Capítulo 49



NO CAPÍTULO ANTERIOR...




- Você vai fazer alguma coisa depois do trabalho? – perguntou, enquanto saiamos do elevador.
- Acho que não. – Eu sabia que ele estava prestes a me fazer um convite.
- Então, você quer sair comigo? Eu quero te levar em um lugar. – segurou a minha mão e começou a me puxar em direção a porta de seu quarto.
- Hm.. – Eu fiz cara de pensativa e ele rolou os olhos, rindo. Me puxou pra mais perto dele e selou longamente os meus lábios.
- Diz que sim.. – fez bico, me olhando de bem perto.
- É claro que eu aceito. – Eu dei um enorme sorriso, roubando um beijo dele.
- Está combinado, então. – piscou um dos olhos pra mim e se afastou um pouco para abrir a porta de seu quarto. Nossos dedos continuavam entrelaçados, quando ele abriu a porta.
- É rapidinho. – me puxou pra dentro do quarto. – Eu só preciso achar... – Quando adentramos o quarto, ambos fomos surpreendidos. Ao pararmos em frente da cama, nos deparamos com a cena mais desprezível e repugnante de todas.
- Amber? – arregalou os olhos ao ver a amiga deitada em sua cama vestindo um shorts minúsculo e um top. Eu olhei pra ela com nojo.
- O que essa garota está fazendo aqui? – Eu a olhei com todo o ódio do mundo. Amber parecia tão surpresa quanto eu ao ver meus dedos entrelaçados ao do .





Capítulo 49 – Você deveria saber



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- ... - puxou a minha mão e me afastou da cama, colocando-se em minha frente. O gesto dele de defender a Amber mais uma vez não me deixou brava, mas sim furiosa! Minha resposta foi imediata. Soltei a mão dele e o olhei com decepção e ódio. O olhar de insegurança com certeza me mostrou o quão preocupado ficou com a minha atitude. Atrás de , Amber me olhou e sorriu com deboche.
- Eu estou fora! - Eu afirmei, quando dei alguns passos para trás. Eu sentia uma mistura absurda de ódio e decepção. Amber estava novamente em nosso caminho e eu teria que assistir o não fazer nada a respeito de novo!
- ... - abriu os braços. Eu me virei de costas, mesmo querendo voltar lá para encher a cara da Amber de tapas. Abri a porta e a bati. suspirou longamente e virou-se para olhar pra Amber.
- Valeu mesmo, Amber! - esbravejou, olhando feio pra amiga. Ele afastou-se da cama e foi em direção a porta. A abriu com velocidade e agradeceu mentalmente por eu ainda estar no corredor, esperando o elevador. Meus braços cruzados e meus olhos fixos nas portas do elevador, que não abriam de uma vez. - Hey! Espera. - andou até mim. Eu nem me virei para olhá-lo. - Você não precisa ir embora. - Ele continuou me olhando. Continuar ignorando seria a melhor opção, mas eu não consigo.
- Eu não vou ficar entre vocês. - Eu afirmei, virando o meu rosto para olhá-lo.
- É claro que não vai, porque não existe nada entre eu e ela! - afirmou entre risos.
- É mesmo? Então, porque eu sinto que eu sou a outra da história dessa vez? - Apesar de seus risos, eu o olhei seriamente.
- Do que você está falando? - negou com a cabeça, inconformado.
- Ela sabia que você estava em Nova York. Ela sabia em qual hotel você estava. Ela sabia o quarto em que você estava. - Eu enumerei e ele me interrompeu.
- Até a minha irmã sabe de tudo isso! - tentou acabar com os meus argumentos. - Eu posso explicar, por favor? - Ele achava que era bem mais fácil eu tirar as minhas conclusões depois que ele explicasse que não fazia a menor ideia de que Amber viria.
- Não! Você não precisa se explicar pra mim porque eu não sou nada sua! Você não me deve satisfação alguma. - Eu me recusei a ouvir explicações.
- Eu sei que eu não preciso, mas eu quero explicar. - insistiu. - Eu não sabia que ela vinha! - Ele afirmou.
- O problema não é o fato dela ter vindo, mas sim o porquê dela ter vindo. - Eu o olhei com irritação.
- Jura que você não sabe o porquê dela ter vindo? - arqueou uma das sobrancelhas.
- Porque ela é obcecada por você? - Eu perguntei retoricamente. - Será mesmo que ela viria até aqui só por isso? - Eu o olhei com desconfiança.
- Do que exatamente você está me acusando? - me encarou e olhou fixamente em meus olhos. Amber aproximou-se da porta para que pudesse ouvir melhor toda a conversa.
- A Amber pode ser a maior vadia que eu já conheci, mas ela não é boba. - As minhas palavras me causavam um certo receio. – Ela não viria de Atlantic City até aqui se ela não tivesse certeza do que conseguiria. - O receio também tomou conta do rosto de . Ele sabia onde aquela conversa terminaria.
- Nós acabamos de resolver esse problema e agora voltamos pra ele. - negou com a cabeça. Ele estava tentando evitar o pior.
- Você está certo, mas dessa vez eu não vou deixar passar. Dessa vez, eu vou fazer perguntas antes de tomar qualquer decisão. - O meu tom de irritação desapareceu. - Na verdade, eu tenho somente uma pergunta. - Quando vi que ele não ia responder, eu me adiantei. - Ontem a noite... - Eu fiquei nervosa ao fazer a pergunta. Levei uma das minhas mãos até o meu cabelo e coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Não foi a sua primeira vez, não é? - Eu perguntei no instante em que as portas do elevador se abriram. Eu estava desconfiando disso desde a noite passada, mas não tive a coragem de perguntar.

Na pergunta, eu não citei o nome da Amber, mas sabia muito bem que aquela pergunta tinha tudo a ver com ela. Ele sabia exatamente o que eu estava perguntando. O silêncio permaneceu por poucos segundos. rolou os olhos e negou com a cabeça. Se ele tivesse dito um 'sim' não teria sido tão claro quanto a sua sequência de atitudes. sabia o que aquilo significava pra mim. Ele sabia como aquilo me machucaria. Por isso, ele não teve coragem de afirmar em alto e bom som, mas ele também não mentiria.

Eu? Bem, eu estou me sentindo um lixo agora. Eu estou me sentindo tão patética, que ninguém jamais entenderia. Amber conseguiu de novo! Toda aquela besteira de que o que ele e a Amber tiveram não foi nada demais tomou uma proporção gigantesca. Eles tiveram algo muito maior do que ele havia me dito. deu a ela um lugar que ninguém vai poder tirar. Ela foi a primeira! Ela foi a 'garota especial' que ele escolheu e isso é uma coisa que eu jamais vou poder mudar. A Amber ganhou... como sempre.



- Eu já entendi. - Eu respirei fundo, pois não queria surtar. Eu não tinha esse direito. Entrei no elevador e mesmo estando lá dentro me mantive de frente pra ele.
- Eu não.. - me olhou com tristeza. Ele sabia que havia me magoado como nunca.
- Esquece. - Eu o interrompi, depois de apertar o botão do térreo. - Volta pra lá e.. - Eu balancei a cabeça negativamente. - Esquece. - Eu completei e as portas do elevador começaram a se fechar. Só deixamos de trocar olhares quando elas se fecharam por completo.

Sem brincadeira! Essa foi a coisa mais frustrante que aconteceu nos últimos meses. Sabe quando você está super empolgada com alguma coisa e do nada alguém vem e joga a realidade na sua cara e você percebe que bancou a idiota de novo? Impressionante como isso só me acontece quando se trata do . Eu estava completamente empolgada com a possibilidade de estarmos nos acertando de novo e estava estonteada com a noite passada. Agora, eu descubro que a Amber também teve esse prazer e foi bem antes de mim. Eu me senti tão especial e agora eu me sinto uma completa idiota.

Pra quem não se lembra, o meu ódio pela Amber é fruto dessa vontade ridícula dela de fazer tudo o que eu faço e de ser amiga dos meus amigos só pra provar pra si mesma que é melhor do que eu. Ela entende de futebol, ela tem um corpo escultural, ela sabe ser provocante e é a melhor em tudo o que você possa imaginar. É insuportável ficar perto dela. Não é inveja da minha parte, porque eu realmente sei que ela faz isso pra me provocar. Ela sempre foi o tipo de pessoa que aparece na sua festa de aniversário de 10 anos com a melhor roupa e com o melhor brinquedo pra ser o foco da sua própria festa de aniversário. Ela é a famosa recalcada.

- Que idiota... – Eu suspirei, me olhando através do espelho do elevador.

Como eu pude ser tão patética a ponto de pensar que me esperaria? Talvez porque ele disse que esperaria? Não importa. Ontem a noite, foi incrível, mas eu também não posso ignorar a Amber na cama dele. Eu não posso ignorar o maldito fato de que além de eu não ter sido a primeira, a Amber foi a primeira. Agora ela vai poder jogar isso na minha cara o resto da vida e o sabia muito bem disso.

Além de tudo, eu também me sentia mal porque, aparentemente, o e a Amber estavam se relacionando antes de eu aparecer. Agora, parece que eu sou a vadia que está tentando dar o troco para roubar o ‘namorado’ dela. Parece que eu sou a Amber dessa história e essa é a última coisa que eu gostaria de ser na vida. Ser como a Amber, é como chegar ao fundo do poço pra mim.

O elevador se abriu e eu passei apressadamente pela recepção. Diferente da noite anterior, havia mais de 3 taxis em frente ao hotel. Antes de orientar o motorista, mostrei a ele o único dinheiro que eu tinha na bolsa. Apesar de estar amaçado e um tanto manchado, o motorista disse que aceitaria.

Mesmo com o choque da notícia, eu estou surpresa com a minha reação. Pela primeira vez, não houve drama. Eu não estou me descabelando, chorando ou querendo morrer. Eu estou agindo mais friamente do que eu jamais imaginei, mas isso não quer dizer que eu não esteja me importando. Não foi uma decepção, foi mais como um golpe baixo.

O motorista me deixou em minha casa e eu tinha menos de uma hora para me arrumar e comer alguma coisa. Big Rob me cumprimentou como sempre e eu entrei apressadamente na casa. Joguei a bolsa sobre o sofá e subi as escadas. Busquei em meu guarda roupa uma calça jeans branca e uma regata também branca. Coloquei um sapato branco de salto médio e fui até o espelho para dar uma melhorada no meu rosto. Passei blush, rímel e dei uma rápida penteada no cabelo. Ao sair do quarto, peguei o meu frasco de perfume e passei o máximo que eu consegui. A quantidade que me fizesse tirar o perfume do do meu corpo. Quando vi que não daria tempo para comer, peguei um pacote de bolacha e o levei para o carro para eu comer no caminho para o hospital.

Mesmo com toda a correria, eu consegui chegar no hospital a tempo. Ainda no carro, coloquei o meu jaleco e segui para o hospital. Apesar de estar com raiva, eu continuava agindo friamente. Entrei no hospital e acenei rapidamente para alguns colegas que me viram de longe. Fui direto para a sala de assistência médica, que era onde eu ficaria naquele dia. Assim que eu entrei, dei de cara com a Meg. Eu até havia me esquecido que eu teria que encontrá-la.

- Olha só quem resolver dar as caras! – Meg sorriu com desconfiança. Eu me xinguei mentalmente por não ter pensado em nenhuma desculpa para dar a ela.
- Oi, Meg. – Eu forcei um sorriso e sai de sua frente, indo até o balcão para ver a prancheta que continha a quantidade de clientes agendados para aquela tarde.
- ‘Oi, Meg’? Só isso? – Meg virou-se para me olhar.
- Você está bem? – Eu olhei pra ela, me fazendo de boba.
- Estou ótima e você? – Meg me analisou discretamente.
- Estou bem. – Eu afirmei, achando que a conversa havia acabado.
- E então? – Meg deu alguns passos na minha direção.
- Você quer atender o primeiro paciente? – Eu me virei em sua direção, mas meus olhos ficaram fixos na prancheta em minha frente.
- ... – Meg arqueou uma das sobrancelhas.
- Tudo bem, eu atendo. – Eu coloquei a prancheta sobre o balcão e dei dois passos em direção a porta.
- Ei, ei, ei, ei! – Meg entrou na minha frente, me fazendo olhar pra ela. – Vamos parar de enrolação, ok? – Ela foi direta.
- Nós podemos conversar depois? – Eu não queria falar sobre isso agora. Talvez, eu nunca queira.
- Não! Não podemos! – Meg forçou um sorriso. – Primeiro você chega atrasada na faculdade com a mesma roupa da noite passada, vai embora correndo e sem dar qualquer explicação e agora aparece aqui como se nada tivesse acontecido. – Ela não desistiria tão cedo.
- Está bem, Meg! O que você quer saber? – Eu cruzei os braços, demonstrando impaciência.
- O que aconteceu ontem a noite? Você falou com o ? – Meg me olhou com atenção.
- Falei. – Eu afirmei sem me prolongar.
- E? – Meg abriu os braços.
- E eu entreguei a caixa pra ele. – Eu ergui os ombros.
- Só isso? – Meg estava estranhando.
- Nós conversamos. Nada demais. – Eu rolei os olhos.
- E que horas você foi embora do hotel? – Meg estava mesmo desconfiada.
- Eu fui... – Eu tentei procurar uma boa resposta, mas eu não consegui. – Eu não sei! Era bem tarde. – Eu desconversei.
- E foi por isso que você foi com a mesma roupa de ontem a noite pra faculdade? – Meg arqueou uma das sobrancelhas.
- Qual o motivo desse interrogatório? – Eu abri os braços, irritada.
- , desde que eu te conheço, eu nunca vi você usar a mesma blusa na mesma semana, quem dirá, dois dias seguidos. – Meg explicou o motivo de tanta desconfiança.
- Eu já disse que acordei atrasada! Não dava tempo de ir pra casa me trocar e usei a mesma roupa, ok? Mais alguma pergunta? – Eu estava extremamente irritada e nem percebi o fora que eu acabei dando.
- Espera, espera... – Meg cerrou os olhos. – Você disse ‘ir pra casa’? – A desconfiança triplicou. Eu quis me estapear quando percebi a besteira que havia dito.
- O que? Não! Eu disse que não deu tempo de escolher uma roupa e peguei aquela mesmo. – Eu tentei consertar.
- , você disse que não deu tempo de ir pra sua casa e que usou a mesma roupa. – Meg insistiu. – Você não dormiu em casa? , você... – Ela foi dizendo e do nada ela parou. Os olhos esbugalhados passaram a me encarar novamente. – NÃO! – Meg não conseguia acreditar naquela possibilidade.
- Meg... – Eu ia arrumar uma outra desculpa, mas eu não consegui.
- NÃO ME DIGA QUE VOCÊ... – Meg negou com a cabeça. Ela continuava sem acreditar naquela hipótese.
- O que? Dormi com ele? – Eu completei a frase dela. Comecei a me perguntar o que eu tinha a ganhar por esconder aquilo e não consegui pensar em nada. – Sim, eu dormi com ele e quer saber? Foi incrível! – Eu forcei o meu melhor sorriso. A aquela altura, eu não estava me importando com mais nada. – Mais alguma pergunta? – Eu questionei e Meg estava tão surpresa, que não conseguiu responder. Ela sabia que foi a minha primeira vez e foi justamente com o . Meg não superaria isso tão cedo. – Não? Ok! Então, vamos trabalhar. – Eu me afastei dela e fui em direção a porta. Eu me senti tão bem em colocar aquilo pra fora, que eu diria que até melhorou um pouco do meu humor.
- Brincadeira, né? – Meg sussurrou, me vendo sair pela porta.

Engraçado, né? Tanto tempo sofrendo e eu resolvo me impor e não me importar só agora? Essa decepção foi um pouco mais diferente das outras. Dessa vez, eu sei que não tenho culpa alguma. Eu sei que ficar com a Amber foi uma decisão só dele, porque é isso que os adultos fazem, não é? Eles são responsáveis pelas suas atitudes. Se ele quis perder a virgindade com ela, quem sou eu pra questionar? A vida é dele e ele faz o que quiser, mas eu não sou obrigada a ficar do lado dele e fingir que nada aconteceu. Eu não posso ficar com ele, sabendo que ele não se importou em perder a virgindade com a garota que mais me odeia nesse mundo. O não me deve satisfações, mas eu não tenho que bancar a idiota por causa disso. Essa é o tipo de decepção que acaba magoando menos, mas que é uma tremenda mancada, sabe? Uma rasteira inesperada! Então, porque eu devo me importar? Porque eu devo sofrer por isso?

A situação de era um pouco mais complicada. Ele era o culpado da vez e ele sabia disso. Dessa vez, não tinha um só motivo para que ele me odiasse. Não tinha como ele colocar 1% da culpa em mim. estava ciente que havia feito uma grande besteira e também estava ciente do quão aquilo me decepcionou. Foi quase como uma facada nas costas. Foi uma traição como a de qualquer outra pessoa que escolhesse a Amber ao invés de mim. pretendia me contar, mas não daquela forma. Não com a Amber quase nua em sua cama.

- O que você está fazendo aqui, Amber? – abriu os braços ao olhá-la com irritação.
- Como assim o que eu estou fazendo aqui? – Amber sorriu, sem graça. - Eu vim por você. - Ela completou.
- Como você me achou aqui? – odiava quando ela dizia aquelas coisas que fazia com que eles parecessem um casal.
- Eu... liguei na sua empresa. Eu disse que era a sua... amiga. Eles me passaram o endereço daqui. – Amber explicou como se o que ela estava contando fosse a coisa mais normal de todas.
- Você ligou na empresa? – arqueou uma das sobrancelhas.
- Eu não podia? – Amber negou com a cabeça. A inconveniência de Amber também irritava .
- Qual o problema com você? – estava completamente impaciente. – Você não vê que isso está passando dos limites? Olha pra você! - Ele a olhou dos pés a cabeça.
- Viu só? É só você voltar a ver essa idiota da pra você voltar a agir como um babaca. – Amber esbravejou.
- Amber, o problema não é com ela ou comigo. O problema é com você! – negou com a cabeça. – Você veio de Atlantic City até aqui pra quê? – Ele a olhou, irritado.
- Eu já disse! Eu vim te ver! Eu sabia que você estava sozinho e eu quis vir aqui pra... – Amber procurou as palavras. – Eu não sei. – Ela suspirou.
- Eu sei exatamente o que você veio fazer aqui e a resposta é não! Não vai acontecer nada aqui! – foi curto e grosso. Ela ficou surpresa com a sua grosseria.
- Você... vai ficar com a ? – Amber o olhou com tristeza.
- Não importa! Com ou sem ... não vai rolar nada. Tira isso da sua cabeça de uma vez! – continuou sendo grosso. Ele já havia sido educado demais e de nada havia adiantado.
- Você está mesmo me mandando ir embora? – Amber cerrou os olhos.
- Eu estou dizendo que você não deveria ter vindo. – responder sem qualquer hesitação. A sua irritação era mais do que evidente. – Mas já que você veio, me esclareça uma coisa. – Ele aproveitaria a oportunidade para esclarecer algumas coisas não resolvidas.
- O que? – Amber cruzou os braços.
- No dia do aniversário da ... – começou a dizer, mas Amber o interrompeu.
- Você quer dizer o dia que nós ficamos juntos? – Amber fez questão de relembrar o ocorrido.
- É, tanto faz... – rolou os olhos – Tinha um compromisso anotado na minha agenda. Um compromisso com você. – não sabia como dizer aquilo sem acusá-la de uma vez.
- E? – Amber arqueou uma das sobrancelhas.
- Foi você que marcou aquele compromisso? – perguntou de uma vez.
- Provavelmente. – Amber ergueu os ombros. A frieza com que ela disse assustou um pouco o .
- Por quê? – a olhou, sério.
- Eu sempre fazia isso, lembra? Quantas vezes não fomos ao cinema ou a sorveteria porque eu havia marcado o compromisso secretamente na sua agenda? – Amber não entendia o motivo da pergunta.
- E você sabia que eu ia me encontrar com a naquele dia? Você sabia que era o aniversário dela? – se aprofundou no assunto.
- Eu não converso com ela, . Como eu saberia quando é o aniversário dela? – Amber fez careta. – Onde você está querendo chegar? – Ela abriu os braços. Nesse momento, ele teve certeza que tudo o que aconteceu no dia do nosso aniversário de namoro não passou de coincidência.
- Esquece... – suspirou longamente. Apesar de estar irritado, saber que a Amber não tinha feito nada de propósito fazia com que ele se sentisse um pouco melhor.
- O que está acontecendo, ? – Amber se aproximou do amigo, demonstrando preocupação. A aproximação dela fez com que ele se afastasse.
- Acontece que a foi embora de novo. – respondeu com irritação, já que a pergunta era ridiculamente redundante.
- Quem se importa? – Amber rolou os olhos.
- Eu me importo! – apontou pra si mesmo. – Você sabe que eu me importo! Porque fica agindo como se não soubesse tudo o que ela significa pra mim? – Ele sorriu com deboche.
- O que ela significa pra você? Além de decepção? Além de dor? Além de mágoa? E não vamos deixar de citar quando ela colocou aquele belo par de chifres na sua cabeça. – Amber também debochou dele.
- Você adora me lembrar disso, né? Você deve achar que isso me faz odiar a , não é? – segurou o riso. – Acho que você vai ter que procurar outro motivo pra me fazer odiá-la. – Ele a olhou.
- O que você quer dizer? – Amber cerrou os olhos.
- Ela não me traiu, Amber. – respondeu com um belo sorriso. Amber não disfarçou tamanha surpresa.
- Foi ela que te disse isso? Não me diga que você acreditou. – Amber tentou se conter.
- Honestamente? Eu não queria ter acreditado. Seria tão mais fácil lidar com o que eu fiz sabendo que ela realmente havia me traído. – voltou a ficar um pouco mais sério.
- E o que foi você fez de tão ruim assim? – Amber ironizou.
- Eu fiquei com você. – foi simples e objetivo. Amber não esperava aquilo.
- Não tente bancar o bom moço agora. Não pra mim! Eu sei muito bem que você gostou de ter ficado comigo. – Amber fingiu não se abater.
- Se eu gostei, porque será que eu só deixei que acontecesse uma vez? Com certeza deve ter sido pela minha falta de tempo. – foi extremamente sarcástico.
- SEU BABACA! – Amber teve um colapso e começou a estapeá-lo sem dó. se defendeu com os braços.
- Você gosta de dizer verdades, mas não gosta de ouvi-las? – respondeu ao se afastar dela.
- Você quer ficar com a ? Fique com ela! Sofrer e morrer pela ! Não é esse o seu lema? Vá em frente! – Amber esbravejou.
- Eu vou, mas você vai comigo! – afirmou calmamente.
- Eu o que? – Amber arqueou uma das sobrancelhas.
- Eu não te pedi pra vir até aqui e mesmo assim você veio. A te viu e agora está achando que nós estamos juntos. Então, nós vamos até a casa dela e você vai dizer pra ela que não tem nada acontecendo entre nós. – disse em um tom de ordem.
- Vai sonhando! – Amber cruzou os braços.
- Você vai! – reafirmou, sério.
- Acha mesmo que eu vou fazer alguma coisa pra ajudar vocês dois a ficarem juntos? – Amber sorriu, irônica.
- Não estou pedindo pra você me ajudar. Estou te pedindo pra dizer a verdade. – rebateu.
- Dane-se! Eu não vou! – Amber reafirmou.
- Você vai! Nem que eu tenha te levar nos ombros. – a olhou, sério.

estava certo de que se a Amber fosse até lá e esclarecesse tudo, eu entenderia e até mesmo aceitaria esquecer tudo o que ele havia feito. Apesar de saber que ele já estava solteiro quando ficou com a Amber, sempre soube que dormir com a Amber nunca foi a coisa certa. Ele sempre soube o quanto isso me machucaria, mas na época me machucar era lucro. As coisas mudaram agora, mas o que está feito, está feito! Ele não pode mudar o que aconteceu, mas ele pode tentar consertar. Nós havíamos acabado de nos acertar e nunca foi tão bom ficarmos juntos. Agora, ele não tinha nada de novo e ele sabia que a única pessoa que tinha que tomar providências sobre isso era ele.

Depois da nossa breve conversa, Meg não atreveu-se a perguntar mais nada. Ela ainda não sabia reagir a esse meu novo comportamento. Com certeza algo havia acontecido para a minha tamanha mudança de atitude. Meg não viu mais aquela garota dramática e ingênua. Tinha alguma coisa me aborrecendo e que estava me fazendo agir friamente como se mais nada importasse. Meg queria me dar espaço para que não sofresse as consequências de outra pessoa.

Quando acabou o meu horário de trabalho, eu não queria ir embora. Trabalhar me distraía e evitava que eu ficava pensando em quem não valia a pena. Eu ficaria a noite toda lá, mas o meu chefe não permitiu. Eu tive que ir embora e voltar para casa. No caminho para casa, as músicas que tocavam no rádio me distraíram. Eu não queria ter tempo para pensar nele. não valia nem ao menos o meu ódio.

não sabia ao certo o horário que eu saia do trabalho, por isso ele já estava há algum tempo em frente a minha casa. Amber estava com ele, mesmo não querendo. Ele não havia dado opção a ela. Ambos aguardavam tediosamente dentro do carro de , quando ele avistou o meu carro se aproximar da minha casa.

- É ela! – despertou rapidamente.
- Não brinca. – Amber revirou os olhos.
- Fica aqui e quando eu te chamar, você fala com ela. – demonstrou que abriria a porta do carro. – Sem joguinhos, ok? – Ele olhou para Amber.
- Já entendi! – Amber esbravejou.
- Legal. – abriu a porta do carro, quando me viu estacionar o meu carro na garagem da minha casa. Bateu a porta de seu carro e apressou-se para me alcançar. Eu ainda não havia notado a presença dele até a hora que eu me virei em direção a minha casa já com as chaves nas mãos. – Nós podemos conversar? – Eu ouvi a voz dele atrás de mim. Eu pausei quase que instantaneamente. Meus olhos se fecharam em meio a uma careta.

- Não há nada para conversar. – Eu preferi continuar sem olhá-lo e deu alguns passos em direção a casa.
- Qual é! Vamos pular essa parte que você finge que não está brava comigo. – rolou os olhos e seguiu os meus passos até a porta.
- Eu não estou brava com você. – Eu finalmente me virei para olhá-lo para me defender. – Porque estar brava significa que eu me importo e, na verdade, eu não me importo. – Eu forcei um sorriso. O cabelo estava bagunçado, os olhos cerrados e o sorriso irônico me desafiavam.
- É mesmo? Não é isso o que parece. – analisou o meu rosto de perto.
- Corta essa, Jonas. – Eu revirei os olhos. – Porque não deixa esses joguinhos para a próxima transa? Ouvi dizer que tem um puteiro aqui perto, se caso você se interessar. – Eu disse, deixando de olhá-lo e colocando a chave na fechadura.
- Tem certeza que não está brava, ? – insistiu em me irritar.
- Não se ache tão importante, . – Eu abri a porta da casa e acendi as luzes.
- Se você não se importa, o que custa você me ouvir por 5 minutos? – abriu os braços ao me olhar da porta. Eu já estava dentro da casa, mas ele não atreveu-se a entrar.
- 5 minutos? 5 minutos é tempo demais pra perder com você. Que tal 3 minutos? – Eu negociei ao cruzar os braços.
- Jura? Porque se eu me lembro bem, você perdeu a noite passada inteira comigo. – sabia jogar o meu jogo como ninguém. Que desgraçado!
- Que bom que se lembra, porque ontem foi a primeira e a última vez. – Eu afirmei apenas para acabar com a graça dele.
- É isso o que você realmente quer? – cerrou os olhos em minha direção.
- É isso o que eu quero! – Eu afirmei de imediato. A minha informação foi mais do que suficiente para fazê-lo entrar na casa sem nem ao menos ser convidado. Ele fechou a porta atrás dele e eu entrei em estado de alerta.
- Quer saber o que eu acho? – começou a andar na minha direção e eu me esforcei para não me esquivar, porque sabia que era isso o que ele queria.
- Não, eu não quero. – Eu ergui os ombros, tentando me mostrar indiferente, mas ficou difícil com ele se aproximando cada vez mais.
- Não quer porque você já sabe o que vai ouvir, não é? – chegou até mim e não teve como. Eu tive que começar a dar alguns passos para trás.
- Como o idiota egocêntrico que você sempre foi, você não vai aceitar o meu não como resposta e vai tentar me fazer mudar de opinião. – Eu respondi, enquanto continuava me afastando e o corpo dele me acompanhava. Nossos rostos estavam há menos de 2 palmos de distância.
- Qual é... – rolou os olhos e sorriu de forma sedutora. – Não tem a ver com o meu ego ou com a minha capacidade de te fazer mudar de ideia. – O que eu tanto temia, aconteceu. Minhas costas se chocaram contra uma das paredes da sala e eu não tinha mais para onde ir. O corpo do também parou de se movimentar e ficou em minha frente. Ele apoiou uma de suas mãos na parede bem ao lado do meu rosto e o seu rosto ficou a um palmo de distância do meu. – Tem a ver com o tem aqui dentro... – A outra mão dele se aproximou do meu peito e um de seus dedos apontou e tocou a minha pele no lugar do meu coração. – Tem a ver com o seu medo. – Ele diminuiu o tom de sua voz. O dedo dele que apontava em direção do meu coração começou a deslizar lentamente pelo meu corpo. Meus olhos acompanhavam o seu dedo, enquanto eu sentia o meu corpo estremecer. sabia exatamente os efeitos que ele estava me causando e o sorriso dele demonstrou o seu prazer em fazer aquilo.

- Medo? – Eu tentava me recompor aos poucos. Meus olhos voltaram a encarar os dele, que me olhavam com intensidade.



- Você sabe que eu vou voltar pra Atlantic City em algumas semanas e está morrendo de medo de se envolver comigo de novo. Está com medo de me colocar na sua vida de novo, porque sabe o quanto foi difícil tirar. – falou baixinho, enquanto seus olhos mantinham-se fixos em meus lábios. Em meio a conflitos internos, eu agradeci mentalmente por ele ter dito aquilo, pois aquela era a única forma de me acordar daquele transe em que eu me encontrava.
- Me envolver com você de novo? – Eu sorri pra ele com deboche. – Uma noite e você já acha que eu estou apaixonada por você? Não seja ridículo, Jonas. – Eu continuei a debochar. Toquei o seu peitoral com uma de minhas mãos e afastei o seu corpo do meu.
- Apenas admita, . – não levou o meu deboche tão a sério.
- Não há nada para admitir. – Eu fiz careta como se não fizesse a menor ideia do que ele estava dizendo.
- Ficar em negação faz você se sentir melhor? Acha que as suas palavras fazem com que eu queira me afastar? – me olhou com ironia. – Desista, ! – Ele ergueu os ombros. – Desista porque eu não vou a lugar algum! Você pode tentar me afastar o quanto você quiser, você pode correr o mais rápido que você conseguir, mas eu já percorri esse caminho diversas vezes e eu conheço cada desvio desse labirinto e acredite: todos acabam no mesmo lugar. – sorriu, feliz com o seu discurso.
- De onde você tirou tanta besteira? – Eu cerrei os olhos.
- E você continua fugindo. – abriu os braços em meio a um riso.
- Está bem. Vai embora, Jonas! – Eu disse, impaciente.
- Sabe o que é mais engraçado? Você está enlouquecendo, porque mesmo querendo, você não consegue se arrepender do que aconteceu na noite passada. Sabe por quê? Porque você queria aquilo como eu queria. Porque você esperou tanto por aquilo quanto eu. Porque você gostou daquilo como eu gostei e porque você sempre quis que fosse eu, como eu queria que fosse você. – não tinha limites. Ele não desistia tão fácil e ele exatamente como me atingir.
- É, mas não fui eu, ! – Ouvi-lo falar daquele jeito me deixou indignada. - Foi a Amber. Parece que as suas ações não acompanham os seus desejos. – Nós finalmente estávamos discutindo sobre o problema principal: a Amber.
- Olha só, nós podemos parar de brigar por um minuto? – sabia que tinha que falar sério agora. – Eu sei que está decepcionada e eu acho que você tem motivos pra isso, mas... – Ele balançou a cabeça negativamente, enquanto suspirava. – Ontem foi importante, ontem significou o mundo pra mim, ontem foi a melhor noite da minha vida por causa de você. – Era incrível como ele conseguia ser o maior babaca do mundo em um instante e o cara mais doce do mundo no outro. O riso sarcástico foi trocado por um olhar sério e sincero.
- Ontem só me fez ver que não importa quanto tempo passe, não importa onde estejamos e não importa o quanto nós amadurecermos. Isso nunca vai funcionar. – Eu também mudei o meu tom de voz ao dizer aquelas palavras, que era mais como um desabafo. – Talvez o destino queira isso, mas junto com ele vem muitas decepções que eu não vou suportar passar. – Eu disse, vendo a indignação em seu olhar.
- Para de pensar no futuro! Pensa no agora! O que você quer agora? Eu estou aqui em sua frente agora! – abriu os braços, voltando a se aproximar de mim.
- Não vai acontecer, . – Eu voltei a me afastar, pois a proximidade me assustava. Eu sinceramente não estava a fim de voltar a passar por tudo aquilo. – Volta pra Amber. Ela vai fazer você feliz. Ela não vai te magoar. Ela é o desvio desse labirinto. Entre nele e não olhe pra trás. – Eu achei que estaria colocando um fim na conversa com aquelas palavras que eu odiei ter dito, mas que parecia o certo a se dizer.
- Você é inacreditável! – ficou ainda mais indignado.
- O que foi? Está acontecendo algo entre vocês! Vocês estavam juntos de alguma forma. – Eu me lembrei das fotos do e da Amber se beijando que foram misteriosamente enviadas pra mim. – Você quer o que? Que eu ignore tudo isso? Que eu dê uma de Amber e finja que não sei de nada? – Eu me defendi. – Eu não sou assim! – Eu justifiquei.
- Droga! Você ainda não entendeu que eu não quero ficar com ela? – voltou a falar grosso. – Você é surda, ignorante ou o que? – Ele também estava perdendo a paciência. E lá vamos nós novamente.
- Não quer ficar com ela? Qual é! Se eu não tivesse aparecido no hotel na noite passada, você teria passado a noite com ela. – Eu rolei os olhos.
- Acha mesmo que eu só dormi com você por falta de opção? Por que a Amber não estava lá? – debochou do que eu havia dito.
- Agora você vai jogar todas as suas opções na minha cara? – Eu cerrei os olhos em sua direção.
- Faria diferença? – sorriu cinicamente e ele ergueu os ombros.
- Sabe o que faria diferença? Você não ter omitido a sua historinha com a Amber ontem a noite. As coisas teriam sido bem diferentes. – Eu contra ataquei imediatamente.
- Para de usar a Amber como desculpa! Com Amber ou sem Amber. Tanto faz! Você sabe que eu conseguiria dormir com você de qualquer jeito. – sorriu, malandro. Que filho da puta!
- Vai se ferrar! – Eu o olhei com desprezo. Ele sabia que havia me deixado possessa!
- Wow! Você parece brava agora, . – segurou o riso.
- Você é um babaca. – Eu fui em direção a ele e comecei a estapeá-lo com toda a minha força, mas ele segurou as minhas mãos.
- Foi você que começou! – se justificou, enquanto ainda segurava as minhas mãos.
- Aposto que você vai se gabar para os seus amigos depois, não é? – Eu o fuzilei com os olhos de bem perto. – Você tem uma lista pra isso também? Qual o número que eu sou? 5? 10? – Eu ironizei, enquanto tentava me desvencilhar das mãos deles.
- Você é a número 1! – gritou na minha cara, sabendo que isso calaria a minha boca.
- Ah, cala a boca! – Eu fiz careta, puxando minhas mãos com força e o empurrando pra trás.
- Acha que se fosse mentira eu estaria aqui? Acha que eu viria até aqui me humilhar pra você por nada? – questionou.
- Acho que você tem que dar o fora daqui. – Eu disse, me mantendo longe dele.



TROQUE A MÚSICA:



- Você não acredita em mim, não é? – cerrou os olhos pra mim. – Então acho melhor você ouvir a verdade da boca dela, certo? – Ele disse, indo em direção a porta. Eu demorei para me dar conta do que ele estava dizendo. Meus olhos acompanharam a ida dele até a porta. Ele chamou alguém que estava lá fora e eu não conseguia acreditar que ele havia tido aquela ideia infeliz. Eu não acreditei quando vi a Amber entrando na minha casa com os braços cruzados e com a cara emburrada. Olhei pro , sem compreender. O que aquela vadia estava fazendo ali? – Conta pra ela. – olhou friamente pra Amber.
- Você está de brincadeira, né? – Eu ainda não conseguia acreditar.
- Deixa ela falar. – me deu uma bronca e eu fiquei ainda mais irritada. Quem ele pensa que é?
- Não acredito que você trouxe essa vadia pra dentro da minha casa. – Só o meu olhar dizia a ele o quão furiosa eu estava.
- Veja como você fala, garota! – Amber gritou em sua defesa.
- Eu estou na minha casa! Eu falo o quanto eu quiser e se eu quiser. Você só escuta e cala a boca. – Eu respondi de prontidão.
- Vai deixar ela falar assim comigo? – Amber olhou pro , esperando alguma atitude.
- Oh, ele vai! Ele vai porque ele não é nem louco de tentar me impedir! – Eu deixei de olhá-la para olhar do , só esperando para ver se ele tomaria alguma atitude.
- Olha, eu não trouxe ela aqui pra vocês brigarem. – tentou acalmar o clima.
- Não importa o porquê de você tê-la trazido aqui. Ela vai embora agora. – Eu comecei a expulsar a Amber.
- , espera... – tentou intervir, mas eu o interrompi.
- Eu estou falando sério, . Tira ela daqui agora! – Eu fui mais ríspida, demonstrando pra ele que eu não estava brincando.
- É por causa dessa garota que você veio até aqui? Foi por causa dessa garota que eu vim até aqui? – Amber olhou pro , mas disse em alto e bom som para que eu ouvisse.
- Se ela falar ‘dessa garota’ mais uma vez, eu juro que arranco os cabelos dela. – Eu respirei fundo, tentando me acalmar.
- Pra ela estar brava desse jeito ela com certeza já deve saber de tudo, não é? – Amber me olhou com aquele riso irônico.
- Saber do que exatamente? – Eu me fiz de desentendida. – Que você é uma vadia de quinta? Que você adora pegar o que é meu? – Eu queria me aproximar, mas me mantive longe porque era o único jeito de me conter. – Disso eu sei faz tempo! – Eu completei.
- Vadia de quinta? Chame do que você quiser, mas nós duas sabemos que tem quem queira. – Amber piscou um dos olhos pra mim. – E tem certeza que sou eu que gosto de pegar o que é seu? Se você está referindo ao , sinto muito te informar, querida, mas ele foi meu bem antes do que você. – Ela estava se sentindo poderosa. Eu estava tentando manter o controle, mas estava tão difícil. – E quando eu falo que ele foi meu bem antes do que você, eu quero dizer em tudo! – Amber completou, referindo-se a primeira vez do . Agora ela está fudida!
- Amber, você não está ajudando. – tentou impedi-la de continuar com aquilo.
- Se ele é seu, pode me dizer por que é que ele veio bater na minha porta, ‘querida’? – Eu a olhei, ansiosa pela resposta.
- Comer só filet mignon parece luxuria demais, não acha? As vezes precisamos comer carne seca também pra demonstrar... – Amber fez uma breve pausa. – Eu não sei... Compaixão? – Ela disse, depois de parecer pensativa. Não levou dois segundos para que andasse apressadamente em direção a ela com toda a raiva do mundo.
- Compaixão é tudo o que eu não vou ter com você... – Eu estava prestes a alcançá-la, mas adivinha? O herói está de volta! entrou em minha frente e com as mãos em minha cintura, ele foi me empurrando pra trás. – Eu estou avisando. Tira essa garota daqui. – Eu olhei pra ele completamente impaciente.
- Vem! Vamos pra lá. – continuou me empurrando para trás em direção a cozinha. Atrás de , eu ainda consegui olhar pra Amber. Ela acenava pra mim com uma das mãos daquele jeito debochado que toda e qualquer vagabunda tem. Eu nunca quis tanto voltar lá e quebrar todos aqueles dentes, mas eu sei que o não deixaria. Isso quer dizer que eu tenho que me livrar dele. – Eu deveria ter imaginado que isso não iria dar certo. – Ele revirou os olhos, quando chegamos na cozinha.
- Ela me tira do sério! – Eu suspirei longamente, enquanto colocava uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Eu vou levá-la embora. Você está bem? – me olhou, preocupado.
- Está. Eu só... – Eu sabia exatamente o que fazer. – Eu só preciso de um pouco de ar. – Eu menti, pois eu o conhecia tão bem a ponto de manipulá-lo.
- Então vem aqui fora. – não hesitou em caminhar até a porta de vidro que dava passagem para o quintal. Eu fui logo atrás dele e esperei ele abrir a porta. abriu a porta sem desconfiar de nada e passou por ela. Ele ainda estava de costas pra mim, quando eu puxei a porta, a fechei e a tranquei o mais rápido que eu consegui. assustou-se com o barulho e virou-se para me olhar. Quando ele viu a porta fechada, sua cara foi impagável. Parecia até que ele sabia exatamente o que eu iria fazer. – Muito engraçado! – tentou abrir a porta, sem sucesso. Eu sorri largamente pra ele e coloquei minhas mãos na cintura. – Abra a porta, ! – Ele ordenou, me olhando feio através da porta de vidro. Mordi o meu lábio inferior e ergui os meus ombros. Comecei a dar alguns passos pra trás e ele não demorou a ter um colapso. – Ei! Onde você vai? – gritou, vendo eu me afastar.
- Se você adivinhar, ganha um beijo. – Eu segurei o riso e em seguida pisquei um dos olhos pra ele. Virei de costas e fui em direção a saída da cozinha. Quero ver quem é que vai me segurar agora!
- ! Volta aqui! – gritou desesperadamente ao me ver abandonar a cozinha. – ! – Ele tentou mais uma vez. – Merda! – resmungou, quando viu que não conseguiria me impedir.

Amber estava distraída, enquanto observava a casa. Ela não esperava que a minha casa fosse tão grande. Os olhos dela rejeitavam toda a decoração da casa simplesmente por achar que a decoração era toda minha. Amber taxava tudo o que via pela frente como cafona e nem me viu quando eu voltei para a sala. Eu também não fiz questão de anunciar a minha volta.

- E ai, gostou? – Eu perguntei, enquanto a observava de costas. Minhas mãos estavam apoiadas no sofá. Foi visível o susto que ela levou. Amber me olhou rapidamente.
- Incrível como a sua cafonice acaba até com uma casa bonita como essa. – Amber começou bem.
- Ah, é mesmo! Esqueci que você é a expert em design. – Eu me lembrei do fato dela ter ajudado a decorar o seu apartamento. – O que é que você não aprende a fazer pra agradar o , certo? – Eu comecei a dar lentos passos em direção a ela.
- ! – gritava do quintal, tentando me impedir de algum jeito.
- Essa voz é do ? – Amber olhou em direção a cozinha.
- Voz? Qual voz? – Eu me fiz de boba.
- ! Não faz isso! – gritou mais uma vez, acabando com o meu teatro.
- Oh, essa voz? – Eu apontei um dos dedos em direção a cozinha. – É o sim. – Eu confirmei.
- Onde ele está? – Amber engoliu seco.
- Ele... está tomando um ar. – Eu achei graça da minha resposta. Qual é! Não é mentira!
- Onde ele está? – Amber foi mais ríspida.
- É impressão minha ou você está preocupada? – Eu cerrei os olhos ao observá-la.
- Traga o aqui. Ele me leva embora. – Amber estava começando a se borrar.
- Te levar embora? Não, agora eu quero que fique. Nós vamos conversar. – Eu tentei dar um sorriso dócil. – Afinal, não foi pra isso que você veio até aqui? – Eu completei, colocando em prática o meu lado atriz.
- Sinceramente, eu não sei o que o queria que eu te dissesse. Você já sabe tudo o que aconteceu. Pra que ficar repetindo e tornar tudo tão doloroso pra você? – Corajosa essa Amber, não?
- Doloroso? E porque seria doloroso? – Eu continuei me aproximando lentamente. Eu só estava esperando a próxima gracinha.
- Eu não sei. Deve ser meio doloroso saber que o seu ex dormiu com a garota que você mais odeia. – Amber sorriu com sarcasmo.
- Eu estou levando isso numa boa. Você não? – Eu ergui os ombros. Foi o meu jeito discreto de dizer a ela que eu também havia dormido com o .
- Não. Na verdade, eu me sinto até meio confortável com isso, já que na primeira vez dele era eu quem estava lá. – Amo quando ela me dá motivos pra quebrar a cara dela.
- Jura que não te incomoda saber que mesmo você tendo sido a primeira, ele ainda vive atrás de mim? – Eu pausei por alguns segundos.
- Ele não cansa, né? Toda vez é a mesma coisa! Ele corre atrás de você e você acaba magoando ele. – Amber rolou os olhos.
- Você deveria me agradecer! Se eu não o magoasse para o que mais você serviria? – Eu debati de imediato.
- Não vai me dizer que você acha que ele só dormiu comigo porque ele estava magoado? – Amber fez careta.
- Ele estava? – Eu perguntei sem qualquer intenção.
- É claro que estava! Você tinha acabado de quebrar o coração dele... de novo! – Amber voltou a me culpar pelas decepções de . – Mas sexo não é o tipo de coisa que você faz sem realmente querer. – Ela ergueu os ombros.
- Como é que é? – Eu cerrei os olhos, pois desconfiei que houvesse algo errado.
- Qual parte você não entendeu, otária? – Amber cruzou os braços e me olhou tediosamente. Quando ouvi ela me insultar dei mais alguns rápidos passos em sua direção e ela ficou visivelmente assustada, que chegou até dar alguns passos para trás.
- Como assim eu tinha acabado de quebrar o coração dele? – Eu queria explicações.
- Você tinha terminado com ele! – Amber disse como se eu fosse uma doente mental. A revelação me pegou desprevenida. Eu nunca havia pensado nessa possibilidade. Toda a minha empolgação por finalmente poder dar uma lição nela desapareceu para dar lugar a minha decepção ao pensar que aquilo o que ela estava dizendo realmente fosse verdade. Ela se aproximou, passando ao meu lado com aquele seu sorriso falso.



- Ah, não... – Amber percebeu a minha surpresa com tamanha revelação. – Ele não te contou? – Ela fingiu um bico. O sarcasmo dela fez o meu sangue subir instantaneamente. Meus olhos a seguiram, enquanto ela andava e sorria com ar de superioridade. – Já que ele não contou, eu conto. – Ela segurou o riso e parou a alguns passos de mim.. – O perdeu a virgindade comigo no dia em que você terminou com ele. – Eu respirei fundo e os meus olhos a fuzilavam como nunca. – Espere um minuto! Esse também não era o dia do seu aniversário? Não era o dia do aniversário de namoro de vocês? – Amber ironizou e eu dei mais alguns passos em sua direção. Ela voltou a se afastar. – Não se preocupe. Nós soubemos comemorar sem você. – Ela me provocou mais uma vez e foi o que bastou para que eu finalmente tomasse uma atitude. Eu a empurrei para trás com uma das mãos e o corpo dela se chocou com a parede que estava logo atrás dela.
- Foi prazeroso pra você? – Eu perguntei, indo até ela. Amber ainda se recuperava do seu choque contra a parede. Aparentemente, ela havia batido a cabeça.
- O que você está fazendo!? – Amber me olhou, assustada.
- Duvido que ele tenha te dado mais prazer do que o que você sentiu quando pensou que poderia jogar isso na minha cara o resto da vida. – Eu parei em sua frente e ela ainda fazia cara de dor.
- Ai, minha cabeça... – Amber resmungou, fazendo careta.
- Oh, a sua cabeça está doendo? Acho que como estudante de medicina, eu posso dar uma olhada pra você. – Eu levei uma das mãos até a cabeça dela, entrelacei os meus dedos em seu cabelo e o puxei com força.
- NÃO, NÃO... – Amber implorou, enquanto eu a afastava da parede com um puxão de cabelo.
- Ok, boas notícias. Sua cabeça está ótima e infelizmente você ainda não vai morrer. – Eu soltei o cabelo dela e ela me olhou, furiosa.
- SUA VAGABUNDA! – Amber veio pra cima de mim cheia dos chiliques. Ela tentou me dar uns 20 tapas, mas eu consegui impedi-la ao segurar as suas mãos.
- O que foi? Não me diga que quer que eu examine os seus braços também? – Eu disse, segurando as suas mãos. – Já que negligência é crime, eu não tenho outra escolha. – Eu forcei um sorriso. Já que eu já segurava as suas mãos, foi fácil virá-la de costas e trazer um de seus braços para trás. – Vamos ver se tem algo errado com o seu braço. – Eu deixei ela virada de frente para a parede e mantive um de seus braços nas costas. Eu comecei a empurrá-la para frente e novamente choquei o seu corpo contra a parede, mas dessa vez ela estava de frente e não de costas. – Ops... – Eu tentei conter o riso, mas estava difícil.
- Desgraçada... – Amber resmungou em voz baixa.
- O que você disse? – Eu fingi que não tinha escutado.
- Eu disse que você é uma vagabunda desgraçada. – Amber disse, furiosa. Eu a afastei da parede e em seguida voltei a chocar o seu corpo contra a parede.
- Eu não estou ouvindo! – Eu mordi o meu lábio inferior para não rir.
- VOCÊ ESTÁ MACHUCANDO O MEU BRAÇO! ME SOLTA! – Amber gritou desesperadamente. O grito foi tão alto que até mesmo o conseguiu ouvir do quintal. Se antes ele já estava temendo pelo pior, agora ele estava maluco.
- ! – gritou o meu nome, esperando que ele pudesse me impedir.
- Seu braço está ótimo. Você conhece o ditado: vaso ruim não quebra. – Eu soltei o braço dela e me afastei dela. Eu conseguia ouvir os gritos do no quintal, mas eles não me intimidavam nem um pouco. Voltei a olhar pra Amber e a vi levar a mão até o braço que eu havia torcido anteriormente. Ela estava toda descabelada.
- Me bater não vai mudar o fato de eu ter sido a primeira garota com quem ele dormiu. – Amber me olhou com cara feia.
- Eu não estou fazendo isso por ele. Estou fazendo isso por mim. – Eu respondi, sem hesitar. – Estou fazendo isso por cada coisa que você já me fez ouvir. Estou fazendo isso por cada minuto do ódio que você fez com que eu desperdiçasse com você. Estou fazendo isso... – Eu voltei a me aproximar dela e toquei a sua blusa, que pela primeira vez na vida não estava deixando a sua cintura a mostra. Peguei a beirada da blusa e a puxei com força. Acabei tirando toda a parte de baixo da blusa dela, que agora tinha se transformado em um top. – Por cada roupa justa ou curta que você usou perto do meu namorado. – Eu ataquei o pedaço da blusa que eu havia rasgado em seu rosto.
- MINHA BLUSA... – Amber olhou para a sua blusa toda rasgada.
- Estou fazendo isso por cada coisa MINHA que você desejou que fosse SUA. Coisas essas, aliás, que continuam sendo minhas, porque você não passa de uma fracassada. – Eu disse com um sorriso no canto do rosto. Amber se sentiu um lixo ao ouvir os meus insultos. No fundo, ela sabia que era verdade. Minhas palavras a atingiu tanto, que ela teve uma reação surpreendente. Ela foi até uma mesinha que havia ali mesmo na sala e jogou tudo o que havia lá em cima no chão. Inclusive o vaso favorito da tia Janice, que eu fiz questão de manter no mesmo lugar.
- ELE NUNCA VAI SER SEU TANTO QUANTO ELE FOI MEU. ELE FOI MEU PRIMEIRO E VOCÊ VAI TER QUE CONVIVER COM ISSO PRO RESTO DA SUA VIDA! CADA VEZ QUE VOCÊ SE DEITAR COM ELE, VAI LEMBRAR QUE EU FUI A PRIMEIRA! – Amber surtou e os seus gritos só deixaram isso mais claro. Eu não dei a mínima para o que ela disse. Eu só conseguia pensar no vaso favorito da tia Janice, que agora estava em pedaços no chão. Se eu já estava puta da vida antes, agora a porra ficou séria. Eu andei em direção a Amber e ela tentou me enfrentar. Ela tentou me dar um tapa, mas eu a empurrei para trás. As costas dela novamente se chocaram na parede e enquanto ela se recuperava, eu fui até ela e usei toda a minha força para dar um tapa em seu rosto. Ela abaixou o seu rosto, sentindo a dor do tapa.
- Se a sua mãe não te ensinou a não cobiçar as coisas dos outros e a respeitar a casa alheia, eu mesmo ensino. – Eu disse, tocando o seu rosto e o trazendo pra cima. Com a mão em seu rosto, eu fiz com que ela olhasse pra mim. – Pede desculpa. – Eu disse, fuzilando ela com os olhos.
- Vai pro inferno. – Amber me disse com desprezo.
- PEDE DESCULPA AGORA! – Eu gritei no auge da minha insanidade. No mesmo instante, eu ouvi a porta sendo aberta e no segundo seguinte eu estava nos braços do Big Rob, que havia me tirado de perto da Amber. – ME SOLTA! – Eu tentei me livrar dos braços do Big Rob, mas era impossível.
- MALUCA! – Amber gritou, colocando a mão no local em que eu havia estapeado.
- Calma! Calma, ! – Big Rob me colocou no chão, mas ficou esperto para uma eventual fuga minha.
- Que droga... – Eu suspirei, levando minhas mãos a cabeça e entrelaçando meus dedos em meu cabelo. Odiava perder o controle daquele jeito. Ainda mais por causa da Amber. Apesar de tudo, eu estava feliz e satisfeita por finalmente ter dado uma lição nela.
- Está tudo bem? – Big Rob perguntou. Ele não sabia se eu também estava machucada.
- Está. – Eu afirmei. – Tira ela daqui, por favor. Leva ela pra um hotel, não sei. – Eu não queria nem saber pra onde ela ia. Eu só queria não ter que olhar mais pra cara dela.
- Está bem. – Big Rob atendeu o meu pedido. Ele se afastou de mim e foi até a Amber. Ela estava encostada na parede. – Ei, moça. Venha. Eu vou te levar pra um hotel aqui perto. – Ele a puxou cuidadosamente.
- Me tira de perto dessa maluca. – Amber pediu, aceitando de prontidão a proposta do Big Rob.

Eu vi o Big Rob e a Amber saírem pela porta da frente. Ela nem teve coragem de voltar a olhar na minha cara. Acho que a partir de agora ela vai pensar duas vezes antes de se meter na minha vida. Depois que a porta se fechou, eu fui até os pedaços do vaso favorito da tia Janice. Me agachei e cheguei a pegá-los mesmo sabendo que nada poderia ser feito. Enquanto eu juntava os cacos do vaso, o grito de fez com que eu me lembrasse que ele ainda estava lá. Eu rolei os olhos, pois eu realmente não queria ter que lidar com ele agora. Me levantei e coloquei todos os pedaços do vaso que eu havia juntado sobre a mesinha. Respirei fundo, enquanto andava em direção a cozinha. Cheguei na cozinha e vi ele através da porta de vidro. me matou só com o olhar. Ele estava tão bravo, que eu quase fiquei com medo. Eu abri a porta e fiquei de frente pra ele. Ele mal se moveu.

- Sério? – olhou pra mim. – Era mesmo necessário? – Ele perguntou daquele jeito sério.
- Era sim! – Eu respondi com um fraco sorriso no rosto.
- Cadê a Amber? – passou por mim e foi direto para a sala. Eu o acompanhei, ansiosa pela sua reação. – Mas... – Ele olhou em volta e viu a mesa revirada. – O que foi que aconteceu aqui? – me olhou, preocupado.
- Adivinha? – Eu cruzei os braços.
- Onde ela está? – Do jeito que ele estava falando até parece que ele achava que eu tinha matado ela.
- Fica calmo! Sua melhor amiga está ótima. Nenhum dente ou osso quebrado. Eu juro! – Eu tentei tranquilizá-lo.
- Eu não devia tê-la trazido aqui. – suspirou. Tudo o que ele queria ela consertar as coisas e agora ele só havia piorado tudo .
- Ela me contou. – Eu olhei, esperando alguma reação dele.
- O que? – não sabia do que eu estava falando.
- Você transou com ela no dia do meu aniversário. No dia do nosso aniversário de namoro. – Eu expliquei pra ele do que se tratava. A expressão em seu rosto mudou. Ele até havia se esquecido desse pequeno detalhe.

Até eu estava assustada com o meu comportamento ao falar daquele assunto. Por trás de toda aquela calma, havia uma garota furiosa que queria falar os maiores absurdos pra ele. Não valia a pena. Eu me sentia ainda mais traída do que antes. Que tipo de cara faz isso? No dia do meu aniversário? Ele era solteiro há apenas algumas horas. Fez com que eu me sentisse culpada por tê-lo feito sofrer com o término. Sofrer? Que tipo de sofrimento é esse? Pra mim só ficou mais evidente que ele é um cafajeste da pior espécie, que só está no meu pé para me fazer de idiota de novo. Se ele acha que vai conseguir, está muito enganado!

- Olha só, eu sei o que parece... – quis rapidamente se explicar.
- O que? Que você fez isso pra me punir? Que você estava tentando me provocar? – Eu o encarei, séria.
- Não foi por isso. – negou com a cabeça. Ele parecia chateado ao falar daquele assunto. Nem mesmo ele sabia explicar os motivos que o levaram a dormir com a Amber naquela noite.
- Você é bom nisso, não é? – Eu disse logo depois de ter tido uma ideia. Agora eu vou mostrar para ele com quem ele está lidando. – Em me provocar. – Eu fui andando lentamente até ele. estranhou a minha reação.
- Eu sou bom em muitas coisas, mas sou ainda melhor quando essas coisas estão relacionadas a você. – sorriu, dando o aval que eu precisava para seguir com o plano. Eu parei em sua frente e ele me olhou de bem perto.
- Você não devia se gabar tanto. Eu também posso ser muito provocante quando eu quero. – Eu dei o meu sorriso mais sedutor. Levei uma das minhas mãos até a camisa dele e enrosquei meus dedos nos botões da mesma. não sabia o que estava acontecendo, mas ele estava gostando.
- Eu sei muito bem que você pode. – Os olhos dele estavam fixos nos meus.
- Faz tempo, não é? – Eu queria fazê-lo lembrar dos velhos tempos para que ele não tivesse tempo de desconfiar do que eu estava fazendo. Eu já havia desabotoado o 3° botão de sua camisa.
- Durante todo esse tempo, você aprendeu algum truque que eu já não conhecesse? – disse, tocando a minha cintura com as suas mãos e me trazendo para mais perto dele. Eu abaixei o meu rosto para que ele não tentasse me beijar, pois isso dificultaria muito as coisas.
- Você vai ter que descobrir. – Eu mordi o meu lábio inferior, apenas para fazer charme.
- Você não está mais brava? – continuou estranhando a minha rápida mudança de comportamento.
- O ódio também pode ser muito excitante. Você não acha? – Eu voltei a olhar em seu rosto, já que havia acabado de desabotoar a sua camisa.
- Eu acho que qualquer coisa é excitante quando se trata de você. – disse baixinho, já que estávamos bem próximos. Ele fez a sua primeira tentativa para me beijar, mas eu consegui me esquivar. Para que ele não estranhasse a minha atitude, abri a sua camisa já desabotoada e a tirei, jogando-a sobre o sofá.
- Qualquer coisa? – Para tornar tudo mais convincente, levei uma das mãos até o peitoral dele e deslizei até a sua cintura. Está bem! Eu queria tirar uma casquinha! Não é tão fácil ficar perto dele sem camisa. – Então, fecha os seus olhos. – Eu pedi, olhando pra ele.
- O que? – estranhou. Seria um dos meus novos truques?
- Confie em mim. – Eu pedi da melhor forma que eu consegui. – Eu quero te levar a um lugar e te fazer uma surpresa. – Eu menti. Era necessário para o seguimento do plano. estava tão na minha, que ele faria qualquer coisa que eu pedisse.
- Está bem. – jamais conseguiria recusar um pedido daqueles. Ele fechou os olhos e eu tive que me controlar para não rir. Era tão engraçado o fato de eu sempre conseguir tê-lo em minhas mãos.
- Não vale espiar! – Eu disse, segurando uma de suas mãos. – Vem comigo. – Eu comecei a puxá-lo e ele me acompanhou sem fazer perguntas. Fui levando ele em direção a porta e ele estava tão fora de si que nem sequer se deu conta. Eu consegui abrir a porta sem fazer qualquer barulho. Eu o virei de costas para porta e comecei a empurrá-lo lentamente em direção ao lado de fora da casa. continuou sem perceber nada. – Estamos quase chegando. – Eu fiz com que ele desse mais alguns passos e pronto. Ele já estava do lado de fora da casa. Nós paramos de andar e ele deduziu que já havíamos chegado ao nosso destino. – Estamos quase lá. – Eu sussurrei em seu ouvido e eu senti ele se arrepiar da cabeça aos pés. Antes de me afastar, aproximei ainda mais o meu rosto do dele e selei lentamente os seus lábios. Depois de descolar os nossos lábios, ele deu um enorme sorriso, mas isso não me desencorajou a seguir com o plano.

Hora do show! Eu fui me afastando lentamente dele para que ele não estranhasse. Voltei para dentro da casa e da porta o observei parado lá com os olhos fechados. Em meio a risos, eu bati a porta da casa com força e a tranquei imediatamente. O barulho da porta batendo assustou , fazendo com que ele abrisse abruptamente os olhos. Foi realmente uma pena estar do outro lado da porta e não poder ter visto a cara dele quando ele se viu sozinho do lado de fora da minha casa. Não demorou nem 5 segundos para que ele se desse conta de que havia caído em um dos meus novos truques.

- Só pode ser brincadeira... – sussurrou pra si mesmo, negando com a cabeça. Como ele pode ter caído nessa? De novo? – Ela é boa. – Ele foi obrigado a concordar. estava se sentindo o maior idiota do mundo. O melhor a ser feito seria ir embora, mas ele notou que estava sem camisa. Seria muito difícil entrar sem camisa em um hotel refinado e tradicional como o seu . Ele precisava da camisa. – Ok! Muito engraçado! Agora abre a porta. – bateu escandalosamente na porta.
- O que foi? Não gostou do meu novo truque, ? – Eu disse, enquanto me matava de rir do outro lado da porta.
- ABRE A PORTA! – esmurrou a porta com mais força. – Devolve a minha camisa pelo menos! – Ele gritou depois de um longo silêncio meu. Ao ouvir o seu pedido, eu olhei para o sofá e vi a tal camisa. Eu nem me lembrava que ela estava ali. Peguei a camisa e subi as escadas rapidamente, indo em direção ao meu quarto. Fui até a sacada e olhei lá embaixo, procurando por ele. estava na frente da porta todo impaciente.
- Ei! – Eu chamei a sua atenção e ele olhou imediatamente pra cima.
- Qual é o problema com você? – gritou ao me olhar com toda a sua indignação.
- Agradeça por ainda estar com as suas calças. – Eu brinquei, deixando-o visivelmente mais irritado.
- Você se acha muito engraçada, né? – cerrou os olhos.
- Você não? – Eu brinquei ainda mais com ele.
- Devolve logo a minha camisa pra eu poder ir embora. Não vão me deixar entrar no hotel assim. – pediu visivelmente impaciente. Eu demorei para decidir se devolveria a camisa ou não.
- Está bem. – Eu só concordei, porque havia tido uma ideia. Abandonei a sacada e voltei para o quarto. Olhei para a camisa e depois olhei em volta a procura de algo que me interessasse. As únicas coisas que eu encontrei foram uma tesoura e um batom. Era suficiente para mim.

aguardou pela devolução da sua camisa por um longo tempo. Ele estava prestes a voltar a esmurrar a minha porta, quando eu voltei a aparecer na sacada. Ele ficou feliz em ver a sua camisa nas minhas mãos e eu fiquei feliz por ele ainda estar ali esperando. me olhou e abriu os braços, esperando que eu devolvesse a sua camisa.

- Pega! – Eu joguei a camisa em sua direção. Apoiei os meus braços na grade da sacada só para acompanhar de camarote aquela cena. pegou a camisa e já foi colocando ela. Somente depois de abotoar todos os botões que ele se deu conta de que havia algo errado. Olhou melhor para a sua camisa e viu que ela estava toda picotada, cheia de furos e em sua parte de cima estava escrito ‘IDIOTA’ com batom vermelho. A aquela altura, eu já estava morrendo de tanto rir. fechou os olhos por poucos segundos e respirou fundo. Levantou a sua cabeça e basicamente me matou com o seu olhar.

- MAS QUE PORCARIA É ESSA? – esbravejou aos berros.
- É a sua camisa. – Eu respondi entre risos. A parte mais engraçada era ver o quão furioso ele estava. – Você não a queria de volta? – Eu abri os braços.
- VOCÊ É MALUCA, CARALHO! ERA A MINHA CAMISA! – estava tão bravo, que se eu não estivesse lá em cima ele já teria dado um jeito de me matar.
- Qual é! Ficou uma gracinha! Eu até usei o meu batom de marca. – Mais sarcástica do que eu, impossível!
- Oh! Você está achando engraçado? Que bom que está achando engraçado! – estava ainda mais furioso por eu estar rindo.
- Sabe o que é mais engraçado? Você achar que ainda tem algum poder sobre mim. – Eu disse em um tom de superioridade. – Engraçado, , é você achar que ainda pode me fazer de idiota depois de tudo o que você fez e depois de eu descobrir quem eu realmente sou. – Eu completei.
- Quem você realmente é? – debochou. – Você é a mesma garota chata e mimada de sempre, só está um pouco mais gostosa e safada. Não que eu esteja reclamando, é claro. – forçou um sorriso. Suas palavras me fizeram erguer uma das mãos e mostrar o dedo do meio pra ele.
- Já acabou, Jonas? Você pode ir embora agora. – Eu rolei os olhos.
- Se você quer realmente que eu saia do seu pé você não deveria me beijar. – disse, irritado. Ao mesmo tempo que eu mandava ele ir embora, eu o fazia querer ficar.
- Não vai dormir a noite agora por causa do beijo. – Eu gargalhei da sua vulnerabilidade e ele revirou os olhos.
- Sonha comigo, ok? – começou a se afastar da casa e ir em direção ao seu carro.
- Vai sonhando. – Eu ironizei ao piscar um dos olhos pra ele e jogar um beijo.

Ainda na varanda, eu fiquei observando ele entrar no carro. Mesmo tendo sido feito de idiota naquela noite, ainda conseguiu sorrir ao olhar pra mim. Ele só conseguia pensar no quão insuportável eu era, mas ele ainda me queria mais do que nunca. Enquanto o carro dele abandonava a minha rua, eu pensava no quão bom era tê-lo correndo atrás de mim de novo. Ele pode ser um babaca, mas é um babaca muito bonito e muito assediado por onde ele passa. Ter um cara desse no seu pé aumenta muito a sua autoestima. Sem tirar que nós tínhamos uma história a parte. Ele não era qualquer cara bonito.



Confesso que foi um pouco difícil dormir naquela noite. As imagens da noite passada não saiam da minha cabeça e não paravam de me arrancar sorrisos idiotas. Eu me perguntava o tempo todo porque tudo não podia dar certo só dessa vez. A noite passada foi inesquecível e hoje pela manhã foi quase como um sonho. Porque é que o tem que ser um idiota? Porque ele não pode parar de ser um babaca uma só vez na vida? Isso é tão revoltante!

Depois de muita resistência dos seguranças do hotel, conseguiu chegar em seu quarto. Antes de mais nada, ele ligou para a Amber para saber se ela estava bem. Mesmo não a tendo convidado para ir até Nova York, ele se sentiria culpado se algo acontecesse com ela. Amber foi extremamente fria com ele e o avisou que estava no aeroporto esperando pelo próximo avião para Atlantic City. Ela não tinha mais nada para fazer ali. Na verdade, ela nunca teve nada para fazer ali.

Apesar de eu fazê-lo de idiota constantemente e deixá-lo muito irritado, acabava gostando daquilo. Era uma coisa só nossa, sabe? Ninguém pode me irritar como ele, mas também ninguém pode provocá-lo como eu. Nossa relação sempre foi assim. Estranho seria se esses comportamentos não existissem mais entre nós. Esses comportamentos provavam ao que a atração não só física que ele sentia por mim também existia da minha parte. Enquanto continuássemos agindo daquela forma ainda havia esperança.

Antes de eu dormir naquela noite, a me ligou. Mesmo com toda a vontade do mundo, eu não pude contar a ela sobre o que aconteceu entre mim e o . Era mesmo um segredo que eu queria manter. Eu contei pra Meg, eu sei! Mas convenhamos, seria impossível esconder dela. Meg é a pessoa mais próxima de mim em Nova York. Nós nos vemos todos os dias e vivemos juntas. Ela saberia de qualquer forma. Eu só adiantei toda aquela enrolação. Contar para a ou até mesmo para o seria um pouco mais... delicado. Eles são próximos do meu irmão, aliás, todos lá são muito próximos. É impossível contar um segredo só para um deles sem que o resto do grupo não descubra algumas semanas depois. Eu queria sim contar para ela, pois ela é a minha melhor amiga. Eu vou contar, mas quero fazer isso pessoalmente. Quero dar todas as recomendações para que ela não espalhe pra ninguém. Se isso chega aos ouvidos do meu irmão, alguém vai acabar morrendo.

Acordei mais uma vez atrasada para a faculdade. Dessa vez eu não tinha outro motivo que não fosse o sono. Tive que me apressar ao me arrumar. Meg me mandou uma mensagem perguntando se eu poderia passar buscá-la e eu não vi motivos para recusar. Tomei um rápido banho, coloquei uma calça jeans, uma blusinha simples e um sandália de salto plataforma, que nem era muito alto. Passei perfume, coloquei alguns acessórios e fiz um rabo alto no meu cabelo. Meg já me esperava há algum tempo em frente a sua casa. Quando cheguei lá, forcei um sorriso para ela, pois sabia que eu estava muito atrasada.

- Desculpa! – Eu continuei forçando um sorriso.
- Tudo bem! Eu te entendo totalmente! É igual quando você começa a comer chocolate, né? Nunca dá pra comer só uma vez. Tem que comer todos os dias. – Meg segurou o riso ao usar metáfora patética.
- Como é que é? – Eu olhei pra ela, enquanto dava a partida no carro.
- Você e o ... – Meg rolou os olhos. Achou que eu estivesse tentando descoversar.
- Espera um pouco. Só pra eu entender. Quem exatamente eu sou nessa história? O chocolate ou a pessoa que come? – Eu não conseguia parar mais de rir.
- Sinceramente, eu prefiro não saber. – Meg não queria rir, mas ela não aguentou.
- Eu não estava com o , otária. – Eu expliquei.
- Não? Estava com quem então? – Meg me olhou, surpresa.
- Sério? – Eu achei que ela estava brincando. – Eu estava sozinha! – Eu disse como se fosse a coisa mais óbvia de todas.
- E o que aconteceu com o ? – Meg quis saber.
- Dane-se o . – Eu ergui os ombros, demonstrando indiferença.
- Nossa, mas até que vocês demoraram pra brigar dessa vez. – Meg brincou.
- Adivinha quem resolveu dar as caras? – Eu olhei pra Meg, fazendo mistério.
- Quem? – Meg não conseguiu pensar em ninguém.
- A Amber! – Eu fiz careta ao dizer o nome dela.
- Não-brinca. – Meg me olhou, perplexa.
- Eu descobri que o perdeu a virgindade com ela e de bônus... foi no dia que eu terminei com ele, ou seja, no dia do nosso aniversário de namoro e do meu aniversário. – Eu resumi tudo.
- Que filho da puta. – Meg estava indignada e surpresa.
- Eu sei! – Eu concordei com ela.
- E o que você fez a respeito? – Meg cruzou os braços. Se eu dissesse que não havia feito nada, ela me mataria.
- Falei um monte pra ele. – Eu disse, sem parecer nem um pouco decepcionada com a história. Como eu disse, a indignação é bem maior que a decepção.
- Só isso? – Meg me olhou com cara feia.
- É claro que não foi só isso. – Eu segurei o riso. – Eu dei uma lição na Amber também. Se o Big Rob não chegasse, eu acho que teria matado ela. – Eu disse aos risos.
- PORRA, BIG ROB! – Meg esbravejou, indignada. – Mas deu uma lição nela como? Não me fala que foi só um tapinha. – Ela queria mais detalhes.
- Com direito a tapa e puxão de cabelo. Acho que devo ter atacado a cabeça dela na parede umas 10 vezes. – Eu continuei rindo.
- ISSO! – Meg estendeu a mão e fizemos um breve high five. – E o que o fez? – Ela questionou.
- Eu tranquei ele no quintal. – Eu disse, esperando a reação dela.
- MEU DEUS, ! VEM AQUI, DEIXA EU TE ABRAÇAR. – Meg me abraçou exageradamente.
- Eu estou dirigindo, louca. – Eu disse e ela me largou.
- Agora sim você está mostrando quem manda nessa porra! – Meg comemorou.
- O está maluco comigo. Ele está tentando alguma coisa, mas eu estou sendo forte. – Eu contei a ela.
- E vai conseguir continuar sendo forte até quando? – Meg me olhou, desconfiada.
- Qual é! Eu não vou voltar com ele. – Eu não sabia por que ela estava desconfiada.
- Não, né? – Meg ironizou.
- Fica quieta. – Eu rolei os olhos e segurei o riso.

pode dormir até um pouco mais tarde naquela manhã. Ele não teria reunião com o pessoal dos Yankees nos próximos 2 dias. Ficou algum tempo na cama até que algum funcionário do hotel trouxe o seu café da manhã. Foi impossível não sorrir ao olhar para aqueles morangos e o chantilly. As lembranças da manhã anterior o encorajaram a ir atrás do seu passatempo favorito. Vestiu uma de suas calças jeans escuras, colocou uma regata estampa, o seu tradicional tênis e um boné. Seguiu para a porta da faculdade, já que agora ele sabia mais ou menos o horário que eu saia.

- Eu sei que é estranho, mas eu não consigo gostar dessas séries médicas. – Meg disse, enquanto saíamos da faculdade. Estávamos conversando sobre esse assunto há algum tempo.
- Você deve ser a primeira estudante de medicina a dizer isso. – Eu gargalhei ao olhar pra ela.
- É ridículo! E os médicos nem são bonitos. – Meg rolou os olhos.
- Tem um médico que é bonito sim. Qual o nome dele mesmo? – Eu me esforcei para tentar lembrar o nome.
- Ah, eu sei qual é! Espera, eu vou lembrar... – Meg fechou os olhos por alguns segundos para tentar se lembrar. Saímos do portão e os meus olhos foram involuntariamente até o lugar que o estava me esperando na manhã anterior. Eu fiquei até surpresa ao vê-lo lá novamente.
- Só pode ser brincadeira... – Eu rolei os olhos e parei de andar. Meg fez o mesmo, sem entender o porquê de eu ter parado.
- O que foi? – Meg virou-se pra me olhar. também já tinha me visto, mas ele não se moveu. Ele estava encostado na lateral do carro com os braços cruzados e com aquele boné idiota. Odeio quando ele usa aquele boné que o deixa irresistivelmente idiota.
- Ele não aguenta ficar longe. – Eu neguei com a cabeça ao olhar pra ele. Meg olhou na mesma direção que eu e o viu também. Dei alguns passos em direção a ele e depois voltei a olhar pra Meg. – Quer conhecer o ? – Eu fiz careta. Fiz sinal com a cabeça e a chamei para me acompanhar. – Esperando alguém? – Eu disse me aproximando dele.
- E se estiver? Você se importa? – disse com um sorriso de lado.
- Nem um pouco. Só fiquei intrigada. Logo aqui na faculdade em que eu estudo? – Eu disse usando o meu sorriso irônico.
- Ontem, quando eu vim te buscar vi umas meninas que eram até gostosas. Passei pra dar uma conferida. – deixou de me olhar e olhou para a entrada da faculdade.
- Espero que nenhuma delas seja tão idiota de cair nessa sua lábia ridícula. – Eu forcei um sorriso.
- Você quer dizer... idiota como você? – voltou a me olhar. Eu cerrei os olhos pra ele como demonstração da minha indignação. – Falando em idiota... – Ele olhou pra alguém atrás de mim. – Você deve ser a Meg, não é? – Meg também o olhou e pensou em responder com uma voadora, mas ela faria melhor.
- E você deve ser o príncipe encantado da , certo? – Meg foi até o meu lado. – Oh, não. Me desculpe! Esse é o Mark e não você. – Ela deu um enorme sorriso. Foi difícil controlar a risada.
- Eu sabia que você ia gostar dela. – Eu olhei pra Meg e depois pra ele.
- Ela parece ser muito mais insuportável pessoalmente do que pelo telefone. – se lembrou da conversa, ou melhor, da briga que eles tiveram pelo telefone há alguns meses.
- Nos conhecemos há um minuto e você já começou com os elogios. – Meg ironizou. – Ele é mesmo encantador, . – Ela me olhou.
- Olha, eu adoraria sentar e falar com você sobre todas as minhas qualidades, mas não vai porque... eu não quero. – ergueu os ombros em meio a um sorriso.
- Nem precisa! A já me contou todas as suas qualidades. – Meg atreveu-se. – Já sei que você é um idiota, egoísta, ciumento e neurótico que gosta de comer a melhor amiga vadia. – Meg cruzou os braços. Eu queria aplaudi-la até morrer.
- Contou pra ela? – apontou pra Meg, mas olhou pra mim com um certo julgamento.
- Acho que eu devo ter comentado algo sobre isso em uma das centenas de vezes que eu fui desabafar com ela sobre uma das suas várias idiotices. – Eu realmente não fiquei preocupada com aquilo.
- Realmente, foram muitas vezes. – Meg foi obrigada a concordar.
- Vocês falam sobre mim? Se isso não for amor eu não sei o que é. – me olhou, sarcástico.
- O que você quer aqui, Jonas? – Eu me irritei com o seu comentário.
- Dá pra vocês saírem da frente? Estão me atrapalhando. – me olhou com descaso e me empurrou um pouco para o lado. Olhou e sorriu para o outro lado da rua. Eu fiquei curiosa e me virei para olhar e vi uma universitária sorrindo pra ele. Ela era praticamente uma nova versão da Jessie.
- Fala sério... – Eu rolei os olhos.
- Não fique brava, . Você já teve a sua vez. – me provocou. – Quando eu estava vindo pra cá eu vi um cartaz sobre uma balada que vai ter em um barzinho aqui na rua detrás. Acha que ela vai aceitar ir comigo? – Eu sabia exatamente o que ele estava tentando fazer. Jonas sendo Jonas.
- O que essa garota tem na cabeça? – Meg fez cara feia pra garota, que encarava há algum tempo.
- Bom gosto. – respondeu prontamente.
- Ela não está olhando pra você e sim pro seu carro, otário. – Eu disse, impaciente. O carro de era realmente muito luxuoso e chamava a atenção das garotas que só querem saber de dinheiro. Eu virei de costas pra ele e dei poucos passos em direção ao portão da faculdade. Eu pretendia ir embora de uma vez. Meg chegou a me acompanhar, mas eu fui obrigada a voltar, quando segurou um dos mus braços e me puxou pra perto dele.
- Até quando vai ficar se fazendo de difícil? – perguntou, quando os nossos rostos estavam há menos de um palmo de distância. Juro que foi involuntária a rápida olhada que eu dei nos lábios dele.



- Depende! Quando você vai parar de insistir? – Eu devolvi a pergunta e parece que consegui deixá-lo sem resposta. Os olhos dele também ficaram fixos nos meus lábios por alguns longos segundos. Para evitar problemas, eu puxei o meu braço e me desvencilhei da mão dele. Olhei pra ele pela última vez antes de sair andando em direção ao estacionamento. Meg começou a ir atrás de mim.

- Ei, Meg! – gritou e ela olhou para trás. – Sem querer ser desagradável, mas acho que como melhor amigo do eu tenho que dizer: a ex dele era bem mais divertida. – Ele disse só para irritá-la e ela respondeu mostrando pra ele o dedo do meio.

Pronto! já havia cumprido a sua missão do dia. Já tinha me irritado tanto, que eu ficaria pensando e odiando ele o resto do dia. Era isso o que ele queria. Ele queria ser lembrado, porque sabia que enquanto fosse lembrado, o que nós tínhamos estaria lá. Essa foi a estratégia que ele usou durante os 6 anos de amor não correspondido. Ele sempre dava um jeito de se manter presente na minha vida. Mesmo que fosse com o título do mais ‘idiota e irritante’.

- , me explica o que você viu nesse babaca! – Meg disse, quando entramos no meu carro.
- Você pode não acreditar, mas ele não era assim antes. – Eu expliquei.
- Antes quando? Ontem a noite? – Meg abriu os braços. Ela não conseguia entender como eu podia ter trocado o Mark pelo .
- Olha, eu não sei o que acontece! Tem horas que ele é o garoto mais incrível que eu já conheci e no segundo seguinte ele está agindo como um babaca. – Eu rolei os olhos. Aquela situação também me irritava.
- Eu juro que não consigo imaginar ele sendo fofo e fazendo todas as aquelas coisas que você disse que ele fez. – Meg não conseguia acreditar que eu poderia ter me apaixonado pelo .
- Ele fez todas aquelas coisas e ele sabe sim ser fofo e encantador quando ele quer, mas quando ele quer me irritar e me provocar ele também sabe fazer isso como ninguém. – Eu tentei explicar mesmo sendo confuso. – Ele fica tentando me manipular e fica tentando me fazer ficar louca por ele. Ele conhece todas as minhas fraquezas. – Eu contei, irritada.
- Eu sei que é difícil. Sei que ele é bonito.. e gostoso pra caramba. Eu sei, mas... você não pode ceder, entendeu? – Meg me orientou. – Você tem que dar um jeito de se afastar dele para não correr o risco de ficar caindo na tentação. – Ela aconselhou.
- Quer saber? É isso o que eu tenho que fazer. – Eu afirmei, certa do que eu tinha que fazer.
- Vai se afastar dele? – Meg ficou impressionada por eu ter escutado o seu conselho tão rapidamente.
- Pelo contrário. Eu vou me aproximar e vou provar pra ele que eu não sou tão fraca e vulnerável quanto ele pensa. – Eu sorri, empolgada com a minha ideia.
- Ai, que droga... – Meg rolou os olhos.
- Nós vamos naquela balada hoje. – Eu estava decidida.
- Balada? Mas que balada? – Meg me olhou, sem entender.
- Na balada que ele disse que vai hoje a noite. Nós vamos até lá e eu vou mostrar pra ele quem é o fraco da história. – Eu disse com convicção.

Trabalhar naquele dia foi perca de tempo. Eu passei a tarde toda pensando no que eu faria para irritar e provocar o . Dar aquela lição nele iria fazê-lo pagar a língua por tudo o que ele havia dito e/ou insinuado. Meg teria gostado mais da minha atitude se tivesse certeza de que eu não acabaria cedendo aos encantos do . Mesmo odiando a ideia, ela sabia que eu ainda sentia alguma coisa por ele. Se eu não sentisse, eu não perderia o meu tempo tendo que provar algo pra ele.

era muito esperto e tinha quase certeza de que eu iria até aquela balada naquela noite. Ele sabia que eu iria até lá só para me certificar que ele não estava com nenhuma outra garota. Foi exatamente por isso que ele falou sobre a balada. Ele quer que eu esteja lá. Ele quer estar perto de mim. Ele quer saber até onde vai essa minha vontade de mostrar a ele que não existe mais nada entre nós.

Depois de escrever alguns relatórios sobre o andamento do contrato dos Yankees e encaminhar para o seu chefe, foi se arrumar para a balada que começaria dali uma hora. Ele não queria se atrasar, pois queria estar lá quando eu chegasse. Mesmo sabendo que eu provavelmente me atrasaria.

Cheguei do trabalho completamente disposta para ir até a balada e destruir todas as insinuações que tem feito sobre mim. Meg tinha ficado em sua casa e viria me buscar mais tarde. Fui tomar um banho e logo depois comecei a me arrumar. Eu demorei algum tempo para escolher a roupa que eu usaria. Eu queria usar algo provocante, mas também não queria bancar a Amber. Enquanto eu não decidia a roupa eu fui fazendo outras coisas como arrumar o meu cabelo, que eu preferi deixar solto. Caprichei na maquiagem e usei diversos acessórios como pulseiras e anéis. Consegui escolher a roupa que eu usaria e ela parecia se encaixar perfeitamente na minha descrição feita anteriormente. Vesti um cropped branco, um shorts jeans curtinho e por cima uma ‘camisa’ bem larga e comprida que chegava a cobrir o meu quadril (VEJA AQUI). Optei por uma sandália branca de salto alto. Cansei de passar tanto perfume e só parei de me arrumar quando ouvi Meg buzinar o seu carro. Me apressei para pegar algum dinheiro e acabei resolvendo deixar o celular em casa, pois não estava a fim de levar bolsa.

- Wow... – Meg ficou chocada ao me ver entrar em seu carro.
- O que foi? Não ficou bom? – Eu fiquei preocupada.
- Você está maravilhosa! – Meg estava boquiaberta.
- Você também está. – Eu fiquei até sem graça.
- Precisou o entrar na história pra você começar a se soltar, né? – Meg gargalhou. Eu não estava tão diferente assim, estava?
- Eu vou fazer ele se arrepender de ter vindo pra Nova York. – Eu afirmei com um sorriso maligno.
- Ainda bem que estamos indo com o meu carro. Você com certeza vai sair com alguém de lá hoje. – Meg continuou me provocando.
- Não vou nada. – Eu rolei os olhos.
- Sei... – Meg disse, rindo.

já havia chego na balada há algum tempo. A minha demora havia deixado ele um pouco preocupado. Ele até começou a cogitar a possibilidade de eu não ir. Apesar da sua preocupação, havia uma garrafa de cerveja em suas mãos. Ele estava em um dos cantos do local, onde ele tinha visão da entrada. Diversas garotas já haviam ‘esbarrado acidentalmente’ nele e até tentaram puxar conversa, mas não deu moral pra nenhuma.

- Eu não sabia que nesse lugar também tinha balada. Achei que fosse só bar. – Meg disse, enquanto descíamos do carro.
- O lugar tem dois ambientes. O barzinho com música ao vivo é de um lado e a balada do outro. – Eu expliquei. Eu ouvi uma das garotas da minha sala falando sobre o lugar.
- Mas tem como? Dá pra ouvir a música ao vivo com a balada ao lado? – Meg fez careta.
- Deve dar, né? Deve ter aqueles negócios que você coloca na parede pra evitar que passe som. – Eu não estava muito interessada na conversa, porém não queria demonstrar isso pra Meg.



TROQUE A MÚSICA:



O local não estava tão lotado, mas também não estava vazio. Para falar a verdade, estava bem cheio para uma balada no meio da semana. Chegamos na porta do local e pagamos as entradas. Passamos pelos seguranças e entramos no local. Era a primeira vez que eu entrava ali e a primeira impressão foi boa. A música era boa, os caras eram bonitos e o local era bem espaçoso. Era uma droga esses lugares pequenos em que as pessoas esbarram em você até para ir ao banheiro.

- Mais uma cerveja? – O barmam perguntou ao assim que viu que a sua cerveja havia acabado.
- Não. Valeu. – respondeu, enquanto olhava discretamente por todo o local. Seus olhos não acreditaram quando ele finalmente me viu. Ele ficou paralisado por alguns segundos. Nem mesmo piscar ele conseguiu. Sem que eu percebesse, ele me analisou da cabeça aos pés. – Quer saber? Eu quero a cerveja agora. – só deixou de me olhar para olhar para o barmam. Ele precisava beber porque era torturante demais me ver daquele jeito e pensar que aquilo não lhe pertencia mais. Era completamente frustrante.
- Nossa, faz muito tempo que eu não venho aqui. – Meg se surpreendeu com a nova decoração do local.
- Você já veio aqui? – Eu fui obrigada a me aproximar de seu ouvido para falar por causa da música alta.
- Eu vim há muito tempo atrás com o meu ex. – Meg rolou os olhos.
- Entendi. – Eu fiz careta por tê-la feito falar do ex. – A música aqui é muito boa. – Eu sorri, olhando em volta.
- Na época que eu vim aqui só tinha o bar. – Meg explicou.
- Onde tem bebida? Eu ainda não vi o bar. – Eu continuei olhando em volta.
- Eu acho que vi um balcão ali atrás. – Meg apontou do outro lado do local.
- Vamos lá. – Eu fui na frente e Meg me seguiu.

Apesar de estar ansiosa para localizar o , eu não estava desesperada. Eu não queria demonstrar qualquer tipo de ansiedade. Ao contrário de mim, não conseguia se controlar. Os olhos dele me seguiam por todo o local. Cheguei no balcão e como havia algumas pessoas entre nós, eu não consegui vê-lo. também percebeu que eu não tinha visto ele, por isso, ele foi até lá.

- Você quer alguma coisa? – Eu me virei para perguntar pra Meg.
- Eu quero só uma água. Vou dirigir. – Meg fez careta.
- Está bem. – Eu sorri, voltando a olhar pro barmam. – Eu quero uma garrafinha de água e... – Eu olhei o estoque de bebida. Eu não deveria beber, mas eu precisava estar um pouco mais ‘solta’ para o que eu pretendia fazer naquela noite. – Pode ser uma cerveja. – Eu não pegaria tão pesado.
- Ei, vai com calma, . – Eu ouvi alguém dizer ao meu lado. Aquela voz era inconfundível e não havia nenhum outro idiota que me chamava daquele jeito. Me virei para olhá-lo e me arrependi instantaneamente. Droga, ele não deveria ser tão bonito assim. A reação dele quando eu o olhei de bem perto não foi nada discreta. Ele ficou analisando o meu rosto.
- Cuida da sua vida, Jonas. – Eu disse assim que o olhei para disfarçar a minha reação ao vê-lo. vestia uma regata branca extremamente justa, uma calça jeans e tênis branco. Por cima da regata ele colocou uma camiseta jeans clara aberta e dobrou suas mangas até um pouco abaixo do cotovelo. Seu cabelo estava propositalmente desarrumado e aquela barba rala ainda estava lá.
- Não precisa ser grossa, garota. Eu só estou cuidando de você. – me olhou, irritado. Começamos mal novamente.
- Eu não preciso que você cuide de mim. Você não é meu amigo e nem o meu namorado. Você não é nada! Comece a se comportar como tal. – Eu disse, pegando a cerveja das mãos do barmam e colocando o dinheiro sobre o balcão. – Obrigada. – Eu sorri para o barmam e me afastei sem nem sequer olhá-lo. Ele observou eu me afastar com uma cara de poucos amigos.
- Não sei se te arrumo um lenço pra enxugar toda essa sua baba ou o seu choro. – Meg gargalhou depois que viu ele me olhar com total frustração.
- Nossa! Agora entendi o que o viu em você. Foi o senso de humor! – ironizou e em seguida virou-se de frente para o balcão, ficando de costas para Meg. Ela se afastou ainda aos risos.
- Viu a cara dele? – Meg disse, quando finalmente me alcançou.
- Ele já era. – Eu sorri, antes de beber um gole da cerveja em minhas mãos.

Eu fiz questão de me manter longe dele o tempo todo. Eu demorei algum tempo para conseguir beber a garrafa inteira de cerveja. Eu só sei que eu me sentia cada vez mais leve e solta, mas eu estava me segurando. A troca de olhares era constante, mas eu sempre era mais discreta. Eu e Meg estávamos em um dos cantos do local e dançávamos uma música ou outra sem chamar a atenção.

- Você vai continuar olhando pra ele? – Meg segurou o riso ao me olhar.
- O que? – Eu me fiz de boba.
- Você está olhando pra ele! – Meg repetiu, rindo.
- Que droga... – Eu sorri, negando com a cabeça. – Ele está... – Eu não consegui terminar a frase.
- Bonito? – Meg deduziu.
- É! – Eu concordei, respirando fundo.
- Olha para outros caras. Tem um bonitinho ali que está te olhando desde que chegamos. – Meg apontou discretamente a cabeça na direção do tal bonitinho.
- É, ele é bonitinho mesmo. – Eu concordei sem tanta empolgação. Era um pouco difícil concorrer com o .

estava começando a ficar desesperado. Ele não conseguia parar de olhar para as minhas pernas, para a minha cintura descoberta e quando eu resolvia dar uma básica reboladinha ele só queria estar morto. Nada estava acontecendo como o planejado. já estava ali há quase duas horas e nada havia acontecido. Ele me olhava e não conseguia se conformar que um dia eu havia sido sua. Era insano olhar pra mim e ver como aquela garotinha tão frágil que ele salvou naquele acidente se transformou naquela garota bonita, forte e extremamente sexy. Os pensamentos de estavam indo cada vez mais longe. Foi então que uma garota foi até o balcão pedir uma bebida. Ela estava bem ao lado do e ele a olhou. Uma rápida ideia veio em sua cabeça.

- Eu não sei o que pedir. – A garota parecia indecisa ao falar com o barmam.
- Enquanto você decide, eu posso te pagar um whisky? – virou-se e deu o seu melhor sorriso para a garota. Ela o olhou pronta para dar outro fora naquela noite, mas quando ela o viu mudou de ideia rapidamente.
- É claro. – A garota não poderia ser mais fácil. já não gostou. Ele gostava das difíceis. Sempre foi assim. Porém, ele continuaria com aquilo só para chamar a minha atenção.
- Dois whiskys com gelo. – pediu com gelo, pois sabia que a bebida pura o deixaria mais ‘alegre’ do que ele queria ficar.
- Você é daqui? – A garota perguntou, sentando-se ao seu lado.
- Não. Eu sou de Atlantic City. Estou aqui a trabalho. – explicou, tentando dar total atenção a garota. Ele pegou o seu pequeno copo de whisky e bebeu um gole. – E você? – Ele só perguntou para ser simpático e sorriu só para tornar tudo mais real.
- Nossa, que babaca. – Meg rolou os olhos.
- O que foi? – Eu perguntei, sem entender.
- Olha o que o está fazendo. – Meg arqueou uma das sobrancelhas. Eu me virei discretamente para olhá-lo e vi ele todo empolgadinho conversando com uma garota.
- Que previsível. – Eu rolei os olhos. – Está tentando me fazer ciúmes. – Eu expliquei.

Inicialmente, eu não me importei, pois eu sabia que ele estava fazendo de propósito. Porém, a palhaçada durou mais tempo do que costumava durar e eu comecei a me irritar. Eu olhava pra ele e ele ainda estava lá sorrindo para aquela desconhecida. Eu continuava achando que era provocação, mas agora eu notei que realmente estava começando a dar certo e isso me irritava mais do que tudo. O auge da minha insanidade foi atingido quando eu o vi colocar uma mecha do cabelo dela atrás de sua orelha. Meg percebeu a minha inquietação, mas resolveu não dizer nada para não piorar a situação. também já havia notado os meus olhares ameaçadores e isso só o fazia querer ir mais longe.

- Você está bem? – Meg perguntou com medo da minha resposta.
- Estou tão bem, que vou dançar. – Eu a olhei com um sorriso suspeito. – Segure a minha cerveja e só observe como eu vou acabar com esse teatro rapidinho. – Eu estendi a minha garrafa de cerveja em sua direção e ela pegou. Naquele momento, tocava uma das músicas do Maroon 5. Não poderia haver música melhor para aquela ocasião.

Eu estava com tanta raiva e um pouco mais solta e alegre do que o normal por causa da bebida, que não foi nada difícil arrumar coragem para ir sozinha até o centro da pista de dança. Eu comecei a dançar discretamente e aos poucos fui começando a me soltar. Minha cintura acompanhava a batida da música e as minhas mãos hora deslizavam pelo meu corpo, hora entrelaçavam os dedos em meu cabelo.

Meg acompanhou de camarote toda a reação de , que depois de não me ver ao lado dela dividiu a sua atenção entre conversar com a tal garota ao seu lado e em me procurar. Os olhos dele nunca demoravam para me achar. Eu estava na direção dele e dançava sensualmente. Quando me viu, ele imediatamente deixou de dar atenção para a garota ao seu lado. Virou-se de lado pra ela e ficou de frente pra mim. Ele não queria e não conseguia perder um segundo daquilo.

- Ei! Você está me ouvindo? – A garota perguntou, frustrada.
- Me desculpa, ok? Mas não vai rolar. – a dispensou sem nem sequer olhar pra ela. Meg teve uma crise de risos, quando viu a garota se afastar. estava completamente louco.

também não era bobo. Ele sabia exatamente que eu estava tentando provocá-lo, mas isso não fez muita diferença. sentia cada parte do seu corpo implorar por uma aproximação, mas ele não estava tão fora de si assim. Ele ainda conseguia se controlar, mas ele não sabia até quando esse controle ia durar. Os olhos dele percorriam cada curva do meu corpo e diferentemente das outras vezes, ele sabia exatamente o que eu escondia por detrás daquelas peças de roupas e isso só serviu para deixá-lo ainda mais maluco. Há duas noites nós estávamos juntos e ele havia explorado cada centímetro do meu corpo. Desde então, ele não consegue pensar em outra coisa. não conseguia parar de desejar o meu corpo novamente e me ver dançar sensualmente não melhorava as coisas.

Depois de algum tempo, a minha dança não era só provocação, mas também diversão. Eu estava começando a me divertir. Havia diversas pessoas dançando ao meu lado, mas eu conseguia notar uma certa atenção. Alguns caras me olhavam e eu estava tão empolgada, que não me importei. Um deles se aproximou e era justamente o bonitinho de quem a Meg tinha falado. Ele se aproximou e veio dançando cada vez mais perto. Eu não conseguia enxergar malícia em nada.

- Você dança muito bem! – O garoto se aproximou e gritou próximo ao meu ouvido.
- Você também é bom. – Eu sorri pra ele, sem parar de dançar.

A aproximação do garoto chamou a atenção de . O olhar de desejo que ele me lançava há alguns minutos se transformaram em ódio quando ele me viu sorrir para aquele desconhecido. estava ciente de que eu não lhe devia explicações e até mesmo que ele não tinha direito algum de sentir ciúmes, mas era incontrolável. Era mais forte do que tudo. Sempre foi assim. Ele sempre implicou com os garotos que eu beijava e namorava.

- Qual o seu nome? – O garoto voltou a se aproximar para perguntar.
- Eu sou a . – Eu respondi, voltando a sorrir pra ele. Dessa vez, o garoto não se afastou. Manteve-se bem próximo e eu não me importei. Era tudo o que eu precisava naquela noite e honestamente era tudo o que eu queria que o visse. Toquei a cintura dele e desci um pouco o meu corpo, enquanto balançava a minha cintura de um lado pro outro.

Meg começou a ficar preocupada com o que estava prestes a acontecer. Ela acompanhava os olhares e as atitudes de de longe. Ele estava mais do que furioso. acompanhava toda a cena e estava certo que se não interferisse, um beijo acabaria acontecendo a qualquer momento. Bebeu o último gole do seu whisky de uma vez só e deixou o copo sobre o balcão. Abandonou o balcão e começou a andar diretamente para o local em que eu estava. Meg nem sequer piscava diante da cena. foi se aproximando com aquela expressão séria e eu juro que não vi ele se aproximar. Eu só me dei conta da aproximação dele, quando a sua mão segurou um dos meus braços e começou a me puxar para a saída do local. Ele me levou pra fora antes mesmo que eu argumentasse qualquer coisa.

- O que você acha que está fazendo? – Eu me desvencilhei da mão dele e o empurrei para trás. preferiu me levar para fora, pois lá dentro seria impossível conversar com aquela música alta.
- Você é maluca? Você nem conhece aquele cara! – esbravejou, me olhando com irritação.
- E o que você tem a ver com isso? – Eu retruquei imediatamente. – Você não tem mais controle nenhum sobre mim! – Eu fiz questão de afirmar.
- É mesmo? Vai me dizer que você não estava fazendo aquele teatro todo para me provocar? – estava muito bravo. – Você queria me provocar? Meus parabéns! Você conseguiu! Eu estou puto da vida e quero arrebentar aquele filho da puta. – Ele abriu os braços.
- Porque você perde tanto tempo da sua vida comigo? Vá procurar a Amber! – Eu elevei o tom de voz. – O que foi? Ela não está disponível hoje? – Eu fui sarcástica.
- Quer saber? – respirou fundo. Ele já não aguentava aquele assunto e aquele mesmo julgamento. – Eu errei! Ok? Eu fui fraco mesmo! Eu fui fraco e transei com ela! Satisfeita? – achou que fosse isso que eu queria ouvir.
- Você entende agora porque eu implicava tanto com a amizade de vocês? – Eu forcei um sorriso. – Eu tinha medo que isso acabasse acontecendo! Eu tinha medo que você fosse fraco! E o que você me dizia? – Eu me aproximei mais dele. – ‘Nós somos só amigos! Você tem que confiar em mim.’ – Eu tentei imitar a sua voz. – Confiança é o caralho! – Eu abandonei o sorriso.
- Não sei o que você está querendo insinuar, mas eu fui fiel a você até o último segundo do nosso namoro. – defendeu-se das minhas acusações.
- Até o último segundo mesmo, porque no segundo seguinte você já estava lá se esfregando com a Amber! Você não esperou nem sequer um dia! – Eu voltei a julgá-lo. – Depois veio com aquele papinho de que sofreu e ainda fez com que eu me sentisse culpada por isso! – Eu disse.
- É bom que tenha se sentido culpada, porque a culpa foi toda sua mesmo! – devolveu o julgamento. – Eu sofri, ok? Eu sofri não só por causa do término, mas por pensar que você estava com outro. Eu me senti um lixo! Eu senti que não era bom o suficiente pra você. Então, não reclame porque alguém apareceu me dizendo tudo o que eu precisava ouvir. Eu estava me sentindo um lixo até a hora que ela apareceu me dizendo que eu era bom o suficiente e que eu também tinha o meu valor. – Ele estava cuspindo tudo isso na minha cara. – Eu estava vulnerável e ela era a única que estava lá. Ela gostava de mim e acabou acontecendo! Se isso é ser fraco pra você... ótimo! Eu fui fraco e não me arrependo. – finalizou. Ouvi-lo dizendo que não se arrependia só me deixava ainda mais possessa.
- Você pode ter tido os seus motivos e eles podem fazer você se sentir melhor com tudo isso, mas eu não sou obrigada a aceitá-los. Eu também estava vulnerável, mas eu não fui fraca como você! Mesmo tendo certeza de que você estava me traindo com a Amber. – Eu me aproximei ainda mais dele. – Eu não fui fraca! – Eu repeti, olhando em seus olhos de bem perto.
- Você está falando do Mark? – riu sem emitir som. – Você não quer comparar o imbecil do Mark com a Amber, não é? – Ele me olhou com deboche. Era inútil discutir com ele. Ele sempre vinha com esses argumentos infantis e idiotas.
- Eu não vou mais discutir com você. – Eu respirei fundo para não voltar a surtar. – Você não se arrepende de ter dormido com a Amber? Ok! Mas seja homem e assuma a sua responsabilidade. Eu não tenho culpa da sua fraqueza ou da sua necessidade de comer piranha. – Eu disse com cara de poucos amigos e saí, voltando para dentro do estabelecimento. Ele observou eu me afastar.
- Merda... – disse em forma de desabafo, enquanto suspirava.

Se antes eu já estava furiosa, agora eu quero matá-lo. Como ele ousa me acusar de ser responsável pela sua perda de virgindade com a Amber? É a coisa mais ridícula e sem noção que eu já ouvi! Eu queria gritar e esmurrar alguém. Eu procurei a Meg e ela ainda estava no mesmo lugar de antes. Ela parecia me procurar também.



- Eu quero matar aquele imbecil! – Eu esbravejei assim que cheguei ao lado dela.
- O que aconteceu? Onde você estava? – Meg me olhou, preocupada.
- Acredita que ele falou que a culpa por ele ter ficado com a vagabunda da Amber é minha? – Eu estava tão indignada que eu precisava falar.
- Sua culpa? Você controla a vida sexual dele agora? – Meg não acreditou em tamanho absurdo.
- Exatamente! – Eu fiquei feliz por alguém concordar comigo.

Ao ver eu me afastar novamente, viu também a chance de acertar tudo ir por água abaixo. Ele achou que as coisas dariam certo e que ele arrumaria um jeito de me mostrar o quanto ele queria que nos acertássemos, mas o seu orgulho não deixava ele abaixar a bola e demonstrar qualquer tipo de fraqueza. Ele sempre preferia responder um insulto meu a altura ao invés de manter a calma e dizer as palavras certas. voltou pra dentro do local e passou por mim sem nem sequer me olhar. Ele odiava a minha teimosia e o meu orgulho, mas ele não conseguia se controlar quando me via ou até mesmo quando pensava em mim. não tinha controle sobre si mesmo e isso o incomodava demais.

- Mas que... idiota! – Eu esbravejei, quando ele passou bem próximo de mim. Ele me deixava maluca! Eu tinha vontade de enchê-lo de tapas.
- Eu achei que ele fosse bater naquele cara que estava dançando com você. – Meg disse, assustada.
- É a cara dele fazer isso. – Eu rolei os olhos, enquanto pegava a cerveja da mão de Meg. Tomei parte da cerveja em um só gole, pois precisava esfriar a cabeça. – Coitado daquele cara. Ele até que era bonito. – Eu fiz cara de desanimo.
- Ele ficou até sem graça quando o te levou lá pra fora. – Meg riu, mesmo tendo ficado com dó do garoto.
- Pra onde ele foi? – Eu perguntei, olhando em volta. Eu pretendia me desculpar com o garoto.
- Ele foi pra lá. – Meg apontou em direção ao outro ambiente do local, o barzinho. Eu olhei pra onde ela apontou.
- Você quer dizer... pro mesmo lugar que o acabou de ir? – Eu olhei pra ela, pensando no que poderia acontecer se encontrasse com aquele pobre garoto.
- Nossa... – Meg arregalou os olhos.
- Se ele encostar naquele garoto, ele vai se ver comigo! – Eu neguei com a cabeça, começando a andar em direção ao barzinho.

Era tão mais fácil fantasiar toda a minha atração pelo com o ódio. Era tão mais fácil ficar procurando e apontando os erros dele ao invés de pensar que a minha vontade de ficar com ele é maior do que qualquer erro que ele já tenha cometido. Difícil mesmo era pensar que as minhas palavras poderiam fazê-lo desistir pra sempre de mim. Difícil sou eu, que mesmo sabendo o que eu quero, eu ignoro para não dar o braço a torcer.

Meg e eu chegamos rapidamente no ambiente ao lado. Havia um longo corredor que separava os dois ambientes e quando eu já estava na porta do barzinho, eu já não conseguia ouvir a música alta da balada. Eu entrei no local e Meg veio atrás de mim. Meus olhos procuraram desesperadamente pelo , que estava sentado em uma mesa bem próxima do palco, onde uma banda de Rock tocava alguns clássicos. estava sozinho na mesa, que estava coberta com alguns desses aperitivos que os bares costumam fornecer aos seus clientes assim que chegavam. Havia também uma garrafa de cerveja e um copo em sua mão. O cara com quem eu estava dançando antes estava em uma mesa com os seus amigos, que ficava logo a frente a mesa de .

- Eles não estão se matando. – Meg disse, depois de observá-los.
- O está bravo comigo. Qual o direito que ele tem de estar bravo comigo? – Eu o observei de longe e de costas. Era exatamente assim que ele se comportava quando estava irritado. Ele se isolava.
- E você se importa? – Meg atreveu-se a perguntar.
- Não é que eu me importe, mas... – Eu não sabia como explicar sem falar o que não devia. – Droga! Ele disse que a culpa é minha! – Eu não conseguia me conformar com aquela acusação.
- Ele só está tentando fazer você se sentir mal. Está jogando toda a culpa dele nos seus ombros. – Meg disse, puxando uma cadeira de uma das mesas que ficava bem no fundo do local.
- Você viu só? – Eu me sentei na cadeira ao lado dela. – Viu só o que ele faz com a minha vida? Ele aparece e bagunça tudo por onde passa! - Eu desabafei. – Eu quero uma cerveja. Qualquer uma. – Eu pedi, quando o garçom passou por mim.
- Tem horas que eu não consigo saber se o que você sente por ele é ódio ou não. – Meg me analisou.
- Eu estou com raiva dele sim. Ele dormiu com a Amber! Tem noção disso? A Amber! Aquela... – Eu suspirei, pois não queria me irritar ainda mais. – Isso foi uma facada nas costas! Não é porque nós já namoramos, entende? Poderia ser o meu irmão ou o meu melhor amigo. Qualquer um que ficasse com aquela vadia estaria me apunhalando pelas costas, sabe? Todo mundo sabe que eu odeio ela. – Eu quis deixar a Meg mais a par da situação. Nesse meio tempo, a minha cerveja chegou.
- Agora já está feito. – Meg ergueu os ombros. Ela ainda segurava a sua garrafinha de água.
- Porque ele faz essas coisas? Porque ele não pode ser... normal! Porque ele gosta de ficar me irritando e me.. enfrentando? – Eu continuava desabafando.
- Você não disse que a Amber tirou a virgindade dele? Pode ser que ele tenha ficado receoso de perder a virgindade com você. Você sabe, os homens têm essas coisas. Eles nunca querem ficar por baixo quando se trata de sexo. – Meg tentou achar alguma solução para o meu problema.
- Só porque ela é mais velha e já deu pra Atlantic City toda? – Eu demonstrei indignação com aquele argumento.
- Pode ser. – Meg ergueu os ombros.
- Se ele acha mesmo que eu não posso ser um pouco mais... louca e atrevida, ele está enganado. – Eu segurei o riso.
- Você está bêbada, né? – Meg gargalhou, me olhando.
- Não estou não! Eu só estou um pouco alegre. – Eu expliquei com total consciência.
- Está bem. – Meg não acreditou muito.
- Sabe o que é pior? Foi o tempo que ele me fez ficar mal por causa de tudo. Eu fiquei tanto tempo me culpando e me sentindo a pior pessoa do mundo, enquanto ele nem ao menos se lembrava de mim. Quer dizer, eu recebi aquelas fotos dele com a Amber. Não foi só sexo. Eles realmente ficaram juntos. Não dá nem pra dizer que foi coisa de uma noite só, porque não foi. – Eu disse, bebendo um gole da minha cerveja.
- Nós vamos fazer um pequeno intervalo agora e voltamos daqui a pouco, pessoal. – A vocalista da banda que até então tocava no barzinho avisou. A voz dela chamou a minha atenção e eu olhei pro palco, que aos poucos foi ficando vazio.
- E ele nem se desculpou, não é? Fica só lá bebendo como se tivesse feito nada de errado. – Meg disse, olhando para o . Meus olhos continuavam fixos no palco, que era bem baixo e tinha apenas 2 baixos degraus. Os instrumentos ainda estavam no palco, esperando pela volta dos integrantes da banda.
- Quer saber? Se ele ainda não se arrependeu de ter ficado com a Amber, ele vai se arrepender hoje e agora. – Eu levei a garrafa de cerveja até a minha boca e bebi um último gole antes de me levantar da mesa.
- O que você vai fazer? – Meg conseguiu me segurar pelo braço.
- Você não queria me ver cantar? – Eu sorri para ela. – Então aproveite o show. – Pisquei um dos olhos pra ela e me afastei.

O copo de cerveja era o único amigo do naquele momento. Era a bebida que estava ajudando ele em seus conflitos internos internáveis. estava tão irritado e ao mesmo tempo chateado. Ele não conseguia dar um jeito de nós nos acertamos de jeito nenhum. A situação estava tão complicada, que às vezes nem ele sabia se queria realmente isso. Começar tudo de novo? Sofrer tudo de novo? Ele não sabia se valia a pena. ainda não estava bêbado, mas estava um pouco ‘alegre’. Ele estava tão perdido em seus pensamentos que não me viu passar. Eu fui bastante cuidadosa e passei discretamente por uma das laterais do bar e consegui chegar até a lateral do palco. Encontrei a banda nos fundos, bebendo algumas garrafas de cerveja e conversando empolgadamente.

- Olá! – Eu disse, quando todos eles me olharam e estranharam a minha presença. – Me desculpe atrapalhar vocês, mas eu queria pedir um favor. – Eu dei o meu melhor sorriso.
- Um favor? – A vocalista da banda tomou a frente.
- Sim! Olha só, eu sei que vocês não me conhecem e vão me achar maluca, mas... eu queria cantar uma música. – Eu pedi na maior cara de pau. Efeitos da bebida.
- Você quer cantar uma música? – A vocalista sorriu e cruzou os seus braços.
- Sim. – Eu reafirmei. – Se a sua banda me acompanhasse também seria bem legal. – Eu olhei para os garotos em minha volta.
- Você quer cantar com a minha banda? – A vocalista parecia não ter gostado da ideia.
- Só uma música. Por favor! – Eu fiz cara de coitada.
- Porque não procura um karaokê? – A vocalista debochou e os garotos da banda riram.
- Ok! Eu sei que vocês estão bêbados e estão bem loucos, mas eu só estou pedindo para levantarem as bundas dessas cadeiras e voltarem pro palco pra me acompanharem, enquanto eu canto. – Eu fui mais grossa.
- E porque nós deveríamos deixar você cantar? – A vocalista me olhou dos pés a cabeça.
- Sinceramente? – Eu a olhei. – Meu ex-namorado está sentado na platéia. Ele é um babaca! Ele transou com a garota que eu mais odeio no mundo no dia no meu aniversário e no dia do nosso aniversário de namoro, tirou a minha virgindade, mas essa parte não tem problema porque, na verdade, foi maravilhoso. – Eu saí um pouco do foco. – O fato é que eu esperei meses por ele, mas ele estava ocupado demais ficando com a baranga da melhor amiga dele. Agora ele apareceu e fica querendo mandar na minha vida e fazer dela um inferno. Então, eu quero cantar, calar a boca dele e mostrar pra ele o que ele perdeu. – Eu fui super objetiva. Os caras da banda se entreolharam.
- Ele está mesmo ai? – A vocalista se aproximou.
- Está! – Eu afirmei.
- Onde ele está? – A vocalista foi até o canto do palco e me levou com ela.
- É aquele ali de regata branca e camisa jeans. – Eu disse, olhando para o . Ele estava colocando mais cerveja em seu copo.
- Caramba, ele é bonito! – A vocalista me olhou, surpresa.
- EU SEI! QUE DROGA! – Eu fiz careta. – Você entende o tamanho do meu problema agora? – Eu demonstrei desespero com a situação.
- Está bem! Você me convenceu. – A vocalista voltou para perto de sua banda.
- Jura? – Eu fiquei chocada. Não esperava convencê-la.
- É! Eu sou mulher e também já passei por isso. – A vocalista sorriu pra mim. – Mas você canta mesmo? – Ela questionou.
- Eu acho que sim. – Eu ergui os ombros.
- Qual música você quer cantar? – A vocalista quis saber.
- ‘Oughta Know’ da Alanis Morissette descreve bem a minha situação nesse momento. – Eu disse e o sorriso dela aumentou.
- Você vai cantar! Nem que você seja a pior cantora do universo. – A garota comemorou a escolha da minha música. – Ok, pessoal. Vamos ajudar essa garota, ok? – A vocalista se aproximou de sua banda. – Vocês conhecem a música. É só acompanhá-la. – Ela avisou. Todos concordaram.
- Obrigada mesmo! – Eu me aproximei e a abracei rapidamente. Ela riu, percebendo que eu havia bebido um pouco.
- Acaba com ele. – A vocalista da banda piscou pra mim. – Vou pedir pra apagarem as luzes do palco pra você entrar e quando você começar a cantar, elas vão acender. – A vocalista me explicou e eu concordei. – Pega o microfone e vai lá. – Ela entregou o microfone na minha mão e eu vi as luzes do palco se apagarem.

Acredite se quiser! Eu não estava nervosa. O álcool realmente havia me ajudado nessa parte. Eu estava completamente solta, determinada e louca. Os garotos da banda voltaram ao palco e foram até os seus respectivos instrumentos. Eu fui logo atrás deles e demorei algum tempo para achar o suporte do microfone que estava no centro do palco. Coloquei o microfone no suporte e dei uma rápida ajeitada no cabelo. Do palco, consegui ver o . Ele realmente não tinha me visto. Meg estava lá no fundo, atenta.



LEIA ACOMPANHANDO A MÚSICA:



Depois de respirar fundo, eu dei a autorização para que a banda começasse com a música. Eles começaram a tocar uma breve introdução para chamar a atenção de todos e até mesmo para que fizessem silêncio. A guitarra, a bateria e o teclado tocavam em perfeita harmonia e eu pirei só com aquela introdução. Depois de um trabalho maravilhoso, o guitarrista e o tecladista pararam e deixaram que apenas o baterista continuasse a tocar. Era a minha deixa!

I want you to know (Eu quero que você saiba) – Eu comecei a cantar e as luzes continuaram apagadas.
That I'm happy for you (Que eu estou feliz por você)
I wish nothing but (Eu não desejo nada além) – Não preciso nem dizer que a minha voz foi imediatamente reconhecida pelo . O coração dele parou e os olhos dele foram imediatamente para o palco. Ele não conseguiu ver nada, pois as luzes ainda estavam apagadas.
The best for you both (Do melhor para vocês dois) – Ao terminar esse verso, as luzes do palco se acenderam e o guitarrista e o tecladista passaram a acompanhar o baterista.
An older version of me (Uma versão mais velha de mim) – Foi impagável a cara do quando ele me viu. Olhei pra ele rapidamente e ver a sua surpresa foi mais do que suficiente para me arrancar um sorriso.
Is she perverted like me? (Ela é pervertida como eu?) – Nesse momento, eu comecei a tirar aquela enorme camisa que estava por cima do meu cropped e até mesmo do meu shorts.
Would she go down on you in a theater? (Será que ela faria sexo com você no teatro?) – Eu joguei a minha camisa para a lateral do palco e ouvi os gritos da plateia que me assistia. ainda não conseguia ter reação. Ele nunca havia me visto cantar daquele jeito. Eu realmente estava impondo a minha voz e o ódio transparecia no meu olhar. Meg estava completamente chocada!
Does she speak eloquently? (Ela fala eloquentemente?) – Eu voltei a pegar o microfone com uma das mãos. Minha cintura agora estava descoberta e o meu shorts curto deixava a mostra as minhas pernas.
And would she have your baby? (E ela teria seu filho?)
I'm sure she'd make a really excellent mother (Tenho certeza que ela seria uma mãe excelente) – Eu voltei a olhá-lo com um certo sarcasmo. Os olhos dele fizeram um rápido tour pelo meu corpo.
'Cause the love that you gave, that we made (Porque o amor que você deu, que fizemos) – Soltei o microfone do suporte, o segurei com uma das mãos e comecei a deslizar sensualmente até o chão, enquanto a minha outra mão deslizava pelo suporte do microfone para que eu não perdesse o equilíbrio. Eu não deixei de olhá-lo um só segundo para não perder a chance de provocá-lo.
Wasn't able to make it enough (Não foi capaz o bastante)
For you to be open wide, no (Para torna-lo verdadeiro, não)
And every time you speak her name (E cada vez que você fala o nome dela) – Eu voltei a subir, enquanto balançava lentamente a minha cintura de um lado pro outro. não conseguia nem ao menos piscar e os seus lábios estavam entreabertos. Era impressionante o que eu conseguia fazer com ele.
Does she know how you told me you'd hold me (Será que ela sabe como você me disse que ia me abraçar) – Quando voltei a ficar de pé, uma das minhas mãos segurava o microfone e a outra estava apoiada no suporte do microfone.
Until you died? 'Til you died? (Até que você morrer? Até que você morrer?)
But you're still alive (Mas você ainda está vivo) – O tom da música foi se elevando e eu fui entrando no clima. Deixei de apoiar a minha mão no suporte do microfone para pegá-lo e jogá-lo no chão antes do refrão. O público vibrava a cada nova atitude minha.

And I'm here to remind you (E eu estou aqui para lembrá-lo) – Eu dei mais alguns passos para a frente e impus a minha voz como nunca.
Of the mess you left when you went away (Da bagunça que você deixou quando foi embora) – Eu interpretei completamente a música e fui falando com toda a raiva que estava guardada dentro de mim. O meu corpo também falava por si só. Seja com uma jogada de cabelo ou com gestos com a mão.
It's not fair to deny me (Não é justo me negar)
Of the cross I bear that you gave to me (Da cruz que eu carrego e que você me deu) – Eu apontei na direção dele.
You, you (Você, você) – Eu parei no centro do palco e a cada ‘você’ eu jogava meu corpo para um lado e o descia um pouco mais.
You oughta know (Você deveria saber) – Eu terminei o refrão bem próxima do chão e olhando diretamente para o , que atreveu-se a sorrir daquele seu jeito debochado.

You seem very well (Você parece muito bem) – A sua ousadia de sorrir daquele jeito me fez ter coragem para ser ainda mais ousada também. Voltei a ficar de pé no palco e com o microfone nas mãos, fui em direção aos dois pequenos degraus que estavam em minha frente.
Things look peaceful (As coisas parecem em paz) – Depois de descer os degraus, eu me aproximei das mesas. Eu queria ir até o , mas no caminho havia aquele garoto bonito com quem eu estava dançando anteriormente. Eu não podia perder a chance de usar isso a meu favor.
I'm not quite as well (Eu não estou tão bem) – Eu parei em frente ao garoto, que estava sentado. Ele sorria pra mim e me comia com os olhos. Levei uma das minhas mãos até a gola de sua camisa e fui deslizando um dos meus dedos até o cinto de sua calça com toda a sensualidade que eu consegui. O riso no rosto de desapareceu.
I thought you should know (E acho que você deveria saber) – Eu pisquei pro garoto e me afastei, olhando e indo em direção ao . Ele estava sentado de frente pra mim e a sua mesa estava ao seu lado. Todos os olhares estavam sobre mim e eu estava adorando aquilo. Parei em frente ao e me curvei para que meu rosto pudesse ficar de frente com o dele.
Did you forget about me, (Você se esqueceu de mim,) – Levei uma das minhas mãos até o seu rosto e toquei o seu queixo, trazendo o seu rosto para mais perto do meu. O meu olhar de desprezo acompanhava a letra.
Mr. Duplicity? (Sr. Falsidade?) – Eu forcei um sorriso e soltei o seu queixo de forma grosseira. Mesmo estando irritado, ele não podia resistir a uma aproximação daquelas. Os olhos dele fixaram-se em meus lábios por um tempo.
I hate to bug you in the middle of dinner (Detesto incomodá-lo no meio do jantar) – Eu disse, depois de voltar a endireitar o meu corpo e passar uma das minhas mãos pela mesa dele, jogando tudo o que estava lá em cima no chão. O público comemorou a minha atitude, que com certeza pegou de surpresa. Os olhos que antes me olhavam com desejo, agora me olhavam com ódio.
But it was a slap in the face (Mas foi um tapa na cara) – Eu voltei a me inclinar para me aproximar do rosto dele. Meu rosto sério e o meu jeito grosseiro e frio de falar as frases não o assustou nem um pouco. me julgou com os seus olhos e isso também não me assustou.
How quickly I was replaced (Como eu fui rapidamente substituída)
And are you thinking of me when you fuck her? (E você está pensando em mim quando transa com ela?) – Eu apontei para a minha cabeça e sorri debochadamente.
'Cause the love that you gave, that we made (Porque o amor que você deu, que fizemos) – Eu sai da frente dele e fui para atrás da sua cadeira.
Wasn't able to make it enough (Não foi capaz o bastante) – Toquei um de seus ombros com uma das minhas mãos e levei o meu rosto para perto de seu outro ombro, aproximando meus lábios do seu ouvido.
For you to be open wide, no (Para torná-lo verdadeiro, não)
And every time you speak her name (E cada vez que você fala o nome dela) – Usei a minha mão que estava em seu ombro e comecei a descê-la lentamente pelo seu peitoral. O perfume dele sempre me afetava de algum jeito, mas dessa vez eu estava demonstrando tanta força nas minhas atitudes e até mesmo no meu jeito de cantar que isso acabou tomando conta de mim por completo.
Does she know how you told me you'd hold me (Será que ela sabe como você me disse que ia me abraçar) inclinou um pouco a sua cabeça para o lado, enquanto eu continuava cantando próximo ao seu ouvido. A minha mão voltou a subir pelo seu peitoral e ele tentou manter-se sob controle.
Until you died? 'Til you died? (Até que você morrer? Até que você morrer?) – Afastei o meu rosto do dele e fui indo novamente para frente dele. Ele não se moveu e só me acompanhou com os olhos.
But you're still alive (Mas você ainda está vivo) – Eu parei em sua frente e ele levantou-se da cadeira abruptamente. Ele estava cansado de ser humilhado em público e pretendia ir embora. Com ele de frente pra mim, eu não tive dúvidas.

And I'm here to remind you (E eu estou aqui para lembrá-lo) – Eu levei uma das minhas mãos até o seu peitoral e o empurrei para trás. foi pego de surpresa e não teve tempo de evitar o empurrão. Ele deu vários passos pra trás e acabou tropeçando em algumas cadeiras de uma mesa vazia. quase caiu, mas conseguiu manter-se de pé. Ele estava puto da vida.
Of the mess you left when you went away (Da bagunça que você deixou quando foi embora) – Eu voltei a me aproximar dele e continuei cantando com toda a atitude que aquele refrão exigia.
It's not fair to deny me (Não é justo me negar) – Eu toquei a sua camisa e voltei a empurrá-lo, mas dessa vez com menos agressividade.
Of the cross I bear that you gave to me (Da cruz que eu carrego e que você me deu)
You, you (Você, você) – A cada ‘você’ eu o empurrava mais um pouquinho.
You oughta know (Você deveria saber) – O meu último empurrãozinho foi para encostá-lo em um pilar que cimento, que ficava quase no meio do bar.

Uhhhhhhh, uhhhhhhh, uhhhhhh, whoa – Aproveitei que o havia colocado contra a ‘parede’ e também a parte mais sensual da música para provocá-lo só mais um pouco. Colei o meu corpo ao dele, toquei o seu peitoral e fui deslizando a minha mão até o inicio da sua calça. Meu rosto estava bem próximo e bem em frente ao dele. Os olhos dele olhavam nos meus e ele tentava se controlar para não tomar qualquer atitude.
Uhhhhhhh, uhhhhhhh, whoa, whoa – Continuei olhando em seus olhos e subi a minha mão e a levei até a sua nuca. Era exatamente isso que eu fazia quando pretendia beijá-lo e isso o deixou um pouco mais maluco e empolgado do que ele já estava. Os olhos dele desceram até os meus lábios.
Uhhhhhhh, whoa, whoa, whoa, whoa, whoa - continuou na passividade até o momento que eu ameacei beijá-lo e me afastei. Ele ficou completamente desesperado e a sua atitude foi exatamente a esperada. tocou a minha cintura e a colou na sua com força. Confesso que as minhas pernas bambearam diante da sua atitude. Ele se inclinou para dizer alguma coisa em meu ouvido.

- É impressão minha ou você só canta pra mim? – sussurrou em meu ouvido. – Acho que sou a sua inspiração, não é? – Ele completou antes que eu tomasse qualquer atitude.

foi extremamente idiota! No momento que eu começava a ceder e pensava até em pegar leve dali em diante, ele me provoca desse jeito e resolve me alertar sobre a minha fraqueza. Ele não devia ter feito isso. Na hora, me deu vontade de parar a música e falar milhares de coisas, mas eu faria melhor! Eu apenas respirei fundo e dei um sorriso ameaçador. Ele não se intimidou.

'Cause the joke that you laid in the bed (Porque a piada que você levou para a cama) – Eu segurei parte da sua regata e parte da sua calça e comecei a puxá-lo, enquanto dava alguns passos para trás.
That was me and I'm not gonna fade (Fui eu e eu não vou sumir) – Fui trazendo ele para mais perto do palco e ele foi me acompanhando, pois queria ver até onde a coisa toda ia.
As soon as you close your eyes, and you know it (Assim que você fechar os seus olhos, e você sabe disso) – Eu parei de puxá-lo e então nos paramos bem em frente ao palco, quase em frente aos degraus.
And every time I scratch my nails (E toda vez que eu arranho minhas unhas) – Com o microfone nas mãos, eu voltei a me aproximar e levei a minha outra mão até o seu rosto. estava certo de que agora o beijo aconteceria. Eu vi aquele seu sorriso safado, que normalmente me enlouqueceria e ri internamente do idiota que ele era.
Down someone else's back I hope you feel it (Nas costas de outra pessoa eu espero que você sinta) – Depois de aproximar ainda mais os meus lábios dos dele, eu me afastei inesperadamente. O público reagiu com gritos e até mesmo com algumas risadas. Eu olhei pro da cabeça aos pés, fingindo avaliá-lo. Depois neguei com a cabeça e fiz cara de desanimo, demonstrando que tudo aquilo na minha frente não havia me agradado. Não era bom o bastante. cerrou os olhos pra mim, furioso! Eu levei novamente a minha mão até o seu peitoral e o empurrei forte o suficiente para fazê-lo sentar na cadeira que estava bem atrás dele.
Well, can you feel it? (Well, can you feel it?) – Eu me inclinei para deixar meu rosto em frente ao dele e dei um sorriso vitorioso. O público estava maluco com tudo aquilo.
Well, I'm here to remind you (Bem, eu estou aqui para lembrá-lo) – Eu voltei a endireitar o meu corpo e comecei a me afastar dele, indo até a mesa ao lado. A mesa do garoto com quem eu havia dançado. Segurei a camisa dele e o puxei. Ele se levantou da cadeira e foi me acompanhando até o palco.
Of the mess you left when you went away (Da bagunça que você deixou quando foi embora) – Quando chegamos no centro do palco, nós ficamos frente a frente. Eu ainda segurava a sua camisa e isso nos mantinha próximos.
It's not fair to deny me (Não é justo me negar) – Eu cantei, olhando para o garoto, que eu nem mesmo sabia o nome. Ele estava um pouco bêbado e completamente tarado por mim.
Of the cross I bear that you gave to me (Da cruz que eu carrego e que você me deu)
You, you, you oughta know (Você, você, você deveria saber) – Eu sorri para o garoto e pisquei um dos olhos pra ele. Eu me virei de costas pra ele e mantive meu corpo colado ao dele.
I'm here to remind you (Eu estou aqui para lembrá-lo) – Eu deslizei todo o meu corpo, colada ao corpo dele e fiz questão de olhar para o ao fazer isso. Os olhos dele anunciavam que ele queria me matar.
Of the mess you left when you went away (Da bagunça que você deixou quando foi embora) – Ainda agachada, eu sorri para o . O meu sorriso dizia algo como ‘Quem é a inspiração agora, otário?’.
It's not fair to deny me (Não é justo me negar) – Eu subi o meu corpo e mantive meu corpo colado ao do garoto, que quando teve a chance tocou a minha cintura com as suas mãos.
Of the cross I bear that you gave to me (Da cruz que eu carrego e que você me deu) – Eu me virei de frente para o garoto e voltei a sorrir para ele. Os olhos dele fixaram-se nos meus lábios.
You, you (Você, você) – A cada ‘você’ me corpo ia para um lado e deslizava um pouco mais.
You oughta know (Você precisa saber) – Eu terminei a música subindo o meu corpo colado com o do garoto. Eu realmente pensei em beijá-lo, mas do jeito que ele estava ele não me largaria tão cedo.

O público se levantou, gritou e aplaudiu. Meg estava em uma euforia que nem mesmo ela compreendia. Ela tinha acabado de se tornar a minha fã número um. Quando eu disse que cantava, ela jamais imaginou que eu fosse tão boa. As luzes do palco se apagaram e eu me afastei rapidamente do garoto para que ele não tentasse nada. Minha adrenalina estava a mil! Eu estava mais do que satisfeita com o que eu havia feito. Foi libertador! Fui para trás do palco para devolver o microfone para a vocalista da banda.

- Caramba! Você arrasou! – A vocalista da banda correu para me dizer.
- Jura? Que ótimo. – Eu sorri, sem graça.
- Foi completamente insano! A galera amou! – Ela continuou me elogiando. – Eu ficaria aqui te elogiando até amanhã, mas eu tenho que ir pro palco agora. Parabéns! – A vocalista parecia orgulhosa de mim mesmo sem me conhecer.

A banda continuou no palco e a vocalista foi para lá também. O público estava empolgado depois da minha música e vibraram loucamente quando a banda voltou a tocar. Ainda atrás do palco, eu recuperava o fôlego. Meg estava empolgadíssima para me encontrar e comentar o quanto foi maravilhoso e insano o que eu havia acabado de fazer. Enquanto ela me esperava, ela viu se levantando da cadeira e indo direto para o lado detrás do palco. Diante disso, Meg soube que não falaria comigo tão cedo.



VOLTE A MÚSICA:



Eu continuava atrás do palco me recuperando. Cheguei até a pegar ‘emprestado’ uma das dezenas de garrafas de água que os garçons haviam trazido para a banda tomar durante o show. Virei quase uma garrafa toda de uma vez. chegou atrás do palco e eu era a única ali. A música um pouco alta impediu que eu percebesse que ele estava se aproximando por trás. estava absurdamente furioso. Ele não deixaria aquela humilhação pública passar em branco! A banda começou a cantar ‘Animals’ do Maroon 5 e eu comecei a curtir a música dali mesmo. Em meio a minha distração, chegou por trás de mim, segurou um dos meus braços e me virou de frente pra ele. Com passos largos, ele colou o meu corpo na parede, trazendo o seu corpo também colado ao meu. me pegou totalmente desprevenida e a sua aproximação me manteve desprevenida por algum tempo. Seu rosto estava a menos de 3 dedos de distância do meu.

- Eu já estou cansado de você e dos seus joguinhos. – disse completamente sério.
- Achei que estivesse honrado por ser a minha inspiração. – Eu ironizei e sorri sem mostrar os meus dentes.
- PARA DE BRINCAR COMIGO! – gritou e deu um tapa na parede em que eu estava encostada e onde ele estava apoiando a sua mão anteriormente.
- Acabou, ! – Eu afirmei mais séria. – Agora se não se importa, tem um cara me esperando. – Eu realmente estava sem limites naquele dia. Eu cheguei a empurrá-lo um pouco para trás e achei que ele me deixaria sair dali, mas é óbvio que eu estava errada. A mão dele segurou a minha cintura e voltou a me colocar contra a parede.
- Você vai até lá, mas eu estou te avisando: vou te dar 3 minutos pra se livrar dele ou eu juro que arrebento ele. – ameaçou, me olhando nos olhos.
- Cuidado, ! Está deixando o seu ciúmes transparecer. – Eu não consegui evitar o sorriso.
- Você adora fazer isso, não é? – negou com a cabeça e sorriu de canto. – Você adora me deixar maluco. Adora me fazer correr atrás de você e me ver fazendo tudo por você. – Ele manteve o sorriso.
- Quer saber? Você está certo. – Eu afirmei ao aumentar o meu sorriso. – Mas não se empolgue. É bem mais fácil encontrar motivos para te odiar do que para te adorar. – Eu cometi a besteira de deixar de olhar nos olhos dele para olhar para a boca dele.
- Odiar ou adorar... tanto faz! Isso nunca fez a menor diferença mesmo. – sorriu, sem mostrar os dentes.
- As coisas não são mais como costumavam ser. – Eu neguei com a cabeça, tentando ignorar a mão dele em minha cintura.
- Eu sei que não. Elas são maiores e melhores do que costumavam ser. As suas inúmeras tentativas para tentar me afastar provam isso. Você está cada vez mais desesperada, porque sabe que em algum momento você não vai dar conta. – Foram os olhos dele que fixaram-se em minha boca dessa vez. Minha respiração até começou a falhar e eu senti uma enorme pressão dentro de mim. Uma pressão para que eu o beijasse imediatamente. O meu corpo estava implorando por aquilo.
- E você, acha que vai dar conta? – Eu já estava perdendo o controle sobre mim mesma. Eu estava tão louca para beijá-lo, que cheguei a morder o meu lábio inferior para ver se aquele desejo enorme desaparecia. estava na mesma situação que eu, se é que não estava pior. Depois do que aconteceu, ele não queria demonstrar fraqueza. Ele realmente queria me ver tomando a iniciativa só para que ele provasse que estava certo o tempo todo sobre o fato de eu ser louca por ele. Estava sendo difícil ter o meu corpo em suas mãos novamente e não poder explorá-lo.
- Vamos descobrir! – disse, aproximando rapidamente o seu rosto do meu. Eu Aproximei as minhas mãos do rosto dele e o puxei para um beijo. Já era!



Mal começou e o beijo já estava completamente intensificado. As mãos dele começaram a descer, passaram pelos meus seios e chegaram em minha cintura. Foi a vez das minhas mãos seguirem para o rosto dele. Elas se revezavam entre a sua nuca e as laterais de seu rosto. Não havia um beijo como o dele. Nada era mais viciante do que o beijo dele. Nossas mãos nunca paravam e sempre aproveitavam qualquer oportunidade de exploração. Dessa vez, fez a volta da minha cintura com um de seus braços, aproximando ainda mais os nossos corpos. Sua outra mão deslizou até uma das minhas coxas e a puxou para cima, mantendo-a na lateral de seu corpo. Ficamos alguns minutos naquela troca de mãos bobas e beijos calorosos. Tudo foi se intensificando e nós infelizmente não estávamos em um local apropriado. A banda acabaria o show a qualquer momento e a parte detrás do palco estaria lotada. Mesmo odiando a ideia, eu fui obrigada a interromper o beijo.

- Nós temos que... – Eu disse com os meus olhos ainda fechados.
- Sair daqui! É, eu sei. – abriu os olhos e ao me ver tão perto, não resistiu e voltou a me beijar.
- Agora? – Eu voltei a interromper o beijo.
- Agora! – afirmou rapidamente, me fazendo rir.
- No seu hotel ou na minha casa? – Eu perguntei antes de selar longamente os seus lábios.
- Onde é mais perto? – perguntou, aproximando a sua boca do meu pescoço e depositando diversos beijos, que me fizeram delirar.
- A minha casa. – Eu afirmei com dificuldade, já que ele não tirava os seus lábios do meu pescoço.
- Então, vamos. – subiu os seus beijos, encontrando novamente a minha boca.
- Ok... – Eu suspirei longamente, tentando me recuperar. afastou o seu corpo do meu e segurou uma das minhas mãos.
- Tem uma porta de segurança aqui. – começou a me puxar em direção a porta que ficava ali mesmo na parte detrás do palco. Eu estava saindo com ele, quando me lembrei da Meg.
- Espera. – Eu parei de andar e ele me olhou, sem entender. – A Meg... – Eu fiz careta. – Eu tenho que avisá-la. – Eu completei.
- Está bem... – suspirou longamente, tentando manter o controle.
- Ela deve estar na mesa ali do outro lado. – Eu apontei, soltando a sua mão e indo apressadamente para a lateral do palco. Comecei a andar entre as mesas e vi Meg sentada lá no fundo. estava logo atrás de mim. – Meg! – Eu disse, assim que cheguei na mesa em que ela estava.
- Onde você estava, garota? – Meg me olhou, preocupada.
- Olha só, você se importa de ir embora sozinha? Eu tenho que... fazer algumas coisas. – Eu fiz careta, forçando um sorriso. Meg automaticamente olhou atrás de mim e viu há alguns passos de distância. Ele também a olhou e acenou da forma mais falsa de todas pra ela.
- Algumas coisas? – Meg voltou a me olhar, rindo.
- Você... se importa? – Eu segurei o riso e voltei a perguntar.
- Não, tudo bem. Eu já estava querendo ir embora mesmo. – Meg ergueu os ombros.
- Que ótimo! – Eu sorri, empolgada. – Obrigada, Meg! – Eu me abaixei para abraçá-la rapidamente e beijeu o seu rosto.
- Sabe o que está fazendo? – Meg perguntou, sorrindo pra mim.
- Infelizmente. – Eu fiz careta.
- Então, se divirta. – Meg só queria a minha felicidade. Se eu queria ficar com o , quem era ela para impedir?
- Te vejo amanhã! – Eu pisquei um dos olhos pra ela e sai, indo rapidamente até o . – Pronto. – Eu disse e nós voltamos a ir em direção a parte detrás do palco para podermos sair pela porta de emergência. Estávamos om tanta pressa que era até engraçado. Quando fomos nos aproximando da porta, segurou a minha mão e antes que ele me puxasse, eu parei de andar.
- O que foi? – perguntou, se aproximando para saber o que havia acontecido.
- É a porta de emergência. Será que nós podemos sair por ali? – Eu questionei e ele sorriu, achando graça. Me puxou para mais perto e me beijou rapidamente. Ele finalizou o beijo, puxando o meu lábio inferior e me deixando meio atordoada.
- Isso parece uma emergência pra você? – perguntou com um sorriso malandro no rosto.
- Você já me convenceu. Vamos logo. – Eu ri, empurrando-o em direção a porta. Saímos juntos para o lado de fora do local. Por sorte, havíamos pagado tudo o que havíamos consumido antes. – Onde está o seu carro? – Eu questionei, vendo que ele estava meio perdido.
- Naquele estacionamento ali. – apontou com a cabeça e fomos andando juntos em direção ao tal estacionamento. – O meu carro está bem ali. – Ele apontou e me entregou a chave. – Vai indo na frente, que eu vou pagar. – Ele pediu e eu atendi o seu pedido.

No caminho até o carro, eu estava rindo como uma idiota. Como as coisas podem mudar tanto de uma hora pra outra? Como eu posso querer tanto tê-lo por perto e afastá-lo ao mesmo tempo? Isso é loucura! Eu estava muito ansiosa para o que aconteceria naquela noite. Seria completamente novo, porque não era mais a minha primeira vez. Não havia o desconhecido, o receio e até mesmo a dor. Eu passei pela primeira vez e agora estou livre para me permitir viver qualquer coisa.

estava tão desesperadamente empolgado, que até chegou a pagar errado o cara do estacionamento. O funcionário do estacionamento devolveu o dinheiro a mais que ele havia lhe dado e riu de si mesmo. Ele estava completamente fora de si. Guardou a carteira apressadamente no bolso e foi andando em direção ao seu carro. Quando foi se aproximando do carro, me viu apoiada na lateral do carro esperando por ele. Eu estava distraída e o meu cabelo voava de um lado pro outro por causa do vento, que tinha aparecido do nada. continuava se aproximando sem tirar os olhos de mim. Ele ficava me analisando e se perguntava se estava sonhando. Ouvi o barulho dele se aproximando e virei o meu rosto para olhá-lo. Quando olhei pra ele, sorriu sem nem ao menos perceber. Eu devolvi o sorriso pra ele, enquanto passava as mãos pelo meu cabelo, que deveria estar completamente bagunçado por causa do vento. Ainda encostada na lateral do carro dele, eu fui pega de surpresa quando ele foi imediatamente me beijar ao chegar no carro.

estava ciente dos seus problemas de auto controle. Ele simplesmente não conseguia não me beijar e não me tocar quando estava perto de mim. A minha roupa um pouco mais atrevida do que o normal também tinha uma parcela de culpa na sua falta de controle. Talvez fosse o efeito da bebida ou até mesmo o que aconteceu entre nós há duas noites. Seu corpo me pressionava contra o carro, enquanto nos beijávamos mais uma vez. As mãos dele estavam entrelaçadas no meu cabelo, afastando-o do meu rosto. Minhas mãos seguravam as pontas da sua camisa aberta.

- Eu não consigo tirar as minhas mãos de você. – riu de si mesmo, deslizando os seus lábios até o meu pescoço.
- Então não tire. – Eu sorri, gostando do que ele estava fazendo. sabia o quanto aqueles beijos no pescoço me deixavam completamente louca. Minhas mãos soltaram a sua camisa e depois de tocarem a sua cintura, seguiram para as suas costas, onde eu acabei arranhando levemente com as minhas unhas.
- Vamos logo pra sua casa! – parou abruptamente com os beijos e me olhou ao suspirar longamente. Eu o olhei com uma certa frustração.
- Vamos... – Eu respirei fundo, tentando me recuperar. Eu mesma abri a porta do carro e entrei. Enquanto o fazia a volta no carro, eu continuava tentando me recompor, mas a minha respiração continuava acelerada.
- Você está com a chave? – virou o seu rosto para me olhar. Eu continuava em êxtase com a pegada dele e todos aqueles beijos. A chave do carro parecia um ótimo motivo para voltar a me aproximar dele.
- Você quer a chave? – Eu que estava sentada no banco do carro, fui me levantando e curvando o meu corpo na direção dele. Segurei o seu rosto com uma das minhas mãos e beijei um local próximo a sua orelha. Senti o rosto dele se contrair quando ele sorriu e isso me fez sorrir também. Fui descendo com os beijos, chegando em uma das laterais do seu pescoço. Aquele perfume maravilhoso só me deixava mais e mais empolgada. Os meus beijos só foram interrompidos, quando eu tive que fazer um certo esforço para me sentar no colo dele. Levei a minha perna para o outro lado do seu corpo e consegui encaixar o meu corpo entre ele e o volante.
- Não faz isso comigo... – negou com a cabeça, implorando piedade e apesar de achar graça, eu não fui nada boazinha. Segurei o seu rosto com as minhas duas mãos e o beijei. As mãos dele foram direto para as minhas coxas. O beijo estava intensificado e as mãos bobas só aumentavam. As mãos dele subiram as minhas coxas e chegaram na minha cintura, onde ele novamente apertou. O ato dele fez com que eu interrompesse o beijo com um suspiro. Os lábios dele voltaram a procurar os meus, me convidando para continuar o beijo e foi impossível negar. Minhas mãos subiam para a nuca dele e depois desciam para o final de seu pescoço, onde eu me atrevia a colocar alguns dedos por dentro de sua regata. As mãos de continuaram subindo e chegaram até o meu ombro. Depois de brincar com as alças do meu cropped, as abaixou e eu percebi que estávamos passando do limite.
- Ok, ok... – Eu disse, depois de descolar os nossos lábios. – Aqui não.. – Eu neguei com a cabeça com a respiração visivelmente acelerada.
- Não, não, não.. – entrelaçou seus dedos em meu cabelo e selou meus lábios mais uma vez.
- Vamos pra minha casa. – Eu novamente o interrompi. Já estava difícil resistir e ele ainda ficava insistindo? Colabora!
- Olha pra mim! – pareceu um pouco desesperado. Ele puxou o meu rosto e o colocou de frente do dele. – Não dá tempo de chegar na sua casa! – Suas bochechas estavam rosadas e ele parecia necessitado.
- É claro que dá! – Eu sorri, me levantando do colo dele e indo até o banco do passageiro.
- Está bem... – parou de me olhar e fechou os olhos por poucos segundos. – Dá a chave? – Ele estendeu a mão, sem me olhar.
- Aqui. – Eu entreguei a chave na mão dele entre risos.
- Vamos combinar uma coisa, ok? – virou-se pra mim, mas fez questão de manter-se longe. – Você não fala comigo e nem me toca até chegarmos na sua casa, está bem? Se não eu vou parar a porra desse carro no meio da rua e já era. Fui claro? – Ele disse, sério.
- Mas... – Eu ia argumentar, mas ele me interrompeu.
- COMEÇANDO AGORA! – elevou o tom de voz e eu fui obrigada a engolir o riso.

Apesar de ter bebido, guiou o carro até a minha casa. Ficava há uns 10 minutos do barzinho onde estávamos. Eu cumpri o nosso trato e fiquei em silêncio durante todo o caminho. O ficava se monitorando para não olhar pra mim e a minha vontade de rir era absurda. Chegamos na minha casa e estacionou o carro em frente da garagem, que estava ocupada com o meu carro. Eu soltei o cinto de segurança e virei para olhá-lo.

- Vamos logo! – disse, abrindo a porta e eu segurei o seu braço e o puxei novamente para dentro.
- Espera entrarmos na casa. Eu não quero que o Big Rob veja nada. – Eu pedi, pois já havia visto que Big Rob havia percebido a nossa chegada.
- Eu e você estamos chegando na sua casa as 3 horas da manhã e você acha que ele não vai perceber? Acha que ele vai achar que viemos até aqui para jogar Banco Imobiliário? – ironizou.
- Eu não sei o que ele vai achar, mas eu não quero que ele veja nada. – Eu ri, enquanto descia do carro. fez o mesmo e em seguida travou o carro. Nós atravessamos a rua lado a lado e Big Rob apareceu na janela de sua ‘casa’.
- Boa noite, Big Rob. – Eu o cumprimentei toda sem graça.
- Boa noite, . – Big Rob sorriu pra mim. – ! – Ele também sorriu pro .
- Fala ae, Big Rob. – acenou pra ele com a maior cara de pau de todas.
- Isso é muito constrangedor. – Eu fiz careta, parando em frente a porta e colocando a minha mão no bolso para pegar a chave da porta.
- Nossa! Até parece que ele é virgem, né? – falou baixo para que Big Rob não ouvisse.
- Agora eu estou imaginando o Big Rob transando. Obrigada, Jonas. – Eu fiz cara feia pra ele e ele gargalhou. Eu destranquei a porta e acendi a luz da sala assim que adentrei na casa. entrou logo atrás de mim e tratou de fechar e trancar a porta. Eu fui até a mesinha e lá coloquei o que havia sobrado do dinheiro que eu havia levado. Antes que eu me virasse, senti o braço de fazer a volta na minha cintura e beijar um dos meus ombros.
- Sabia que eu adoro quando você me chama assim? – sussurrou no meu ouvido. Eu não consegui evitar o sorriso. Me virei de frente pra ele e ele começou a me puxar para frente.
- De Jonas? Por quê? – Eu arqueei uma das sobrancelhas e sorri, sem mostrar os dentes.
- Eu não sei, é meio... sexy. – falou baixinho com aquela cara de malandro.
- Eu odeio quando você fala baixinho assim. – Eu disse, olhando para os seus lábios.
- É mesmo? E o que você vai fazer a respeito? – soltou a minha cintura, afastou um pouco os nossos corpos e abriu os braços. Eu segurei as pontas da sua camisa aberta e fui puxando ele pra mais perto. O rosto dele chegou bem perto do meu e as pontas dos nossos narizes chegaram a se tocar. Eu fiz charminho para beijá-lo.
- Eu vou te fazer calar a boca. – Fui eu que sussurrei dessa vez, puxando mais uma vez a sua camisa e consequentemente trazendo os seus lábios até o meu.

Nos beijamos e aos poucos o beijo foi se intensificando. Minhas mãos continuaram segurando as pontas da sua camisa, enquanto ele entrelaçava seus dedos no meu cabelo. Abri de vez a sua camisa e comecei a levá-la para trás com a intenção de tirá-la. desentrelaçou seus dedos do meu cabelo para que eu pudesse passar a sua camisa pelos seus braços. Empurrei ainda mais a sua camisa para trás e interrompeu o beijo para me ajudar a tirá-la. Depois de tirá-la, olhei pra ele e o vi só de regata. Não deu tempo de ficar apreciando. não hesitou em levar suas mãos até as minhas coxas e levantá-las, me tirando do chão e as colocando nas laterais do seu corpo. Como eu fiquei um pouco mais alta que ele, tive que segurar o seu rosto e levantá-lo para que eu pudesse beijá-lo. Enquanto nos beijávamos, meus dedos passavam pelo seu cabelo bagunçando-o ainda mais. Ele não se importou.

Aqueles braços fortes e descobertos me segurando daquela forma me deixaram ainda mais maluca e empolgada. Abandonei os lábios dele e fui deslizando os meus em direção ao seu pescoço. Comecei a depositar intensos beijos e eu comecei a ouvir e sentir a sua respiração mais ofegante. Sempre que achava que havia chegado no seu auge de excitação, eu fazia alguma coisa que provava que estava errado. Ele estava completamente louco com cada parte do meu corpo que estava colada ao seu. Ele nem sabia direito por onde começar a explorar, mas sabia que tinha que ser rápido!

Mesmo adorando os meus excitantes beijos em seu pescoço, precisava desesperadamente avançar o sinal. Ele precisava seguir para a próxima etapa. Em meio a sua respiração ofegante, começar a andar comigo em seus braços. Eu não sabia para onde ele estava me levando, mas eu sabia que eu queria estar lá. O lugar mais próximo que conseguiu encontrar onde ele pudesse me colocar foi a mesa de jantar. Ela parecia boa o suficiente. Naquelas situações, qualquer lugar seria bom o suficiente. Nós paramos de andar e eu senti ele me colocar sentada em algum lugar. Afastei os meus lábios do seu pescoço e levantei a minha cabeça para poder olhar em seu rosto. As pontas dos nossos narizes ainda se tocavam e os olhos dele mantinham-se fixos em meus lábios. Suas bochechas rosadas e a boca entreaberta demonstravam toda a sua excitação. O seu olhar de desejo me fez sorrir e em seguida morder o seu lábio inferior. aproximou-se rapidamente com a intenção de me beijar, mas eu consegui me esquivar. Minhas mãos desceram de seu rosto, depois pelo seu peitoral e chegaram em sua cintura. Eu peguei a ponta da sua regata e comecei a subi-la. não conseguiu evitar o sorriso diante da minha atitude. Eu terminei de tirar a sua regata e a joguei no chão. voltou a se aproximar, conseguiu até selar os meus lábios, mas eu voltei a interromper o beijo. Levei uma das suas mãos até o peitoral dele e tentei afastá-lo um pouco, mas eu não tinha certeza se queria levá-lo para tão longe de mim. manteve-se perto e insistia em tentar me beijar, mas eu continuava me fazendo de difícil só para provocá-lo. Minha mão que já estava em seu peitoral começou a subir lentamente. Os meus olhos acompanhavam a minha mão, que exploravam cada centímetro daqueles ombros largos e daqueles braços fortes. Minhas mãos chegaram até o seu rosto e eu o trouxe para mais perto do meu, fazendo-o pensar que eu o beijaria. Aproximei meus lábios dos dele, toquei por poucos segundos e logo depois voltei a me afastar. queria me matar. Fiz isso mais duas vezes e todas as vezes que eu me afastava, eu sorria sensualmente, enquanto ele respirava com dificuldade. Depois da quarta vez em que eu ameacei beijá-lo, ele reagiu inesperadamente. afastou-se um pouco para poder subir na mesa de jantar. Eu fui um pouco para trás, ele colocou uma perna em cada lado do meu corpo e apoiou os seus joelhos na mesa. Ele estava em cima de mim e eu já sabia que seria impossível brincar de provocá-lo agora. levou uma de suas mãos até o centro do meu peito e me empurrou de forma fraca para trás, me fazendo deitar sobre a mesa. Seu corpo veio imediatamente por cima do meu e suas mãos seguraram o meu rosto para que eu não tivesse como evitar o beijo dessa vez.

Não sei se sou fraca ou se o é realmente bom, mas esse tipo de atitude dele me faz ficar alucinada. Quando o beijo se intensificou, uma das mãos dele abandonou o meu rosto e começaram a percorrer todo o meu corpo. Passou pelos meus seios, pela minha cintura e quando chegou no elástico do meu shorts a mão dele não se intimidou. Ela adentrou o meu shorts e eu fui obrigada a interromper o beijo com um suspiro. Levei uma das minhas mãos até a dele e a segurei.

- Na mesa de jantar? – Eu estava sorrindo igual uma idiota. Não sei se era por causa da bebida ou por prazer mesmo.
- O que? – estranhou a minha pergunta.
- Qual é! Essa é a minha mesa de jantar. – Eu ainda estava deitada e ele ainda estava sobre mim.
- Você está de brincadeira. – me olhando, sem acreditar.
- Tem uma cama enorme lá em cima e você quer fazer sexo na mesa de jantar? – Eu tentei acrescentar ao meu argumento. – Qual é! Eu não estou tão bêbada assim. – Eu completei.
- Olha... – negou com a cabeça e suspirou. – Você tem sorte de ser gostosa. – Ele disse, tirando o seu corpo de cima do meu, indo em direção ao final da mesa e descendo dela. Quando voltou ao chão, ele levou suas mãos até as minhas coxas e as puxou em direção ao final da mesa. Eu sorri diante da atitude dele. Estiquei as minhas mãos em sua direção e ele as puxou, me colocando sentada novamente.
- Você me chamou mesmo de gostosa? – Eu quase ri, levando o meu rosto até o dele e selando os seus lábios. – Foi a coisa mais bonita que você me disse nos últimos dias. – Eu ironizei e ele sorriu, passando os seus braços em torno da minha cintura e me tirando de cima da mesa. Toquei o seu rosto e o puxei para mais um beijo, mas ele o interrompeu antes que ele se intensificasse.
- Vê se não acostuma. – disse com os lábios praticamente colados nos seus. O meu sorriso aumentou, fazendo ele me beijar.

A insanidade também parecia ser uma característica que ambos tínhamos em comum naquele momento. Meus dedos se entrelaçavam nos fios de cabelo próximos a sua nuca e as mãos dele que antes estavam em minhas costas deslizaram ligeiramente até o meu quadril, onde ele apertou sem qualquer hesitação. Apesar de me fazer sorrir, ele não permitiu que o beijo fosse interrompido. começou a me empurrar para trás e eu deduzi que estivéssemos indo em direção a escada. Antes de chegarmos na escada, esbarramos em uma mesa que tinha alguns porta-retratos, que foram pro chão. começou a rir do quão atrapalhados nós éramos e eu aproveitei a deixa para ver o que nós havíamos derrubado.

- Os porta-retratos... – Eu vi, olhando pro chão.
- Fica quieta... – entrou na minha frente, impedindo a minha visão dos porta-retratos. Como sua mão já estava em torno da minha cintura, não foi difícil ele continuar me empurrando em direção a escada.
- Mas... – Antes que eu continuasse a minha frase, a sua boca me calou. Ele continuou me guiando até a escada e quando chegamos nela, começamos a subir. Estava sendo um pouco complicado pra mim porque eu estava de costas para a escada, então eu estava subindo de costas. Seria bem mais fácil interromper o beijo e subir logo a escada toda, mas eu realmente não queria parar de beijá-lo. também não me deixaria interromper o beijo outra vez. Estávamos indo muito bem até chegarmos no meio da escada. Eu tropecei em um dos degraus e acabei caindo sentada. Eu estava grudada ao e acabei levando-o comigo.
- Ei, vai com calma. – Eu botei a culpa da nossa queda na pressa dele de chegar ao meu quarto.
- Isso é tudo culpa sua. – riu, levantando-se do degrau e estendendo a sua mão para me ajudar a levantar também.
- Minha culpa? – Eu fingi estar indignada, enquanto ficava de pé novamente.
- É! Você não poderia escolher o sofá ou a máquina de lavar? – brincou, enquanto subia a escada comigo. Ele de frente e eu novamente de costas.
- Dá pra parar de reclamar? – Eu rolei os olhos e sorri de lado.
- Viu? Sua culpa de novo. – fingiu me julgar.
- O que eu fiz agora? – Eu continuei subindo as escadas.
- Você fica ai com esse seu sorriso e.... – olhou para o meu corpo. – Com esse corpo e esses seus... beijos. Não pode me culpar por não conseguir tirar as minhas mãos de você. – Ele ergueu os ombros.

Depois de subirmos o último degrau, entramos no longo corredor. O meu quarto ficava lá no fundo, portanto, eu tomei a liberdade de levar uma das minhas mãos até os botões da calça dele e comecei a puxá-lo para mais perto de mim, enquanto eu andava de costas até o meu quarto.

- Bem, suas mãos não estão mais em mim agora. – Eu disse com o corpo dele já colado ao meu. Minha mão ainda o puxava pela calça.
- Já estou avisando: se eu tocar, eu não vou mais soltar. – disse com o seu olhar provocante e o seu sorriso destruidor. Puxei ainda mais a sua calça pra mais perto de mim e nossos lábios quase se tocaram. Meus olhos se perderam no sorriso dele e eu também lancei pra ele o meu sorriso mais safado. Aproximei lentamente os meus lábios de uma das suas orelhas. Toquei o outro lado de seu rosto com uma das minhas mãos.
- Promete? – Eu sussurrei em seu ouvido e senti ele se arrepiar da cabeça aos pés. Fui afastando lentamente os meus lábios da sua orelha e trouxe o meu rosto para frente do dele. não hesitou em tocar o meu rosto com uma das suas mãos e levá-lo até o seu.

estava completamente inconsciente, porém ele sabia exatamente o que estava fazendo. Independente do problema que tudo isso possa causar no futuro, ele quer o que ele quer e nada pode fazê-lo mudar de ideia. esperou e lutou tanto por aquilo. Ele passou pelo inferno para estar ali comigo. Dane-se as consequências.

O beijo triplicou o meu desejo e pareceu ter triplicado o dele também. Eu não precisei puxá-lo mais em direção ao quarto já que era o quem estava me empurrando dessa vez. Os dedos dele se entrelaçavam no meu cabelo e não deixava que a intensidade do beijo diminuísse. Minhas mãos percorriam e exploravam o seu peitoral e as suas costas. Chegamos no final do corredor e soubemos que estávamos em frente a porta do meu quarto. Nós paramos de andar e continuamos nos beijando incansavelmente. Eu estava de costas para a porta do meu quarto, quando interrompeu o beijo abruptamente. As mãos rápidas dele foram até o meu cropped e o tirou de uma só vez, jogando-o no chão. Eu também fui rápida ao segurar novamente o inicio da sua calça e puxá-lo para dentro do meu quarto. Quando eu o puxei, ele já voltou a colar os seus lábios nos meus. O beijo não durou nada, porque eu tive que abaixar o meu rosto para poder ver as minhas mãos abrirem apressadamente o cinto dele e depois os botões da sua calça. Antes de me deixar abaixar a sua calça, ele pegou a carteira em seu bolso e tirou de lá um preservativo, jogando-o sobre a cama em seguida. Era mais fácil pegá-lo agora do que ter esse trabalho mais tarde. jogou a sua carteira em algum lugar e eu me abaixei para poder tirar a sua calça jeans. Depois de me livrar dela, eu comecei a subir lentamente. Quando cheguei próxima ao elástico de sua cueca, eu levei os meus lábios até lá e comecei a depositar beijos, enquanto continuava subindo. Minhas mãos acompanhavam os meus beijos. Os beijos chegaram em seu pescoço e eu explorei cada centímetro dele. Uma mão dele tinha seus dedos entrelaçados em meu cabelo e a outra desceu até o meu short, onde ele colocou a mão dentro só para alcançar o meu quadril. Os meus beijos continuaram excitando ele até o momento em que ele decidiu usar suas mãos para abrir o meu shorts. Não foi necessário descê-lo até o chão, pois ele desceu sozinho. Parei de beijar o pescoço dele e olhei para baixo. Com o meu shorts preso em somente um dos meus pés, eu o joguei para qualquer lugar do quarto. As mãos dele não esperaram um segundo para voltar a tocar o meu corpo. Passou o seu braço em torno do meu corpo e o colou no seu. Mesmo com a aproximação, eu dei atenção para as minhas sandálias, que com muito sacrifício eu consegui tirar. Depois de me livrar delas, foi me empurrando rapidamente em direção a cama e me jogou nela. Antes de colocar o seu corpo sobre o meu, tocou o elástico da minha calcinha vermelha e a puxou, tirando-a.

A velocidade com que tudo estava acontecendo era bem maior do que a outra noite que ficamos juntos. Não sei se estávamos bêbados ou se estávamos realmente necessitando daquilo. As mãos dele apertaram as minhas coxas, enquanto o seu corpo subia lentamente pelo meu. foi depositando calorosos beijos na minha cintura, na minha barriga e depois em meus seios ainda cobertos pelo meu sutiã vermelho. Os beijos subiram até o meu pescoço e ficaram lá por um tempo.



A barba rala dele fazia cócegas cada vez que entrava em contato com a minha pele. Meus olhos se fecharam para que eu pudesse apreciar ainda mais o momento e as unhas das minhas mãos arranhavam as costas dele. Os lábios dele subiram até o meu queixo e ele posicionou o seu rosto em frente do meu. O seu sorriso malicioso me fez olhar para os seus lábios. Deslizei a minha mão de sua nuca e a trouxe para o seu rosto, tentando trazê-lo para mais perto do meu. Eu consegui trazê-lo par mais perto, mas na hora de beijá-lo ele afastou-se. A verdade é que ele estava querendo me provocar. Tentei beijá-lo mais uma vez, mas meus lábios apenas encostaram nos dele de leve. Eu sorri, e mordi o meu lábio inferior. Mais uma tentativa de beijá-lo e ele novamente afastou-se. Eu não tive dúvidas e usei toda a minha força para empurrar o corpo dele. Consegui colocar o meu corpo sobre o dele. Me sentei em sua barriga e me inclinei para aproximar o meu rosto do dele. Minhas mãos pressionaram os pulsos dele contra o colchão.

- E agora? – Eu levei o meu rosto para ainda mais perto do dele. A ponta do meu nariz chegou a tocar no do dele.
- Não acredito que foi isso o que eu perdi todo esse tempo. – negou com a cabeça, me olhando com excitação. A sua frase me fez sorrir com uma certa malandragem. Os olhos dele estavam fixos em meus lábios e eu decidi me aproximar ainda mais. Aproximei a minha boca da dele e puxei o seu lábio inferior com os meus dentes. Me afastei, mudei a posição da minha cabeça e puxei novamente o seu lábio inferior, mas dessa vez eu não consegui me afastar, pois o me puxou para um beijo. Soltei os seus pulsos para poder segurar o seu rosto, enquanto eu o beijava.

adorava quando nos beijávamos, pois isso sempre dava espaço para as mãos bobas. Ele era bom nisso. Aquele nosso beijo durou bastante e as mãos bobas não faltaram. As mãos de faziam tour pelo meu corpo sem qualquer restrição. As mãos dele ficaram em meu quadril por um tempo e depois elas se concentraram em se desvencilhar do meu sutiã. Depois de um certo sacrifício, conseguiu abrir o meu sutiã e o jogou em qualquer lugar do quarto. Aproveitei a oportunidade para me livrar da cueca dele de uma vez. Parei de beijá-lo e desci até a sua cintura, segurando o elástico de sua cueca e puxando-o para baixo. Fui até o final da cama e se sentou para me ajudar a tirar a sua cueca mais rapidamente. Eu joguei a cueca no chão e olhei para ele. ainda estava sentado e esperava eu me aproximar. Eu fui me aproximando lentamente, enquanto ele me observava. Cheguei até ele e me sentei em seu colo, colocando uma perna em cada lado do seu corpo. Apoiei os meus braços em seus ombros e o encarei.

estava completamente hipnotizado e se dependesse de mim ele ficaria ainda mais. Selei rapidamente os seus lábios e depois desci até o seu pescoço. O perfume dele era tão bom, que eu realmente não me importava de ficar ali tão próxima ao seu pescoço durante o resto da noite. As mãos dele subiam e desciam do meu quadril para as minhas costas. Os olhos fechados deixavam em evidência o seu prazer. Em meios aos beijos, ele voltou a abrir os olhos e avistou o preservativo. estendeu-se para pegá-lo e ao perceber a sua atitude, eu parei com os beijos. Quando se recompôs, ele me olhou e me roubou um selinho.

Não sei se o é que tinha jeito para a coisa ou se nós no encaixávamos perfeitamente em todos os sentidos inclusive na cama. Nós sabíamos compartilhar o prazer e sempre dávamos um jeito de os dois serem igualmente beneficiados com qualquer coisa que fizéssemos na cama. Eu odiava ficar lá bancando a boa moça, enquanto o fazia todo o trabalho. Apesar de toda a nossa cumplicidade na cama, fora dela éramos o oposto. Na hora do sexo você não fica pensando racionalmente ou fica pensando se é o certo a se fazer ou não. Você apenas faz e pronto. Sem drama e sem enrolação. Nós nos entendíamos na cama de um jeito louco e absurdo. Eu não sei se é porque ele foi o primeiro cara com quem eu transei ou se é porque ele é foda mesmo. Talvez os dois? Quem sabe? Mas o não tinha dúvidas de que o fato de estar comigo em qualquer lugar que fossee era tão bom, porque eu era a única garota com quem ele idealizava os seus desejos mais loucos. Foi com aquele corpo que ele sempre sonhou. tinha tantas expectativas e todas elas foram ultrapassadas. Do que mais ele poderia reclamar?

Foi a noite mais louca de todas. Não parecia nem eu mesma ali. Na verdade, era só um lado meu que eu não conhecia ainda. estava me ajudando a descobrir a mim mesma. estava me mostrando o lado bom da vida, que eu nunca imaginei que fosse assim tão bom. A nossa empolgação, disposição e excitação pareciam não acabar. sabia exatamente como me conduzir e usava todos os meus pontos fracos ao seu favor. Eu também o conhecia muito bem e sabia lidar com os desejos e vontades dele.

Além de todo o sentimento e de tudo o que aconteceu entre nós, a atração física é algo que realmente influenciava em tudo. Era impossível odiá-lo inteiramente depois de uma briga, porque não dava pra olhar pra ele e não pensar no quão bonito ele é. O me atraia como ninguém. É insano tentar entender. também tinha uma atração física enorme por mim desde sempre. Foi por isso que ele se apaixonou a primeira vista. A atração sempre existiu, mas ao longo dos anos ela só foi se desenvolvendo. A atração física, o passado, os sentimentos que ainda restavam ocasionaram não só a minha segunda vez, mas a minha terceira e quarta também. Eu avisei que a noite foi a mais louca de todas.

Não vamos exagerar e achar que toda a minha ousadia não teve a ver com a bebida. É claro que teve a ver. Se estivesse sóbria, eu não faria muitas coisas que eu havia feito naquela noite. Não quer dizer que eu me arrependa ou que eu não era queria aquilo. Só estou dizendo que se eu estivesse no meu estado normal eu não teria coragem para ir tão longe. fantasiava aquela noite há tempos, mas há muito tempo ele duvida que ela pudesse realmente acontecer. Bem... aconteceu!

- Uau... – Eu suspirei, depois de sair de cima do e me jogar no colchão.
- Caramba... – sorriu, olhando pro teto.
- Você... – Eu virei o meu rosto para olhá-lo.
- Você quer... – sorriu, me olhando.
- Querer eu quero, mas não sei se ainda tenho forças. – Eu dissee, rindo.
- Que bom, porque eu estou morto. – também riu.
- Eu preciso descansar. – Eu suspirei, me espreguiçando.
- Eu vou ao banheiro. Eu volto já. – disse, levantando e sentando-se na cama. Ele colocou a sua cueca antes de se levantar. Observei ele sair e ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido. Aproveitei a ausência dele para voltar a vestir a minha lingerie. Eu voltei a me deitar, colocando um lençol sobre o meu corpo. Estiquei o meu corpo para pegar o meu celular, que estava sobre o criado-mudo. O relógio marcava um pouco mais de 4 horas da madrugada, o que quer dizer que eu tenho algumas horas para descansar.

Algumas horas depois de sairmos daquele barzinho o efeito da bebida estava começando a passar. saiu do banheiro e voltou imediatamente para a cama. Ao se deitar, ele percebeu que eu estava virada para o outro lado e de costas pra ele. O meu silencio e o fato de eu não me mover fez com que ele deduzisse que eu estivesse dormindo. não pretendia me acordar, mas ele não pode evitar o beijo que ele deu em um dos meus ombros descoberto pelo lençol. Mesmo estando sonolenta, o beijo me fez sorrir. No fundo, eu estava feliz por não estar sozinha naquela casa.

Eu não me lembro do que aconteceu depois e certamente o também não lembrava, pois ambos dormimos. Eu havia trabalhado naquele dia e trabalharia no dia seguinte também. Eu tinha todos os motivos para estar cansada. Isso, é claro, se não citarmos o sexo daquela noite.



TROQUE A MÚSICA:



Eu comecei a despertar quando um caminhão extremamente barulhento passou pela rua da minha casa. O bairro era muito tranquilo, então quando esse tipo de barulho atrapalhava toda aquela tranquilidade era realmente bem alarmante. Meus olhos foram se abrindo lentamente e não demorou para que eu sentisse a minha cabeça latejar. Eu estava um pouco perdida e não sabia muito bem onde estava. Não é que eu não me lembrava da noite anterior, mas é que a dor de cabeça e o sono me deixavam um pouco atordoada. Abri os olhos de uma vez e percebi que estava no meu quarto e agradeci mentalmente por isso. Depois de me espreguiçar, eu percebi que havia algo sobre a minha cintura. Olhei para baixo e vi um braço, que fazia a volta na minha cintura.

- Não, não, não... – Eu fechei os olhos e pedi com esperanças de que não fosse o braço do ali. Virei lentamente a minha cabeça para trás e o vi dormindo calmamente. A verdade é que eu tinha esperanças que o que aconteceu na noite passada não passasse de um sonho. Se fosse real, significaria que eu tinha cedido. Eu não podia ter cedido. - Droga... – Eu suspirei longamente, voltando a fechar os olhos e começando a me xingar mentalmente.

Eu tinha que sair dali. Voltei a olhá-lo para ter certeza de que ele ainda dormia. Mesmo com medo de acordá-lo, levei uma de suas mãos até o seu braço, que continuava em volta da minha cintura e o levantei lentamente. Demorei algum tempo para me desvencilhar de seu braço e quando consegui, fui me arrastando até a beirada da cama. Quando cheguei bem na ponta da cama, acabei caindo no chão depois de tropeçar no lençol da cama, que cobria o meu corpo. O barulho foi enorme e eu mal tive coragem de olhá-lo para ver se ele tinha acordado. Aos poucos fui me levantando e fiquei aliviada quando vi que ele ainda estava dormindo. Me levantei do chão e andei silenciosamente até o banheiro. Entrei no banheiro e tranquei lentamente a porta para não fazer qualquer barulho. Encarei o espelho e eu só conseguia me perguntar como eu conseguia ser tão burra. Eu me esforcei tanto para que não acontecesse de novo! Eu me esforcei tanto em afastá-lo de mim e agora ele está na minha cama! Fiquei mais algum tempo me martirizando, enquanto fazia a minha higiene matinal.

Fiquei receosa de sair do banheiro, pois da última vez que eu acordei ao seu lado ele me surpreendeu ao sair do banheiro. Eu até ficaria trancada no banheiro o dia todo se eu pudesse só para não ter que lidar com o , mas eu não podia. Eu tinha aula e apesar de atrasada, ainda dava pra assistir a última aula. Abri a porta do banheiro silenciosamente e fiquei super aliviada quando vi que ele ainda dormia. Com passos silenciosos fui até o meu guarda-roupa. De costas para ele, eu comecei a procurar uma roupa descente para ir para a faculdade. Por estar de costas, não vi o se mexer lentamente na cama e em seguida espreguiçar-se. Ainda com os olhos fechados, ele estranhou o fato de não me encontrar na cama e então abriu os olhos. A primeira coisa que ele viu foi eu mexendo cuidadosamente nas roupas do guarda-roupa. Ele negou com a cabeça e riu silenciosamente.

- Saindo de fininho? – disse com aquela voz de sono. Ao ouvir a voz dele, eu imediatamente fiz uma careta e fechei os olhos por alguns segundos. Peguei a primeira blusa que vi pela frente e comecei a vesti-la.
- Saindo de fininho? Eu estou na minha casa. Você é quem deveria sair de fininho. - Eu disse, sem olhá-lo. - Aliás, se quer fazer isso fica a vontade. Juro que fecho os olhos e finjo que não sei de nada. Até fico ofendida depois se você quiser. – Eu completei com ironia.
- Você vai sair? - perguntou, me vendo colocando a blusa. Eu continuava de costas pra ele, então ele aproveitou para dar uma discreta olhada no meu quadril.
- Eu vou pra faculdade. – Eu afirmei da forma mais fria que eu consegui.
- Então, você está mesmo me mandando embora? – sentou-se e depois levantou-se da cama.
- Pode ficar se quiser. Quando sair, tranca a porta e dá a chave pro Big Rob. – Eu continuei de costas pra ele.
- Dá pra parar de bancar a chata? – deu alguns passos na minha direção e me observou de costas.
- Se eu continuar bancando a chata você me deixa em paz? – Eu disse quando finalmente me virei para olhá-lo.
- Você tentou isso nos últimos 7 anos e não funcionou. Acha que vai funcionar agora? – forçou um sorriso pra mim.
- Você tem razão. Isso NUNCA vai funcionar. – Ele sabia que eu não estava falando sobre ser chata ou não e sim sobre nós.
- Poderia funcionar se nós conseguíssemos ter uma conversa civilizada ao invés de ficarmos atacando um ao outro. – tentou manter a ordem.
- Sobre o que você quer conversar? – Eu abri os braços. Desde quando conversar resolve alguma coisa? Sempre acabamos brigando mais.
- Eu não sei! Por onde eu devo começar? - ironizou, arqueando ambas as sobrancelhas.
- Você quer conversar? Está bem! - Eu queria me ver livre dele logo. - Veste uma roupa, que eu vou te esperar lá embaixo. – Eu me abaixei e peguei a calça jeans dele que estava no chão e a joguei em sua direção. Eu estava incomodada por ele estar só de cueca. Isso tira a minha concentração e me deixa nervosa.

Já que havia desistido de ir para a faculdade, peguei um shorts jeans qualquer e sai rapidamente do quarto, pois não pretendia vê-lo se trocar. O meu nervosismo causado pela sua falta de roupas ficou evidente pro , que riu silenciosamente quando me viu sair do quarto. Eu desci as escadas, fui até a sala e me joguei no sofá. A minha cabeça continuava doendo um pouco, talvez por causa das duas cervejas que eu tomei na noite anterior. Apoiei a minha cabeça em uma das almofadas e as lembranças da noite passada vieram a minha mente de forma involuntária.

O dia mal havia começado e as coisas já estavam complicadas para , que teria que se despedir das pessoas que mais amava para pegar o seu voo para Paris. Paris era tudo o que ela queria, mas ao mesmo tempo era o seu maior pesadelo. Apesar de tudo, não estava tão triste quanto estaria se tivesse que se despedir de seus melhores amigos. Afastar-se deles foi uma estratégia para não sofrer no dia em que ela partisse. Despedir-se é sempre pior. havia se acostumado com a ausência dos amigos, então ela esperava que não fosse tão difícil.

- A que horas ela vai chegar? Eu já estou atrasado. - resmungou. Apesar de seus compromissos, todos os amigos de estavam no aeroporto esperando para se despedir.
- Ela disse que o voo era ás 10:30. Ela deve estar chegando. - acalmou o namorado.
- Isso é tão triste! Todos estão indo embora. Primeiro a e agora a . - fez bico.
- Eu estou morrendo de saudades da . - falou com um bico.
- E não foi visitá-la por quê? - arqueou uma das sobrancelhas.
- Você se acha, né? Só porque foi visitar a , acha que pode ficar falando. - olhou pro amigo, irritado.
- É, . Fica na sua. - apoiou , já que ele também não tinha ido me visitar.
- Eu ainda não sei por que vocês não foram visitá-la. Me falem! - abriu os braços aos risos.
- Nem todo mundo é CDF igual você, idiota. O que você estuda em um dia, nós levamos uma semana pra estudar. Nunca dá tempo de ir pra Nova York. - explicou.
- Pelo menos a nós vamos poder visitar, mas e a ? Nós nunca vamos pra Paris. - parecia triste e distante.
- Eu sei que é difícil, mas foi decisão dela. - tentou consolar a namorada.
- Nós temos que pensar que é o melhor pra ela. – , como sempre, era o mais sensato.
- Sabe o que é pior? Saber que ela vai embora sem se acertar com a . - negou com a cabeça.
- Eu acho que a nem sabe que ela vai embora hoje. - concluiu.
- Acho que ela nem sabe que a vai embora... ou sabe? - olhou pra .
- Sabe! Eu contei. - afirmou.

Apesar de conhecer os seus amigos muito bem, não esperava vê-los no aeroporto. Ainda mais depois de seu afastamento, que intrigou a todos. chegou no aeroporto com as malas nas mãos. Amber a acompanhava e ainda tinha o seu rosto vermelho por causa dos tapas que levou na noite anterior. Os pais de também acompanhavam a filha. Ao adentrar o aeroporto o olhar triste de desapareceu quando ela viu os seus amigos. Eles conversavam e nem perceberam que ela havia chegado. Os meninos pareciam discutir sobre alguma coisa e as meninas estavam no meio tentando apartar a confusão. Aquela cena fez sentir saudades do ensino médio. se aproximou discretamente e os pais ficaram logo atrás.

- Vocês estão esperando alguém? - chegou por trás de todos eles. A discussão acabou e todos se viraram para olhá-la.
- ! - a abraçou sem qualquer restrição.
- Nós nem vimos você chegar. - sorriu para a amiga.
- É claro que não viu! Fica ai reclamando de tudo. - provocou o amigo.
- Cala a boca, . - fez cara feia para o amigo.
- Não acredito, ! Todas as suas roupas couberam só nessas duas malas? - brincou.
- É claro que não. Para caber todas as minhas roupas precisaria de mais 3 malas dessas. - entrou na brincadeira. - Eu deixei muita coisa aqui. - Ela explicou.
- É claro! Ela vai pra Paris! Pra que levar tantas roupas se comprar roupas lá é muito melhor? - fez careta pro .
- Roupas são roupas! Sejam de Atlantic City ou das Bahamas. - rolou os olhos. - Vocês são muito complicadas. - Ele suspirou.
- Não se mete, lindo. Você não entende nada. - sorriu pro namorado.
- Vai, otário! - gargalhou das palavras de .
- Olha só! Cuida da sua mulher, que eu cuido da minha. - retrucou.
- Dá pra vocês pararem de brigar por dois segundos? - fez cara feia para os amigos.
- É! A já tem que ir embora. - disse, olhando no relógio.
- , já está quase na hora do seu avião. - Amber se aproximou para alertar a prima.
- Eu já estou indo. - afirmou com a cabeça.
- Oi, Amber. - foi gentil.
- O que aconteceu com o seu rosto? - era cara de pau mesmo e já chegou perguntando.
- O que? - Amber tentou ganhar tempo para inventar uma desculpa.
- Seu rosto está vermelho. - também olhou para o rosto da prima de .
- É que eu... bati no armário hoje de manhã. - Amber mentiu na cara dura. Acha mesmo que ela ia dizer que levou uma surra de mim? segurou o riso.
- Você bateu a sua cara no armário? - não acreditava em tamanha idiotice.
- É, eu estava meio dormindo. - Amber complementou a mentira.
- Nossa... - estranhou.
- Gente, eu tenho que ir agora. - fez bico.
- Awwwn, . - a abraçou com tristeza. - Se cuida, ok? Não some, por favor. - Ela olhou em seus olhos.
- Eu não vou mais sumir. Prometo! - afirmou com um sorriso.
- Eu te amo. - beijou carinhosamente o seu rosto.
- Eu também. - se esforçava para ser forte.
- , eu sei que essa parte é triste, mas é o seu sonho e é o que você quer. Eu estou muito feliz e orgulhoso de você. - a abraçou.
- Obrigada, . - também o abraçou forte. - Vê se não faz besteira, hein? Você já ganhou a garota! Não vai perdê-la agora. - Ela sussurrou e riu.
- Deixa comigo! - piscou um dos olhos para a amiga.
- Que surpresa, né? Pra onde mais a minha patricinha favorita poderia ir estudar? Paris! - brincou, antes de abraçá-la.
- Como consegue ser tão grosso e fofo ao mesmo tempo? – sorriu, negando com a cabeça.
- Não fala assim. Você me adora e sabe disso. – aproximou-se da amiga e a abraçou timidamente. não era muito de abraços. – Boa viagem, . – Ele falou mais sério.
- Obrigada. – sorriu, emocionada.
- Se sentir falta das minhas grosserias é só ligar. – piscou um dos olhos pra ela, que gargalhou.
- Eu vou mesmo! – Eu afirmou com a cabeça.
- , não vaaaaaaaaaai. – voltou a abraçá-la calorosamente.
- Não fica triste, . – pediu. – Olha pra mim. – Ela terminou o abraço para olhar no rosto de e viu seus olhos cheios de lágrimas. – Eu vou voltar e quando eu voltar nós vamos abrir a melhor loja de roupa feminina que Atlantic City já viu! – Ela prometeu.
- Combinado, sócia! – conseguiu sorrir apesar de toda a tristeza.
- Se cuida! – acariciou o rosto da amiga.
- Você também. – achou consolo nos braços de .
- Bem, acho que falta só eu! – abriu os braços.
- ... – sorriu, sem jeito.
- É isso o que você realmente quer? – aproximou-se de sua ex-namorada.
- É isso o que eu quero. – afirmou com a cabeça.
- Então eu não posso fazer nada além de ficar orgulhoso e torcer pra você. – a olhou nos olhos.
- Obrigada, . – não queria se aproximar. Ela sabia que já estava com outra garota e não queria causar problemas.
- Vem aqui. – pediu, puxando-a para um abraço. – Você sabe que não foi sua culpa, não sabe? – Ele estava preocupado com a relação dele e da .
- Eu sei. – respondeu, segurando o choro.
- Você é a garota mais incrível que eu já conheci. Nunca se esqueça disso. – fez questão de dizer a ela. – Eu não sou o cara pra você, mas ele está por ai. Quando você conhecê-lo eu quero ser o primeiro a saber. – Ele terminou o abraço para olhá-la. – Vê se não arruma francês engomadinho, ok? Não combina com você. – Ele brincou e riu, apesar das lágrimas.
- Vou pensar no seu caso. – rolou os olhos, sorrindo.
- Cuide-se, ok? – voltou a se aproximar, levou seus lábios até a testa de e a beijou. – Seja feliz. – Ele sussurrou.
- Você também, . – Os olhos de estavam completamente tomados de lágrimas.
- , vamos! – Amber a apressou.
- Vamos. – passou as mãos nos olhos e secou as lágrimas que ainda estavam lá.

correu até os braços dos pais e os abraçou. Eles já haviam se despedido anteriormente, então não houve tanto sofrimento. Foi a mesma coisa com a Amber. voltou a pegar as suas malas e foi andando rapidamente em direção a fila de embarque. Enquanto se afastava, ela olhava para os pais e para os amigos, que acenavam para ela. chorava nos braços de e era consolada por . a observava com um sorriso que passava tranquilidade a ela. Olhando para todos ali, foi impossível não sentir falta das duas pessoas que estavam faltando ali: eu e o .

Apesar de ter se despedido dos amigos, embarcou com uma sensação de vazio. Era como se algo estivesse faltando. Era como se ela ainda tivesse algo para fazer. Sentou-se na poltrona ciente de que o seu voo iria até Nova York e que chegando no aeroporto de lá, ela trocaria de avião e iria para o que a levaria para Paris. não tinha certeza sobre nada, mas algumas ideias passavam pela sua cabeça. Não dava para ir embora sem antes consertar um grande erro.

vestia a sua calça, enquanto pensava em como faria a nossa conversa funcionar. Ele já não tinha mais argumentos para explicar o seu erro. Nada havia dado certo. Nem mesmo a noite maluca que nós tivemos. Apesar de eu bancar a difícil, ele ainda tinha esperanças de que eu cedesse em algum momento. desceu as escadas da minha casa e foi em direção a sala. Ele me viu deitada no sofá e se aproximou silenciosamente.

- Ainda cansada? – sorriu, me vendo abrir os olhos repentinamente.
- Você me assustou! – Eu me sentei rapidamente no sofá. A noite passada não sairia da minha cabeça por um longo tempo.
- Estava pensando em algo que não deveria? – disse, malandro. Como ele sabia?
- Pode se dizer que sim. – Eu suspirei longamente, tentando me recuperar.
- Podemos conversar agora? – sentou-se ao meu lado no sofá.
- Onde está a sua camiseta? – Eu o olhei, incomodada com o fato de ele estar sem camisa. Isso sempre me deixa nervosa.
- Eu ia te perguntar a mesma coisa. – sorriu, malandro.
- Eu não sei. – Eu fiquei imediatamente sem graça. – Eu acho que... – Eu olhei em volta e vi a regata dele em cima do abajur da sala. – Ai, que droga. – Eu fechei os olhos.
- O que foi? – não entendeu a minha rápida mudança de comportamento. Eu me levantei do sofá e fui até o abajur.
- Achei. – Eu peguei a regata e voltei a me virar pra ele. segurou o riso e eu joguei a regata em sua direção. – Nem uma palavra. – Eu engoli o riso. – Está bem. O que você quer conversar? – Eu me sentei em sua frente, enquanto ele vestia a sua regata. Eu tentei ignorar o quão bonito ele ficava com aquela cara de sono.
- Eu quero saber o real motivo de você estar brava comigo. Sem ironias, sem joguinhos e sem brigas. – me olhou, sério.
- Estou brava porque você perdeu a sua virgindade com a Amber no dia do nosso aniversário de namoro. – Eu fui clara e objetiva.
- Por quê? Nós já não estávamos mais juntos. – perguntou numa boa.
- Entenda, . Não importa se já tínhamos terminado ou não. Pra mim foi uma traição de qualquer jeito. Seria uma traição se você o , o ou até mesmo o meu irmão. Todos sabem que eu odeio a Amber e que ela me odeia também. Ficar com ela é como uma apunhalada nas costas, sabe? – Eu expliquei seriamente.
- Ficar com ela não significou nada. Eu não estava bem. Eu estava fora de mim. – tentou se justificar.
- Eu também estava. – Eu fui enfática. – Eu estava péssima. Eu estava me sentindo um lixo porque eu achava que você tinha me trocado pela Amber e o que eu fiz? Eu sofri sim e o Mark estava lá por mim. E para ser bem sincera, eu poderia ter ficado com ele. Eu sempre soube o que ele sentia por mim e eu poderia sim ter me aproveitado disso, mas eu não fiz isso. – Eu expliquei o meu ponto de vista. – Então essa sua desculpa não serve pra mim, . Nenhuma desculpa serve pra explicar o motivo de você ter ficado com ela, sendo que naquele dia mais cedo nós ainda estávamos juntos. – Eu completei.
- Olha, eu sei o quão insensível e ridículo isso vai soar, mas... eu fiquei com ela por impulso. Eu não pensei nela ou em mim. Eu estava no automático. Poderia ter sido qualquer outra pessoa no lugar dela que não teria feito a menor diferença pra mim. – negou com a cabeça. – Eu tinha perdido você e mais nada importava. – Ele completou.
- Se não fez a menor diferença pra você e se você não sentia nada por ela, porque você continuou ficando com ela depois? – Eu queria ouvir qual a desculpa que ele daria agora.
- O que? – me olhou, sem entender.
- Eu recebi umas fotos algum tempo depois que nós terminamos. Nas fotos você e a Amber estavam se beijando. – Eu contei pra ele.
- Fotos? Eu não sabia de foto alguma! – estranhou.
- Pois é, mas elas chegaram nas minhas mãos de alguma forma. – Eu afirmei, erguendo os ombros.
- Porque alguém te mandaria fotos minhas com a Amber? – negou com a cabeça, sem conseguir entender.
- Parece que alguém estava tentando me mostrar que você é um idiota. – Eu sorri, sem me preocupar com aquilo.
- Você não acha isso estranho? – me olhou, sem compreender.
- Não importa quem tirou as fotos. O que importa é o conteúdo delas. – Eu afirmei. – Você estava beijando a Amber. Como é que você vai explicar isso agora? Vai me dizer que foi por impulso? Que você estava sofrendo por mim? – Eu ironizei. – Qual é, . Eu não sou idiota. – Eu rolei os olhos.
- Eu beijei ela sim e para ser bem sincero, ela não foi a única, mas acho que isso nós nem podemos discutir porque você também ficou com o Mark, certo? – Apesar de sorrir, os olhos de me olhavam com irritação. – Acha que isso também não me incomodou? Acha que eu adorei ver você nos braços do cara que você sempre disse que não passava de um amigo? – Ele esperou uma resposta.
- Ele não tem nada a ver com isso, ok? Eu e ele só ficamos juntos depois que eu descobri que você já estava em outra. – Eu não queria meter o Mark na conversa.
- Tinha mesmo que ser esse otário? Vai me dizer que você não pensou o quanto eu ficaria furioso quando soubesse que você estava com ele? – disse com desconfiança.
- Não foi nada disso. Ao contrário de você, eu não precisei usar ninguém pra melhorar o meu sofrimento. O Mark me ajudou muito, mas ele fez sem qualquer intenção. Ele nunca tentou nada comigo. Ele não ultrapassou o sinal uma só vez. Mesmo gostando de mim, ele estava lá apenas para me ouvir chorando por causa de você. – Eu defendi o Mark sem qualquer restrição. – É esse cara que você está comparando com a Amber? – Eu arquei uma das sobrancelhas.
Você... realmente gostou dele, não é? – pareceu incomodado com o jeito que eu havia falado do Mark.
- Isso não vem ao caso agora. Nada disso importa mais. – Eu desconversei imediatamente. O assunto era delicado demais.
- E tem alguma coisa que eu possa fazer pra você me perdoar? – decidiu dar a trégua. Conversar sobre isso agora só pioraria tudo.
- Se fosse você no meu lugar, se eu tivesse perdido a minha virgindade com o Mark naquela noite... – Eu o olhei com atenção. – Você conseguiria me perdoar? – Eu questionei.
- Eu não sei... – rolou os olhos, sabendo que a sua resposta não o ajudaria.
- Exatamente! – Eu sorri fraco.
- Você não quer me perdoar? Está bem! Mas o que vamos fazer com relação a tudo o que aconteceu nos últimos dias. Nós vamos esquecer tudo? – tentou parecer tranquilo ao me fazer aquela pergunta, mas no fundo estava com medo da minha resposta.
- Talvez seja melhor esquecer. – Eu também não estava contente com aquilo, mas não tinha tantas saídas.
- Sabe o que eu não consigo entender? Se você está realmente decepcionada comigo porque ficou comigo ontem a noite? Você não quer que eu me afaste? – me colocou contra a parede. Era uma boa pergunta.
- É complicado... – Eu deixei de olhá-lo e ri sem emitir som.
- Então, vamos descomplicar! – cerrou os seus olhos. – Você ainda sente alguma coisa por mim? – A pergunta me deixou um pouco nervosa e eu tentei disfarçar. Os olhos dele me analisaram, enquanto eu pensava em alguma forma de respondê-lo. estava ansioso.
- Você quer saber mesmo a verdade? – Eu respirei fundo. Cogitei a possibilidade de dizer a verdade, mas isso iria contra tudo o que tenho dito a ele nos últimos dias. – Eu acho que é uma coisa física. Entende o que eu quero dizer? – Não era mentira, mas também não era toda a verdade.
- Físico? – foi pego de surpresa. Ele não esperava algo tão insensível vindo de mim.
- É isso! Eu tenho uma atração física enorme por você. Foi por isso que aconteceu tudo aquilo noite passada. É por isso que quando eu estou perto de você, eu não consigo evitar. – Não falar sobre sentimento tornou tudo mil vezes mais fácil pra mim. Ele deixou de me olhar. Se eu não o conhecesse tão bem, diria que ele estava decepcionado. – Algum problema? – Eu quis saber se havia dito algo errado.
- Não! Na verdade, você descreveu exatamente o que eu sinto também. Com certeza é algo físico. – poderia surtar, mas ele era orgulhoso demais para isso. Ele ia me devolver na mesma moeda. – Eu te vejo e pronto. Não tem mais jeito. – Ele forçou um sorriso.
- Sério? Isso é ótimo. Assim, nós podemos pular toda aquela parte chata de sentimentalismo. – No fundo, eu estava aliviada. Sentimento é algo complexo e doloroso demais.
- Sentimentalismo é ultrapassado demais pra nós, não é? Se nós somos tão bons em outras coisas, para que serve o sentimentalismo? – e eu parecíamos dois idiotas hipócritas.
- Isso é um alívio pra mim. Que bom que você se sente assim também. – Eu afirmei com a cabeça e sorri.
- Então, recapitulando: nós somos ex-namorados que não sentem mais nada um pelo outro, mas nos encaixamos perfeitamente na cama. – sorriu ao dizer aquilo.
- É... – Eu concordei. – Quer dizer, noite passada foi... – Eu não consegui descrever, mas o meu sorriso disse tudo.
- Eu sei! Foi... loucura. – foi obrigado a concordar.
- É, foi... – Eu suspirei só ao me lembrar.
- Legal! E como vamos resolver isso? – arqueou uma das sobrancelhas.
- Não há nada pra resolver. Foi ótimo, mas... – Eu ergui os ombros. Estava sendo muito difícil tentar me manter tão fria.
- O que? Está me dizendo que... não vai ter mais sexo? – fez careta.
- Como assim? É claro que acabou. Nós não estamos juntos. – Eu não sabia o que ele estava querendo.
- Quer dizer que tudo bem pra você se não nos vermos mais e nem fizermos mais sexo? – Mesmo sendo orgulhoso, não queria ter que se afastar.
- Olha, foi bom... – Eu fui dizendo e me olhou com desconfiança. – Está bem! Foi incrível! Foi... – Eu neguei com a cabeça, pois não sabia mais que dizer. – Eu não vou mentir pra você e dizer que eu não gostei do que nós fizemos. Eu gostei, mas nós não estamos juntos. Ontem foi uma exceção. – Eu continuava sem saber o que ele estava querendo chegar com aquela conversa.
- E só porque não estamos juntos nós não podemos... ficar juntos de vez em quando? Eu quero dizer, no dia que você e eu estivermos afim, porque não? – abriu os braços.
- Você está de brincadeira comigo. – Eu estava esperando ele dizer que estava brincando.
- Não banca a boa moça agora, ok? Não pra mim. – piscou um dos olhos.
- Você está sugerindo o que? Uma amizade colorida? Sexo sem compromisso? – Eu ainda não acredito que ele estava me sugerindo aquilo.
- É... mais ou menos isso. – afirmou sem hesitar.
- Você está maluco! – Eu comecei a rir.
- Acha que não vai dar conta? Não me diga que está com medo de se apaixonar? – sorriu, malandro. A campainha tocou repentinamente, me fazendo agradecer mentalmente por não ter que responder aquela pergunta. – Você está esperando alguém? – Ele olhou para a porta.
- Não. – Eu estranhei, pois o Big Rob não havia avisado a chegada de ninguém. – Se esconde! Se o Big Rob não avisou deve ser alguém conhecido. – Eu me levantei rapidamente do sofá.
- Alguém conhecido? – arregalou os olhos. – Ta de brincadeira? – Ele abriu os braços.
- Sai logo daqui! – Eu fiz sinal com a mão para que ele saísse. pegou a sua camisa que estava no chão e correu em direção a cozinha. Eu fiquei até com medo de abrir a porta. Se fosse alguém da minha família ou dos meus amigos seria difícil explicar a presença do ali. Corri até a porta e antes de abri-la, ajeitei o meu cabelo e a minha roupa. Toquei a maçaneta e a virei.
- ? - Eu fiquei completamente surpresa ao vê-la. Eu não tive reação. Eu não fiquei brava ou sorri.
- Oi, . - sorriu fraco. - Nós podemos conversar? - Ela perguntou, tensa.
- O que... - Eu neguei com a cabeça - O que você está fazendo aqui? - Eu estava em choque.
- Eu estou indo pra Paris hoje. O meu avião sai em menos de uma hora e... - hesitou continuar. Pensou até mesmo em ir embora. - Eu não quero ir embora sem antes conversar com você. Eu vou te explicar tudo. - Ela afirmou.
- Me explicar o que? - Do que essa menina está falando?
- Eu posso entrar? - pediu de uma vez, pois não tinha todo o tempo do mundo.
- Entra. - Eu abri ainda mais a porta, dando espaço para que ela passasse.
- Como você está? - ainda estava meio receosa.
- Eu estou bem, mas... eu estou um pouco confusa. - Eu a olhei com desconfiança. Da cozinha, conseguiu ouvir a voz de e achou que pudesse estar ficando maluco.
- Eu tenho que te contar algumas coisas. - explicou. - Hey, Jonas! Pode vir aqui! - Ela gritou e eu fiquei ainda mais assustada. Como ela sabia? Ao ouvir o seu sobrenome, teve certeza que era a .
- Porque acha que ele está aqui? - Eu tentei despistar.
- Eu vi o carro dele lá fora. - foi direta e eu soube que não tinha mais como enrolá-la. ouviu a justificativa de e negou com a cabeça. - Oi, . - Ela sorriu ao vê-lo sair da cozinha. Eu o fuzilei com os olhos, pois se ele tivesse ido embora quando eu havia pedido nada disso estaria acontecendo.
- Oi, . - sorriu, sem jeito.
- Que bom que vocês estão aqui juntos, porque o que eu vou falar interessa aos dois. - continuou fazendo mistério.
- Eu ainda não sei do que você está falando. - Eu ergui os ombros, sem entender absolutamente nada.
- Eu vim falar sobre a Amber. - disse e viu a minha péssima reação ao ouvir o nome de sua prima.
- É claro que veio. - Eu deixei de olhá-la e neguei com a cabeça.
- O que tem a Amber? - quis saber do que se tratava.
- Ela me contou o que aconteceu ontem. - começou a falar aos poucos.
- Qual parte? Ela na cama do ou a surra que eu dei nela? - Eu sentia tanto orgulho em falar daquela surra.
- Os dois. - afirmou.
- E deixe-me adivinhar: você veio aqui tirar satisfação porque eu dei um jeito na sua adorável prima? - Eu ironizei.
- Eu não vim defender a Amber. - disse, séria.
- Então o que foi que você veio fazer aqui? - Eu fui meio grossa, porque aquela história com a mexia completamente com o meu emocional.
- Deixa ela falar! - me deu uma bronca e eu fiz cara feia pra ele.
- Eu vim dizer que eu sei de tudo. A Amber me conta absolutamente tudo e não é porque eu escuto, que eu concordo. - explicou.
- Você está falando sobre eu ter dormido com ela. - entendeu as indiretas de .
- Engraçado como tudo acaba levando a esse maldito assunto. - Eu sorri, negando com a cabeça.
- Aquela noite não foi por acaso. - falou de uma vez.
- Como assim não foi por acaso? - O comportamento calmo de mudou.
- Quando ela foi atrás de você naquela noite ela já sabia o que conseguiria. - media as palavras.
- Não tinha como ela saber. - argumentou, desacreditando.
- Ela sabia sobre o término. - Eu conclui.
- Ela sabia sim. - afirmou com a cabeça.
- Mas... como? - não conseguia compreender.
- Eu estava com ela quando ela recebeu um telefonema naquela noite. Era um telefonema de um número não identificado. No telefone, disseram que vocês tinham terminado e que só ela poderia te consolar. - fez uma pausa. - Ela já estava preocupada com você, pois você tinha sumido o dia todo. Quando ela recebeu o telefone, ela não teve dúvidas. Ela foi atrás de você sabendo exatamente o que conseguiria. - Ela completou.
- Isso não é possível. - estava chocado.
- Quem foi que ligou pra ela? - Eu olhei pro , assustada.
- Ela não soube dizer. Ela disse que não reconheceu a voz e eu sinceramente acredito nela, porque ela me contou absolutamente tudo. Não tinha porque ela me esconder isso. - enfatizou.
- Porque alguém ligaria pra ela? - não conseguia aceitar tamanho absurdo.
- Não sei! Quem mais sabia sobre o término naquela noite? - tentou ajudar a esclarecer o mistério.
- Naquela noite eu não contei pra ninguém. - disse, depois de pensar por um tempo.
- Eu liguei pra no caminho pra casa e o Mark também soube quando eu cheguei aqui. - Eu disse e imediatamente fez cara de desconfiança só porque eu havia citado o nome do Mark. - Nem pense nisso. - Eu já fui tirando o cavalinho dele da chuva. - Eu confio nos dois e tenho certeza que nenhum deles faria isso. - Eu já tirei o de e Mark da reta.
- Então quem foi? - abriu os braços, irritado por eu ter defendido o Mark de novo.
- Eu não sei. - Eu disse, pensativa. Quem faria algo assim? Pra que?
- E... eu não sei como vocês estão, mas eu acho que eu deveria contar também que a Amber sempre me contava as coisas que ela fazia pra conseguir ficar com o . Ela usava aquelas roupas pra impressionar ele. Ela assistia todos os jogos dos Yankees só para poder impressionar ele, mas ela também dizia que nunca dava certo. A Amber dizia que nunca sentia que ele correspondia os sentimentos dela. - não sabia se isso nos ajudaria em alguma coisa, mas não custava nada.
- Pode repetir isso, ? - olhou pra mim e forçou um sorriso que dizia 'Viu? Eu disse!'.
- Espera... - Eu a olhei, séria. - Porque está fazendo isso? Porque está me contando essas coisas agora? - Eu não conseguia entender o motivo de estar ali entregando a sua prima, que ela fez tanta questão de defender no passado.
- Acho que... - deixou de me olhar, abaixou a sua cabeça e encarou suas mãos, que brincavam com o seu celular. - Eu acho que estou tentando reparar um erro irreparável. - Ela finalmente disse.
- Você está falando sobre você ter ficado do lado da Amber? Esse é o seu erro irreparável? - Eu tentei parecer mais fria ao falar sobre o assunto, mas foi difícil. Isso realmente mexia comigo.
- Não. O meu erro irreparável foi ter sido tão egoísta a ponto de ficar do meu próprio lado ao invés do seu. - voltou a me olhar.
- Eu não entendi. - Eu a olhei, confusa.
- Eu vou te contar a verdade, mas eu realmente não espero que você me perdoe, porque eu sei que eu não mereço. - se sentia péssima falando sobre aquele assunto, mas eu precisava saber.
- Qual verdade? - Eu comecei a ficar assustada. continuava atento, mas em silêncio.
- Há uns dois anos atrás a Amber veio passar as férias na minha casa. Todo mundo sabia que ela era louca pelo . Ela sempre foi louca pelo ! Só que naquelas férias em que ela veio, o estava namorando a Jessie. A Amber ficou mal e estava determinada a superar o . Foi quando ela começou a notar o . - parecia chateada ao falar do assunto.
- Qual ? O seu ? Quer dizer.. - falou por impulso e depois se xingou mentalmente por tamanho gafe.
- Sim! - confirmou. - Ela começou conhecer o melhor e começou a me falar que ele era um garoto incrível e que ele era bonito. Eu já sabia o que aquilo queria dizer. Ela não sabia que eu gostava do e eu também não sabia que o gostava de mim. Eu tive um colapso, mas as férias acabaram antes que ela conseguisse alguma coisa com ele. - Ela completou.
- Mas que vadia... - Eu neguei com a cabeça, sem conseguir me conformar.
- Ela ficou algum tempo sem ir para Atlantic City nas férias, mas ela voltou no meu aniversário desse ano. Eu vi ela conversando com o na festa e você e o estavam juntos. - mal conseguia olhar pra mim.
- Mas você e o também estavam namorando! - Eu argumentei.
- Eu sei, mas... - negou com a cabeça. - Você sabe, a Amber chama atenção. Ela é bonita e tem um corpo escultural. Eu fiquei insegura com a volta dela pra Atlantic City e quando eu descobrir que ela iria morar lá... eu surtei de vez! Foi então que eu percebi o ciúmes que ela sentia de você por causa do . No auge do meu egoísmo, eu percebi que se ela tivesse o , ela esqueceria do . - Ela voltou a abaixar a cabeça.
- Você... – Eu não conseguia acreditar no que havia feito.
- Eu achei que se você e o terminassem, ela ficaria o e então eu não correria mais riscos de perder o . – resumiu tudo de uma vez. Os olhos dela demonstravam tristeza e arrependimento.
- Você nunca correu risco nenhum de perder o . Ele sempre foi louco por você. – Eu balancei a cabeça negativamente. Era um absurdo o que ela estava dizendo.
- Ele era louco por mim. – me corrigiu de forma triste. – Essa é a parte mais irônica de todas. Tudo o que eu fiz foi para não perder o e olha pra mim agora. E vocês que eu tentei separar continuam juntos. – Ela olhou pra mim e pro . – Existe lição melhor do que essa? Eu duvido. – Os olhos dela e encheram de lágrimas.
- Porque você não me disse isso na época? Nós teríamos dado um jeito nisso. Nós teríamos dado um jeito na Amber. – Eu fiquei imediatamente mal com tudo.
- Naquela noite em que eu disse aquelas coisas pra você, eu já me arrependi. Eu me senti a pior pessoa e a pior amiga do mundo. – Os olhos dela continuavam se enchendo de lágrimas.
- Foi por isso que você se afastou de todos. – deduziu, sensibilizado com a história da amiga.
- Esse foi o principal motivo. – afirmou.
- Eu não acredito que você tentou destruir o meu namoro para salvar o seu. Eu não acredito que colocou toda a minha felicidade em risco para beneficiar você mesma. – Eu senti uma mágoa enorme dentro de mim. Eu me levantei do sofá, porque eu não conseguia olhar pra ela.
- Me desculpa, . – abaixou a cabeça e as lágrimas escorreram dos seus olhos. – Eu sei que o que eu fiz foi errado. Você não sabe o quanto eu me arrependo. – não sabia o que fazer ou dizer.
- Você era a minha melhor amiga! Eu confiava cegamente em você! Você foi a primeira pessoa a saber sobre eu e o . Como você pode? – Eu me mantive de pé, mas me virei para olhá-la.
- Eu fui egoísta e sei que isso não tem perdão. Eu devia saber que nenhum amor vale uma amizade. – passou as mãos pelo seu rosto, secando as lágrimas que escorreram.

Eu não sabia se eu queria chorar ou socar alguém. Se antes eu já estava magoada com a , imagina agora? Ela sabia o quanto o meu relacionamento com o era instável. Ela sabia de cada problema que nós tínhamos. Ela sabia que não resistiríamos a uma crise como a Amber. Por outro lado, o namoro dela era o exemplo a ser seguido. Havia respeito, amor e tudo o que um namoro tem que ter. O sempre foi louco por ela. Como ela pode achar que podia perdê-lo? Como ela pode achar que alguém como ele veria alguma coisa em uma vadia como a Amber? Eu não sei mesmo o que pensar.

- Eu não sei o que te dizer, . Eu não sei o que você esperava vindo aqui. – Eu neguei com a cabeça, sentindo os meus olhos começando a lacrimejar.
- Eu não vim atrás do seu perdão. Eu vim porque eu não queria ir embora sem antes te contar o real motivo do fim da nossa amizade. Eu vim pra tentar consertar a besteira que eu fiz. – levantou-se do sofá.
- É só isso? – Eu estava me segurando.
- Eu vou embora. – achava que não tinha mais nada para fazer ali.
- Espera! – entrou na frente de e eu o olhei. – Isso é sério? É isso o que vocês vão fazer? Logo vocês que são amigas desde que eu me lembre? É assim que vai acabar a amizade de vocês? – nos conhecia bem e sabia que se forçasse um pouco conseguiria uma forma melhor de terminarmos com aquilo.
- Você não ouviu tudo o que ela disse? – Eu olhei pro , irritada.
- Ela errou e ela assumiu isso. Ela está arrependida e teve o trabalho de vir até aqui mesmo sabendo que você não a perdoaria. – olhou para nós duas. – Eu sei que você está magoada, . Você tem toda a razão do mundo pra isso. Para ser honesto, eu também estou um pouco chateado porque ela também é a minha amiga e o que ela fez também me atingiu, mas... ela está indo embora. – Eu e nos olhamos de longe. – Esse erro não pode ser a única coisa que restou daquela amizade que vocês tinham antes. – Ele completou. e me olhavam, esperançosos. Eles esperavam que eu tomasse alguma atitude.
- Eu tenho mesmo que ir embora. – não podia mais esperar. Ela sabia que eu não cederia agora e nem daqui há anos. Ela estava certa de que eu jamais a perdoaria e ela teria que conviver com isso. – Eu sinto muito mesmo. – Ela me olhou pela última vez com seus olhos cheios de lágrimas.

começou a andar em direção a porta e um filme parecia passar pela minha cabeça. Ela ia para Paris. Em outra época, eu estaria extremamente feliz por ela. Nós estaríamos comemorando a ida dela e a realização de seu sonho. Eu me lembrei de quantas vezes nós falamos sobre o futuro e quantas vezes ela me contou a sua vontade de ir para Paris e estudar o que mais lhe dava prazer no mundo. Eu também compartilhava com ela a minha vontade de morar em Nova York. Olhe para nós agora. Estamos realizando os nossos sonhos e não podemos nem comemorar juntas. Enquanto se aproximava da porta, eu olhei para o . Ele manteve-se em silêncio, mas seus olhos pareciam me dizer alguma coisa. Nos olhos dele eu me lembrei do quão ruim era realizar o seu sonho, enquanto você sofria pela falta ou poe culpa de alguém. Eu sei exatamente como é isso e eu não estava certa se eu queria ser o sofrimento que atrapalharia o sonho que tanto idealizou comigo.

- Espera, . – Eu disse, respirando fundo. Virei o meu rosto para olhá-la e vi que ela havia parado em frente a porta. Em meio a um impulso, eu andei rapidamente até ela e a abracei. foi pega totalmente de surpresa. Ela demorou alguns segundos para corresponder ao abraço. Ao apertar o meu corpo, ela começou a chorar. Eram lágrimas de alívio.
- Desculpe por não ser a amiga que você esperava e merecia que eu fosse. – disse, enquanto nos abraçávamos. A sua voz de choro fez com que eu ficasse ainda mais emotiva, mas eu não iria chorar. Por poucos segundos, foi como estar abraçar a minha melhor amiga novamente.
- Boa sorte. – Eu disse, terminando o abraço para poder olhar em seu rosto. – Não importa o que você fez. Nós torcemos tanto para que você realizasse o seu sonho e agora que você conseguiu, eu não posso deixar de desejar que você seja feliz. – Eu a olhei nos olhos e ela sorriu. admirava a cena com um sorriso no rosto.
- Eu também desejo que você seja muito feliz e eu tenho certeza que você vai. – olhou para , que não pode deixar de ficar feliz com a insinuação. Ele também foi até ela e a abraçou. – Desculpe, . Eu fico feliz que tenha escolhido a garota certa. – Ela terminou o abraço, olhou pra ele e piscou um dos olhos.
- Boa viagem, . – beijou carinhosamente o seu rosto. – Obrigado por tudo o que você já fez por mim. – Ele se referia a todas as vezes que ela nos ajudou. E olha, não foram poucas.
- Cuide-se. – sorriu para o amigo.

se sentia muito mais leve. Parecia que um peso enorme havia saído das suas costas. Ela ainda não tinha o meu perdão e ela também achava que não o merecia, mas aquele abraço valeu mais do que qualquer perdão. Mesmo com tudo o que fez, conseguiu ver sinceridade em cada palavra dita por mim. me conhecia muito bem e sabe que independentemente de qualquer coisa que ela tenha feito, eu jamais desejaria mal a ela. Agora sim, ela podia ir embora. Agora sim, ela poderia viver o seu sonho e guardar aquele abraço tão sincero para sempre. Aquele abraço que representava tudo o que a nossa amizade sempre significou para nós duas.

Nós a guiamos até o lado de fora da casa. Havia um taxi em frente a minha casa e ele esperava o retorno de . Ela foi até o taxi e antes de entrar nele, ela olhou para mim e o . Nós estávamos lado a lado e esperávamos ela ir embora. acenou com um belo sorriso e eu acenei mais timidamente, enquanto o aceno de foi bem mais empolgado. Apesar de estar chateada, eu estava feliz por ter ajudado a tornar o sonho de ainda melhor. O taxi deu a partida e eu estava em paz por ter dado a ela o que ela tanto queria.

- Isso foi incrível. – virou o seu rosto para me olhar. Eu não respondi nada, apenas voltei a me virar em direção a minha casa. No caminho, alguém chamou a atenção dos meus olhos. Alguém que eu não via há dias. Alguém que era importante pra mim.

Mark estava em frente a sua casa e lavava o seu carro. O meu olhar se mantive fixo nele por um tempo e rapidamente notou. Quando percebeu que eu não desistiria de olhar, Mark resolveu olhar pra mim. Ele estava sério, mas não parecia bravo. A minha vontade era de ir até lá e falar com ele. Eu queria saber como ele estava. Eu queria saber se ele estava bem. Eu desisti de fazer isso no instante em que percebi os olhos dele encarem , que estava bem atrás de mim. Eu me senti péssima! Mark voltou a me olhar e para ele estava bem claro quem eu havia escolhido. Eu acenei com uma das mãos pra ele e Mark correspondeu com um fraco sorriso e um aceno com a cabeça. Não era do feitio dele me ignorar e eu não esperava outra coisa dele.

Como se eu já não estivesse péssima por causa da , agora também tinha o Mark. Muito fácil essa minha vida, não é? A minha dor de cabeça foi passando aos poucos, mas os problemas não. ainda estava lá e ainda queria uma resposta sobre a nossa situação. Eu sinceramente não sabia o que dizer a ele. Convenhamos: ficar com ele foi uma das melhores coisas que aconteceu comigo ultimamente, mas não dá pra fazer disso uma coisa frequente. Principalmente porque ficar perto dele me assusta pra caramba e eu não sei até quando eu conseguiria levar essa baboseira de ‘eu não sinto nada’ a diante. O medo também era compartilhado por , mas ele estava relacionado a sua volta pra Atlantic City dali algumas semanas. estava aprendendo a viver sem mim. Como seria viver comigo de novo e depois ir embora? Ele conseguiria esquecer? São perguntas demais pra poucas respostas.

- Aproveitando esse seu espírito de perdão e de reconciliação... – disse, ao entrarmos novamente na casa. Ele achou que talvez com as palavras de , eu poderia ter mudado a minha opinião.
- Sem chances, Jonas. Tudo o que a disse não muda nada, porque você dormiu com a Amber de qualquer jeito. Ela pode ter armado e manipulado a situação, mas se você não quisesse não teria acontecido. – Eu disse, certa do que eu queria. – Já percebeu que todos os meus problemas atuais estão relacionados a Amber? – Eu olhei pra ele.
- Dá pra não falarmos na Amber agora? Eu estou falando sério. – suspirou e revirou os olhos.
- Eu também estou. Ontem a noite foi legal, mas não dá pra esquecer o que você fez, ok? Não é assim que funciona. – Eu expliquei pra ele numa boa.
- Eu sei que não é assim e eu entendo os motivos de você estar decepcionada comigo. – aproximou-se de mim e olhou em meu rosto.
- Mas... – Eu sabia que teria um ‘mas’.
- Mas nós já entramos em um consenso de que não existe mais sentimento, mas existe atração. Eu vou ficar só mais algumas semanas em Nova York. Porque não podemos aproveitar esse tempo? Depois eu volto pra Atlantic City e você nem vai ter mais que se lembrar de mim. – estava usando todos os seus argumentos para me convencer. Ele não queria ter que se afastar. Eu já estava ficando sem paciência para aquela conversa e sai, indo em direção a cozinha. Eu queria comer alguma coisa, já que não havia tomado café da manhã.
- Eu não vou ficar brincando de amizade colorida, Jonas. – Eu disse, percebendo que ele estava vindo atrás de mim. Eu cheguei na cozinha, esperando outro argumento dele, quando me deparei com uma coisa surpreendente. – Oh meu.... Deus. – Eu paralisei, olhando para aquela frase enorme escrita na parede branca da cozinha.
- O que é isso? – Os olhos de demonstravam preocupação e a boca entreaberta demonstrava a sua surpresa. A frase dizia: ‘AFASTE-SE DELE’.
- Quem escreveu isso? – O meu coração se acelerou e o medo tomou conta de mim.
- Qual foi a última vez que você veio aqui? – deixou de olhar para a frase pela primeira vez para me olhar.
- Eu não sei... – Eu sentia minhas mãos suarem frio. – Acho que foi ontem de noite. – Eu nem conseguia pensar direito.
- Alguém teve acesso a sua casa além de mim? – começou a fazer perguntas e eu não conseguia colocar os meus pensamentos em ordem.
- Não que eu saiba... – Eu voltei a olhar pra frase, tentando encontrar qualquer vestígio de quem a tivesse escrito. A frase foi escrita de batom vermelho.
- Essa frase é sobre quem? – ficou extremamente preocupado. Ele queria saber de todo o jeito quem havia escrito aquilo.
- Eu não sei. Eu acho que.. é sobre você. – De quem mais seria?
- Sobre mim? Mas ninguém sabe sobre nós. Quer dizer, a Amber sabe e a também sabe agora, mas elas não poderiam ter entrado aqui. – negou com a cabeça, ficando ainda mais receoso ao saber que a frase falava sobre ele.
- A Meg também sabe. – Eu adicionei um nome na sua lista. Ele manteve-se em silêncio, pensativo. – Será que tem alguém na casa? – Eu demorei para considerar aquela possiblidade. Eu olhei em volta, assustada.
- Fica aqui, que eu vou dar uma olhada na casa. – também não havia pensado nisso e coragem não lhe faltou para procurar a pessoa culpada por aquilo.
- Não! – Eu segurei o seu braço e me aproximei mais dele. – Não me deixa aqui sozinha. – Eu disse, irritada. Ele está maluco em me deixar sozinha?
- Está bem. Então vem comigo. – fez cara feia e segurou a minha mão, me levando com ele.

Fizemos um tour pela casa. Olhamos em baixo de cada cama e atrás de cada porta. Chegamos a olhar até dentro dos armários. Ninguém! Nenhuma evidência estranha, nenhuma pista... nada! Fomos conversar com o Big Rob também, que confirmou que esteve lá durante a noite toda. Ele tem os seus dias de folga, mas a noite anterior não era uma delas. Se o Big Rob estava lá, como alguém conseguiu entrar na casa? Tudo bem que o Big Rob não fica a noite inteira olhando para a casa, mas ele fica esperto com qualquer barulho que ele possa ouvir. Como alguém entrou na minha casa sem que o alarme disparasse?

- Não tem ninguém aqui. – concluiu, depois que olhamos em toda a casa. Voltamos para a cozinha.
- Como foi que conseguiram entrar na casa? Tem alarme e o... Big Rob. – Eu não conseguia entender como alguém pode ter entrado na casa.
- Ok! Se acalma, tudo bem? – foi até mim, tocou o meu rosto com uma das suas mãos e o acariciou. Ele estava tentando me acalmar. – Tente pensar em quem poderia ter feito isso. – Ele pediu com jeito, pois sabia que eu estava muito nervosa. O seu gesto de tocar o meu rosto como ele costumava quando nós ainda estávamos juntos, me deixou um pouco sem jeito.



- Eu.... – Eu olhei pra ele e não conseguia mesmo pensar em ninguém. – Eu não sei. Eu não consigo pensar em ninguém agora. – Não encontrar nenhum suspeito me deixava ainda mais nervosa. – Porque alguém ia querer que eu me afastasse de você? Porque isso é tão importante? – As mãos dele abandonaram o meu rosto.
- Espera um pouco. – Foi como um estalo na cabeça dele. – As fotos... – O jeito que ele me olhou me fez perceber que se tratava de algo importante.
- Quais fotos? – Eu me interessei imediatamente.
- As que te enviaram! – afirmou. – Quem mandou aquelas fotos também não queria que ficássemos juntos. – Ele concluiu.
- Você... acha que é a mesma pessoa? – Eu também não havia pensado nisso.
- Com toda a certeza! – não tinha dúvida alguma.
- E será que também é a pessoa que ligou pra Amber no dia em que nós terminamos? – Eu me lembrei de outro fato estranho, que havia nos intrigado muito.
- É mesmo! – também havia se esquecido disso. – Nossa... – Ele deixou de me olhar, maluco com todas as evidências que estavam bem na nossa cara e nós não enxergamos.
- Isso não pode estar acontecendo... – Eu levei minhas mãos a cabeça e entrelacei meus dedos em meu cabelo.
- Aconteceu mais alguma coisa estranha que você não tenha me contado? – queria saber se havia mais alguma pista que havíamos deixado passar.
- Não. Eu acho que não. – Eu disse, pensativa. – Ah... espera... – Eu me lembrei de mais alguma coisa estranha.
- O que foi? – estava ansioso para ouvir.
- As gravações que sumiram! As gravações de quando nós viemos aqui da primeira vez. Elas sumiram e depois nos enviaram só as nossas cenas. Lembra disso? – Foi há muito tempo, mas poderia ter alguma relação.
- Que droga. – ficou impressionado. Essa pessoa está agindo há muito tempo. – O que tudo isso quer dizer? – Ele não sabia o que essa pessoa estava querendo.
- Eu não acredito que entraram na minha casa... – Eu não conseguia nem pensar que alguém que queria o meu mal havia entrado na minha casa. O que poderia ter acontecido?
- Tudo isso parece ser algum tipo de ameaça. – continuava pensativo. Ele precisava descobrir quem era.
- Porque estão me ameaçando? Porque nós ficamos juntos? Qual o sentido disso? Quem se importa com o que nós fazemos ou deixamos de fazer? – Eu comecei a surtar. Essa é a coisa mais insana que já aconteceu comigo.
- Alguém se importa. – respondeu, me olhando sério.
- Mas quem? – Eu abri os braços.
- Essa pessoa parece estar próxima. Ela sabia o que aconteceu entre nós da primeira vez que viemos juntos para Nova York. Ela sabia que nós terminamos naquele dia. Agora, ela sabe que nós ficamos juntos de novo. – Ele ficava repetindo tudo para ver se alguma hora a ficha caia.
- Legal! Então quer dizer que tem alguém me espionando? Alguém vai me matar se eu não ficar longe de você? É isso? – Eu sorri de tanto nervoso. Isso só podia ser brincadeira.
- Porque não me disse isso antes!? Você ficou todo esse tempo aqui sozinha. – me deu uma bronca. Ele não queria nem pensar o que poderia ter acontecido.
- Nunca aconteceu nada demais. Eu não achei que fosse importante. Eu não sabia que tudo aquilo eram ameaças. – Eu argumentei com honestidade.
- Você já contou isso para os seus pais? Pro ? – perguntou, sério.
- Está maluco? Se eles souberem, eles vão me fazer voltar pra Atlantic City no mesmo dia. – Eu neguei com a cabeça, fazendo cara feia.
- , você não está segura aqui sozinha. – não conseguia evitar toda aquela preocupação. Era mais forte que tudo.
- Eu não vou desistir do meu sonho agora, ok? Eu já perdi muita coisa pra dar pra trás agora. – Eu disse e pareceu entender exatamente do que eu estava falando. Eu sofri tanto nos últimos meses e não desisti de ficar em Nova York. Eu não vou fazer isso agora.
- Eu não quero saber. Você vai ligar para os seus pais agora e vai contar tudo. – disse em tom de ordem.
- Eu não vou! – Eu o enfrentei, irritada.
- Não vai? Então eu ligo. – levou suas mãos até o bolso de sua calça e pegou o seu celular.
- Não, não, não... – Em meio a um impulso, eu fui em direção a ele e tentei pegar o celular das suas mãos, mas eu não consegui. – Não faz isso! – Eu pedi de frente pra ele, furiosa. – Isso não é problema seu! – Eu esbravejei.
- É claro que é problema meu. Estão te ameaçando por causa de mim. – apontou pra si mesmo. – E se acontecer alguma coisa? Como eu ficaria sabendo que eu poderia ter evitado e não fiz nada? – Ele estava realmente bravo.
- Não vai acontecer nada! Isso aqui não é CSI. – Eu disfarcei o meu medo para poder convencê-lo do que eu estava falando. – Eu vou ficar bem. – Eu afirmei.
- Você não quer que eu conte para os seus pais? – arqueou uma das sobrancelhas.
- Não, eu não quero. – Eu disse como se fosse a coisa mais óbvia de todas.
- Então essa é a minha proposta: eu fico aqui na sua casa durante essas semanas que eu vou ficar em Nova York. Eu vou ficar aqui pra garantir que você está segura e que você está bem. – era teimoso. Ele não ia me deixar em paz, enquanto não soubesse que eu estava segura.
- Você? Morando na minha casa? – Eu disse em tom de deboche.
- Olha só, eu estou hospedado em um hotel 5 estrelas. O mais caro da cidade! Tenho tudo do bom e do melhor. Acha mesmo que eu quero vir morar aqui? – demonstrou impaciência.
- Então, não venha! Eu não quero que você venha morar aqui. – Porque ele estava dizendo como se eu estivesse implorando para que ele viesse morar ali?
- Então é melhor começar a arrumar as suas malas, . – novamente me ameaçou, pegando o seu celular.
- Porque está fazendo isso!? – Eu tentei novamente evitar a ligação e ele esquivou-se.
- Eu estou te protegendo! – gritou, furioso. Ele estava tentando me proteger e eu ainda ficava reclamando?
- Então para de me proteger! – Eu elevei o meu tom de voz. Nós não estávamos mais juntos. Ele não tinha obrigação alguma de cuidar de mim.
- Eu não posso! Eu sei que você está correndo perigo e não vou te deixar ficar sozinha aqui. – diminuiu o seu tom de voz. Nos encaramos e trocamos olhares nada amigáveis por um tempo. – E então, ? Devo ou não ligar para os seus pais? – sorriu, esperando uma resposta minha. Voltar pra Atlantic City ou morar com o por algumas semanas? O que é pior?

7 comentários:

  1. Por favooooor demore menos pra postar, eh uma agonia esperar tanto tempooo ��������������������

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  2. Posta logo o 50 pff !!!!!

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  3. Esse capitulo foi simplesmente pfto, sexo + briga com Amber + abraço entre melhores amigas + mistério. Já to vendo o cap 50, eu e o Jonas tomando banho juntos e "voltando" a se apaixonar HUSADHKSHDA RAÍSSA VOCÊ É DEMAIS! Não demora tanto para postar pfvr ):

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  4. Cara eu amo essa fic mais que tudo nessa vida mas por favor depois dessa NÃO DEMORA MUITO PRA POSTAR SÉRIO NÃO VAI DAR PRA AGUENTARRR ahhahaha posta só uma parte que seja, mas logoooo

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  5. Quando q vai lançar o próximo capitulo? Não demora pra postar.PLEASEEEEEEE!!!!!!!!

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  6. Cade o 50????? Posta logo

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  7. Ja faz quase 3 meses q vc postou o capitulo 49 e eu entro todo dia com a esperança de q tenha lançado o 50, mas nada. Estou realmente decepcionada, pois acreditava q vc nao demoraria tanto. Eu adoro a fanfic porém é mt ruim esperar.

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