadas a mim.
- Ela estava me provocando! Você viu, não viu? – Eu não acredito que de novo eu havia sido a única que havia visto qual é o jogo que essa vadia está jogando.
- A única coisa que eu vi foi ela tentando ser legal com você e você sendo a mesma mimada irracional de sempre! – voltou a me atacar com aquelas duras palavras. Eu estava completamente sem reação. Isso não pode mesmo estar acontecendo. Eu estava me sentindo tão forte antes, mas a cada palavra dele a minha força se tornava frágil. deixou de me olhar para dar atenção a ela, que quase não conseguia tocar o lado de seu rosto que eu havia estapeado.
- Você não está vendo o que ela está fazendo? , foi ela quem começou! FOI ELA! – Eu comecei a entrar em desespero ao ver que ele não havia visto o que ela fez durante toda a noite.
- CHEGA! – disparou, furioso. Ele voltou a me olhar com mais raiva do que antes. – CHEGA DE MENTIRA! – Ele nunca foi tão grosso em toda a sua vida. – Todo mundo aqui sabe que você nunca a suportou! Porque você não para de ficar inventando desculpa e assume as coisas que você faz? Porque você não assume logo de uma vez que não foi capaz de atender um simples pedido meu, nem mesmo em um dia tão especial pra mim? – detonou todas essas palavras contra mim sem nem se importar que todos estavam ouvindo ou se aquilo me magoaria.

Onde está toda a minha força agora? Onde está toda a força que eu usei para dar uma lição na Amber? Onde estava a minha força que já não me abandonava há um bom tempo? a tirou de mim com apenas um olhar e algumas frases. As lágrimas eram só mais um preço que eu tinha que pagar pela minha força frágil. Eu olhei pra ele, devastada. Devastada sim! Devastada pelo simples fato de não poder ter o meu namorado do meu lado. Devastada por ter que ver o meu namorado ao lado da garota que eu mais odeio no mundo. Devastada por estar me dando conta de que a cada dia que passava eu estava perdendo o meu espaço na vida dele. Eu comprimia todas as lágrimas, mas eu sabia que não conseguiria fazer isso por tanto tempo. Eu já não conseguia ficar e ver aquela cena ridícula. Eu não conseguia vê-lo se preocupando com a Amber e acabando comigo para defendê-la. Eu não posso mais fazer isso. me olhou pela última vez e eu o encarei. Eu só deixei de olhá-lo, quando eu me virei de costas e sai, indo em direção a porta.

- ! – me chamou, negando com a cabeça. O meu olhar e as poucas lágrimas que ele havia visto em meus olhos haviam quebrado o seu coração. deu um passo, demonstrando que iria atrás de mim.
- ! – o chamou e parou e virou-se para olhá-lo. – Deixa ela ir! – disse em tom de ordem. Ele não queria que alguém fosse atrás de mim e me consolasse. Pra ele, eu havia cometido um erro terrível.
- Se você quer dar uma de idiota, faça isso sozinho, Jonas. – disse sem se importar se estava sendo grosso. Ele deixou falando sozinho e voltou a andar na mesma direção que eu. A raiva de aumentou, enquanto ele observava se afastar.
- Droga! – resmungou e voltou a olhar pra Amber. – Amber? – a chamou novamente.
- Eu estou meio... tonta. – Amber fez careta e colocou a mão na cabeça.

Todas as minhas emoções pareciam ter vindo a tona de uma só vez. Toda a culpa que eu sentia por ter ido pra Nova York, toda a decepção de ver fazendo com a Amber tudo o que ele faria comigo se eu estivesse aqui e a raiva de tê-lo visto ficar ao lado dela ao invés de mim. Tudo estava a flor da pele e eu queria gritar. Eu queria gritar e talvez dar alguns socos em uma parede. Eu sai do tal barzinho e fui até a calçada. A única coisa que eu precisava agora era de um taxi. Um taxi que me levasse pra casa, que me levasse pra longe dele. Sim, eu podia pedir para que me levasse embora, mas eu teria que explicar tudo. Eu sabia que se eu envolvesse o , ele acabaria brigando com o . Eu não queria mais confusão. Eu não queria envolver a amizade deles nessa história.

- ! – Eu ouvi a voz de gritar. Eu me virei para olhá-lo e vi que ele correndo em minha direção. Eu cruzei os meus braços, porque estava ventando mais do que eu havia previsto. Eu fiquei parada, esperando que ele chegasse até mim. – Onde você está indo? – perguntou, respirando com dificuldade por causa da corrida.
- Embora. – Eu respondi sem me prolongar. Eu não queria consolo, eu queria ir pra casa.
- Você está bem? – Ele já sabia a resposta da sua pergunta, mas foi o único jeito que ele encontrou para fazer eu me abrir.
- Ele me odeia. Você viu? Ele me odeia. – Eu neguei com a cabeça.
- Ele não te odeia, . – se aproximou e me olhou com carinho.
- Você não viu o jeito que ele me olhou? – Eu apontei para o barzinho. – O jeito que ele falou comigo? – Eu deixei de olhá-lo para olhar para o céu. Eu estava me segurando para não chorar.
- Ei! – queria que eu o olhasse e foi isso que eu fiz. – Você não fez nada de errado. – sorriu sem mostrar os dentes. – Se quer saber, eu estou orgulhoso. – Ele disse e eu arqueei uma das sobrancelhas. Orgulhoso?
- Orgulhoso por quê? – Eu não havia entendido.
- Está brincando? Você viu aquele tapa? Eu achei que a cabeça dela ia virar 360 graus. – segurou o riso e conseguiu arrancar um sorriso de mim.
- ... – Eu neguei com a cabeça com um fraco sorriso no rosto.
- Foi demais! Sério! – reafirmou, rindo.
- Para! – Eu comecei a rir, mesmo sem querer.

continuava ajoelhado naquele barzinho ao lado da Amber. Ela ainda estava atordoada, mas estava começando a se recuperar. Ela estava voltando a falar coisas com sentido. estava preocupado. Não foi só que notou a força daquele tapa que eu estava para dar há um bom tempo. Ele estava tão bravo comigo. Ele estava escutando o que Amber estava dizendo antes do tapa e não achou em nenhum momento que pudesse ser algum tipo de provocação. Para ele eu só havia feito algo que estava com vontade de fazer algum tempo.

- Consegue sentar? – perguntou e Amber se esforçou para levantar as costas. ajudou Amber a se sentar.
- Vai.. – Amber disse, fazendo caretas porque ainda sentia dor.
- O que? – não havia entendido.
- Vai atrás dela, . – Mesmo com dor, ela queria mostrar a ele que ainda se importava comigo.
- Não, não! Eu não vou te deixar sozinha. – segurou a mão da amiga e a apertou.
- Eu estou bem. – Amber o olhou, séria. – Vai! Vai logo atrás dela. – Ela apontou com a cabeça em direção a saída.
- Não! – reafirmou.
- Por favor! – Amber pediu com jeitinho. a olhou e negou com a cabeça. Ele sabia que ela era teimosa e não sossegaria enquanto ele não fizesse o que ela pedia.
- Você vai ficar bem mesmo? – voltou a perguntar.
- Eu vou! – Amber sorriu pra ele e se levantou lentamente para poder sentar na cadeira mais próxima.
- Eu vou, mas eu volto. – a avisou e se levantou. Ele não queria deixá-la ali e nem estava com cabeça para a conversa que teria comigo, mas ele tinha que ir.

começou a andar em direção a saída e algumas pessoas que estavam na balada ainda o olhavam. Ele foi passando por todos, pensando no que me diria. Ele queria me falar tudo o que estava com vontade de dizer, mas sabia que se fizesse isso, nós brigaríamos feio. Ele não sabia se valia a pena. continuava conversando comigo e ele até conseguiu me distrair e me fazer esquecer de toda a culpa, decepção e raiva que eu sentia. A distração se perdeu, quando eu vi através dos ombros de , vindo em minha direção.

- Oh, não. Ele está vindo. – Eu disse, sem saber se eu saia correndo ou se ficava e brigava. Levei uma das mãos até o meu cabelo e entrelacei meus dedos nele, enquanto o jogava pra trás. Eu não queria ter aquela conversa agora.
- Vocês têm que conversar. – disse, sabendo que não poderia fazer nada para evitar aquela conversa.
- Eu não quero! Eu já ouvi demais hoje. – Eu suspirei, negando com a cabeça.
- Fica calma. Não se dá pra resolver as coisas com a cabeça quente. – aconselhou.
- , me deixa conversar com ela. – A voz de me fez ver que ele já havia nos alcançado. Eu não queria que saísse. Eu não quero conversar.
- Calma. – disse sem emitir som. Virou-se para e manteve-se sério. – Pega leve, . – aconselhou o amigo e nem sequer deu atenção. Os olhos dele não saiam de mim. passou por ele e começou a se afastar. Agora era só eu e ele.

Era frustrante não sentir raiva ao olhar pra ele. Eu queria tanto estar com raiva dele agora, porque era exatamente assim que ele se sentia com relação a mim. Eu só conseguia me sentir cada vez mais frágil e decepcionada. Todo mundo aqui sabe quem ganha quando se trata de raiva e decepção, não é? Eu cruzei os braços e deixei de olhá-lo. continuava me observando sem dizer nada. Ele deu mais alguns passos em minha direção e parou há quase 2 passos de mim.

- Quer me dizer o que foi aquilo lá dentro? – não tirava os olhos de mim.
- Foi... – Eu hesitei dizer, mas depois de olhá-lo eu tomei coragem. – Foi mais uma tentativa de mostrar a mim mesma que dessa eu não cruzei os braços e esperei acontecer. Eu lutei, mesmo tendo sido em vão. – Eu disse, mesmo sabendo que ele não entenderia do que eu estava falando. – Mas pra você foi só mais uma comprovação de que eu sou uma mimada irracional, não é? – Eu repeti as mesmas palavras que ele havia dito anteriormente.
- Era mesmo necessário, ? – voltou a usar o mesmo tom grosseiro de antes.
- Ela estava me provocando! Eu venho aturando essa garota por meses por sua causa! – Eu comecei a me irritar. Eu odiava ver ele defendendo ela. Deus, como eu odeio isso! – Eu não tenho sangue de barata. – Eu neguei com a cabeça.
- Provocando? Eu estava lá! Ela não disse nada! Ela não disse nada demais! Você é que implica com ela desde o dia em que ela pisou nessa cidade. – estava mais do que exaltado.
- VOCÊ ESTÁ CEGO! – Eu quase gritei. Porque ele estava fazendo aquilo? – Essa garota está cegando você! Você não percebe? Ela está te colocando contra mim! – Porque eu ainda perdia meu tempo tentando convencê-lo?
- Ela está me colocando contra você? Ela nem precisa! Você consegue fazer isso sozinha! – sorriu com sarcasmo.
- Eu? – Eu apontei pra mim mesma. Eu não acredito que eu estava ouvindo isso. Aquilo foi demais pra mim. – Se o problema sou eu, porque você veio atrás de mim? – Eu dei um passo em sua direção. Minhas emoções estavam no limite. – Porque não ficou com ela? – Eu apontei pro barzinho. – Hein? – As lágrimas começavam a se acumular em meus olhos e a raiva se acumulava em meu coração. – VOLTE PRA LÁ! – Eu o empurrei com toda a minha força. – Volte pra ela! Ajude-a! Leve-a pra casa! Fique com ela! Durma com ela! Faça o que quiser e me deixa! – Eu senti que não conseguiria mais segurar as lágrimas, por isso, virei de costas. Algumas poucas lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto e eu me odiava cada vez mais por isso. – Me deixa em paz, . – Eu fechei os olhos para que as lágrimas parassem de escorrer e passei minhas mãos pelo meu rosto.
- Oh, essa é a parte que você se faz de vitima. Você nunca volta atrás, não é? Você nunca vai assumir que fez besteira ou que se arrepender de algo. – me observou de costas. Ele também estava decepcionado com o que havia escutado.
- Não! Eu não vou dizer que me arrependo! Sabe por quê? – Eu voltei a olhá-lo. Naquele momento, a raiva era maior que a minha tristeza. – Porque eu não me arrependo! – Eu afirmei com ódio. – Se quer saber, eu adorei! Eu adorei ter dado na cara daquela vadia falsa! – Eu dei alguns passos em sua direção. – E pode ter certeza que eu faria de novo. Quantas vezes eu pudesse! – Eu terminei de dizer e o encarei. observou o meu rosto de perto por algum tempo.
- Você está chorando.. – pareceu surpreso com as minhas lágrimas. Aquelas lágrimas o intrigaram. Nós estávamos brigando, gritando e agora havia lágrimas no meu rosto das quais eu não me orgulhava.
- Não, eu não estou! Não é isso que as mimadas irracionais fazem, ? Elas não choram! – Eu usei os seus próprios argumentos contra ele. demorou para responder as minhas duras palavras. Ele continuou a me observar e depois de um tempo ele negou com a cabeça.
- Por quê? – abriu os braços. – Porque você tinha que estragar a minha noite? – Ele me olhou com decepção. – Quando foi a sua vez, quando era o seu sonho, eu estava lá! Eu comemorei com você, mesmo que isso significasse a minha tristeza. – Ele pausou por um tempo. – Agora era a minha vez. Os meus amigos estão aqui, você está aqui e eu estava feliz. Eu pedi pra que você fosse tolerante com a Amber. Eu só te fiz um pedido! Só um pedido e o que você fez? Estragou tudo. – Mesmo vendo as lágrimas em meus olhos, ele não parou até dizer tudo o que queria. Doeu. Provavelmente mais em mim do que nele.
- Eu não deveria ter vindo. – Foi a única coisa que eu consegui dizer. A minha voz até saiu um pouco embargada. – Eu vou embora e você pode continuar comemorando. – Eu me virei de costas com a intenção de novamente procurar um taxi. Havia passado uns 5 durante a nossa conversa e agora não tinha nenhum. Sacanagem.
- Eu te levo. – colocou a mão no bolso, demonstrando que iria pegar a chave de seu carro.
- Não, eu não quero! Fique e comemore com os seus amigos. – Eu virei pra olhar pra ele por poucos segundos, mas não consegui fazer isso por tanto tempo. Voltei a olhar pra rua e tudo o que eu queria era um taxi.
- Você sempre diz isso e eu sempre insisto pra te levar. – manteve suas mãos no bolso, enquanto me observava de costas. – Você faz, porque sabe que eu vou atrás de você. Eu não vou fazer isso hoje. – Ele negou com a cabeça. – Quer ir embora, fique a vontade. – Ele disse no mesmo instante em que eu avistei um taxi no inicio da rua. A vontade de chorar triplicou. Eu dei sinal para o taxi e ele parou em minha frente. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas nem chegou a vê-las. Ele apenas me observou entrar no taxi e sair.

havia voltado pra balada. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo lá fora, mas ele estava preocupado. Amber estava próxima a ele e ainda tentava se recuperar. e sumiram, assim como e . chegou a procurá-los, mas não os encontrou. Pensou que a chance deles estarem se pegando em algum canto era grande.

- Cadê todo mundo? – chegou, dando alguns tapas no ombro do amigo. o olhou e viu ao seu lado.
- Onde vocês estavam? – rolou os olhos.
- Nem te conto. – riu de forma malandra. – E a ? – olhou para os lados e não me viu.
- Nem te conto. – fez careta.
- O QUE? – entendeu errado. - Cadê o , porra? – teve alguns segundos de desespero.
- Não, não é nada disso. – riu. – É que aconteceu um problema. – não sabia como dizer sem fazê-lo querer matar o .
- Um problema? – aproximou-se, curiosa.
- Que problema? – quis saber.
- A maluca da sua irmã me bateu. – Amber se intrometeu, fazendo careta. A sua cabeça e seu rosto ainda doía.
- Ela o que? – olhou pra Amber e arqueou uma das sobrancelhas.
- Oh, meu Deus! O seu rosto. – se aproximou, pois viu o vermelhão no rosto de Amber.
- Cadê ela? – ficou imediatamente preocupado. – E o ? Ele está com ela? – Ele não gostaria de saber que a sua irmã estava sozinha. Ele não sabia o motivo da briga, mas sabia que eu estava mal.
- A última vez que eu vi, ela e o estavam conversando lá fora. – apontou em direção a porta. No mesmo segundo, saiu andando rapidamente em direção a saída, deixando até para trás.
- ! – o chamou, mas meu irmão nem deu ouvidos.
- Deixa ele conversar com a . – nem se importou. Ela achou que seria bom eu e conversarmos.
- Está brincando? Ele vai matar o . – não deu muitos detalhes. – Vem logo. – saiu e levou com ele.

estava parado no mesmo lugar. O lugar em que ele havia me visto entrar naquele taxi. Ele estava com medo da situação em que havíamos deixado tudo. Nada havia sido resolvido e as chances de terminarem bem eram preocupantes. Nós sempre consertamos as coisas do nosso jeito, mas dessa vez nós simplesmente não sabíamos como fazer isso da maneira certa. Nós nem sabíamos se isso era o certo a ser feito. estava decepcionado com as minhas atitudes naquela noite e eu estava decepcionada com as duras palavras ditas por ele e as ações dele há algum tempo.

As coisas não pareciam estar tão fáceis quanto antes. Muitas coisas estão diferentes agora. Coisas que nós não sabíamos explicar. Nós só sabíamos que não eram como antes. Isso me aterrorizava. Eu venho adiando pensar nisso ou até pensar nas consequências. As mudanças ao longo do caminho podem interferir no agora. Eu não consigo parar de pensar nisso. não sabia como reagir aquilo.

- ? – chegou de surpresa, mas não assustou . – Cadê a minha irmã? – Ele logo perguntou.
- Ela foi embora. – encarou o asfalto por um tempo e depois olhou pro cunhado.
- Como foi embora? Sozinha? – estava torcendo para ouvir uma resposta negativa.
- Ela foi de taxi. – respondeu sem achar que aquilo teria tanta importância.
- Ta de brincadeira, né? – quase riu, sem acreditar.
- Eu me ofereci para levá-la, mas ela não quis, cara. – abriu os braços.
- E você deixou ela ir sozinha? – abriu os braços, perplexo. – O que aconteceu? Porque ela foi embora? – começou a fazer perguntas.
- Por quê? – negou com a cabeça. – Ela deu um tapa na Amber. Ela surtou! – explicava com revolta.
- E pelo jeito você não gostou nada. – encarou o amigo. Estava começando a entender o que havia acontecido.
- A Amber é a minha melhor amiga! É claro que eu não gostei. – disse, impaciente.
- Sério? Engraçado. – forçou um sorriso. – E eu achei que a minha irmã fosse a sua namorada. – Ele ironizou. negou com a cabeça. jamais o entenderia.
- Não é porque ela é a minha namorada, que eu vou gostar de vê-la brigando com a minha amiga. – argumentou.
- Não importa com quem ela brigou, ! Ela é a sua namorada! Não importa o quê, você tem que ficar ao lado dela. – começou a se irritar. – Foi por isso que eu a deixei em suas mãos, cara. Você me disse que cuidaria dela. – Ele esperava uma boa explicação do .
- Não! Eu não tenho que ficar passando a mão na cabeça dela sempre. Ela errou e nem sequer foi capaz de assumir isso. Ela quis embora, eu deixei. – explicou sem muitos detalhes.
- Você lembra do que eu te disse quando descobri que vocês estavam namorando? – se aproximou do amigo.
- O que? – encarou o amigo. Estava bravo demais para abaixar a cabeça como ele vêm feito nas ultimas brigas.
- Eu disse que se você a magoasse, eu quebraria você. – recordou. – E eu vou cumprir. Entendeu? – enfrentou o amigo. Pegou o seu celular e discou o número do meu celular. Ele queria saber se eu estava bem.

O taxi havia acabado de parar em frente a minha casa, quando o meu celular começou a tocar. Eu olhei o visor e vi o nome do meu irmão. Eu tinha que atender. Eu não sabia se ele já sabia de tudo. Se ela já soubesse, estaria preocupado. Se ele não soubesse, estaria preocupado do mesmo jeito. Eu paguei o taxi, desci e só então fui atender o celular.

- Oi, . – Eu disse assim que atendi.
- Onde você está? – perguntou de prontidão.
- Eu cheguei em casa agora. Está tudo bem. – Eu já pude saber que ele sabia de tudo.
- Está mesmo? – perguntou, olhando pro .
- Está! Eu vou dormir agora. – Eu disse, abrindo a porta de casa.
- Certo, então eu falo com você depois. – estava mais tranquilo.
- Tudo bem, beijos. – Eu nem esperei a sua resposta e já desliguei.
- E então? – perguntou, preocupado.
- Ela chegou em casa. – voltou a guardar o celular no bolso.
- E então? Onde ela está? – já chegou perguntando.
- Ela foi pra casa. – olhou pro com desaprovação.
- E A Amber? Você a deixou sozinha? – apontou pro barzinho.
- Eu não sei. Eu acho que ficou. – nem estava se importando com a Amber.
- Que droga, ! – olhou pro , irritado.
- Então a minha irmã pode ficar sozinha e a Amber não, né? – olhou pro , incrédulo.
- Qual o problema, cara? Fala de uma vez! – se irritou com as indiretas que passou a mandar.
- O problema, , é que a minha irmã ficou meses sem ver a família dela. Toda vez que pedíamos para ela vir nos ver, ela dizia que não podia vir porque se ela viesse, ela não poderia estar aqui no precioso dia em que o comemoraria ao fato de ter o seu primeiro apartamento. – falou, mesmo sabendo que aquilo deixaria com um tremendo remorso. O ódio no rosto de desapareceu. – E veja que legal, ela está em casa agora e você está aqui. Porque não vai comemorar, ? Eu estou indo embora. – até havia perdido a vontade de ficar ali, além do mais, ele já havia feito tudo o que tinha em mente naquele barzinho. não conseguiu responder. Não havia argumentos para se defender. – Você vai ficar, ? – perguntou, afastando-se.
- Eu vou ficar. – olhou pro . Não queria deixar sozinho, mesmo que ele merecesse.
- Ei, ! – sussurrou para que não ouvisse.
- Vem, ! – chamou a namorada.
- Vá falar com ela. Conserte as coisas como vocês sempre fazem. – sorriu pro amigo e logo depois saiu correndo em direção ao carro de , que já lhe esperava impacientemente. escutou o que havia dito, mas não sabia se seguiria o seu conselho. Apesar de tudo, ele ainda achava que eu havia feito besteira.
- Você vai ficar, ? – perguntou para o amigo, que estava estranhamente quieto.
- Eu... – suspirou longamente e passou uma das mãos pela cabeça, bagunçando o seu cabelo. – Eu tenho que levar a Amber embora. – apontou para o barzinho.
- Não, deixa que eu levo. Fica, vai pra casa e vê se pensa um pouco. A noite foi longa. – deu alguns tapas nas costas do amigo.
- Tem certeza? – sabia que não tinha obrigação nenhuma de levar Amber embora.
- Tenho! Sai logo daqui. Eu levo ela. Conheço muito bem o caminho. – rolou os olhos. Ele conhecia o caminho, pois o fazia todos os dias, quando namorava .
- Valeu, cara. – se aproximou do amigo e eles fizeram o seu tradicional toque de mãos.

havia rodado o barzinho inteiro a procura dos amigos. Todos haviam sumido e ela não fazia ideia de onde eles poderiam estar. Ela havia conversado com alguns garotos, pois queria dar o troco em , mas ela não o viu nenhuma vez desde que eles haviam brigado no inicio da balada.

- ! – gritou o nome do amigo quando o viu passar pela porta de entrada. – Onde está todo mundo? – abriu os braços.
- Foram embora. – começou a andar e o acompanhou.
- Embora? O que aconteceu? – o olhou, perplexa.
- Por onde eu começo? – quase riu. – A e a Amber brigaram, a bateu na Amber, o e a brigaram, o e o quase brigaram também e todos resolveram ir embora. Agora sobrou pra mim levar o pivô do mal pra casa. – revirou os olhos.
- O que? Eu sumo por 1 hora e acontece tudo isso? – ficou chocada.
- E o ? Achei que estava com você. – olhou para a amiga.
- Comigo? É claro que ele não está comigo. – fez careta.
- Aposto que estão falando de mim. – chegou do nada e fez com que e parassem de andar.
- E quando é que eu não estou falando de você? – forçou um sorriso.
- , não fala essas coisas aqui. Eu estou acompanhado. – rolou os olhos e apontou para uma garota que esperava por ele há alguns passos dali. e olharam para a garota.
- Quanto você pagou? – brincou e revirou os olhos.
- Muito engraçadinho. – forçou uma risada.
- Onde está o ? Eu tenho que mostrar ela pra ele. – achou que deixaria de ser zoado de vez pelo amigo.
- Se quer ter um troféu pra exibir, deveria arrumar algo melhor. – alfinetou e a fuzilou com os olhos.
- Algo melhor tipo quem? Você? – quase riu. – Não, obrigado. – Ele deu o troco.
- Querem parar? Vocês querem mesmo discutir a relação depois de tudo? – se irritou. Eles não conseguiam ficar 3 minutos sem brigar.
- Tudo o que, cara? – quase riu.
- A e a Amber brigaram, o ficou bravo e eles brigaram também e depois ele e o quase se pegaram lá fora. Está bom pra você? – suspirou.
- O que? Mas... – demorou algum tempo para entender. – Que droga. – Ele fez careta e negou com a cabeça.
- Eu tenho que levar a Amber embora. – olhou em volta, procurando a Amber.
- Você pode me levar também, ? – perguntou para o amigo, pois sabia que não podia contar com o inútil do .
- Claro. – respondeu, mas continuou a procurar a Amber. – Ali. – Ele a encontrou.
- Eu até te levaria , mas não tem mais espaço no carro. – ergueu os ombros, enquanto ria e o fuzilou com os olhos.
- Se divirta com essa vadia. – desabafou e saiu, indo em direção a Amber.
- Eu vejo você por ai, cara. – e fizeram o seu toque de mãos rotineiro e depois foi atrás de Amber e .

O apesar de estar preocupado com os amigos, estava feliz, pois havia conseguido enganar . A verdade é que não havia garota nenhuma. Quer dizer, havia sim uma garota, mas ele não estava nem um pouco interessado. Era da que ele gostava e ele se odiava por ser tão idiota. Idiota por dispensar aquela bela garota que demonstrava interesse por ele.

- Então, vamos? – A bela garota sorriu pra ele. Ela com certeza tinha um belo sorriso. a encarou e respirou fundo antes de respondê-la.
- Não vai dar. – fez careta. – Eu vou pra casa e ... – nem terminou a frase e a garota já saiu e o deixou falando sozinho. – Legal. Eu sou oficialmente um idiota. – rolou os olhos e se apressou para ir embora. não poderia vê-lo sair dali sozinho. Para ela, ele ia sair com a tal garota.


- Vamos, Amber. Eu vou te levar pra casa. – chamou a garota e nem lhe deu tanta atenção. estava com a cabeça em qualquer lugar, menos ali.
- Mas e o ? – Amber se levantou lentamente.
- Ele foi embora. – a olhou, sério. – Vamos. – apontou com a cabeça o caminho que eles deveriam percorrer.
- Então ta. – Amber estranhou o comportamento frio de . Ela começou a acompanhá-lo, assim como a .

conduziu as duas até o seu carro. havia cogitado a hipótese de me ligar e me dar uma força, mas disse que eu já tinha ido dormir. Ele achou que fosse melhor me deixar dormir. Se eu dormisse, eu não precisava pensar. se odiava cada vez mais quando pensava que um dia chegou a pensar em dar uma chance pro . a deixou em sua casa e seguiu para a casa de Amber. Eles permaneceram em silêncio até chegar na casa dela.

- Então, chegamos. – nem chegou a desligar o carro, pois queria que ela saísse de uma vez.
- Obrigada, . Você foi muito legal em me trazer. – Amber sorriu pra ele e preparou-se para sair do carro. a observou e percebeu que não conseguiria deixa-la ir sem falar o que queria.
- Amber... – Ele a chamou e ela virou-se para olhá-lo.
- Eu não sei o que você está armando, mas eu estou de olho em você. – disse com a expressão mais séria do que nunca. Amber até se assustou. Ela não esperava por isso.
- ... – Amber ia se defender, mas foi mais rápido.
- Boa noite, Amber. – deixou de olhá-la para olhar pra rua. Amber ficou incomodada por perceber que ele estava me defendendo.
- Boa noite. – Amber resolveu não falar. Não adiantaria nada.

não fazia ideia do que havia acontecido entre mim e a Amber, mas ele sabia que de alguma forma eu estava certa. Ele me conhecia desde sempre e ele sabia que eu não ia sair estapeando alguém por nada. Ele acredita em mim. Eu também queria que tivesse essa fé em mim. Eu queria que ele acreditasse que eu não fiz aquilo por ciúmes ou implicância. Amber me fez ouvir coisas horríveis. Amber me fez pensar que eu estava perdendo a única coisa que eu tinha certeza que chamaria de meu durante toda a minha vida.

Era quase 1 hora da madrugada quando olhei o relógio pela última vez. Eu estava em minha cama e até já havia colocado o pijama. O celular estava sobre o criado mudo e eu não esperava que ele tocasse tão cedo. não cederia tão rapidamente ou talvez ele nem cederia. Eu estou esperando tudo depois do que aconteceu hoje. O único motivo de eu ainda não ter chorado, foi que eu não quis pensar sobre aquilo. Eu não queria passar a noite aos prantos como acontecia em outras épocas. Amber era a culpada e eu não derramaria uma só lágrima por causa dela.

entrou em seu apartamento e não sabia muito bem o que estava fazendo. Ele não sabia se deveria mesmo estar ali ou se deveria estar pensando naquilo. Ele continuava decepcionado comigo. Ele ainda achava que a minha atitude havia sido péssima, mas ele também achava que nada jamais seria tão ruim que não pudesse ser perdoado. O orgulho estava o mantendo em casa. Mesmo tendo certeza que estava certo, ele ainda sentia um vazio dentro de si mesmo. Um vazio como se estivesse deixando algo muito importante escapar. Foi até a sacada e encontrou Buddy. O cachorro que eu tanto havia adorado correu até ele e começou a rodear seus pés. agachou-se para acariciá-lo. nem chegou a acariciá-lo por dois segundos e o cachorro já deu dois latidos seguidos.

- Você também me odeia, né? – se levantou, irritado.

tentou diversas vezes se distrair. Nada funcionou! Nem a preciosa TV que Amber havia ajudado ele a escolher, nem o videogame e muito menos Buddy. Ele enrolou por quase duas horas. Ele enrolou a si mesmo por quase duas horas. Ele estava deitado no sofá e encarava o teto da sala. Agora a única coisa que conseguia pensar era que eu estava na cidade por causa dele. Eu só estava ali para comemorar com ele. Era a minha última noite e agora nós estávamos brigados. Brigados de um jeito estranho e diferente das outras vezes. Não era uma bobeira como das outras vezes e não pareceu ser tão doloroso nas outras vezes.

- O que devo fazer, hein? – perguntou como se Buddy fosse lhe responder. Ele estava com a cabeça deitada no colo do e ele encarava incansavelmente. – O que eu faço? – Ele repetiu e Buddy se levantou. Buddy começou a mostrar-se interessado por uns dos bolsos da calça de . Havia algo lá que repentinamente lhe chamou a atenção e ele conseguiria, nem que precisasse rasgar a calça do seu dono. Buddy insistiu e começou a estranhar. O que ele estava querendo? – O que foi? – perguntou, sem entender. O cachorro continuou lutando para conseguir algo que estava em seu bolso. – As chaves? – puxou a chave do carro do seu bolso e o cachorro ignorou. – O que você quer, cara? – o viu continuar a lutar por algo que estava em seu bolso. Depois de tanto sacrifício, o cachorro pareceu conseguir o que tanto queria. Puxou o celular do bolso do , que quase surtou ao ver o celular na boca do cachorro. – Devolve isso! – puxou o celular com rapidez e olhou o cachorro com cara feia. – Mas o que.... – negou com a cabeça e olhou para seu celular para ver se algo tinha acontecido. O visor do celular mostrava um relógio que marcava 3:20. As horas lhe chamaram atenção. Faltavam exatos 15 minutos para 3:35. Aquela hora que significava tanto para nós dois. Aquela hora que sempre acabava nos aproximando ainda mais. – É isso! – encarou Buddy e sorriu sem mostrar os dentes. – Eu vou atrás dela. – levantou-se do sofá e Buddy resolveu deitar. Parecia que achava que sua missão estava cumprida. – Eu volto depois. – acariciou rapidamente o cachorro e começou a andar rapidamente em direção a porta. – Tente não destruir o meu apartamento. – gritou antes de bater a porta e trancá-la.

Não, não era mais uma daquelas cenas de filme. Não é como se ele estivesse correndo para um aeroporto para não me deixar partir. Ele só queria acertar as coisas. Ele só queria saber o que estava acontecendo entre nós. Ele queria saber como resolveríamos aquilo. Ele conseguiu chegar lá em menos de 15 minutos e não se surpreendeu ao ver todas as luzes da minha casa apagadas. Desceu do carro e ele ainda vestia a mesma roupa que usou na sua ‘quase comemoração’ daquela noite. olhou a janela e a sacada do meu quarto e começou a pensar em como faria para chamar a minha atenção.

Sabe quando você acorda cedo com frequência e quando você pode dormir até tarde, você sempre acaba acordando naquele maldito horário de sempre. É como se o seu sono se acostumasse com o relógio. Bem, isso também acontecia comigo. Eu sempre era acordada ás 3:35 da madrugada por uma mensagem ou por uma ligação. As vezes ele me ligava pra falar coisas idiotas, que me faziam rir e outras vezes ele ligava e um de nós acabávamos dormindo entre uma frase ou outra. Também havia as mensagens de texto que sempre significava algo especial.

Eu também acordei naquela noite. Os meus olhos abriram e deram de cara com o relógio que ficava sobre o criado mudo. O celular também estava ali em cima e depois de tanto tempo, ele não vibrou e nem tocou. Eu fechei os olhos novamente, pois sabia que não seria difícil voltar a pegar no sono. Mesmo com os olhos fechados, eu continuava pensando nele. Porque eu estou pensando? Eu tenho que dormir! Eu me mexi na cama e convenci a mim mesma que dormiria agora. Eu estava conseguindo. Já nem era mais um cochilo. Eu estava bem próxima de dormir de vez, quando um barulho fez meu sono recuar. Era um barulho estranho, mas não despertou a minha atenção. A árvore próxima a minha sacada vivia perdendo suas folhas e quando elas caiam, acabavam fazendo um barulho parecido. O barulho voltou a me atrapalhar e antes que eu pudesse pensar em ignorá-lo, outro barulho!

- Que droga... – Eu suspirei e insisti em voltar a dormir. O barulho voltou e dessa vez com mais frequência. Eu olhei pra janela de vidro e não vi nada demais. Forcei meus olhos a se fecharem novamente e os barulhos insistentes continuavam. – Só pode ser brincadeira. – Eu suspirei longamente e tirei o lençol que antes cobria o meu corpo. Eu me sentei na cama e depois de ouvir o barulho mais uma vez, eu me levantei. Eu ainda estava bastante sonolenta, mas mesmo assim fui até a janela. Puxei a cortina e olhei pra baixo. Lá estava ele.

Foi um verdadeiro alivio ver aquelas cortinas se abrirem. Um fraco sorriso surgiu no rosto de e ele continuou a me olhar. Mesmo de tão longe, nós conseguíamos conversar através do olhar. Eu não acreditava que ele estava ali tão tarde. Eu coloquei uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e neguei com a cabeça. O que ele queria? não tirava os olhos de mim e temia que a qualquer momento eu o deixasse falando sozinho e voltasse a dormir. Ele ergueu os ombros como quem dissesse ‘Não tem jeito. Eu tinha que vir!’. Eu não sabia o que esperar. O que ele queria que eu fizesse? colocou a mão no bolso e de lá tirou o seu celular. Ele mostrou o celular pra mim e depois começou a digitar algo nele. Segundos depois, eu ouvi o meu celular vibrar. Era uma mensagem dele. Eu abandonei a janela por alguns segundos e peguei o celular.

‘Nós precisamos conversar. Desce aqui.’ – Era o que dizia a mensagem enviada por ele. Eu voltei pra janela e olhei pra ele de novo. Ele abriu os braços, esperando por respostas.
‘Está tarde. Vai pra casa! Nós conversamos amanhã.’ - Eu respondi e de longe vi ele ler a minha mensagem. me olhou, desapontado.
‘Olhe o relógio. A última vez, eu é quem fui até você. É a sua vez de vir até mim.’ me respondeu, esperando me convencer. Droga, ele não pode ficar usando esse argumento. Não é justo.
‘Vai pra casa, .’ – Eu respondi, esperando fazê-lo desistir daquela ideia. Depois de receber a minha mensagem, ele me olhou e negou com a cabeça. Ele não desistiria tão fácil.
‘Eu não vou a lugar algum. Quando você quiser, desça. Eu estarei aqui.’ me surpreendeu com tanta teimosia. Ele começou a andar em direção a varanda da minha casa. O que? O que ele está fazendo? Eu estendi o meu corpo para tentar vê-lo, mas eu não consegui. Ele realmente estava sentado na minha varanda?

sabia que eu desceria. Todos esses anos me observando e me conhecendo valeram a pena. Ele sabia exatamente o que eu estava pensando ou o que eu faria. Ele sabia que eu não o deixaria passar a noite na varanda da minha casa. Droga! Porque ele faz isso? Porque ele continua me desafiando? Eu não queria conversar. Eu não quero falar sobre o que havia acontecido naquela noite.

- Que droga, . – Eu suspirei, indo até o meu armário. Peguei um roupão e coloquei por cima do meu pijama. Olhei rapidamente no espelho e o meu cabelo estava quase arrumado. Eu coloquei a primeira rasteirinha que encontrei na minha frente e fui até a porta. Eu fui extremamente cuidadosa. Eu não podia fazer barulho, já que todos estavam dormindo. Passei pelo corredor e desci as escadas da forma mais lenta do mundo. Cheguei na porta da casa e respirei fundo. Porque parecia que eu não estava pronta para aquilo? Porque parecia que eu não estava com raiva o bastante?

O barulho do trinco da porta se abrindo fez sorrir ligeiramente. Ele estava de costas para a porta e estava sentado em um dos degraus da escada. Ele não se moveu ou sequer olhou pra trás. Eu o vi de costas e neguei com a cabeça. Eu não deveria estar ali. Fechei a porta com cuidado e dei alguns passos, me sentando ao lado dele. Ambos olhávamos pra rua deserta. O silêncio permaneceu por quase 1 minuto. Ninguém sabia como começar aquela conversa.

- Há uns 3 anos atrás, eu costumava sonhar muito com você. – começou a dizer, mas os olhos dele mantinham-se fixos na rua, assim como os meus. – Geralmente eram coisas boas, mas também havia pesadelos. – Mesmo sem saber onde ele queria chegar com aquilo, eu escutava com atenção. Olhei pra ele através da visão periférica e vi seus cotovelos apoiados em seu joelho. As mãos brincavam com alguma coisa que eu não conseguia identificar. – Uma vez eu acordei e eu estava tão assustado. Você me odiava e eu nem ao menos podia te ligar só pra ter certeza de que você estava bem. Eu... – riu sem emitir som e negou com a cabeça. – Eu não sei o que deu em mim. Eu me levantei da minha cama e vesti a primeira roupa que encontrei pela frente. Eu peguei o meu carro e vim aqui. – Ele continuou um pouco mais sério. – Eu precisava saber se você estava bem. – sorriu fraco. – Eu fiquei alguns segundos aqui, nesse mesmo lugar, me perguntando o que eu faria pra tirar aquela sensação ruim que estava dentro de mim. Eu ainda não sei como. Eu só sei que subi essa árvore como se estivesse subindo uma escada. Eu cheguei na sua sacada e consegui te ver através da cortina. Você está dormindo tranquilamente e mesmo me achando o cara mais patético do mundo, eu voltei pra casa feliz. Não havia mais sensação ruim, sabe? – abaixou os olhos para olhar para a pedra que estava em suas mãos. Uma das pedras que ele estava usando para jogar na janela do meu quarto.
- Porque está me contando isso? – Eu finalmente virei meu rosto para olhá-lo. Eu não sei onde ele queria chegar com aquela história, mas se ele estava tentando fazer o resto do meu ódio ir embora, ele havia conseguido.
- Porque aqui estou eu novamente. Na mesma varanda, no meio da madrugada e com a mesma sensação ruim. – virou o seu rosto para me olhar. – A única diferença é que dessa vez não foi um pesadelo. Foi real. – Ele completou e aposto que nem percebeu o quão adorável e triste aquilo soou. percebeu o quanto aquela pequena história havia mexido comigo. Eu deixei de olhá-lo para olhar o céu, enquanto negava com a cabeça.
- Eu não deveria ter vindo. Eu não queria atrapalhar a sua noite. – Eu culpei a mim mesma. A noite dele havia sido uma droga e a culpa era minha. Eu também tinha que lidar com isso.
- Não... – negou com a cabeça. – Eu precisava de você aqui. Eu ainda preciso de você aqui. – sorriu fraco, enquanto me olhava.
- Eu estraguei a sua noite. – Eu rolei os olhos. Porque ele estava fingindo que não se importava com aquilo? Eu sabia que ele se importava.
- Eu não quis dizer aquilo. – referia-se a nossa discussão anterior.
- É claro que você quis. – Eu sabia que ele estava deixando tudo de lado para que resolvêssemos aquilo. Eu não queria que ele fizesse isso. Já passou da hora de sermos honestos um com o outro.
- Eu estava irritado e acabei falando as coisas sem pensar. Nós fazemos isso. – já estava arrependido do que havia falado. – Nós já passamos por isso tantas vezes e nos sempre sobrevivemos. – virou o seu corpo em minha direção. Eu ainda me surpreendia com a beleza dele. Eu ainda me surpreendia ao saber que é com aquele cara lá que eu tenho vivido os melhores momentos da minha vida.
- Dessa vez é diferente. – Eu deixei de olhá-lo porque eu não queria ver a sua expressão ao me ouvir dizer aquilo.
- Não é diferente. – me olhou mais sério. - Vamos concertar as coisas como nós sempre fizemos. – Ele era sempre otimista com tudo. Isso às vezes pode ser bom, mas outras vezes podem te impedir de ver a realidade.
- Nós deveríamos mesmo? – Eu disse, depois de voltar a olhá-lo. Eu não sabia qual seria a sua reação. Todo o otimismo desapareceu e os olhos se encheram de tristeza e preocupação. Ele não acreditava que aquela possiblidade estava sendo cogitada.
- O que... – não conseguia acreditar. Ele estava em choque. – O que você está dizendo? – As lágrimas ameaçaram seus olhos. Ver aqueles olhos tristes e finalmente falar sobre um possível término em voz alta me deixava ainda mais triste e aterrorizada. A reação dele fez as lágrimas chegarem com rapidez nos meus olhos.
- ... – Eu não conseguia dizer. Eu neguei com a cabeça e deixei de olhá-lo para olhar para as minhas mãos. Eu sabia qual era o risco que eu corria ao falar daquele assunto, mas aquilo estava me matando. Eu precisava falar.
- É isso? – passou rapidamente as mãos em seus olhos para evitar que as lágrimas escorressem pelo seu rosto. – É isso que você quer? – Ele nunca teve tanto medo de uma resposta. A felicidade dele dependia dela. me olhava e esperava que eu voltasse a olhá-lo e foi isso que eu fiz depois de muito custo.
- Não. É claro que não. – Mesmo eu tendo dito da forma mais trágica, a resposta ainda deixou feliz e aliviado. – É só que... – Eu voltei a negar com a cabeça e levantei o rosto para encarar o céu por algum tempo. sabia que alguma coisa estava acontecendo.
- Ei, você precisa me contar o que está acontecendo. – pediu, demonstrando preocupação. – Eu preciso saber. – Ele reafirmou e levou uma de suas mãos até o meu rosto. A mão dele trouxe o meu rosto para baixo e me fez olhar para ele de novo. Os meus olhos estavam completamente cheios de lágrimas.
- Eu estou com medo. – Eu vi a preocupação dele aumentar. – Eu estou com medo porque alguma coisa mudou entre nós. – Eu senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto e eu rapidamente a sequei. – E não negue porque eu sei que você também já percebeu. – Eu disse, quando percebi que ele iria falar alguma coisa.

vem pensando nisso há dias. Ele já havia convencido a si mesmo que isso só não passava de uma crise e que só era coisa da sua cabeça. Ele tinha medo de pensar nisso e por isso escolheu a solução que mais lhe pareceu agradável. Agora tudo voltou a tona. Voltou a tona porque ele acaba de perceber que não era coisa da sua cabeça, não era besteira, era real. Dizem por ai que a verdade dói, mas na verdade ela te assusta. Ela te assusta porque você convenceu a si mesmo de que essa verdade simplesmente não existia e agora aparece alguém e te prova ao contrário. Como reagir? Como lidar com isso?

- O que mudou? – ousou perguntar. Ele já havia feito essa pergunta a si mesmo e não havia conseguido descobrir a resposta. Talvez eu soubesse a resposta ou talvez ela seria dolorosa demais para ser dita.
- Eu não sei. – Eu ergui levemente os ombros. – Eu estou enlouquecendo porque eu não consigo descobrir. Eu não consigo descobrir qual é o problema. – Eu entrelacei meus dedos em meu cabelo, jogando-o para trás. – Se eu descobrir, eu posso consertá-lo. – As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. – Eu preciso consertar as coisas, . – O meu choro aumentou e a minha voz começou a sair embargada. – Porque se eu não fizer isso, haverá consequências e só de pensar... – Eu disse e vi ele negar com a cabeça, enquanto segurava o seu choro também. – Eu tenho tanto medo das consequências. – Eu disse aos prantos. Todas as lágrimas que eu havia evitado durante a noite toda pareciam terem vindo a tona agora.

A cada palavra que eu dizia, via o quanto era fraco porque ele não teria coragem de me falar isso ou sequer dizer isso em voz alta. O jeito que eu me sentia era exatamente do jeito que ele se sentia. Só nós sabíamos o quão doloroso era aquilo e o quanto é agoniante você querer consertar algo que não sabe o que é. Você sabe que tem algo errado e sabe que precisa mudar, mas você está tão perdida que não sabe por onde começar ou nem se deve começar.

É claro que algo havia mudado entre nós. Eu o deixei em Atlantic City. Eu pedi para que ele me esperasse, enquanto eu vivia o meu sonho. O ? Ele mal notava que aos poucos ele estava colocando Amber em meu lugar. Ele não notava que aos poucos ele estava se cansando de esperar. Quando foi que ele me deixou vir sozinha pra casa? Quando foi que eu deixei o meu ódio falar mais alto que a felicidade dele? Nós não fazemos isso. Nós nunca fazemos isso. Está errado! Isso não é o que costumávamos ser.

- Não. – afirmou e imediatamente me abraçou. Os braços dele estavam em torno do meu corpo e os meus braços faziam o mesmo no corpo dele. Ele não estava me consolando. Estava consolando a si mesmo. – Não haverá consequências! – Os dedos de uma de suas mãos entrelaçaram em meu cabelo e começaram a acariciar a minha cabeça. As lágrimas começaram a escorrer dos olhos dele, mas ele as enxugou sem que eu as visse. – Eu prometo que não haverá consequências. – Ele repetiu, beijando a minha testa. As mãos dele desceram pelo meu rosto e ele olhou em meus olhos. – Sabe por quê? – Ele perguntou retoricamente. – Porque independentemente do quanto as coisas mudem eu vou te amar e isso... – Ele sorriu sem mostrar os dentes e negou com a cabeça. – Nunca vai mudar. – O sorriso dele aumentou depois que ele terminou a frase. – E é por causa desse amor que nós vamos superar isso. – Ele conseguiu me tirar um sorriso, apesar das lágrimas. – Então você pode ser uma mimada insensível se você quiser. Eu prometo que a única consequência disso será fazer eu te amar mais do que eu amo hoje. – não deixou de olhar em meus olhos por um só segundo. Uma das mãos dele colocou uma mecha do que cabelo atrás da orelha e depois desceu acariciando um dos lados do meu rosto.
- Eu amo tanto você. – Eu disse em um quase sussurro e ele deu um enorme sorriso ao me ouvir. aproveitou que sua mão já estava em meu rosto e a usou para trazer meu rosto pra mais perto. Meus olhos se fecharam e eu pude sentir os lábios dele tocarem os meus. O selinho se transformou em beijo com facilidade. Um beijo completamente doce e cheio de emoção.

Nada havia mudado naquela noite. Nada foi consertado e nós também não sabíamos se algo deveria ser consertado. A única coisa que sabíamos é que havíamos conseguido acalmar o coração um do outro. Aquele medo e insegurança desapareceram, pelo menos durante o resto daquela noite. Quando eu voltei pro meu quarto era um pouco mais de 5 horas. Eu estava melhor, mas eu poderia estar melhor se não tivesse que viajar no dia seguinte para longe de todos os que eu amo.

A minha despedida não foi tão trágica quanto da última vez. Os meus amigos estavam na minha casa para se despedirem. Eu disse a todos que não sabia quando voltaria, mas eu sabia sim. Eu voltaria para o meu aniversário. Eu tinha um encontro marcado em uma praça com um cara há um ano. Eu prometi que estaria lá depois de um ano e eu cumpriria. também estaria lá.

- Eu espero você voltar daqui 3 meses. – piscou um dos olhos e depois me deu um longo selinho de despedida. Eu entrei no carro e saí.

Nova York, eu estou de volta. Não tão desanimada como da última vez, mas também não estava tão feliz quanto deveria estar. Demorei um pouco mais de duas horas para chegar. Eu já conhecia Nova York um pouco melhor e já sabia dirigir pela cidade. Passei em uma lanchonete e peguei um lanche para jantar em casa. A viagem foi cansativa e é claro que eu não cozinharia. Cheguei em casa e Big Rob rapidamente apareceu para ver quem é que estava estacionando na garagem. Ele ficou mais tranquilo quando viu que era eu.

- ! Olá! – Big Rob acenou com uma das mãos.
- Oi, Big Rob. Como você está? – Eu o abracei rapidamente e vi que ele se surpreendeu com a minha atitude. Eu já o considerava o meu amigo.
- Estou bem e você? Fez boa viagem? – Big Rob perguntou, atencioso.
- Tudo certo. – Eu fiz joia e ele sorriu. – E ai? Tudo certo aqui? – Eu perguntei sobre a casa.
- Tudo certo sim. – Big Rob respondeu. – Oh, espere um pouco! – Big Rob pareceu ter se lembrado de alguma coisa e saiu correndo para buscar algo dentro da sua ‘casa’. – Aqui. – Ele andava rapidamente em minha direção com uma caixa nas mãos.
- O que é isso? – Eu tentei reconhecer a caixa, mas não consegui.
- Eu não sei. Eu sai com alguns amigos ontem a noite e quando voltei a caixa estava na porta da casa. – Big Rob explicou.
- Ué, mas eu não estou esperando nada. – Eu encarei a caixa, tentando ver através dela.
- Tem o seu nome aqui. – Big Rob a estendeu em minha direção.
- Certo, então eu fico com isso. – Eu coloquei minha pequena mala no chão para pegar a caixa.
- Eu levo a mala. – Big Rob pegou minhas malas assim que me entregou aquela caixa.
- Obrigada, Rob. – Eu dei alguns tapinhas no braço dele e cheguei a pensar que ele não estivesse sentindo, já que o tamanho da minha mão não era equivalente ao tamanho do seu braço.
- Boa noite, . – Big Rob disse, depois de deixar a mala no centro da sala da minha casa.
- Boa noite e obrigada. – Eu disse e ele sorriu rapidamente, enquanto ia até a porta.
- Tranque a porta. – Big Rob disse e logo depois fechou a porta. Eu deixei a caixa sobre o sofá e fiz o que ele havia pedido.
- Agora, essa caixa... – Eu voltei a andar em direção a caixa. – O que será que tem aqui? – Eu a olhei antes de abrí-la. – Vamos ver. – Eu me sentei no sofá e comecei a abrir a caixa que estava completamente lacrada. Depois de tirar todas aquelas fitas, eu finalmente consegui abrir. – O que é isso? – Eu fiquei ainda mais surpresa ao ver um simples DVD no centro daquela grande caixa. Quem me mandaria um DVD e o que havia nele? Vamos descobrir. Eu peguei o DVD e o coloquei no aparelho que havia na sala. Liguei a TV e dei play no conteúdo que havia ali. – Mas o que... – Eu fiquei totalmente surpresa. O DVD continha as gravações das câmeras instaladas pela tia Janice quando eu e meu irmão trouxemos os nossos amigos para ficarmos na casa dela. – Eu não acredito. – Eu sorri, perplexa. O vídeo continha todas as imagens minha e do . Era algum tipo de edição ou não sei, mas as únicas pessoas que apareciam nas gravações era eu e o . Estranho? Sim, alguém teve o trabalho de fazer essas edições, mas quem? Eu tinha uma ideia, só podia ser ele!
- Já chegou? Eu não falei pra você não passar de 100 km/h na estrada? – disse ao atender o seu celular.
- Foram só duas vezes ou talvez... cinco. – Eu disse, rindo.
- Você sendo teimosa. Que surpresa! – rolou os olhos.
- Ok, eu já levei a bronca e agora eu preciso saber! – Eu fiz uma breve pausa. – Como foi que você conseguiu essas gravações? – Eu perguntei, enquanto olhava pra tela da TV. Eu estava assistindo o nosso primeiro beijo.
- Gravações? Quais gravações? – arqueou uma das sobrancelhas. Do que eu estava falando?
- As que você me mandou. Como conseguiu? – Eu achava que ele ainda estava fazendo-se de cínico.
- Eu... – quase riu. Ele não fazia ideia do que eu estava falando. – , eu não sei que gravações são essas. – segurou o riso.
- Não foi você? – Eu estava mais surpresa do que antes.
- Não! Eu nem sei do que você está falando. – negou com a cabeça.
- Que droga... – Eu suspirei, pois achava que aquilo começava a ficar estranho.
- O que foi? O que tem nessas gravações? – mostrou-se preocupado.
- Se lembra das câmeras que a tia Janice colocou aqui em casa? Se lembra que ela disse que estava gravando tudo o que acontecia? – Eu estava tentando fazê-lo recordar para ele saber do que eu estava falando.
- As gravações estão ai? – rapidamente se tocou de quais gravações eu falava. – Não acredito! – ficou surpreso.
- Estão! Não todas, mas estão. – Eu respondi, mesmo estando pensativa com tudo aquilo.
- E qual o problema? Eu queria ver essas gravações. Você sabe, ver o nosso primeiro beijo e lembrar do quanto eu sou irresistível. – riu da sua própria graça.
- O problema é... – Eu pausei e pensei mais um tempo em todas as hipóteses que poderiam explicar o fato daquelas gravações estarem nas minhas mãos. – O problema é que essas gravações foram editadas. Só têm imagens nossas aqui. – Eu disse para que ele entendesse melhor o motivo de eu estar tão intrigada com aquilo.
- Awn, nós temos fãs. – voltou a brincar como ele sempre fazia.
- , é sério! – Eu dei a bronca, pois eu realmente estava achando aquilo estranho.
- Qual o problema, ? Só são gravações. Qualquer um sabe editar alguns vídeos hoje em dia. – não queria que eu ficasse me preocupando com aquilo.
- Você não está entendendo, . – Eu neguei com a cabeça. – Todas as fitas das câmeras desapareceram logo depois que a tia Janice morreu. – Eu comecei a explicar. – Quando ela morreu, a polícia fez uma pequena investigação. Você sabe, para ver se havia sido um acidente mesmo. Eles vieram aqui atrás dessas gravações e não encontraram. Elas já haviam sumido. – Eu finalmente disse o que estava me preocupando.
- Espera... – ficou mais sério, pois percebeu a gravidade da situação. – Está dizendo que as gravações desapareceram e agora alguém, que obviamente roubou essas gravações, te enviou uma edição com as nossas imagens? – repetiu para ter certeza de que havia entendido certo.
- Sim, é exatamente isso. – Eu confirmei. – Mas quem faria isso? Por quê? Por que as gravações foram roubadas? – Eu não sei por que não me fiz essas perguntas antes.
- Talvez houvesse algo nelas que não queriam que a polícia visse. – também passou a ficar pensativo. Era realmente estranho.
- E porque trazer isso de volta agora? Quer dizer, por que me mandar essas edições? O que estão querendo dizer? – O que não faltavam eram perguntas. Toda essa história estava misteriosa demais.
- Quer dizer que quem quer que seja que roubou essas gravações continua por ai. – estava mais preocupado do que nunca. – Isso não é bom, . Isso não é nada bom. – negou com a cabeça, pensando em todas as hipóteses possíveis que poderiam explicar aquela estranha história.

Bacana, agora havia mais um problema na minha vida. Eu disse ao que não me preocuparia com isso e é exatamente isso que eu vou fazer. Eu tenho tanta coisa pra lidar e pra me preocupar. Porque me preocupar com uma gravação idiota? Quem se importa? Eu já perdi a minha tia e isso já não me interessa mais. Eu não me preocupei com isso, mas sim. Ele ficou bem preocupado. Nos primeiros dias, ele me ligava quase de hora em hora. Segundo ele, havia algum doido atrás de mim. Eu tentava deixá-lo menos preocupado, mas não adiantava.

Semanas se passaram e os números de ligações dele diminuíram, mas todas as vezes que ele ligava ele perguntava se nada estranho tinha acontecido ou qualquer coisa do tipo. Um mês havia se passado e as ligações dele diminuíam cada vez mais. Tinha vezes que em uma semana, todas as ligações haviam sido minhas. Ele sempre tinha uma desculpa. Algumas vezes ele dizia que pegou no sono, enquanto estudava. Em outras vezes ele dizia que trabalhou até tarde e não ligou para me acordar, mas no fundo eu sabia que ele escondia um ‘Eu esqueci de ligar’.

Hoje é sábado. A última vez que eu falei com ele, ele me disse que estava estudando com a Amber. Fazia quase dois dias. Eu havia ligado pra ele no dia anterior e ele não havia me retornado até agora a tarde. Como eu lido com isso? Eu estou tão brava e me sentindo tão idiota por isso. Quer dizer, nós estamos longe um do outro. Eu estou morrendo de saudades dele e a única coisa que posso fazer é ouvir a voz dele. O que aquilo queria dizer? Ele não sentia a minha falta também? Ele não se importava em saber como eu estava ou ele estava ocupado demais com a Amber?

mal acreditou quando chegou em casa. Seu chefe havia feito ele trabalhar até as 4 da tarde. A empresa estava em expansão e havia dezenas de contratos para serem avaliados e outras dezenas de ideias para serem administradas. estava ficando um pouco maluco com tudo aquilo. O que estava lhe ajudando era a agenda que eu havia dado pra ele. já não sabia viver sem ela. Estava absolutamente tudo marcado ali. Mesmo com tanto trabalho, ele ainda tinha que se preocupar com a faculdade. Amber vinha ajudando tanto ele, que ele não sabia o que teria feito sem ela. também tinha tempo para se sentir culpado. Culpado por não estar me dando atenção o suficiente. Ele não sabia como eu não havia reclamado ainda. Fazia quase dois dias que não nos falávamos e isso era muito pra nós, que há alguns meses atrás nos víamos todos os dias.

- Eu já estou indo! - Eu gritei depois que a campainha tocou pela segunda vez. Eu havia passado o sábado de pijama, estudando. Quando a campainha tocou, eu saí correndo para colocar alguma coisa mais apresentável. Eu desci novamente as escadas descendo e fui imediatamente abrir a porta. – Meg! – Eu sorri ao vê-la. Eu adorava quando ela vinha me visitar. Depois que nos tornamos amigas, eu já não fico mais tão sozinha naquela cidade.
- Oh, que droga. Você passou o sábado todo de pijama de novo, né? – Meg fez careta.
- É um pijama muito bonito, ok? – Eu rolei os olhos e ela riu. Eu dei passagem para que ela entrasse na casa.
- Bem, eu vim salvar o seu sábado. – Meg entrou e eu fechei a porta.
- O que foi dessa vez? – Eu cruzei os braços.
- Hoje é sábado e eu tenho duas entradas para a melhor festa do ano letivo. Adivinha quem vai comigo? – Meg sorriu adoravelmente pra mim.
- Oh não... – Eu neguei com a cabeça. Ela vem tentando me convencer a sair com ela há semanas.
- Oh sim! – Meg afirmou com a cabeça.
- Meg, você sabe que eu não vou a essas festas. – Eu fui até a mesa e me sentei para voltar a estudar os meus livros.
- E porque não? Eu não consigo entender! – Meg sentou-se ao meu lado. – Você está na faculdade. Onde está toda a diversão? – Ela fechou o livro que eu tentava ler.
- Aqui está a diversão. – Eu apontei para o livro.
- Não, não, não. – Meg não se conformava. – Você não pode ser tão nerd assim. Ninguém é tão nerd assim. – Ela negou com a cabeça, incrédula.
- Me dê um motivo convincente para não vir comigo e eu te deixo em paz! – Meg me olhou, esperando que eu lhe desse o motivo convincente.
- Eu tenho que acabar esse trabalho. – Eu apontei para todos os livros na mesa.
- Eu também tenho e olhe só pra mim! Estou tentando convencer a minha amiga a se divertir. – Meg rolou os olhos. – Outro motivo e dessa vez ele tem que ser convincente. – Meg voltou a esperar e eu a olhei, sem saber o que dizer.
- Eu... não sei. – Eu suspirei, pensativa.
- Vamos, diga o nome dele. – Meg deixou de me olhar para olhar tediosamente o teto.
- Não, não é isso. – Eu tentei desconversar.
- Diga! – Meg disse, impaciente. Eu a olhei e suspirei longamente.

- Meg, é mais difícil do que você pensa. – Eu esperei que ela voltasse a me olhar.
- É mesmo? Pra ele parece ser bem fácil. – Meg finalmente voltou a me olhar.
- Ok! Do que você está falando agora? – Eu fiquei séria.
- Estou falando daquela mosca morta que fica rondando o seu namorado. – Meg foi bem especifica.
- Amber.. – Eu ri da forma com que ela se referiu a Amber.
- Ele sai com ela! Porque você não pode sair comigo? – Meg abriu os braços.
- É diferente. – Eu estava tentando convencer a mim mesma.
- É diferente? Aposto que ele está com ela agora mesmo. – Meg rolou os olhos.
- Eu não sei. – Eu ergui os ombros.
- Não sabe? – Meg arqueou uma das sobrancelhas. – Quanto tempo faz que você não fala com ele? – Meg desconfiou.
- Faz... – Eu fingi que estava pensativa. Como se eu já não tivesse calculado mil vezes quantas horas ele havia passado sem me ligar. – Foi quinta-feira. – Eu suspirei.
- NÃO ACREDITO! – Meg mostrou-se indignada.
- Ele deve estar ocupado e... – Eu tentei arrumar uma desculpa.
- Ou ele está com a Amber, não é? – Meg me olhou e eu deixei de olhá-la. – Eu não vou ficar deixando você fazer papel de idiota. Você vai sair comigo e acabou! – Meg disse em tom de ordem.
- Meg... – Eu suspirei, mas o toque da campainha me impediu de continuar. – Espera. – Eu me levantei da mesa e fui até a porta.
- Atrapalho? – Mark sorriu ao me ver.
- Mark! Hey! – Eu o abracei rapidamente. – Entra. – Eu dei passagem para que ele entrasse na casa.
- Você está com visita. – Mark ficou sem jeito quando viu Meg. – Desculpa atrapalhar. – Mark viu Meg se aproximar.
- Não, tudo bem. – Meg se aproximou dele e sorriu.
- Eu só vim te devolver esses livros. – Mark virou-se de costas para Meg e ficou de frente pra mim. Meg aproveitou que ele não estava olhando e começou a olhá-lo de cima a baixo e fazer sinais pra mim como se quisesse dizer ‘QUE GOSTOSO!’.
- Ahn, sim. – Eu segurei o riso e tentei disfarçar. Meg coçou a garganta e eu entendi o que ela queria. – Ahn, eu já estava esquecendo. – Eu apontei pra Meg. – Essa é a Meg. – Eu disse e ele se virou para olhá-la. – Meg, esse é o Mark. – Meg o olhou de mais perto.
- Você é a famosa Meg? – Mark sorriu pra ela. – Prazer em te conhecer. A fala bastante de você. – Mark continuou sendo simpático.
- Espero que ela fale bem. – Meg sorriu pra mim e depois sorriu pra ele.
- Eu não acho que você seja tão doida assim. – Mark quase riu.
- Obrigada. – Meg riu. – Ah, ! Sempre passando uma má impressão minha para as pessoas. – Ela negou com a cabeça.
- Ela estava aqui tentando me convencer a ir em uma festa da faculdade. – Eu revirei os olhos e me aproximei dos dois.
- É a festa anual, não é? É bem famosa na cidade. – Mark demonstrou ser bem informado.
- Sim, é essa mesmo! – Meg imediatamente concordou.
- Você já foi? – Meg perguntou.
- Eu fui há uns dois anos atrás. Um amigo me conseguiu um convite. – Mark explicou.
- Então, por favor, explica para essa garota o que ela irá perder se não for a essa festa comigo. – Meg me olhou e fez careta.
- É bem legal a festa, . É conhecida em toda a cidade. Você deveria ir. – Mark sorriu pra mim.
- Ela vai! – Meg decidiu por mim. – Ela vai e você também vai, Mark! – Meg afirmou.
- Eu? – Mark apontou pra si mesmo.
- Diga que não tem um compromisso hoje. – Meg mordeu o lábio inferior.
- Eu não tenho, mas... – Mark coçou a cabeça.
- Não tente inventar uma desculpa. Eu conheço todas elas. – Meg disse e Mark riu.
- Bem, se você insiste, eu vou. – Mark ergueu os ombros, desistindo. – Mas será que eu consigo comprar convite na porta? – Ele perguntou.
- Consegue. Vão vender lá também. – Meg afirmou.
- Então, tudo bem. Eu vou pra casa acabar o meu trabalho para dar tempo de ir a festa. – Mark colocou os meus livros sobre a mesa da sala.
- Então esteja aqui ás 20hrs, ok? – Meg disse e Mark confirmou com a cabeça.
- Vejo vocês mais tarde. – Mark se despediu e saiu da casa. Eu o acompanhei até a porta.
- Você tem um vizinho bonito e gostoso e não me fala nada? – Meg disse, indignada.
- Você não perde uma, hein. – Eu ri, me sentando no sofá.
- Pena que ele não faz meu tipo. – Meg fez careta.
- Porque não? – Eu fiquei curiosa.
- Certinho demais. – Meg mostrou-se decepcionada. – Esse é o tipo de cara que faz o seu tipo e não o meu. – Meg me olhou.
- Meg, eu tenho namorado, lembra? – Eu ri da cara dela, achando que ela estava ficando louca.
- Oh, sim. O idiota que nem lembra que você existe. – Meg rolou os olhos.
- Você mal o conhece e já o odeia. Incrível isso. – Eu neguei com a cabeça.
- Ele não ajuda em nada, né? – Meg fez careta.
- Você deveria investir no Mark. Ele é incrível. – Eu quis dar uma de cupido.
- Como você sabe? – Meg me olhou, desconfiada.
- Sei o quê? – Eu me fiz de boba.
- Oh, meu Deus! Você já pegou ele! – Meg sempre pegava essas coisas no ar. Impressionante.
- Ai, não. – Eu revirei os olhos.
- ME CONTA! – Meg quase teve um surto. – É verdade o que dizem sobre os caras bonzinhos? – Ela perguntou.
- O que dizem? – Do que ela estava falando.
- Dizem que os caras bonzinhos tem mais pegada. – Meg esperava a minha resposta.
- Onde você ouviu isso? – Eu fiquei sem jeito.
- OH MEU DEUS! ELE TEM PEGADA! – Meg voltou a ter um colapso.
- Foi só uns beijos e faz um tempo. Nem deu pra medir a pegada. – Eu revirei os olhos.
- E eu achando que você era uma santa! – Meg riu escandalosamente.
- Eu não estava com o . Não foi nada demais. – Eu estava rindo com a reação dela. – Hoje não tem mais nada a ver. – Eu fiz careta.
- Que barulho é esse? – Meg olhou em volta.
- O meu celular. – Eu me levantei rapidamente e peguei o celular sobre a mesa. – É o . – Eu respirei fundo. Ele finalmente estava ligando.
- Avise ele que você vai sair. – Meg continuou sentada no sofá.
- Eu não vou sair! Esquece. – Eu revirei os olhos e atendi o telefone. – Alô? – Eu disse, esperando ouvir a voz dele.
- Desculpa por ter demorado tanto pra ligar! – queria se desculpar antes de qualquer coisa.
- Está tudo bem. – Eu sorri fraco e tentei não deixar a minha decepção em evidência.
- Você está bem? Eu estava sentindo falta da sua voz. – sorriu feito bobo ao ouvir a minha voz.
- Tudo bem e você? – Eu não pude deixar de sorrir ao ouvir o seu comentário.
- Eu estou bem, apesar de estar com tanta coisa pra fazer. – suspirou longamente.
- Foi por isso que não me ligou? – Eu perguntei. Eu queria um bom motivo para ele não me ligar.
- É, eu estou trabalhando muito e tem um trabalho enorme pra entregar na segunda. Amber ficou até tarde aqui ontem me ajudando, mas eu ainda acho que não vai dar tempo. – mostrou-se preocupado com aquilo e nem ao menos percebeu o que estava falando.

Amber, Amber e Amber. Toda vez que ele me liga ele fala o nome dela! Eu não suporto mais isso! Agora eu acabo de descobrir que ele não me ligou na noite anterior porque estava com a Amber. O que ele acha? Ele acha que eu sou idiota? Ele acha que eu vou sempre aceitar tudo o que ele faz só porque ele está me esperando? Ele está maluco. Se ele pode eu também posso, não acha?

- Vai dar tempo sim. Sempre dá, não é? A Amber sempre dá um jeitinho de salvar a sua pele. – Eu disse e olhei pra Meg. Ele negou com a cabeça. – Que bom que você ligou. – Eu já sabia o que fazer.
- O que está fazendo ai? Muita coisa pra estudar? – perguntou.
- Bastante coisa, mas eu vou esquecer isso essa noite. Agora eu vou começar a me arrumar pra sair. – Eu disse e vi Meg sorrir e comemorar.
- Sair? Aonde você vai? – ficou mais sério.
- Eu vou a uma festa da faculdade. – Eu só estava esperando ele surtar.
- Uma festa da faculdade? Isso é brincadeira, né? – sorriu, pois achava mesmo que era brincadeira.
- Não. Porque eu estaria brincando? – Eu tentava não deixar a minha raiva transparecer em minha voz.
- Você nunca foi a essas festas. – não estava entendendo o porquê de eu querer fazer isso agora.
- É exatamente por isso que eu vou. – Eu afirmei.
- Quem vai com você? – ainda não estava acreditando que era verdade.
- Eu vou com a Meg e com o Mark. – Eu podia deixar o nome do Mark fora disso, mas eu fiz questão de dizer.
- Mark? – cerrou os olhos. – MARK? Você quer ir a uma festa com o Mark? – não achou que tivesse entendido certo.
- Não, eu não quero ir. Eu vou! Qual o problema? – Eu me fiz de boba.
- Você não pode estar falando sério, . – continuava desacreditando.
- Porque a surpresa, ? Porque eu não sairia para me divertir? – Eu só estava esperando a deixa dele para dizer o que tanto eu queria.
- Eu não sei! Vamos pensar. – fez uma breve pausa. – Você quer ir a uma festa com um idiota que é afim de você. – estava começando a se irritar. – Como eu poderia concordar com isso? – finalmente revelou o quanto estava irritado com a situação.
- Do mesmo jeito que eu sempre concordei com você saindo com a Amber. – Eu finalmente coloquei na história quem eu tanto queria.
- É isso? Você está usando o Mark pra se vingar do fato de eu sair com a Amber? – não estava acreditando.
- Não, ! Eu estou saindo, porque eu quero sair. As minhas ações já não dependem das suas. Aliás, isso já mudou há muito tempo entre nós. – Eu ia continuar jogando na cara dele.
- Você não vai sair com esse cara, . – disse em tom de ordem. Ele não podia imaginar em nada pior do que saber que eu estava saindo com o Mark.
- O Mark é só um amigo. Você vai ter que confiar em mim. – Eu usei o argumento da confiança. Sempre funcionou comigo.
- FODA-SE O MARK, FODA-SE A CONFIANÇA! – pausou para respirar e se acalmar. – Eu sou o seu namorado e eu tenho direito de opinião. Eu não quero que você vá. – Ele pediu com mais paciência.
- E quando foi que eu tive o direito de opinião? E quando foi que você pediu a minha autorização pra sair com a Amber? – Eu comecei a me exaltar. – Eu vou! Não me importa a sua opinião ou a sua permissão ou não. As nossas regras são as mesmas. Se você vai desrespeitá-las, eu vou fazê-las serem esquecidas de vez. – Eu disse com convicção. Chega de ser feita de idiota. É a minha vez e eu vou aproveitar cada segundo dessa diversão.










CONTINUA...









Nota da Autora: 


Hey! Então, eu espero que estejam gostando da fanfic. Está dando muito trabalho, mas eu estou AMANDO escrevê-la. Eu me inspirei em uma outra fanfic que eu li e fiz as minhas MUITAS alterações (com a autorização da autora da mesma). Como vocês já perceberam, ela está em andamento. Eu vou postar de acordo com o que eu for escrevendo. 

Vocês devem ter percebido que nessa fanfic, os Jonas não são tão 'politicamente corretos' e nem tem uma banda. Eu achei legal fazer uma coisa diferente.

Enfim, deixe o seu comentário aqui embaixo. A sua opinião é importante, pois me incentiva a escrever ainda mais e mais.

Beijos e qualquer coisa e erro, mandem reply pra mim lá no @jonasnobrasil . 


12 comentários:

  1. MEU DEUS ESSA FIC É PERFEITA <333333 E EU QUERO MATAR A AMBER ARGHHH, NÃO DEMORA MT PRA POSTAR O 44 TÁ?

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  2. mds raissa, vc quer me matar? eu to tendo um jegue aqui, eu não to bem não. Será que seria muito incomodo de no capitulo 44 a Amber morresse, slá é só uma sugestão hehe ok parei, ta divoo, por favor posta logo! <3

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  3. Perfeito , mais o 44 ficaria mais se a Amber morresse !

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  4. posta o 44 logo , rapiiiiiiiiiiiiido <3

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  5. UM DIA VOCÊ AINDA ME MATA, MOLHER. QUE CAPITULO É ESSE?
    ESPERO O PROXIMO, GATA DO BOTECO ;)

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  6. "Pivô do mal" = Amber #ilahy hahahah
    Esperando pelo assassinato da Amber...
    Aiii que fic perfect *--* Rah você quer matar o Jonas?
    Coitado vai morrer virgem, esta é a frase principal dele hahaha

    Super ansiosa pelo 44 quando sai? E me conta ai que história é essa de uma fic de quando eles eram pequenos? É verdade a existência?
    Chorei o capitulo todo pela briga deles, e como não curto muito Bruno Mars, comecei o capitulo ouvindo uma musica que gosto e adivinha qual era? Quando vi pra mudar de musica eu já estava ouvindo a mesma musica do Ross, hahah é muito perfeita esta musica.

    As ideias para o nome do dog que foram muito ótimas... Faz este casal que so briga ficarem juntos logo, coitados da amiga1 e do amigo 2 :'(
    Ps. atualiza logo.

    Beijinhos!!! #IlahybestFanficEver

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  7. Que fic perfeita :o
    Posta o 44 logo , please !

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  8. Finalmente o cap 43!!! E por favor, não demore tanto pra postar o 44...
    Beijoss

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  9. NOSSA! A Fanfic ta realmente ótima, a cada linha eu me identifico, os sentimentos, os pensamentos, os amigos, as brigas, as discussões, as confusões, os sonhos, os medos....
    O por que de eu amar essa Fic? É algo que você pode se identificar, algo com que você chora, ri, fica com raiva, sente medo, se emociona pelo personagem como se estivesse acontecendo com você mesmo. Se envolver na história, sentir o que o personagem sente...
    O melhor de tudo é que não é nem um pouco surreal, é como se estivesse acontecendo aqui e agora!!! O seu trabalho nessa Fic é ótimo, não, é muito mais que ótimo! Não dá nem pra descrever!!! Parabéns!!! Ta incrível!!!
    EU SIMPLESMENTE AMO ESSA FANFIC!!! É PERFEITA!!!

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