CAPÍTULO 38





Capítulo 38 – Encontro Duplo



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:



- Amber, calma. Vamos conversar. – saiu para o lado de fora de sua casa, fechando a porta de sua casa, que estava atrás de suas costas.
- Responde, . – Amber sentia o coração se apertar e a vontade de deixar todas aquelas lágrimas escorrerem pelo seu rosto aumentava. olhou pra ela, sentindo a dor aumentar a cada lágrima que agora escorria de seus olhos. Sua expressão de tristeza ficou visível e ele não conseguia responder.
- Sim. – disse e abaixou a cabeça. Não estava gostando de magoá-la daquele jeito. Amber engoliu o choro por alguns instantes. – É ela. – confirmou, voltando a olhá-la. Viu a respiração dela parar por um tempo e ela olhar em seus olhos com as tais lágrimas, indignada.
- Obrigada por ser sincero. – Amber engoliu as lágrimas e tentou sorrir, se sentindo idiota por estar ali. Ela o olhou pela última vez e virou-se de costas, dando alguns passos em direção ao seu carro.
- Amber.. – negou com a cabeça, indo atrás dela. Entrou em sua frente. – Espera, por favor. – segurou os ombros dela, fazendo com que ela parasse de andar.
- Me deixa ir embora. – Amber disse, sem olhá-lo nos olhos. Ela não conseguia.
- Vamos conversar. – pediu, olhando-a. Estava incomodado com o fato de ela não estar olhando em seus olhos. – Nós não tivemos a chance de fazer isso da última vez. Me deixe fazer isso agora. – colocou cada uma de suas mãos em um lado do rosto dela, fazendo ela olhar pra ele. – Por favor. – pediu. O toque dele fez ela ceder totalmente. Ela não podia lutar contra aquilo.
- Ok, pode dizer. – Amber o olhou nos olhos e depois olhou brevemente os seus lábios. percebeu e depois de disfarçar, se afastou um pouco, tirando suas mãos do rosto dela.
- Me desculpa... – pediu, triste e sem jeito. - Pelo quê? – Amber forçou um sorriso, as lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto. – Por me magoar, por ter me feito de idiota ou por estar apaixonado pela garota que eu mais odeio no mundo? – Amber olhou pra ele, séria. As lágrimas enchiam seus olhos.
- Por tudo. – a olhou com tristeza. - Eu não quero que pense que foi fácil pra mim, quando terminamos. – continuava olhando pra ela, sério.
- Não foi mais difícil do que foi pra mim. Acredite. – Amber disse. Ela parecia um pouco irritada.
- Eu gostava mesmo de você. – queria que ela soubesse que a intenção dele nunca foi brincar com os sentimentos dela.
- Eu não queria que você gostasse de mim, . – Amber o encarou. – Eu queria ser amada. – Amber sabia o quanto isso faria ele se sentir mal, mas ela fazia questão de deixa-lo saber o quanto aquilo machucava ela.
- Eu não posso mudar o que eu sinto por ela. – disse com firmeza. – Amber, eu não escolhi amar ela. Eu não escolhi me apaixonar por ela. Mas.. – negou com a cabeça. – Eu amo e eu sou. Nada vai mudar isso. – olhou nos olhos claros de Amber. – Acredite em mim quando eu digo isso, porque eu já tentei me convencer do contrário milhares de vezes. Por mim e até por você. Mas... não dá. – sorriu de forma decepcionada.
- Você está tentando fazer eu me sentir bem ou arrancar de vez o meu coração? – Amber continuava com os olhos cheios de lágrimas e a raiva era perceptível.
- O que eu quero te dizer é que... – procurava o melhor jeito de dizer aquilo. – O que nós vivemos, o que eu senti, não foi mentira. Não foi falsidade, Amber. Eu realmente me importava com você. – dizia, vendo as lágrimas voltarem a escorrer pelos olhos dela da forma mais sofrida que se possa imaginar. – Amber, eu ainda me importo com você. – levou uma de suas mãos até o rosto dela e secou as lágrimas que estavam em uma de suas bochechas.
- Certo. Você se importa. O que acontece agora? – Amber não conseguiu dizer com a raiva que queria, já que o toque dele havia feito ela e o seu coração amolecer.
- Eu não quero que você se afaste. – afirmou. – Você sempre foi a minha amiga. Nós éramos melhores amigos, lembra? – sorriu, fazendo Amber sorrir também.
- É claro que eu me lembro. – As recordações passavam pela cabeça de e Amber.
- Isso não precisa acabar aqui e nem assim. – sorriu sem mostrar os dentes. – Nós ainda podemos ser amigos. – O sorriso dele aumentou. – Melhores amigos, se você quiser. – Ele quase riu.
- Droga... – Amber olhou pro céu e sorriu, frustrada. – Eu não consigo ficar brava com você. – Ela voltou a olhar pra ele, dessa vez, rindo.
- Como sempre. – sorriu, convencido. Ele se aproximou, abraçando Amber. Aquele abraço trazia diferentes sentimentos pra cada um deles. Aquele abraço significava a volta da sua amizade com a sua melhor amiga, que nunca deveria ter se transformado em algo romântico. Para Amber, aquele abraço era a confirmação de que ela ainda amava ele exatamente da forma que ela o amava há anos atrás.

sabe que Amber ainda é apaixonada por ele. Ele também sabe que ele não é o garoto certo pra ela. Uma hora ou outra, ela descobriria aquilo e quando ela descobrisse, ela entenderia que sempre fez a coisa certa. sempre quis e fez o melhor pra eles. O melhor pra eles, sempre foi a amizade. se arrepende de ter deixado aquela amizade se transformar em outra coisa. Apesar de ele não amá-la, não foi fácil terminar o namoro com ela, não foi fácil magoá-la. Não era fácil de explicar. Tinha muita coisa sobre aquele término que preferiu não contar. Ele não precisava envolver mais gente naquela história, naquele erro que foi só dele.

- Então, amigos? – perguntou, querendo saber se Amber concordava com a sua proposta.
- Amigos. – Ela sorriu, terminando o abraço. – Mas... – Ela terminou o sorriso. – Sua namorada ainda me odeia. – Amber disse, sem saber como aquilo poderia funcionar.
- Eu vou falar com ela, ok? Eu sei que você também não gosta dela. – quase sorriu. – Ao contrário de outros relacionamentos, eu não vou pedir que a minha namorada e a minha amiga sejam melhores amigas. – Ele sorriu dessa vez. – Eu posso ser o seu amigo e o namorado dela. Vocês não precisam ficar juntas. Eu só preciso que ela entenda isso o que existe entre nós dois e eu sei que ela vai entender. – não tinha certeza do que estava dizendo, mas era o que ele esperava.
- Ela sabe o que aconteceu entre nós? – Amber perguntou, curiosa.
- Não, mas ela vai. Eu vou contar tudo pra ela. – disse, mais sério. – Eu vou resolver isso, ok? – tentou tranquilizar Amber.
- Ok. – Amber sorriu fraco.
- Então, estamos bem? – olhou pra ela. Sabia que tudo não estava totalmente resolvido.
- Eu não vou mentir pra você, . – Amber sorriu. Ainda havia vestígios de lágrimas em seu rosto. – Você sabe o que eu sinto, você sabe que isso nunca mudou em mim. – Amber disse, vendo o sorriso chateado de . – Mas, eu já consegui deixar isso de lado antes pra ser sua amiga. Funcionou muito bem. Então, eu acho que consigo fazer isso de novo. – Amber sorriu fraco e fez o mesmo.
- Eu agradeço por me entender e se esforçar pra isso. – achava que não custava tentar.
- Tudo bem. – Amber negou com a cabeça. – Então, eu vou pra casa, porque eu estou toda suada. – Amber riu, sem jeito.
- Ok, vai lá. – sorriu, observando ela se afastar.
- Eu já estava me esquecendo. – Amber voltou a olhá-lo. – Ela está bem? Como está o joelho dela? – Amber completou a pergunta.
- Eu não sei ainda. Vou ligar pra ela agora pra saber. – gritou para que ela pudesse ouvir, já que ela já estava um pouco longe. – Aliás, aquilo não foi legal. – disse em tom de bronca.
- Foi mal! – Amber quase riu, levantando as mãos demonstrando inocência.
- Sei. – negou com a cabeça, sorrindo.

Amber entrou em seu carro e se despediu com uma das mãos e entrou em sua casa. Amber observou ele entrar e depois que perdeu ele de vista, suspirou longamente. Estava feliz por ainda significar alguma coisa pro , mas estar perto dele como amiga é tão difícil pra ela. Ela sempre teve que se esforçar muito pra não ficar paralisada ao vê-lo sorrir e a não sorrir como boba quando ele ri. Nunca foi uma tarefa fácil pra ela, mas ela tentaria. Tentaria apenas para tê-lo por perto. Eu ainda não podia tirar isso dela e ela aproveitaria.

- E lá vamos nós novamente. – Amber negou com a cabeça, chateada. Ligou o seu carro e saiu em direção a sua casa, ou melhor, em direção a casa de .


O meu joelho já não parecia tão ruim. Eu conseguia movê-lo sem tantos problemas, mesmo assim eu estava deitada para não forçar até a hora de sair com o . Falando nisso, estou esperando ele ligar. Ele disse que viria me ver durante a tarde e até agora não deu sinal e nem respondeu as minhas mensagens. Eu estava vendo uma série na TV, quando ouvi o celular tocar. Sorri, sabendo que era ele quem estava ligando.

- Alô? – Eu disse com um sorriso bobo.
- Como você está, amor? – disse, dando uma mordida em uma maça. O meu sorriso aumentou ao ouvi-lo me chamar de forma tão carinhosa.
- Own, você me chamou de amor? – Eu disse, sabendo que deixaria ele sem jeito.
- Não, . – disse em um tom estranho. Eu não estava vendo ele, mas sabia exatamente qual a careta que ele havia feito ao dizer aquilo.
- Eu amei. – Eu disse e riu, negando com a cabeça.
- Para com isso. – sentiu as bochechas queimarem. Aquele apelido romântico e carinhoso tinha realmente escapado sem querer.
- Ok, parei. – Eu segurei o riso. – Respondendo a sua pergunta, eu estou bem melhor. – Eu sorri, toda boba com a preocupação dele comigo.
- Está conseguindo esticar o joelho sem dor? – quis mais detalhes.
- Sim, doutor. – Eu sorri, achando graça da minha referência.
- Certo. Então acho que já posso liberá-la para sair com o seu namorado, hoje. – disse, mudando a voz.
- Muito obrigada. – Eu gargalhei e sorriu ao ouvir a minha risada pelo telefone.
- Espera, agora é sério. – voltou a usar sua voz normal. – Desculpa ter demorado tanto pra te ligar. A minha mãe resolveu arrumar a garagem hoje e ainda usou o argumento da prisão pra me fazer ajuda-la. – revirou os olhos. Estava sentado no sofá da sala, vendo um jogo de um time qualquer. Não, ele não mentiu. ajudou a sua mãe, logo depois de Amber sair de sua casa, mas ele deixaria esse assunto pra mais tarde.
- Tudo bem, eu estava distraída com uma série na TV. – Eu expliquei.
- Eu quero te levar pra jantar hoje. – fez o convite.
- Jura? – Eu disse, empolgada.
- Claro, se você aceitar, não é? – disse, sendo irônico.
- Eu não sei. – Eu fiz cara de pensativa. – Vou ter que consultar a minha agenda. – Eu disse no mesmo tom. Ouvi gargalhar. – Onde nós vamos? – Eu perguntei, curiosa.
- Eu não sei. Você escolhe. – disse, sabendo que aquilo era tudo o que eu mais queria ouvir.
- Eba! Deixa comigo. – Eu comemorei brevemente.
- Passo te buscar ás 19:30, ok? – queria saber se estava tudo bem com aquele horário.
- Tudo bem. Eu estarei pronta, eu juro! – Eu sorri fraco. Ainda estava deitada em minha cama.
- Certo. – riu brevemente da minha promessa. – Até daqui a pouco, linda. Eu te amo. – disse, esperando que eu respondesse.
- Eu também. – Eu sorri feito boba.
- Também o que? – perguntou. Ele queria me ouvir dizer a frase completa.
- Também te amo. – Eu disse, segurando minha risada.
- Melhor. – Ele tentou fazer uma voz mais séria. – Beijos. – não aguentou e voltou ao normal.
- Beijos. – Eu respondi, desligando o celular. Olhei no relógio e vi que ainda eram 16:00, ou seja, eu ainda podia dormir um pouco.

O celular despertou ás 18:30. Eu acordei com a maior preguiça do mundo, mas acordei. Desci para falar com a minha mãe, que havia chegado do trabalho. Meu pai ainda havia ficado na empresa pra acabar alguns relatórios.

- O vai me levar pra jantar hoje. Tudo bem? – Eu perguntei, sentada na mesa da cozinha, enquanto olhava ela guardar algumas compras no armário.
- Uau! Que chique! – Minha mãe me olhou, rindo. – Tudo bem, é claro. – Ela deu a permissão. – Vocês estão sérios mesmo com esse namoro, não é? – Minha mãe disse, me olhando daquele jeito estranho.
- Sim, estamos sérios. – Eu disse, meio rindo.
- O que vai acontecer quando você for pra Nova York? – Minha mãe finalmente perguntou. Ela queria perguntar isso há dias.
- Nada. Nós vamos manter um namoro à distância. – Eu sorri fraco. - Ele disse que vai me esperar. – Eu me orgulhava e ficava toda boba ao dizer aquilo.
- E você acha que ele vai esperar? – Minha mãe me olhou, séria. Ela está falando sério?
- É claro que eu acho. – Eu arqueei a sobrancelha.
- Não é tão fácil quanto vocês imaginam. – Minha mãe avisou.
- Não importa, mãe. Nós vamos fazer isso um pelo outro. – Eu quis terminar logo o assunto. – Agora eu vou tomar banho, ok? – Eu disse, beijando o rosto dela.
- Ok. – Ela sorriu, observando eu sair da cozinha. Minha mãe apenas tinha medo que eu me magoasse, mas ela apoiava muito o meu namoro com o . Ela sempre achou ele lindo.

Não, eu não tinha dúvidas de que me esperaria. Eu confio nele e principalmente, acredito no amor dele. Se ele diz que vai me esperar, ele vai. Se ele diz que sempre vai me amar, ele irá. Eu acredito que ele esteja feliz por mim. Ele quer que eu viva o meu sonho, ele quer que eu seja feliz. sabe que depois que tudo isso acabar, eu vou voltar para os braços dele.

Eu fui pro banho e demorei o tempo que precisei. Me enrolei na toalha para ficar alguns minutos na frente do meu guarda-roupa escolhendo a roupa que vestiria. Eu escolheria o restaurante, então eu sabia o tipo de roupa que eu poderia vestir. Eu não podia usar salto, porque eu precisava poupar o meu joelho. Eu não podia arriscar e ficar me equilibrando em um salto enorme. Coloquei então apenas uma sapatilha preta, um shorts curtinho e uma blusinha um pouco mais soltinha (VEJA AQUI). O meu cabelo estava solto e a única coisa que enfeitava o meu pescoço era uma gargantilha de ouro que meus pais haviam me dado há alguns anos atrás. Passei uma fraca maquiagem e deixei apenas o lápis de olho e o batom em maior evidência. A aliança estava e meu dedo e haviam algumas pulseiras em meus pulsos. Eu estava passando o perfume, quando ouvi a buzina do carro do tocar. Só faltava o meu celular. Procurei ele e não consegui achar. Comecei a revirar o meu quarto como uma doida. Só fui achar 5 minutos depois. Ele estava embaixo do travesseiro. Eu certamente havia deixado ele lá, depois de ter falado com o . Abri a porta do meu quarto e desci as escadas, quase rapidamente. Eu não podia correr tanto por causa do joelho. Quando cheguei no final da escada, me surpreendi ao ver sentado no sofá, ao lado do meu pai.

- Oi... – Eu disse, estranhando. Eles me olharam e eu fiz careta pro . - Oi filha. – Meu pai respondeu, sorrindo.
- Oi. – sorriu, se levantando do sofá. – Eu... estava te esperando. – disse, sem jeito. Certamente era por causa do meu pai. Cheguei ao lado dele e ele se aproximou, beijando o meu rosto.
- Eu ouvi ele buzinar e eu conheço a filha que eu tenho. Não quis deixar o coitado esperando lá fora. – Meu pai disse, me zoando.
- Até o meu pai está me colocando contra você? – Eu segurei o riso, fazendo cara feia pro meu pai.
- Ele disse alguma mentira por acaso? – riu, me olhando. Meu pai também deu uma risadinha.
- Bom trabalho, pai. – Eu fingi estar indignada. Meu pai e se olharam e gargalharam juntos.
- , querido! Eu não sabia que estava aqui. – Minha mãe apareceu, vindo da cozinha.
- Oi! – sorriu, envergonhado. Era engraçado ver ele agir daquele jeito envergonhado e ver aquelas bochechas rosadas. – Eu estava esperando a . – apontou pra mim com a cabeça.
- Ela não é das mais rápidas, certo? – Minha mãe riu.
- Até você, mãe? – Eu ri, negando com a cabeça.
- E de novo, isso não é uma mentira. – ergueu os ombros e meu pai voltou a rir, dessa vez acompanhado da minha mãe.
- Mais alguém quer dizer que eu sou a garota mais atrasada do mundo? – Eu perguntei, abrindo os braços.
- Eu quero! – disse, descendo as escadas.
- Ah não. – Eu rolei os olhos.
- E ai, cara? – Ele riu, cumprimentando o .
- E ai? – sorriu pro amigo.
- Agora vocês sabem como eu me sinto todos os dias antes de ir pra escola. – me olhou com sarcasmo.
- Ela está sempre atrasada e parece que ela adora me fazer esperar. – sorriu de forma doce, me olhando. Ele sabia que eu entendia sobre o que ele estava falando. Esperar por mim foi sempre o que o fez. – Mas, ela sabe que eu espero. – deixou de me olhar, para olhar para os meus pais com aquele sorriso tímido. Olhei pra ele, abobalhada com o que ele havia dito. Um sorriso espontâneo surgiu em meu rosto.
- Aprendi, garoto. – Eu empurrei levemente o .
- Legal, mas eu sou o seu irmão e adivinha? Eu não tenho obrigação nenhuma de te esperar. – sorriu falsamente.
- Certo. – Eu concordei com a cabeça. – E onde está a sua namorada? – Eu cruzei os braços.
- Engraçadinha. – fingiu uma risada e pegou algumas bolachas que ele havia deixado em cima da mesa. Subiu as escadas novamente, indo em direção ao seu quarto.
- Adolescentes. – Minha mãe revirou os olhos. achou engraçado e segurou a risada.
- Então, vamos? – Eu perguntei, olhando pro .
- Vamos. – confirmou brevemente com a cabeça. Olhou pro meu pai e estendeu a mão. – Boa noite, Sr. . – sorriu e meu pai apertou a sua mão.
- Boa noite, garoto. – Meu pai disse com o sorriso mais simpático do mundo.
- Sra. , até logo. – cumprimentou a minha mãe, que estava mais perto da porta. Eu abri a porta, esperando se aproximar.
- Até mais tarde. Beijos. – Eu disse, mandando beijos com as mãos. Esperei sair pro lado de fora da porta e a fechei. Olhei pra ele e ele ainda sorria daquele jeito envergonhado, também olhando pra mim. estava extremamente lindo naquela noite. Eu sempre digo isso, né? Mas eu juro que é verdade. Ele vestia uma camiseta preta com alguns detalhes brancos, uma calça jeans e o seu tradicional tênis. O cabelo levemente bagunçado e a aliança em seu dedo bem a vista de todos.
- Então agora você é o mais novo e melhor puxa saco da cidade? – Eu sorri, quase rindo.
- Puxa saco não, mas o melhor? Com certeza. – disse, piscando um dos olhos pra mim. Eu gargalhei e ele pegou uma das minhas mãos, me puxando em direção ao seu carro.
- Então é isso? Você vai ficar a favor do meu pai e contra mim? – Eu perguntei, quando estávamos chegando em seu carro.
- Ele está me dando a filha dele, querida. Eu faço qualquer coisa que ele quiser. – quase riu, me olhando.
- Incrível, mas... – Eu fiz cara de dúvida. – E se a filha dele não quiser mais você? – Eu cruzei os braços, fingindo estar séria.
- Isso é absolutamente impossível. – sorriu fraco, encostando no capô de seu carro e ficando de frente pra mim.
- Sério? – Eu cerrei um poucos os olhos. – E por quê? – Eu escondia um sorriso, mas é claro que ele percebeu.
- Primeiro, por que eu sou um ótimo partido. Ela jamais encontraria um cara mais bonito do que eu. – disse de um jeito engraçado, demonstrando que estava se achando propositalmente. Eu olhava pra ele, acompanhando a sua explicação. – E segundo, por que... – esticou o seu braço, segurou a minha mão e me puxou pra perto dele. Ficamos bem próximos e eu entrelacei os nossos dedos. Sorri fraco, esperando ele completar. – Ela me ama e está totalmente apaixonada por mim. – disse e o seu sorriso aumentou ao me ver morder um dos meus lábios, enquanto sorria de forma desconcertante.
- Ok, eu me rendo. – Eu neguei com a cabeça. – Eu não posso negar isso. – O meu sorriso aumentou e eu me aproximei ainda mais, tocando um dos lados do seu rosto com uma das minhas mãos.
- Peguei você! – riu brevemente e eu vi as suas sobrancelhas subirem daquele jeito que só ele conseguia fazer.
- Na verdade, você ainda não pegou. – Eu disse, voltando a morder o meu lábio inferior. Olhei para os lábios dele e depois para os olhos. Ele fez a mesma coisa.
- Ainda não... – fez careta, apontando pra minha casa.
- O meu pai, né? Certo, entendi. – Eu revirei os olhos e me distanciei dele. Ele riu, negando com a cabeça. Ele respeitava meu pai até demais.
- É, vamos sair daqui. – desencostou de seu carro e abriu a porta de seu carro pra que eu pudesse entrar. Eu entrei, depois de sorrir pra ele de forma agradecida e ele fechou a porta. Deu a volta em todo o carro e sentou-se ao meu lado. – Onde nós vamos? – perguntou, ligando o carro.
- Eu queria ir naquele restaurante da praia, sabe? – Eu expliquei, olhando pra ele com cara de dúvida.
- Sei, nós fomos lá daquela outra vez, certo? – queria confirmar.
- Esse mesmo. – Eu sorri, confirmando.
- Eu sabia que escolheria esse. – riu, saindo com o carro.
- Eu amo lá. – Eu quase sorri.

dirigiu em direção ao restaurante. Não ficava nem tão perto e nem tão longe da minha casa. Era sexta-feira e nesse dia o trânsito piorava em toda a cidade. Os jovens costumavam a sair ás sextas. Chegamos no restaurante e demorou pra achar uma vaga para estacionar o carro. Depois de vários minutos rodando no quarteirão, encontramos uma vaga um pouco longe do restaurante, mas era melhor do que nada.

- Eu achei que jamais acharia uma vaga. – disse, abrindo a porta do carro pra que eu saísse.
- Só vamos chegar no restaurante amanhã de manhã. – Eu disse, rindo.
- Bem, vamos ver o lado bom disso tudo. – fechou a porta do carro e depois olhou pra mim, que esperava ele na calçada.
- Lado bom? – Eu arqueei a sobrancelha.
- E! Você sabe... – se aproximou, me olhando daquele jeito sedutor. – Nós estamos longe do movimento e... – Ele olhou para os lados. – Eu não estou vendo o seu pai por aqui. – forçou uma expressão séria, porque ele sabia que ficava ainda mais irresistível daquele jeito. Parou em minha frente, bem próximo a mim.
- Então você acha que pode me pegar e me dispensar na hora que quiser? – Eu me fiz de difícil, apenas para fazer um charme. se aproximou ainda mais, levando uma de suas mãos até a lateral do meu pescoço, bem próximo do meu rosto.
- Eu acho que você está linda. – Ele mantinha o sorriso safado no rosto. Aproximou o seu rosto do meu e finalmente o tocou, roçando uma de suas bochechas na minha. Beijou a mesma bochecha de um jeito que me deixou maluca. – E eu também acho que você está maluca pra me beijar e é claro que eu vou usar isso contra você. – disse, passando seus lábios pelo meu queixo, bem próximo dos meus lábios.
- E porque você está sendo tão mal? – Eu disse com dificuldade, abrindo os meus olhos e vendo os dele, que também olhavam para os meus. Os lábios dele passaram para o outro lado do meu rosto e ele trocou de mão, colocando-a na outra lateral do meu pescoço, entrelaçando levemente seus dedos em alguns fios do meu cabelo.
- Você sabe o quanto eu sou vingativo. – respondeu entre um beijo e outro, que ele foi depositando em minha bochecha. Os beijos foram descendo e descendo, voltando para lugares bem próximos dos meus lábios. Os lábios dele tocaram levemente nos meus e os nossos narizes também se tocaram.

ficava trocando os lados, mas os lábios dele não paravam de tocar nos meus. Ele fingia estar indeciso sobre os lados, mas ele estava muito certo do quanto estava me deixando doida com tudo aquilo. A mão dele que havia restado, subiu pela minha cintura. Os lábios dele continuavam provocando os meus e eu arrisquei beijá-los, mas ele recuou. Ele sorriu de forma sedutora, satisfeito com toda a sua provocação.

- Mais um motivo pra te odiar. – Eu disse com a voz trêmula e ele deixou de sorrir, voltando a tocar seus lábios em meu queixo. Dessa vez ele foi descendo, descendo até o inicio do meu pescoço. A respiração dele em meu pescoço e o ter o seu nariz roçando e os seus leves beijos em meu pescoço me fizeram fechar os olhos de forma totalmente espontânea.

Os beijos dele eram intermináveis e a minha vontade e excitação também eram. Uma das minhas mãos subiram pelas suas costas e a minha respiração aumentou. Os beijos não paravam de descer e eu já estava no limite. Chega daquele joguinho. Abri os olhos e levei uma das minhas mãos até o rosto dele e o puxei pra cima, deixando de frente pata os meus. Encarei os seus olhos e notei o desejo presente nos dois. Tirei minha mão de suas costas e a trouxe pra frente, empurrando o pra trás e encostando ele na parede de um prédio qualquer que havia ali. Não deu nem tempo dele dizer nada, porque eu o beijei imediatamente.

apertou a minha cintura com suas duas mãos e subiu uma delas pelas minhas costas. Sua outra mão foi descendo lentamente, passando pela minha bunda e chegando em minha coxa. Antes de segurá-la, ele inverteu de lugar comigo, me encostando na parede e aumentando a intensidade do beijo. Agora sim, ele apertou a minha coxa e a puxou pra cima, tirando meu pé do chão. Minhas mãos revezavam entre o rosto e a nuca dele, onde eu entrelaçava os meus dedos.

Aquele clima não durou o quanto queríamos. Fomos interrompidos pelo toque do celular dele. O celular tocou diversas vezes e não parava de me beijar e também não soltava a minha coxa. Percebi que era eu quem teria que terminar aquilo. Descolei os nossos lábios abruptamente e ele me olhou, me julgando. Olhei pra baixo, querendo lembra-lo de pegar o celular. Ele suspirou longamente, segurando uma risada frustrada. Soltou a minha coxa e eu voltei a colocar meu pé no chão. Eu também escondia uma risada. Colocou a sua mão no bolso, enquanto me olhava.

- Salva pelo celular. – sorriu ainda daquele jeito frustrado. Nossos corpos ainda estavam bem próximos, mas nossas mãos já não tocavam nenhuma parte do corpo um do outro.
- Quem é? – Eu perguntei, curiosa.
- O seu irmão. – me olhou, fazendo careta. – Parece que ele fareja esses momentos. – riu, colocando o celular no ouvido. – Fala, . – tentou parecer simpático.
- , você está podendo falar? – perguntou. Sua voz parecia um pouco aflita.
- Sim, eu estou podendo falar. – disse, fazendo careta pra mim, me fazendo rir silenciosamente.
- Eu preciso da sua ajuda. – disse meio aflito. percebeu que se tratava de um assunto importante.
- Claro, cara. O que foi? – ficou um pouco mais sério.
– É a . – disse um pouco irritado por ter que dizer aquilo. – As coisas só estão piorando e eu acho que estou perdendo ela. – não queria pedir.
- Como eu posso ajudar? – queria mesmo ajudar o amigo, mas não sabia como.
- Eu queria que .... – fez careta antes de dizer. – Quevocêmeensinasseaserromantico. – disse muito rápido e não entendeu nada.
- Que? – arqueou a sobrancelha.
- Eu quero que você me ensine a... – não quis dizer a última palavra.
- Ensinasse o que? – já sabia o que queria e agora estava segurando o riso. Queria ouvir dizer.
- A fazer essas coisas que você faz. – revirou os olhos.
- Quais coisas? Seja mais específico. – olhou pra mim, rindo silenciosamente.
- Eu.. – suspirou. – Eu odeio você, seu viado. – negou com a cabeça. – EU QUERO QUE VOCÊ ME ENSINE A SER ROMÂNTICO. Entendeu agora? – estava muito irritado.
- Então, você quer que eu te ensine a ser romântico. É isso? – começou a perturbá-lo. Aquilo tudo estava sendo muito engraçado pra ele. Eu não acreditava no que estava ouvindo.
- Ah, vai se foder! Você é surdo, agora? – estava prestes a desistir daquele pedido de ajuda.
- Eu ajudo você, cara. – finalmente cedeu.
- Ufa! – suspirou. - E como nós vamos fazer isso? – queria uma solução rápida.
- Eu não sei... – disse, pensativo. – Eu nunca fiz isso antes. – continuou pensando em um jeito de fazer aquilo.
- Se você contar isso pra alguém, além da , eu te mato. – não queria ser eternamente zoado por e .
- Ta. – riu brevemente. – Eu vou pensar em alguma coisa e ai te ligo amanhã pra falar, ok? – sorriu pra mim. Eu teria que ajuda-lo a pensar em alguma coisa.
- Então ta. – disse um pouco mais aliviado. – Valeu, cara. – sorriu.
- Sempre que precisar, cara. – também sorriu.
- Abraço. – desligou o celular. fez careta, olhando pro celular sem acreditar no que havia acabado de acontecer.
- Eu ouvi direito? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Eu estou tão em choque quanto você. – riu.
- Como você vai fazer isso? – Eu perguntei, curiosa.
- Eu não sei, mas você vai me ajudar. – disse em tom de ordem.
- Eu ajudo, mas eu não sei como... – Eu fiz careta.
- Vamos jantar e ai nós vamos pensando nisso. – apontou a direção do restaurante com a cabeça.
- Vamos. – Eu sorri e ele se aproximou, me roubando um rápido beijo. O beijo terminou com um sorriso lindo dele.

Andamos algum tempo até o restaurante. A fila continuou grande e por isso tivemos que ficar na fila de espera. Acabamos passando na frente de algumas pessoas, porque só precisávamos de somente dois lugares, enquanto as outras pessoas esperavam por mesas que tivessem mais cadeiras. Conseguimos uma mesa privilegiada, que ficava na janela do restaurante que tinha uma vista pra praia.

- Minha mesa favorita. – Eu disse, me sentando em uma das cadeiras. sentou na cadeira da frente, pegando o cardápio nas mãos.
- Demos sorte. – sorriu, me olhando. Estávamos sentados lado a lado.

O garçom veio anotar o nosso pedido e disse que demoraria um pouco mais do que o normal por causa do movimento do local naquela noite. e eu aproveitaríamos o tempo para conversar. Tínhamos que decidir como ajudar o meu irmão e tinha que fazer a sua grande revelação sobre o relacionamento que teve com Amber no passado. Ele estava nervoso com aquela conversa. Ele não sabia qual seria a minha reação.

- Então, como vamos ajudar o ? – Eu perguntei, bebendo um gole do refrigerante que o garçom já havia nos servido.
- Não sei. Nós podíamos escrever uma carta e mandar pra ela no nome do . – sorriu no final de sua frase, pois percebeu que sua ideia havia sido boa. – O que você acha? – Ele virou o seu rosto para me olhar. Um dos braços dele estava apoiado em minha cadeira, atrás das minhas costas.
- Seria uma boa ideia se todos os filmes já não tivessem pensado nisso. – Eu fiz careta e ele fez o mesmo. - Nós podemos ensaiar o pra dizer algumas coisas pra ela. – Eu olhei pra ele, querendo saber a sua opinião.
- Não sei se vai funcionar. Se a sair do roteiro, ele não vai saber como continuar. – quase riu, sabendo que aquela atitude era a cara do meu irmão.
- É, você está certo. – Eu continuei pensativa.
- E se nós marcássemos um jantar? – me olhou daquele jeito meio sério, que ele ficava quando estava explicando algo importante.
- Um jantar? É isso. – Eu sorri, gostando da ideia. – Nós podíamos sair junto com eles pra ir ajudando o . – Eu completei a ideia.
- Tipo um encontro duplo? – ainda estava meio em dúvida sobre aquele plano.
- É! Nós saímos e vamos ajudando o a ser romântico durante a noite, sem que a perceba, é claro. – Eu terminei de explicar.
- Pode ser uma boa ideia. Eu posso explicar algumas coisas e dar algumas dicas pra ele antes e no jantar ele vai se virando e vai improvisando. Nós vamos orientando ele de algum jeito. – finalmente estava achando aquela ideia boa.
- Perfeito! – Eu sorri, acreditando mesmo que o plano daria certo.
- Amanhã eu falo com ele e explico tudo. – voltou a me olhar daquele jeito sério.
- E o mais difícil ficou pra mim, né? – Eu fiz careta.
- Convencer a a ir ao jantar. – afirmou com a cabeça, quase rindo.
- Eu consigo. Talvez demore, mas eu consigo. – Eu ri por poucos segundos.
- É claro que você consegue, porque você é a minha namorada e você é incrível. – disse apenas para me incentivar.
- Incrível, né? – Eu cerrei os olhos, me aproximando e selando seus lábios em meio a sorrisos.

Eu terminei o beijo, pois o garçom nos interrompeu. A comida estava em suas mãos e ele foi colocando tudo sobre a mesa. O garçom saiu e nos deixou ali com toda aquela comida. e eu começamos a nos servir. A comida ali era ótima, além do lugar ser lindo.

- Faz muito tempo que não venho à praia. – Eu disse, olhando pela janela entre uma garfada e outra.
- Eu também. – concordou. – Nós deveríamos ir lá amanhã. – Ele deu a ideia.
- Sério? – Eu olhei pra ele, maravilhada.
- Sério. – riu de toda a minha felicidade.
- Eu achei que teria que te implorar pra fazer isso comigo. – Eu disse, empolgada.
- Implorar pra te ver de biquíni? Acho que não. – disse, segurando a risada. Eu o olhei, indignada. Apesar de tudo, eu estava rindo.
- Como você está abusado! Você não era assim, Sr. Jonas. – Eu cerrei um pouco os olhos, querendo parecer que estava falando sério.
- Não era mesmo! E isso também é a sua culpa. – continuou falando daquele jeito engraçado e ao mesmo tempo fingia que não se importava.
- Minha culpa?- Eu continuava, rindo.
- Sim! Olha o tamanho do seu shorts. – olhou pra baixo, olhando meu shorts.
- O que tem de errado com ele? – Eu também olhei pro shorts.
- É só olhar pra ele e eu já sei que terei sonhos eróticos à noite inteira. – estava sorrindo daquele jeito safado. Ele estava ousado naquele dia!
- ! – Eu tive ataque de risos. Coloquei as mãos no rosto, pois fiquei meio envergonhada. - É como estar conversando com o meu irmão. – Eu disse, comparando toda a safadeza de com a de .
- Nós vamos trocar de personalidade. Ele será o romântico agora. – mentiu, apenas para ser engraçado.
- Não, eu quero que continue assim. – Eu olhei pra ele e me aproximei, roubando um selinho. – Mas você pode ser um pouco ousado se quiser. – Eu sorri, depois de desgrudar os nossos lábios.
- Só se você permitir. – sorriu do mesmo jeito safado, me olhando de perto.
- Você já pegou na minha bunda hoje. Não há mais nada pra permitir. – Eu disse, vendo as bochechas dele um pouco rosadas. Ele estava bem sem-vergonha naquele dia, mas aquilo ainda deixava ele um pouco constrangido.
- Na verdade, tem... – fez cara de pensativa.
- ... – Eu fiz uma careta e ele gargalhou, voltando a colar os nossos lábios.
- Eu estou brincando. – Ele continuou rindo. – Eu respeito você. – Ele me olhou, um pouco mais sério e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Eu e o meu pai, certo? – Eu segurei a risada.
- Absolutamente. – Ele concordou, voltando a rir.
- Certo. – Eu neguei com a cabeça, cerrando os olhos.

Nós jantamos, enquanto conversávamos sobre assuntos diversos. Estávamos nos divertindo. Revelamos a nossa desconfiança de que e estavam tendo algo, mas não tínhamos provas de nada. disse que estava bem estranho, ficava sorrindo sozinho e andava bastante pensativo. Eu tinha certeza de que não estava acontecendo nada AINDA. teria me contado. Ele sempre me conta.

Por detrás de toda aquela animação e divertimento, estava extremamente aflito. Ele me contaria sobre ele e a Amber dali alguns minutos e não sabia como faria aquilo. Uma hora ou outra alguém acabaria me contando e ele queria que essa pessoa fosse por ele. Ele queria que eu ouvisse da sua boca.

- Quer mais alguma coisa? – perguntou, depois que nós aparentemente havíamos acabado de comer. - Não, tudo bem. Obrigada. – Eu sorri pra ele, enquanto o garçom nos olhava.
- Pode trazer a conta, por favor. – olhou pro garçom, que apenas afirmou com a cabeça e saiu. Colocou novamente o seu braço em minha cadeira, deixando-o também em torno de mim e aproximou seu rosto de mim com um quase sorriso. Eu também sorri pra ele, olhando seu rosto de bem perto.
- Obrigada, eu adorei vir aqui. – Eu disse, olhando rapidamente para os lábios dele.
- Você se divertiu? – perguntou, revezando os olhares entre a minha boca e os meus olhos.
- Muito. – Eu respondi e o sorriso dele aumentou, enquanto ele ainda me olhava. Não resisti e selei os seus lábios. O selinho nem chegou a virar beijo, mas terminou em sorrisos.
- Aqui está. – O garçom nos interrompeu. deixou de me olhar e pegou a conta que estava sobre a mesa. Tirou o braço que estava em torno de mim e levou sua mão até a carteira. Eu não disse nada sobre ajuda-lo a apagar, porque eu sei que ele ficaria furioso. Ele pegou o dinheiro e colocou dentro da pequena pasta com o total da conta.
- Obrigado. – agradeceu, olhando pro garçom. O garçom se retirou, nos deixando sozinho novamente.
- Vamos? – olhou pra mim e eu afirmei com a cabeça. Comecei a me mexer para levantar e ele também se levantou. Esperou que eu me levantasse. Eu fiquei de pé e olhei pra ele, sorri porque achei fofo ele estar ali me esperando. Fui até o lado dele e ele aproximou a sua mão da minha, entrelaçando os nossos dedos.

Fomos até o lado de fora do restaurante com os dedos ainda entrelaçados. A noite estava linda, o céu estrelado e estava muito calor. Passamos pela enorme fila de pessoas que ainda esperavam uma mesa, que se formava do lado de fora do restaurante.

- Nossa! – Eu disse, impressionada com a fila, enquanto me puxava.
- Vem, vamos. – continuava me puxando com aquele sorriso misterioso no rosto.
- Aceitar dar uma volta comigo? – começou a andar de costas só para ficar de frente pra mim.
- Claro... – Eu sorri, olhando pras mãos dele que puxavam as minhas e depois o seu sorriso. – Onde? – Eu perguntei, vendo que estávamos indo na direção contrária de onde estava o carro.
- Vem. – virou de costas, ainda me puxando por uma das mãos.

Está vendo? Eu não faço ideia de onde eu estou indo e nem o que vamos fazer. era sempre uma surpresa. As coisas nunca saem como o planejado. tem sempre algo pra me surpreender, pra me deixar com aquela sensação de liberdade que eu só tenho quando estou com ele. É como se com ele eu pudesse ir a qualquer lugar do mundo. Eu não tinha medo, porque eu sei que vai sempre acabar em algo bom.

continuou me puxando até chegarmos em uma conhecida praça, que ficava logo ali perto da praia. Ali sempre estava movimentado, porque realmente era um lugar muito conhecido. Haviam bancos por todas as partes e árvores enormes cercavam o parque todo. As iluminarias eram de diversas cores. A praça era linda, mas fazia algum tempo que eu não vinha ali. A praça era bem conhecida entre os namorados, mas fazia um tempo que eu não namorava. E agora eu estava ali com o .

- Wow! Eu nem me lembrei que essa praça ficava aqui por perto. – Eu disse com um sorriso impressionado no rosto.
- Eu venho querendo trazer você aqui há um bom tempo. – voltou a andar de costas, ficando de frente pra mim. Um dos dedos de uma das nossas mão ainda estavam entrelaçados e ele esticou o seu outro braço para fazer o mesmo com a outra mão. Quando eu segurei a sua outra mão, ele parou de andar, me puxando pra perto dele.
- Bem, eu estou bem aqui. – Eu disse, quando me aproximei dele. Ele olhou meus lábios e eu sorri.
- Então, o que você quer fazer? – sorriu de um jeito atrevido. Eu segurei a risada e o olhei com indecisão.
- Nós devíamos dançar. – Eu disse, afastando meu corpo do dele. Ainda estávamos com uma de nossas mãos dadas.
- Ok, qual a outra alternativa? – me olhou com cara de tédio.
- Nós não podemos passar pra segunda alternativa, sem passar pela primeira. – Eu disse, piscando um dos olhos. Ele riu, negando com a cabeça.

Eu comecei mexer a minha cintura pra lá e pra cá. Não era uma coisa sensual, era mais como uma dança normal. voltou a rir, levantou uma das mãos e me virou lentamente, até porque eu estava de sapatilha. Voltei a mexer a cintura para os lados e me acompanhou de forma desengonçada. Nós começamos a rir juntos, mas não paramos a dança. Ele segurou as minhas duas mãos e nós começamos a dançar um tipo de lambada bem lenta. Ele me virou mais uma vez, mas no final dessa volta ele me puxou pra perto, me roubando um selinho. Nós continuamos a rir, enquanto transformávamos aquele selinho em um beijo. A minha mão em seu rosto guiava os caminhos do beijo, que já havia sido aprofundado. As mãos dele estavam entre a minha cintura e a minhas costas. Meus dedos entrelaçavam nos fios de cabelo que ficavam perto da sua nuca.

O beijo não deixou de ser longo, mas não foi o mais longo que já demos. Até porque percebemos alguns casais passarem por nós. Transformei o beijo em um selinho e quando abri os meus olhos, vi que os dele ainda estavam fechados e havia um sorriso bobo em seu rosto. Eu sorri espontaneamente e selei seus lábios mais algumas poucas vezes. Passei meus braços em torno de seu pescoço, abraçando-o e ele fechou ainda mais seus braços que já estavam em torno de mim, deixando o abraço ainda mais apertado.

Os olhos dele se abriram por poucos segundos e novamente foram fechados. Ele sorria, sem mostrar os dentes. Os cheiros do meu shampoo e do meu perfumem se misturavam em seu nariz. Era o melhor abraço do mundo. O mais aconchegante, amoroso e gostoso abraço do mundo. Ele beijou rapidamente o meu pescoço e me levantou rapidamente do chão. Eu queria explicar a ele o que eu estava sentindo, o que aquele abraço representava e significava pra mim, mas eu não saberia nem por onde começar. É indescritível.

- Eu amo você. – Ele sussurrou em meu ouvido e eu senti meu corpo tremer. Terminei o abraço para olhar em seu rosto. Nossos narizes se tocavam, enquanto nossos olhos se encaravam e os nossos sorrisos pareciam ter o mesmo significado.
- Eu também amo você. – Eu respondi e sua mão subiu até o meu rosto, trazendo-o pra perto do seu para que ele pudesse me dar dois lentos e carinhosos selinhos. Ao final do último selinho, ele se lembrou do porque havia vindo até ali. Ele tinha algo para me contar e não adianta ele ficar enrolando. Eu percebi quando ele terminou aquele selinho sem mais nem menos. Eu o olhei, quase rindo e ele sorriu.
- Eu preciso conversar com você. – disse e o meu sorriso aos poucos foi desmoronando.
- Tudo bem. – Eu concordei com a cabeça.
- Vamos sentar. – olhou pros lados procurando um banco.
- Aqui. – Eu apontei um banco atrás dele e ele se virou. Me puxou por uma das mãos até o banco. Eu me sentei do lado no banco, cruzando minhas pernas como os índios costumam fazer e também sentou de lado no banco para ficar de frente pra mim, colocando cada uma de suas mãos de um lado do banco.
- Melhor. – Ele sorriu, aliviando um pouco o meu coração que se apertou só de ouvi-lo falar daquele jeito anterior.
- Então, o que foi? – Eu perguntei, olhando-o.
- Eu tenho 4 coisas pra te contar. – disse um pouco mais sério, mas ainda havia um pequeno sorriso em seu rosto.
- Aconteceu tanta coisa assim hoje à tarde? – Eu sorri, sem deixar de olhar pra ele.
- Você não faz ideia. – negou com a cabeça e quase riu.
- Certo, então comece a falar. – Eu pedi, ficando mais séria.
- Certo. – Ele desviou o olhar e depois me olhou. Levou uma das mãos a cabeça e mexeu rapidamente em seu cabelo, mostrando o quanto estava nervoso. – Eu nem sei por onde começar. – Ele quase riu, suspirando fundo.
- Você está me deixando curiosa. – Eu sorri e ele tomou coragem.
- Hoje eu recebi uma carta de aprovação da Faculdade da Cidade de Atlantic City. – deu um sorrisinho fofo.
- O que? Não acredito! – Eu sorri, surpresa. – Eu.. – Eu nem sabia o que dizer pra ele. – Eu estou muito feliz e orgulhosa de você. – Eu me aproximei e selei os seus lábios rapidamente. Ele riu com toda a minha empolgação.
- É, é incrível. – sorriu, empolgado.
- Você decidiu qual curso vai fazer? – Eu perguntei, muito curiosa. Eu perguntava isso pra ele, mas ele sempre dizia que ainda não havia decidido.
- Eu vou fazer... publicidade. – disse, sabendo que me surpreenderia.
- Publicidade? – Eu arqueei a sobrancelha. Sim, eu fiquei surpresa.
- Era a profissão do meu pai. Ele sempre quis que eu seguisse os passos dele e é o que eu vou fazer. – disse com um sorriso lindo e ao mesmo tempo triste. – Ele era um dos sócios majoritários de uma empresa de publicidade de esporte aqui na cidade. – explicou. – As ações ainda continuam na minha família e eu vou assumi-las como o meu pai queria. Isso quer dizer que eu já tenho um emprego. – me deixou ainda mais chocada.
- Eu não sabia de nada disso. Você nunca me contou. – Eu estava tão feliz, que eu não sabia como reagir.
- Eu venho pensando isso nas últimas semanas. Eu ainda não tinha certeza, mas quando eu recebi a carta da faculdade... – dizia, daquele jeito normal e também sério. – Eu sabia o que eu tinha que fazer. – afirmou com a cabeça, me olhando.
- Eu estou muito feliz por você, . Você sabe o quanto eu torço por você e o quanto eu quero que você se dê bem na vida. Eu quero que o seu futuro seja ótimo e que sempre dê tudo certo pra você. – Eu dizia, enquanto ele sorria pra mim, admirado.
- É, eu sei. Obrigado. – Ele se aproximou, selando nossos lábios mais uma vez.
- Eu sempre achei que você quisesse seguir a carreira de jogador de futebol. – Eu disse, achando engraçado. - Era uma das minhas alternativas. Eu sou louco por esporte, mas não é algo garantido. – negou com a cabeça.
- Você é um ótimo jogador, . – Eu disse, demonstrando que eu apoiaria ele em qualquer decisão.
- Eu sei, acontece que tem muitos outros ótimos jogadores por ai. – queria que eu entendesse que não era tão fácil assim.
- Eu acredito em você. – Levei uma das minhas mãos no rosto dele e acariciei uma das suas bochechas. – Independente da sua escolha, eu vou te apoiar. Porque eu acredito em você e sei que tudo vai dar certo. – Ele sorriu daquele jeito incrível, me admirando com os olhos. Tocou a sua mão na minha, que estava em seu rosto e a deslocou até a sua boca, onde ele depositou um beijo.
- É melhor você parar de dizer essas coisas ou eu não vou deixar você voltar pra casa essa noite. – disse e ri timidamente. Ele não aguentou e também riu.
- Tonto. – Eu empurrei levemente um de seus ombros.
- Que ótimo que você está rindo, porque você vai odiar a outra coisa que eu tenho pra contar. – disse, fazendo uma careta engraçada.
- Eu sabia! – Eu também fiz careta. – Diz.. – Eu arqueei a sobrancelha.
- Adivinha em qual faculdade a Amber vai estudar? – disse, esperando que eu entendesse o que ele queria dizer.
- Não. – Eu fiquei imediatamente séria.
- Sim. – afirmou.
- Não, . – Eu neguei com a cabeça.
- Isso não muda nada e não faz a menor diferença. – já desconversou.
- Não faz diferença? Vou estar em Nova York, sabendo que você e a Amber não só estão na mesma cidade, mas também na mesma faculdade. – Eu disse, tentando me controlar.
- E eu vou estar em Atlantic City, enquanto você vai morar ao lado da casa do Mark. – afirmou, sério. – Eu estou aprendendo a lidar com isso e você também vai! – disse, sabendo que se ele dissesse aquilo, me faria entender um pouco o seu lado em tudo aquilo.
- Certo, certo. Eu entendi. – Eu suspirei longamente. – Nós não vamos brigar por isso. – Eu disse, fingindo que conseguiria superar aquilo. Eu até tentei sorrir.
- Obrigado. – sorriu, mais aliviado.
- Você já contou duas coisas, certo? Espero que as outras duas coisas sejam BOAS. – Eu sorri e entendeu o que eu queria dizer. Forçou um sorriso para não me preocupar antes da hora.
- Bem... – O sorriso dele aumentou. Aquela notícia era ótima, era algo que ele sempre quis. Ele estava feliz por eu ser a primeira pessoa pra quem ele diria aquilo. – Eu estava pensando nisso hoje. Eu decidi isso hoje na verdade. – me olhou e eu olhava pra ele como quem não estivesse entendendo nada.
- Isso o que? – Eu sorri, vendo aquela carinha de felicidade dele. Saber que Amber estudaria na mesma faculdade que ele ainda estava me incomodando, mas eu não deixaria que ele notasse. Eu não queria que ele se preocupasse com esse meu ciúme besta de novo.
- Com a faculdade e esse ótimo emprego que eu já consegui... – Ele hesitou dizer, só pra me deixar ainda mais curiosa. – Eu vou começar a procurar um apartamento pra mim. – disse com aquele sorriso bobo. Eu fiquei extremamente surpresa.
- Um apartamento? – Minha ficha demorou a cair. - VOCÊ VAI MORAR SOZINHO? – Eu disse com a boca entre aberta.
- Vou! – riu de toda a minha perplexidade. – A não ser que você queira morar comigo. – riu ainda mais da minha careta.
- Obrigada pelo convite, mas... acho que não vai rolar, sabe? – Eu disse, rindo.
- Por quê? Eu tenho certeza que o seu irmão apoiaria. – disse rindo do seu próprio sarcasmo.
- Sim, ele apoiaria a mão dele na sua cara. – Eu disse e eu e ficamos algum tempo rindo como dois idiotas.
- Não, para de rir. Agora é sério. – me olhou, ficando mais sério. – Eu quero saber o que você acha disso. – queria a minha opinião. Ele sabia o que queria, mas ele precisava que mais alguém entendesse as razões dele para que ele tivesse certeza do que faria.
- Eu acho que... é incrível. Quer dizer, você sempre quis isso. Eu estou muito feliz por você está realizando esse seu sonho. Confesso que eu não achei que fosse tão rápido. Achei que fosse um plano mais pro futuro por conta das responsabilidades que isso exige. Digo, pagar contas, cuidar da casa e etc. – Eu queria saber mais sobre aquela decisão dele.
- Eu vou entrar na faculdade agora e você sabe, a minha vida vai ser estudar e estudar. Você sabe que eu não faço nada pela metade. Se eu vou fazer a faculdade, eu vou fazer pra valer. Eu vou cair de cabeça. – explicava, sério. – Eu pensei muito na . Na idade em que ela está, ela vai querer brincar com tudo, ficar o dia inteiro atrás de mim e eu não vou poder dar atenção pra ela. Eu vou acabar brigando com ela. Você sabe, você me conhece. – riu rapidamente. – Não é que eu não ame a minha irmã. Pelo contrário, ela é tudo pra mim. Eu morreria e mataria por ela sem pensar uma vez. – estava tentando me explicar seus reais motivos.
- Ela vai ficar bem triste por não ter você em casa todos os dias. Irmão mais velho pode ser um saco, mas nada seria a mesma coisa sem eles. Acredite, eu já estou sofrendo por isso. – Eu expliquei, me referindo ao fato de eu ir pra Nova York e deixar em Atlantic City.
- Eu entendo, mas... Eu não vou sumir de casa. Eu vou ir lá quase todos os dias. Eu preciso me alimentar ou você acha que alguma pessoa sobrevive de miojo e lanches todos os dias? – riu, me fazendo rir também. – Além de tudo, tem o pai da . – ficou mais sério. O assunto parecia delicado. – Ele é um cara legal. Eu juro que não tenho nada contra ele. Ele cuida muito bem da minha mãe e se não fosse por ele, eu não teria a . Ele é um cara incrível, mas... ele não é o meu pai, sabe? – Ouvir falar daquele jeito com aquela carinha séria e ao mesmo tempo triste. Ele só ficava assim quando falava do seu pai.
- Eu entendo perfeitamente. – Eu toquei o seu rosto novamente, fazendo com que um pequeno sorriso surgisse em seu rosto.
- Aquele cara teve que me bancar todos esses anos. Ele me dava tudo o que eu sempre pedia e sempre me tratou como um filho. Eu não quero mais ter que depender dele. Ele já fez a parte dele. Agora é a vez da . É a vez da ter tudo o que ela quer. Ela precisa receber o carinho dos pais, sem que eu esteja no meio com o meu drama. – parecia estar decidido. Era tão lindo ouvi-lo falar daquele jeito tão responsável e tão cuidadoso com a irmã.
- Se você realmente acha isso, você está fazendo a coisa certa. Como eu já disse, eu vou sempre te apoiar. Se é isso que você quer, é o que eu quero também. – Eu disse, tirando minha mão do rosto dele e descendo até uma das mãos dele. Entrelacei nossos dedos e apertei nossas mãos com força.
- Você é a melhor namorada do mundo. – Ele sorriu de forma doce, se aproximando do meu rosto. – Sabia disso? – Ele disse um pouco mais baixo, enquanto nossos narizes se tocavam. O meu sorriso só não ficou ainda maior porque ele selou meus lábios de forma longa.
- Uau, que dia de revelações. – Eu disse, quando descolamos nossos lábios. Ele sorriu de um jeito menos extrovertido. Sim, já pensava na revelação que teria que fazer a seguir. A mais difícil.
- Você não faz ideia. – negou com a cabeça. Ele parecia incomodado com algo. Eu percebi e passei a observá-lo.
- Espera, você tinha mais uma coisa pra contar, não é? – Eu ri de forma inocente. Eu não fazia a menor ideia do que se tratava. Eu esperava por uma coisa boa.
- É, eu tenho. – deixou de me olhar por alguns poucos segundos.
- O que é? – Eu continuava com aquele sorriso inocente no rosto. Ele me olhou por um tempo, abriu a boca, mas as palavras não saíram. – Não deve ser coisa boa. – Eu observei, sem levar tão a sério. Afinal, o que poderia ser tão ruim?
- Antes, eu queria pedir pra que você me deixe falar tudo. Depois você tira as suas observações erradas, que eu tenho certeza que vão surgir. – disse e eu fiquei rapidamente séria. Agora eu entendi a gravidade.
- Você está me deixando preocupada. – Eu disse, pensando em mil possibilidades.
- Eu queria que você soubesse por mim. – Ele deixou de me olhar de novo. Ficou observando os nossos dedos entrelaçados por um tempo.
- Fala, . – Eu pedi, mesmo que ele ainda não estivesse olhando pra mim. hesitou por mais um tempo. Eu estava enlouquecendo.
- A Amber foi até a minha casa hoje. – finalmente disse, ainda olhando as nossas mãos juntas. Quando eu ouvi o que ele disse, desentrelacei os nossos dedos no mesmo instante. Milhões de hipóteses passaram pela minha cabeça. Nenhuma delas era boa. fechou os olhos com força por poucos segundos com medo de qual seria o rumo daquela conversa.
- O que ela queria? – Eu perguntei, paralisada.
- Ela.. – me olhou. O rosto estava tão sério que me deu calafrios. Ele não continuou a frase.
- Fala. – Eu pedi, calma. Ele pediu que eu não tirasse conclusões antes dele terminar de explicar. Eu não ficaria irritada antes da hora.
- Eu não sei se você lembra, mas há menos de 3 anos atrás eu e a Amber éramos como melhores amigos. – preferiu explicar a história antes de qualquer coisa.
- Eu me lembro. Vocês não se desgrudavam. – Eu suspirei longamente por puro nervosismo.
- Sim, nós éramos muito amigos mesmo. – confirmou. – Ela sempre gostou de mim. Quando eu digo sempre, é sempre mesmo. Ela nunca fez questão de esconder, mas eu fazia questão de ignorar. – dizia como se tivesse feito algo errado. Eu já estava prestes a xingá-lo até a morte.
- Sim. – Eu afirmei com a cabeça. Qual era a novidade? Eu já sabia de tudo isso.
- Eu fiz questão de ignorar... até um dia, na verdade, uma tarde. – abaixou os olhos. Não queria olhar pra mim naquele instante.
- Não... – Eu neguei com a cabeça. A minha ficha parecia não ter caído ainda.
- Foi há um pouco mais de 2 anos atrás. – disse, fazendo com que eu ficasse totalmente aliviada. Eu pensei que ele estava assumindo uma traição. QUE SUSTO.
- Você ficou com a Amber uma vez? – Eu queria saber se eu havia entendido certo. Mesmo tendo sido há 2 anos atrás, não deixava de ser ruim.
- Foi mais de uma vez... – me olhou dessa vez. A minha preocupação, tristeza e raiva só aumentaram. O que diabos tinha acontecido entre ele e a Amber?
- Então você ficou com ela algumas vezes? – Eu tentava fazer com que aquilo não parecesse não ruim. Era do que eu tentava me convencer.
- Foram várias vezes, . – fez careta, como se estivesse arrependido de algo. Eu fiquei olhando pra ele por um tempo, sem saber como reagir.
- Como eu nunca soube disso? – Eu não entendia. sempre esteve no grupo de amigos. Como eu não soube?
- Você estava com o Peter. Você não era a pessoa mais interessada na minha vida pessoal. – disse em tom de reprovação.
- Certo, mas eu ainda não entendi o porquê dela ter ido até a sua casa hoje. – Eu disse tentando não deixar a desconfiança me vencer.
- Nós ficamos várias vezes. Nós começamos a ficar juntos em uma das férias dela. Nós mantemos o contato a distância e quando ela voltou aqui nas outras férias, eu... – fez careta na hora de dizer. – Eu pedi ela em namoro. – disse, sentindo um peso sair das suas costas, mas sentindo outro pesar em seu coração. Ele não sabia qual seria a minha reação.
- Pedir ela em namoro? Você namorou a Amber? – Eu perguntei, incrédula. Certo, eu esperava qualquer coisa, menos isso. Foi estranho saber que a garota que eu mais odeio no mundo já tinha beijado aquela boca, já tinha recebido aqueles carinhos e escutado aquelas palavras que ele costumava a me dizer. Quer dizer, essa era a minha única vantagem diante dela. Até isso já passou pelas mãos dela.
- Sim. – disse e abaixou o seu rosto. Ele sabia que não seria nada fácil pra mim ouvir isso e também sabia que eu não gostaria da notícia.
- Eu.. – Eu tentei dizer algo para tranquiliza-lo e dizer que não era a pior coisa do mundo, mas eu não conseguia. Eu não pude deixar de pensar que a Amber sempre foi uma pedra no meu sapato. Agora mais do que nunca eu sei que eu sempre, sempre vou ter que dividir tudo o que é meu com ela. Os meus amigos e o meu namorado. era a única coisa que ela não havia tido e agora eu descubro que ela teve. Então sim, eu preciso de um pouco mais de tempo pra superar isso. – Quanto tempo durou? – Eu também abaixei a minha cabeça, porque senti meus os olhos lacrimejarem. Eu não sei exatamente o por que. Talvez a Amber seja algum tipo de ponto fraco, um trauma. Chame do que quiser.
- Quase um mês. – levantou o seu rosto e me viu de cabeça baixa.
- O que aconteceu? – Eu perguntei sem levantar a cabeça. Ainda percebi que haviam lágrimas em meus olhos e eu não queria que ele as visse.

Era ridículo! Talvez eu seja a pessoa mais dramática e chorona do mundo. Quem chora quando descobre quem foi a ex do seu namorado? E quem chora quando descobre que a garota que você mais odeia e que mais fez e faz mal pra você em todos os sentidos, é ex-namorada do seu namorado? E se você descobrisse que a melhor coisa da sua vida, também foi a melhor coisa da vida de alguém? Eu. Eu choro por isso. Choro pelo simples fato de que Amber já teve tudo o que eu já tive, já me tirou várias coisas e é melhor do que eu em quase tudo, mas tinha uma coisa que ela não havia tido, tinha alguma coisa em que eu era melhor que ela, tinha alguém que achava que ela não era boa o bastante. Agora isso tudo é besteira. já olhou pra ela com os olhos que me olha agora. já gostou dela. Eu quero matar essa garota.

- Foi isso o que ela foi fazer hoje na minha casa. – disse, esperando que eu levantasse o meu rosto a qualquer momento. – Ela queria saber o verdadeiro motivo por tudo ter acabado. – continuou esperando, até que eu levantei o meu rosto. Ele olhou diretamente nos meus olhos e eu me xinguei mentalmente. Ele certamente havia visto as lágrimas ali. Elas estavam demorando para desaparecer.
- E qual é esse motivo? – Eu perguntei, sem querer parecer tão chateada com tudo. se sentiu a pior pessoa do mundo ao ver aquelas lágrimas nos meus olhos. Já havia se arrependido de ter me contado.
- foi até a minha casa em uma tarde. Ela disse que sabia que eu não amava a Amber. Ela disse que sabia que tinha outra garota na história e o que eu estava fazendo com a Amber não era justo. disse que eu estava iludindo a Amber, porque eu não me sentia do jeito que deveria em relação a ela. Disse que se eu realmente sentisse consideração pela amizade que eu sempre tive com a Amber, eu deveria deixa-la livre para que ela pudesse achar o cara que realmente amasse ela. A disse que eu deveria falar com a Amber ou ela mesma falaria. – explicou de forma meio confusa.
- E o que você fez? – Eu perguntei, olhando pra ele.
- Eu não dormi naquela noite. Eu fiquei pensando em tudo o que a disse e descobri que ela estava certa. Ela era a minha melhor amiga e eu misturei a minha carência com a vontade de ser amado e o sentimento de amizade extremamente forte que eu tinha por ela. – suspirou. – O que eu sentia por ela era totalmente insignificante perto do que eu sentia por você. Ela era importante pra mim e eu não queria magoá-la. – negou com a cabeça. – Mas foi exatamente o que eu fiz. Eu terminei com ela e magoei ela. – voltou a se sentir o mesmo idiota que se sentiu no dia em que terminou tudo com Amber.
- Então a fez você terminar com a Amber? – Eu fiz cara de confusa.
- Indiretamente, sim. – continuou a olhar as lágrimas nos meus olhos. – Mas, a Amber não sabe. Ela não sabe sobre a , ela acha que eu terminei porque havia outra garota, mas não sabe do envolvimento da nisso tudo. Então, não conte isso pra mais ninguém. – pediu, sabendo que eu guardaria aquele segredo.
- ... – Eu neguei com a cabeça. – Sempre fazendo de tudo pra proteger a sua preciosa prima. – Eu suspirei, também me referindo a nossa briga, mas é claro que não entendeu. Ele não sabia de nada sobre a briga.
- Eu disse a ela que nós seriamos amigos. Ela aceitou e foi embora. – disse, quando viu eu abaixar a cabeça novamente. Meus olhos ainda estavam cheio de lágrimas, mas elas não escorriam de modo algum. Eu fiquei em silêncio e não disse nada. Eu não sabia o que dizer e nem se era certo dizer. Eu notei que me observava e não tive coragem de olhá-lo. – Você está chateada comigo, não é? – perguntou, chateado consigo mesmo.
- Não.. – Eu forcei um enorme sorriso e neguei com a cabeça. – É claro que não. – Eu reafirmei. – Eu não tenho o direito de estar chateada com você. Não por você ter namorado alguém, quando eu nem se quer me lembrava que você existia. – Eu não conseguia tirar aquelas malditas lágrimas dos meus olhos. Que inferno!
- Eu sei que você está chateada. Estou vendo nos seus olhos. – tocou o meu rosto, olhando meus olhos mais de perto.
- É só que.. – Eu hesitei dizer. Olhei nos olhos dele e neguei com a cabeça, rindo da minha própria idiotice. – A Amber sempre consegue tudo o que ela quer, principalmente o que é meu. Você era a exceção. Eu sabia que isso ela nunca teria, mas.. ela já teve. Então voltamos ao mundo em que a Amber é melhor do que eu em tudo. – Eu disse com toda a sinceridade e com menos drama possível.
- Para de se comparar com ela. – negou com a cabeça. – Quem foi que disse que ela é um parâmetro para as outras garotas e pra você? – me olhou, sério. Ele odiava a forma com que eu colocava a Amber como a garota mais perfeita do mundo, como se eu nunca fosse boa o bastante.
- É mais complicado do que isso, . – Eu suspirei longamente. Ele jamais entenderia. Eu acho que é uma coisa de mulher, sabe? Só nós entendemos coisas assim.
- Não importa, eu não quero entender. Eu não quero falar mais sobre isso. Eu não quero ouvir você falando desse jeito mais ou nós vamos brigar. Entendeu? – disse em tom de ordem. Ele conseguiu até me arrancar um sorriso.
- Está maluco em falar desse jeito comigo? – Eu fingi estar brava. Ele sabia que eu estava brincando.
- Falo mesmo. O que você vai fazer a respeito, hein? – se aproximou, me encarando de bem perto.
- O que eu vou fazer a respeito? – Eu quase ri, também encarando ele.
- É.. – continuou esperando.
- Eu vou... – Eu cerrei os olhos e olhei os lábios dele. Me aproximei ainda mais e o beijei. Eu não tinha planos de aprofundar o beijo, mas já que ele fez isso, eu me aproveitei. Comecei a empurrá-lo lentamente pra trás e ele foi se deitando no banco enquanto eu me deitava sobre ele. Ele segurava cada lado do meu rosto com uma mão. O beijo não pode durar tanto, afinal, estávamos em uma praça. Eu descolei nossos lábios e apoiei uma das mãos no peito dele pra voltar para trás e sair de cima dele.
- Você é muito estraga-prazeres. – continuou deitado, olhando pra cima.
- Vem logo. – Eu levantei, segurei as suas duas mãos e me esforcei para levantá-lo novamente. Ele me ajudou um pouco, mas eu consegui.
- Espera. – me puxou, quando eu já estava andando. Voltei a ficar em sua frente, agora de pé.
- O que? – Eu perguntei, olhando o rosto dele bem de perto.
- Está tudo bem mesmo? – Ele perguntou, preocupado e sério.
- Está. Eu prometo. – Eu de um fraco sorriso. Ele ficou me olhando, pensando se acreditaria ou não. – Você me conhece. Se eu estivesse brava ou chateada, você já estaria sofrendo as consequências. – Eu disse e ele sorriu, achando graça. Ele ficou me olhando por um tempo, pensativo. Eu não sabia o que estava passando por aquela cabeça.
- Eu quero saber se você pode me ajudar. – ia dizendo, enquanto seus braços estavam em torno da minha cintura.
- Ajudar no que? – Eu fiz cara de confusa.
- Me ajudar a encontrar um apartamento. – sorriu sem mostrar os dentes. – Você vai me ajudar a escolher. – afirmou e eu sorri como uma boba. Ele queria a me ajuda pra escolher uma coisa tão importante pra ele.
- É claro que eu ajudo, . – Eu levei uma das minhas mãos ao seu rosto e acariciei uma de suas bochechas. – Você pode contar comigo pra qualquer coisa. – Eu disse e ele riu daquele jeito doce. Selei os lábios dele e ele sorriu, satisfeito.
- Obrigado, linda. – Ele agradeceu, quando descolamos nossos lábios.

e eu ficamos mais alguns poucos minutos ali. preferiu não demorar pra me levar embora, usando a desculpa de que não queria desagradar o meu pai. era irritantemente respeitoso com o meu pai.

- Amanhã cedo eu passo aqui pra irmos pra praia. – me avisou quando estávamos no carro em frente a minha casa.
- Que horas? – Eu perguntei para não me atrasar.
- 9 horas está bom? – Eu perguntei, fazendo careta. Não precisava ser tão cedo!
- Está bom, mas é 9 horas e não 9:15, ok? – disse, se referindo aos meus atrasos.
- Já entendi. – Eu revirei os olhos.
- Não esqueça o biquíni. – disse com aquele jeito malandro. Eu gargalhei mais de vergonha do que qualquer outra coisa.
- Para com isso. – Eu olhei pra ele, me aproximando para selar os seus lábios. – Boa noite. – Nossos lábios se tocaram e ele resolveu puxar o meu lábio inferior, apenas para me fazer rir. Eu segurei o riso para que eu também pudesse puxar o seu lábio inferior. Ele riu e terminamos com um longo selinho.
- Boa noite. – finalmente respondeu. – Eu te amo. – Ele disse, quando ainda estávamos próximos.
- Eu também. – Eu dei o meu melhor sorriso e me virei para abrir a porta do carro. Sai do carro e fui me afastando, enquanto revezava os meus olhares entre a porta da minha casa e o carro de . Cheguei na porta da minha casa e me virei para me despedir dele. Acenei com a mão e ele também acenou, me jogando um beijo de longe. Eu achei fofo, mas acabei rindo. Retribui o beijo, enquanto abria a porta da minha casa. Acenei uma última vez antes de fechar a porta.

Certo, não estava sendo legal sentir aquilo que eu estava sentindo agora. Qual o problema dela já ter namorado ele? Eu vou olhar pra ela agora e vou saber que ela já abraçou/beijou/agarrou ele. O que tem demais nisso? É só mais um motivo pra minha raiva por ela continuar aumentando. apenas confundiu os sentimentos de amizade e amor. Ele não amou ela. Ele não pode ter amado. Eles eram amigos. Melhores amigos como eu e o . Não, não tem como. Ela ama ele, mas ele não. É com isso que eu estou contando. Eu só pensava nisso. Resolvi assistir um filme qualquer na TV pra ver se eu conseguia parar um pouco de pensar que aquele namoro existiu. Eu acabei dormindo com a TV ligada.

ouviu a minha TV ligada e foi até o meu quarto para ver se eu ainda estava acordada. Entrou no quarto e quando viu que eu estava dormindo, ele sorriu. Se aproximou da minha cama e me observou por um tempo. Pensou que dali alguns dias eu já não estaria ali com ele, eu estaria sozinha em outra cidade. A coberta estava perto dos meus pés e ele a ajeitou, trazendo-a pra cima. Pegou o controle da TV e a desligou. Eu nem me movi, eu nem sequer notei a presença dele ali. Também não percebi quando ele se aproximou e beijou a minha testa com um sorriso nostálgico.

- Eu vou sentir sua falta. – Ele disse em um som quase inaudível. Se afastou lentamente para não me acordar e fechou a porta com cuidado.

Nós brigamos sim, muitas e muitas vezes, mas nós continuamos sendo irmãos e continuamos nos amando de um jeito inexplicável. Nós faríamos qualquer coisa um pelo outro. Nós crescemos juntos. Sempre havia alguém com quem conversar quando os nossos pais brigavam ou quando tínhamos que ficar fora das conversas importantes. sempre foi o meu companheiro e isso nunca vai mudar. Ele com certeza vai ser quem mais vai me fazer falta nessa viagem.

Quando eu acordei, já era de manhã. Minha TV estava desligada e eu não fazia ideia de quais horas eram. Eu provavelmente já estava atrasada. Sai procurando o meu celular pela cama. Lembro de tê-lo deixado na cama comigo na noite passada. Eu fiquei alguns poucos segundos procurando por ele e não consegui achá-lo. Eu só consegui achar quando ele começou a tocar. Foi mais fácil seguir o barulho para encontra-lo. O celular tocou por tanto tempo, que quando eu o achei, nem olhei para o visor para ver quem era, pois a ligação cairia a qualquer momento.

- Alô? – Eu atendi, curiosa para saber quem era.
- Você ainda estava dormindo, né? – Ouvi a voz de e quase ri, passando a mão pelo meu rosto.
- Estou atrasada, né? – Eu conclui. – Desculpa. – Eu ainda estava meio rindo.
- Estou saindo da minha casa agora. – avisou, enquanto entrava em seu carro.
- Eu consigo me arrumar a tempo. – Eu disse, me levantando rapidamente da cama.
- Quero só ver. – desacreditou.
- Beijos. – Eu desliguei rapidamente.

Sai correndo pro banheiro. Fiz a minha higiene matinal e voltei pro meu quarto para pegar o meu biquíni. Me troquei ali mesmo e quando ia passar maquiagem, me toquei de que estava indo pra praia. Fui até o meu guarda-roupa e escolhi um shortinho e uma blusinha, pois eu não podia sair de biquíni pela rua. Eu só ficaria de biquíni na praia. As roupas que eu escolhi eram bem eram frescas e combinavam com a ocasião (VEJA AQUI). Procurei o meu chinelo e o achei embaixo da cama. Peguei uma bolsa qualquer e fui colocando diversas coisas lá dentro como protetor solar e toalha de banho. Coloquei o ray-ban e sai do meu quarto andando rapidamente. Desci as escadas e cheguei na cozinha como um furacão.

- Nossa, filha! Tão cedo? – Minha mãe riu, depois de olhar no relógio.
- Vou à praia com o . – Eu disse, pegando uma maça e mordendo-a em seguida. – Tudo bem? – Eu pedi a permissão dela, mesmo sendo tarde demais.
- Claro! Esta um ótimo dia pra ir à praia. – Minha mãe disse, olhando pela porta janela da cozinha e vendo o sol escaldante lá fora.
- Eu vou sair e espera-lo, porque já estou atrasada. – Eu disse, rindo. Coloquei a bolsa em um dos ombros e me aproximei da minha mãe. – Até mais tarde. Te amo, mãe. – Eu disse e ela sorriu como nunca. Ela adorava quando eu dizia isso pra ela.
- Eu também, querida. – Ela respondeu, dando um beijo em meu rosto.

Fui em direção a porta e sai pro lado de fora da casa. ainda não estava lá, então sentei em uma das escadas da varanda. Eu ainda estava terminando de comer a minha maça. Eu não cheguei a esperar nem 5 minutos. chegou antes disso. Deixei o caroço da maça em um dos cantos da varanda, eu jogaria no lixo mais tarde.

Ao chegar, riu ao ver que eu realmente já estava pronta. Até estava esperando por ele. Ele desligou o carro e desceu. Eu comecei a andar em direção a ele. se apoiou nas laterais do capô de seu carro e ficou me observando com aquele sorriso incrível no rosto. Ele ainda estava impressionado e achando graça da minha rapidez. Eu ia me aproximando e ele foi conseguindo ver com ainda mais clareza a minha roupa. Agradeceu mentalmente por ele estar de ray-ban, assim eu não veria seus olhos subindo e descendo pelo meu corpo por diversas vezes.

estava lindo. Ele parecia aqueles surfistas gostosos que você vê na praia, sabe? Ele estava com um shorts que chagava até os seus joelhos, uma regata preta e chinelos no pé. Havia um boné em sua cabeça, que aliás estava com a sua aba pra trás. Eu preciso comentar: sempre fica mais sexy quando está usando boné! O ray-ban, apesar de esconder os olhos, o deixava extremamente incrível. Esse cara é mesmo meu namorado? Sério?

- Eu estou chocado! – disse, rindo.
- Eu disse que conseguiria ficar pronta a tempo. Aliás, eu estava te esperando. – Eu disse, segurando a risada.
- Eu esperei por 6 anos, linda. Eu ainda estou ganhando. - piscou e riu. Porque ele tinha que rir daquele jeito tão lindo? Porque aquele sorriso me fazia pirar?
- Ok, eu não posso competir com isso. – Eu levantei as duas mãos, entregando o jogo.
- Com certeza não. – sorriu, empolgado. Eu me aproximei e toquei um dos lados do seu rosto, lhe dando um longo e carinhoso selinho. Quando descolamos nossos lábios, ele ficou me olhando com aquele sorriso. Olhou pra baixo, parecia que estava olhando pra minha roupa.
- Você está linda. – Ele comentou e eu vi as suas bochechas rosarem. Eu fiquei olhando pra cara dele com um sorriso bobo e ele riu, sem jeito.
- Você também está lindo. – Eu disse, antes dele selar os meus lábios mais uma vez. Ele tocou rapidamente em minha cintura descoberta.
- Vamos? – Eu perguntei, descolando os nossos lábios.
- Vamos. – Ele afirmou com a cabeça, me empurrando levemente pra trás com a sua cintura para que ele pudesse se desencostar do capô de seu carro. Abriu a porta do carro e eu entrei. Ele fez o mesmo, mas pela porta do motorista.

Chegamos na praia e ficamos impressionados com o quanto ela estava lotada. Não era tão difícil de se prever com o sol daquele dia. quase não achou lugar para estacionar o carro. Descemos do carro e eu ainda levava a minha bolsa. havia pedido pra eu guardar a sua toalha dentro dela. travou o carro e eu esperei para que fossemos juntos até a areia. Ele chegou ao meu lado e segurou a minha mão, entrelaçando nossos dedos. Começamos a andar em direção a areia.

- Nós decidimos vir à praia no mesmo dia que todo mundo! – disse, vendo a areia tomada por pessoas deitadas e crianças fazendo castelos de areia.
- Ali está mais vazio. – Eu apontei e nós começamos a andar naquela direção. Paramos em um lugar bem próximo da água.
- Aqui está bom, né? – perguntou, olhando o mar em sua frente.
- Está bom. – Eu disse, tirando a bolsa do meu ombro e colocando-a sobre areia. Olhei pro e ele estava olhando pra mim. Quando ele viu que eu olhei pra ele, o sorriso em seu rosto aumentou.
- O que foi? – Eu perguntei, me aproximando dele. Ele colocou os braços em torno da minha cintura descoberta. Minhas mãos estavam perto de seus ombros, enquanto eu olhava seu rosto de perto.
- Nada. – Ele negou com a cabeça. – Apenas apreciando. – Ele disse, me fazendo corar um pouco. Olhei pro seu rosto, que estava bem próximo ao meu e olhei seu boné.
- Eu já disse que amo quando você usa boné? – Eu perguntei e ele achou graça.
- Eu gostei do seu biquíni. – disse daquele jeito atrevido. Eu ri, negando com a cabeça.
- Mas nem dá pra ver ele direito. – Eu parei de rir para poder falar.
- Exatamente. Se eu gostei do pouco que dá pra ver, imagina quando der pra ver todo o resto? – se segurava para não rir.
- Dá pra parar de tentar me deixar envergonhada? – Eu pedi, já estava ficando mais do que vermelha.
- Ta bom, já parei. – se aproximou, me roubando um selinho. Ok, foi mais de um. Foram vários. – Você quer alguma coisa? Vou comprar água pra mim. – perguntou, enquanto ainda estávamos colados.
- Quero uma água também. – Eu disse, tirando minhas mãos dele e me afastando.
- Ok, eu já volto. – me olhou com um fraco sorriso. – Não sai daqui. – saiu, indo atrás do vendedor de água.

O sol estava tão forte, que se eu não tirasse a roupa logo, ficaria com as marcas das mesmas. pediu a água ao vendedor e olhou pra mim para ver se eu ainda estava no mesmo lugar. Ele paralisou quando viu eu tirar o shorts e depois a blusinha. Ele não teve reação, ele só ficou olhando, sem piscar. O vendedor começou a olhá-lo, sem entender.

- Moço? – O vendedor tentou chamar a atenção do . – MOÇO! – Ele gritou e parecia que havia acordado de um transe. – São 5 reais. – O moço disse com as duas garrafas de água na mão.
- Ahn, só um minuto. – riu de si mesmo. Colocou a mão no bolso e pagou o vendedor, segurando as duas garrafas de água nas mãos.

Eu não sei por que, mas parecia que todos estavam me olhando. Eu estava com um pouco de vergonha. Acontece isso sempre que eu fico de biquíni em algum lugar. Logo eu me acostumo. Me deitei na areia, apoiando a minha cabeça em minha bolsa. A areia não estava nem tão quente e nem tão fria, estava ótima.

- Aja naturalmente, . Aja naturalmente. – repetiu pra si mesmo por diversas vezes, enquanto se aproximava de onde eu estava. Chegou ao meu lado e olhou rapidamente, antes mesmo que eu percebesse que era ele ao meu lado. – Aqui está. – disse, estendendo a garrafinha em minha direção.
- Obrigada. – Eu me sentei e peguei a garrafinha. se sentou ao meu lado e tirou a sua regata, ficando sem camisa. Sim, eu estava maluca para olhar, mas eu não sou tão cara de pau assim. abriu a sua garrafa e começou a beber água.
- Você vai entrar na água agora? – Eu perguntei, olhando pra ele. Sim, eu disse qualquer coisa só para poder olhá-lo.
- Não. Você vai? – perguntou, olhando pra mim.
- Daqui a pouco. – Eu disse, fechando a garrafa de água novamente e me deitando novamente na areia. ficou também fechou a sua garrafa e água e se virou de lado, tirando o seu boné e dando uma rápida ajeitada em seu cabelo. Também se deitou, apoiando a sua cabeça em minha barriga. Eu sorri ao perceber o que ele havia feito e levei uma das minhas mãos até a sua cabeça, mexendo em seu cabelo. também sorriu, gostando do carinho que eu fazia em seu cabelo. – Quando nós vamos começar a compor a música da formatura? – Eu perguntei, mesmo sem estarmos olhando um pro rosto do outro.
- Eu já tenho algumas coisas em mente. Tenho até uma melodia. – disse, adorando o carinho que eu fazia em seu cabelo.
- Sério? Você tem que me mostrar. – Eu pedi, extremamente curiosa.
- Antes de irmos pra sua casa, passamos na minha casa para eu trocar de roupa e eu te mostro no piano lá de casa. – disse.
- Vai dizer que você também sabe tocar piano? – Eu perguntei, sem acreditar.
- Meu pai tocava. Eu sei pouca coisa, mas ainda prefiro o violão. – riu.
- Mais alguma coisa que eu não sei sobre você? – Eu levantei um pouco a cabeça para olhá-lo.
- Tem mais algumas coisas, mas eu acho que você não vai querer saber disso agora. Talvez daqui algum tempo. – voltou a rir. Garoto safado! - Eu vou fingir que não percebi o duplo sentido da sua frase. – Eu ri, negando com a cabeça.

Ficamos mais algum tempo conversando ali. me falava mais ou menos de como ele achava que deveria ser a letra da música. Ele achava que deveria ser algo mais lento, já que se trataria da despedida de todos da escola. Eu concordei com tudo o que ele disse. entendia bem mais desse mundo da música do que eu. Se ele estava dizendo, realmente ele sabia do que estava falando.

- Acho que vou dar um mergulho. Eu estou morrendo de calor nesse sol. – Eu disse e ele tirou a cabeça de minha barriga, voltando a ficar sentado.
- Vai lá então. – sorriu pra mim.
- Não quer vir comigo? – Eu fiz bico.
- Eu vou daqui a pouco. – disse e eu concordei.
- Não demora. – Eu pedi, me levantando. Tirei o meu ray-ban e comecei a andar em direção a água, que não estava tão longe.

observava eu me afastar. Na verdade, ele estava olhando pra minha bunda. Eu cheguei na beira do mar e a água molhou os meus pés. Estava um pouco gelada sim. Olhei pra trás e vi que estava me olhando. Fiz careta, demonstrando o quanto a água estava gelada e ele riu. Fez um sinal com a mão, dizendo que era pra eu entrar de uma vez na água. Eu fui entrando, segurando alguns gritos. ESTAVA MUITO GELADA. Usei toda a minha coragem e mergulhei, quando a água já estava batendo acima da minha barriga. Quando voltei à superfície e olhei pro . Chamei ele com as mãos e ele voltou a fazer sinal de que daqui a pouco ele ia. Eu fiz cara feia e voltei e dar mais alguns mergulhos.

estava pensando em como o tempo estava passando rápido. Ele queria que o tempo parasse, para que o dia que eu fosse pra Nova York não chegasse nunca. Ele não sabia como as coisas iam funcionar ou se iam funcionar. Só em pensar no meu último dia na cidade, ele já sentia vontade de me abraçar bem forte para não me deixar ir. Ele queria ser egoísta. Ah, como ele queria! Só para que ele pudesse me pedir para ficar, porque ele sabe que se ele fizesse isso, eu ficaria. Mas ele infelizmente não era egoísta.

Deixou seus pensamentos de lado e se levantou. Eu já estava a uns 10 minutos nadando sozinha e ele queria ir até lá me fazer companhia. Tirou o seu chinelo e colocou o seu ray-ban junto com o meu, dentro da minha bolsa. Começou a andar em direção ao mar e entendeu o que eu quis dizer com aquela careta. A água estava mesmo gelada, mas isso não o impediria de chegar até mim e me fazer companhia. Eu estava de costas pra praia e nem percebi que ele estava chegando até mim. Eu mergulhei umas 3 vezes seguidas e na última vez, dei de cara com o quando voltei a superfície da água.

- QUE SUSTO! – Eu gritei, rindo.
- Calma, sou eu. – Ele se aproximou, colocando seus braços em torno da minha cintura. Eu sorri, feliz por ele estar ali. Meus braços estavam em torno do seu pescoço.
- Eu achei que você não viria mais. – Eu disse, olhando seu cabelo todo molhado.
- E deixar você sozinha com todos esses garotos em volta de você? – cerrou os olhos, negando com a cabeça.
- Então foi só por isso que você veio? – Eu arqueei a sobrancelha e ele riu, negando com a cabeça.
- Claro que não. – Ele beijou o meu rosto e logo chegou em meus lábios, me dando um selinho. – Eu vim por você. Nós nunca nadamos juntos. – disse, me fazendo sorrir com todos aqueles beijos que ele estava me dando.
- Verdade. – Eu concordei, olhando nos olhos dele. Era a primeira vez que eu olhava pra eles de tão perto naquele dia.
- Já que da outra vez você preferiu o Mark, né? – revirou os olhos ao citar o nome de Mark.
- Você tem mesmo que estragar o momento? – Eu fiz careta e ele riu.
- Não. – me trouxe pra mais perto dele. Ele estava me abraçando sem camisa. Tem noção disso? – Eu só quero que isso seja uma boa lembrança pra nós. – sorriu fraco e eu sabia que ele estava se referindo a Nova York.
- E será, por que nós estamos juntos e você é a melhor companhia do mundo. – Eu disse, dando um longo selinho nele. Ele puxou o meu lábio inferior, fazendo com que aquele selinho se transformasse em um beijo. Eu sentia as gotas de água salgada que caiam de seu cabelo molhado e escorriam pelo seu rosto, chegando muitas vezes em nossos lábios. Mantive uma mão em sua nuca e a outra veio pra frente, tocando a sua bochecha.

O beijo foi demorado. Nós não nos importamos que houvessem dezenas de pessoas a nossa volta. Aquele era um momento só nosso, que nós não poderíamos viver por mais tanto tempo. Nós estávamos aproveitando o máximo agora e ninguém estragaria isso. O beijo terminou com um sorriso de ambos.

- Eu vou sentir falta do seu beijo. – comentou, me roubando mais um selinho. Meu coração se apertou ao ouvi-lo dizer aquilo. Era a primeira vez que ele dava sinais de que estava se preocupando com a minha ida pra Nova York. Era a primeira vez que ele dizia que sentiria falta de alguma coisa enquanto eu estivesse fora.
- Eu também. – Eu quem dei um selinho nele dessa vez. Nos olhamos por um tempo com aquele olhar de tristeza, mas o sorriso ainda permanecia em nossos lábios. percebeu que aquele seu comentário havia me deixado mais triste do que deveria e resolveu mudar o assunto.
- Eu nem mergulhei direito ainda. – riu, tirando seus braços que ainda estavam em torno do meu corpo. – Espera. – mergulhou e eu mergulhei em seguida. Estávamos frente a frente e ele riu, quando me viu embaixo da água. Nos olhamos e fez careta. Eu também comecei a rir e logo em seguida fiz outra careta. Ele gargalhou e volto à superfície. Deveria estar sem ar. Eu também estava e voltei ao topo.
- Espera, volta lá pra baixo. Vou fazer uma coisa. – Eu pedi e ele riu sem mesmo saber do que se tratava. Ele mergulhou novamente e eu também. Ele estava me olhando, esperando que eu mostrasse. Eu tentaria dizer ‘eu te amo’ embaixo da água.

abriu os braços, demonstrando que estava esperando por qualquer ação minha. Eu apontei pra mim mesma, fiz um coração com as mãos e apontei pra ele. riu e depois fez cara de comovido. Fez os mesmos gestos que eu, dizendo que também me amava. Eu fiz cara de boba e ele se aproximou, selando os meus lábios mesmo embaixo da água. Voltamos à superfície com os lábios colados e só descolamos para rir.

- Awn, que bonitinha. – olhou pra mim, me zoando.
- Cala a boca, vai. – Eu o empurrei, rindo. – Vamos sair daqui, vai. – Eu comecei a nadar em direção a areia. Estávamos indo pro mais raso. Eu estava mais a frente do .
- Espera! – gritou e eu continuei andando de costas pra ele. Eu comecei a andar mais rápido, apenas para irritá-lo. – Não vai me esperar? – gritou em tom de ameaça. Olhei pra trás e acenei com a mão, dizendo que o deixaria ali. Continuei andando em direção a beira da água. A água já batia em minha canela, quando eu ouvi um barulhão de água. Olhei pra trás pra ver o que era e vi correndo em minha direção.
- Não! – Eu também sai correndo, rindo como uma doida. A água não estava me deixando correr direito, mas isso não parecia um problema pro . A cada segundo ele chegava mais perto de mim. Corremos por um tempo. Até que eu consegui resistir bastante. Parei atrás de um garotinho que devia ter uns 6 anos. parou na frente dele, sem saber pra qual lado corria pra me pegar. – E agora, ? – Eu perguntei e ele ameaçou ir pra um dos lados e eu fui pro outro. Ele parou novamente.
- Você está cansada. Devia desistir. Sabe que eu vou te pegar. – disse, tentando me fazer ceder.
- Não estou cansada. – Eu ergui os ombros, mentindo.
- Não? – segurou a risada. Ameaçou a ir pra um dos lados e eu sai correndo novamente. Dessa vez ele conseguiu me alcançar. Um dos braços dele fez a volta em minha barriga e ele me segurou, me levantando do chão. Nós dois começamos a rir e ele voltou a me colocar no chão e eu fiquei de frente pra ele.
- Você sempre foi uma péssima corredora, . – disse, olhando meu rosto de perto.
- Dessa vez eu dei trabalho. – Eu ri, me achando. negou com a cabeça me dando um selinho. Sua mão estava em minha cintura. – Eu estou ficando cada vez melhor. – Eu pisquei pra ele e ele me beijou de novo, como se nem estivesse dando atenção ao que eu estava dizendo.

O beijo foi se intensificando e as duas mãos dele estavam em minha cintura. A cada segundo que o beijo se intensificava, ele apertava ainda mais a minha cintura. Não havia muita gente do lado que nós corremos. A maioria das pessoas estavam em um local mais fundo do mar. Essa foi a nossa sorte. Uma das mãos de foi descendo e antes mesmo que eu percebesse, ela estava em minha bunda. Eu comecei a rir, acabando de vez com o beijo.

- , o que você está fazendo? – Eu perguntei pra ele, segurando a risada. Ele sorriu, quase rindo. Levantou as duas mãos, demonstrando inocência.
- Já parei! – começou a rir. Meus braços ainda estavam em torno do pescoço dele. – O que está acontecendo com você nos últimos dias? – Eu ri, olhando seu rosto de perto.
- Eu não sei. – sorriu, ainda achando graça. – Eu.. – Antes que ele terminasse a frase, uma enorme onda nos alcançou e nos fez perder o equilíbrio. Nós caímos juntos, quase na areia da praia. Eu cai em cima do e nós começamos a rir novamente.
- Ai.. – Eu resmunguei e o não parava de rir. – Desculpa, eu cai em cima de você. – Eu comecei a me mover para sair de cima dele e ele me segurou.
- Não, espera. Ta tudo bem. – parou de rir, mas ainda sorria empolgadamente. Olhei pra ele de muito perto. Nossos narizes estavam quase se tocando. – Você se importa? – perguntou com um sorriso safado no rosto.
- Com o que? – Eu me fiz de boba, queria que ele dissesse.
- Que eu aja assim às vezes? – Ele olhou meus lábios e depois os meus olhos.
- Na verdade não. – Eu mordi o lábio inferior, fazendo com que ele voltasse a olhar em meus lábios. – Mas, quando for a minha vez você também vai ter que ser bem flexível. – Eu disse em um tom de provocação e ele começou a rir.
- Não, não, não. – foi se levantando e sentando. – Eu não consigo lidar com isso. – Ele disse, olhando pra mim, rindo. Eu comecei a rir também, pois eu sabia que ele agiria daquele jeito.
- Não sabe brincar, não brinca. – Eu me levantei ainda rindo.
- Não dá pra brincar com isso, garota. É covardia. – Ele apontou pra mim, se levantando.
- Bobo.. – Eu não conseguia parar de rir.
- Vamos embora, vai. – passou por mim e segurou a minha mão, me puxando.
- Eu estou com fome. – Eu avisei, quando chegamos no lugar que estávamos antes. Nossas coisas ainda estavam lá.
- Eu também. – concordou. – Vamos passar na minha casa rapidinho e vamos comer em algum lugar. – disse, se enxugando na sua toalha. Eu também fazia o mesmo com a minha. Coloquei a minha blusinha e o meu shortinho novamente. colocou o boné e a camisa. Pendurou o ray-ban na gola da regata e eu nem tirei o meu da bolsa.

Fomos até o carro do e fomos pra casa dele. Pendurei o ray-ban em meu cabelo para que ele parecesse menos bagunçado. Eu não podia estar horrível na frente da família dele.

- Vem. – segurou a minha mão, enquanto caminhávamos até a porta de sua casa. – Para, você ta linda. – disse, vendo que eu não parava de arrumar o cabelo.

abriu a porta de sua casa e a sala estava vazia. Ouvi uma pessoa correndo no andar de cima e tive certeza de que era . fechou a porta e foi até a cozinha, procurando a sua mãe. Ela estava lá.

- Oi mãe. – disse, assustando a sua mãe.
- Oi, querido. – Ela sorriu docemente.
- A está ali na sala. – apontou em direção à sala, querendo que sua mãe fosse até lá.
- Ahn, eu estou indo. – Ela largou tudo o que estava fazendo para ir até a sala. – ! – Ela disse com uma voz amorosa.
- Olá, Sra. Jonas. – Eu sorri, sem jeito.
- Eu vou me trocar e já volto. – viu que eu já estava acompanhada e subiu as escadas correndo.
- Como você está? – A mãe dele perguntou, atenciosa.
- Eu estou muito bem e a Sra. ? – Eu retribui a atenção.
- Também estou bem. – Ela concordou com a cabeça.
- ! – Ouvi gritar o meu nome. Ela desceu as escadas correndo como um furacão.
- Oi linda. – Eu me agachei para abraça-la.
- Eu estava com muitas saudades. – Ela me abraçou de forma tão apertada, que eu até fiquei comovida.
- Eu também. – Eu terminei o abraço para olhá-la. - Você está cada vez maior e mais linda. – Eu analisei e ela sorriu, envergonhada.
- Você também está muito bonita. teve sorte de encontrar você. – Ela deu o sorriso mais lindo do mundo.
- Own, você é um amor. – Eu disse, acariciando o cabelo dela.
- Ela fala de você o dia inteiro, . – A mãe de sorriu.
- Verdade? E fala bem ou mal? – Eu olhei pra e ela riu.
- Bem, né! – continuou rindo.
- Pronto. – desceu as escadas, vestindo a camisa. Ele havia trocado o shorts e agora vestia um tênis. Ele estava com outra regata, mas era bem parecida com a antiga.
- , eu já estava me esquecendo. – A mãe de começou a dizer, quando ele já estava ao lado dela. – Você vai ter que ficar com a hoje no final da tarde. – Ela decretou.
- Ahn, por quê? – fez careta.
- Eu vou ir ao cabelereiro e fazer algumas compras. – A mãe dele explicou.
- Leva ela! – sorriu, achando uma ótima ideia
- Nós ficamos com ela. – Eu olhei pro , fazendo cara feia.
- EBAA! – começou a comemorar.
- Ficamos? – me olhou, fazendo careta.
- Vamos levar ela no parque. – Eu afirmei, sorrindo pra mãe deles.
- EBA! EBA! – voltou a comemorar e logo em seguida, abraçou a minha cintura. – Viu, viu? Seu bobo. – mostrou a língua. riu, olhando pra mim.
- Muito obrigada. – A mãe deles me agradeceu com um enorme sorriso.
- Imagina, eu vou adorar. – Eu demonstrei ser a melhor nora do mundo.
- Nós vamos sair pra um jantar ás 21hrs. Você chega até lá né, mãe? – olhou pra sua mãe.
- Chego, claro. Eu vou sair ás 18hrs e volto ás 19:45. – Ela avisou.
- Ótimo. – concordou. – Tudo bem, então. Nós ficamos com essa pirralha. – disse só pra irritar .
- Não sou pirralha. – olhou pra ele, furiosa.
- Para de irritar ela, . – Eu ri, negando com a cabeça.
- Ta bom. – revirou os olhos. – Agora vem aqui. Eu quero te mostrar. – segurou a minha mão e me levou até o piano, que ficava no centro da sua sala de estar. – Senta aqui. – disse, se sentando e deixando um espaço para eu me sentar ao seu lado.
- Ok. – Eu me sentei, curiosa para conhecer a melodia.
- Então, eu pensei em algo assim. – Ele tocou com aquela expressão séria. Olhou pra mim para saber o que eu estava achando e continuou tocando. Eu sorri pra ele, impressionada com o quanto ele tocava bem. – O que você acha? – Ele perguntou, sorrindo pra mim.
- É linda, eu adorei. – Eu disse, escutando a melodia mais uma vez. – É muito boa. – Eu reafirmei.
- Ela surgiu do nada na minha cabeça e eu resolvi mostrar pra você. – Ele contou, parando de tocar.
- Você é ótimo nisso, . – Eu sorri, impressionada. – Você toca muito bem. – Eu elogiei e ele sorriu, sem jeito.
- Você não sabe tocar mesmo? – perguntou.
- Nada! – Eu ri da minha incompetência.
- Tenta. – voltou a olhar pro piano. – Eu vou fazer e você tenta fazer igual. – me olhou rapidamente e voltou a encarar o piano. Ele tocou algumas poucas notas e eu o observei.
- Sua vez. – me observou, esperando que eu tocasse.
- Eu não consigo. Olha.. – Eu quase ri e tentei tocar as mesmas notas que ele. É claro que ficou horrível. – Eu não consigo! – Eu disse, rindo.
- Qualquer dia eu te ensino. – também riu. Ele queria sair logo dali, pois estava com fome.
- Você está com fome, né? – Eu disse e ele riu.
- Muita! – se levantou.
- Vamos então. – Eu também me levantei.
- Mãe, vamos sair. – gritou e a mãe dele voltou pra sala. ainda estava ao meu lado.
- Certo. Até mais tarde e mais uma vez, obrigada. – Ela segurou a minha mão, me olhando da forma mais carinhosa do mundo.
- Imagina. – Eu neguei com a cabeça, sem jeito.
- Até mais tarde, lindinha. – Eu me abaixei para beijar o seu rosto. Ela também beijou o meu.
- Até. – Ela estava tão empolgada, que seus olhos brilhavam.
- Fica pronta que vou passar aqui te pegar, hein. – avisou e concordou com a cabeça.
- Tchau. – Eu me despedi delas mais uma vez.

Nós saímos da casa dele. Estávamos realmente famintos. Não sabíamos onde almoçar e decidimos ir ao MC Donalds. Fazia um tempo que não íamos lá e estávamos com vontade de comer um lanche de lá. Tinha um perto da nossa escola. Nós já conhecíamos os atendentes de lá e eles sempre nos atendiam mais rápido por isso. É claro que fomos lá. Quanto mais rápido, melhor!

- Até que não tem tanta gente. – analisou, enquanto entravamos no restaurante de mãos dadas.
- Não mesmo. – Eu até estranhei. Fomos em direção à fila. Ela estava tão pequena, que nem valia a pena falar com os atendentes que nós conhecíamos.
- O que você vai querer? – perguntou, olhando o cardápio no telão.
- O de sempre. – Eu disse, quase rindo. Eu sempre pedia o mesmo lanche.
- Totalmente imprevisível. – riu. – Não sei qual vou querer. – ficou olhando pro mesmo cardápio por um tempo, sem se decidir. Olhei pro lado e vi um cartaz há alguns passos de mim. Nele havia o anúncio de um novo lanche.
- E aquele ali? – Eu apontei pro cartaz. olhou e não foi o cartaz o que ele viu.
- Espera. Aquele não é o e a ? – apontou para os amigos, que andavam de mãos dadas pelo restaurante. Ela estava rindo de alguma coisa que ele dizia.
- São eles! – Eu abri a boca, chocada.
- Não acredito! – riu. Havíamos pegado eles no flagra! Continuamos observando e vimos eles pararem em uma mesa. Eles se sentaram com duas garotas. Eu não achei que estivesse enxergando direito. Parecia a Amber e a . – Ah não.. – disse, baixinho. Era a confirmação que eu precisava. Sim, eram elas! conversava com as duas e elas riam de alguma coisa. fez careta e ele olhou pra ela, dando um selinho nela em seguida.
- e a estão juntos? – perguntou, fazendo careta.
- A pergunta certa é: Porque elas sabem disso e nos não? – Eu olhei pra ele, séria. já sabia o que eu estava pensando.
- .. – Ele negou com a cabeça.
- Eu não acredito que o escondeu isso de mim. – Eu olhei pro e depois pra eles, incrédula. – Eu não acredito que ele contou pra ELA antes de contar pra mim. – Eu estava furiosa e muito chateada.
- Espera... – viu eu dando alguns passos em direção a eles.
- Fica na fila e pega os lanches. Eu já volto. - Eu pedi, me afastando ainda mais.
- O que você vai fazer? – me olhou, sério.
- Eu já cansei disso. – Eu sai, indo em direção a mesa em que os 4 estavam. Eu ia acabar com isso agora.






2° PARTE:



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ ESSE TRECHO:



A cada passo que eu dava em direção a eles a minha angustia aumentava. Eu queria voltar, eu queria sair dali e fingir pra mim mesma que não tinha visto aquilo, que e não haviam feito isso comigo. O meu melhor amigo não pode ter preferido contar uma coisa tão importante pra ele pra Amber e não pra mim. A raiva era quem estava me conduzindo até lá. A raiva de todos eles. Parei na frente da mesa deles e respirei fundo, forçando o meu melhor sorriso.

- Hey! – Eu disse, apoiando minhas mãos na ponta da mesa. estava em um dos meus lados e Amber estava no outro. levantou a cabeça, apenas para ter certeza de que não era eu. Isso era o que ele mais desejava. – Eu espero não estar atrapalhando vocês. – Eu disse, olhando rapidamente pra todos eles.

Amber revirou os olhos sem fazer questão de disfarçar. apenas ficou séria, me analisando. As duas não sabiam o porquê da minha presença ser tão terrivelmente trágica. Elas não sabiam que e ainda não haviam me contado sobre o romance.

- Oi... . – sorriu, meio assustado. O braço dele que estava sobre os ombros de voltou rapidamente pro seu devido lugar. sorria, nervosa. Ela me conhecia e sabia que eu já havia percebido o que estava acontecendo entre eles. – O que você está fazendo aqui? – perguntou no impulso. Quando percebeu o quão estranha tinha parecido a sua pergunta, ele tentou concertar. – Eu nem te vi. – Ele riu forçado.
- Eu e estávamos na praia. – Eu apontei com a cabeça em direção ao caixa. estava olhando tudo de longe, preocupado. – Nós paramos aqui pra comer. – Eu expliquei, vendo Amber virar-se para trás e acenar para . Amber está perdendo a noção de perigo. Está doida pra usar o planinho de saúde dela, né?
- Senta aqui. – sorriu, tentando me acalmar indiretamente.
- Não, imagina. – Eu continuava com aquele sorriso falso, apenas esperando a hora certa de atacar. – Eu não quero estragar essa linda reunião de amigos. – Eu encarei , que sorriu, sem jeito. Ele já sabia o que viria a seguir. Ele estava ferrado!
- Então porque ainda está aqui? – Amber disse, quase rindo da minha cara. Olhei pra ela e sorri com superioridade.
- Sabe o que é? – Eu fingi estar empolgada. – Eu estava tão curiosa que tive que vir perguntar. – Eu a encarei e ela já me olhava, séria. Sabia o que estava por vim. – Um copo de água foi suficiente pra você se afogar ou da próxima vez devo usar dois copos? – Eu sorri, falsamente. Amber cerrou os olhos e suspirou, furiosa. Eu voltei a encará-la, mas dessa vez de forma séria. – Não brinca comigo, garota. – Eu a ameacei e sorri, voltando a olhar pro e depois pra .
- , calma. – pediu, não por causa da Amber, mas por causa dele. Ele sabia que a qualquer momento aquela bomba-relógio estouraria em suas mãos.
- Calma? – Eu quase ri. – Eu estou calma. Porque eu não estaria, certo? – Eu continuei dando uma de cínica. – tentou me convencer a não vir aqui. Acho que ele estava com medo que eu descobrisse algo que não devia. – Eu continuei sendo hipócrita.
- Você devia escutá-lo da próxima vez. – disse, séria.
- Agora não, . Estou falando com os outros amigos ingratos agora. – Eu nem olhei pra ela ao responder. Tenho certeza que ela ficou bastante irritada. Sabe o que é melhor? Eu não me importo.
- .. – fez uma cara triste e negou com a cabeça.
- Então eu pensei: ‘Porque eu vou fingir que não vi os meus amigos? É claro que eu vou falar com eles. É claro que eles não estão escondendo nada de mim.’ – Eu olhei nos olhos do . – Porque são isso que os melhores amigos fazem não é, ? Eles não guardam segredos uns dos outros. – Eu não consegui mais manter o sorriso no rosto por causa da minha raiva.
- Eu ia contar... – me olhou com tristeza.
- Pra que? – Eu quase sorri. - Porque você deveria me contar? Porque eu merecia saber disso, não é? Eu sou só sua... – Eu ia dizer ‘melhor amiga’, mas eu não sabia se aquele posto ainda era meu. – Eu não sei o que eu sou. – Eu neguei com a cabeça, rindo. Sim, eu estava rindo para não chorar.
- É claro que você sabe! – olhou pra mim, sério. – Você é a minha melhor amiga. Você sabe disso. – Ele estava achando um absurdo eu duvidar daquilo.
- Não! – Eu disse do jeito mais sério do mundo. até se assustou. – Você não sabe o que isso quer dizer. – Eu apontei pra ele, olhando-o com raiva. – Nenhuns de vocês sabem. – Eu olhei para , e . Finalmente olhei pra Amber e forcei um sorriso. – Menos você, não é? Você sim é uma melhor amiga verdadeira e fiel. – Eu me referia à amizade dela e de . – Com os métodos que você usa, é impossível que fosse diferente. – Eu disse, sarcástica.
- Pelo jeito ele já falou com você. – Amber riu da minha cara, como quem dissesse ‘Se ferrou, vai ter que continuar me aturando como melhor amiga dele.’
- É claro que ele falou. – Eu não achei a menor graça. – Espero que a amizade de vocês não termine de um jeito tão triste como da outra vez. – Eu disse, fingindo estar triste, mas eu ainda tinha um sorriso básico no rosto.
- O que você quer dizer? – Ela arqueou a sobrancelha, começando a ficar irritada.
- Estou querendo dizer que eu realmente sinto muito por ter acabado daquele jeito. Quer dizer, você não pode me culpar por aquilo, certo? – Eu fiz cara de dúvida.
- Não estou entendendo aonde você quer chegar. – Amber fez careta, como se eu estivesse falando a coisa mais sem sentido do mundo.
- Lembra daquela época que você gosta tanto de lembrar? – Eu olhei pra ela. – Aquela em que eu ignorava o e você fazia tudo por ele? – Eu perguntei e ela continuou me olhando. – Ele terminou com você por minha causa, mesmo quando eu nem me importava com ele. – Eu disse e sorri. – Espero que não guarde ressentimentos disso. – Eu fiz bico e ela suspirou, se segurando.
- Eu não guardo. – Ela tentou sorrir.
- Eu admiro isso, já que não deve ter sido nada fácil ver o cara que você ama jogando tudo o que vocês tinham fora pra se arriscar com alguém com quem ele não tinha absolutamente nada. – Eu disse, dessa vez com um enorme sorriso. Amber ameaçou se levantar para me enfrentar, mas a segurou.
- Dá pra vocês pararem? – pediu, irritado.
- Eu não entendo. Porque você não está defendendo ela? – Eu apontei pra Amber. – Que tipo de melhor amigo você é? – Eu perguntei, cerrando os olhos em sua direção.
- Nossa, ! Precisa fazer tanto drama por causa de um segredo? – rolou os olhos.
- Drama? – Eu sorri fraco. – Você adora subestimar os segredos, né? Você acha que eles são só segredos e que não machucam ninguém, não é? – Eu estava dando indiretas sobre o envolvimento dela no término do namoro de e Amber. Ela ainda escondia isso de Amber. – Não me surpreende vindo de você. – Eu a olhei com desgosto e ela ficou séria, sabendo do que eu estava falando.
- Desde quando você se tornou tão baixa? – negou com a cabeça, me olhando com cara de nojo.
- Não é ser baixa, é não ser idiota. Eu deixei de ser a amiga idiota! Aquela que faz tudo pelos amigos e não recebe nada em troca. – Eu olhei pra . Ela sabia o que eu sentia em relação a Amber, então ela fazia ideia do quanto eu estava magoada.
- ... – me chamou, demonstrando-se arrependido.
- Deixa nós explicarmos, . – pediu, ainda com uma expressão de tristeza.
- Não. – Eu dei alguns passos pra longe da mesa. – Eu já cansei de passar por isso. – Eu olhei de forma decepcionante para e . – Eu vou embora. – Eu virei às costas e engoli o choro até eu chegar em , sentindo meus olhos começarem a lacrimejar. Eu estava orgulhosa de mim mesma. Pela primeira vez eu consegui demonstrar a minha decepção através de duras palavras ao invés de lágrimas. Cheguei em frente ao . Ele me olhava de forma aflita, sem saber o que havia acontecido.
- Me dá a chave do carro? Eu vou te esperar lá. – Eu abri uma das mãos, esperando a chave. Ele me olhou, preocupado.
- Tudo bem? – Ele queria saber o que havia acontecido.
- Está. – Eu forcei um sorriso, apenas para não preocupa-lo. Ele me entregou a chave e eu selei os lábios dele rapidamente, me afastando em seguida. Passei pela porta, andando rapidamente. Eu não queria que ninguém viesse atrás de mim, mas eu sabia que alguém viria. Aumentei a velocidade dos meus passos e cheguei ao carro de .
- ! – gritou da porta do restaurante. Eu nem olhei pra trás, apenas abri a porta do carro e entrei. Passei a mão pelo meu rosto, exausta com todos aqueles problemas, aquelas traições que estavam vindo de todos os lados. Eu suspirei e passei uma das minhas mãos pelos meus olhos, secando as lágrimas que começavam a surgir lá. Não, eu fui forte até agora. Eu não vou ceder agora!

estava se aproximando cada vez mais. Ele estava sozinho. já devia ter feito a cabeça de contra mim também. estava chegando e eu não sabia o que fazer. Eu não queria conversar agora, porque eu sei que faria papel de idiota, eu demonstraria fraqueza. Ele não merece nem o meu sofrimento. Ele já estava há alguns passos do carro, quando eu travei a porta do carro por dentro. Ele tentou abri-la umas 3 vezes e não conseguiu.

- , por favor! Vamos conversar! – falou, me olhando através do vidro do carro. Eu nem olhei pra ele. Cruzei os braços e continuei olhando pra frente. Ele viu que eu nem me movi e começou a entrar em desespero. – ! – Ele gritou, batendo na janela do carro. Eu novamente não respondi. negou com a cabeça, não se conformando com o que estava acontecendo.
- Merda! – Ele suspirou, se afastando um pouco do carro, sem saber o que fazer. Viu saindo pela porta do restaurante e correu até ele. – , ! – Ele gritou, enquanto se aproximava do amigo.
- O que aconteceu? – perguntou, carregando os lanches nas mãos.
- Convence ela a me ouvir! – pediu, sem explicar nada.
- Calma, cara! – olhou pro amigo, vendo o seu desespero.
- Ela está brava comigo, . – falou rápido. – Ela nunca vai me perdoar. Eu tenho que falar com ela. – sabia o quanto o envolvimento da Amber nessa história piorava tudo.
- Eu não sei o que eu posso fazer pra ajudar. Eu... – olhou pro de forma confusa. – Eu vou tentar. – começou a andar em direção ao carro. o acompanhou. Chegaram no carro e olhou pro , sério. – Espera aqui. – pediu, dando a volta no carro, parando em frente à porta do motorista. Ele bateu no vidro e eu olhei para ver se era ele mesmo. Me estiquei e destravei a sua porta e ele a abriu. Ele não entrou no carro, apenas agachou e me entregou os lanches. Eu peguei sem dizer nada e ele continuou me olhando.
- O que? – Eu perguntei, depois que notei ele me observar por um tempo.
- O quer falar com você. – Ele disse em um tom baixo.
- Eu sei. – Eu deixei de olhá-lo. – Eu não me importo. – Eu disse, sem expressar sentimento algum. Eu ainda estava me segurando.
- Eu sei que se importa. – me olhou com um olhar compreensivo.
- Eu não me importo mais. – Eu repeti, negando com a cabeça. – Dói muito se importar. – Eu estava sendo mais fria do que jamais fui. Estava sendo forçado, eu sei, mas não era sempre que eu conseguia.

levantou a cabeça, olhando pro . Ele negou com a cabeça, demonstrando que não estava conseguindo me convencer a ter aquela conversa. encarou , pensativo. Não sabia mais o que fazer ou como falar comigo. Tentaria a sua última opção.

- É isso o que ela faz, né? – gritou para que eu pudesse ouvir. – Ela dá uma de durona, mas na hora da conversa ela foge! Ela fala o que tem que falar e sai correndo, porque não consegue ouvir a resposta. – gritou e fez careta como quem dissesse: ‘Ta maluco?’. abaixou a cabeça novamente para me olhar.
- Esse idiota está tentando me manipular? – Eu revirei os olhos e quase riu.
- É o que parece. – fez careta e voltou a olhar pro , negando com a cabeça, apenas para mostrar que também não havia funcionado. se revoltou de vez. Ele andou até a frente do carro, que era a direção em que ele sabia que eu estava olhando.
- Você não é durona? Vem aqui me enfrentar então! – gritou, abrindo os braços. – Vem aqui descontar a sua raiva em mim. ANDA! – continuou gritando em tom de provocação. Ele estava me irritando. Eu sabia que ele estava apenas tentando me fazer ir falar com ele, mas ele estava me tirando do sério! Eu o encarei, ainda de dentro no carro. Eu queria estapeá-lo e xingá-lo de todos os palavrões existentes. Eu destravei a porta do carro e sai, quase quebrando a porta de tanta raiva.
- VOCÊ QUER CONVERSAR? – Eu gritei, indo na direção dele. – Eu vou conversar com você! – Eu cheguei na frente dele e comecei a estapeá-lo em forma de desabafo. – SEU IDIOTA. – Eu continuei estapeando ele, enquanto ele se defendia com as mãos. Eu senti o braço de fazer a volta em minha cintura e me puxar pra trás.
- Hey! Espera, fica calma. – disse perto do meu ouvido. – Tudo bem. – Ele sussurrou, enquanto eu fuzilava com o olhar. Eu respirei fundo e continuei olhando pra ele. – Pode me soltar. Eu vou me controlar. – Eu pedi e rapidamente me soltou. Ele acreditava em mim.

sabia o que eu estava passando. É como se toda essa coisa da Amber estivesse se acumulando todo esse tempo e agora eu havia chego no limite. Ter a minha amizade com o meu melhor amigo abalada foi a gota d’água. Ver o meu melhor amigo preferindo ela, me levou ao desespero. Toda a raiva que eu reprimi todo esse tempo seria extravasada agora.

- Você não podia ter feito isso comigo! – Eu voltei a olhá-lo com toda a raiva do mundo. – Você não.. – Eu neguei com a cabeça, sem conseguir terminar a frase com tanta raiva que eu estava.
- Com o que você exatamente está brava? – também parecia irritado. – Com o fato de eu não ter te contado ou por eu ter contado primeiro pra Amber? – me olhou, sério.
- Brava? – Eu quase sorri. – EU ESTOU BEM MAIS DO QUE BRAVA. Você estragou com tudo! – Quando eu percebia que eu estava gritando, eu tentava me conter. Eu estava revoltadíssima!
- Você não respondeu a minha pergunta! – me enfrentou. – PORQUE VOCÊ ESTÁ BRAVA? – gritou. Quem que esse viado acha que é pra gritar comigo?
- PORQUE EU ESTOU BRAVA? – Eu sorri, sarcasticamente. – Quem foi que ouviu você falar todos esses anos sobre a ? Quem foi que nunca deixou você desistir dela, depois de uma briga de vocês? Quem foi que te incentivou? Quem foi quem te aconselhou todos esses anos? – A cada pergunta eu dava um passo na direção dele. Parei na frente dele e olhei em seus olhos. – FUI EU! SEMPRE FUI EU! – Eu bati no peito. A cara de bravo de desapareceu. Havia tristeza em seus olhos. – E sabe por quê? – Eu perguntei retoricamente. – Porque EU ME IMPORTAVA! Porque eu sempre notei o jeito que os seus olhos brilhavam quando você via ela! Por que... eu era a sua melhor amiga. – Eu continuei olhando seus olhos com raiva. Eu nem acredito que estava conseguindo dizer isso sem chorar.
- Você é a minha melhor amiga. – afirmou, passando as mãos pelos olhos. Acho que ele sentiu que as lágrimas estavam rondando a região.
- Não. Para! – Eu neguei com a cabeça.
- Eu não pensei em nada disso! Eu não... estava pensando. – disse como se odiasse a si mesmo.
- Exatamente! Deveria ser involuntário! É isso o que quer dizer ser melhor amigo de alguém! Quando alguma coisa acontece, seja boa ou ruim, a primeira pessoa que vem em sua cabeça, a primeira pessoa pra quem você pensa em ligar é pro seu melhor amigo. Porque você sabe que independente do que aconteça, ele vai estar do seu lado. – Eu disse, voltando a sentir o meu lado emotivo transparecer. – Eu não fui essa pessoa. – Eu reassumi o controle. – Não foi em mim que você pensou, ! – Eu afirmei, sentindo o choro descer pela minha garganta. Eu estava engolindo tudo aquilo.
- Você não sabe do que está falando. – negou com a cabeça com os olhos cheios de lágrimas.
- A única coisa que eu sei é que não foi pra mim que você quis contar o melhor acontecimento da sua vida. Não foi pra mim que o seu maior sonho havia se realizado. – Eu sentia um nó na garganta, que não me deixava nem falar direito. – FOI PRA AMBER! – Eu gritei com a raiva no limite.
- Você também não me contou sobre você e o ! – Ele finalmente achou algo que pudesse salvá-lo.
- Eu não contei pra ninguém. foi a primeira a descobrir, mas não era a primeira que eu queria que soubesse. Não era para as minhas 3 melhores amigas, não era o meu irmão e nem pra minha mãe. Era pra você! – Eu disse e ele se sentiu ainda pior.
- Eu só faço merda. – disse pra si mesmo em um tom quase inaudível.
- Tinha que ser ela, ? – Eu olhei pra ele, desapontada. – Podia ser a , podia ser o ou o meu irmão, mas a Amber? – Eu conseguia ver as lágrimas nos olhos dele. – O que ela já fez por você? Porque logo ela? – Eu perguntei, sem entender. – Porque você tinha que trair a nossa amizade por causa daquela garota? Quem te deu esse direito? Quem deu esse direito a ela? – Meu corpo explodiria a qualquer momento com tanta pressão que eu estava fazendo pra suportar tudo aquilo.
- Eu não queria te magoar. Eu não queria que você se sentisse traída por mim. – Ele se aproximou e eu me afastei. – Eu sinto muito. – Ele abaixou a cabeça.
- Mais alguma coisa? – Eu precisava ir embora dali.
- Tem algo que eu possa fazer pra concertar? – Ele perguntou, passando as mãos pelos olhos, secando as lágrimas que haviam lá.
- Não. – Eu deixei de olhá-lo por poucos segundos, encarando o chão. – Só me deixa em paz, ok? – Eu pedi, passando uma das mãos pelos meus cabelos. – Eu quero que você e a sejam muito felizes. – Eu comecei a respirar mais rápido, porque eu sabia que não aguentaria segurar tudo aquilo dentro de mim por muito tempo. – E seja um bom amigo pra Amber, ok? – Dizer isso foi a mesma coisa que ter arrancado meu coração com as próprias mãos. Eu queria dizer mais coisas pra ele, mas eu precisava sair dali. Eu virei de costas e vi encostado no capô de seu carro com os braços cruzados, observando a conversa de longe. Quando ele viu eu me aproximar, ele foi até a porta do passageiro abrir a porta pra mim.
- EU VOU TE PROVAR QUE VOCÊ AINDA É A MINHA MELHOR AMIGA. – Ouvi gritar, enquanto eu entrava no carro. – Você vai ver. – Ele não conseguiu gritar, porque as lágrimas o impediram.

Eu e crescemos juntos. Nós sempre fomos melhores amigos. Nos entediámos como ninguém. Ele sempre sabia o que eu estava pensando e eu também sabia o que ele pensava. Nós sempre fizemos muito um pelo outro. Nos conhecíamos muito bem. Ter aquela conversa e não ter visto nenhuma lágrima escorrer pelo meu rosto significava pra ele que as coisas estavam muito ruins. Significava que a minha raiva era maior do que qualquer outro sentimento que eu tinha por ele. sabia que eu estava magoada e ele sim fazia ideia do tamanho da minha decepção, porque ele viu o que eu sofri a minha vida toda por causa da Amber. Ele foi o que mais viu de perto o jeito que eu ficava quando ela chegava na cidade. sabia disso, ele sabia o quanto isso foi ruim na minha vida e ele foi contar tudo aquilo logo pra ela! Pra Amber! observou o carro sair do estacionamento do restaurante e se afastar.

não havia dito nada desde que havia entrado no carro. O silêncio reinava e tinha medo de dizer qualquer coisa. Ele estava sentindo toda aquela pressão dentro de mim, ele me conhecia. sabia que eu estava prestes a explodir. Ele queria que eu fizesse isso sozinha. Ele queria que eu mesma decidisse a hora explodir. Eu percebia ele me olhar, enquanto ele dirigia.

- Tudo bem? – perguntou, me olhando. O farol estava fechado.
- Está. – Eu menti novamente pra ele e pra mim mesma. Tinha algo dentro de mim, me sufocando, acabando com as minhas forças. Parecia que todo aquele peso de ter perdido a amizade de , e tinha vindo de uma vez só.

Chegamos em minha casa. O lanche estava no banco traseiro e eu não estava com a mínima fome. O carro parou e eu desci rapidamente. me observou, pegando o lanche o mais rápido que consegui no banco traseiro do carro e depois trancando o mesmo. Ele acelerou o passo, mas não conseguiu me alcançar. Eu abri a porta e esbarrei em que descia as escadas. Ele me olhou subir as escadas daquele jeito e depois olhou pro , percebendo a expressão de tristeza em seu rosto.

- O que aconteceu? – perguntou, descendo o último degrau e ficando de frente pro .
- Ela e o brigaram. – foi breve. – Ela não está nada bem. – adicionou, colocando os lanches sobre a mesa. ficou imediatamente preocupado.

Eu cheguei em meu quarto e finalmente pude respirar normalmente. Joguei a minha bolsa de qualquer jeito sobre a cama. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas e a dor que eu achei que sumiria no momento em que eu pudesse respirar novamente não foi embora. Ela estava ainda maior agora. Ela estava me sufocando e eu não estava conseguindo fazê-la parar. Eu tentava respirar com mais intensidade e todo o ar que eu puxava pra dentro de mim parecia ser dor. Eu passei uma das mãos pelo cabelo, sem saber o que fazer. Eu ainda não estava chorando, mas era o que eu mais queria. A raiva ainda parecia estar segurando tudo aquilo dentro de mim. Eu olhei por todo o meu quarto, sem saber como fazer aquela dor parar. Encarei o meu armário e paralisei por um tempo. Parecia o certo a se fazer.

- ... – Ouvi a voz de , mas isso não me impediu de ir até o meu armário e abrir as portas dele com agressividade.
- Espera, o que você está fazendo? – fez cara de confuso, me observando.
- Eu cansei... – Eu comecei a mexer em minhas roupas e comecei a tirar algumas peças de roupas e jogá-las sobre a minha cama. – Eu não quero mais nada disso na minha vida. – Eu comecei a pegar fotos e papeis que estavam no fundo do meu guarda-roupa e jogá-las no chão.
- Para, . – disse, assim que eu virei de costas pro guarda roupa. – Está tudo bem. – disse, tentando se aproximar.
- NÃO! NÃO ESTÁ! – Eu gritei, empurrando ele pra longe de mim. Meus olhos estavam transbordando lágrimas, mas eu não as deixava cair. Fui em direção a minha cama e me sentei ao lado das roupas que eu havia jogado ali. Eram roupas que eu havia ganhado de presente de todos eles. Eram roupas que me faziam lembrar deles, os meus amigos. Eu comecei a rasga-las com uma raiva que parecia não caber em mim. – Eu não quero mais isso. – Eu disse, rasgando peça por peça. A blusinha que havia me dado, o vestido que comprou porque tinha achado a minha cara, a camiseta do time de futebol da escola que havia mandado fazer especialmente pra mim.
- , para com isso! Você está me deixando preocupado. – sentou em minha frente na cama.
- Não fique! Faça como eles! – Eu disse, terminando de rasgar a última peça. – Pare de se importar comigo. – Eu olhei pra ele e vi seus olhos tristes me encararem. Eu me levantei da cama, me jogando no chão em frente aos papeis e fotos que eu havia tirado de dentro do meu guarda-roupa.
- , não. – pediu, antes que eu começasse a rasgar as cartas que e viviam me mandando quando estávamos na 5° série. Nelas nós dizíamos que seriamos amigas para sempre e que nunca íamos nos separar. Esse era um costume nosso. Nós ficávamos trocando cartinhas de amizade.
- Eles não se importam mais! – Eu disse, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Eu já não conseguia dizer tudo aquilo com a raiva que eu queria. – Eu perdi as minhas amigas, o meu melhor amigo... – Eu parei e olhei pra uma foto minha e da . – Porque eles não se importam mais comigo. – Toda a minha dor e raiva viraram desespero. O meu choro aumentou. Olhei pro chão e vi a corrente que havia me dado, que dizia ‘Melhores Amigos’ e era dividida em dois corações. Metade estava com ele e a outra estava comigo. Ela estava em minha mão agora e eu comecei a chorar mais alto e de forma mais dolorosa. Eu a apertei e a olhei por um tempo em minhas mãos. – Eles não precisam mais de mim. – Eu disse chorando mais do que nunca. Coloquei as mãos em meu rosto e continuei chorando daquele jeito que também fazia doer em e .
- .. – chamou o amigo e o olhou. Os olhos de estavam cheios de lágrimas e apontou pra mim com a cabeça. Ele queria que fosse até ali me ajudar.

engoliu o seu choro. Ele não queria fazer com que eu me sentisse ainda pior. Deu alguns passos em minha direção e se ajoelhou em minha frente. Tirou as minhas mãos do meu rosto e o encarou, vendo toda aquela dor e lágrimas se misturando.
- Para de chorar, amor. – Ele pediu daquele jeito todo carinhoso. – Eu estou aqui com você. Eu não vou deixar mais ninguém te machucar. – Ele se aproximou, colocando minha cabeça sobre o seu peito e me abraçando.
- Eu não sei mais como ser forte. – Eu disse, ainda chorando desesperadamente. – Eu não sou forte pra lidar com tudo isso. – Eu passei meus braços em torno dele e o abracei o mais forte de consegui. Apertei a sua blusa, enquanto sentia as mãos dele subirem e descerem pelas minhas costas. – Eu não consigo ser forte. – Eu disse entre soluços. – Eu não consigo. – Eu repeti, fechando os olhos, querendo fazer com que toda aquelas lágrimas parassem de sair dos meus olhos. ficou um tempo me abraçando e quando ele descolou os nossos corpos era pra ele poder olhar em meu rosto. Ele me olhou e tirou algumas mexas de cabelo que estava grudadas em meu rosto por causa das lágrimas. sorriu de forma fraca e nem deixou os dentes a mostra.
- Tudo bem não ser forte ás vezes. – Ele negou com a cabeça com aquele mesmo sorriso. Eu engoli o choro e respirei com calma, querendo me acalmar. – Eu vou ser forte por você, ok? – acariciou o meu rosto e passou os dedos embaixo dos meus olhos, secando as lágrimas que haviam lá. – Eu não vou deixar mais nada de ruim acontecer. – Ele disse e se aproximou, beijando calmamente e minha testa. Eu fechei os olhos e passei meus braços em torno dele, demonstrando o quanto aquilo estava me ajudando.
- Obrigada. – Eu disse, ainda sem abrir os olhos. Toquei o rosto dele e trouxe o rosto dele pra baixo e assim que percebi que seus lábios estavam na frente dos meus, os selei. – Obrigada por tudo. – Eu disse, depois de descolarmos os nossos lábios. Olhei os olhos dele e descobri um verdadeiro motivo para ser forte. Eu ainda respirava de forma rápida, porque eu ainda estava me acalmando, mas as lágrimas ao menos haviam desaparecido.
- ? – se agachou ao meu lado. Eu olhei pra ele e ele sorriu. – Nunca mais faça isso de novo. – Ele pediu um pouco mais sério. – Você me assustou. – disse e eu quase sorri.
- Me desculpa. – Eu olhei pra ele.
– Vem, levanta. – Ele se levantou e estendeu a mão em minha direção. Eu a segurei e ele me puxou. – Vem você também, . – Ele fez voz fina e manteve a mão esticada em direção ao . Ele riu e negou com a cabeça.
- Sai fora! – se levantou sozinho e gargalhou. Eu nem dei muita atenção para o que eles estavam falando. Estava olhando pra minha cama, que estava cheia de roupas rasgadas. também olhou pra cama e soube o que deveria fazer.
- Eu vou levar isso pra baixo. – se aproximou da cama e pegou toda a roupa que eu havia rasgado e saiu do quarto, deixando eu e sozinhos.
- Escuta... – disse, tocando as minhas costas. Eu me virei para olhá-lo. – Nós podemos falar sobre isso? – Ele perguntou, não querendo ser inconveniente.
- O que você quer saber? – Eu não me importei, mas eu tinha medo que ele dissesse algo sobre a Amber. Algo pra defender ela.
- Eu entendo sobre a e o , mas... – fez cara de dúvida.
- A ? – Eu deduzi e ele afirmou com a cabeça. – Ela preferiu ficar do lado da Amber. – Eu suspirei. – Ela não atura o fato de eu odiar a prima dela. Ela começou a me tratar mal e nós brigamos. – Eu resumi tudo de uma vez.
- Eu sabia... – negou com a cabeça, fazendo careta. – Ela não sabe o que está fazendo. – analisou, irritado.
- Deixa pra lá, . – Eu neguei com a cabeça, olhando ele de perto. – Eu não me importo mais, lembra? Não mais. – Eu me aproximei e selei os seus lábios rapidamente.
- Você está bem agora? – perguntou, depois que descolamos os nossos lábios. Ele ainda parecia preocupado.
- Eu acho que sim... – Eu tentei sorrir. – Você tem essa habilidade de fazer as coisas ficarem bem. – Ele sorriu ao me ouvir dizer aquilo. Selou os meus lábios mais uma vez.
- Eu não quero mais ver você daquele jeito, ok? – Ele disse, observando o meu rosto. Colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.
- Certo. – Eu sorri apenas por perceber a preocupação dele comigo. Eu me afastei dele e me agachei para pegar aqueles papeis e fotos no chão. – Eu fiz uma bagunça. – Eu fiz careta. Não, não foi nada legal pegar aquelas coisas que antes eram boas lembranças pra mim.

me ajudou a pegar as coisas. Ele separou as fotos que eu não havia rasgado e as guardou em uma das gavetas do meu criado mudo. Eu separei o que eu havia rasgado para jogar no lixo depois. A única coisa que havia restado no chão era a corrente de . Eu a peguei e a observei por um tempo. Eu estava me lembrando de quando ele havia me dado. Foi mais ou menos na 6° série. me observou enquanto eu encarava aquela corrente. Eu a olhei pela última vez e depois olhei pro , esticando a minha mão.

- Pega. – Eu disse e ele nem se moveu. Não entendeu o que eu queria que ele fizesse. – Devolva pra ele. – Eu pedi e ele me olhou, impressionado. Não esperava que eu pedisse aquilo.
- Tem certeza? – perguntou, chateado com a situação. Ele sabia o quanto aquela corrente significava pra mim.
- Por favor, pega. – Eu soltei uma parte da corrente, fazendo com que ela se abrisse. a olhou e estendeu a sua mão, colocando-a embaixo da minha. Eu soltei a corrente e ele fechou a mão. Eu me levantei, fingindo pra mim mesma que fazer aquilo não havia sido doloroso.

Não, eu não havia superado aquilo. Esse é o tipo de coisa insuperável. Amor é um sentimento muito poderoso. Você faz as maiores loucuras por ele sem nem perceber, mas apesar disso, você sabe que em alguma hora você vai se machucar. Você ama alguém, sabendo que em alguma hora esse alguém vai te magoar. Amizade? Amizade não. Você espera as melhores coisas de uma amizade. Você espera que aquelas pessoas estejam com você a vida toda e quando você menos espera, elas não fazem mais parte dela. Você nunca está preparado para ser magoado por um amigo, nem pelo melhor deles.

- Eu preciso tomar banho. – Eu voltei a olhar em direção do meu armário.
- Você ainda vai me ajudar com o seu irmão e a ? – perguntou, me observando de costas. Eu pegava a roupa que eu colocaria depois do banho.
- Claro. – Eu olhei rapidamente pra trás. – Eu vou estar melhor depois do banho. – Eu afirmei, fechando a porta do guarda-roupa.
- Eu vou te esperar lá embaixo então. – apontou pra porta atrás dele.
- Está bom. Daqui a pouco eu desço. – Eu avisei e ele sorriu, afirmando com a cabeça. Pegou os papeis resgados no chão. – Vou jogar isso. – Ele voltou a se levantar, se afastando e saindo do meu quarto.

Fui pro banho e aproveitei para pensar um pouco, como eu costumo fazer. Apesar de tudo o que eu fiz e de como eu havia me sentido há minutos atrás, eu não podia continuar daquele jeito. Não só por mim, mas pelo . Ele não gostava de me ver assim e eu não podia arruinar os nossos últimos dias por causa daquelas pessoas que nem mereciam o meu tempo. Eu me esforçaria a partir de agora para não deixar que eles me atingissem, pra não deixar nada estragar esses últimos dias com o .

HORA DE MUDAR A MÚSICA:



Sai do banho e fui direito trocar de roupa. Já coloquei a roupa (VEJA AQUI)que usaria para ir ao parque com e dali algumas horas. Deixei o cabelo (ainda molhado) solto. Desci as escadas com um humor totalmente diferente. estava na sala com . Eles estavam jogando um jogo de videogame qualquer.

- Hey... – Eu disse, chegando na sala. Eles me olharam, vendo que eu estava com a cara melhor. sorriu, satisfeito.
- Hey linda! – O sorriso de aumentou. Eu andei até ele e me sentei ao seu lado. Um dos braços dele passou em volta de mim, me puxando pra mais perto dele. Selei os lábios dele rapidamente, porque o estava ali. Olhamos pro , que estava fazendo cara de nojo.
- O que foi, cara? – quase riu.
- Nada. – Ele riu e negou com a cabeça. – Subiu um vomitinho, mas eu to legal. – sorriu.
- Vai aprendendo... – Eu disse rindo e fez cara feia e negou com a cabeça. – Onde estão a mãe e o pai? – Eu perguntei, percebendo que só havia nós ali.
- Eles foram ver alguma sobre a sua casa em Nova York. – não sabia muitos detalhes.
- Ahn é! Eles me falaram sobre isso. – Eu me lembrei vagamente da minha mãe ter me dito algo sobre isso.
- Então, o que vamos fazer? – se referiu ao nosso plano dele reconquistar a .
- Nós tivemos uma ideia. – explicou.
- Envolve um motel? – perguntou, sério.
- Não. – Eu arqueei a sobrancelha.
- Cama? – deu um sorrisinho.
- Também não. – forçou um sorriso.
- Droga! – disse, desapontado.
- É um encontro romântico, lembra? Não uma refilmagem de American Pie. – disse e fez cara de insatisfeito.
- Certo. Qual é o plano? – disse, sabendo que odiaria o que ouviria. – Só pra deixar claro que fazer serenata, pular de paraquedas e cantar ao vivo está fora de cogitação. – já logo avisou.
- Não tem nada de errado com a última opção. – Eu olhei com cara feia.
- Tem muita coisa errada nisso pra mim, querida. – sorriu com sarcasmo.
- Nós pensamos em um jantar. – estava ficando de saco cheio e foi direto ao assunto.
- Jantar? – fez cara de pensativo e afirmou com a cabeça, demonstrando que não era tão ruim.
- Um jantar duplo. – explicou.
- Jantar duplo? – arregalou os olhos. – O que? A vai levar uma amiga? – sorriu, empolgado. – Não brinca com os meus sentimentos desse jeito, cara. – riu.
- Não, idiota. – Eu revirei os olhos, segurando a risada. estava tendo ataques de risos do meu lado. – Eu e também vamos no jantar para te ajudar. – Eu expliquei de uma vez.
- A minha ideia foi bem melhor. – fez careta.
- Nós vamos pra te dar uma ajuda. Sem que a perceba, é claro. – deu mais detalhes.
- Quando vai ser isso? Hoje tem a festa dos alunos. – lembrou. Tinha até se esquecido.
- É mesmo.. – também havia se esquecido.
- Vamos pra festa depois. – Eu dei a ideia.
- Você vai querer ir? – estranhou. Achou que depois do que aconteceu hoje, eu quisesse evitar encontrar todos.
- Claro. Você é o capitão do time, certo? Você não pode faltar e eu vou te fazer companhia. – Eu sorri e me olhou, comovido.
- Sério? – me olhou com um sorriso bobo.
- Dá pra focar em mim? – disse, impaciente. Eu e olhamos pro , irritados.
- Ta bom! Vamos começar logo isso. – se levantou do sofá.
- Espera. A já sabe desse jantar? – perguntou, se levantando.
- Eu vou ligar pra ela. – Eu avisei, mostrando o meu celular.
- Então liga logo. Se ela não aceitar ir, eu nem preciso aprender essa coisa ridícula. – cruzou os braços me olhando. Eu ri, negando com a cabeça. Digitei o telefone e escutei ele chamar algumas vezes.
- Oi ! – me atendeu, toda amorosa. Nem parecia a mesma garota da noite retrasada.
- ! – Eu olhei pro , ele estava sorrindo pra mim.
- Como você está, gata? – perguntou.
- Estou bem e você? – Eu também perguntei.
- Também. – Ela respondeu. – O que está rolando? – queria saber o motivo de eu ter ligado.
- Na verdade, é o que vai rolar. – Eu ri, fazendo careta. Não sabia se ela aceitaria.
- Como assim? – Ela não entendeu.
- Vamos sair pra jantar hoje? – Eu olhei pro e ele parecia aflito.
- Mas hoje não é a festa da escola? – fez careta. Não queria perder a festa da escola. Era sempre muito boa, ainda mais agora que nós éramos os veteranos.
- Sim, mas vamos jantar antes e depois vamos pra festa. – Eu expliquei.
- Ahn, então pode ser! – sorriu, achando a ideia ótima. – Quem vai? – Ela perguntou e eu fiz careta.
- Eu, você, o e... o . – Eu escutei o telefone ficar em silêncio por um tempo.
- Como um encontro duplo? – arqueou a sobrancelha.
- Ele quer uma chance pra acertar as coisas com você, . – Eu abri o jogo de uma vez. revirou os olhos.
- Eu já dei milhões de chance. Estou dando desde que começamos a ficar juntos! – disse, irritada.
- A última! Eu não estou pedindo pra você aceita-lo de volta. Estou pedindo pra você dar a ele mais uma chance de lutar por você. – Eu disse, tentando comovê-la.
- Eu não sei.. – realmente estava indecisa.
- Por favor, por mim! – Eu implorei. – Se der errado, você pode ficar brava comigo! – Eu estava mesmo me esforçando.
- Ok! Ok! – suspirou e logo depois sorriu. – Vamos fazer isso. – Ela riu.
- Ótimo! – Eu afirmei com a cabeça, demonstrando pro que ela havia aceitado. começou a dançar pela sala. – Ele passa te pegar ás 21hrs, certo? – Eu perguntei.
- Tudo bem. – Ela sorriu. Apesar de tudo, ela estava empolgada. Ela ainda amava o e agora ele parecia estar dando o valor que ela sempre mereceu receber. – Beijos, até mais tarde. – Ela disse, antes de desligar.
- Beijos. – Eu desliguei, olhando pro .
- VOCÊ É FODA! – apontou pra mim.
- Eu sei, querido. – Eu pisquei pra ele.
- Certo, vamos começar logo com isso, porque daqui a pouco nós temos que sair com a minha irmã. – olhou pra mim, querendo que focássemos no que realmente era importante. O jantar não adiantaria de nada se não soubesse como ser romântico.
- Beleza, vamos começar com essa coisa ridícula logo. – olhou pro , mostrando-se pronto.
- Antes, eu tenho que fazer algumas perguntas. – ficou de frente pro . Eles estavam de pé e eu ainda estava sentada no sofá.
- Ok, então faça. – o olhou, sério.
- Quantas vezes por dia você dizia pra ela que você a amava? – perguntou, sério.
- Está falando sério? – arqueou a sobrancelha.
- Estou. – arqueou a sobrancelha.
- Por quê? Quantas vezes por dia você fala pra minha irmã? – olhou pra mim e depois voltou a olhar pro . Eu e nos olhamos, pensativos. Nunca paramos pra contar. fez cara feia. – Não, não. Esquece! Eu nem quero saber! – sabia que o número de vezes seria mais do que ele pudesse suportar. Eu e rimos.
- Responda pergunta, . – Eu pedi e ele me olhou.
- 3 vezes por semana? – fez careta, sabendo que era muito pouco.
- 3 vezes por semana!? – o olhou, assustado.
- 4 vezes... por semana? – sorriu, tentando melhorar a sua situação.
- Cara... – negou com a cabeça, rindo.
- O que? – não entendeu. – Eu não sou um gravador pra ficar repetindo. Ela já sabe! – disse, achando que aquilo fazia todo o sentido.
- , você tem que lembra-la disso sempre que puder. Mulheres gostam de ouvir isso. Deixa elas mais seguras em relação ao que você sente por elas. – explicou.
- Que coisa mais sem sentido. – revirou os olhos.
- Tudo relacionado as mulheres é sem sentido. Não é pra fazer sentido, é pra ser sentido. – disse, sabiamente.
- Por que elas são tão complicadas? – abriu os braços, indignado.
- Primeira lição: você nunca vai entendê-las. Não tente, finja! – afirmou.
- Ele está certo. Eu não posso negar. – Eu concordei, ainda sentada no sofá.
- Está vendo? – riu, apontando pra mim. – Se eu disser isso pra ela amanhã, provavelmente ela terá outra reação. – continuou rindo e também riu.
- Sim, nós somos um pouco instáveis. Ainda mais se estivermos na TPM. Qualquer coisa pode dos ferir e magoar. – Eu revirei os olhos.
- Independente de qualquer coisa, você tem que demonstrar a elas que você se importa e que entende pelo que elas estão passando. – continuou a sua explicação.
- Sim, mesmo que elas sejam sensíveis, instáveis, choronas... – Eu fui dizendo.
- Reclamonas, depressivas... – continuou dizendo e eu fiz cara feia pra ele.
- Sim.. – Eu concordei, querendo demonstrar que aqueles adjetivos já eram suficientes.
- Chatas, insuportáveis, as vezes irritantantemente sentimentais e... – não pararia de dizer tão cedo.
- Ele já entendeu, ! – Eu disse, séria. olhou pra mim e sorriu, sem jeito.
- Eu nem percebi que eu.. – continuou com aquele sorriso.
- Apenas continue a sua explicação. – Eu forcei um sorriso.
- Ok. – voltou a olhar pro , que estava rindo. – Você precisa dizer essas coisas pra elas por causa desse lado sentimental delas. Elas não são como nós, elas gostam de ver que nós nos importamos. O único jeito de demonstrarmos é através das palavras. – voltou a explicar.
- Entendi. – afirmou com a cabeça. – Toda essa baboseira serve só para aumentar o ego delas e para elas terem certeza de que não vamos trocá-las pela primeira prostituta que passar em nossa frente. – disse como se fosse algo normal. voltou a rir.
- Você entendeu! – deixou passar. Pelo menos havia entendido o sentido de tudo aquilo.
- Ta e o que mais? – queria aprender tudo de uma vez.
- Ser romântico não é só dizer coisas românticas. É um conjunto de palavras e ações. – voltou a explicar.
- Sei.. – fez careta.
- Você tem que ser cavalheiro. – foi direto ao ponto.
- Eu era! – justificou. – Eu sempre abria os refrigerantes pra e sempre deixava ela pegar a comida antes de mim quando íamos nos restaurantes. – tinha orgulho do que estava dizendo. Eu coloquei uma das minhas mãos no meu rosto e neguei com a cabeça.
- , eu estou falando sobre abrir a porta do carro pra ela. – rolou os olhos.
- Eu não entendo isso! Ela tem mãos, não tem? Ela mesma tem que abrir ou vai ficar muito dependente de mim. – disso, sério.
- Você não está fazendo um favor pra ela, você está sendo cavalheiro. – negou com a cabeça.
- Ser escravo, você quer dizer? Elas gostam de nos fazer de escravos também? – olhou pra mim.
- Definitivamente. – Eu quase ri, afirmando com a cabeça.
- Vê-las de empregadas parece muito mais divertido pra mim. Digo, roupas de empregadas são sexy’s, certo? – sorriu pro .
- Com certeza! – concordou, rindo.
- NÃO QUE VOCÊ JÁ TENHA IMAGINADO A MINHA IRMÃ DESSA FORMA, CERTO? – disse em um tom mais alto e havia um sorriso falso em seu rosto.
- Não, não. – riu, sem jeito. – É claro que não. – ficou sério no segundo seguinte.
- Bom. – sorriu, satisfeito. – Então, eu tenho mesmo que ser cavalheiro? – Ele fez careta.
- Sim, abrir a porta do carro e puxar a cadeira para ela sentar no restaurante. – explicou.
- Ta, eu entendi. – Ele suspirou. – O que mais? – queria saber se tinha mais alguma coisa.
- Espera, agora me mostra o jeito que você sorri pra ela. – olhou pro , esperando o tal sorriso.
- O que? – arqueou a sobrancelha.
- O jeito que você sorri pra ela. – repetiu.
- É o jeito que eu sorrio pra todo mundo! – riu, achando que era maluco.
- Sempre tem um sorriso que você dá só pra ela. – explicou.
- Eu não faço ideia do que você está falando, mas se você quiser eu posso te mostrar outra coisa que eu dei só pra ela. – disse, sério.
- Oh meu Deus... – passou a mão pelo rosto, chorando de rir. Eu não conseguia me controlar.
- O que? – não entendeu. – Não... – finalmente entendeu e fez careta. – Eu estou falando dessas flores. – apontou pro vaso de flores que havia em cima de um móvel da sala. – Eu dei um igual a esse pra uma vez. – completou, fazendo cara feia pra mim e pro . – Você está muito safado atualmente. – cerrou os olhos pro .
- Eu? – fingiu estar ofendido.
- Mantenha toda essa safadeza longe da minha irmã. – disse em tom de aviso.
- Não tem safadeza nenhuma. – fez careta, sabia que poderia se meter em problemas se continuasse com esse assunto. - Cara, você vai levar isso a sério ou não? – o olhou, bravo. – Isso é um interesse seu e não meu. Não quer aprender, não aprende. – estava irritado. Estava perdendo o tempo dele para o ficar tirando com a sua cara.
- Ok, ok! Desculpa. – mostrou-se arrependido. – Eu não resisti. – voltou a rir, mas segurou a risada para não deixar mais bravo. – Falar coisas românticas, ser cavalheiro e o que mais? – quis mostrar que queria continuar.
- O jeito que você trata ela. O jeito que você abraça, olha, sorri e beija ela. Tem que ser especial e não a mesma coisa de sempre, não o mesmo jeito que você age com as outras pessoas, porque ela é diferente. – voltou a explicar.
- Certo, eu vou trabalhar nisso. – disse, pensativo. Ele estava memorizando todas aquelas coisas.
- Isso é importante. – Eu concordei.
- Como eu devo olhar pra ela, ? – quase riu, olhando pro .
- Eu não sei... – também riu. – Cada um tem o seu jeito. – Ele completou.
- Como é o seu jeito? – perguntou um pouco mais sério.
- Algo como.. – fez um olhar sedutor. É claro que ele estava brincando. quase riu.
- Cara, da última vez que alguém me olhou assim, eu estava no quarto do e você sabe onde isso terminou. – disse e eu quase morri de tanto rir.
- Vai se ferrar. – disse, não conseguindo controlar a sua risada.
- Eu estou ficando com ciúmes. – Eu disse, ainda rindo.
- E como você abraça ela? – o olhou com um sorriso engraçado no rosto.
- , se você quer um abraço meu é só falar! – abriu os braços e fez cara de nojo.
- Não vai acontecer. – riu, negando com a cabeça.
- Isso geralmente funciona com as garotas. – sorriu pra mim.
- É, funciona.. – Eu ri e pisquei um dos olhos pra ele.
- Certo, eu já aprendi tudo? Onde eu pego o meu diploma? – abriu os braços.
- Diploma? – riu. – Cara, você deve ser o pior aluno de todos. – Ele negou com a cabeça.
- Qual é! Não foi tão ruim assim. – fez careta.
- Você vai ter que provar hoje à noite. – Eu me levantei do sofá.
- Falando nisso, nós precisamos combinar algumas coisas pra nós podermos nos comunicar durante o jantar sem a perceber. – adicionou.
- Eu não sei.. – fez cara de pensativo.
- O pode fazer alguma coisa, algum sinal que só você saiba. Ai você vai perceber que está fazendo ou dizendo algo errado. – Eu também estava pensando em algo.
- Você pode me chutar por debaixo da mesa. – deu a ideia.
- É uma boa ideia. – concordou.
- Vai ser isso então. – finalizou o assunto.
- Não vai esquecer de abrir a porta do carro quando você for busca-la e de puxar a cadeira pra ela sentar no restaurante. – relembrou.
- Não vou esquecer. – revirou os olhos.
- Certo. Podemos ir então? – Eu olhei pro .
- Podemos. Já está quase na hora da minha mãe sair. – colocou a mão no bolso, tirando a chave de seu bolso.
- Vejo vocês ás 21hrs. Onde mesmo? – achou que não se lembrava, mas na verdade ele nem sabia.
- Aquela pizzaria perto da escola, sabe? – disse.
- Na esquina daquele shopping? – estava em dúvida.
- Lá mesmo! – sorriu.
- Vou estar lá. – sorriu pro amigo e depois pra mim.
- Ok, até lá. – esticou o braço e eles fizeram o seu típico toque de mãos.
- Obrigado, cara. – sorriu, agradecido.
- Sempre que precisar, amigo. – também sorriu.
- Capricha no visual, irmão. – Eu pisquei pra ele.
- Está brincando? Quando é que eu não capricho, garotinha? – disse de um jeito engraçado.
- Você sempre arrasa. – Eu disse com um sorriso um pouco mais fraco. Me aproximei e o abracei apertado. – Obrigada por hoje. – Eu disse, me referindo ao modo com que ele havia me apoiado na hora em que eu entrei naquele desespero sem fim. sorriu, comovido com aquele abraço.
- É o meu trabalho, certo? Cuidar da minha irmãzinha pentelha? – disse de forma carinhosa. Eu terminei o abraço para olhá-lo. Toquei o seu rosto e o observei.
- Eu te amo. – Eu disse e ele sorriu, sem jeito.
- Qual é, corta essa. – fez careta.
- Ok. – Eu ri, negando com a cabeça. – Até. – Eu me afastei dele, indo ao lado do .
- Não se esquece de falar as coisas certas. Lembre-se de todos aqueles filmes românticos e toscos que ela te fez assistir. – gritou, saindo pela porta.
- Eu vou. – gritou, rindo.

Eu fechei a porta e nós caminhos até o carro dele. Entramos no carro e ligou o rádio. Deu a partida e começamos a ir em direção a casa dele. No rádio tocava uma música lenta, acho que era da Adele. Nós ficamos um tempo em silêncio.

- Eu acho muito bonita essa sua amizade com o seu irmão. – disse e depois me olhou, deixando de dar atenção ao trânsito.
- Ele é incrível. – Eu sorri fraco. – Até mesmo quando ele fica com vergonha de demonstrar que se importa. – Eu ri, olhando pro .
- Ele demonstra. Do jeito dele, mas ele demonstra. – também riu.
- Ele já fez tanto por mim, que quando eu penso que vou ficar longe dele eu sinto vontade de desistir de tudo. – Eu voltei a sorrir daquele jeito meio triste. – Tem noção de quantas culpas e castigos ele já levou dos meus pais pra me defender? Às vezes eu chegava mais tarde do que deveria em casa ou eu saia quando eu estava de castigo e sempre quando eu ia ser castigada, ele aparecia e dava um jeito de dizer que ele era o culpado e não eu. – Eu neguei com a cabeça, enquanto as memórias passavam pela minha cabeça.
- Eu lembro dessa época. – olhou pra mim, rindo.
- Eu não fui sempre tão comportada assim. – Eu também ri. – Teve até uma vez que ia ter um show do Maroon 5 na cidade. Eu estava de castigo. Eu não tinha dinheiro pro ingresso e nem tinha como ir. Naquela noite depois dos meus pais irem dormir, ele foi até o meu quarto, dizendo que me levaria no show. Nós saímos pela janela e quando chegamos lá, ele pagou o ingresso pra mim. – Eu disse, lembrando daquele dia tão divertido.
- Eu nunca soube disso. – olhou pra mim, chocado.
- me pediu pra não contar pra ninguém que ele havia ido ao show do Maroon 5. Você sabe, ele não é fã. – Eu disse, achando engraçado.
- Eu entendo perfeitamente. – fez careta. Ele também não era fã. – E eu guardarei esse segredo. – riu pra mim.
- Obrigada. – Eu também ri. Ficamos um tempo em silêncio, parecia pensativo com alguma coisa.
- Quer saber de uma coisa? – me olhou, mais sério.
- O que? – Eu fiquei observando ele.
- Eu tenho medo da reação da quando ela souber que ela não é totalmente a minha irmã. – disse, sem me olhar. Ele estava prestando a atenção no trânsito.
- Ela é a sua irmã, . Nada muda isso. Uma certidão de nascimento não vai mudar o que você significa pra ela. – Eu tentei tranquiliza-lo em relação a aquele assunto.
- Eu sei, mas é que nós brigamos tanto. Quando ela souber de tudo, não vai haver mais aquela desculpa de que ‘irmão brigam’. – explicou melhor o seu medo.
- Porque não? Vocês vão continuar sendo irmãos. – Eu voltei a dizer.
- Eu sei disso. Ela é a minha irmã, ela sempre vai ser a minha irmã. Eu sempre vou cuidar dela, eu sempre vou fazer de tudo pra ela ser feliz, mas isso é o que eu sinto. Eu não sei o que ela vai sentir. Eu não sei se ela ainda vai me considerar o irmão dela. – ficava meio triste com o assunto, porque seu pai estava indiretamente envolvido nesse assunto.
- Não vai acontecer. – Eu peguei a mãos dele e entrelacei os nossos dedos. – Eu tenho certeza, ok? – Eu depositei um beijo na parte superior de sua mão. Ele me olhou, admirado.
- Eu não sei o que vai acontecer se um dia ela disser que eu não sou o irmão dela. É uma das coisas que eu mais tenho medo de ouvir. – continuou a dizer.
- Ela não vai! – Eu afirmei, convicta. – Olha pra mim. – Eu pedi, aproveitando que estávamos em uma rua pouco movimentada. Ele me olhou e eu soltei a sua mão e a levei até o seu rosto. Ele aproveitou que a sua mão estava por perto e a deixou sobre a minha coxa, um pouco acima de meu joelho. – Para de ser paranoico, ok? Não vai acontecer. Ela nunca vai dizer isso, porque você é o melhor irmão que ela poderia ter. Ela tem sorte de ter um irmão como você e ela sabe disso. Eu tenho certeza. – Eu disse e logo me aproximei, selando seus lábios. sorriu como um bobo quando desgrudamos os nossos lábios.
- Eu amo tanto você. Sabia disso? – voltou a olhar rapidamente pra rua e depois pra mim.
- Eu sei, mas você pode ficar repetindo isso quantas vezes quiser. – Eu ri, voltando a me sentar da forma correta em meu banco. A mão dele continuava em minha coxa. É claro que eu notei, mas não disse nada. Não havia nada demais.

Chegamos na casa dele. esperava na varanda da casa. Foi só ela ver o carro de estacionar, que ela saiu correndo em nossa direção. Ela era tão linda e amorosa comigo, que eu até me impressionava. Descemos do carro e fomos até ela, que nos esperava com um enorme sorriso na calçada.

- Demorei? – perguntou, passando a mão pela cabeça de sua irmã.
- Não, eu acabei de ficar pronta. – Ela levantou a cabeça e sorriu pra ele.
- Tem alguém aqui que está a fim de ir ao parque? – Eu perguntei, apenas para atiçar a vontade dela.
- EU, EU, EU! – Ela pulou com uma das mãos levantada.
- Vamos lá, então. – Eu pisquei pra ela, que correu até o meu lado e segurou a minha mão.
- Eu vou buscar uma coisa lá dentro. Entre no carro que eu já volto. – saiu correndo em direção a casa.

Eu fiz o que ele pediu. Levei até o carro e ajudei ela a entrar no banco traseiro. Me sentei no banco da frente e coloquei o cinto de segurança. Liguei o rádio apenas para descontrair. Olhei pra casa e vi vindo correndo em direção ao carro. Havia um caderno em suas mãos. Abriu a porta do carro, se sentando ao meu lado.

- Pronto. – Ele colocou o caderno sobre o meu colo e colocou o seu sinto de segurança.
- O que é isso? – Eu perguntei, folheando o caderno, que tinha todas as suas páginas brancas.
- Enquanto ela brinca, nós podemos escrever a sua música. – Ele disse, ligando o carro.
- É mesmo. Boa ideia! – Eu reconheci.
- Que música? – perguntou, sem entender.
- Uma música que a vai cantar. – explicou sem muitos detalhes.
- A é uma cantora? – pareceu surpresa.
- Não, não. – Eu ri brevemente. – Eu só canto ás vezes, não sou tão boa. – Eu olhei pra trás para poder ver o seu lindo rosto.
- Mentira! Ela arrasa. – disse, recebendo olhares feios meus.
- E eu vou poder ver quando você for cantar? – perguntou, sorridente.
- Claro. É a minha formatura, vai estar todo mundo lá. – se adiantou, antes de eu responder.
- Eba! – bateu palmas, comemorando. - Você vai cantar com ela, ? – perguntou, confusa.
- Não. Eu vou só ajuda-la na música. – respondeu, enquanto dirigia.
- E já estamos chegando? – olhou com dificuldade pela janela.
- Quase. – sorriu ao perceber o quanto ela estava empolgada.
- Espero que tenha amigas pra eu brincar lá. – suspirou, ansiosa.

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Chegamos no parque e estava eufórica. O lugar estava cheio de crianças. Era um desses parquinhos de crianças, sabe? Com brinquedos, bancos e árvores. Descemos do carro e segurou em minha mão e depois a de , ficando entre nós. Depois que atravessamos a rua, fomos em direção a uma árvore.

- , presta a atenção. – soltou a mão dela e agachou em sua frente. – Eu e a vamos ficar sentados aqui. – começou a explicar. – Não saia do parque, toma cuidado com os brinquedos e sem brigar com as outras crianças. – alertou.
- Ta bom. – afirmou com a cabeça.
- Então vai lá. – se levantou, dando espaço para ela correr até as outras crianças.
- Se divirta. – Eu me abaixei e beijei o seu rosto. Ela devolveu o beijo, soltou a minha mão e saiu correndo em direção ás outras crianças.

Eu olhei pro e ele observava com um sorriso fraco. Eu me aproximei, passando meus braços em torno de sua cintura e encostei a minha cabeça em seu peito. O sorriso dele aumentou por eu tê-lo abraçado. Colocou seus braços em torno de mim, me abraçando. Beijou a minha cabeça, acariciando as minhas costas com uma das mãos.

- Você vai levá-la mesmo para ver a minha apresentação de formatura? – Eu perguntei.
- Agora eu já disse que levaria. – fez careta.
- Ela já sabe que eu vou me mudar? – Eu perguntei novamente, terminando o abraço para poder olhar no rosto dele.
- Não. – negou com a cabeça.
- Melhor... – Eu sorri, chateada só por tocar naquele assunto.
- É... – Ele concordou com um sorriso fraco.
- Então, vamos escrever a música? – Eu mudei o assunto. Não sabia nem porque havia tocado no assunto anterior.
- Vamos. – entendeu a minha rápida mudança de assunto. – O caderno ficou no carro? – me olhou. Ele havia deixado o caderno comigo.
- Ficou! Droga! – Eu fiz careta. – Eu vou pegar. – Eu estiquei a mão, querendo a chave.
- Não, eu pego. – negou com a cabeça.
- Eu pego. Fui eu que esqueci, né? – Eu peguei a chave de sua mão. – Eu já volto. – Eu sai andando rapidamente em direção ao carro. Destravei e abri a sua porta, pegando o caderno que estava em cima do banco do passageiro. A caneta também estava junto com o caderno. Fechei a porta e voltei rapidamente pra onde estava . Quando cheguei na árvore, vi que ele estava sentado, encostando suas costas na mesma. – Aqui. – Eu mostrei o caderno pra ele.
- Senta aqui. – Ele mostrou o espaço em sua frente. Eu me abaixei e sentei entre as pernas dele, encostando minhas costas em seu peitoral.
- Então? Por onde começamos? – Eu perguntei, encarando a folha e a caneta entre os meus dedos.
- Eu não sei. Você pode falar um pouco sobre você mesma. Você também é uma formanda. O que está sentindo? – tentou aconselhar. Eu voltei a encarar o papel.
- Eu não sei... – Eu ri, negando com a cabeça. Eu era péssima naquilo.
- Fala sobre uma inspiração. O que inspira você? – perguntou, falando quase em meu ouvido.
- Você. – Eu disse e me virei um pouco para olhá-lo.
- Eu? – Ele sorriu, sem acreditar.
- É... – Eu confirmei, meio sem jeito.
- Então, escreva sobre isso. – disse, ainda meio bobo com o que eu havia falado.
- Eu já sei. – Eu comecei a escrever, enquanto me observava.
- Você pode escrever sobre o fato de ter crescido e agora estar pronta pro futuro, sabe? – tentou me dar mais alguns conselhos.
- Hoje. – Eu disse e fez careta, não entendendo.
- O que? – Ele queria que eu explicasse.
- Hoje eu acordei pra realidade. – Eu comecei a explicar. – Eu ainda não havia encarado o fato de que agora as minhas responsabilidades são diferentes. Eu não havia entendido que as coisas não são mais como há anos atrás. Hoje eu fui obrigada a aprender isso da pior maneira possível. – Eu me referia a minha briga com o . – Eu pirei, eu tentei fugir da realidade, eu não queria assumir pra mim mesma que tudo estava diferente. Você me trouxe de volta pra realidade. Você me fez ver que as pessoas certas nunca vão sair da minha vida. É como se eu tivesse crescido e aprendido tudo o que deveria em um só dia. – Eu terminei de explicar e me olhou, comovido.
- Wow, isso é ótimo. Escreva isso. – sorriu fraco. – A sua música vai ficar incrível. – Ele previu, já na primeira estrofe da música.

me ajudava com algumas frases para que elas entrassem na melodia que ele já havia criado. Algumas vezes, eu queria colocar algo na música e eu não sabia como colocar em palavras. sempre sabia como me ajudar e como fazer as palavras descreverem exatamente o que eu estava sentindo.

- O que mais? – perguntou, querendo saber sobre o que mais eu queria escrever. – O que você quer falar para os formandos? – estava tentando me guiar pro caminho certo.
- Eu quero que eles saibam o quão importante é o fato de eles acreditarem neles. Essa fase é cheia de incertezas e inseguranças. Eles têm que ser fortes e não desistir das coisas que eles querem, mesmo que elas sejam difíceis, mesmo que todos digam que eles não vão conseguir. Eu quero que eles saibam o quão valioso é o acreditar. Se eles não acreditarem neles e no que eles são capazes, quem vai? Eles não podem desistir, mesmo que tudo dê errado, porque é o destino deles, é a vida deles, sabe? – Eu expliquei e voltei a escrever.
- Esse é um ótimo conselho. – estava orgulhoso por me ouvir falando aquelas coisas, que antes eram problemas pra mim.
- A música está ficando ótima. – Eu disse, deixando de olhar o caderno para olhar pra ele.
- Sim, está. – olhou pro caderno e depois pra mim.
- Obrigada por estar me ajudando. – Eu ainda olhava pra ele. – Eu estaria pirando sem a sua ajuda. – Eu toquei o seu rosto e ele fechou os olhos, como se aquele momento fosse muito especial pra ele. Ele sorriu, sem que eu dissesse mais nada. Selei os seus lábios e depois que descolamos os nossos lábios, ele abriu os olhos. percebeu que eu estava meio chateada, apesar de estar sorrindo. Algo estava me incomodando. Ele observou meu rosto de perto, colocando uma mexa atrás da orelha.
- O que há de errado? – perguntou, depois de eu virar o meu corpo. Eu ainda estava em frente a ele, mas eu não estava mais de costas. Eu havia virado o meu corpo e agora eu estava encostando as minhas costas em uma das pernas que ele havia levantado. Meu corpo estava de lado pra ele, mas a visão que tínhamos um do outro melhorou bastante.
- Medo... – Eu respondi, sem olhá-lo. Eu olhava algumas crianças brincarem no balanço.
- Do que? – ficou um pouco mais sério, ainda me olhando. Eu abaixei a cabeça e peguei a sua mão, entrelaçando os nossos dedos.
- Eu não sei... – Eu quase sorri, negando com a cabeça. – Do novo, do desconhecido... – Eu nem ia dizer a última parte, mas eu tive que dizer. – Não ter você por perto. – Olhei pra ele e ele me olhava de um jeito triste, mas havia um sorriso em seu rosto, aquele que até escondia seus dentes.
- Eu não vou estar tão longe. – tentou me convencer de que não era tão ruim.
- Parece muito longe pra mim. – Eu neguei com a cabeça.
- Eu sei que parece, mas...- O sorriso de aumentou, enquanto ele acariciava a minha mão com os seus dedos. – Eu vou estar lá. Meu coração ainda está com você, lembra? Uma parte de mim vai estar lá com você. – me olhou nos olhos.
- Uma parte minha também vai ficar aqui. – Eu disse com um sorriso fraco. – A melhor delas. – Eu completei e o sorriso dele aumentou.
- Está vendo? – ainda sorria. – Não precisa ter medo. – Ele negou com a cabeça.
- E se as coisas derem errado? E se eu tiver problemas? Quem vai fazer as coisas ficarem bem? – Eu estava querendo dizer isso pra ele há algum tempo, mas eu só havia tido coragem agora.
- Eu. Eu não estou deixando você. – me olhou, sério. – Se você precisar de mim, basta me ligar. – afirmou com convicção. – A qualquer hora e eu largo tudo. Avião, trem, metrô, carro, tanto faz. Eu vou! – disse de forma séria, mas eu via os vestígios de lágrimas nos olhos dele.
- Não é a mesma coisa. – Eu neguei com a cabeça. – Quando eu estou com você, eu não tenho medo de nada. Porque você está do meu lado. – Eu estava tentando explicar o que eu estava sentindo. – Quando você está do meu lado, eu me sinto a pessoa mais protegida do mundo como se nada pudesse me machucar. – Eu finalizei.
- E você é a pessoa que eu mais quero proteger no mundo. – afirmou. – É por isso que eu quero que acredite quando eu digo que eu vou proteger. – Ele continuava sério. – Você acha que eu não vou estar lá, mas a verdade é que eu vou! Eu vou estar pensando em você cada segundo do meu dia. Eu só não vou estar lá fisicamente, mas eu vou estar de todas as outras maneiras. – tocou o meu rosto, me olhando de perto. – Você nunca esteve sozinha desde que nos conhecemos porque você sempre esteve na minha cabeça, nos meus pensamentos. Isso não vai mudar. – sorriu fraco.
- Eu sei disso. – Eu suspirei, irritada comigo mesma. – Me desculpa se eu sou tão dramática. Eu só... – Eu neguei com a cabeça. – Eu nem me lembro como é não estar com você. – Eu disse, olhando pra ele.
- Eu espero que não se lembre tão cedo. – trouxe a minha mão pra perto da sua boca e a beijou. – A distancia não vai apagar o que nós vivemos e o que nós ainda temos pra viver juntos. – Ele aproximou os nossos rostos e selou carinhosamente os meus lábios. – Eu sempre vou estar olhando por você, onde quer que você esteja. – sorriu fraco.
- Eu sei que vai. – Eu olhei nos olhos dele e dei um desajeitado sorriso.
- Me dê a sua mão. – olhou pra baixo, procurando a minha mão.
- Aqui. – Eu a estendi e ele a segurou.
- Espera. – disse, pegando a caneta que antes estávamos usando para escrever a música. Eu não fazia ideia do que ele estava fazendo, eu só sentia que ele estava escrevendo algo na parte superior, um pouco abaixo do dedão. me olhou com um sorriso animado e depois voltou a olhar pra minha mão. Eu não conseguia enxergar o que ele estava escrevendo. Fiquei esperando ele terminar.
- O que você está fazendo? – Eu estava segurando a risada, pois a caneta estava fazendo cócegas.
- Pronto. – Ele olhou o desenho que havia feito e depois me olhou, esperando pela minha reação. Eu trouxe a minha mão pra mais perto do meu campo de visão e vi o coração que ele havia desenhado. Foi a coisa mais fofa que ele já fez.
- Um coração... – Eu sorri, totalmente comovida. Senti até meus olhos lagrimejarem.
- Todas as vezes que você se sentir sozinha, todas as vezes que você sentir a minha falta e as coisas não estiverem indo bem, desenhe um coração nesse mesmo lugar. Meu coração... – foi dizendo, vendo as lágrimas em meus olhos aumentarem. – Você vai saber que não estará sozinha. Você vai saber que eu vou estar pensando em você naquele exato momento.– olhou rapidamente pro coração que havia desenhado. – Você vai saber que eu vou estar ao lado do telefone esperando você me ligar pra contar como foi o seu dia e pra dizer que eu amo você. – Ele voltou a me olhar com aquele olhar doce que me fazia querer abraça-lo pra sempre.
- Eu vou fazer isso. – Eu senti uma lágrima escorrer pelos meus olhos e eu a enxuguei rapidamente com os meus dedos. – E eu amei o seu coração. – Eu ri, olhando para o desenho que ele havia feito.
- Eu não sou tão bom nisso, eu sei. – negou com a cabeça, rindo.
- Não, ele está lindo. – Eu passe alguns dedos sobre o coração. – Garotos não sabem desenhar corações. – Eu analisei, ainda sorrindo de forma empolgada. Meus olhos ainda tinham lágrimas e eu estava rindo apenas para escondê-las.
- Então agora eu sou gay. É isso? – fingiu estar indignado.
- Não, não é isso. – Eu ri de verdade dessa vez. percebia quando eu estava chateada ou triste. Ele sempre tentava me fazer sorrir quando isso acontecia e ele sempre conseguia. – É um elogio! Todo mundo deveria saber como se desenhar um coração. – Eu afirmei e riu, negando com a cabeça.
- Acha que só porque você vai morar em Nova York, pode sair julgando todo mundo desse jeito? – cerrou os olhos, ainda brincando.
- Não. – Eu continuei rindo, sabendo que ele estava brincando. – É que... – Eu ia dizer, mas alguém me interrompeu.
- Quem vai morar em Nova York? – perguntou, parada em nossa frente. Eu olhei imediatamente pra ela e fez careta.
- Não sei. Quem? – tentou enganar a irmã.
- Eu ouvi você dizendo, seu bobo. – riu da cara de , sem saber a importância daquilo.
- Eu? Eu não disse nada disso. – riu forçado. – Eu.. – Ele ia inventar mais e mais desculpas, que em uma hora ou outra seriam desmentidas.
- Não, . – Eu olhei pra ele. – Não adianta. Ela vai saber de qualquer jeito. – Eu neguei com a cabeça e ele ficou sério.
- Saber do que? – cruzou os braços.
- ... – pausou.
- O que? – Ela fez careta, demonstrando que não estava entendendo nada.
- A vai morar em Nova York. – Ele disse de uma vez. me olhou, esperando eu dizer que era mentira.
- Mas lá é muito longe. – ficou séria.
- Não é tão longe. – tentou facilitar as coisas, mas não funcionou.
- É longe sim! – o puniu com o olhar. Ela sabia que ele estava tentando fazê-la de boba.
- Eu vou vir visitar vocês sempre. – Eu tentei sorrir. – Vocês também podem ir me visitar. – Ela nem retribuiu o sorriso.
- Você vai continuar aqui né, ? – Ela olhou confusa pro irmão.
- Vou. – afirmou.
- Você vai ficar sozinha, ? – fez uma carinha triste.
- Eu vou, mas não é por tanto tempo. Eu só vou passar um tempo estudando e depois eu volto pra cá. – Eu avisei e ela pareceu menos chateada.
- Mas o meu irmão vai ficar triste se você for. – olhou com tristeza pro . Ele ficou totalmente chateado.
- Não, eu vou ficar bem. – disse de forma carinhosa. – É o sonho dela, . Sabe aquele seu sonho de ser a melhor amiga do papai noel? – perguntou e viu ela afirmar com a cabeça. – É a mesma coisa. Isso vai fazê-la feliz e nós temos que ficar feliz por ela. – pediu.
- Eu estou feliz, mas ao mesmo tempo estou triste. – sorriu fraco. – Eu achei que vocês iam ser felizes para sempre. Sabe, igual o meu livro da cinderela? – nos olhos. Eu olhei pro e ele negou com a cabeça com uma expressão triste.
- Nós vamos. – Eu afirmei rapidamente. – Não é, ? – Eu voltei a olhar pra ele. Eu queria que ele confirmasse pra sentir mais firmeza.
- Sim, nós vamos continuar sendo namorados. – O sorriso de aumentou. – E eu vou continuar achando ela linda, como você. – olhou pra mim e depois pra ela. Ele conseguiu arrancar um sorriso dela.
- Então tudo bem. Menos mal... – Ela continuou sorrindo por causa do elogio de .
- Não se preocupe, ok? – Eu pedi, apertando rapidamente a ponta do nariz dela. voltou a rir.
- Ta bom. – Ela sorriu daquele jeito lindo, que até me fazia esquecer as coisas tristes.
- Então, vamos embora? A mãe já deve estar chegando em casa. – aproveitou a descontração para mudar o assunto.
- Já? – fez um bico.
- Nós vamos sair daqui a pouco. – avisou, enquanto eu me levantava.
- Vocês vão sair pra dar uns beijinhos? – riu.
- O que? – fez careta, quase rindo. Achou que não tinha escutado direito.
- Acha que eu não vi vocês se beijando aqui? – cerrou os olhos pra mim e pro .
- É tudo culpa do seu irmão. Não tenho nada a ver com isso. – Eu levantei as mãos, demonstrando ser inocente.
- Minha, né? – riu pra mim, me condenando. – Me ajudem aqui, vai. – esticou os braços, querendo que ajudássemos eles a se levantar do chão.
- Eu pego uma mão e você pega a outra, . – Eu olhei pra ela e ela afirmou com a cabeça. Nós puxamos 2 vezes e ele nem se moveu.
- Vamos! – nos incentivou.
- Mais forte, ! – pediu e eu atendi o seu pedido. Puxamos mais uma vez e dessa vez, conseguimos levantar . – Uhul! – fez uma dancinha para comemorar.
- Bate aqui. – Eu estendi o braço e ela bateu na minha mão. – Uhul! – Eu disse e nós duas rimos.
- Uhul! – fingiu uma voz de mulher. – Legal, agora vamos. – apontou pro carro.
- Se despediu dos seus amigos? – Eu perguntei pra ela. olhou pra trás e gritou para as outras crianças, se despedindo e acenando com a mão.

Fomos pro carro. achou melhor me deixar em casa primeiro, assim eu teria mais tempo de me arrumar. Ele me deixou em casa prometendo voltar em uma hora. também se despediu, amorosa como sempre. Ela disse que ia contar para todos os amigos sobre a minha apresentação na formatura e que eles ficariam com inveja dela. Eu achei bobo, mas é claro que era importante ver o jeito que ela se orgulhava de mim.

Eu cheguei em casa como um furacão, já que eu tinha pouco tempo para me arrumar. e estavam no carro no caminho pra casa. Eles estavam em silêncio, mas estava doida para falar sobre aquele assunto! Ela não perderia a oportunidade.

- ? – Ela o chamou e ele olhou. havia deixado ela ir no banco da frente dessa vez. – Você vai mesmo deixar a ir pra Nova York? – Ela perguntou.
- Eu amo ela e quero vê-la feliz. Ela vai ser feliz lá. – explicou.
- Porque você não parece estar falando a verdade? – arqueou uma das sobrancelhas.
- Porque eu mentiria? – olhou pra ela, irritado.
- Você não quer que ela vá! – deduziu.
- Pare de falar o que você não sabe. – nem deu atenção. Ela era só uma criança! O que ela sabia da vida?
- Você acha que eu sou boba, mas eu não sou. – disse, séria. – Acha que eu não vejo o quanto você demora pra dormir todos os dias? – cruzou os braços.
- Você anda me espiando agora? – tentava achar qualquer motivo para mudar o foco da conversa.
- Não. Eu apenas fico escutando você andando pra lá e pra cá e vejo a luz do seu quarto acesa. – Ela explicou. escutou em silêncio e não teve coragem de olhá-la. – Eu sei que você está triste. – disse em um tom também triste.
- De onde você está tirando essas coisas? – a olhou, irritado.
- Para de me enganar. – Ela revirou os olhos.
- Ela vai embora! O que você quer que eu faça? Ela decidiu e eu vou respeitar. – disse, quase gritando.
- Fala pra ela! – dizia como se fosse óbvio. – Pede pra ela não ir. – Ela completou.
- Você está maluca? Eu não posso fazer isso. – quase riu do absurdo que estava ouvindo.
- Não pode ou não quer porque tem medo do que ela vai achar? – rolou os olhos.
- O que você está fazendo? – a olhou, assustado. – Já não mandei você parar de ver novelas? Você não tem idade pra ver essas coisas e ... dizer essas coisas. – fez cara de implicância. Ele tentava mudar o foco novamente.
- Eu posso não ter idade, mas o medroso daqui é você. – respondeu a altura. a olhou, indignado. - Você vai perder ela, . – disse, intolerante.
- Porque está dizendo isso? – olhou pra ela, curioso.
- Você já olhou pra ela? Ela é bonita, . – disse. – Você acha que ela vai ficar namorando você? – arqueou a sobrancelha.
- Você pode não acreditar, mas ela gosta de mim. – foi irônico.
- Então mostre que você gosta dela também e peça pra ela ficar! – estava perdendo a paciência.
- Se ela quisesse ficar, já teria decidido. – disse, ficando confuso.
- Talvez ela só esteja esperando você pedir pra ela ficar. – respondeu, séria. ficou poucos segundos em silêncio, pensando.
- Espera! – negou com a cabeça. – Porque eu estou aceitando conselhos de uma criança de 8 anos? – Ele pensou em voz alta.
- São 8 anos e 3 meses! – revirou os olhos e suspirou longamente. – Depois não diga que eu não avisei. – Ela se calou e também não quis falar mais nada a respeito. Ele não podia negar que aquela conversa com a fez ele rever alguns pensamentos.

Chegaram em casa e a mãe deles já estava em casa. O pai de também. Ela contou tudo sobre o passeio pra eles, enquanto subiu pra tomar banho. Ele tentaria esquecer aquela história de Nova York por pelo menos aquela noite. Era a festa da escola.




VOLTEMOS PARA A MÚSICA ANIMADA:



Tomei um banho rápido e fui me trocar. Faltava meia hora pro passar me buscar e eu ainda nem tinha colocado o vestido, mas eu já tinha escolhido qual usaria. Eu havia guardado ele para uma ocasião especial e específica. Parecia o vestido perfeito para se usar naquela noite. O vestido perfeito para sambar na cara da Amber e de todos os que acham que só ela sabe jogar esse jogo e que acham que a coitadinha da está sofrendo por estar perdendo os seus amigos. Além disso, eu era a namorada do capitão do time. Eu não podia ir de qualquer jeito, eu tinha a obrigação de ser a atração da festa ao lado dele.

Eu passei a maquiagem que foi muito bem feita por mim. Eu não quis nada simples dessa vez. Lápis preto, blush e tudo o que eu tinha direito. Prendi só um dos lados do cabelo e o puxei todo pro outro lado, deixando ele solto apenas em um dos lados. Coloquei o vestido (VEJA AQUI)e depois o salto. Passei perfume, coloquei o brinco, a aliança, uma gargantilha, uma pulseira e dei uma última retocada no batom, quando a buzina do carro de tocou. Conferi no espelho uma última vez e desci as escadas o mais rápido que consegui.

Passei pela sala e me despedi dos meus pais. estava na sala, também estava saindo para ir buscar a . Ele me olhou com uma cara de nojo. Sua irmã estava gostosa, isso não era bom.

- Gostei da sua blusa. Quando vai colocar a calça? – disse, se referindo ao tamanho do meu vestido.
- Muito engraçado. – Eu forcei um sorriso.
- Pai, você vai deixa-la sair desse jeito? – olhou feio pro meu pai.
- Não tem nada de errado. Eu também usava vestidos assim quando tinha a idade dela. – Minha mãe me apoiou. Na verdade, ela só estava permitindo que eu usasse aquele vestido porque ela sabia que eu estaria com o . Ele sabia muito bem como manter qualquer outro garoto longe de mim.
- Verdade, eu me lembro. – Meu pai olhou pra minha mãe com uma cara de safado. Eu e fizemos cara de nojo.
- Eu não posso lidar com isso agora. – colocou a carteira no bolso e virou-se de costas.
- Eu não posso lidar com isso tipo... nunca! – Eu disse, indo em direção a porta. Eu abri a porta e estava em minha frente. Ele já ia bater na porta. No primeiro momento ele sorriu, achando a situação engraçada e no segundo momento ele desceu os seus olhos pelo meu corpo, me analisando.
- Que olhar é esse? – chegou ao meu lado e viu me olhando.
- Que olhar? – riu, sem jeito. Eu dei alguns passos pra frente para fechar a porta atrás de mim.
- Quer um papel pra secar toda essa baba? – disse, irônico.
- Na verdade, eu quero. – riu de si mesmo. o encarou por um tempo.
- Eu estou brincando, idiota. – arqueou a sobrancelha.
- O que você ainda está fazendo aqui? Você está atrasado! – mudou o assunto.
- É, eu sei! – afirmou, sério. – Sorte a sua. – forçou um sorriso. – Encontro vocês lá. – avisou se afastando. – Continue virgem, . – piscou pro amigo, que fingiu achar engraçado e lhe mostrou o dedo do meio. saiu rindo.
- Seu irmão é um idiota. – me olhou, fazendo careta.
- Deixa ele pra lá. – Eu neguei com a cabeça, me aproximando e selando rapidamente os seus lábios. Olhei pra ele de perto e ele observou todo o meu rosto.
- Você está... – Ele ia dizer e parou, sem saber como continuar.
- Você também. – Eu sabia o que ele queria dizer. Afastei os nossos corpos e olhei ele por inteiro. Ele usava uma camiseta polo colada com as cores vermelha e preta, que eram as cores da escola. Os 3 botões estavam abertos. A calça jeans era preta e o seu tênis também. O único acessório que ele estava usando era a sua aliança de compromisso.
- E o seu vestido podia ser menos curto. – Ele se curvou um pouco para voltar a olhar as minhas pernas.
- É o que andam me dizendo. – Eu fiz careta. - Eu achei que você gostasse de vestidos curtos. – Eu olhei pra ele, segurando a risada.
- Eu gosto quando só EU posso ver você com eles. – fingiu uma cara feia.
- Pra que ser tão egoísta? – Eu revirei os olhos, enquanto caminhávamos em direção ao carro.
- Sou mesmo! – me olhou, sério. – Deixa eu ver algum imbecil olhando pra sua bunda pra ver. – disse de forma ameaçadora.
- , você é o capitão do time. Eles te respeitam. – Eu ri, querendo deixar ele despreocupado.
- É bom eles respeitarem você também ou alguém vai sair de olho roxo daquela festa hoje. – forçou um sorriso.
- Para de ser paranoico... – Eu revirei os olhos, entrando no carro.

Fomos em direção ao restaurante. Pelo jeito, chegaríamos antes de e . Tínhamos escolhido um restaurante que ficava perto do local da festa dos alunos. Todo ano, um dos alunos fazia a festa em sua casa para os alunos da escola. Esse ano, um dos garotos do time ia ser responsável pela festa. A festa sempre acontecia para comemorar o final do ano letivo e sempre rolava bebidas e brigas. Os alunos bebiam e acabam pelados na piscina ou bêbados em cima da mesa. Tinha exceções, claro. As músicas eram sempre boas e era bem divertido, por isso nós gostávamos sempre de ir.

- Parece que eles ainda não chegaram. – disse, quando chegamos na recepção do restaurante. – Mesa pra 4 pessoas. – adicionou, quando a recepcionista o olhou.
- Por aqui. – Ela queria que nós a acompanhássemos até a mesa que sentaríamos.
- Obrigada. – Eu agradeci, quando a recepcionista se afastou. Nos sentamos lado a lado. Havia 2 lugares vagos em nossa frente.
- Como será que ele está se saindo? – sorriu pra mim. Ele se referia ao meu irmão.

havia acabado de chegar na casa de . Ela já esperava por ele. Ele olhou no retrovisor antes de sair do carro e viu que parecia bonito. Abriu a porta do carro e foi em direção a casa da . Bateu na porta uma vez e ela não demorou a atender. Ele a olhou com um sorriso bobo.

- Oi . – Ele estava se controlando para não olhá-la dos pés a cabeça.
- Oi. – também estava sem jeito. As borboletas ainda faziam festa em seu estômago toda vez que ele estava por perto. Ele se aproximou e beijou uma de suas bochechas. se surpreendeu. Parecia que ele realmente havia mudado.
- Nós podemos ir? – Ele apontou em direção ao carro.
- Claro, vamos. – Ela também estava sorrindo como uma boba. Fechou a porta de sua casa e ajeitou o seu vestido, puxando-o um pouco mais pra baixo. Ele era preto, curto e estava bem colado em seu corpo.

e ela estavam lado a lado, indo em direção ao carro. Ele não sabia se segurava a mão dela ou não. Achou melhor não, não queria ir rápido demais. Apesar de todas aquelas regras, estava feliz por estar vivendo aquele momento novamente. Eles chegaram no carro e estava pronta para abrir a porta para poder entrar, mas ela foi surpreendida. Uma surpresa boa.

- Não, espera. Deixa que eu abro. – se antecipou e abriu a porta do carro. o olhou com uma cara engraçada.
- O que você está fazendo? – perguntou.
- Abrindo a porta pra você. – quase riu.
- Você está bem? – arqueou a sobrancelha.
- Estou melhor agora que você está aqui. – sorriu, sem mostrar os dentes.
- Você está me assustando. – riu, entrando no carro. também riu, fechando a porta e dando a volta no carro para se sentar em seu banco. Saiu com o carro, indo em direção ao restaurante. - Onde nós vamos? – perguntou, colocando o sinto de segurança.
- Aquele restaurante perto da escola. A e o já devem estar lá. – explicou. não respondeu, apenas sorriu. Após um certo silêncio, sabia que tinha que falar alguma coisa.- Você está... linda. – Ele disse, ainda sem jeito. olhou pra ele, achando a atitude mais fofa do mundo.
- Obrigada. – quase riu. – Eu gostei da sua camiseta. – Ela disse, sem olhá-lo. também não a olhou, apenas sorriu, pois sabia que estava se saindo bem.

Eles não conversaram muito. estava com medo de dizer qualquer coisa errada. Era melhor conversar com o por perto, assim ele poderia ajuda-lo. e chegaram no restaurante. desceu do carro rapidamente para abrir a porta para . estava conseguindo o que queria. saiu do carro se sentindo uma princesa. Era exatamente isso! estava fazendo ela se sentir uma princesa.

- Onde eles estão? – perguntou, quando eles chegaram na recepção .
- Eu não sei. – olhou para dentro do restaurante e viu eu e sentados. – Ali! – Ele apontou para que a recepcionista visse.
- Fiquem á vontade. – Ela sorriu, dando passagem para e passassem.

e não estavam de mãos dadas, mas estavam lado a lado. queria que segurasse a sua mão, mas ela não forçaria nada daquilo. é quem tinha que tomar aquela atitude e não ela. estava maluco para agarrar . O vestido dela havia deixado ele maluco. nunca havia se controlado tanto na vida.

- Eles estão chegando. – me olhou, depois de vê-los se aproximar.
- Pronto? – Eu perguntei, me referindo ao plano.
- Espero que o seu irmão esteja. – suspirou. – Vamos ver se ele vai puxar a cadeira pra ela. – observou eles chegarem na mesa.
- Oi . – Eu sorri pra ela.
- ! Como você está? – estava toda empolgada. ficou parado e fez careta pra ele. finalmente se tocou do que tinha que fazer. Puxou a cadeira e olhou pra ele, incrédula. – O que foi? – arqueou a sobrancelha.
- Não vai sentar? – apontou para a cadeira com a cabeça. continuou com aquela expressão de perplexidade. Olhou pra mim, segurando a risada. Eu não aguentei e ri. Era realmente muito engraçado ver agir daquele jeito. sentou na minha frente. estava sentado na frente de , já que ia chutá-lo, quando fosse necessário.
- Eu estou bem e você? – Eu finalmente respondi a pergunta dela.
- Eu estou bem também. – Ela riu. Ainda estava meio chocada com tudo aquilo. Era loucura.
- Quanto tempo, . – sorriu pra amiga.
- Você e a estão tão juntos que não tem nem mais tempo para os amigos. – fingiu um bico.
- Eu falo pra eles que eles precisam ser menos grudentos. Isso é ridículo. – foi dizendo. – É tanta frescura, que às vezes me dá vontade de... – estava todo empolgado dizendo. –AI! – olhou com cara feia. tinha chutado ele por debaixo da mesa.
- O que aconteceu?- olhou pro , sem entender.
- Câimbra! – improvisou rapidamente.
- Ele reclamou mesmo que estava com câimbra hoje mais cedo. – riu falsamente.
- Mas o que você estava dizendo mesmo, ? – Eu estava me segurando muito pra não rir.
- Eu estava dizendo que ser grudento demais é muito chato. Você pode ser romântico sem ser grudento. – sorriu, orgulhoso da sua improvisação.
- Eu não sou grudento. – revirou os olhos.
- Verdade, ele não é. – Eu confirmei apenas pra agradar o .
- Viu? – fez careta pro .
- E como estão os preparativos pra Nova York, ? – sorriu pra mim.
- Estão devagar ainda. – Eu fiz careta.
- Já está quase chegando a hora, doida. – Ela riu.
- Eu sei, estou atrasada. – Eu ri, fazendo careta.
- E como vocês vão ficar? – Ela se referia a mim e ao .
- Vamos ficar como estamos agora. Não vai mudar nada. – se antecipou.
- Não vai? – arqueou a sobrancelha.
- Ok, o que você esta querendo dizer? – Eu olhei pra ele, séria. Todo mundo vai começar a dizer agora que o namoro à distância não vai funcionar?
- , você vai estar em Nova York e ele aqui, livre e desimpedido. – quase riu. – Ele vai entrar na faculdade. Imagina quantas gostosas não vão ter lá? – fez careta e o chutou. Não só por ele ter falado coisa errada, mas por pelo jeito que ele estava tratando aquela situação. – Quer dizer, imagina quantas belas garotas nerds não vão ter lá? – forçou um sorriso.
- Eu confio nele. – Eu cruzei os braços.
- Eu acho que se duas pessoas se amam, nada separa. – disse com um sorriso discreto. Ela estava dando uma indireta para . fez cara de nojo.
- Essa é a coisa mais... – ia dizer algo negativo, quando o chutou novamente. – LINDA que eu já ouvi! – fez cara feia pro e depois sorriu pra .
- Sério? – fez cara de boba.
- Você tem toda a razão. – não conseguia parar de sorrir pra ela. – Isso foi lindo, . Meus olhos até se encheram de lágrimas. – fingiu estar secando as lágrimas. Todos olharam pra ele, fazendo careta. Exagerado...
- Ele anda muito emotivo esses dias. – tentou amenizar a situação.
- É, eu meio que notei. – quase riu. viu que deveria pegar mais leve. – Mas, vocês vão ficar bem. Vai dar tudo certo. – piscou pra mim e pro .
- Obrigada, gata. – Eu pisquei de volta.
- E você, ? Já decidiu o que vai fazer depois da escola? – quis mudar o assunto, pois sabia que ele não era o mais agradável. Sem tirar a estranheza de , que havia deixado ela bastante assustada.
- Já. Vou estudar Publicidade da Faculdade de Atlantic City. – respondeu, orgulhoso de si mesmo. – E você? – perguntou.
- Vou fazer moda. – riu pra mim. Eu já sabia! Ela sempre disse que faria moda. – Não sei em qual faculdade ainda. Fiz alguns vestibulares, mas o resultado ainda não foi divulgado. – Ela sorriu. – Torçam por mim! – Ela cruzou os dedos.
- Eu acredito em você e sei que vai conseguir. – disse sem nem perceber. Todos olharam pra ele, espantados. Ele ficou rapidamente envergonhado e riu para descontrair.
- Bem, obrigada. – também estava envergonhada. riu pro e afirmou com a cabeça, como quem dissesse ‘Esse é o meu garoto.’.
- E você, ? O que vai fazer da vida? – perguntou. Viu ali uma oportunidade de demonstrar que quer algo no futuro. Isso surpreenderia .
- Vou continuar lindo, gostoso e sensual, é claro! – riu e recebeu um novo chute de . – Filho da put... – Ele resmungou baixo, abaixando a cabeça. Sua canela já deveria estar roxa.
- O que? – fez careta de quem não tinha escutado.
- Eu vou cuidar do meu carro. – achou que era uma resposta melhor. – Aquela belezura precisa de mim. Entendem? – riu, piscando pra . o chutou novamente. – Eu vou quebrar a sua perna depois, eu juro. – resmungou baixinho, olhando para o lado contrário em que estava para que ela não ouvisse. ouviu e riu.
- Quebrar o que? – olhou pra ele, assustada.
- Quebrar a minha cabeça de tanto estudar! – forçou um sorriso. – Eu vou estudar também. – Ele afirmou com a cabeça.
- Deus é bom! – Eu rolei os olhos. – Achei que seria sustentado pelos nossos pais pra sempre. – Eu segurei a risada.
- Nossa! E quem é que vai te sustentar em Nova York? – cruzou os braços. – Ah não ser que você venda um dos rins pra pagar a conta de água e para comprar seus preciosos vestidos. – Meu irmão disse, irônico.
- Não estamos falando de mim, estamos falando de você. – Eu fingi que não havia me ofendido com aquele comentário dele.
- É, estamos falando de você! – me ajudou. – Qual profissão você quer seguir? – voltou pro assunto ‘futuro’.
- Não sei ainda. Eu não achei nada que me interesse ou que se pareça comigo. – disse, pensativo.
- Já deve ter passado algo pela sua cabeça... – sorriu pra ele.
- O que você mais gosta de fazer? Quando você souber responder essa pergunta, saberá o que fará no futuro. – explicou.
- Então já sei. – riu.
- O que é? – perguntou, ansiosa.
- Garoto de programa. – gargalhou de sua própria piada. ficou séria e voltou a chutá-lo. Ele olhou pra e viu que ela não havia gostado. – Só estou brincando! – continuou rindo. Um sorriso surgiu no rosto de .
- Ele nunca leva nada a sério. – Eu ri, apenas para não tornar aquela critica tão severa.
- Talvez eu siga a mesma profissão que você, irmãzinha. – voltou a rir.
- Você quer ser médico agora? – arqueou a sobrancelha.
- Brincar de médico, sem ter que me fingir de médico deve ser maravilhoso. – voltou a rir da sua gracinha. Eu coloquei a mão no rosto, inconformada. não aguentou e riu.
- Isso é verdade! Brincar de médico não é nada mal. – gargalhou. ficou rapidamente sério.
- COMO VOCÊ SABE DISSO? – cerrou os olhos pro .
- Eu não. Eu... – começou a gaguejar. – Eu não quis dizer isso. – sorriu, nervoso. – Eu jamais faria isso... com ela. – Ele apontou pra mim. – Quer dizer, eu nunca... – Ele parou, não sabendo mais como continuar. Me olhou e eu segurava a risada. – Uma ajudinha aqui? – ainda sorria daquele jeito nervoso. Eu não me manifestei. – Não? Ok. – Ele forçou um sorriso maior e olhou pro . – Cara, eu não.. – ia dizendo e eu o interrompi.
-Não, nós não fizemos sexo, ok? Supera isso. – Eu fui direto ao ponto. me olhou com os olhos esbugalhados.
- Quanta sutileza. – riu, impressionado.
- É o que ele quer saber, não é? – Eu ergui os ombros.
- Eu sei muito bem como é. Se faz de romântico e meloso, mas tem uma safadeza oculta maior que a minha. – cerrou os olhos pro . o chutou. estava tão preocupado com a minha virgindade, que esqueceu do modo correto de se comportar perto da . Ele percebeu rapidamente e tentaria improvisar. – Mas é claro que se houver amor, não há problemas. – forçou um sorriso. parecia estar em uma montanha russa.
- , vamos ao banheiro? – Eu perguntei, querendo tirá-la dali por pouco tempo. e precisavam conversar. estava falando muita besteira e estava focando nas coisas erradas.
- Vamos. – sorriu pra mim e se levantou. Nós saímos juntas e fomos em direção ao banheiro. Foi só ver que havia se afastado e ele voltou a olhar pro de forma furiosa.
- ESQUECE O QUE EU DISSE! – apontou o dedo pro . – Nem com todo o amor do mundo você vai dormir com a minha irmã. TA ENTENDENDO? – disse de forma ameaçadora.
- Porque estamos falando disso? Esse jantar é sobre você e não sobre mim. – disse, irritado.
- ENTENDEU OU NÃO, Jonas? – ainda olhava pra ele de forma furiosa.
- Uhh, me chamou de Jonas? Agora sim eu estou com medo. – fingiu uma cara de medroso. – Eu entendi, cara. – suspirou, negando com a cabeça. – Mas você sabe que um dia vai acontecer, certo? – O sorriso falso de era visível. Ele sabia que aquilo poderia fazer soca-lo até algumas horas.
- Sim, eu sei. Daqui a 30 anos, quando vocês já tiverem casados e cuidando de 3 gatos e 5 cachorros. – também forçou um sorriso.
- E o que acha que vamos fazer na lua de mel? – o olhou, segurando a risada.
- Para com isso, cara! – não sabia se estava triste ou bravo. – Vai ser o pior dia da minha vida. – Ele suspirou longamente.
- E vai ser o melhor do meu. – disse e ameaçou a se levantar para lhe dar alguns socos. – Não, não! – o segurou na cadeira com as mãos. – Estou brincando! É só brincadeira. – deu um tapinha no ombro do amigo.
- Não brinca com isso, cara. Você pode acabar perdendo um dente a qualquer dia desses. – respirou fundo para se acalmar.
- Certo, vamos falar sobre a ? – quis mudar o assunto para não piorar as coisas.
- Precisava chutar tão forte porra? – fez careta.
- Precisava falar tanta besteira? – disse no mesmo tom.
- Tudo o que eu falo é errado agora. Liberdade de expressão, meu amigo! – argumentou.
- Você quer ser livre ou quer a namorada de volta? – fez cara de tédio. era sempre cabeça dura.
- Eu não quero ser igual a você! Eu só quero ser romântico! – explicou. – Esse é o meu jeito. Eu posso ser eu e posso ser romântico. – Ele estava irritado.
- ‘Você’ e ‘Romântico’ são duas palavras que realmente não combinam. – também estava se irritando.
- Ta! Ta bom! – se revoltou. – Então eu tenho que sentar, me comportar e falar como um virgem escroto? – Ele perguntou, indignado.
- Isso está ficando muito forçado. Tem que ser algo natural. Eu não tenho como te falar exatamente o que dizer ou como agir. Tem algumas dicas, mas você é que tem que saber quando usá-las ou como usá-las. – explicou.
- Isso faria bem mais sentido se eu tivesse entendido toda essa porcaria que você acabou de falar. – fez careta.
- Você não pode falar que o amor é algo bom em um minuto e falar que é um lixo e chato no outro. – disse, impaciente. – Está dando pra perceber que é forçado. – Ele explicou mais uma vez.
- Me desculpa se eu não sou um bom ator, enquanto levo chutes por debaixo da mesa. – também estava irritado com tudo. Se não fosse pela , ele desistiria daquela loucura agora.

Eu e havíamos entrado do banheiro. O local era extremamente chique, assim como o resto do restaurante. Ela abriu a sua bolsa, enquanto olhava no espelho e de lá tirou um batom. Eu ajeitava o meu cabelo e também dava alguns retoques na maquiagem, já que iriamos pra uma festa daqui a pouco.

- E então? – Eu perguntei, me referindo ao .
- Ele está diferente. – riu, me olhando.
- Muito. – Eu também ri, negando com a cabeça. Ela nem sabia o quanto aquilo era engraçado.
- É estranho, mas.. é bom, eu acho. – Ela ainda estava em dúvida sobre aquilo.
- É, ele está se esforçando. – Eu forcei um sorriso. Pelo menos aquilo estava valendo pra alguma coisa.
- Eu fico feliz com isso. – sorriu pra mim. – Ele está tentando me agradar e está se esforçando. Quer dizer que ainda sente alguma coisa por mim. – estava aliviada.
- Ele é louco por você, . – Eu a tranquilizei ainda mais.
- Eu fiquei com medo dele desistir de mim. – riu novamente, nervosa.
- Ele não vai. Ele ama você. – Eu disse e o sorriso dela triplicou de tamanho.
- Ele não me beijou ainda. Vamos ver por mais quanto tempo ele aguenta. – Ela riu, sem jeito.
- Não provoque, garota. – Eu gargalhei, guardando as minhas coisas de volta na bolsa.

Saímos do banheiro e começamos a andar em direção a mesa. Eu estava demorando o máximo que eu podia para que e pudessem perceber a nossa presença.

- Elas estão vindo. – finalmente nos viu. – Escuta, para de falar sobre sexo o tempo inteiro. Não tem problema falar sobre sentimentos. Fala do seu jeito, seja a versão romântica do e não a do , ok? – pediu e não deu nem tempo de responder, porque eu e já havíamos chego na mesa.
- Vamos comer? – Eu perguntei, assim que me sentei.
- Eu estou faminta. – concordou.
- Vamos pedir a comida então. – disse, chamando o garçom. pensava em diversas coisas que podia falar. Estava se esforçando mesmo.

Pedimos nossos pratos. O garçom avisou que não demoraria. Nós conversamos mais um pouco até a comida chegar. estava falando muito pouco, quase mudo. Ele tinha medo de estragar tudo. tentava trazer ele o tempo todo pra conversa, mas ele só dava respostas rápidas. Ele não sabia o que quis dizer com ‘Versão romântica do ’. nem sabia que esse seu lado existia, mas ele sabia que tudo se tratava de sinceridade. Ele tinha que falar o que realmente sentia, sem vergonha ou medo de parecer idiota.

- Então... – olhou pro , entre uma garfada e outra. – Você realmente não sabe que carreira pretende seguir? – voltou no assunto. Queria uma resposta decente dessa vez.
- Na verdade, eu sei. – negou com a cabeça. – Eu só não sei se é pra mim. – Ele riu, inseguro.
- Como assim? – Eu também estava prestando a atenção na conversa. É o futuro do meu irmão, dá licença?
- Você fez algum vestibular? – perguntou.
- Eu fiz, mas eu ainda não vi os resultados. Eles vão sair essa semana. – sorriu fraco.
- Você fez vestibular pra que? Você não me contou. – o olhou, interessado.
- Bem, eu gosto de carros. Eu sempre me interessei por essas coisas. Sempre fui bom em cuidar dos meus carros e mexer na mecânica deles. – dizia, sério. – Eu achei que... Engenharia fosse uma boa área. – fez careta, vendo nossa expressão de perplexidade.
- Você está brincando? – sorriu, maravilhada.
- Eu sei, sou burro demais pra isso. – riu.
- Não, não. – negou com a cabeça com o mesmo sorriso. - Eu estou feliz por você. Quer dizer, foi uma surpresa, mas foi uma surpresa boa. – Ela o olhou de um jeito doce.
- Que orgulho de você. – Eu olhei pro meu irmão, comovida.
- Corta essa, . – revirou os olhos. gargalhou da reação dele.
- Eu também estou orgulhosa. – também disse. a olhou, sem jeito.
- Eu não sou um caso perdido. Está vendo? – Ele riu.
- Quem diria que você mudaria tanto em tão pouco tempo. – mordeu o lábio inferior. Ela também estava envergonhada.
- Quando a motivação é boa, as mudanças são uma questão de tempo. – disse com um sorriso bobo. A motivação que ele se referiu era a . No segundo seguinte ele ficou mais sério. – Eu disse mesmo isso? – Ele fez careta.
- Você disse, cara. – gargalhou.
- Oh, droga. – negou com a cabeça, fazendo careta.
- Não, eu gostei. Eu amei ouvir isso. – tentou deixa-lo mais confortável com a situação.
- Foi a coisa mais gay que eu já disse na vida. – riu de si mesmo.
- A motivação é mesmo boa. – Eu adicionei, rindo pra .
- Em todos os sentidos. – disse de forma safada e depois se tocou que tinha dito aquilo em voz alta. – Quer dizer, eu não... – ia arrumar, mas viu que a estava rindo. – Quer saber? É isso mesmo que eu queria dizer. – disse, vendo rir. Olhou pro e viu ele sorrir. estava fazendo o que havia dito pra ele fazer. Estava sendo ele mesmo, mas com um pouco mais de sentimento e romantismo. Esse é o caminho certo.
- Isso já ficou constrangedor demais. Mudem o assunto. – segurava uma risada.
- E as garotas, ? – atendeu o pedido do ‘namorado’.
- Você já está sabendo, né? – Eu fiz careta e ela afirmou com a cabeça. – Complicado. – Eu dei um sorriso triste.
- Eu não vou nem entrar nessa confusão. Eu sou amiga de todas e nunca escolheria um lado. – foi imparcial.
- Faça isso. É o certo a se fazer. – Eu disse para ela ver que aquilo não havia me deixado nem um pouco chateada. Ela estava mesmo certa. Era o que todos tinham que ter feito desde o começo.
- Eu falei pra não irmos na festa hoje. – se intrometeu.
- Elas vão estar lá. Todas elas. – fez careta.
- Eu vou pelo e não por elas. – Eu respondi rapidamente.
- Você vai ficar sozinha lá, . – me olhou, sério. Também estava tentando me convencer.
- Não vai não. Vamos ficar com ela. – informou. a olhou com uma cara feia.
- Vamos? – Ele arqueou a sobrancelha.
- Claro! O que mais poderíamos fazer? – perguntou.
- Você sabe, coisas... – comprimiu a risada em um sorriso.
- Não se importem comigo. Vão se divertir. – Eu estava rindo com a safadeza do meu irmão.
- Não, não. Não vou deixar você sozinha. – sorriu pra mim.
- Eu também vou estar lá. Não vou te deixar sozinha. – sorriu pra mim.
- Eu sei que não vai. – Eu me aproximei e beijei o seu rosto.
- Falando na festa, vamos? Já começou há meia hora. – olhou no relógio.
- Todos já acabaram de comer? – Eu perguntei, olhando o prato de todos.
- Já. – me respondeu, depois de também olhar para os pratos.
- Vou chamar o garçom. – fez o que disse e o garçom se aproximou.

Os pratos foram retirados da mesa, enquanto o garçom trazia a conta. e dividiram a divida, que não havia ficado tão cara quanto imaginávamos. Levantamos da mesa e fomos em direção à saída do restaurante. Eu e estávamos de mãos dadas e e andavam (mais uma vez) lado a lado. queria muito segurar a mão dela, mas não sabia como ela reagiria. Preferiu deixar as coisas frias por enquanto.

- Nos encontramos lá. – beijou o meu rosto e depois se afastou.
- Até já. – Eu acenei com uma das mãos.
- , você vai deixar a ir à festa com esse vestido? – perguntou pro amigo.
- Eu já falei pra ela trocar. – fez cara feia pra mim.
- Que tirar o que! É maravilhoso. – sorriu pra mim.
- Estão vendo? – Eu mostrei a língua pra eles.
- Teimosa. – revirou os olhos. – , fica de olho nela. – pediu, sério.
- Eu olharia mesmo se você não pedisse. – disse com segundas intenções. Todos nós rimos, menos o .
- HÁ-HÁ-HÁ. – forçou uma risada. – Hilário, Jonas. – Ele acrescentou, virando-se de costas e indo em direção ao carro. estava com ele.
- Vejo vocês lá. – gritou, ainda rindo.
- Você adora provocar ele. – Eu ri, negando com a cabeça.
- Ele fica tão bravo. É engraçado. – também riu, enquanto chegávamos em seu carro.
- Olha. – Eu disse, olhando pra trás e também olhou. Vimos abrir a porta do carro pra .
- Esse é o meu garoto. – sorriu, orgulhoso.
- Antes tarde do que nunca. – Eu disse, entrando no carro, depois de também abrir a porta pra mim.
- Ele está se saindo bem. – afirmou. – Ele pegou o jeito. – Ele completou. Já estava sentado ao meu lado no carro.
- E a ainda é louca por ele. – Eu disse com absoluta certeza.
- Nosso trabalho está feito. – esticou o braço para que eu batesse a minha mão na dele.
- Devemos cobrar da próxima vez. – Eu disse e ele riu.
- Definitivamente. – concordou. – é um ingrato. Eu ajudo ele e ele vive no meu pé. – negou com a cabeça.
- É, ele não tem pegado leve com você, não é? – Eu quase ri, sabendo sobre o que ele estava se referindo.
- Sabe o que ele me disse hoje? – riu antes mesmo de contar.
- O que? – Eu estava curiosa.
- Disse que o pior dia da vida dele, vai ser o dia da nossa lua de mel. – me olhou, para ver a minha reação.
- Ele é tão dramático. – Eu revirei os olhos. - Ele vive achando que nós já dormimos juntos ou que estamos planejando algo assim. – Eu voltei a rir.
- Eu não sei de onde ele tira essas coisas. – negou com a cabeça.
- Nem eu. – Eu concordei com ele. ficou um tempo em silêncio. Ele queria aproveitar que estávamos falando sobre aquele assunto para perguntar coisas que ele queria perguntar a tempos.
- Posso perguntar uma coisa? – sorriu, sem jeito.
- Pode. – Eu não fazia ideia do que se tratava, só sabia que aquilo deixava ele bem envergonhado.
- O que você acha disso? – me olhou, apesar de estar dirigindo.
- Isso o que? – Eu fazia ideia do que ele falava, mas não tinha certeza. Um sorriso espontâneo surgiu em meu rosto.
- Isso. – riu rapidamente. Suas bochechas estavam rosadas.
- Sobre... sexo? – Eu perguntei, desconsertada.
- É... – afirmou.
- Agora? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Não! – riu descontroladamente. – O que você pensa sobre isso? Quer dizer, as garotas idealizam isso, certo? Elas tem em mente como elas querem que seja, como o cara deve ser. Não sei. – estava sério, mas ao mesmo tempo tinha um ar riso.
- Eu acho que tem que ser especial. Tem que ser com uma pessoa especial. – Eu não sabia muito bem o que dizer. – Não pode ser algo planejado. Não é como um encontro que tem dia e hora marcada. Tem que acontecer naturalmente, sem planos. – Eu expliquei da melhor forma que eu consegui.
- Eu também acho isso. Tem que ser real e ser de momento. – concordou, sem se prolongar muito.
- E eu posso perguntar uma coisa? – Eu mordi o lábio inferior, pois estava muito sem graça.
- Claro. – sabia que eu tinha esse direito, pois eu havia deixado ele me perguntar também.
- O diz, mas eu não sei se é brincadeira. – Eu estava muito envergonhada por perguntar, mas a minha curiosidade era maior. – Você é virgem mesmo ou? – Eu fiquei olhando pra ele. Ele me olhou e cerrou os olhos.
- Esse é o tipo de pergunta que nunca se deve fazer a um homem. – continuou me olhando daquele jeito.
- Tarde demais! – Ergui os ombros.
- Ninguém acredita quando eu digo, mas sim. Eu sou. – parecia não se orgulhar do que estava dizendo.
- Por quê? – Eu perguntei sem pensar.
- Por quê? – riu. – Eu não sei. Um dia eu acordei e decidi que ia morrer virgem porque sim. – disse de forma sarcástica.
- Não! – Eu ri, negando com a cabeça. – Estou perguntando por que você resolveu esperar até agora? Com certeza não faltou oportunidades. – Eu o observei.
- Foi o que você disse. Não teve aquele momento certo e nem a garota certa. – explicou.
- Garota certa? – Eu não podia deixar de perguntar. – E como ela deve ser? – Eu queria saber se eu tinha chances. Ele me olhou e sorriu daquele jeito incrível, demonstrando que estava desconsertado e ao mesmo tempo tão seguro do que diria.
- Ela deve ser como você. – Ele respondeu, enquanto estávamos parados no farol. O meu sorriso bobo aumentou. Eu me segurei para não demonstrar a minha real reação sobre aquilo.
- Não tem uma segunda opção? Acho que a primeira ainda não está pronta pra isso. – Eu voltei a morder o lábio inferior.
- E onde está o problema? No momento certo ou no cara certo? – quis saber como eu realmente me sentia em relação aquilo.
- No momento. É um grande passo e eu estou dando vários grandes passos agora. Eu preciso desacelerar um pouco a minha vida, sabe? – Eu não queria que ele entendesse mal. – Mas o cara é realmente o certo. – Eu sorri pra ele.
- Eu entendo totalmente. – disse, depois de estacionar o carro. Havíamos chego na tal festa. – Mas saiba que eu espero. – já havia desligado o carro e virou o seu corpo para a minha direção, para poder me ver melhor. – Eu sou bom nisso, certo? – Ele quase riu.
- É, você é especialista nisso. – Eu ri baixo.
- Mas quando você estiver pronta, você me avisa. Liga, manda sms, manda carta, solta fogos, faz dança da chuva, qualquer coisa, mas me avisa. – disse ainda segurando a risada.
- Você será o primeiro a saber. – Eu afirmei, piscando um dos olhos pra ele.
- E o seu irmão tem que ser o último. – riu dessa vez.
- Ele será! Acredite em mim. – Eu ri junto com ele. – Se ele descobrir, eu nunca vou poder saber se esse tal de Jonas Power é tão poderoso assim. – Eu disse , aproximando meu rosto do dele. cerrou os olhos, sabia que eu estava provocando.
- Nem começa. – negou com a cabeça e selou os meus lábios em meio a sorrisos.
- O que? – Eu me fiz de inocente.
- Essa conversa foi muito esclarecedora, mas acho que temos uma festa pra ir. – olhou meu rosto de perto.
- É, eles devem estar esperando o capitão do time. – Eu me afastei para abrir a porta do carro. Abri antes mesmo que a abrisse pra mim. Não havia necessidade. Ele trancou o carro e eu fui até ele para que fossemos juntos até a entrada da casa.
- Tem muita gente aqui. – disse, enquanto andávamos de mãos dadas em direção à porta.
- Aquele cara está desmaiado? – Eu apontei pra um garoto que estava jogado na grama.
- Provavelmente. – riu junto comigo.

Chegamos na porta e tocamos a campainha umas 3 vezes. Ninguém atendeu. A música estava alta, ninguém deveria estar ouvindo a campainha. tentou abrir a porta e conseguiu, vendo dezenas de pessoas gritando, cantando e dançando. Havia algumas rodinhas de amigos, conversando e olhando pra bunda das garotas que dançavam com seus shorts curtos e haviam nerds de todos os tipos.

- Isso está uma loucura. – Eu ri, impressionada. me puxava pra dentro da casa. Passávamos entre as pessoas e alguns paravam para nos olhar. Era o capitão do time passando, né?
- Hey ! – Era o que as pessoas mais diziam a nossa volta. O parava de 5 em 5 segundos para cumprimentar alguns alunos e amigos do time.
- Está pronto pra final do campeonato na semana que vem, ? – Um garoto perguntou.
- Claro que estou. Vamos acabar com eles. – sorriu de forma empolgada.

Andamos por mais um tempo. Havia pessoas que conhecíamos, mas tinha pessoas que nunca havíamos visto na vida. Parecia que havia penetras na festa! foi me levando pra um lugar menos movimentado, o que foi quase impossível de se achar.

- Eu não conheço todo mundo daqui. – Eu gritei em seu ouvido por causa da música alta.
- Deve ser o pessoal da escola que vamos enfrentar na semana que vem. – deduziu. Acontecia sempre na festa dos alunos, mas não tanto como dessa vez.
- Já viu o e a ? – Eu perguntei, enquanto ele ainda me puxava pela mão.
- Achei eles. – Ele gritou, sem me olhar. Continuei sendo puxada por ele até pararmos em um canto da sala da casa. – Aqui. – me colocou na frente de .
- Finalmente! – gritou na minha cara. estava dançando ao seu lado.
- Ta todo mundo bêbado nesse lugar! – gargalhou, vendo as pessoas dançarem feito malucos no centro da sala.
- Viu os caras? – perguntou, se referindo aos jogadores do time da escola.
- Eu vi alguns... – olhou pra trás, vendo se via mais alguém.
- Eu vi uns caras do time da escola adversária aqui. Os filhos da puta vieram só pra provocar. – fez cara feia.
- Vou acabar com eles na semana que vem. – riu, negando com a cabeça.
- PORRA, ESTAVAM SE ESCONDENDO? – chegou, gritando na orelha de .
- DESCULPA, ESQUECI O MEU SINALIZADOR EM CASA. – gritou de volta. Sim, a grosseria também foi pelo que havia feito comigo. Eu olhei pra ele e ele também me olhou. Ele tinha acabado de me ver ali. Eu desviei o olhar o mais rápido que consegui.
- Vocês viram que tem uns caras da outra escola aqui? – perguntou, olhando pro .
- Eu vi. – negou com a cabeça.
- Ali, os caras do time estão no chamando. Vamos lá! – apontou para os seus companheiros de time, que estavam do outro lado da sala.
- Não, não vou. – respondeu, olhando pra mim.
- Vai lá, . – Eu pedi com um sorriso. – Eu vou estar te esperando aqui. – Eu me aproximei, selando seus lábios.
- Você fica com ela, ? – olhou pra amiga.
- Fico. – o empurrou para que ele fosse de uma vez. também puxou e foi indo atrás deles. ainda estava meio perto, quando olhou pra trás e me viu. Ele não aguentava. Ele tinha que ir lá tentar falar comigo. Ele parou e voltou a andar na minha direção.
- Quase nem dá pra dançar aqui. – Eu olhei pra , que tentava alguns passos.
- Esses idiotas ficam empurrando. – resmungou, fazendo cara feia.
- . – Alguém me chamou, me fazendo olhar pra frente. estava ali.
- Dá o fora, . – Eu suspirei, virando de costas pra ele. Ele veio ao meu lado.
- Dá pra conversar comigo? – se irritou.
- Não! – Eu gritei e sorri falsamente. – DÁ PRA SAIR DO MEU PÉ? QUE DROGA! – Eu gritei, furiosa.
- Não precisa ser grossa assim! – Ele suspirou, incomodado.
- Eu vou ser grossa se EU quiser. Sabe por quê? Porque eu não me importo com o que você pensa sobre mim. Eu não me importo com você. - Eu disse com facilidade. Não estava sendo difícil dizer aquilo pra mim, porque era a verdade.
- Porque está agindo assim? Você não é assim. – me olhou, chateado.
- É ASSIM QUE EU SOU QUANDO NÃO TENHO UM MELHOR AMIGO. – Eu gritei e sorri com superioridade. – Melhor se acostumar, porque eu não estou aqui pra agradar ninguém. – Eu disse e sai, deixando ele falando sozinho. estava por perto, passei por ela e nem olhei. Ela e se entreolharam, sabendo que não seria fácil reconquistar a minha amizade.
- Tudo bem? – chegou ao meu lado.
- Tudo ótimo. – Eu sorri, ajeitando o meu vestido.

Amber e já estavam na festa há algum tempo. Elas viram quando eu entrei, elas viram quando eu cheguei com aquele vestido maravilhoso e o recalque tomou conta. Amber ficou maluca, o ciúmes por eu estar sendo a garota ao lado do era incontrolável

. - Oi garotas. – voltou. Ele estava sozinho. Olhei pra onde ele estava e vi que ainda conversava com os amigos.
- Oi. – sorriu da forma mais charmosa que conseguiu. a olhou de cima a baixo. – Como você pôde estar ficando melhor a cada dia? – a olhou de um jeito mais sexy.
- Eu não mereço isso. – Eu virei de costas, não querendo ouvir aquela conversa deles. Dei alguns passos para me distanciar um pouco deles, mas continuei por perto. Eu estava distraída e não percebi quando alguém chegou ao meu lado. Colocou o braço em meus ombros como se fôssemos as pessoas mais íntimas do mundo.
- Sabe, eu gostei do seu vestido, mas ainda não consigo gostar de você. – Aquela voz ridícula era totalmente reconhecível. Jessie!
- Estou chorando por dentro, eu juro. – Eu revirei os olhos, tirando o braço dela com força dos meus ombros.
- Cadê o seu namoradinho gostoso? – Jessie colocou as mãos na cintura.
- Está aqui no meu punho. Quer ver? – Eu forcei um sorriso.
- Nossa, como ela está brava! – Jessie fingiu estar impressionada.
- Não me provoca, Jessie. – Eu disse em tom de ameaça.
- Porque será que ela está tão furiosa? – Jessie cruzou os braços, fazendo cara de pensativa. – Será que é por causa do melhor amigo palhaço e traidor, porém gostoso? – Ela dizia com aquele sarcasmo insuportável. – Ou será pelas duas melhores amigas traidoras e idiotas? Talvez.. – Jessie ergueu os ombros.
- Cala a boca. – Eu fuzilei ela com os olhos. Não sei como ela sabia de tudo aquilo, mas ok!
- Mas eu aposto mesmo é na loira recalcada e ex-namorada ridícula. – Jessie quase riu.
- Não vai citar a capitã das líderes de torcida vadia e escrota que acha que sabe alguma coisa da minha vida? – Eu forcei novamente um falso sorriso.
- Ela deixa você maluca, não é? – Jessie ainda falava sobre a Amber.
- Vai embora, Jessie. – Eu fiz careta, demonstrando estar de saco cheio com aquela conversa.
- Eu não gosto dela também. – Jessie fez careta. – Sabe o que isso quer dizer? – Jessie sorriu, se achando esperta.
- Que uma vadia tem a capacidade de reconhecer a outra? – Eu disse, séria.
- Temos algo em comum, . – Jessie estava ignorando todos os meus insultos.
- E? – Eu não entendi o que ela estava querendo.
- Faríamos uma bela dupla, não acha? – Jessie propôs.
- Eu gosto de homem, querida. – Eu ri da cara dela.
- Você sabe do que eu estou falando. – Jessie revirou os olhos. Se estava vindo da Jessie, não era coisa boa.
- Não sei não. – Eu neguei com a cabeça.
- Vamos nos unir contra ela. Vamos acabar com toda aquela perfeição que ela acha que tem. Vamos ser as novas panteras. – Jessie fez referencia ao filme. Eu segurei a risada quando ela disse a última frase.
- Já te avisaram que são TRÊS PANTERAS e não DUAS, sua imbecil? – Eu não estava acreditando. Ela não podia estar falando sério. – Acha que eu vou me unir a toda essa sua burrice? – Eu cruzei os braços. Jessie estava se sentindo totalmente ofendida agora.
- Você se acha a esperta, não é? – Jessie fez cara de nojo.
- Tchau, Jessie. – Eu fiz careta e deixei ela falando sozinha. Não valia a pena perder o meu tempo com ela.

Dei alguns passos pra onde e estavam e vi que eles ainda estavam tendo aquela conversa íntima. Não quis me aproximar. Aproveitei que estava com sede e fui pegar uma bebida, provavelmente um refrigerante. Comecei a passar novamente com dificuldade entre as pessoas que dançavam. O lugar onde estavam as bebidas não ficava tão longe.

conversava animadamente com os amigos. Os alunos consideravam ele como um ídolo. era o ídolo da escola. Ele é quem salvaria a escola na final do campeonato da semana que vem. O último jogo dele pela escola. Todos estavam muito animados e ansiosos para o jogo. Eles só falavam disso.

- ? – Amber chegou ao lado dele.
- Amber! Oi. – Ele cumprimentou a amiga com um beijo no rosto.
- Percebi o movimento quando você chegou. Imaginei que era você. – disse, ao lado da Amber.
- Eu acabei de chegar mesmo. – sorriu para as duas.
- Cadê a sua namoradinha? Não acredito que não veio. – fez piada. a olhou, sério.
- Ela está com o . É claro que ela veio. – não estava gostando do tom da .
- Você não sabe o barraco que ela fez hoje no MC! Foi ridículo! – disse, fazendo careta.
- É, não foi legal. – Amber negou com a cabeça.
- Eu fiquei sabendo. – não sabia onde estava querendo chegar.
- Ela é muito imatura. Fica chorando por tudo, faz drama por tudo. – suspirou, irritada. estava ao lado do e escutou o que ela disse.
- Eu já volto. – olhou para os amigos e se afastou deles para falar com e Amber. – O que você estava dizendo? – queria que repetisse.
- A está muito imatura. Eu não sei como você a aguenta. – disse, quase rindo.
- O que você está tentando fazer? – a olhou, demonstrando-se insatisfeito.
- Como assim? – não entendeu porque ele havia ficado tão sério de repente.
- Porque está falando assim dela? Ela era a sua amiga! – abriu os braços, irritado.
- Era! – disse, séria.
- Você acha que se você ficar falando mal dela pra mim vai me fazer trocá-la pela Amber? – estava achando a a pessoa mais idiota do mundo.
- Não seria uma má troca, não é? – provocou.
- ... – Amber quis intervir.
- O que há de errado com você!? – estava perplexo com aquele comportamento de .
- Qual é o espanto? – riu da cara dele.
- Você é maluca! – negou com a cabeça.
- Por quê? O que eu disse demais? – não entendia. Amber parecia bem melhor pra ela.
- VOCÊ QUIS QUE EU TERMINASSE COM A SUA PRIMA E AGORA QUER QUE EU TERMINE COM A PRA VOLTAR PRA SUA PRIMA? – gritou. Amber olhou pra , sem entender.
- Como assim? – Amber olhou pro e depois pra . nem deu atenção pra Amber.
- VOCÊ é a imatura de toda essa história! – disse, furioso.
- Qual é, ? Tudo isso só por causa da ? – fez careta.
- Escuta bem, . – a olhou de mais perto. – Pensa muito bem antes de falar qualquer coisa dela. Ela é uma pessoa melhor do que você jamais foi! – dizia com todo o ódio. Ele estava fazendo aquilo por mim. – E quer saber? A melhor coisa que aconteceu na vida dela foi a Amber ter voltado. Sabe por quê? Porque só assim ela pôde saber a cobra que era, quem ela chamava de melhor amiga. – viu os olhos de se encherem de lágrimas.
- , que história é essa? – Amber não estava entendendo nada. Como a sua prima pôde ter feito terminar com ela?
- Pergunta pra sua prima. – apontou a cabeça pra . – Conheça a sua verdadeira prima. – olhou pra com descaso e saiu deixando-a falando sozinha.
- ! Sobre o que ele estava falando? – Amber olhou pra prima com medo do que descobriria a seguir.

Eu estava perto da mesa de bebidas. Quase peguei um copo de cerveja ao invés de guaraná. Ainda bem que eu cheirei aquilo antes de tomar. Eu ainda estava ao lado da mesa de bebidas, enquanto bebia o meu refrigerante. Eu estava observando todos se divertirem e dançarem. Aquela festa só estava uma droga pra mim? Deixei o copo sobre a mesa e comecei a andar em direção aonde estavam e . Eu estava passando perto de uma das paredes da sala. Parecia que a passagem por ali estava mais livre do que pelo meio das pessoas dançando. Senti uma mão em minha cintura, que me colocou contra a parede.

- Você é o prêmio ideal pro capitão do time vencedor da final de semana que vem. – Não, não podia ser ele. Estava meio escuro, eu não conseguia ver ele direito, mas a voz era totalmente reconhecível.
- Peter? – Eu respirei com dificuldade, pois ele estava me apertando contra a parede.
- Sentiu saudades, ? – Peter sorriu daquele jeito que ele considerava sensual.











CONTINUA...)



Nota da Autora: 


Hey! Então, eu espero que estejam gostando da fanfic. Está dando muito trabalho, mas eu estou AMANDO escrevê-la. Eu me inspirei em uma outra fanfic que eu li e fiz as minhas MUITAS alterações (com a autorização da autora da mesma). Como vocês já perceberam, ela está em andamento. Eu vou postar de acordo com o que eu for escrevendo. 

Vocês devem ter percebido que nessa fanfic, os Jonas não são tão 'politicamente corretos' e nem tem uma banda. Eu achei legal fazer uma coisa diferente.

Enfim, deixe o seu comentário aqui embaixo. A sua opinião é importante, pois me incentiva a escrever ainda mais e mais.

Beijos e qualquer coisa e erro, mandem reply pra mim lá no @jonasnobrasil . 


14 comentários:

  1. NOOSSA SE EU VER ESSA AMBER NA RUA EU REGASSO FDP! ARG' QQ

    CONTINUAAAAAAAAAAAAAA PLEASE! ♥

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  2. AI MEU DEUSSSSSSSSS :O PQP MELHOR AMIGOO! VACILO. E O MEU JONAS HEIN??? SAFADINHO. hahahaha

    ameeeeeeeei <33

    @AnaIsInDaHouse / @JoBrosPR / @P9parana

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  3. Só acho que a Amber devia pedir alguma coisa envenenada.
    By: @PurpleNinjaJB
    Sim eu sou uma belieber, e meu "Jonas" é um Bieber. Amo sua fic.

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  4. Ain meu Deusss to lokinhaaa pra saber oq vai acontece....
    Ain vc pode me falar se vc tem pelo menos uma ideia de quando vai postar a segunda parte..???? Eh preciso da segunda parte eu nessecito della.... Ain meu god...

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  5. EU TO SURTANDO SJAIOSJIÇOFWEJFW, OMG OMG DEIXA EU QUEBRAR A CARA DAQUELA FDP, POSTA O 38 PARTE 2 PORFAVOOORR LINDA!!! Fic tá muito perfeita *----*

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  6. haha, Nossa Ameii Tudoo, Dei varias risadas kkk

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  7. PUTA QUE PARIU, CARA! RAISSA, MINHA FILHA, TU É FODA! CRLHO VOU MATAR O PETER, ACHEI QUE TINHA FICADO LIVRE, MAS O BABACA TINHA QUE VOLTAR NÉ? kkkkkkkkkkkkkkkk surtando, beijos posta logo te amo s2

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  8. O que aconteceu com a que se dizia minha amiga??? decepcionada... E Peter? ksaopskaskaoksopak...
    vai ter briga!!!!

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  9. PRECISO DO CAPÍTULO 39, EU NAO CONSIGO FICAR UM DIA SEM LER ISSO, TO VICIADA, TEM REMEDIO PRA ISSO?

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  10. POOOR FAVOR POSTA POSTA , EU QUEROO MUITOO TERMINAR DE LER

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  11. Posta, o mais rapido possivel preciso ler

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  12. PFVR POSTA O 39!!!!!!! É A MELHOR FIC QUE EU JA LI!!!!!!!!!!

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  13. Pq Amber não é atropelada por um carro e tudo volta a ser como era antes? E o meu Jonas é na verdade um Horan haha

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  14. AI MEU DEUS! TA PERFEITA ESSA FIC!!!! AAAAAN, PFV, MINHA AMIGA E EU N PODEMOS CONTINUAR BRIGADAAAAAAAS

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