Capítulo 40





Capítulo 40 – O Último Dia



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:



Fraco! Era desse jeito que se sentia naquele momento. Fraco por saber que não havia conseguido ser forte o suficiente para dar a sua garota o que ela tanto queria. Um dia! Só um dia inesquecível, um dia sem pensar em problemas ou no amanhã. Era só isso que a garota dele queria. Era só isso que ele não conseguia dar a ela. Era só isso que só em pensar tornava ele a pessoa mais medrosa e triste do mundo.

Ele queria saber o que estava passando em minha cabeça naquele instante. Será que eu o odiava e nunca mais iria querer vê-lo novamente? Ou talvez eu entendesse tudo o que ele estava tendo que passar por minha causa. Aquela dúvida o assombrava cada vez que ele fechava os olhos para tentar dormir. sabia que eu estava chorando naquele momento. Chorando por causa dele, sofrendo por causa dele. Tudo o que ele queria é que alguém fosse até lá me confortar, mas eram 4 da manhã. Eu estava sozinha, assim como estaria no dia seguinte.

Esse idiota está certo. Eu estou chorando sim, mas ele estava errado sobre o fato de eu não ter alguém para me consolar. Meu velho travesseiro estava ali, como sempre esteve todas as vezes que eu precisei dele. Existiam muitas lágrimas escondidas ali, mais algumas não fariam diferença.

Eu fechava os meus olhos de tempos em tempos. Eu só conseguia pensar que eu teria que enfrentar aquele dia sem ele. Não é um dia qualquer, é o último dia. O último dia em que estávamos ali tão perto um do outro e que sabíamos que podíamos correr para os braços um do outro quando quiséssemos.

Eu voltava a abrir os olhos e tentava imaginar como eu cantaria sem vê-lo naquela primeira fileira, onde ele disse que estaria. Como eu cantaria aquela música, a nossa música, sem poder olhar pra ele e ver aquele sorriso em seu rosto e aquele olhar me dizendo tudo o que eu precisava ouvir para me sentir a garota mais amada do mundo.

Os olhos se encheram de lágrimas e eu tive que fechá-los para que a dor que eu sentia não escorresse pelos meus olhos. Apertei o meu travesseiro, quando imaginei o desastre que seria o meu baile de formatura. O baile em que toda a garota sonha em estar. Todas elas querem um príncipe ao seu lado. Eu não tinha mais um príncipe pra me acompanhar, pra dançar aquela última dança comigo e pra fazer com que eu me sentisse a rainha do baile sem nem ser necessário uma coroa. não estaria lá e doía tanto.

Eu passei a noite acordando de 5 em 5 minutos. Eu olhava para o relógio e via que a hora se aproximava e eu queria dormir. Dormir para acordar somente quando eu já estivesse em Nova York. Eu acordava a todo o momento, pensando ter escutado o barulho do meu celular, pensando que era o voltando atrás naquela sua terrível e dolorosa escolha. Tudo não passava de ilusão! Tudo não passava de sonho! Sonho? Eu achei que eles costumavam ser uma coisa boa.

Eu não vi o sol nascer naquele dia, mas eu pude ver quando a luz dele entrou pelas frestas da janela do meu quarto, me lembrando que já era de manhã. A manhã daquele dia que mal tinha começado e eu já queria esquecer. A teto do meu quarto nunca pareceu tão interessante.

- Filha... – Minha mãe entrou no quarto, achando que teria que me acordar. Ela ficou surpresa ao me ver acordada. – Nossa, já acordou? – Ela riu.
- É, já.. – Eu respondi com um fraco sorriso, mas não me movi.
- Hoje é a sua formatura, querida. Eu nem acredito. – Minha mãe se sentou na beira da minha cama, me olhando de mais perto.
- Nem eu... – Eu certamente não disse aquilo no mesmo sentido que ela.
- Está ansiosa? – Ela acariciou o meu braço.
- Ansiosa não é a palavra certa. – Eu finalmente olhei pra ela.
- Está tudo bem? – Minha mãe estranhou.
- Está. – Eu neguei com a cabeça. – Não se preocupe. – Eu voltei a forçar um sorriso.
- Certo, então levante ou vai se atrasar. – Minha mãe se aproximou e beijou a minha testa, indo em direção a porta e saindo do quarto.

Eu queria ficar mais um tempo ali, talvez pra sempre. Eu não queria ter que passar por tudo o que eu teria que passar naquele dia, porque eu simplesmente sabia como seria difícil e triste. Eu sabia que eu sofreria, eu sabia que tudo o que eu fizesse eu pensaria nele. Eu pensaria em como seria se ele estivesse ali.


passou quase a noite toda em claro. Em um minuto ele se deitava e tentava dormir, mas no outro ele se levantava com a desculpa de que teria que arrumar o quarto antes que sua mãe visse toda aquela bagunça. Ele não queria ter que pensar em tudo o que aquele dia representava pra mim e que ele não estaria lá. não queria pensar que na manhã seguinte eu estaria embarcando para Nova York.


Depois de me sentar na cama, encarei o chão por um tempo, tentando me encorajar a fazer o que tinha que fazer. Me levantei, fui até o meu guarda-roupa e peguei o vestido que eu usaria na minha apresentação. Separei os outros acessórios que eu usaria e fui até o banheiro.

Achei que a água do chuveiro me convenceria de que todas aquelas gotas em meu rosto não eram as minhas lágrimas. Passei as mãos pelo meu rosto, tendo certeza de que aquelas lágrimas eram apenas o inicio de tudo. Eu tentava me convencer de que chorar não faria ele voltar atrás em sua decisão, mas eu percebi que eu não chorava porque ele não estaria lá e sim pelo motivo dele não estar lá. achava que estava me ajudando, que estava realizando o meu desejo de ter um último dia perfeito, mas eu não posso fazer isso sem ele. Como ele pôde não perceber isso?

Não adiantava. Não importa o quanto eu chore ou o quanto eu queira tê-lo comigo. Foi a decisão dele e eu teria que me conformar. Eu ainda tinha amigos que fariam de tudo para arrancar um sorriso do meu rosto naquele dia. Eu ainda tinha que fazer aquela apresentação pela Sra. Dark. Ela confiou em mim e ela acredita que eu vou dar tudo de mim naquela apresentação. Eu devo isso a ela, ainda mais depois de tudo o que ela havia feito –indiretamente- para juntar eu e o .

Coloquei o vestido (VEJA AQUI), depois o sapato de salto alto e por fim os acessórios. A aliança de compromisso estava em meu dedo e o corrente da amizade estava em meu pescoço. Havia também algumas pulseiras em meus pulsos e os brincos. O cabelo estava seco, depois de eu tê-lo seco com o secador. Eu deixaria ele solto, já que ele parecia bem bonito naquele dia. A maquiagem não foi tão simples e fraca. O lápis contornava os olhos, o blush deixava minhas bochechas um tanto rosadas, o batom vermelho destacava os meus lábios, o rímel deixava meus enormes cílios ainda mais a mostra e a sombra fraca estava sobre os olhos.

- , você sabe onde está o meu... – disse, entrando apressadamente pela porta do meu quarto. Ele parou de falar quando me viu. – Uau, você está muito bonita. – sorriu. Ainda faltava um dos pés do seu tênis.
- Valeu. – Eu tentei sorrir para que ele não percebesse que havia algo errado.
- Você viu o par do meu tênis? – finalmente perguntou o que queria.
- Eu vi na sala, acho.. – Eu disse, me esforçando para lembrar.
- Vou ir lá ver. Valeu.. – Ele saiu em busca de seu tênis.

Olhei-me no espelho mais uma vez e eu estava exatamente como pretendia estar no dia anterior, quando havia escolhido o que usaria para apresentação. Olhei meu rosto no espelho e vi que parecia tão triste. Eu sorri para o espelho e vi o quanto soava falso. Neguei com a cabeça, tentando mostrar a mim mesma que eu não podia ficar daquele jeito. Eu não podia tornar aquilo pior do que já seria.

- Vamos, . Você pode fazer isso, ok? – Eu disse, olhando pra mim mesma no espelho. Afirmei com a cabeça e respirei fundo, como se o ar fosse algum combustível pra acalmar meu coração.

Desci as escadas e percebi a correria de todos. Meu pai tomava o café lentamente na mesa de jantar, enquanto minha mãe corria pra lá e pra cá e passava o perfume apressadamente. Meu pai me olhou e sorriu, como quem dissesse ‘Somos os únicos normais daqui’. Eu ri sem emitir som. O primeiro sorriso sincero daquele dia! Yeah!

- Depois eu quem sou a atrasada, não é? – Eu disse, me sentando na mesa ao lado do meu pai.
- Não se esqueça de jogar isso na cara do seu irmão mais tarde. – Meu pai disse, rindo.
- Eu vou. Acredite! – Eu disse, observando a mesa. Eu realmente não estava com fome.
- Você está linda. – Meu pai disse daquele jeito que só o pai coruja sabe dizer.
- Obrigada. – Eu sorri pra ele.
- Quando foi que você aprendeu a cantar? – Meu pai havia descoberto naquela semana que eu cantaria na cerimonia de formatura.
- Eu não aprendi, pai. – Eu voltei a rir. – As pessoas é que acham que eu sei cantar. – Eu expliquei.
- Não foi você quem se inscreveu pra cantar nessa apresentação? – Meu pai arqueou a sobrancelha.
- Não! – Eu afirmei com uma careta. – Ainda não sei quem foi. – Eu disse, olhando para lado. parecia estar pronto.
- Não dá pra ficar mais bonito que isso. – suspirou longamente.
- Está um gato! – Eu disse e ele fez um olhar sedutor.
- Eu sei. – disse de um jeito engraçado.
- Ok, eu estou pronta. Vamos! – Minha mãe também chegou na cozinha.
- Eu já não deveria colocar a beca? – perguntou pra mim.
- Não. Depois da apresentação é que vai ter a entrega dos diplomas. É só nessa hora que precisamos usar a beca. – Eu expliquei.
- Odeio aquela coisa. É tão quente.. – revirou os olhos.
- Vamos de uma vez. – Meu pai se levantou da mesa.
- Podemos ir com o meu carro. – disse, mostrando a chave de seu carro.
- Isso, vamos com o seu carro. Eu dirijo. – Meu pai estendeu a mão em direção ao .
- Não, mas eu.. – ia argumentar, mas meu pai o interrompeu.
- A chave.. – Meu pai segurou a risada.
- Aqui. – fez uma careta de frustração.

Eu não queria que chegássemos no local da formatura. Eu não queria saber qual seria a minha reação ao pisar naquele palco, ao olhar para aquela primeira fileira. Quando chegamos lá, vimos dezenas de alunos com suas famílias. Eu pensei em como o podia não estar em sua formatura. O que ele está pensando?

- Acho que os pais devem ir pra lá. – apontou para o outro lado. Os formandos ficavam separados dos convidados.
- Awn, eu não acredito que os meus dois amores vão se formar. – Minha mãe tocou o meu rosto com uma mão e o rosto do com a outra.
- Mãe, não faz isso em público. – disse, olhando disfarçadamente para os lados.
- Vocês cresceram tão rápido.. – Minha mãe nos olhou com lágrimas nos olhos.
- Pai, por favor.. – olhou para o pai, querendo que o pai fizesse alguma coisa.
- Não acredito que os meus anjinhos vão se formar... – Meu pai fez uma voz fraca e tocou no rosto de , que fez careta. – Brincadeira. – Meu pai riu, fazendo com que eu gargalhasse com ele.
- Haha, muito engraçado. – forçou um sorriso.
- Vamos, eles tem que ficar com os outros formandos. – Meu pai tocou no ombro da minha mãe e ela foi com ele, depois de dar um beijo no rosto de e no meu.
- Ser envergonhado no dia da formatura: checado! – revirou os olhos.
- Dá um desconto pra ela. É a nossa formatura, é normal ela ficar emocionada. – Eu neguei com a cabeça.
- ACHEI VOCÊS! – gritou, chegando ao meu lado. estava com ele, mas ela era bem mais discreta que ele. – Sério, se a minha mãe chorar mais um pouco, ela vai alagar esse salão. – suspirou, impaciente.
- Minha mãe também está chorando em algum canto daqui. – sorriu pra mim.
- A minha já me abraçou umas 20 vezes a caminho daqui. – disse, fazendo os dois amigos rirem. Eu olhava para algum lugar do salão com aquele olhar perdido, como se estivesse procurando alguma coisa ou alguém.
- ? – percebeu que havia algo errado e ficou imediatamente mais sério.
- Oi.. – Eu voltei a olhá-lo e sorri apenas para não confirmar aquela suspeita de que meu mundo estava desabando.
- Tudo...bem? – perguntou, desconfiado.
- Oi linda. – interrompeu, quando viu se aproximar.
- Oh meu Deus, você está maravilhoso. – se aproximou e beijou rapidamente o namorado. – Oi pessoal. – Ela olhou para os amigos. – Interrompi alguma coisa? – Ela perguntou, percebendo um clima estranho.
- Não, não. Está tudo bem. – Eu tentei não demonstrar desespero naquela minha afirmação.
- E a minha cantora favorita? Está pronta? – riu, ansiosa.
- Eu nunca vou estar pronta. – Eu disse, querendo dizer um sincero não.
- Você está perfeita. Está parecendo uma verdadeira... diva. – adicionou de um jeito meio sem jeito.
- Obrigada. – Eu olhei pra ela com um fraco sorriso. – Você também está linda. – Eu completei. sorriu pra mim, feliz por receber aquele elogio de mim apesar de tudo.
- Olhem ali. É o e a . – disse em um tom de voz mais baixo, enquanto apontava com a cabeça. Todos olharam e viram o casal, que não parecia mais com um casal. Eles nem ao menos estavam de mãos dadas.

vestia um simples, mas lindo vestido. Ela estava muito bem arrumada e maquiada, mas a sua expressão não era igual a dos outros formandos. estava maravilhoso. O cabelo bem arrumado e as roupas combinavam. olhava por todo o salão e os olhos dela finalmente me acharam. Nos olhamos por um tempo e eu percebi que aquele olhar de raiva que ela me lançou da última vez que nos vimos não estava mais lá. Era um olhar triste, que se misturavam com algumas poucas lágrimas que eu consegui achar em seus olhos. O olhar dela se perdeu, quando ela virou o seu rosto.

também nos viu e diferente de , ele sorriu. Apontou um dos dedos em nossa direção e disse algo pra . Ela nem sequer olhou e o puxou para o lado contrário em que estávamos. olhou pra trás e acenou rapidamente com a mão, fazendo uma careta de insatisfação.

- Pobre .. – negou com a cabeça, depois de também acenar pro .
- Eu já tentei falar com a , mas ela não quer falar com ninguém. – comentou, demonstrando-se chateada.
- Eu também já tentei. – também afirmou.
- Eu espero que esteja bem. – Eu afirmei, olhando pro meu amigo de longe. Ele e pareciam discutir.
- Srta. ? – Alguém me chamou. – Sua apresentação é em uma hora. – Era a Sra. Dark. – Você pode ficar atrás do palco. Você entra logo depois da Jessie. – Ela sorriu, parecendo empolgada.
- Certo, obrigada. – Eu afirmei com a cabeça e tentei sorrir.
- Belo figurino. – Sra. Dark deu um sorriso ainda maior. – Aliás, a primeira fileira foi reservada para os seus amigos como você pediu. – Ela disse, antes de sair. Foi a pior notícia que ela poderia me dar. A primeira fileira, não!

Realmente não fazia nenhuma diferença agora. Aquela primeira fileira vai ser invisível pra mim, pois eu não vou aguentar olhá-la e não vê-la vazia. Vazia sim porque a pessoa que eu mais queria que estivesse lá, não estaria. Eu andei até a parte detrás do palco e todos foram comigo. Talvez eles já tivessem percebido do quanto eu precisava do apoio deles.

finalmente encontrou o sono. O seu travesseiro molhado devido as lágrimas que derramou ali durante toda a noite atrasaram ainda mais aquele sono. Ele passou a noite orando para que estivesse dormindo na hora em que a minha apresentação estivesse acontecendo para que ele não tivesse que ficar pensando que ele deveria estar lá, que eu estava sentindo a falta dele e que era lá onde ele queria estar.

- ! Querido, acorde! – A mãe de sacudiu o corpo do filho, que acordou rapidamente, assustado.
- O que foi? – perguntou com aquela cara de sono, mas ainda com aquela expressão de susto.
- A sua formatura! Começa em 1 hora! – A mãe de riu do susto que o filho havia levado.
- Formatura? – repetiu pra si mesmo. – Eu não... – ficou sério de vez e voltou a colocar a cabeça em seu travesseiro. – Mãe, eu não vou. – conseguiu dizer.
- Muito engraçado. – A mãe dele sorriu rapidamente e depois voltou a ficar séria. – Vamos, levanta. – Ela ficou parada, olhando pra ele.
- Eu não vou. Já está decidido. – virou-se para o outro lado da cama, olhando para a parede em sua frente.
- ! Anda logo! Se eu não ver a cantando eu vou te bater. – entrou no quarto, impaciente.

Quando ouviu sua irmã dizendo aquilo, sentiu o desespero voltar a tomar conta do seu corpo, do seu coração. Ele encarou a parede em sua frente e sentiu as lágrimas voltarem para os seus olhos. Só Deus sabia o quanto ele queria estar lá, o quanto ele queria vê-la, abraça-la e pedir pra que ela ficasse. passou a mão pelos seus olhos para evitar que as lágrimas escorressem por eles. Ele respirou fundo e voltou a virar-se para o lado onde estava sua mãe e sua irmã.

- Hey, venha até aqui. – pediu, sentando-se em sua cama. atendeu o seu pedido e andou até ele. Ela estava linda. Usava um lindo vestido rosa rodado, sapatos com os pequenos saltos que ela sempre quis tanto usar e uma tiara com uma flor em seu cabelo.
- O que foi? – olhou para o rosto do irmão e percebeu que ele não estava nada bem.
- Olha, eu não vou poder ir vê-la cantar. – disse, vendo a expressão de surpresa de sua irmã. – Mas você vai até lá. Você vai vê-la cantar e depois você vai procurar por ela e vai dizer a ela que apesar de eu ser um idiota, eu sinto muito. Diga a ela que ela está linda e que eu a amo. – disse devagar para que sua irmã não esquecesse de nenhum detalhe.
- Mas porque você não fala pra ela? – arqueou a sobrancelha.
- Eu vou ficar aqui. – disse e depois olhou pra sua mãe.
- , mas é a sua formatura! – A mãe dele disse, perplexa.
- É bem mais do que isso, mãe. – sorriu fraco e negou com a cabeça. – E eu sei, acredite. – afirmou. – Eu não estou muito bem. Eu vou ficar aqui. – Ele repetiu.
- Não está bem? O que você tem, filho? Eu te levo pro hospital. – A mãe dele disse, preocupada.
- Não, mãe. Existe só um remédio pra isso que eu estou sentindo e ele não está no hospital. – voltou a se deitar, voltando a colocar o seu cobertor sobre o seu corpo.
- Então eu não vou. Se você não vai, eu não tenho porque ir. – A mãe dele disse.
- Não, vai sim. Pegue o meu diploma depois com o diretor da escola. – pediu. – E a precisa ir. Ela disse que iria. – olhou para a irmã e depois para a mãe. – Não se preocupem comigo. Podem ir. – tentou sorrir, antes de virar-se novamente para a parede.
- Tudo bem. Fique bem, querido. – A mãe de se aproximou e beijou a cabeça do filho, depois de fazer um rápido carinho naquele mesmo lugar. sentiu que não conseguiria mais segurar o seu choro. A tristeza tomou conta de seu rosto e seus olhos se enchiam cada vez mais de lágrimas, enquanto ele ouvia sua mãe e sua irmã saírem de seu quarto.

O barulho da porta batendo fez virar-se novamente para olhar o teto de seu quarto. As lágrimas escorriam por cada um de seus olhos, tomando rumos contrários. Ele só conseguia pensar que a essa hora eu estava desejando a presença dele, ele só conseguia pensar que estava me decepcionando mais uma vez e que dessa vez eu poderia não querer perdoá-lo.


A escada pela qual eu subiria no palco me dava calafrios. Meus amigos e meu irmão estavam conversando em torno de mim e eu não conseguia prestar atenção em nenhuma palavra que saia da boca deles. Parecia que eu estava em todos os lugares, menos ali. Esse era o jeito de eu não pensar no que eu estava prestes a fazer.

- Ok, então eu e a já estamos indo pro nosso lugar. Quero ficar com o melhor lugar, porque eu sou o irmão e sou mais importante que todos vocês. – disse, segurando a risada.
- , eu não vejo a hora de te ver cantando. – se aproximou e me abraçou. – Você vai arrasar. – Ela piscou pra mim e se afastou.
- É claro que ela vai arrasar! Ela é minha irmã. – se aproximou e beijou o meu rosto. – Vejo você no palco. – sorriu pra mim e depois saiu de mãos dadas com a .

Palco. Aquele lugar assustador que eu queria tanto evitar. Cantar? Eu não canto! Porque estou fazendo isso, afinal? Quem é que me inscreveu naquela apresentação ridícula que agora estava me causando tantos problemas? Porque eu tive que aceitar fazer aquilo? Como pôde ter me convencido a fazer aquilo e agora não estar ali para me apoiar? Como ele pode ter me feito compor aquela música que dizia tanto sobre nós e agora não estar ali para me ouvir cantá-la?

- Vamos também? – perguntou, olhando para .
- Não... – sussurrou, olhando pra mim. Eu encarava o papel que continha a letra da música que eu cantaria. Eu já sabia ela detrás para frente, mas ficar relendo e relendo ela me ajudava a não pensar em nada. – Você não percebeu? Ela não está bem. – continuou sussurrando para . Ele me olhou e percebeu do que estava falando.
- ? – se aproximou de mim. ficou um pouco mais atrás. Eu levantei o meu rosto para olhá-lo. – Está realmente tudo bem? – perguntou de um jeito desconfiado.
- Está, eu já disse. – Eu sorri e desviei o olhar para que ele não percebesse que eu mentia.
- Porque não me fala a verdade? – insistiu, sem deixar de me olhar.
- Eu estou falando a verdade! – Eu voltei a olhá-lo, como quem estivesse brava com a desconfiança dele. Na verdade, eu estava brava por não ter conseguido esconder dele. – Droga, porque não acredita em mim? – Eu sai da frente dele e depois de alguns passos, parei de costas pra ele, sentindo as lágrimas finalmente invadirem os meus olhos. Passei uma das minhas mãos pelo meu cabelo, enquanto negava com a cabeça. Eu não podia chorar.
- .. – suspirou, demonstrando que queria que eu contasse a ele o que estava acontecendo.
- Ele não está aqui. – Eu disse, ainda de costas pra ele. olhou pra e era como se eles conseguissem conversar através do olhar. Ambos já sabiam sobre quem eu falava.
- ? – voltou a me olhar de costas. – Ele deve estar atrasado, mas ele vai chegar. Eu tenho certeza que ele vai. – tentou me acalmar, sem saber o que realmente estava acontecendo.
- Não! Ele não vai! – Eu disse, impaciente. – Ele me disse que não viria. Ele disse que não poderia estar aqui porque não pode suportar o fato de ser o meu último dia. – Eu finalmente me virei para olhá-lo. Eu ainda não tinha deixado as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. – Então não. Não diz que ele vai estar aqui, não diga que vai ficar tudo bem, porque não vai! – Eu disse com mais tristeza do que eu queria.

Eu sai dali o mais rápido que consegui, indo pra qualquer lugar onde eles não pudessem ver todas as minhas lágrimas, que eu me esforçava tanto para segurar dentro dos olhos. Entrei na primeira porta que encontrei e a fechei, colando minhas costas . Dei de cara com a pessoa que eu menos queria ver em minha frente naquele minuto.

- O que você está fazendo aqui? – Jessie me olhou, furiosamente.
- Agora não, Jessie. – Eu neguei com a cabeça e voltei a me virar em direção a porta, querendo sair dali, mas Jessie foi mais rápida e colocou a mão na porta, impedindo que eu a abrisse.
- Você não vai a lugar algum. – Jessie disse, achando que estava me deixando assustada.
- Jessie, eu sei que nós brigamos o tempo todo, mas me deixa em paz agora, ok? Eu não quero brigar. – Eu me afastei da porta, apenas para sair de perto dela.
- Te deixar em paz? Você vem e tenta arruinar o meu show e quer que eu te deixe em paz? – Jessie disse, indignada.
- O QUE? Você acha que eu queria estar aqui? Você acha que eu quero fazer isso? – Eu perguntei retoricamente. – Eu não ligo pro seu show, eu não ligo pra você, Jessie! – Eu disse, furiosa.
- Todos os anos sou eu quem faço essa apresentação. Sou eu quem brilho naquele palco e sou eu quem é aplaudida por todos, mas parece que esse ano você resolveu aumentar a concorrência, não é? – Jessie me olhou com descaso. – Primeiro com o , depois com a popularidade na escola e agora com esse show? MEU SHOW? – Jessie estava gritando como uma louca. – Eu não pude fazer nada para impedir as outras coisas, mas isso eu posso e eu vou! – Jessie sorriu maleficamente.
- Jessie, você não precisa.. – Eu disse, vendo ela virar-se para a porta. – Hey! O que acha que vai fazer? – Eu gritei, vendo ela abrir a porta e tirar a chave. – JESSIE! NEM PENSE NISSO! – Eu sai correndo, mas não deu tempo de chegar na porta antes que ela a trancasse por fora. – JESSIE! – Eu comecei a bater na porta. – ISSO NÃO TEM GRAÇA! – Eu ainda gritava. – ABRE A PORTA, JESSIE! – Eu virei a maçaneta umas 10 vezes e a porta não abria. – JESSIEEEEE! – Eu gritei pela última vez. – DROGA! – Eu dei um tapa na porta como forma de desabafo.

Jessie sentiu um enorme alivio, quando olhou para os lados e viu que ninguém havia visto o que ela havia acabado de fazer. Ela sorriu, sabendo que agora eu estaria bem longe da sua apresentação. Jessie saiu de perto da porta para evitar suspeitas. Ela seria a primeira a se apresentar e faltava meia-hora para acontecer.

- Está dando fora de área! – disse, depois de tentar ligar pro seguidas vezes, sem resposta. – Ele desligou o celular. – resmungou, tentando mais uma vez.

sabia que o problema de tudo aquilo era o . Ele sabia que o amigo havia feito uma grande besteira e sabia que ele estava tão mal quanto eu. queria ajudar e tentar fazê-lo voltar atrás na sua decisão, mas parece que não queria falar com ninguém.

- Certo, me dê a chave do seu carro. – estendeu o braço, certa do que estava fazendo.
- Muito engraçado. – continuava com o celular no ouvido, pois ainda tentava falar com o .
- Não estou brincando. Anda! – a abriu a mão, impaciente.
- Você está drogada? Você não vai dirigir o carro dos meus pais. – riu da cara de .
- DÁ LOGO A PORCARIA DA CHAVE! – gritou, furiosa. Deu até um tapa no braço do .
- Ai, ei! – fez cara feia.
- Você não quer ajudar a sua melhor amiga? Não quer vê-la feliz? – apontou para a direção onde eu havia ido.
- Eu quero muito, mas.. – tentou argumentar, mas não deu liberdade.
- Então me dê a chave. Eu vou resolver isso. – olhou pro mais séria.
- Eu vou dirigindo. Vou com você! – parecia ter achado uma solução.
- Não! – afirmou, impaciente. – Você precisa estar aqui na apresentação dela. Você precisa estar aqui, eu não. Ela não se importa que eu não esteja aqui. Estamos brigadas, lembra? – explicou de forma paciente, mesmo estando com toda a pressa do mundo.
- Não fala isso. Ela se importa sim. Vocês ainda vão se resolver. – tentou animar a garota que tanto amava.
- Nós resolvemos isso uma outra hora. Eu preciso ajudá-la agora. – Ela voltou a estender a mão. – Me dê a chave. Eu prometo que vou ter cuidado. – sorriu, pois saberia que isso ajudaria a convencer .
- Eu sei que vou me arrepender disso, mas... – colocou a mão no bolso. – Vai, pega. – Ele colocou a chave na mão dela. – Eu confio em você. – Ele sorriu carinhosamente para ela.
- Obrigada. – também sorriu, sem jeito. Virou-se de costas, mas nem chegou a dar os passos.
- Espera. – pediu e ela virou-se para ele, sem esperar que ele estivesse tão perto e que beijaria seus lábios. Não passou de um selinho, mas foi possível sentir o quanto ele estava agradecido por estar ajudando a sua melhor amiga. – Agora pode ir. Boa sorte. – Ele disse, depois de descolar seus lábios dos lábios dela.
- Eu vou precisar. – Ela riu e logo depois saiu correndo.

Eu já havia desistido de gritar a estapear a porta, tentando fazer alguém me escutar dentro daquele pequeno camarim. A música no salão estava tão alta e as pessoas que estavam ali atrás do palco estavam correndo de um lado para o outro, tentando arrumar os últimos detalhes antes da grande cerimonia.

A verdade é que eu não havia achado a ideia da Jessie tão ruim. Não me apresentar era tudo o que eu queria. Agora eu tinha um bom motivo para justificar aquele meu medo de subir naquele palco. Mesmo sabendo que eu decepcionaria a Sra. Dark, eu não tinha culpa se a Jessie tinha me trancado ali. Mesmo eu tendo trabalhado tanto naquela música, aquele frio na barriga e aquele buraco no meu peito não me deixariam passar por aquilo sem sofrer ainda mais do que eu já estava sofrendo.

me procurou por todos os lados e não me encontrou. Percebeu que talvez eu precisasse ficar sozinha e se era isso o que eu queria, ele respeitaria. Saiu da parte detrás do palco e voltou para onde estavam localizadas as cadeiras dos convidados e formandos. Encontrou e na primeira fileira e viu que haviam mais 4 lugares guardados. Dois deles eram certamente para e , mas é claro que eles não ficariam ali. não permitira. sentou-se ao lado de e guardou um lugar pra ao seu lado. Ainda restava um lugar. O lugar de quem mais precisava estar ali naquele dia.

não sabia se tudo sairia como o planejado. Não dependia só dela, mas ela faria a sua parte. Ela faria o que estivesse ao seu alcance para salvar o último dia sua melhor amiga, mesmo que nós não fossemos mais tão amigas quanto costumávamos ser. estava estacionando o carro, quando viu a porta da casa dele se abrir.

- Sra. Jonas! Sra. Jonas! – veio correndo, eufórica. A família Jonas estava saindo para ir a formatura.
- ? – A mãe de estranhou. – Oi! Como está indo? Faz tanto tempo que não te vejo. Você está linda. – A mãe de disse, como sempre, sendo muito gentil.
- Obrigada, muito obrigada. – sorriu, ainda respirando com certa dificuldade. – Onde está o ? Ele está em casa? – apontou para a casa.
- Que bom que você veio. – A mãe dele se aproximou de , pois não queria falar perto de . – O está muito estranho. Ele não está bem e eu nem ao menos sei o que está acontecendo. – Ela disse, preocupada. – Ele nem quer ir a formatura. – Ela realmente não sabia o que estava acontecendo.
- Eu imaginei. – negou com a cabeça. – Eu posso falar com ele? – voltou a apontar para a casa.
- Claro que pode. Entre e fique a vontade. – A mãe dele sorriu, sabendo que tentaria ajudar o seu filho.
- Obrigada. Vejo vocês na formatura. – Ela acenou rapidamente para e para o ‘pai’ do e saiu correndo pra dentro da casa.

Não havia nem 5 minutos que tinha conseguido dormir. Ele havia passado muito tempo tentando dormir para que não precisasse pensar em tudo o que estava acontecendo naquele dia. Quando ele finalmente havia parado de se torturar pelo que estava fazendo comigo e consigo mesmo, uma luz forte clareou o seu quarto. Era a janela de seu quarto sendo brutalmente aberta.

- ANDA, LEVANTA! – gritou com uma das mãos na cintura. Ela olhava furiosamente para o .
- ? – abriu um pouco os olhos, ainda incomodado com toda aquela luz. Ele se sentou em sua cama. – O que você está fazendo aqui? – colocou a mão em frente dos seus olhos, evitando que a luz viesse de encontro a eles.
- EU MANDEI LEVANTAR! – continuou gritando, furiosa. parecia já ter entendido o que ela havia vindo fazer ali.
- Levantar pra que? Não vou a lugar algum. – voltou a deitar-se, puxando o seu cobertor mais pra cima de seu corpo.
- Eu não vou deixar você fazer isso. – foi até a cama dele. – Levanta de uma vez. – puxou a coberta de e a jogou do outro lado do quarto.
- O que pensa que está fazendo!? – voltou a se sentar na cama. Dessa vez quem estava furioso era ele. – VOCÊ NÃO ENTENDE! – gritou, enquanto a encarava.
- Você está abandonando ela, ! Você está abandonando ela no dia em que ela mais precisa de você! – começou a argumentar.
- SIM! EU ESTOU! – continuou a gritar, já que ele precisava colocar pra fora tudo aqui que estava dentro de si mesmo. – VOCÊ NÃO ENTENDE! NINGUÉM ENTENDE, SÓ EU! SÓ EU SEI O QUE EU ESTOU PASSANDO! – voltou a encarar a amiga, enquanto respirava fundo. – Então não pense que vir aqui e dar um discursinho inspirador vai mudar alguma coisa na minha decisão. – não terminou a frase com toda a raiva que queria.
- VOCÊ É TÃO EGOÍSTA ASSIM? – olhou pra ele, indignada.
- VOCÊ NÃO.. – ia dizendo, mas ela o interrompeu.
- CALA A BOCA E ME ESCUTA! – apontou o dedo na direção dele. – Quem você pensa que é, ? Quem você acha que é pra abandoná-la agora? – continuava usando aquele tom de indignação. – Logo VOCÊ que esteve do lado dela em todos os momentos da vida dela. Você nunca deu pra trás, ! Por mais difícil que fosse, você nunca deu pra trás. – ia mudando o tom de sua voz. – E todas as vezes em que ela pensava em desistir, você não deixava! Em todas as vezes em que ela achava que não dava mais pra continuar, você sempre segurava ela pela mão e a levava de volta pro caminho certo. – começou a sentir seus olhos arderem. – Você mostrou a ela que ela pode ser diferente, ! Você mostrou a ela que ela pode ser forte, mesmo quando tudo está uma droga. , você sempre fez ela acreditar que nunca estaria sozinha. – fez uma pequena pausa antes de continuar. – Então, como? Como você ousa abandoná-la hoje? – Ela negou com a cabeça, sem acreditar.
- Você acha que eu não queria estar lá? – perguntou, depois de ficar um tempo em silêncio. As lágrimas pareciam estar voltando para os seus olhos. – Eu não posso! Eu não posso estragar o dia dela. Eu não vou estragar o dia dela! – afirmou, achando que estava demonstrando certeza no que dizia, mas percebeu que ele queria o contrário.
- Eu estava com ela agora, . – diminuiu o tom de sua voz. – Eu a conheço há anos, mas eu juro que eu nunca a vi tão triste como hoje. – negou com a cabeça e percebendo o quanto aquela informação havia quebrado de todos os meios. – Desculpa dizer, mas você já estragou o dia dela. – disse, vendo suspirar longamente, como se não soubesse o que fazer.
- Porque está me dizendo isso? Porque está fazendo isso? Não está vendo que eu já.. – desistiu de terminar a sua frase. Passou uma das mãos pela sua cabeça e depois pelo seu rosto.

Logo quando achou que não podia se sentir pior, todas aquelas verdades que estava jogando em sua cara vieram de uma só vez para derrubá-lo de vez. Ouvir dizer que eu nunca havia sido decepcionada daquela forma antes; Ouvir dizer que ele era a minha maior decepção, faziam ele querer entrar debaixo daquela coberta e não levantar daquela cama nunca mais.

nunca havia se sentido tão mal, tão errado e tão idiota como naquele momento. Aquele momento em que ele percebeu que ele havia estragado tudo, que ele havia tomado a pior decisão, que poderia lhe custar algo que dinheiro nenhum jamais pagaria. Algo que poderia lhe custar algo que mais ninguém no mundo poderia lhe dar.

- Você está fazendo tudo errado, . – olhou com pena pro amigo.
- É isso que veio fazer aqui? Jogar tudo isso na minha cara? – disse, passando as mãos pelos olhos para tentar esconder as lágrimas.
- Não, . – negou com a cabeça. – Eu vim aqui pra te dizer que ainda dá tempo. Ainda dá tempo de fazer a coisa certa. – sorriu fraco.
- A coisa certa? Sabe qual é a coisa certa? – perguntou de forma retórica. – É ficar feliz por ela, porque ela está realizando o seu maior sonho. – percebeu que sua voz estava começando a ficar embargada por causa das lágrimas que ele tanto segurava. – Eu não estou feliz. Eu não estou feliz, porque a única coisa que eu quero é que ela fique. Eu quero que ela fique comigo. – levantou o seu rosto para olhar a sua amiga, que também segurava para não chorar.
- , amanhã ela começará a viver o sonho dela. – se aproximou do amigo. – Mesmo estando prestes a realizar o maior sonho da vida dela, ela não está feliz. – sentou-se em frente ao . – Ela não está feliz, porque você não está lá com ela, . – Ela olhou nos olhos no amigo. – Você faz ideia do quanto você é importante pra ela? Você tem noção de que a sua ausência, hoje, é maior do que qualquer felicidade que ela poderia estar sentindo porque amanhã ela estará realizando o seu sonho? – disse, vendo a sobrancelha de decair, enquanto ele cedia ao choro.
- Eu não consigo nem pensar na ideia de que hoje é o ultimo dia dela. Eu não vou conseguir olhar pra ela, sem pensar que amanhã vou ter que me despedir. – negou com a cabeça. – Eu não aguento mais sofrer por causa disso. Eu não aguento mais fingir que está tudo bem. – voltou a passar as mãos pelo seu rosto, secando as lágrimas que estavam em todos os cantos.
- Não finja! – decretou. - Não está sendo fácil pra ela também. Basta olhar pra ela para saber que ela vai desmoronar a qualquer momento. Você precisa estar lá quando isso acontecer. – tocou a mão do amigo. – Você é o único que vai poder segurá-la quando ela cair, porque só você sabe como ela se sente. – deu um simples sorriso com os olhos cheios de lágrimas. – Você precisa dela e você sabe que ela precisa de você também. – Ela apertou a mão do amigo. – Ela precisa que você esteja com ela naquela formatura. Ela precisa que você esteja com ela hoje, . – finalmente disse. a olhou por um tempo, como se estivesse pensando.
- Eu... – não sabia o que fazer. Ele estava confuso, pois seu coração e sua cabeça davam palpites diferentes sobre o que ele deveria fazer. Era a razão e a emoção lutando dentro dele e ele não sabia a quem escutar.
- Vamos, .. – disse, como se estivesse implorando. – Você sabe que eu estou certa. – Ela queria muito que tudo o que ela havia feito tivesse algum resultado.
- Porque está fazendo isso? – perguntou, olhando pra ela com todas aquelas lágrimas em seu rosto. – Quer dizer, vocês mal se falam. Porque está fazendo isso? – repetiu a pergunta.
- O que ela sente em relação a mim, não muda o que eu sinto por ela. Não muda o que eu já passei com ela. Não muda o que ela já fez por mim. Não muda a nossa amizade. Não muda o fato de que ela sempre será a minha melhor amiga, mesmo que ela não saiba disso. – sorriu, enquanto uma lágrima finalmente escorria pelo seu rosto.
- Você é uma boa amiga, . – tocou o rosto da amiga e secou a lágrima que havia escorrido.
- É, eu sei. – riu, sem jeito pelas suas lágrimas.
- Posso te perguntar uma coisa? – passou as mãos pelo seu rosto, enxugando suas lágrimas dessa vez.
- Pergunte.. – olhou pro amigo com um quase sorriso.
- Qual roupa você acha que devo vestir? – perguntou e o sorriso de se desfez, pois ela estava surpresa demais para mantê-lo em seu rosto. – Eu tenho que estar bonito pra minha formatura e pra ver a minha garota, não acha? – foi quem sorriu dessa vez, ainda com seus olhos marejados. não precisou dizer mais nada, seu sorriso já dizia tudo.
- Eu consegui... – suspirou, incrédula. Ela abraçou por puro impulso e correspondeu ao seu abraço. Ele sabia muito bem o quão havia ajudado ele naquele dia. Ele jamais esqueceria.

Não é que ele tivesse mudado de ideia tão rapidamente. realmente percebeu que não havia pensado antes em tudo aquilo que havia lhe dito. Ele percebeu que estava na hora dele seguir seu próprio conselho. O conselho que ele havia dado pra mim no dia anterior: ‘Quando você tiver uma problema, fale comigo. Vamos resolver juntos.’. finalmente havia percebido que o único jeito de passar por aquilo era passando por aquilo junto comigo. Se fosse pra sofrer, sofreríamos juntos. Se fosse pra aproveitarmos o último dia em que estávamos tão perto um do outro, que fizéssemos isso juntos. Se tivermos que passarmos por isso, passaremos por isso juntos!

- Vamos, vou te ajudar com a roupa. – disse, segurando a risada que tentava se manifestar a todo o momento por sua simples felicidade. – Não podemos demorar. – o alertou, não querendo que ele perdesse a minha apresentação.


Eu continuava em frente a porta. Aquela mesma porta que Jessie havia batido em minha cara. Eu continuava trancada naquele quartinho e já estava certa de que não haveria mais apresentação alguma. Eu já havia me conformado de que passaria as últimas horas ali dentro, enquanto a minha família e amigos esperavam para me ver naquele palco. Cheguei a imaginar que se estivesse ali, eu não estaria presa. Ele já teria ido atrás de mim, ele já teria me achado. Estar trancada ali era mais um indício de que ele não estava ali.

Ouvi quando Jessie entrou no palco. Ouvi o público aplaudi-la, antes mesmo dela se apresentar. Talvez não se possa ganhar da Jessie nesse mundo, certo? Uma música alta e agitada começou e eu pude perceber que ela já estava se apresentando. A voz dela não era tão ruim quanto eu imaginava, mas a letra definitivamente não tinha nada a ver com a ocasião. Era uma ótima música para se ouvir em uma festa, não em uma formatura.

- Cara, eu nunca fiquei tão feliz em não ter vindo nas outras apresentações da escola. – suspirou, olhando Jessie com uma cara de nojo. Ela rebolava pra lá e pra cá.
- Achei que eu estivesse na minha formatura e não... na Broadway. – também fez careta.
- A roupa dela tem tanto brilho, que meus olhos estão ardendo. – fechou os olhos por poucos segundos.
- Cadê a sua namorada? – perguntou, sem deixar de olhar pra Jessie.
- Ela não é a minha namorada. – riu por poucos segundos. – E... não sei. – resolveu não preocupar .

Acabei me sentando em uma das cadeiras para não me cansar. Eu estava certa de que não sairia dali tão cedo. Eu continuava ouvindo Jessie se apresentar e eu só conseguia pensar que eu havia tirado aquele peso, aquele medo sobre as minhas costas. Eu não teria mais que me apresentar, mas parecia que meu coração ainda continuava quebrado. A dor não havia parado e ele ainda não estava ali comigo. Talvez o problema não fosse aquela apresentação, talvez o problema fosse eu.

Os meus pensamentos tomaram conta de mim e eu até me esqueci que era a voz de Jessie que eu estava ouvindo. Meus olhos voltaram a olhar imediatamente pra porta, quando eu ouvi alguém mexer na mesma. A maçaneta girou algumas vezes e eu me esqueci de qualquer coisa que estava fazendo. Pensei que pudesse ser a Jessie, arrependida do que havia feito, mas me dei conta de que eu ainda conseguia ouvi-la do palco. Me levantei da cadeira, dando alguns passos em direção a porta. Alguém continuava mexendo na maçaneta, quando ela foi aberta. Não dava pra ver quem estava atrás dela, pois a porta ainda não havia sido aberta totalmente. Eu não me movi, esperando para saber quem estava atrás daquela porta, que agora se abria lentamente. Eu esperava qualquer pessoa, menos ela.

- Chelsea? – Eu arqueei a sobrancelha, sem reação.
- Eu sabia que a Jessie faria alguma coisa para tentar atrapalhar a sua apresentação. – Chelsea riu, negando com a cabeça. Ela estava muito bonita.
- O que.. – Eu ainda não acreditava. – O que você está fazendo aqui? – Eu dei alguns passos na direção dela.
- Acha que eu perderia a sua apresentação? Eu adoro te ouvir cantar. – Chelsea sorriu pra mim.
- Minha apresentação? – Eu repeti pra mim mesma. – Mas como você sabe que vou me apresentar? – Eu perguntei, pensando em milhares de possibilidades. Talvez ela ainda mantivesse contato com alguém da escola.
- Eu deveria saber, não é? Já que fui eu que te inscrevi nela. – Chelsea finalmente revelou aquele mistério que eu havia tentado tanto solucionar.
- O que? – Eu tinha certeza de que havia uma interrogação na minha cara naquele momento. – Você? Mas como? Você.. – Eu estava confusa. Porque diabos ela faria aquilo?
- Eu sabia que você cantava bem e achei que seria uma boa oportunidade de mostrar isso a todos. – Chelsea disse, achando que aquele motivo seria suficiente pra mim.
- Não.. – Eu neguei com a cabeça. – Eu sei que não foi só por isso. – Eu afirmei com certeza. – Por que, Chelsea? – Eu a encarei, tentando entender tudo aquilo.
- A verdade? Ok.. – Chelsea ficou mais séria e respirou fundo antes de dizer qualquer coisa. – Eu estava naquele dia do Karaokê, lembra? Você cantou aquela música pro . – Chelsea disse, tentando me fazer lembrar.
- Eu me lembro. – Eu afirmei rapidamente, querendo que ela dissesse de uma vez.
- Eu acho que eu tenho o dom de estragar tudo, não sei.. – Chelsea sorriu de sua própria desgraça. – O que eu quero dizer é que se eu não estivesse lá naquele dia, você não teria cantado aquela música pra ele. Eu tenho certeza que se eu não estivesse lá naquela noite, você teria cantado outra música pra ele. Você teria cantado pra ele a música que ele merecia ouvir. – Chelsea dizia, séria. – Eu achei que se você tivesse mais uma chance de cantar, você escolheria a música certa para cantar para ele dessa vez. Se você tivesse mais uma chance pra cantar, você daria a ele a declaração que ele merece ouvir. – Chelsea voltou a sorrir. – Além disso, eu vi o quanto você arrasou naquele palco aquele dia. Eu vi o quanto você se divertiu cantando aquela música. – Chelsea me olhou com toda a sinceridade do mundo. – Eu achei que fazendo isso, eu poderia me redimir do que eu fiz com você e com o . – Ela finalizou, esperando a minha reação.
- Se eu soubesse disse há algumas semanas atrás, eu teria te odiado. – Eu abaixei a cabeça para olhar o chão. – Eu teria te odiado mesmo. – Eu voltei a olhá-la. – Mas hoje não. Eu não poderia te odiar por ter feito eu e passarmos ótimos momentos juntos escrevendo a nossa música. Eu não poderia ter odiar, porque graças a você, hoje eu tenho um pedacinho dele comigo, mesmo não estando aqui. Eu tenho a nossa música. – Eu consegui sorrir pra ela, apesar de todas as lágrimas em meus olhos.
- Uau, você não sabe o quanto eu queria ouvir isso. – Chelsea sorriu, aliviada. – Eu nem sei o que dizer. Eu.. estou ansiosa pra ouvir essa música. – Ela continuava sorrindo.
- Eu não posso explicar agora, mas eu cheguei a pensar em desistir. Eu pensei em abandonar essa apresentação. Eu pensei em evitar ter que passar por isso, mas... – Eu suspirei longamente. – Mas eu vou fazer isso. Eu vou cantar. Eu vou cantar porque mesmo que ele não esteja aqui pra me ouvir cantá-la, continua sendo a nossa música. – Eu disse, querendo acalmar o meu próprio coração.


já havia ajudado escolher a roupa que ele vestiria. Ela esperava ele na sala, enquanto ele estava em seu quarto vestindo as roupas escolhidas. estava fazendo tudo com toda a pressa. Ele não queria perder a minha apresentação. Ele tinha que chegar a tempo.

- Anda, ! – gritou, quando apareceu inesperadamente na sala. – Nossa, que rápido. – riu, levantando-se do sofá para analisar o amigo.
- E então? – abriu os braços, esperando a opinião da amiga.
- Está perfeito! Ela vai adorar. – piscou pra ele e ele só não riu, porque estava muito nervoso. Ele vestia uma camiseta preta e uma camisa jeans aberta por cima. Uma calça jeans e o seu tradicional tênis. O cabelo estava um pouco molhado e bagunçado e o seu perfume dava pra sentir a metros de distância.
- Então vamos. – disse, indo em direção a porta de sua casa. o acompanhou até o lado de fora e depois até o carro. – Se eu não achasse que fosse impossível, diria que esse carro é do . – fez careta olhando pro carro.
- É do . – arqueou a sobrancelha olhando pro .
- Ele realmente gosta de você. – quase riu, negando com a cabeça. – Eu dirijo. – estendeu a mão em direção a .
- Não, eu dirijo. – cerrou os olhos.
- Nós estamos com pressa, lembra? – disse, querendo dizer que era lerda demais quando dirigia. Ela teve que concordar.
- Ok, ok! Porque os homens são tão machistas? – revirou os olhos, entregando a chave pro .
- Porque se fossemos feministas, seriamos gays e não homens. – respondeu, pegando a chave da mão da amiga, que fazia uma careta, apesar de segurar o riso.
- Tanto faz. – Ela não seguiu segurar a risada. – Se apresse ou não vai dar tempo. – o apressou, quando eles entraram no carro. – E tente não bater o carro. jamais superaria isso. – comentou, fazendo rir.


Eu ainda não conseguia acreditar que Chelsea estava ali na minha frente. Eu não conseguia acreditar que ela é quem havia causado tudo aquilo. Está pra nascer alguém que tenha a vida mais movimentada e surpreendente do que a minha. Quando eu achei que estava tudo perdido, a minha ex -amiga/inimiga aparece e me faz ter vontade de fazer aquela apresentação, que eu já havia desistido de fazer. Ela conseguiu me fazer ver um lado bom no meio de tanta coisa ruim.

- Parece que a apresentação da Jessie acabou. – Chelsea sorriu, ouvindo todos os aplausos da plateia.
- Eu sou a próxima... – Eu disse, sentindo minhas mãos suarem frio.
- Está nervosa? – Chelsea ficou mais séria, ao perceber o meu nervosismo.
- Estou, mas não é porque vou cantar na frente de tanta gente. – Eu tentei sorrir para não preocupa-la.
- É porque ele não está aqui. – Chelsea deduziu com uma expressão triste.
- Eu tenho medo de não conseguir cantar a música e estragar tudo. – Eu dei alguns passos, indo para fora daquele ‘quartinho’. Chelsea veio atrás de mim.
- Não, você vai conseguir. Eu sei que vai conseguir. – Chelsea tocou o meu ombro e parou em minha frente. – Faça isso por ele. Faça como se ele estivesse aqui, vendo você. – Ela nem sabia o quanto estava me ajudando. Olhei pra ela, prestes a abraça-la, mas Sra. Dark apareceu antes disso.
- É a sua vez, . – A professora disse com um enorme sorriso.
- Minha vez? – Eu repeti para convencer a mim mesma de que a hora havia chegado. – É, eu sei. – Eu respondi de imediato.
- Boa sorte. Eu sei que vai se sair muito bem e estou ansiosa para ouvi-la cantar. – Sra. Dark sorriu pra mim e saiu, indo em direção a plateia.
- Está na hora.. – Chelsea fez uma careta, como se estivesse arrependida de ter me colocado naquela. Eu nem consegui responder, pois vi Jessie vindo para detrás do palco. Quando ela me viu, ela não sabia se corria ou se tentava me matar.
- Chelsea? Você ainda existe? – Jessie fez careta ao chegar em frente a Chelsea.
- Eu não só existo como vim aqui pessoalmente para estragar com o seu plano. – Chelsea sorriu falsamente.
- Plano? – Jessie se fez de sonsa.
- Você é tão boa que não conseguiria ser melhor do que ninguém sem trapacear, não é? – Chelsea ironizou.
- Eu sou boa, querida. – Jessie cerrou os olhos.
- Certo, então porque você não vai procurar um lugar pra você ver a minha amiga aqui, mostrar pra você o que é uma apresentação de verdade? – Chelsea não sabe disso, mas sambou na cara da Jessie.
- Quer saber? – Jessie me olhou. Havia brilho em todo o seu rosto, que certamente havia saído de sua roupa pouco brilhante. – Estou pagando pra ver. Vou me sentar ali e ver de bem perto você se humilhar sozinha. Só não diga que foi culpa minha. – Jessie riu da minha cara e saiu, rebolando como sempre.

Que ótimo! Eu já estava nervosa, achando que estragaria tudo nas primeiras notas da música e a Jessie vem e diz tudo isso. Ela diz que eu vou fazer, exatamente o que eu estou com medo de fazer. Dá ficar mais confiante que isso? Impossível.

- Não dê ouvidos a ela. Você vai se sair bem, ok? – Chelsea me apoiou mais uma vez. Eu olhei pra ela, ainda meio perdida, sem saber o que realmente estava fazendo ali. – Está me ouvindo? Vai dar tudo certo. Acredite em você mesma. – Chelsea disse a palavra chave: acreditar. Era exatamente essa palavra que usaria se estivesse ali naquele momento. Ele me pediria para acreditar em mim mesma.
- Eu acredito. – Eu afirmei com a cabeça, sentindo meus olhos começarem a arder. Eu me aproximei e a abracei. Deu pra perceber o quanto ela pareceu surpresa com aquele abraço. Chelsea deu um longo suspiro. Um suspiro de alívio. – Eu acredito em você também. – Eu disse, ainda abraçando-a. – Eu te perdoou e te agradeço por tudo isso que fez por mim. – Eu terminei o abraço para olhá-la e vi de perto seus olhos marejados.
- Eu nem acredito que estou mesmo ouvindo isso de você. – Chelsea riu, passando as mãos pelos olhos para que as lágrimas não escorressem pelo seu rosto. – Certo, eu tenho que ir. – Ela apontou em direção a saída do fundo do palco. Ela iria para a plateia para que pudesse assistir a minha apresentação.
- Ok, pode ir. – Eu disse, vendo ela dar alguns passos para trás.
- Força! Acredita! – Chelsea disse, mesmo estando de longe. Eu apenas afirmei com a cabeça, vendo ela sair pela porta.


nunca havia corrido tanto com o carro. jamais poderia saber daquilo. Ele havia passado em uns 2 faróis vermelhos, sem tirar todas as buzinadas que ele teve que ouvir durante todo o trajeto. Ele chegou no estacionamento do salão e desligou o carro, depois de parar em uma das vagas. Ele encarou o volante por um tempo.

Coragem! Era isso que ele mais precisava ter naquele momento. precisava ter coragem de entrar naquele salão e olhar pra mim com o melhor sorriso que conseguisse. Ele precisava se desculpar pela ideia de não estar naquele meu último dia ter passado pela sua cabeça. precisava se desculpar pelas horas que eu havia sofrido, desde que ele havia terminado aquele telefonema. Ele precisava ser forte o suficiente para fazer daquele dia, o mais incrível. Ele tinha que fazer isso por mim.

- ? – o chamou, depois de vê-lo todo pensativo.
- Eu acho que meu coração vai sair pela boca. – disse, sentindo seu coração despadrado.
- Está com medo? – olhou pra ele.
- Morrendo de medo. – suspirou, tentando se acalmar. – Ela vai cantar a nossa música. Eu não sei se consigo lidar com isso. – riu de nervosismo.
- Vamos descobrir! – abriu a porta do carro e olhou pro , esperando que ele fizesse o mesmo.
- Que se dane. Ela precisa de mim, é só o que importa. – disse como se quisesse encorajar a si mesmo. Ele abriu a porta do carro e depois o travou.
- Já começou! CORRE! – gritou, ouvindo a música alta dentro do local. Ela não sabia se a minha apresentação havia começado ou não. Ela só sabia que a cerimonia de formatura havia começado.

O microfone estava em minhas mãos e eu olhava pra ele e só conseguia ver minhas mãos tremerem. Eu já havia entregado o CD com a melodia para os responsáveis do som e eles só esperavam o meu sinal para começar a tocá-la. O meu coração batia tão rápido, que parecia que pararia de vez a qualquer momento.

- Acreditar. – Eu repeti bem baixo, para que somente eu pudesse ouvir. – Eu acredito em mim. Ele acredita em mim. – Eu voltei a dizer no mesmo tom e até consegui sorrir no final da minha frase. – Eu sou forte, eu posso fazer isso. – Eu dizia para mim mesma, como se fosse o me dizendo aquilo. O único motivo de eu continuar com aquilo era ele. Eu passei uma das mãos pelo meu cabelo e o ajeitei pela última vez.

O microfone estava em frente a minha boca e eu olhei para ele, tentando me concentrar naquilo que faria. O meu olhar foi imediatamente desviado para a minha mão. A mão em que eu segurava o microfone. A mão em que havia desenhado aquele coração, que agora estava bem fraco, mas ainda sim era possível vê-lo. Ao olhar aquele coração, eu só conseguia me lembrar que havia me dito que aquele coração era a prova viva de que eu não estava sozinha e que ele estava comigo. Meus olhos se encheram rapidamente de lágrimas e eu sorri, enquanto soltei um longo suspiro. Ver aquele coração era o que eu precisava para dar o sinal verde para que a melodia começasse a ser tocada.

Os seguranças do local quase não deixaram e entrarem. Eles tiveram que procurar os nomes deles na lista de formandos. Isso certamente os atrasou ainda mais. Quando o segurança liberou a entrada, eles saíram correndo em direção ao salão principal. apontou uma porta, que era a porta que dava na entrada lateral do salão. empurrou a porta no mesmo segundo em que aquela melodia que ele conhecia muito bem, começou a tocar.

As luzes foram abaixadas e a melodia continuava tocando. Eu esperava que a hora certa chegasse para que eu pudesse finalmente entrar no palco. O meu coração e o coração de estavam disparados como um só. Pareciam que batiam na mesma velocidade e pelo mesmo motivo. continuava imóvel na porta superior, que ficava atrás de todas as cadeiras em que os convidados e os formandos estavam sentados. suspirava exaustivamente e também observava o palco.

TROQUE A MÚSICA:





I found myself today (Hoje eu me encontrei)

Oh I found myself and ran away (Oh,eu me encontrei e fugi.)
– Eu entrei no palco andando lentamente até o centro dele. O público só conseguia me ver de lado, durante aquele trajeto.

But something pulled me back (Mas alguma coisa me trouxe de volta)

The voice of reason, I forgot I had (A voz da razão, que eu esqueci que eu tinha.)
– A memória daquele terrível dia em que eu achei que havia perdido a amizade de me veio a cabeça. Eu me lembrei do modo como havia me trazido de volta para a realidade naquele dia, do jeito que ele havia me acalmado e dito que tudo ficaria bem. Eu finalmente cheguei ao centro do palco e me virei para o público.

All I know (Só sei que você)

Is you're not here to say (Não está aqui pra me dizer)
– Meus olhos foram imediatamente para a primeira fileira. Era como se ainda houvesse alguma esperança dentro de mim de que ele pudesse estar ali, como ele havia me dito que estaria. A poltrona vazia fazia com que a dor triplicasse. A música parecia descrever exatamente o meu momento.

What you always used to say (O que você sempre dizia)

But it's written (Mas está noite)

In the sky tonight (Está escrito no céu.)
– Meus olhos se encheram instantaneamente de lágrimas e eu os fechei para que elas não escorressem pelo meu rosto. Parecia haver um enorme buraco no meu peito, parecia que o meu coração se apertava e se acelerava a cada verso daquela música.

estava tão orgulhoso de me ver cantando aquela música daquele jeito tão emotivo e com aquela voz que ele considerava tão linda, mas a tristeza que ele via nos meus olhos era mais angustiante do que qualquer coisa. olhou pro e viu os olhos dele completamente cheios de lágrimas. Ele não tirava os olhos de mim nem por um segundo.

Cada palavra daquela música foi escrita por nós. Cada parte daquela música dizia absolutamente tudo sobre nós. Só ele sabia o significado daquela música. Só ele conseguia entender tudo o que aquela música queria dizer pra nós. Só ele conseguia entender a dor que eu sentia ao cantá-la daquele jeito tão comovente. A plateia começava a se emocionar com todo o sentimento que eu conseguia transmitir em cada verso, em cada nota daquela melodia.


- O não está aqui. Cadê ele? – cutucou , que me olhava da primeira fileira.
- Eu não sei.. – disse, sem olhar o amigo.
- Ela está falando dele. Está falando do ! – sorriu com os olhos cheios de lágrimas.


So I won't give up (Então, não vou desistir) No, I won't break down (Não, não vou sucumbir.)

Sooner than it seems life (Antes que a gente se dê conta,)

Turns around (A vida dá volta)
– Eu abri os olhos ao dizer a última frase e encarei o público, mesmo os meus pensamentos estando em outro lugar. Meus olhos continuavam encharcados, mas eu segurava todas aquelas lágrimas com todas as minhas forças. Eu só queria que estivesse ali pra me ouvir dizer que não desistiria dele, que não desistiria de nós e que os dias difíceis iam passar.

And I will be strong (E eu serei forte.) – Eu engoli o choro pra tentar continuar forte, como a música dizia.

Even if it all goes wrong (Mesmo se tudo der errado)

When I'm standing in the dark, I'll still believe (Quando eu estiver no escuro, ainda vou acreditar)

Someone's watching over me (Que alguém está olhando por mim). – Eu só conseguia pensar em todas as vezes que havia me dito aquela frase, que ele havia me dito que estaria olhando por mim onde quer que eu estivesse. Eu só queria que ele estivesse ali para me acalmar, como ele sempre conseguia quando me dizia aquela simples frase.

I've seen that ray of light (Eu vi um raio de luz)

And it's shining on my destiny (E ele está brilhando em meu destino)
– Eu me lembro de querer passar uma mensagem para os formandos quando escrevi esse verso, mas ao cantá-lo eu só conseguia pensar que o meu destino era Nova York, que o meu destino era longe dele.

Eu senti, naquele momento, que eu desabaria a qualquer momento. O meu choro me sufocava e dali a pouco começaria a transparecer na minha voz. Eu me virei novamente para a lateral do palco e andei um pouco sem olhar para o público para que eu pudesse respirar fundo, sem que eles pudessem ver.

- Ela está linda. – sorriu, me vendo cantar de longe. Ela ainda estava ao lado do , que ao ouvir o seu comentário, percebeu que eu poderia colocar tudo a perder a qualquer momento. Como eu disse, ele sabia exatamente o que eu estava sentindo.
- Me arrume um microfone. – pediu, sem olhar para a amiga. achou não ter escutado direito.
- O que? – arqueou a sobrancelha, olhando pro amigo.
- Eu preciso de um microfone. Rápido! – olhou para a por poucos segundos e depois voltou a olhar para o palco. Ela já sabia exatamente o que aquilo queria dizer.
- Eu vou arranjar um. Espera. – saiu desesperadamente atrás do microfone.

olhou para cima e viu que a sala de som ficava ali. Correu até lá e entrou, assustando o homem que também via a minha apresentação com atenção. Ele a olhou, sem entender o que ela queria.

- Eu preciso de um microfone. – disse, séria.
- E eu preciso que saia daqui. – O moço a olhou com cara feia.
- Escuta aqui! – disse, furiosa. – Está vendo aquela garota no palco? É a minha melhor amiga. – apontou para o palco. – Eu preciso ajudar o namorado dela a salvar essa apresentação. Ela não vai conseguir. – disse, desesperada.
- O que você está dizendo? – O homem fez careta, como quem dissesse que não havia entendido nada. olhou para a mesa de som e viu um microfone ali em cima. – Nem pense nisso. – O homem fuzilou ela com o olhar, quando percebeu a sua intenção de pegar aquele microfone.
- Tarde demais. – pegou rapidamente o microfone e saiu correndo.
- Hey, espera! – O moço gritou, tentando impedi-la, mas não conseguiu.


Shining all the time, (Brilhando o tempo todo)

And I won't be afraid (E não terei medo,)

To follow everywhere (De seguir você,)

It's taking me (Aonde quer que me leve)
– Eu achei que havia conseguido me recuperar e voltei a me virar para o público. A cada final de verso, eu abaixava o microfone para poder respirar e para tentar acalmar a mim mesma.

- Aqui, eu consegui. – voltou até onde estava e lhe estendeu o microfone. – Eu consegui. – Ela repetiu, sem acreditar que havia acabado de roubar um microfone. pegou o microfone, sem tirar os olhos do palco. Ele deu alguns passos para frente, esperando o momento certo para intervir ou até mesmo para ver se teria mesmo que intervir.

All I know is yesterday is gone (Só sei que ontem já passou)

And right now I belong (E agora eu pertenço)
– As minhas lágrimas já não eram só por não estar ali, mas também por aquele ser o meu último dia. Pelo fato de que a partir de amanhã, Nova York seria a minha nova casa e eu pertenceria ao meu sonho. Minhas sobrancelhas decaíram, enquanto eu demonstrava pra qualquer um que quisesse ver que eu estava mais do que emocionada, eu estava desmoronando.

To this moment, to my dreams (A este momento e aos meus sonhos.) – Eu consegui até fazer o pequeno agudo no final do verso, mas depois de fazê-lo e tirei o microfone dos lábios e respirava fundo, tentando buscar mais forças em qualquer lugar dentro de mim.

Foi naquele exato momento em que soube que precisava intervir. Foi naquele momento em que viu que eu não conseguiria continuar e a culpa era dele. Ele havia me decepcionado e não tinha facilitado as coisas que já estavam bem difíceis pra mim. tinha que dar um jeito de consertar aquilo. Ele tinha que dar um jeito de não me deixar abandonar aquele palco aos prantos. Ele tinha que dar um jeito de me deixar saber que ele estava ali. Ele estava ali por mim. Foi naquele momento em que ele começou a andar em direção ao palco, mesmo com todas aquelas lágrimas em seus olhos. Juntos! Nós passaríamos por aquilo juntos!

So I won't give up (Então, não vou desistir)

No, I won't break down (Não, não vou sucumbir.)
estava cantando agora. Cantando a música que nós havíamos composto juntos. Ele continuava andando em direção ao palco. Agora ele passava por um grande corredor, entre os convidados e os formandos. Ao ouvir a voz dele, eu me virei para ter certeza de que eu não estava sonhando. O meu coração disparou de um jeito ainda mais absurdo, quando eu o vi, olhando pra mim com aqueles olhos cheios de lágrimas.

Sooner than it seems life (Antes que a gente se dê conta,)

Turns around (A vida dá volta)

And I will be strong (E eu serei forte.)

Even if it all goes wrong (Mesmo se tudo der errado)
continuava andando, enquanto eu estava paralisada no centro do palco, olhando pra ele. As lágrimas finalmente começaram a escorrer pelo meu rosto, quando ele sorriu pra mim, daquele jeito tão lindo e triste.

When I'm standing in the dark,( Quando eu estiver no escuro)

I'll still believe (Ainda vou acreditar.)

Someone's watching over me (Que alguém está olhando por mim)
estava me dizendo novamente que ele olharia por mim, que ele não me abandonaria. Quando ele terminou o refrão, ele apontou o microfone pra mim, querendo dizer que queria que eu cantasse também.

Apesar de o meu coração continuar disparado, ele não doía mais. Eu sei que eu ainda ia pra Nova York e aquele continuava sendo o meu último dia, mas ao ver ali, ao ouvir a voz dele dizendo que ‘não desistiria, mesmo que tudo desse errado’ me fez esquecer de qualquer outra coisa que não fosse ele.

O microfone ainda estava em uma das minhas mãos e eu não sabia se conseguiria fazer o que ele queria. Mesmo estando há uma certa distância de mim, o olhar dele me dizia para ser forte. afirmou com a cabeça com um fraco sorriso, me dizendo que eu conseguiria fazer aquilo. O olhar dele simplesmente dizia ‘Faça! Cante, porque eu estou aqui agora e não vou mais te deixar.’ Eu levantei o meu braço e voltei a colocar o microfone em frente a minha boca. O sorriso que eu dei pra ele, fez ele ter certeza de que eu faria o que ele queria.

It doesn't matter (Não importa)

What people say (O que as pessoas dizem)
– Eu continuava com aquele sorriso enorme em meu rosto e neguei com a cabeça.

And it doesn't matter (E não importa)

How long it takes (Quanto tempo vai levar)
foi quem cantou dessa vez, mas o sorriso dele era mais fraco que o meu. Ele continuava andando em direção ao palco. Na verdade, ele já estava bem próximo a escada que dava acesso ao palco.

Believe in yourself (Acredite em você mesmo)

And you'll fly high (E você vai voar alto)
– Eu cantei e consegui fazer o pequeno agudo, apesar da minha voz estar um pouco embargada por causa das lágrimas, que haviam parado um pouco de escorrer pelo meu rosto, mas se mantinham em meus olhos.

And it only matters (E só importa)

How true you are (O quão verdadeiro você é)
– A voz de era tão incrível e a cada frase que ele cantava, o meu coração se acalmava ainda mais. Ele já estava subindo as escadas do palco e continuava me olhando.

Be true to yourself (Seja leal com você mesmo)

And follow your heart (E siga seu coração)
– Eu voltei a ficar de lado para o público para poder me virar para , que estava a apenas 3 passos de mim. O meu sorriso desapareceu pelo simples fato de ver aquelas lágrimas nos olhos dele e ver ele me olhar daquele jeito tão doce, demonstrando que choraria a qualquer segundo.

parou em minha frente e olhou em meus olhos. Ambos víamos lágrimas nos olhos um do outro e aquilo parecia sufocar os nossos corações. Os olhos dele desceram até os meus lábios, demonstrando que ele esperava ver um sorriso. Eu neguei levemente com a cabeça, querendo dizer a ele que eu não tinha motivos para sorrir. Os lábios dele então se moveram lentamente para o lado, enquanto ele sorria sem mostrar os dentes.

That I won't give up (Então, não vou desistir) cantou, olhando em meus olhos. Ele estava tentando me dizer que mesmo com toda a dor que ele sentia, ele não desistiria de mim e nem desistiria de passar aquele último dia em Atlantic City ao meu lado.

No, I wont break down (Não, não vou sucumbir.) – Eu cantei para poder responder a ele que eu não me renderia por qualquer coisa. Eu não me renderia a tristeza e ao medo que me assombravam nos últimos dias. Eu não me renderia porque ele esperava isso de mim. Ele esperava que eu fosse forte, como eu estava sendo naquele exato momento.

Sooner than it seems life (Antes que a gente se dê conta,)

Turns around (A vida dá volta)
– O sorriso de aumentou e ele novamente afirmou com a cabeça, querendo demonstrar que não me render era tudo o que ele queria que eu fizesse. Quando ele acabou de cantar aquela frase, ele abaixou o seu microfone, esperando que eu cantasse os últimos versos.

And I will be strong (E eu serei forte.)

Even if it all goes wrong (Mesmo se tudo der errado)
– Eu afirmei olhando pra ele com toda a determinação que eu consegui. estendeu uma das mãos, querendo que eu levasse a minha ao encontro da dele. Eu abaixei o meu rosto e vi a sua mão estendida. Toquei a mão dele e voltei a levantar o meu rosto para olhá-lo.

When I'm standing in the dark, (Quando eu estiver no escuro)

I'll still believe (Ainda vou acreditar.)
– Senti ele apertar a minha mão, enquanto olhava os meus lábios pronunciarem aquelas palavras. Apontei a mão que segurava o microfone pra ele, demonstrando que queria que ele cantasse comigo.

That I won't give up (Então, não vou desistir)

No, I wont break down (Não, não vou sucumbir.)

Sooner than it seems life (Antes que a gente se dê conta,)

Turns around (A vida dá volta)
– Ele me puxou pra mais perto dele e entrelaçou os nossos dedos. Intensificamos a nossa voz para cantar o refrão pela última vez. Nós estávamos cantando juntos e dizendo um ao outro tudo o que precisávamos ouvir naquele exato momento. Estávamos dizendo um ao outro o que nós havíamos escrito há semanas atrás, sem saber o quão importante cada palavra daquela seria.

And I will be strong (E eu serei forte.)

Even when it all goes wrong (Mesmo se tudo der errado)

When I'm standing in the dark, (Quando eu estiver no escuro)

I'll still believe (Ainda vou acreditar.)
estava extremamente bonito cantando aquela música, ainda mais quando ele forçava ainda mais a sua voz e fazia aquela expressão séria e de esforço. Eu nem me preocupava mais com a minha voz ou com o público que nos assistia. Era somente eu e ele.

That someone's watching over (Que alguém está olhando,) – Eu cantei a frase sozinha. Um dos dedos dele acariciava a parte superior da minha mão. Os olhos dele estavam prestes a transbordar todas aquelas lágrimas, assim como o meu.

Someone's watching over (Que alguém está olhando,) – Ele é quem cantou sozinho dessa vez. O sorriso finalmente voltou ao seu rosto, dessa vez mostrando um pouco de seus dentes. O seu sorriso demonstrava toda a sua felicidade ao ver que eu estava terminando aquela apresentação bem melhor do que eu comecei. Eu estava feliz.

Someone's watching over me (Que alguém está olhando por mim) – Eu finalizei, dando o meu maior sorriso daquele dia e fezendo com que uma lágrima escorresse pelo meu rosto. Os olhos do voltaram a olhar para os meus lábios para ver o meu sorriso. Ele havia conseguido tirar aquele sorriso de mim. Os olhos dele voltaram a subir e pareciam acompanhar todo o trajeto feito pela minha lágrima até os meus olhos.

Yeah, Yeah

Oh Oh

Someone's watching over me (Que alguém está olhando por mim)
– Eu voltei a ficar um pouco mais séria para cantar a última frase da música, olhando nos olhos dele. Agora sim eu tinha toda a certeza do mundo de que sempre estaria olhando por mim. Ele sempre estaria lá para me acalmar e me proteger de qualquer coisa.


Abaixei o meu microfone junto com o meu braço. já havia feito o mesmo há instantes atrás. Nós nos olhávamos agora. A expressão séria que dizia a nós dois que aquele havia sido o momento de nossas vidas. O momento em que tivemos certeza de que aquilo não era só um namoro de adolescente. Aquilo era pra vida inteira. Nosso amor era pra vida inteira.

Depois de um certo silêncio, o público aplaudiu. Os aplausos eram absurdamente altos e vinham acompanhados de assovios e gritos de apoio. Todo aquele barulho me fez voltar para a realidade. Virei o meu rosto para olhar o público, vi todos eufóricos e sorri, percebendo que eu havia conseguido!

- MEU DEUS, ISSO FOI A COISA MAIS LINDA QUE EU JÁ VI! – gritou, enquanto vibrava como louca.
- Inacreditável! – suspirou em volta alta. – Isso foi tão High School Musical 3! – riu, ainda sem acreditar.
- High School Musical 3? – olhou pro amigo com uma careta. – Você assisti High School Musical? – fez cara de nojo. – PORQUE VOCÊ ASSISTE HIGH SCHOOL MUSICAL? – perguntou, olhando com aquele olhar de julgamento.
- O QUE!? – fingiu estar ofendido. – EU NÃO ASSISTO HIGH SCHOOL MUSICAL. – afirmou como se aquela ideia fosse absurda. – Porque acha que eu assisto High School Musical? – Ele negou com a cabeça.
- Você disse: ‘isso foi tão High School Musical 3!’ – repetiu, imitando a voz de . – E ainda falou errado! Porque isso não acontece no 3° filme. Acontece no 2°! – falou, achando que estava zoando o amigo. Logo depois que acabou a frase, ele percebeu o que havia acabado de dizer.
- Espera, o que você disse? – abriu a boca, incrédulo. Ele estava praticamente rindo. tentou pensar rapidamente em uma resposta boa, mas não conseguiu.
- Cala a boca! – disse com a voz grossa e com a expressão de irritação. Virou-se para voltar olhar pro palco, enquanto fazia o mesmo, mas não parava de rir.

Eu olhava para o público, mas ainda percebia o olhar de sobre mim. Foi o que precisou para eu esquecer dos aplausos e da gritaria. Voltei a olhá-lo, ainda com o sorriso que eu estava dando para o público. Esse mesmo sorriso foi diminuindo aos poucos, enquanto eu olhava pra ele. não dizia nada, ele apenas me observava. Eu queria saber o que estava passando pela sua cabeça.

- Você está aqui... – Eu finalmente disse. O tom da minha voz era baixo, pois somente ele precisava ouvir aquilo. Os olhos dele, que antes acompanhavam sua expressão séria, agora se fechavam um pouco para que ele desse um lindo sorriso.
- Onde mais eu estaria? – perguntou, como se fosse óbvio. Como se fosse a minha obrigação saber que ele não conseguiria passar aquele dia longe de mim.

Ouvir ele dizer aquilo era tudo o que eu queria. Foi o necessário para fazer com que eu me aproximasse ainda mais dele e o abraçasse. Quando eu o abracei, eu pude sentir o seu peito se aliviar e ele soltar a sua respiração, juntamente com as suas lágrimas que ele já segurava há um bom tempo. Os braços dele me apertavam contra o seu corpo e os meus faziam o mesmo em torno do seu pescoço. Uma das minhas mãos tocou a sua nuca e subiu um pouco mais, chegando em seu cabelo.

- Eu amo tanto você. – sussurrou, sentindo todos aqueles sentimentos ruins que ele havia sentido a manhã tod irem embora. Me ter em seus braços, fez ele perceber que tudo não estava perdido como ele achou que estava. Fez ele perceber que apesar da sua errada decisão, eu ainda queria ele como eu nunca quis antes.

ainda me amava. Tem noção do quanto eu precisava ouvir aquilo? Tem noção de como era bom ouvi-lo dizer aquelas palavras que eu achei que não escutaria mais? não havia desistido de mim. Ele ainda me amava, apesar da despedida, apesar de amanhã eu estar me mudando para uma outra cidade, apesar de eu colocar o meu sonho na frente do nosso amor.

- Eu também amo você. – Eu disse com a voz embargada. As lágrimas já estavam em meus olhos, mas eu os fechei para evitar que elas escorressem pelo meu rosto.

A plateia havia vibrado ainda mais com o nosso abraço, mas nós parecíamos nem ouvi-los. Eu comecei a afastar os nossos corpos e a minha mão que estava em sua nuca, foi vindo para frente e chegou em um dos lados do seu rosto. Nossos rostos foram se tocando, até ficarem frente a frente. Eu vi a lágrima em seu rosto e a sequei com a minha mão, que já estava em seu rosto. abriu os olhos e ficamos nos olhando de bem perto. O público ainda aplaudia, quando as cortinas foram fechadas.

Nós ainda ouvíamos a gritaria do público, quando subiu uma de suas mãos até o meu rosto. Ele entrelaçou seus dedos nos fios de cabelo que estavam perto do meu rosto e aproximou-se ainda mais, colando nossas testas e as pontas dos nossos narizes. Não havia mais ninguém nos olhando e éramos só nós naquele palco.

Os olhos foram fechados segundos antes dos lábios dele tocarem os meus. A minha mão desceu de seu rosto, foi descendo pelo peitoral dele e eu segurei uma parte da sua camisa jeans, que estava aberta. O selinho tão cheio de sentimento que havíamos dado foi transformado em beijo, que foi aprofundado logo que ele pediu. Os dedos dele continuavam entrelaçados em meu cabelo, enquanto dávamos um beijo calmo e totalmente emotivo.

O beijo não pôde durar muito, afinal, estávamos em cima de um palco e havia uma multidão atrás daquela cortina. Assim que descolou os nossos lábios, abriu os seus olhos e me olhou daquele jeito triste e intenso. A mão dele, que já estava por perto, veio até o meu rosto e acariciou uma das minha bochechas, enquanto ele me observava em silêncio com lágrimas nos olhos.

- Eu sou um idiota. Eu sou um idiota.. – Ele repetiu, negando com a cabeça.
- Não.. – Eu o olhei com discordância. – Não fala assim. – Eu pedi, olhando em seus olhos. - Eu sempre faço tudo errado. Eu sempre tomo as piores decisões. – Ele demonstrava todo o seu arrependido pela decisão que havia tomado durante a madrugada.
- Sempre há uma boa atitude para se tomar, depois de uma má decisão. – Eu tentei acalmá-lo. – Você está aqui! Você está aqui comigo, . – Eu segurei seu rosto com minhas duas mãos. – É a única coisa que importa. – Voltei a olhar aqueles olhos cheios de lágrimas de bem perto.

- Não, não.. – negou com a cabeça com aquela expressão de arrependimento. – Você não precisa fazer isso. Você não precisa me perdoar todas as vezes. – continuava me olhando. – Eu já tomei tantas decisões que te machucaram e eu não sei quando será a próxima vez. – Ele fez uma pausa. – Eu não quero que tenha a próxima vez. – afirmou com tristeza. Ouvi-lo falar daquele jeito quebrou o meu coração.

- Me escuta com atenção. – Eu olhei bem no fundo dos seus olhos. – Esse momento, essa apresentação, essa música... – Eu dei um fraco sorriso. – Esse momento bem agora, , compensa toda dor e cada lágrima que você já causou. Eu não me importaria em sofrer tudo de novo, todos os dias da minha vida, se eu pudesse ter mais momentos como esse. – Eu terminei a minha frase, vendo que ela havia causado um bons efeitos em . Ele sorriu, sem mostrar os dentes. – Então, por favor, fica comigo. – Eu pedi, sentindo a minha voz embargada. – Porque você é o único que pode me fazer feliz, hoje. – Eu tentei sorrir, apesar de todas aquelas lágrimas em meus olhos.

- Eu acabei de cantar na frente de toda a escola e na frente da minha família por você. Acha mesmo que eu recusaria qualquer pedido seu? – disse, sabendo que aquilo me faria rir. Ele estava certo.
- Você não devia me deixar saber disso. – Eu suspirei, juntamente com um sorriso. É a única reposta que eu queria receber. Ao me ver sorrir daquele jeito tão sincero, se aproximou e me abraçou novamente.
- É claro que eu fico. – Ele disse, subindo uma das mãos até o meu cabelo e acariciando a minha cabeça. – Eu sempre ficarei. – Ele reafirmou, fazendo algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, enquanto eu sorria como nunca.
- Podem parar? Tem uma criança aqui. – Uma voz fina e já conhecida disse. Nós terminamos o abraço rapidamente e olhamos para baixo. estava ali. Como ela conseguiu chegar ali?
- ? Como diabos você chegou aqui? – perguntou, rindo. Eu passava as mãos pelo meu rosto para secar as lágrimas que eu havia deixado escorrer pelos olhos, enquanto eu sorria pra ela.
- Pela porta, eu acho. – Ela fez careta, apontando pra porta atrás dela.
- Eu estou tão feliz que esteja aqui. – Eu me abaixei para olhá-la mais de perto. – Vamos, me dê um abraço. – Eu abri os braços e ela sorriu, envergonhada. Aproximou-se e me abraçou com aqueles bracinhos delicados.
- Você cantou muito bem e todo mundo te aplaudiu! Você viu, só? – terminou o abraço e começou a dizer toda empolgada. – Eu tentei gritar pra você. Você me ouviu? – ficou mais séria.
- Eu não ouvi. – Eu fiz bico. – Mas eu tinha certeza que você estava ali em algum lugar. Você disse que viria. Você nunca me decepciona. – Eu acariciei o rosto dela com um sorriso enorme.
- Oh, eu quase esqueci. – Ela colocou a mão na cabeça, rindo. – Eu tenho que te dar um recado. – olhou pro com aquele olhar de malandrinha e depois voltou a me olhar.
- Um recado? – Eu perguntei, desconfiada. Olhei pro com aquela mesma desconfiança e depois olhei pra ela. – Qual recado? – Eu voltei a perguntar.
- Um recado do meu irmão. Ele não pode vir. – disse, enquanto me olhava.
- Sério? – Eu já sorri de forma abobalhada. – E o que ele pediu pra você me dizer? – Eu arqueei uma das sobrancelhas, curiosa.
- Ele.. – riu silenciosamente por alguns instantes. – Ele mandou eu te dizer, que apesar dele ser um idiota, ele sentia muito. Disse que você está linda e que ele ama você. – disse com tanta doçura, que quase me matou.
- Ele disse isso? – Eu ainda sorria. Levantei o rosto para olhá-lo e ele riu, sem graça, enquanto revirava os olhos.
- Disse! – afirmou com a cabeça.
- Se ele não pôde vir, como ele sabe se estou linda ou não? – Eu disse, cerrando os olhos.
- Eu também não entendi essa parte! – argumentou, pensativa. – Garotos são meio.. – Ela girou um dos dedos perto de sua cabeça, querendo dizer que garotos eram malucos.
- Eu concordo totalmente com isso. – Eu ri e fiz o mesmo com uma das minhas mãos e nós duas caímos na risada.
- Com licença! Eu tenho o direito de explicar. – nos interrompeu e nós duas olhamos pra ele. Eu me levantei para ficar a uma altura mais compatível com a dele. – Eu disse que ela estaria linda, porque não importa a roupa ou a maquiagem. – explicou, olhando pra . – Ela sempre está linda. – deixou de olhá-la para me olhar. Eu sorria pra ele como uma boba apaixonada.
- Awn, ele não é um amor, ? – Eu me aproximei e coloquei meus braços em torno dele, beijando o seu rosto.
- Olhe pra ela. – ria, olhando pra sua irmã. – Olhe e diga que eu não estava certo. – apontou pra mim.
- É verdade, ela está muito linda mesmo. – riu do irmão.
- EU JURO QUE NÃO VOU TE ZOAR! – gritou da porta. Nós olhamos e vimos todos eles se aproximando: , , e .
- Ahn não.. – revirou os olhos, rindo.
- ! FOI MARAVILHOSO! – gritou, vindo correndo me abraçar.
- Foi mesmo? Eu fique tão nervosa. – Eu sorri, voltando a olhar no rosto dela depois do abraço.
- Eu quase morri de tanto chorar. – apontou para os olhos.
- O chorou como um bebê. – revirou os olhos.
- O que? Está maluco? – fez careta pro amigo. ficou alguns passos para trás, olhando para qualquer outro canto.
- Eu não duvido. – riu da cara do .
- Vai se ferrar, Jonas! O foco aqui é você. – voltou a revirar os olhos.
- EI! – olhou irritadíssima para e chutou a sua canela. – Não fala assim com o meu irmão, moleque! – Ela cruzou os braços.
- AAAI! – gritou, olhando feio pra garotinha. – O QUE É ISSO, PIRRALHA!? – gritou, revoltado.
- EU NÃO SOU PIRRALHA, TA BOM? – chutou a canela de novamente.
- AIIIIIII! – voltou a gritar e depois deu alguns passos para trás. – Que garota violenta, porra. – resmungou, ainda fazendo careta.
- Ela é minha irmã! Esperava o que? – disse, se achando.
- Você deve levar uma surra dela todos os dias, né? – riu para o amigo.
- É claro que não! – tentou ficar sério. – Ok.. – Ele suspirou, rindo. – As vezes. – Ele cedeu a risada.
- Ela é um doce. Aposto que foi ela quem convenceu a vir aqui. – Eu disse de forma bem humorada, trocando olhares com ela e depois com o . negou com a cabeça, parecendo confusa.
- Não fui eu dessa vez. – negou com um de seus dedos.
- Não? – Eu olhei pro , sem entender. – Quem foi, então? – Eu sorri, confusa.
- É.. sobre isso... – coçou a cabeça com uma das mãos, enquanto sorria de um jeito estranho. – Eu ia te contar, mas nem deu tempo. – riu, nervoso. Ele não sabia qual seria a minha reação ao saber daquilo.
- Quem? – Eu arqueei as sobrancelhas, querendo demonstrar a ele que não podia ser tão ruim assim. – Foi a Chelsea? – Eu deduzi.
- Chelsea? Mas.. – fez careta.
- A Chelsea sumiu, lembra? – riu da minha cara.
- Ela sumiu depois de nós descobrirmos o que ela havia feito. – relembrou.
- Eu sei, eu sei.. – Eu neguei com a cabeça. – Ela esteve aqui hoje. Falou comigo, mas isso é conversa pra outra hora. – Eu encerrei o assunto. – Se não foi ela, quem foi? – Eu insisti.
- Foi.. – olhou rapidamente para , que estava distraída com qualquer outra coisa ali por perto. – Foi a , . – finalmente disse. Eu paralisei, sem reação. , e olhavam para a minha cara e esperavam qualquer reação minha.
- A ? – Eu perguntei, na verdade, repetindo o nome dela pra mim mesma. – Mas eu e ela não.. – Eu disse, ainda sem saber como reagir.
- Talvez a amizade tenha acabado pra você, mas não pra ela. – apontou com a cabeça para alguém atrás de mim. Eu tinha certeza que era ela. Eu senti meus olhos arderem e eu me virei para olhá-la. continuava distraída com qualquer outra coisa e nem percebeu que eu olhava para ela.
- Não pode ser, .. – Eu neguei com a cabeça, sem deixar de olhá-la. – Eu venho tratando ela tão mal nos últimos dias. – Eu disse em choque. Eu não acredito que ela havia feito isso por mim.
- Ela foi até a minha casa e me arrancou daquela cama. – sorriu fraco pra mim. – Eu não tenho vergonha de dizer que se ela não tivesse ido até lá, eu não teria tido coragem pra vir até aqui. – completou. sorriu, satisfeito com o que estava acontecendo.
- Talvez ela não seja a péssima amiga que você pensava que ela fosse. – também ajudou.
- Nunca é tarde para fazer a coisa certa. – disse com um quase sorriso. – Vai falar com ela. – aconselhou.
- Eu já volto. – Eu avisei, enquanto já dava alguns passos na direção dela.

Eu não fazia ideia do que dizer ou fazer quando chegasse na frente dela. Eu só sabia que eu tinha que ir até lá. Eu queria tanto retribui-la de qualquer jeito que fosse. Eu queria agradecê-la por ter salvo o meu último dia em Atlantic City. Eu ainda caminhava em direção a ela e os meus olhos continuavam ardendo. finalmente me viu e logo percebeu que eu estava indo até ela. já sabia que eu havia descoberto tudo o que ela havia feito.

viu as lágrimas em meus olhos e isso fez com que os olhos dela também se enchessem de lágrimas. Ela esperou tanto por aquilo. sofreu tanto por isso nos últimos dias, que agora nem parecia que estava acontecendo. Quando cheguei na frente dela, eu parei. Nos olhamos por um tempo e ela forçou um sorriso.

- Eu amei a música. – conseguiu dizer, mesmo com a voz um pouco embargada.
- Eu.. – Eu tentei dizer, mas não saiu. Eu abaixei a cabeça para tentar evitar o choro. – Eu não acredito que fez isso por mim. – Eu voltei a olhá-la com uma careta, pois eu segurava o choro. negou com a cabeça, querendo dizer que não foi sacrifício nenhum fazer aquilo por mim. Continuamos nos olhando, ambas com aquele choro reprimido.
- Eu sei, eu sinto muito também. – finalmente disse e ambas tivemos a ideia de nos abraçar. Nos abraçamos tão forte, que parecia que aquele abraço apagaria aquela mancha que havia borrado a nossa amizade.
- Você fez tudo isso por mim, mesmo eu não te tratando como deveria nos últimos dias. – Eu disse, ainda abraçada a ela. – Porque fez isso? Eu não merecia isso. Eu não mereço a sua amizade. – Eu continuava dizendo daquele jeito tão doloroso.
- Porque você acha que eu fiz isso? – terminou o abraço. – Você é a minha amiga, . Eu sei o quanto hoje é importante pra você. – Ela explicou. – Eu sempre vou fazer o que estiver ao meu alcance por você, porque é isso que nós sempre fizemos uma pela outra, certo? – sorriu, mesmo com todas as lágrimas em seu rosto.
- E nós vamos continuar fazendo. – Eu afirmei com o mesmo sorriso. – Certo? Nós cometemos erros, mas nós estamos aqui pra concertar, não é? – Eu disse, olhando para ela.
- Certo! Melhores amigas brigam, não é? Mas elas sempre voltam. – quase riu, pois estava mesmo muito feliz.
- Além disso, eu não estou cercada de amigas. se foi e é a minha cunhada. – O meu sorriso murchou um pouco. – Você é a única amiga que me sobrou. – Eu continuei dizendo. – Os últimos dias têm sido difíceis e eles só vão piorar de agora em diante. Eu preciso de você. – Eu disse e voltei a abraça-la.
- Eu estou aqui por você, amiga. Você pode contar comigo. – sorriu, comovida.
- Eu senti tanto a sua falta. – Eu terminei o abraço e a olhei no rosto.
- Eu também! Tem noção do quanto foi difícil escolher um vestido pro baile de hoje sem você? – disse, rindo junto comigo.
- Eu tenho noção! Você saberá o quanto, quando ver o meu vestido. – Eu fiz careta e ela riu.
- Vocês são meio bipolares, sabia? – fez careta. – Uma hora estão rindo e na outra, chorando. – Ele pareceu confuso.
- Então vocês são amigas de novo? – fez cara de empolgada. – WEE! Eu não aguentava mais! – colocou um braço em torno do meu pescoço e outro em torno do pescoço de .
- Você é amiga da ? – perguntou a , depois de muito tempo em silêncio.
- Eu sou. – abaixou-se um pouco para olhá-la. – E você é a irmã do Jonas, não é? – sorriu docemente para ela.
- Sou, mas.. shhh. – Ela colocou um dos dedos sobre os lábios. – Não fala isso alto. – disse e todos riram.
- Ela é um doce, não é? – também riu, ironizando.
- Se é amiga dela, é a minha amiga também. – sorriu pra .
- Awn, que linda. – apertou uma das suas bochechas.
- Eu sou amigo da também. – se abaixou para tentar fazer amizade.
- VOCÊ NÃO! – o olhou com cara feia. – Garotos são bobos e chatos. Não gosto de garotos. – fez careta.
- Como eu disse, um doce. – voltou a rir. – Se eu continuar com sorte, ela morrerá virgem. – disse, voltando a causar a risada de todos, menos de .
- Virgem? O que quer dizer? – fez careta. Quando ouviu o que disse, percebeu que havia falado demais.
- Quer dizer.. – riu, nervoso. – Quer dizer... – continuava pensando em uma saída. – Quer dizer ‘linda’! – Foi a primeira coisa que passou na cabeça de . – É um jeito diferente de dizer ‘linda’. – riu, ainda nervoso. e estavam quase se matando de tanto rir. – Eu quis dizer que com sorte, você morrerá linda. – havia se enrolado todo.
- É MESMO? – sorriu, perplexa. – Então a é muito virgem! – sorriu pra mim, achando que estava me elogiando.
- Amém! – suspirou com um certo riso no rosto, olhando pra mim.
- Você não é virgem não. – olhou pro com uma careta.
- Como você adivinhou? – voltou a gargalhar. - Você não é virgem também não. – voltou a fazer careta, dessa vez para o . - Isso machuca, sabia? – cerrou os olhos.
- E você é virgem também. Eu gostei de você. – apontou pra . – E você também. – Ela apontou pra .
- Eu posso provar que não! E o também! – disse em protesto.
- Cala a boca. – deu um tapa de leve em .
- E você, ... – olhou para o irmão, como se estivesse o analisando. – Você é o único garoto virgem do mundo. – sorriu para o irmão, sabendo que ele ficaria feliz com o elogio.
- Oh não. O que eu fui fazer? – bateu com uma das mãos em sua testa.
- É e se depender de mim, vai morrer virgem. – adicionou, dando alguns tapinhas nas costas do .
- TA BOM, JÁ CHEGA! – resolveu acabar com a história.
- EU SOU VIRGEM, EU SOU VIRGEM! – começou a gritar toda empolgada. As pessoas que passavam ao seu lado olhavam pra ela, assustadas e horrorizadas.
- ! – a olhou, furioso. – ESTÁ MALUCA? – deu a bronca e ela olhou pra ele, sem entender. – Está bem, escuta. – percebeu que não precisava ser tão grosso. – Apesar de significar linda, essa palavra é um palavrão MUITO FEIO em outro idioma. É por isso que ninguém usa essa palavra. – voltou a inventar. – Esquece essa palavra. Não repita ela nunca mais, ok? Linda. Continue usando ‘linda’. – tentou concertar o que havia feito.
- Se é assim, então está bom. Eu nunca mais vou falar essa palavra. – pareceu ter entendido.
- Sua irmã tem mais talento que você, . – disse, enquanto ele e ainda riam.
- Adivinha? A sua também. – aproveitou para se vingar.
- Eu tenho muitos talentos que ela não tem. – já se referia ao lado pervertido da coisa.
- Tem certeza? – usou o mesmo tom e quando percebeu que já ia voar em seu pescoço, já deu um jeito de desmentir. – É BRINCADEIRA! EU TO BRINCANDO! – ergueu as mãos, rindo, demonstrando-se inocente.
- Aqui está você! – A mãe de apareceu. Acho que ela estava procurando por .
- Oi mamãe. – a abraçou.
- Como é que você veio parar aqui, hein? – A mãe dela riu e depois nos olhou. – Então, a minha nora favorita é uma cantora? – Ela sorriu pra mim. – E o meu garotão também. – Ela olhou pro .
- Ah mãe, qual é. – ergueu a cabeça, olhando pro teto.
- Já sei! Já sei! Estou sendo careta. – A mãe dele revirou os olhos.
- É! – afirmou com a cabeça.
- Para de ser bobo, . – Eu olhei feio pra ele.
- Como a Sra. está? – Eu sorri pra ela.
- Eu estou muito bem e você? – A mãe dele era sempre tão simpática comigo.
- Eu também estou ótima. – Eu afirmei, sorrindo pra ela.
- Eu vi os seus pais aqui. Fiquei algum tempo falando com eles. – A mãe de contou.
- É, eles vieram pra formatura. – Eu afirmei com a cabeça.
- E como estão todos vocês? Faz algum tempo que vocês não se reúnem lá em casa. – A mãe de olhou para os amigos e amigas do filho.
- É, o anda meio ocupado nos últimos meses. – riu, olhando pra mim.
- Estou sabendo. – A mãe dele riu, enquanto falava baixinho.
- Tá legal! Vão começar a entregar os diplomas. Vamos ter que colocar a beca. - interrompeu com um quase riso. – Te vejo depois, mãe. – acenou com a mão.
- Tudo bem. Vejo você depois, querido. – A mãe dele riu, segurando uma das mãos de . – Até depois, pessoal. – Ela acenou para os amigos do filho e depois pra mim. – Bom trabalho com a música! – Ela gritou, levando com ela.
- Tchau, ! - gritou, quando já passava pela porta.

Mesmo nós querendo continuar aquela conversa, alguns organizadores do local não deixaram, pois começaram a nos apressar para o inicio da cerimonia. As becas foram rapidamente distribuídas para todos os formandos.

- Eu odeio essa porra. É muito quente. – resmungou, se abanando.
- Para de reclamar e anda logo! – disse baixo, empurrando na fila que havíamos feito para ir para a plateia junto com os outros formandos.

Nós seguimos até as cadeiras dos formandos. Sentamos lado a lado em uma mesma fileira de cadeiras. e estavam na fileira detrás. Antes de eu me sentar, eu os vi. sorriu pra mim e me olhou, não mais tão séria quanto nos últimos dias, mas ela também não sorria. Eu devolvi o sorriso para , tentando esconder a mágoa que eu ainda sentia pela . Eu me sentei, quase na frente de .

- Você foi ótima! Estou orgulhoso de você! – disse bem próximo ao meu ouvido. , que estava ao meu lado, também ouviu.
- Valeu. – Eu agradeci, empolgada.
- Aliás, eu preciso conversar com você depois, ok? – disse e se afastou, voltando a se sentar ao lado da . Ela o olhou, um pouco mais séria do que o normal.

A entrega dos diplomas começou. Os alunos foram chamados de forma alfabética ao palco e tiravam uma foto, depois de receber o seu diploma, dentro daquele tradicional canudo. As famílias gritavam quando o formando que havia lhe trazido ali subia no palco.

Demorou aproximadamente 1 hora e meia para a entrega de todos os canudos e para todas as homenagens serem feitas, tanto para os alunos, professores e pais. Eram 11:30 quando a cerimonia acabou e nós finalmente pudemos tirar aquelas becas quentes.

- Não vou participar da formatura na faculdade. Está decidido! – resmungou, jogando a beca sobre qualquer cadeira ali por perto.
- E o resultado do seu vestibular, saiu? – lembrou-se de perguntar.
- Era sobre isso que eu tinha que conversar com vocês. – deu um sorriso suspeito.
- Eu também tenho novidades. – ergueu a mão
- Eu também. – riu.
- Nós deveríamos almoçar juntos e contar todas as novidades de uma vez. – deu a ideia.
- BOA IDEIA! – aceitou rapidamente.
- Srta. ! – Ouvi a voz da Sra. Dark me chamar. – Que excelente apresentação! – Ela sorriu pra mim.
- Muito obrigada, professora. – Eu dei um sincero sorriso.
- E você, Sr. Jonas, quem diria, hein? – Sra. Dark sorriu de forma mais marota pra ele.
- Eu pediria uma nota extra em Sociologia, mas como o ensino médio acabou.. – riu para a professora.
- Eu aposto que sim. – A professora riu. – Boa sorte no futuro de vocês – Ela olhou para mim e depois para o . – E não deixem de cantar. Foi a apresentação mais real que eu já vi. – Ela nos olhou carinhosamente. – Mas não deixem a Jessie saber disso. – Sra. Dark se aproximou e disse em um tom mais baixo.
- Nós não vamos. – Eu ri por poucos segundos, vendo a professora se afastar.
- Já disseram que vocês seriam uma ótima dupla sertaneja? – Jessie apareceu ao meu lado.
- Jessie, eu achei que você ia se apresentar. – forçou um sorriso.
- Eu me apresentei, doida. – Jessie fez careta.
- Eu nem notei. – mentiu apenas para irritá-la. – Parece que a dupla sertaneja acabou com todo o seu brilho. – disse e Jessie a fuzilou com o olhar. – Mas parece que não acabou com o brilho da sua roupa. – Ela fez careta, vendo o brilho exagerado na roupa de Jessie.
- Não me irrita, recalque. – Jessie virou-se de costa para e olhou pra mim. – Quanto a você. – Ela apontou pra mim e fez uma nova careta. – Eu gostei da música, mas odiei a sua voz. – Jessie me olhou com um ar de superioridade e saiu, se achando a poderosa.
- Bem, pelo menos ela gostou da música, né? – Eu ergui os ombros, demonstrando que pra mim tanto faz.

Nossos pais vieram nos cumprimentar pela formatura. Aproveitamos para avisá-los que almoçaríamos todos juntos. Nós estávamos prontos para sairmos do local onde foi a formatura, quando encontramos Chelsea na saída. Os outros ficaram surpresos ao vê-la, mas eu não.

- O que você está fazendo aqui? – disse de forma grosseira. A última memoria que ele tinha de Chelsea era a sua traição.
- Eu... – Chelsea ficou meio sem jeito.
- Não, . – Eu intervi. Ele não sabia de toda a verdade.
- O que há de errado, ? Você não lembra o que ela fez? – também estava contra a Chelsea.
- Eu vou embora.. – Chelsea parecia chateada com toda a situação.
- Não, não. Espera! – Eu pedi, indo até ela e impedindo ela que fosse. – Foi ela. – Eu disse e todos me olharam com aquela cara de dúvida. – Ela me inscreveu nessa apresentação. – Eu expliquei e todos olharam pra ela.
- ELA? – arqueou a sobrancelha.
- Ela nem perguntou se você queria! – também foi contra.
- , eu sei que você vai entender. – Eu olhei pra ele, mais séria. Ele era o único que podia entender. – Ela fez isso pra nos aproximar. – olhou pra Chelsea com uma expressão diferente.
- Eu só queria ajudar. – Chelsea sorriu fraco. – Eu não queria causar problemas. – Ela reafirmou.
- Isso é verdade? Foi você? – O tom de voz de ficou mais calmo e ele parecia não ter processado a informação ainda.
- Foi. – Chelsea forçou um sorriso.
- Eu... – não sabia o que dizer. – Eu não sei nem como.. – Ele negou com a cabeça, incrédulo por ter tratado Chelsea tão mal no inicio daquela conversa.
- Não, não tem problema. – Chelsea negou com a cabeça. – Eu fiz muita coisa errada e eu só quis ajudar de alguma forma. – Ela sorriu. – Está tudo bem. Eu já esperava por isso. – Chelsea deixou de olhá-lo para voltar a me olhar. – , você foi ótima. Eu espero que as coisas continuem dando certo na sua vida. – Chelsea deu alguns passos para trás.
- Não, Chelsea. Espera! – Eu a olhei, sem entender. – Nós vamos almoçar juntos. Porque não vêm conosco? – Eu dei a ideia. Eu não queria vê-la tão triste daquele jeito.
- Não, não. Eu já tenho que ir. – Chelsea apontou para qualquer lugar atrás dela. – Mas, obrigada. – Ela ainda não conseguia dar um sorriso verdadeiro. – Foi legal ver vocês de novo. – Ela olhou para os outros ex-amigos e deu alguns passos.
- Chelsea! – gritou, sem se mover. Ela olhou pra trás, já meio distante. - Obrigado. – disse, vendo um sorriso tímido e sincero surgir no rosto de Chelsea. Ela não respondeu, mas o seu sorriso disse absolutamente tudo.
- Quem diria... – disse, perplexo.
- Parece que ela ainda não se perdoou pelo que fez. – sorriu, pouco empolgada.
- Eu demorei, mas perdoei. Uma hora ela se perdoará também. – Eu disse, voltando a olhar para o .
- Isso foi muito comovente, mas.. – fez careta. – Eu estou com fome. – Ele forçou um sorriso.
- Certo, certo... – revirou os olhos. – Vamos. – disse, começando a andar em direção ao seu carro.
- Eu vou com você. – Eu olhei pro .
- Eu vou com você também, porque os meus pais vão pra casa com o carro. – fez careta.
- Eu tenho que deixar meus pais em casa, então o , a e vão com você, . A vai comigo. Eu chego no restaurante daqui a pouco. – avisou, indo para o lado contrário ao nosso. – É naquele perto da escola mesmo, não é? – perguntou, somente para confirmar.
- Esse mesmo! – confirmou, gritando.
- Vejo vocês lá. – gritou, saindo de mãos dadas com a , que acenou de longe.
- Vocês falaram com o ? Ele pode ir almoçar com nós também. – Eu dei a ideia, enquanto caminhávamos em direção ao carro do .
- Eu falei com ele. – respondeu. – Ele vai, mas a não quis ir. – Ele explicou.
- Que novidade, né? – fez careta.
- Ele só vai deixá-la em casa e vai nos encontrar lá. – adicionou, quando chegamos no carro.
- Ela está me evitando de todos os modos possíveis. – Eu disse, entrando no carro. e estavam no banco traseiro.
- Está acontecendo algo com a , que eu não consigo descobrir. – suspirou, curiosa.
- Estou bem mais preocupado com o . – disse, sério. – Ela está tentando afastá-lo de nós. Eu não sei.. – negou com a cabeça.
- O disse que quer falar comigo. – Eu me lembrei, tendo uma esperança de que eu pudesse descobrir algo.
- Vocês viram a prima dela por ai? Achei estranho ela não vir na formatura. – fez uma cara suspeita.
- Não vi e não quero ver. – Eu disse de forma grosseira. deixou de prestar a atenção no trânsito para me olhar com um olhar de julgamento. – O que? – Eu perguntei, como se não tivesse entendido aquele olhar.
- A última vez que eu a vi foi na festa dos alunos. – explicou, voltando a olhar para frente. Dá licença, que eu não quero passar o meu último dia em Atlantic City falando da Amber!

Eu realmente estava feliz naquele momento. estava ali, meus amigos estavam ali e o meu irmão também. Com exceção dos meus pais, eles eram as pessoas que mais me fariam falta, que mais me fariam morrer de saudades. Eu não sofreria por antecedência! Eu vou curtir cada minuto ao lado deles e vou me esquecer da falta que eles vão me fazer todos os dias. No começo, aquele dia tinha tudo para ser péssimo, mas agora eu tenho tudo o que eu preciso para ser feliz e eu não deixaria nada me abalar.

Chegamos no restaurante, que não estava tão lotado quanto imaginávamos. Talvez estivesse cedo demais. Pedimos uma mesa com 7 lugares e nos sentamos para esperar os outros chegarem. estava ao meu lado e ao lado de . Já estava mais do que na cara de que eles estavam começando a deixar aquele romance mais em evidência.

- Então, vocês estão namorando? – perguntou, ingenuamente. arregalou os olhos e fez cara feia no mesmo instante.
- Nós? Não. – riu e negou com a cabeça. – Nós estamos apenas.. – não sabia como continuar.
- Começando a ficar próximos. – tentou ajudá-la.
- Não.. – sorriu pra ele. – Nem chega a ser isso. Estamos apenas... nos divertindo. – voltou a nos olhar. a olhou com um olhar incrédulo. Eu e percebemos o conflito que havia se estabelecido ali.
- Certo. – negou com a cabeça, rindo quase sem emitir som.
- AQUI? – abriu os braços, indignado. Ele e haviam chegado na mesa.
- O que? – arqueou a sobrancelha, pois não sabia do que ele estava falando.
- Eu já não falei pra vocês pegarem uma mesa perto da cozinha? A comida vem mais rápido! – disse, incrédulo.
- Fala baixo. – o cutucou com uma cara feia.
- Você vai comer, cara. Relaxa. – riu, vendo e se sentarem-se à mesa conosco.
- Está vazio, né? – passou os olhos pelo restaurante.
- Vocês já pediram a comida? – nos olhou.
- Não, estávamos esperando vocês. – explicou.
- E o ? – Eu perguntei, preocupada. Ele já deveria ter chego.
- Ele acabou de chegar. – apontou para algum lugar atrás de mim. Eu me virei para olhar e vi vindo em nossa direção.
- O meu carro não queria pegar! – disse, irritado.
- Pelo menos você tem um carro. – riu.
- Valeu, . – forçou um sorriso para . Ele era o único dos garotos que ainda não tinha o seu carro.
- Foi mal. – mostrou a língua.
- Tanto faz, eu te empresto o meu carro depois, mas vamos comer porque eu to com fome. – disse, impaciente.
- SÉRIO? – sorriu, empolgado.
- Não. – deu um sorriso sarcástico. – Mas a parte da fome é verdade. – pegou o cardápio.
- É, parece que vocês adoram se divertir nas minhas custas, não é? – ficou um pouco mais sério e também pegou um cardápio. percebeu a indireta.
- Qual é, cara. Eu só estou brincando. – percebeu que não havia gostado da brincadeira.
- Está tudo bem, cara. – respondeu, sem olhá-lo. O problema não era , mas sim a .
- Eu perdi alguma coisa ou? – fez uma expressão que demonstrava o quanto estava confuso.
- Você anda perdendo muita coisa ultimamente, amigo. – se referia ao afastamento dele.
- Eu sei.. – suspirou. – está me enlouquecendo. – Ele continuou com aquela careta.
- Ela é quem pediu para você se afastar? – perguntou, curiosa.
- Não, mas a cada hora é um problema. – negou com a cabeça.
- Não me entenda mal, cara. Eu entendo mesmo a sua dor, mas.. – o interrompeu. – O que vocês vão querer comer? Vou chamar o garçom. – forçou um sorriso, pois sabia que estava sendo inconveniente.
- Peçam logo comida pra ele, por favor. – riu do amigo.

Chamamos o garçom e pedimos os nossos pratos. Como sempre, foi o mais exagerado. Eu não faço ideia de como ele havia conseguido manter aquele corpo atlético durante todos esses anos. parecia estar agindo normal conosco, menos com . Toda hora que ela abria a boca pra falar com ele, era uma patada que ela levava. Parece que alguém disse algo que não devia.

- Então, eu tenho uma novidade pra contar! – interrompeu a conversa de todos. – Viemos aqui pra isso, não é? – abriu os braços.
- Não me diga que a está grávida! – disse, apenas para zoar o amigo.
- Cala a boca, . – rolou os olhos.
- Não foi por falta de tentar. – disse, sabendo que causaria a risada de todos.
- O que? ! Para com isso! – deu alguns tapas nele.
- Eu estou brincando! Eles sabem. – riu, se defendendo. – Me deixem falar. – ficou mais sério. – Adivinhem quem é o mais novo estudante de Engenharia Mecânica? – perguntou, se achando.
- Eu não sei. Seu pai? – disse, apenas para provocá-lo.
- Volta pro circo, palhaço. – disse, furioso. Todos riram.
- VOCÊ CONSEGUIU? – Eu disse totalmente empolgada.
- VOCÊ CONSEGUIU MESMO? – também gritou, incrédulo.
- Porque estão tão chocados? Eu não sou tão burro quanto pensam. – continuou irritado.
- Estou tão orgulhosa de você, baby. – beijou carinhosamente o rosto e depois os lábios do namorado.
- A inteligência está no nosso sangue, irmão. – Eu disse e riu. – QUE ORGULHO! – Eu o abracei e ele sorriu, sem jeito. Todos começaram a parabenizar ele.
- Certo, certo! Minha vez! – ergueu uma das mãos.
- Diz! – gritou, curiosa.
- Vocês estão olhando para a mais nova aluna de Moda da Faculdade New World! – disse com um riso no rosto.
- NÃO BRINCA! – gritou, chocada.
- Consegui! – comemorou.
- WOOW! – Eu comecei a comemorar com ela. – Espera! , você não disse em qual faculdade você estudará. – Eu me lembrei.
- Essa é a outra boa notícia! Ele vai estudar na mesma faculdade que eu! – estava muito empolgada!
- AH, ESPERTINHO. – olhou pro com uma cara de safado.
- Viviam se agarrando pelos cantos da escola e agora vão se agarrar pelos cantos da faculdade. – gargalhou.
- Ok, minha vez agora. – interrompeu, mais sério.
- Essa eu quero ver. – olhou atenciosamente para .
- Agora é oficial: eu sou o calouro mais gostoso de Psicologia de Atlantic City. – disse, sério.
- O QUE? – Eu e dissemos juntos.
- PSICOLOGIA? – arregalou os olhos.
- VOCÊ? PSCILOGIA? – não conseguia acreditar.
- O que diabos vocês tem na cabeça? – riu. – Eu estou brincando. – Ele continuava rindo, vendo a cara dos amigos que haviam sido enganados. – Educação Física, é claro! – finalmente disse.
- O mundo voltou a ter sentido de novo. – suspirou, rindo.
- Eu tinha certeza que faria Educação Física, cara! – sorriu pro amigo. – Parabéns! – abraçou rapidamente o amigo.
- Meu melhor amigo será o melhor professor de Educação Física do mundo! – Eu disse e ele me abraçou.
- É por isso que ela é a minha melhor amiga. – riu, apontando pra mim.
- Qual a faculdade? – perguntou, curioso.
- Faculdade da Cidade de Atlantic City! – afirmou, rindo pro .
- NÃO! – gritou, perplexo.
- SIM! – afirmou, rindo. - VOCÊ NÃO VIVE SEM MIM! – pareceu muito empolgado com a notícia. estudaria na mesma faculdade que ele.
- Então, eu tenho algo pra dizer! – se antecipou. – Eu estive pensando e decidi que não consigo viver sem você, . – disse de um jeito romântico.
- NÃO ACREDITO! – disse, surpreso.
- Engenharia Civil na Faculdade New World! – revelou.
- Engenheiros são os mais fodas! Bate aqui, cara. – esticou a mão e bateu em sua mão, rindo.
- Engenharia Civil... – sorriu. – Soa tão nerd quanto o . – Ele brincou.
- , falta você! – olhou para a amiga, que estava quieta até agora.
- O curso eu já sei! – Eu afirmei. havia escolhido o curso que faria há muito tempo, assim como eu.
- Direito.. – afirmou. Todos sabiam que Direito sempre foi a paixão da .
- Onde? Onde? – perguntou, curioso.
- Faculdade da Cidade de Atlantic City. – sorriu e e olhou. Parece que ele não sabia.
- O casalzinho vai ficar junto, então? – apontou para ela e para o .
- E tem eu.. – fez bico.
- Awn, você vai ficar sozinho, não é? – olhou para o amigo.
- Ele vai, mas eu tenho vocês dois para olharem ele pra mim. – Eu disse em um tom mais descontraído. Eu não queria que toda aquela felicidade se transformasse em tristeza.
- Deixa comigo. – piscou pra mim.
- Você saberá de cada passo que ele der. – riu para mim e para o .
- Isso não é justo! E quem vai te olhar pra mim lá em Nova York? – me olhou, cerrando os olhos.
- Eu não preciso que ninguém me olhe. – Eu mostrei a língua, fazendo graça.
- Pede pro Mark olhar ela pra você. – provocou, pois sabia que deixaria louco.
- Só se for pra eu ter mais um motivo pra quebrar a cara dele. – parecia ter levado a brincadeira a sério. Eu olhei pra ele e vi que realmente estava falando sério.
- Adoro quando você dá uma da machão, cara. – brincou, olhando docemente pro amigo.
- Você está muito gay hoje, . A não está dando conta? – gargalhou.
- Por quê? Está interessado? – disse, sério. ficou sem palavras, enquanto todos riram da cara dele. não aguentou e começou a rir também.
- Vai, trouxa! – estava tendo ataques de risos.

Eu assumo que eu ficava com um pouco de inveja daquela felicidade deles. Aquela felicidade por estar entrando na faculdade. Aquela felicidade que eu não estava conseguindo sentir, mesmo me esforçando pra isso. Nenhum deles estudaria sozinho. Um deles sempre teria um ou outro para lhe fazer companhia, mas eu estaria sozinha. Eu era a única que ficaria sozinha.

A comida chegou e nós almoçamos daquele jeito de sempre: com conversas, risadas e idiotices. Ninguém faz ideia do quanto eu vou sentir falta disso. De toda essa idiotice e besteira que só nós sabíamos do que se tratava. Eu estava tentando não pensar em tudo aquilo agora. Eu sei que em alguma coisa tudo isso vai vir à tona, então eu prefiro deixar vir à tona de uma vez só.

- Cara, eu comi tanto desse molho, que se eu cortar o meu braço, vai sair molho ao invés de sangue. – resmungou, parecendo ter comido mais do que deveria. Todos riram da sua piadinha idiota.
- Então, como estão os preparativos para o baile? – perguntou.
- Ela só falou desse maldito baile essa semana. – revirou os olhos.
- Meu vestido é uma droga. – Eu fiz bico.
- E ela só falou desse maldito vestido essa semana. – também revirou os olhos.
- Você não achou? – perguntou, se referendo ao vestido.
- Eu tenho tido tanto coisa na cabeça nas últimas semanas, que eu acabei deixando pra depois. Quando eu fui procurar, eu não achei. – Eu expliquei.
- E aquele que você tinha escolhido no ano passado? Lembra? Você disse que o usaria no baile de formatura. – se recordou.
- Quando eu fui lá, ele já havia sido comprado. – Eu disse com tristeza. Aquele era o vestido dos meus sonhos.
- Que droga. – fez careta.
- Que tragédia! – fez cara de tédio.
- Acho que nós devíamos ir embora. – apontou para o lado de fora do restaurante. – Tem uma fila enorme lá fora de gente querendo almoçar. – Ela explicou.
- Você está certa. – concordou.
- Vamos, então. – também concordou, já que ela não via a hora de ir embora, pois aquele clima entre ela e o a estava enlouquecendo.

Os garotos pagaram a conta. Como sempre, eles nem deixaram nós chegarmos perto do caixa. Nós saímos do restaurante e vimos o quanto a fila ainda estava grande do lado de fora. Fomos caminhando em direção ao estacionamento. Eu e estávamos de mãos dadas, assim como e .

- Nos vemos no baile, então? – perguntou com a chave de seu carro nas mãos.
- A vai? – Eu perguntei.
- Sim, ela vai. – afirmou com um fraco sorriso.
- Alguém precisa de carona? – ofereceu.
- Você pode me deixar em casa? Minha casa fica perto da casa da . – pediu, sabendo que levaria embora.
- Levo, claro. – concordou com um sorriso.
- Você vai comigo e com o , né? – Eu olhei pro . estava um pouco mais atrás de mim e olhou pro com uma careta. o olhou e viu ele negar com as mãos.
- Não, não. O me deixa em casa. – disse, meio rindo.
- Eu te levo. Vamos. – também riu, porque viu os sinais que havia feito.
- Onde vocês vão? – olhou, desconfiado.
- Surpresa. – sorriu pra mim.
- Surpresa? – arqueou a sobrancelha.
- Deixa eles em paz, ! – deu a bronca no namorado. tentou pegar mais leve.
- Olha lá, Jonas. – disse em um tom de aviso.
- Vem logo, . – o chamou, indo em direção ao seu carro.
- Eu pego você ás 7, ok? – olhou seriamente pra .
- Ta bom. – sorriu, querendo amolecer o coração dele, mas ela não conseguiu.
- Até a noite. – gritou de longe.
- Vejo vocês mais tarde. – olhou pra mim e pro .
- Se divirtam! – piscou um dos olhos.
- Como assim, ‘se divirtam’ ? – voltou a mostrar-se desconfiado.
- Não é nada! Anda, vamos logo. – foi o empurrando em direção ao carro.
- Beijos. – jogou beijos de longe e acompanhou e .
- O que foi isso? – Eu perguntei, sabendo que ele estava armando alguma coisa.
- Não pergunte, se você não quiser que eu minta. – riu, dando alguns passos. Ele me puxou pela mão em direção ao seu carro.
- Certo. – Eu ri por alguns instantes.
- Nós só precisamos passar na sua casa, porque você precisa trocar de roupa. – explicou, enquanto entravamos em seu carro.
- É, eu realmente preciso. – Eu concordei. Não dava pra ficar com aquele vestido e com aquele salto o dia todo.

TROQUE A MÚSICA:



Fomos pra minha casa e eu só tive o tempo de me trocar. Avisei minha mãe que eu sairia com o e ela concordou, como sempre. havia me dito que não era nenhum lugar chique, então eu resolvi colocar uma blusinha, um shorts e um tênis (VEJA AQUI) . Eu voltei para o carro, onde o me esperava.

- Pronta? – perguntou, assim que eu entrei em seu carro.
- Eu estaria mais pronta se você me dissesse onde estamos indo. – Eu tentei manipulá-lo.
- Eu não vou dizer. – quase riu, negando com a cabeça. – Você verá. – ligou com o carro, deixando de me olhar.

começou a dirigir, enquanto uma música qualquer tocava no rádio do carro. Quando me dei conta, já estávamos em uma estrada. Estávamos nos afastando da cidade e eu não fazia ideia de onde estava ou pra onde eu ia. O dava indícios de que não conhecia tão bem o local, pois ele não sabia muito bem em qual das entradas que haviam na estrada que ele deveria entrar.

- Você está dirigindo há 20 minutos, . Sabe onde estamos? – Eu disse, olhando para o lado de fora do carro.
- É aqui. – disse, dando seta e entrando em uma estrada de terra.
- Ok, estou começando a ficar assustada. – Eu disse, vendo que estávamos em lugar nenhum.
- Acha mesmo que eu te levaria para algum lugar perigoso? – me olhou, impaciente. – Confie em mim. Estamos chegando. – Ele me avisou, desviando de alguns buracos na estrada.

dirigiu mais alguns km e parou o carro em um local que havia um gramado. Olhei para ele, sem entender. Não havia nada ali onde havíamos parado. Porque paramos? tirou o sinto de segurança e sorriu.

- Porque paramos? – Eu perguntei, vendo ele sair do carro. não respondeu até dar a volta no carro e abrir a minha porta.
- Desce do carro. – apontou com a cabeça e estendeu a mão para me puxar para fora do carro.
- Você é absolutamente maluco. – Eu ri, segurando a sua mão e sendo puxada para fora do carro. Antes de fechar a porta, pegou uma mochila no banco traseiro e depois o travou o carro. Continuávamos de mãos dadas, enquanto dávamos alguns passos sobre aquele gramado. – É lindo.. – Eu ri, achando estranho aquele passeio misterioso. – Eu amo gramados. – Eu continuei dizendo com aquela ironia.
- Que ótimo, mas.. não é aqui. – riu, achando engraçado o fato de eu achar que ele me traria ali.
- Eu sabia. – Eu menti, ainda rindo.
- Vem, é por aqui. – me puxou e eu fui acompanhando ele.
- Porque não me diz logo onde estamos indo? – Eu perguntei, olhando para o chão e desviando dos pequenos buracos que haviam por ali.
- Porque não deixa de ser curiosa? – sorriu, sem me olhar.
- Eu não sou curiosa, ok? Eu só quero saber onde.. – Eu ia dizendo, mas não consegui terminar quando vi aquele lugar.
- O que você estava dizendo? – virou-se para me olhar com aquele sorriso sarcástico.
- Não acredito.. – Eu quase nem piscava, vendo toda aquela água.
- Vem mais perto. – continuou me puxando.

Havia uma enorme e maravilhosa cachoeira bem ali na nossa frente. A água caia de um ponto alto de um morro. O barulho que a água fazia ao bater em algumas pedras era tão suave, que eu poderia ficar ali a minha vida toda. Eu e andávamos pelo gramado, que terminava na cachoeira. Fomos até a ponta dele, onde havia uma enorme e bonita árvore e olhamos para baixo, onde a água da cachoeira formava um pequeno lago.

- Eu nunca havia conhecido uma cachoeira. – Eu disse, totalmente perplexa. Eu não parava de olhar para toda aquela água.
- Foi exatamente por isso que eu te trouxe aqui. – me olhou com aquele lindo sorriso, que amoleceu meu coração. Eu deixei de olhar a cachoeira para olhá-lo da forma mais doce que eu consegui.
- Eu sei o que está fazendo.. – Eu me aproximei e toquei o seu rosto com uma das minhas mãos e acariciei o local e depois o seu cabelo. Eu tinha certeza de que havia um sorriso bobo em meu rosto, enquanto eu o admirava de bem perto.
- Sabe? – colocou seus braços em torno da minha cintura, trazendo meu corpo pra mais perto do seu. O sorriso fraco dele e ao mesmo tempo tão doce estava bem próximo ao meu. Eu percebi os olhos dele olharem os detalhes do meu rosto como ele costumava fazer.
- O último dia perfeito.. – Eu disse, olhando nos olhos dele. Eu aproximei ainda mais o nossos lábios e fiz com que eles se tocassem.

No inicio era só um selinho, mas ele puxou o meu lábio inferior, fazendo com que nossos lábios passassem a se entrelaçar. O beijo não foi aprofundado, mas não deixava de ser um beijo carinhoso. foi quem desentrelaçou os nossos lábios, mas foi ele quem manteve nossos narizes próximos e colou nossas testas, enquanto ainda estávamos de olhos fechados.

- Você queria um último dia perfeito. – disse, enquanto abria os seus olhos. Ele tirou suas mãos da minha cintura e as levou até o meu rosto, me fazendo abrir os olhos também. descolou nossas testas para que pudesse olhar diretamente nos meus olhos. – Eu vou dá-lo a você. – finalizou daquele jeito tão sério e tão lindo. Eu sorri de forma espontânea e o abracei quase que imediatamente.

Nada poderia descrever a minha felicidade ao ouvi-lo dizer aquilo. Ao ouvi-lo dizer que realizaria o meu sonho, meu simples sonho. Um braço dele passou por debaixo do meu cabelo e o outro estava na parte de cima das minhas costas. Meus braços passaram por debaixo dos seus e minhas mãos ficaram próximas aos seus ombros. O meu rosto estava próximo a um de seus ombros e o dele também estava próximo a um dos meus. Eu sorria, durante aquele abraço, pois eu sabia que ele estaria comigo naquele dia, naquele último dia. Só ele sabe o quanto foi difícil tomar aquela decisão de fazer parte daquele meu dia. Ele não havia motivos para sorrir, já que aquele ainda era o meu último dia. Ele fechou os olhos por poucos instantes para guardar aquele abraço para sempre.

- Eu amei ter vindo aqui. Eu sempre quis conhecer uma cachoeira. – Eu finalizei o abraço, trazendo para a realidade.
- Eu também. É a minha primeira vez. – virou o rosto para olhar para aquela cachoeira.
- É? – Eu sorri, sem entender. – Mas como você soube me trazer aqui então? – Eu perguntei, curiosa.
- A .. – quase riu. – Ela disse que você sempre quis conhecer um lugar como esse. Ela me ensinou o caminho. – negou com a cabeça, lembrando do quanto foi difícil entender o que dizia, enquanto explicava o trajeto até ali.
- Eu sabia que vocês estavam armando alguma coisa. – Eu cerrei os olhos com um sorriso ameaçador.
- É claro que sabia! Você é a maior estraga prazeres que eu conheço. – sorriu, indignado.
- É, eu também sei disso. – Eu sorri, revirando os olhos.
- Vamos fazer uma coisa... – parecia que nem tinha escutado a minha frase anterior. Ele soltou a minha mão e se deitou sobre o gramado. – Deita aqui do meu lado. – pediu, apontando para espaço ao lado dele.
- Deitar? Mas.. – Eu ia argumentar, mas ele me interrompeu.
- Confia em mim. – pediu, impaciente. Eu suspirei, sabendo que não conseguiria fazê-lo mudar de ideia. Eu me abaixei e deitei ao seu lado. – Está sentindo? – sorriu, virando o seu rosto para me olhar. Estávamos tão próximos da cachoeira, que caia uma leve garoa sobre nós.
- Estou. Eu estou sentindo. – Eu disse olhando para o céu e vendo todas aquelas gotinhas que vinham daquela maravilhosa cachoeira caírem sobre mim. Fechei os olhos com um grade sorriso, apenas para poder senti-las.

me observava com um fraco sorriso no rosto, enquanto eu ainda estava com os olhos fechados. Ele deixou de me olhar por poucos segundos e abaixou um pouco o seu rosto para procurar a minha mão e viu que ela estava ao lado da sua. O braço dele passou por cima do meu e eu senti a mão dele tocar na minha. O meu sorriso aumento ainda mais, quando ele entrelaçou lentamente nossos dedos.

- Essa é a melhor sensação do mundo. – Eu disse, voltando a abrir os olhos.
- Eu concordo. – disse, me olhando. Ele não se referia a mesma coisa que eu. Eu virei o meu rosto para olhá-lo também. continuava me olhando de um jeito sério, mas também havia uma doçura no seu jeito de me olhar.
- Estou adorando estar aqui com você. – Eu disse, olhando em seus olhos. Nossas mãos ainda estavam coladas.
- E eu não queria estar com mais ninguém agora. – sorriu sem mostrar os dentes.
- Você é bom demais pra mim. Sabia disso? – Eu sorri, sem jeito.
- Sério? – quase riu. – Porque cada minuto do seu lado me faz ter certeza de que não sou bom o suficiente e me faz querer ser melhor. – levantou nossas mãos, que ainda tinha nossos dedos entrelaçados. Nossos cotovelos ainda estavam apoiados na grama, enquanto nossas mãos continuavam no ar.
- Você sempre foi mais do que bom o suficiente pra mim. – Eu disse, usando os meus dedos para brincar com os dele. – Você não precisa ser melhor, porque simplesmente não dá pra ser melhor do que isso. – Eu finalizei, ainda brincando com sua mão.
- Não dá? Espere até me ver de smoking naquele baile hoje. – disse, me fazendo rir na mesma hora.
- E eu vou estar com aquele vestido horrível. – Eu fiz careta.
- Não é horrível! – falou em tom de bronca.
- É o baile de formatura! – Eu argumentei, me defendendo.
- Eu sei, mas não é como se você quisesse ser a rainha do baile. – negou com a cabeça.
- , toda garota quer ser a rainha do baile. – Eu olhei pra ele com uma das sobrancelhas arqueadas.
- O que? – me olhou como se não tivesse entendido.
- O que foi? – Eu não achei que tivesse dito algo errado.
- Você quer ser rainha do baile? – parecia não acreditar.
- Eu queria, mas com aquele vestido eu jamais vou ser. – Eu suspirei, irritada.
- Você nunca me contou isso. – quase riu, perplexo.
- E sabe o que é pior? Estar com o rei do baile e não ser a rainha! – Eu olhei pra ele.
- Eu? – apontou pra si mesmo.
- É! É obvio que você será o rei do baile. Você sempre é o rei de todos os bailes. – Eu disse, revirando os olhos.
- Você vai ser o meu par! Isso pode te ajudar a ganhar. – disse, tentando me animar. Eu levantei um pouco o meu corpo e o deixei de lado para poder olhar melhor para o .
- Eu sou? – Eu fiz cara de pensativa. – Eu não espero que isso esteja sendo um convite. – Eu voltei a olhá-lo com um certo riso.
- Convite? – arqueou a sobrancelha. – Eu sou o seu namorado, lembra? É óbvio que você é o meu par. – disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
- Isso continua não sendo um convite. – Eu olhei pra cima.
- Está falando sério? – ficou mais sério.
- Eu não estou rindo, estou? – Eu o olhei com um certo sarcasmo. cerrou os olhos, demonstrando-se furioso com o meu sarcasmo.
- Tudo bem! – se levantou rapidamente. Eu comecei a querer rir, mas eu estava me controlando. Acompanhei com o olhar o que ele faria.

foi até a árvore enorme que havia ali do nosso lado e com um pulo pegou um pequeno e bem fino galho da árvore. Eu não acreditava que ele estava mesmo fazendo aquilo. voltou a caminhar em minha direção com aquele galho nas mãos e quando chegou em minha frente parou.

- Levanta. – estendeu uma das mãos para me ajudar a levantar.
- Isso é sério? – Eu me sentei no gramado, olhando pra ele.
- Eu não estou rindo, estou? – cerrou os olhos, me olhando com aquele sorriso sedutor.
- Então ta! – Eu segurei sua mão e ele me puxou, me colocando de pé. Eu olhei pra ele, quase rindo. fez uma expressão séria e passou a mão pelo cabelo para dar uma ajeitada.
- Então, eu não sei se você já tem um par pro baile, mas eu não tenho visto você com ninguém nos últimos dias. Hoje, eu resolvi tomar coragem para vir aqui com esse.. – levantou o galho da árvore. – Com esse galho de árvore e te fazer um convite. – sorriu para não dar risada. – Quer ir ao baile comigo? – Ele finalmente perguntou. Eu neguei com a cabeça, sem acreditar no quão idiota e lindo ele era.
- Eu só vou aceitar, porque esse galho de árvore está realmente lindo. – Eu brinquei e ele riu. Eu peguei o galho e me aproximei, dando um selinho nele.
- Foi bom? – perguntou, quando suas mãos já estavam em minha cintura.
- Foi o melhor convite pro baile que eu já recebi. – Eu voltei a selar seus olhos, enquanto nós dois riamos.
- Estou tão feliz por você ter aceito, que eu preciso comemorar. – sorriu de um jeito malandro.
- Como assim comemorar? – Eu o olhei, desconfiada do que ele faria.
- Vir aqui e não entrar na água é a mesma coisa que nada. – forçou um enorme sorriso antes que eu pirasse com aquela informação.
- Não começa. – Eu também forcei um sorriso.
- Vamos, por favor! – fez bico.
- Você está maluco! – Eu ri da cara dele. – Espera, só por curiosidade: você vai pular daqui até ali embaixo? – O perguntei, incrédula. Tudo bem, a altura não era tão grande assim!
- Pular não. – foi voltou pra perto da árvore e puxou uma corda que estava em um dos seus enormes galhos. – É pra isso que tem isso. – mostrou o cipó.
- Ok, Tarzan. Você quer que eu me pendure nessa corda e me jogue na água? – Eu disse, quase rindo por ter passado pela cabeça dele que eu faria isso.
- Aprendeu rápido. – afirmou com a cabeça.
- Você sabe que eu não vou fazer isso. – Eu afirmei. Eu morria de medo de altura e além do mais, aquela água deveria estar gelada.
- Vai me deixar ir sozinho? – perguntou, fazendo drama.
- Então não vai também. – Eu achei a solução genial.
- Eu vou! – afirmou, sério.
- Então ta! – Eu cruzei os braços, fingindo que não me importava. tirou o tênis e o colocou de qualquer jeito dentro da sua mochila. Ele pendurou a mochila em um dos ombros e pegou a corda que estava amarrada na enorme árvore. Eu o observei, certa de que ele desistiria. Fiquei observando e ele me olhou, antes de cometer a loucura de agarrar na ponta da corda e pular. – !! – Eu gritei, quando vi que ele tinha mesmo pulado. Sai correndo e fui até a ponta do gramado para ver se ele estava bem.
- Wooooooow! – gritou, rindo. Ele estava ali embaixo e ainda segurava na corda. Jogou a mochila atrás de onde a água da cachoeira caia, onde havia uma pequena ‘caverna’, que tinha um de seus lados e o chão feitos de pedras gigantes e outro lado era coberto por uma parede de água, que era a água que caia de cima daquele enorme morro, formando a cachoeira.
- Ai meu Deus, que garoto maluco. – Eu suspirei, aliviada por ver que ele estava bem. Depois de jogar a mochila, ele soltou a corda, caindo no pequeno lago abaixo dele. Quando ele soltou a corda, ela voltou a me olhar lá debaixo.
- VEEEM! – gritou, fazendo um sinal com uma das mãos.
- NUNCA! – Eu gritei para que ele pudesse ouvir. deixou de me olhar e começou a nadar para uma outra parte da cachoeira. Eu continuava observando, quando ele sumiu do nada. Parecia ter pisado em algum buraco ou qualquer coisa assim. Só sei que ele sumiu. – Nossa, até parece. – Eu ri, negando com a cabeça. Eu sabia que ele só estava fazendo aquilo para me fazer entrar na água. – EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU ENTRAR AI, JONAS. PODE DESISTIR. – Eu gritei para que ele pudesse ouvir. Eu continuei olhando, mas a água continuou intacta e não havia nenhum sinal dele. – EU JÁ SEI O QUE ESTÁ TENTANDO FAZER. SAI LOGO DAI! – Eu voltei a gritar um pouco mais séria. Ele já deveria ter voltado a superfície. – Que droga.. – Eu suspirei. – NÃO TEM GRAÇA! APARECE DE UMA VEZ. – Eu voltei a gritar, olhando seriamente para a água. – Isso não pode ser sério. – Eu neguei com a cabeça, olhando por todo o lago. Olhei para o lado e vi a corda. – Eu não vou fazer isso.. – Eu ri sozinha e voltei a olhar para a água. – Filho da mãe.. – Eu senti minhas mãos tremerem. – Ok, eu posso fazer isso. – Eu fui até a corda e a segurei. Fui com ela até a ponta e olhei para baixo. – Não, eu não posso. – Eu dei alguns passos para trás. Passei uma das mãos pelo rosto, demonstrando estar totalmente aflita. – Eu falei pra ele não ir. Porque ele nunca me escuta? – Eu resmunguei com um enorme medo. – Eu consigo. – Eu fechei os olhos e segurei a ponta da corda com as minhas duas mãos. Eu dei alguns passos para frente e senti com o pé que o buraco estava bem na minha frente. Eu respirei fundo e apertei ainda mais a corda e dei mais um passo, quando percebi não havia mais nada embaixo dos meus pés. – AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Foi o grito mais agudo e desesperado de toda a minha vida. Abri os olhos e vi que eu já estava lá embaixo. A água estava apenas há poucos pés abaixo de mim. Eu suspirei longamente e logo soltei a corta, caindo imediatamente na água. Ao mergulhar, percebi que ali não era tão fundo quando eu esperava. Voltei para a superfície e olhei em volta. – ! – Ok, eu já estava desesperada. Eu virei para lado contrário em que eu olhava e dei mais uma olhada. – ! – Eu gritei novamente e quando não obtive resposta. Voltei a mergulhar com os olhos abertos para tentar encontrá-lo embaixo da água. Não o encontrei e voltei pra superfície. – , por favor, aparece. – Eu pedi, pensando no pior.
- Procurando alguém? – Uma voz atrás de mim disse e eu quase morri de tanto susto. Eu me virei imediatamente e vi o com um sorriso malandro no rosto.
- EU VOU MATAR VOCÊ! – Eu cerrei os olhos e segurei o sorriso. Comecei a jogar água nele. se defendeu, colocando as mãos em frente ao seu rosto.
- Você enfrentou o seu medo para vir salvar a minha vida. É claro que você não vai me matar. – disse com o mesmo sorriso de antes.
- Nunca-mais-faça-isso-de-novo. – Eu disse pausadamente, enquanto me aproximava dele com um olhar ameaçador. – Está me entendendo? – Eu perguntei, olhando o seu rosto de perto.
- Awn, você ficou tão preocupada achando que eu tinha me afogado. – passou seus braços em torno do meu corpo. – Mas você deveria saber que eu já fui 2 vezes campeão do Campeonato de Respiração Embaixo da Água. – disse, quando nossos rostos estavam bem próximos.
- Isso não foi nem um pouco engraçado. – Eu cerrei os olhos.
- A única coisa que importa é que você está aqui. – me roubou um selinho, tirando com a minha cara, já que eu havia dito que não entraria ali.
- Eu sei o que está fazendo.. – Eu passei meus braços em torno do seu pescoço.
- Sabe mesmo? – arqueou a sobrancelha, sorrindo sem mostrar os dentes.
- ‘Eu quero um dia perfeito, eu quero fazer coisas que eu nunca tive coragem que fazer.’ – Eu repeti a frase que havia dito pra ele no dia seguinte.
- Eu aposto que nunca fez isso. – abriu um sorriso, pois eu havia descoberto o que ele estava fazendo.
- Pular em um lago agarrada em uma corda? – Eu quase ri. – É, eu nunca fiz isso. Essa foi a primeira e a última vez que eu fiz isso. – Eu afirmei. – Da próxima, deixo você morrer. – Fui eu quem selou os lábios dele dessa vez, enquanto ele ria da minha cara.
- Deixa nada. – negou com a cabeça entre um selinho e outro. – Você não vive sem mim. – Ele disse com certeza. Eu o olhei um pouco mais séria e fiquei fazendo aquilo por um tempo.
- É isso que vou ter que fazer a partir de amanhã, não é? – Eu continuava observando ele, que ainda estava muito perto de mim. – Viver sem você. – Eu continuei.
- Você vai, mas você volta. – também ficou um pouco mais sério.
- Hoje pela manhã eu achei que não teria mais que voltar. Eu achei que não teria volta. – Eu disse, vendo ele desviar o olhar para qualquer outra coisa atrás de mim. – Você sabe que vamos ter que falar sobre isso, né? – Eu não deixei de olhá-lo.
- Falar sobre o que? Minha fraqueza? Meu sofrimento? Ou quem sabe falar do fato de eu não conseguir superar o fato de que você vai se mudar amanhã? – voltou a me olhar seriamente. Ele parecia estar bravo consigo mesmo.
- Eu não sabia que você se sentia desse jeito com relação a isso. – Eu queria tentar ajudá-lo a superar o que nem eu mesma estava conseguindo.
- Você vai embora, . – negou com a cabeça. – Eu tenho visto você todos os dias nos últimos 7 anos e agora você vai embora. Eu sei que vamos nos ver sempre que der, mas quando vai dar? Duas vezes no mês? – perguntou de forma retórica. – Eu não sei, eu.. pirei. Chame de pressentimento ruim ou de drama, mas eu não estou pronto pra te ver indo pra longe de mim. – olhou em meus olhos e disse de um jeito tão verdadeiro que doeu dentro de mim.
- E parece que eu ainda não estou pronta pra falar sobre isso. – Eu disse, sentindo meus olhos arderem. Eu ainda não consigo falar sobre isso sem chorar. Que porcaria. – Você me trouxe aqui e deu um jeito de me fazer cometer essa loucura. Eu não estou aqui para chorar. – Eu ri de mim mesma, enquanto passava meus dedos embaixo dos meus olhos.
- Eu concordo com você. – também riu, se afastando e jogando água na minha cara.
- Ei, para com isso. – Eu mergulhei para não sentir mais toda a água que ele jogava em meu rosto. Cheguei bem próxima a ele e puxei uma de suas pernas, fazendo com que ele escorregasse e mergulhasse. Eu tive ataques de risos e tive que subir pra superfície.
- AH, SUA ESPERTINHA! – gritou, quando voltou a superfície. Eu ainda ria como uma idiota.
- Desculpa, mas foi você quem começou. – Eu ergui os braços para demonstrar inocência.
- Fui eu, né? – também riu da minha cara de cínica e me aproximou novamente, dando diversos selinhos em meio a sorrisos.
- Não, não. Espera, espera.. – Eu coloquei minhas mãos em seu peitoral e o afastei um pouco nossos corpos. Nós ainda vestíamos nossas roupas.
- Certo, o que foi? – ainda sorria, enquanto me olhava.
- Eu quero te dizer uma coisa. – Eu engoli a risada e fiquei um pouco mais séria.
- Então diga.. – continuava sorrindo, pois não sabia do que se tratava.
- Me deixe dizer até o final, ok? – Eu perguntei de forma retórica. – Hoje é o meu último dia e eu sei que não está sendo fácil pra você. – Eu disse e o sorriso dele desapareceu de seu rosto.
- Você disse que não falaríamos sobre isso.. – disse em um tom de punição.
- Eu sei o que eu disse, mas eu preciso dizer isso e você precisa ouvir, ok? – Eu queria que ele me deixasse falar. não respondeu, apenas ficou me olhando daquela forma séria. – Não está sendo fácil pra você, mas também não está sendo fácil pra mim. Eu sei o quanto está se esforçando pra estar aqui, hoje. Eu sei o quanto você está se esforçando só pra realizar esse meu sonho bobo e idiota. – Eu ri de mim mesma por ter aquele sonho inútil. – Mas eu quero que saiba que não precisava nada disso. – Eu olhei em volta me referindo a cachoeira. – Não precisava dessa cachoeira, não precisava daquela apresentação, não preciso de um vestido perfeito para ter o baile de formatura perfeito. – Eu sorri fraco, olhando pra ele. também me olhava, sem entender onde eu estava querendo chegar. – Eu sei que eu te disse que eu queria o dia perfeito e eu não menti, mas o que você não sabe é que a única coisa que pode tornar o meu dia perfeito é você. – A expressão de mudou rapidamente. Os olhos ficaram imediatamente doces e um sorriso bobo surgiu em seu rosto. – Nós podíamos estar no meio do nada, nós podíamos estar no lugar mais feio, assustador e entediante do mundo, mas ainda sim eu estaria vivendo o dia perfeito que eu queria, porque eu estaria com você. – Eu sorri sem mostrar os dentes. – , você é o único que sabia desse meu sonho, porque você é o único que poderia realizá-lo. – Eu continuei, vendo os olhos dele cheios de lágrimas. – E sabe por que você é o único? – Eu me aproximei dele com um sorriso ainda maior. O sorriso dele também aumentou, mesmo com as lágrimas estando quase transbordando de seus olhos. – Porque você foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. – Eu finalizei, olhando em seus olhos.

não disse absolutamente, sua única resposta foi diminuir rapidamente a distância que ainda havia entre nós e me beijar. Suas duas mãos estavam em cada lado do meu rosto e antes mesmo que ele pedisse, eu permiti que o beijo fosse aprofundado. Ficamos algum tempo nos beijando naquela mesma posição, até que ele soltou o meu rosto e levou suas duas mãos para trás de seu pescoço, onde ele pegou a gola de sua camiseta e a puxou para cima com a intenção de tirá-la. Tivemos que descolar nossos lábios para que a sua camiseta passasse pela sua cabeça. tirou a camiseta e a jogou perto de onde estava sua mochila. Quando ele virou-se novamente para mim, fui eu quem o beijei dessa vez. Minhas mãos estavam em seu rosto e as mãos dele foram até a minha cintura. Ele conseguiu levantar um pouco da minha blusa e passou a pegar em minha cintura sem que nada o impedisse de tocar a minha pele.

O beijo não estava intensificado, mas também não estava tão calmo como costumava ser. Confesso que não foi nada mal ter aqueles enormes braços me apertando daquele jeito tão único. Até me atrevi a deslizar uma das minhas mãos até o peitoral dele, que depois foram para suas costas. também resolveu se atrever a descer suas mãos que estavam em minha cintura. Elas desceram pelo meu quadril e chegaram em minhas cochas. Ele as levantou, fazendo com que eu colocasse cada uma das minhas pernas em um dos lados do seu corpo. continuou segurando minhas coxas, me levantando um pouco mais. Ele teve que inclinar a sua cabeça e eu tive que abaixar a minha para que continuássemos aquele longo beijo.

A minha vontade de continuar a beijá-lo apenas aumentava. sabia muito bem o que queria, mas ele não queria avançar nenhum sinal. Ele não queria me induzir a nada que eu pudesse me arrepender depois, mas a cada atitude, a cada troca de toques ele tinha mais certeza de que era aquilo que eu também queria. Os braços, suas mãos e ter o resto do seu corpo a minha disposição me faziam querer ir além.

começou a andar, ainda me segurando. Minhas pernas ainda estavam em torno da sua cintura e nós ainda nos beijávamos com aquela mesma intensidade. Senti quando ele me encostou em algum tipo de mureta. Aposto que era a mureta em que a cachoeira desabava, pois as gotas de água começaram a cair sobre nós com mais intensidade. Ele soltou as minhas coxas, mas manteve as mãos no mesmo lugar, enquanto o meu corpo descia. Meu rosto ficou em frente ao dele novamente e ele separou os nossos lábios. Na verdade, ele nem chegou a separá-los. Os lábios dele deslizaram da minha boca até o meu queixo e foram descendo até o meu pescoço. Uma das mãos dele subiram até o outro lado do meu pescoço. Eu abaixei o meu rosto para poder alcançar um de seus ombros. Minhas mãos foram até as suas costas e eu passei a apertá-las a cada segundo que ele continuava beijando todo o meu pescoço. O rosto dele voltou a subir pelo meu pescoço. Meu rosto também veio para frente, quando seus lábios tocaram meu queixo e chegaram em meus lábios novamente. Por incrível que pareça, ele não voltou a me beijar. Os lábios dele apenas ficaram bem próximos aos meus, enquanto ele olhava nos meus olhos. Eu dei um sorriso bem fraco, que nem chegou a mostrar os meus dentes. Aquele sorriso foi a autorização que ele queria para que ele continuasse com aquilo.

Eu queria fazer tanta coisa, que eu nem sabia por onde começava ou se deveria mesmo fazer. Não sei se percebeu, mas sou nova nisso. Voltei a tocar seu rosto com uma das mãos para que eu voltasse a beijá-lo. Fechamos nossos olhos, enquanto ele passou a brincar com os meus lábios e puxava cada um deles com os seus dentes. Aproveitei a oportunidade e tirei meus lábios de frente dos dele. Toquei de leve uma de suas bochechas e cheguei em sua orelha. Dei uma leve mordida, enquanto meus dedos do outro lado entrelaçavam em seus fios de cabelo. As mãos dele apertaram ainda mais a minha cintura. Fiz o caminho de volta para os seus lábios, enquanto ia tocando os meus por todo o seu rosto. Cheguei em frente aos seus lábios e parei, ainda com os olhos fechados. Toquei seu rosto com minhas duas mãos, esperando que ele me beijasse. Ele fez isso.

O beijo mal durou e ele já o terminou para olhar para baixo. As mãos dele saíram da minha cintura e foram até os botões da minha blusa. Depois que ele já havia localizado os botões, eu voltei a puxar o seu rosto para outro beijo. continuava desabotoando minha blusa, enquanto nos beijávamos. Quando ele acabou de desabotoar todos os botões, ele voltou a descolar nossos lábios. Abrimos nossos olhos e nos olhamos nos olhos. As mãos dele desceram novamente pelo meu jeans e chegaram em minhas coxas, bem perto do quadril. me levantou e me tirou de dentro da água, me colocando sobre a pequena mureta que estava logo atrás de mim. Eu percebi exatamente o que ele queria com aquilo.

Comecei a afastar o meu corpo para trás, indo para debaixo daquela pequena ‘caverna’. A água não deixava que o lugar fosse escuro. Eu continuava me afastando, sem nem me levantar do chão. Vi apoiar seus fortes braços na mureta e com a ajuda deles trazer seu corpo pra fora da água. Toda aquela água escorrendo de seu cabelo e percorrendo todo o seu corpo tornavam ele ainda mais desejável. Estou falando sério, esse garoto me faz sentir coisas que achei que nunca sentiria. veio em minha direção e logo me alcançou. Colocou o seu corpo sobre o meu e entrelaçou seus dedos em meu cabelo para iniciar outro beijo. Eu deitei meu corpo sobre aquela enorme pedra e ele continuou em cima de mim. tirou a mão do meu cabelo e tocou o meu ombro, onde ele continuou deslizando por todo o meu braço. Suas mãos chegaram em minha cintura e eu aproveitei para subir as minhas para a sua nuca, onde eu passei a entrelaçar meus dedos em seus fios de cabelo.

O beijo foi novamente interrompido e ele abaixou o seu rosto, enquanto abria a minha blusa com suas duas mãos. observava o meu sutiã branco e eu aproveitei para levantar um pouco o meu pescoço e começar a beijar o seu rosto. Fui deslizando meus lábios até a sua orelha e quando ia descendo para o seu pescoço, ele resolveu fazer o mesmo. Parece que os meus beijos excitaram um pouco ele, pois ele subiu uma das suas mãos até o meu cabelo e o segurou com firmeza, enquanto ele me beijava de uma forma mais intensa. Tudo aquilo estava me enlouquecendo. Minhas mãos estavam em suas costas novamente e eu comecei a subir e descer com elas, enquanto minhas unhas arranhavam levemente a sua pele. Desci mais uma das mãos e cheguei bem perto de seu quadril. Sua calça estava um pouco baixa do que o normal, com isso, eu consegui tocar no elástico de sua cueca.

queria, ele PRECISAVA explorar as outras partes do meu corpo, por isso ele voltou a deslizar seus lábios em direção ao meu pescoço. Quando eu achei que ele ficaria algum tempo em meu pescoço, ele continuou a descer mais, mas seus lábios já não tocavam a minha pele com tanta intensidade. Seus lábios e nariz foram descendo pelo meu corpo, enquanto dava alguns toques leves, que faziam com que eu me arrepiasse inteira. Passou pelos meus seios e chegaram em minha barriga. Parou no inicio do meu shorts, onde suas mãos resolveram desabotoar dois botões. Quando ele desabotoou, um barulho tirou toda a nossa concentração. olhou para a sua mochila e depois me olhou. Negou com a cabeça, como se quisesse me dizer para ignorar o barulho. Foi fácil fazer isso, quando uma de suas mãos subiu pela minha coxa. Alguns de seus dedos conseguiram passar por uma das aberturas do meu shorts.

Era o meu último dia em Atlantic City e eu não podia imaginar em um jeito melhor de me despedir. Não podia haver um momento melhor para tornar tudo aquilo que sentíamos em uma coisa mais séria do que já era. Meus cotovelos agora estavam apoiados na pedra para que eu pudesse ver melhor tudo o que ele fazia. Seu rosto voltou a subir pelo meu corpo e atrás dele vinha suas mãos. Os lábios dele chegaram no meu pescoço e ele começou a beijá-lo, enquanto uma de suas mãos subia a minha cintura e depois passava pela lateral de um dos meus seios. Isso fez com que eu voltasse a apertas suas costas com intensidade. Os lábios dele se aproximavam de uma das minhas orelhas, quando aquele barulho voltou a nos incomodar. Senti suspirar longamente. Ele parou os beijos no mesmo instante.

- É melhor você atender. – Eu disse antes de um grande suspiro. Voltei a deitar completamente na pedra, quando negou com a cabeça. Ele não acreditava que aquilo estava acontecendo.
- Eu já volto. – estava puto da vida. Ele saiu de cima de mim e se arrastou até a sua mochila, onde ele pegou o celular, que tocava insistentemente.
- Alô? ? – ouviu a voz de sua mãe e suspirou mais uma vez, ainda mais furioso.
- Oi mãe. – olhou pra mim, arqueando a sobrancelha. Eu sorri, achando graça da situação.
- Estou te atrapalhando, querido? – A mãe do perguntou, ingênua.
- Não, mãe. Não está me atrapalhando não. – negou com a cabeça, enquanto me olhava. Eu não aguentei e tive que rir.
- Estou ligando porque eu estou precisando de você. – A mãe do voltou a dizer. – A sua irmã está passando mal e o pai dela teve que fazer uma viagem de emergência para Los Angeles e está com o carro. – Ela explicou.
- Passando mal? Como assim passando mal? – ficou mais sério, pois viu que se tratava de coisa séria.
- Eu não sei. Nós passamos em uma feira depois que saímos da sua formatura e ela comeu algumas coisas. Deve ter feito mal pra ela. Eu não sei. – A mãe dele parecia aflita. – Eu preciso que venha até aqui e nos leve para o hospital. – ouviu a mãe dizer. Ele passou uma das mãos pelo cabelo e fechou os olhos, sem acreditar que teria que fazer isso.
- Ok, mãe. Daqui a pouco eu chego ai. – respondeu com a maior tristeza do mundo.
- Tudo bem, mas não demore. – A mãe de pediu, antes que desligasse o telefone. tirou o celular da orelha e me olhou com um olhar indignado e negou com a cabeça.
- O que aconteceu? – Eu fiquei mais séria, pois sabia que algo havia acontecido.
- A está passando mal, sei lá.. – parecia nem estar preocupado com a irmã no momento.
- Passando mal? – Eu fiquei imediatamente preocupada.
- Isso não pode estar acontecendo. – riu da sua própria desgraça.
- Do que está falando? – Eu ainda achava que ele falava sobre a irmã.
- Quem é o idiota que atende o celular em uma hora dessas? ME DIZ! – jogou o celular sobre a mochila, revoltado. Eu entendi sobre o que ele estava se referindo.
- Está tudo bem, . – Eu disse, rindo.
- Eu acho que nunca vou superar isso. – passou as mãos pelo cabelo, demonstrando o quanto estava incomodado com a situação.
- Para de ser bobo. – Eu neguei com a cabeça, sem parar de rir. – Vai, me ajude a levantar. – Eu estiquei os braços, esperando ele me puxar. andou em minha direção e parou em minha frente, esticando seus braços e me puxando pra cima. Meu rosto voltou a ficar em frente ao dele e ele me olhou com um sorriso frustrado.
- Desculpe.. – estava totalmente sem graça.
- , não tem problema. Eu não estou brava, chateada ou frustrada. Está tudo bem, eu juro! – Eu me aproximei e selei seus lábios.
- É sério, eu não devia ter atendido. Eu sou um.. – Ele quase riu. – Um idiota. – Ele parecia indignado.
- Já está ficando tarde mesmo. Nós teríamos que ir embora logo por causa do baile. – Eu tentei deixa-lo menos preocupado com isso. – Além disso, talvez esse não fosse o momento certo. – Eu disse com um fraco sorriso.
- Ou talvez fosse e eu estraguei tudo. – continuava se julgando.
- , para de se punir desse jeito. – Eu ainda achava engraçado o fato dele estar tão frustrado. – Talvez eu nem estivesse pronta pra isso e até pudesse me arrepender depois. – Eu estava usando todos os métodos para fazê-lo ficar melhor.
- O que!? – arqueou a sobrancelha. - Você está tentando fazer eu me sentir melhor? Porque os seus métodos são uma droga. – disse, me fazendo rir ainda mais.
- Ok, eu me expressei mal! – Eu neguei com a cabeça, sem conseguir parar de rir. – Ok. – Eu engoli a risada. – A sua irmã precisa de você, ok? Você precisa estar lá por ela. – Eu disse, mais séria. dei um longo suspiro e deu um tímido sorriso.
- Você quer mesmo que eu vá? – O sorriso do aumentou.
- Quero! – Eu afirmei sem pensar.
- Então é melhor abotoar a sua blusa. – quase riu, sem mexer o seu rosto. Sim, ele queria muito olhar para baixo naquele momento. – Porque eu não consigo lidar com isso agora. – matinha aquele riso maroto no rosto.
- Eu já estou fechando. – Como faz pra parar de rir? Eu não consigo. – Já fechei, pronto. – Eu disse, assim que terminei de abotoar a minha blusa.
- Incrível. – negou com a cabeça, segurando a risada. – Então vamos. – apontou a cabeça na direção em que eu deveria seguir. Havia uma pequena trilha que saia da cachoeira e nos levava de volta ao gramado que ficava ali em cima. – Tem duas toalhas da bolsa. Pegue uma. Você está tremendo de frio. – apontou para a mochila. Eu abri a mochila e peguei a toalha e dei uma pra ele. foi se enxugando, enquanto caminhávamos em direção ao carro. Eu me enrolei na toalha como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

- Obrigada. – Eu agradeci pela toalha, me enrolando nela como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Continuamos andando e parecia estar com pressa.
- Dá pra andar mais rápido? – parou para me olhar.
- Me desculpa se as minhas pernas não são tão grande quanto as suas. – Eu disse, irritada.
- Ok, esse é o único jeito. – andou em minha direção e se abaixou, segurando minha cintura, me levantando e me colocando em seus ombros.
- Que ótima ideia. – Eu ri com o meu rosto bem próximo das suas costas.
- Eu até deixo você pegar na minha bunda se você quiser. – quase riu, enquanto segurava minhas pernas em frente ao seu corpo.
- Cala a boca.. – Eu revirei os olhos, rindo.
- Vai ser ótimo se fizéssemos isso no nosso casamento. Imagina, entrar nos ombros no noivo. – Eu brinquei. – Esse na verdade é o meu sonho. – Eu menti apenas para fazer graça.
- Cala a boca. – foi quem riu dessa vez.
- O que? É uma ótima ideia. – Eu continuei com a brincadeira.
- Chegamos. – me puxou para frente e me colocou no chão.
- Obrigada pela carona. – Eu disse, dando mais um selinho nele, enquanto nós dois segurávamos a risada.

Entramos em seu carro e ele começou a dirigir em direção a cidade. Como eu já disse, não estávamos tão perto da cidade. Demoraríamos uns 20 minutos para chegar lá. Nós fomos conversando durante todo o caminho.

- Talvez a sua irmã goste de me ver lá. – Eu disse, já que eu pretendia ir com ele socorrer .
- Sim, ela iria gostar, pena que ela não verá. – disse, sério.
- O que? – Eu não entendi o que ele estava querendo dizer com aquilo.
- Você não vai. – me olhou.
- Porque não? – Eu já estava mais do que indignada.
- Eu não sei, mas acho que tem alguma coisa a ver com o seu baile de formatura que começa em 2 horas e meia. – forçou um sorriso. – Olha só, esse é exatamente o tempo que você demorará para se arrumar! – disse de forma sarcástica.
- Dá tempo, ! – Eu queria muito ir até lá e ficar com a .
- Eu aprecio o gesto, mas não. – reafirmou. – Você vai pra casa, se arruma e eu passo te pegar ás 19hrs, ok? – disse menos sério do que antes.
- Ok, ok! Não adianta discutir com você. – Eu revirei os olhos. Estávamos quase chegando em minha casa.
- Está entregue. – disse, estacionando o carro em frente a minha casa.
- Promete que vai me ligar pra falar como ela está? – Eu me virei para olhá-lo, depois que soltei o sinto de segurança.
- Prometo que eu ligo. – afirmou com um fraco sorriso. Ele simplesmente adorava o jeito que eu me preocupava com a sua irmã.
- Certo. – Eu devolvi o sorriso. – Diga a ela que eu torcendo para que ela se recupere o mais rápido possível. Fala que eu mandei um beijo. – Eu disse, me aproximando dele e dando um selinho.
- Eu vou dizer. Pode deixar. – respondeu entre um selinho e outro. Minhas mãos estavam em seu rosto, enquanto eu dava o último e mais longo selinho. Assim que descolamos nossos lábios, abriu os olhos e esperou que eu abrisse os meus. Quando eu abri, ele os olhou de bem perto e sorriu.
- Eu amo você. – sussurrou, me roubando mais um selinho.
- Eu também amo você. – Eu disse com o sorriso mais bobo de todos.
- Vejo você mais tarde. – Ele piscou um dos olhos me fazendo rir.
- Até mais tarde. – Eu abri a porta e sai do carro. – Depois eu te devolvo a toalha. – Eu disse, me lembrando que eu ainda estava com a toalha dele.
- Não se preocupe com isso. – gritou, antes de sair com o carro.

Eu entrei em minha casa e vi que a minha mãe havia acabado de preparar um bolo de chocolate. Meu pai estava na mesa, esperando que ela cortasse o seu pedaço e eu aproveitei para entrar na fila. desceu e de seu quarto e também resolveu entrar na fila. Estávamos todos na mesa e conversávamos sobre diversas coisas. Eu tive até que explicar o porquê de eu estar molhada daquele jeito.

Rimos muito da cara do , quando meu pai começou a tirar com a sua cara por causa do jeito que ele agiu no caminho de volta da formatura. A presença de o deixou mais tímido e gago que o normal. Em meio a risadas e caras feias do , eu percebi que aquele era a nossa última refeição em família antes que eu me mudasse. Eu não sei por que, mas eu não estava triste com aquilo. Estávamos tendo um ótimo momento. Momento esse que demoraria um pouco para voltar a acontecer.

Depois que acabei de comer todos aqueles pedaços de bolo, fui direto para o banho. Eu já estava mais do que atrasada. Levei o meu celular comigo para o caso de me ligar para falar sobre . Enquanto eu tomava o banho eu me lembrava daquela tarde. Aquela tarde em que havia acontecido de tudo, mas ao mesmo tempo não tinha acontecido nada. Confesso que fiquei alguns minutos pensando o que teria acontecido se o celular de não houvesse tocado.

Tudo o que eu conseguia pensar era o quão bom aquele dia estava sendo. O quão bom era ter tão perto naquele dia. Quando o dia começou, eu tinha certeza de que seria o pior dia da minha vida. salvou o meu dia, meu último dia.

Terminei o banho e enrolei uma toalha no cabelo e outra em meu corpo. Fui até o meu quarto e tranquei a porta para que eu pudesse trocar de roupa. Depois de trancar a porta, me virei para o meu quarto e meus olhos foram direto para a cama. Uma enorme caixa, que estava sobre ela chamou a minha atenção. Eu fiquei algum tempo observando de longe, sem reação. Eu não fazia ideia do que aquilo. Deveria ser algum engano. Alguém provavelmente esqueceu ali.


continuava no hospital com a mãe e a irmã. Ele aguardava na sala de espera, enquanto sua mãe acompanhava na consulta com o médico. olhava para o relógio de 5 em 5 minutos e a hora parecia que passava cada vez mais depressa. Ele sentiu um enorme alivio quando viu sua mãe sair de dentro da sala do médico. não estava com ela.

- Cadê a ? – se levantou com a expressão séria.
- Calma, ela está melhorando. – A mãe dele deu um fraco sorriu. – Era só uma infecção estomacal. Algo que ela comeu fez mal a ela. – Ela explicou.
- Onde ela está? Nós podemos ir? – demonstrou a sua pressa. Sua mãe já sabia o motivo.
- Esse é o problema. – A mãe de fez uma cara de chateação. – A sua irmã vai ter que ficar mais algum tempo aqui. Ela está tomando soro direto na veia. – Ela disse.
- Quanto tempo vai demorar? – tinha medo de ouvir a resposta.
- Umas 2 horas. – Sua mãe disse com um murcho sorriso.
- Mas o baile começa em uma hora. – respondeu rapidamente. Não demorou para que ele percebesse que perderia o baile daquela noite.


Comecei a me aproximar com passos pequenos e parei em frente a caixa. O embrulho era muito bonito e havia um enorme laço dourado sobre ele. Me aproximei ainda mais da caixa, tirando a toalha da minha cabeça e deixando o meu cabelo bagunçado e molhado. Havia um pequeno envelope e nele dizia ‘Para a minha Rainha favorita’. Mil possibilidades passaram pela minha cabeça, mas nenhuma deveria estar certa. Peguei o envelope e o observei por um tempo antes de começar a abri-lo. Puxei o bilhete que havia dentro do tal envelope e comecei a ler todas as palavras que ali estavam escritas:

‘Não é o que você veste, é quem você é.

Com amor, .’


Quando eu acabei de ler aquilo o meu corpo estremeceu. Um enorme sorriso invadiu o meu rosto e os olhos encheram-se instantaneamente de lágrimas. Eu mal sabia o que tinha dentro daquela caixa, mas aquele bilhete já havia sido o melhor presente de formatura. Coloquei o envelope sobre a cama e voltei a encarar o envelope. Puxei uma das pontas do laço e ele se desfez. Afastei a fita, toquei a tampa da caixa e a puxei.

- Não, não pode ser.. – Eu não precisei nem tocar para saber do que se tratava. Aquele bordado já era mais do que familiar pra mim. O bordado, as pedras do vestido que eu venho sonhando em vestir há anos para o meu baile de formatura. – Meu Deus, eu não acredito. – Meus olhos transbordavam lágrimas agora, enquanto eu pegava o vestido pelas alças e o tirava de dentro da caixa. Ele estava exatamente do mesmo jeito desde a última vez que o vi (VEJA AQUI).

Eu não sabia o que pensar. Eu não sabia como havia conseguido aquele vestido. Eu não sabia como agradecê-lo. Eu não sabia mais pra onde ir, o que falar e nem ao menos como respirar. Coloquei o vestido sobre a minha cama e me afastei para poder olhá-lo por completo. Eu não conseguia parar de sorrir e de chorar. Eu jamais esperei por isso. O toque do meu celular interrompeu meus pensamentos. Eu deixei de olhar o vestido para pegar o celular sobre o criado mudo. Olhei no visor e vi o nome do .

- EU NÃO ACREDITO QUE FEZ ISSO! – Eu nem mesmo disse ‘Alô?’. O sorriso não saia do meu rosto de jeito algum.
- É, eu acho que já achou o meu presente. – forçou um sorriso. Ele notou toda a minha felicidade pelo tom da minha voz.
- Eu não sei o que dizer! , esse vestido sempre foi o meu sonho. – Eu ainda não conseguia acreditar.
- Ok, eu tenho que dizer que a teve uma participação nisso. Foi ela quem me levou até a loja e foi ela que implorou comigo por um desconto. – quase riu.
- , você não tem noção do quanto isso significa pra mim. – Eu dizia, olhando para o vestido. – Eu quero dizer ‘obrigada’, mas parece que não é o suficiente. – Eu suspirei com um sorriso bobo.
- Ouvir essa sua voz de felicidade já fez tudo valer a pena. – deu um fraco sorriso.
- Eu não vejo a hora de te ver e de te agradecer. – Eu disse, totalmente ansiosa para aquela noite.
- É sobre isso que eu queria falar.. – O tom da voz dele mudou de uma hora pra outra.
- Como está a ? – foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça.
- Ela está melhorando, mas.. – não sabia como dizer novamente que ele não poderia estar lá.
- Mas o que? – Eu ainda achava que era algum problema mais grave com a .
- Ela está tomando soro agora, . – disse, olhando seu reflexo em um dos vidros que cercava os quartos dos pacientes.
- Soro é bom. Ela vai ficar boa rapidinho. – Eu ainda não havia me dado conta.
- É uma grande quantidade de soro. – tentava me dar dicas para que ele não precisasse dizer.
- Eu não estou entendendo, . – Eu sabia que ele estava tentando me dizer alguma coisa, mas eu não sabia o que era.
- Eu não vou conseguir estar ai ás 19hrs. – fechou os olhos, sentindo-se muito mal em ter que dizer aquilo.
- Não tem problema. Nós nos atrasamos um pouco. – Eu não achei que aquilo fosse um problema. – Eu sempre me atraso mesmo. – Eu até sorri, tentando convencer a mim mesma que aquilo não estava acontecendo.
- Vai demorar mais do que um pouco. – passou uma das mãos pelo seu cabelo, bagunçando-o.
- Você está dizendo que.. – Eu não queria completar.
- Me desculpa. – também não quis completar. Eu permaneci em silêncio por um bom tempo. Eu não queria dizer nada que pudesse demonstrar que aquela noticia havia acabado com a minha noite. – ? – me chamou e eu parecia ter acordado de um transe.
- Eu estou aqui. – Eu respondi, passando umas das mãos pelo meu rosto, enxugando as lágrimas que havia escorrido pelo meu rosto.
- Você me odeia, né? – negou com a cabeça.
- Não, é claro que não. – Eu conseguia entender a situação. Não era culpa dele, mas entender a situação não tornava tudo menos doloroso. – Tudo bem, . – Eu me virei de costas para o vestido. – Eu estava achando mesmo que esse vestido era bonito demais para um simples baile de formatura. – Eu de uma rápida risada para tentar convencê-lo de que eu estava bem.
- Não é um baile de formatura qualquer. É o seu baile de formatura! – começou a não gostar do que eu dizia.
- Não importa. – Eu neguei com a cabeça. – Eu ouvi dizer que vai passar um filme muito bom na TV hoje. – Eu havia desistido de ir ao baile. – A minha mãe fez bolo de chocolate. Eu vou adorar comê-lo, enquanto assisto o filme. – Eu forcei um sorriso.
- Não, não, não.. – ficou rapidamente indignado.
- Só prometa que vai vir me ver mais tarde. Eu preciso ver você antes de ... – Eu hesitei dizer. – Você sabe, antes de amanhã. – Eu finalizei.
- , você vai a esse baile. – afirmou com uma voz grossa. – , me prometa que vai ao baile. – Ele disse em tom de ordem.
- Eu não vou sem você, . Esquece. – Eu disse em um tom que eu achei que o desencorajaria de me convencer a fazer aquilo.
- Presta bem atenção no que eu vou dizer. – parecia estar irritado. – Você vai vestir esse vestido, você vai se arrumar de um jeito que nunca fez antes na sua vida e vai a esse baile! – ordenou.
- .. – Eu já ia começar a negar, mas ele me interrompeu.
- Prometa, ! – Ele estava mesmo furioso. – Me prometa agora mesmo. – Eu podia até ver a sua expressão de irritação, enquanto dizia aquela frase. Eu voltei a ficar em silêncio por um tempo.
- Tudo bem.. – Eu finalmente respondi.
- Eu não ouvi você prometer. – continuava sendo duro comigo.
- Eu prometo, . – Eu fiz o que ele queria por pura pressão.
- Ótimo. - sorriu, satisfeito. – Quando você chegar em casa, você me liga. Eu vou te ver. – tentou dar uma boa notícia. – Por favor, não dorme antes de eu passar ai. – implorou.
- Eu não vou. – Eu dei um fraco sorriso.
- E olha só.. – hesitou pedir o impossível. – Não chore. – voltou a pedir de um jeito doce e preocupado. – Eu não quero que esteja chorando no seu baile de formatura. – Ele completou.
- Eu já estou chorando. – Eu disse, rindo de um jeito desengonçado.
- Onde você está? – perguntou, tendo uma ideia.
- No meu quarto. – Eu respondi, sem entender o que ele queria com aquela resposta.
- Vá até o seu criado mudo e abra a primeira gaveta. – voltou a usar seu tom de ordem. Fiz o que ele pediu e fui até o meu criado mudo e abri a gaveta.
- Eu abri. – Eu disse, olhando para a gaveta.
- Eu sei que tem uma caneta ai. Pegue-a. – pediu e eu enfiei minha mão dentro da gaveta e no fundo dela, achei a tal caneta.
- Achei. – Eu disse, olhando pra caneta.
- Agora faça aquele coração. – sorriu com poucas lágrimas nos olhos. – Naquela mesmo lugar onde eu fiz ontem. – detalhou.
- .. – Eu ia argumentar, mas ele não me deixou.
- Faça! – mandou e eu suspirei longamente. Coloquei o telefone sobre a cama e abri a caneta. Levantei uma das mãos e com cuidado fui fazendo um coração, naquele mesmo lugar onde havia feito. Quando eu terminei, o observei por um tempo. Havia ficado bem parecido com o do . Peguei novamente o telefone e o coloquei na orelha.
- Pronto. – Eu disse, ainda olhando para aquele coração.
- Agora você não estará sozinha. – disse de um jeito doce e encantador. – Você nunca vai estar sozinha. – completou.
- Eu sei que não. – Eu até consegui sorrir.
- Agora vá se arrumar. Vista aquele vestido. – ordenou. - Eu até posso imaginá-la usando ele. – disse, apenas para me agradar.
- Eu não vou tirá-lo para que você possa me ver com ele. – Eu engoli o choro para atender o pedido dele.
- Faça isso. – quase riu, vendo que eu estava um pouco melhor.
- Se divirta. – voltou a fazer um novo pedido. – E se algum cara olhar pra você, me avise. Eu não posso mais levar suspenção. – disse, me fazendo rir. Era tudo o que ele queria.
- Eu avisarei. – Eu ainda ria um pouco.
- Até mais tarde, linda. – sorriu de um jeito triste. Ele nunca achou que quisesse tanto estar naquele baile.
- Eu te amo, . – Eu disse apenas para lembrá-lo.
- Eu te amo ainda mais. – respondeu e desligou o telefone em seguida.

Aquele coração em minha mão nunca havia sido tão útil. Pode parecer idiota, mas ele havia feito eu melhorar um pouco. Porém, ele ainda não me fazia sentir menos falta dele. não havia um coração em suas mãos. Ele teria que lidar com aquilo totalmente sozinho. Sua mãe via o seu sofrimento de dentro do quarto em que tomava o soro.

Me olhei no espelho e pensei em como deveria ser a minha maquiagem. Abri a minha caixinha de joias e tirei um anel e uma pulseira. Coloquei a pulseira e depois o anel em um dos meus dedos. Comecei a fazer a maquiagem e usei tudo o que tinha direito: blush, sombra, delineador e etc. Chamei minha mãe para me ajudar com o vestido e depois que o coloquei, ela fechou o zíper que ficava nas costas. Por fim, coloquei a sandália, que provavelmente nem apareceria.

- Meu Deus, filha! Você está maravilhosa. – Minha mãe disse, antes que eu me olhasse no espelho. Soltei o cabelo, que eu havia secado minutos atrás. Só olhei no espelho depois que estava totalmente pronta. Ao ver a minha imagem no espelho, vi tudo o que esperava ver há anos atrás quando vi aquele vestido pela primeira vez. Eu estava exatamente do jeito que eu queria estar. Eu reclamei tanto do vestido que eu usaria, que agora eu tenho um vestido de verdade, mas não tenho um garoto na minha porta me esperando para me levar para o baile.
- Como eu estou? – apareceu na porta do meu quarto, usando um belo smoking.
- Você está MARAVILHOSO! – Eu disse com sinceridade. Sim, eu sou suspeita para falar, mas ele realmente estava um gato.
- O que é isso? É o baile de formatura ou o seu casamento? – me olhou, surpreso.
- Espere só para me ver no dia do meu casamento. – Eu brinquei e minha mãe riu.
- Essa minha irmã é muito gata! Só podia ser a minha irmã mesmo. – riu, aumentando a minha auto estima.
- Você terá que me levar para o baile. – Eu avisei sem dar detalhes.
- O já me mandou uma mensagem no celular. – sorriu fraco. – Prometo que vou ser bem mais divertido que ele. – disse, voltando a me fazer rir.
- Já são 20hrs. Já estão atrasados. – Minha mãe disse, nos apressando.
- Eu já desisti de tentar não me atrasar. – riu, saindo do quarto.

Desci as escadas da minha casa e fingi não me importar ao não ver me esperando no final delas. terminou de passar o gel em seu cabelo e correu para a sala e pegou a chave do carro. já estava ligando para reclamar da sua demora. Eu fui sozinha no banco traseiro, enquanto observava pela janela com aquele olhar perdido. Passamos na casa da e fomos direto para o baile. Quando chegamos lá, ajudou a descer do carro e depois me ajudou. Quem disse que meu irmão não sabe ser um cavalheiro?

- O VESTIDO! – apontou para o meu vestido. Todas as minhas amigas sabiam que aquele vestido sempre foi o meu sonho.
- Eu sei! – Eu pirei junto com ela.
- Parem com essa conversa de garota e vamos de uma vez. – entrou no meio de nós duas e arqueou os dois braços. segurou em uma braço e eu segurou no outro.

Fomos nos aproximando da cortina que servia como porta do baile. Eu não acreditava que estava fazendo aquilo sem ele. O que diabos eu estou fazendo aqui? Eu respirava fundo, tentando controlar meus pensamentos e sentimentos. me pediu para não chorar, então eu não choraria. Passamos pela cortina que foi aberta por um dos organizadores do evento. A música estava bem alta e já haviam diversas pessoas na pista de dança. Os garotos usavam smoking e as garotas usavam vestidos maravilhosos. Muitos pararam para me olhar. Eu não sabia se eles estavam admirando o vestido ou se perguntando onde o estava.

- O guardou uma mesa pra nós. Ele está ali. – apontou, levando eu e a em direção a tal mesa. Quando eu vi , eu tive vontade de correr para abraçá-la. Nos aproximamos da mesa e eu fui diretamente até ela.
- Eu conheço esse vestido. – me olhou de cima abaixo. Eu nem sequer respondi, apenas a abracei com toda a força.
- Obrigada. – Eu continuei abraçando ela. – O meu dia não estaria sendo a mesma coisa se você não tivesse aqui. – Eu terminei o abraço para olhá-la. – Obrigada mesmo. – Eu acariciei rapidamente o seu rosto e ela sorriu.
- foi quem pensou em tudo. Eu só dei uma ajudinha. – riu.
- Você está realmente muito bonita. – Eu me afastei para ver o seu vestido.
- Obrigada. – fez cara de metida. - ! O seu vestido! – quase gritou, quando viu a outra amiga.
- Ela está maravilhosa. O vestido combina muito com ela. – Eu disse, olhando para o vestido que tinha um decote em uma das pernas.
- Vocês são tão gentis. – piscou repetidas vezes, nos fazendo rir.
- Você deve ser o garçom, não é? – olhou seriamente pro . – Pode me trazer um refrigerante? – continuou zoando com a roupa de .
- Eu trago assim que a orquestra começar. – deu o troco. – Você deve ser o maestro da orquestra, né? – continuou falando seriamente. – Posso fazer um pedido de música? – ironizou. – O nome da música é ‘Vai se fuder, ’. – forçou um sorriso. – Valeu. – Meu irmão deu alguns tapinhas no ombro do .
- Seu recalque bate na minha gravata borboleta e volta nesse cimento na sua cabeça. – se referia ao cabelo de que estava duro por causa do gel.
- Chega, palhaço. – segurou a risada.

Nos sentamos e tomou o lugar ao meu lado, que deveria ser do . Todos eles pareciam saber que não estaria ali. Eu percebi que todos estavam tentando me paparicar para não deixar que eu sentisse a falta dele. É um gesto admirável, mas nada me faria deixar de sentir a ausência dele no dia mais importante do ensino médio.


estava sentado em uma poltrona, que ficava dentro do quarto que estava. Sua mãe estava ao lado da , enquanto a filha quase dormia. se pegou olhando para o soro por diversas vezes para ver se ele já estava acabando. Talvez desse tempo de chegar no final do baile. Ainda faltava muito soro. olhava para o chão, que parecia ser a coisa mais interessante no momento. Os cotovelos estavam apoiados em seu joelho e as costas flexionadas pra frente. A mãe de já não aguentava ver o filho daquele jeito.

- , fica com ela um pouco? Eu vou ao banheiro. – A mãe dele pediu e ele afirmou com a cabeça, levantando-se e indo até a cama onde a irmã dormia. A mãe dele saiu e ele observou a irmã por um tempo.
- Se você soubesse o que está acontecendo, aposto que ficaria bem na mesma hora só para que ela não ficasse sozinha naquele baile. – sorriu, acariciando os cabelos da irmã.

A mãe de não demorou mais que 5 minutos e retornou ao quarto. voltou a se sentar e a mãe dele tornou a ficar ao lado da cama da filha. tirou o seu celular do bolso para ver a hora e viu que eram 21hrs. Ele se perguntou o que eu estaria fazendo naquele momento.


Havia alguns salgados muito bons na nossa mesa. e quase acabavam com tudo, quando o garçom passava por nós. Eu ainda não sei como eles mantém esse corpo! As garotas não paravam de conversar comigo. Elas estavam trabalhando duro para me distrair.

- Vão ficar a noite toda sentados? – apareceu em nossa mesa. Eu nem vi ele se aproximar.
- ! – Eu sorri e me levantei para cumprimentá-lo. Assim que o abracei, dei de cara com , que estava logo atrás dele. Ela estava usando um lindo vestido vermelho. Ela me encarou com uma expressão séria, mas não havia raiva.
- Onde está o ? – perguntou, olhando para as pessoas que estavam na mesa.
- Ele teve problemas com a irmã. Ele não virá. – Eu respondi e dei um fraco sorriso. É claro que notou o quanto aquilo estava me afetando.
- Fala, delícia. – se levantou para fazer o tradicional toque de mãos com o seu amigo.
- E ae, cara! – riu, olhando para o amigo. saiu da minha frente, deixando eu e frente a frente. Nos olhamos e ficamos em silêncio. Quando eu achei que nunca mais ouviria a voz dela, ela me surpreendeu.
- Parece que conseguiu o seu tão sonhado vestido. – comentou, olhando para o meu vestido.
- É, eu consegui. – Eu forcei um sorriso, que tenho certeza que não pareceu nada sincero.
- Eu ainda me lembro no dia em que você viu ele pela primeira vez no shopping. – deu um tímido sorriso.
- É, você estava comigo. – Eu comentei, incomodada com aquele clima totalmente estranho.
- , sua linda! – nos interrompeu e abraçou .
- Esse vestido é a sua cara, . – quase riu pra amiga.
- É o que estão me dizendo. – também riu.
- E você, ? Desde quando se tornou tão fabulosa? – brincou e gargalhou.
- Aprendi com você. – piscou um dos olhos.
- Vocês não vão dançar? – perguntou novamente.
- Daqui a pouco nós vamos. – olhou pra .
- Eu não sei se estou a fim de dançar hoje. – respondeu, sem olhar pra . Parece que eles ainda não haviam acertado as contas desde o ocorrido daquela tarde.
- Você quer dançar, né? – olhou para a namorada, que afirmou com a cabeça. - Vamos então. – disse, indo até .


voltou a olhar para o soro e viu que demoraria algum tempo. Deu um longo suspiro, que até sua mãe pode escutar. Ele continuava olhando para o chão, sentindo o seu coração pesar só por saber que eu estava precisando dele naquele momento. As batidas na porta interromperam seus pensamentos. Ele virou o seu rosto para olhar quem entraria e teve uma grande surpresa.

- Sra. ? – olhou pra ela, assustado. - Olá, boa noite. – Minha mãe entrou no quarto e fechou a porta em seguida.
- Entre, querida. – A mãe de sorriu para a amiga.
- Como soube que estávamos aqui? – se levantou, achando estranhíssimo a presença da sogra ali.
- A pergunta é: Porque não está no baile com a minha filha? – Minha olhou pro com um olhar ameaçador.
- Eu tenho que ficar com a . Ela precisa de mim. – apontou para a irmã, que ainda dormia.
- Ela está dormindo, . Ela não precisa de você. – Minha mãe sorriu, aproximando-se do .
- Eu tenho que levá-la para casa. – explicou com um sorriso tímido.
- Não, você tem que ir ao baile, . – Minha mãe afirmou e arqueou a sobrancelha e depois olhou para a sua mãe.
- O que está acontecendo aqui? – trocou olhares desconfiados com a mãe e com a sogra.
- Eu liguei para a mãe da , filho. – A mãe de começou a explicar. – Ela é uma grande amiga e eu tinha certeza que ela faria o favor de me levar para casa quando o soro da sua irmã acabar. – A mãe de deu um enorme sorriso.
- Não.. – quase riu, olhando para as duas. – Isso é algum tipo de piada? – não acreditava.
- Eu não quero bancar a sogra malvada, mas porque não dá logo o fora daqui? – Minha mãe disse e depois caiu na risada, assim como a mãe do .
- Mãe, eu te amo! – sorriu como nunca e correu dar um beijo na mãe. Afastou-se da sua mãe e foi até a minha. – Sra. , você é a melhor sogra do mundo. – abraçou rapidamente a minha mãe, que não conseguia parar de rir ao ver toda a empolgação do .
- Corre! A minha filha está esperando por você. – Minha mãe acariciou o rosto de , que sentiu um enorme alivio no peito ao ouvi-la dizer aquilo.
- OBRIGADO! – pegou a chave do carro sobre a mesa e saiu correndo em direção a porta

parecia um maluco correndo pelo hospital. Parecia aqueles caras, cuja esposa havia acabado de dar a luz. Ele correu ainda mais e chegou no estacionamento. Deslizou pelo capô de seu carro para poupar tempo e abriu a porta. estava indo em direção a sua casa, pois ele ainda tinha que tomar banho e se arrumar.

Os casais continuavam me fazendo companhia na mesa. Eu sabia que estava prendendo eles ali, pois eles não queriam me deixar sozinha. Eu estava me sentindo um peso na costa de cada um deles. As garotas já não tinham mais assunto e e não paravam de falar besteira.

- Porque vocês não vão dançar? – Eu perguntei olhando para eles.
- Nem estou a fim. – ergueu os ombros.
- Eu nunca gostei de dançar mesmo. – seguiu o mesmo raciocínio.
- Eu estou cansada! – rolou os olhos.
- E a minha sandália está acabando com o meu pé. – fingiu uma cara de dor.
- Qual é, eu sei o que estão fazendo. – Eu revirei os olhos. – Vocês não querem me deixar sozinha. – Eu fui direto ao ponto.
- Não, não é nada disso. – forçou uma risada.
- E desde quando você consegue mentir pra mim? – Eu fuzilei com os olhos.
- Ok, você venceu. – suspirou, desistindo de me enganar.
- É sério, podem ir dançar! Eu posso ficar sozinha aqui. – Eu tentei convencê-los, mas eu sei que não seria fácil.
- Não vamos deixar você aqui sozinha. – disse por todos.
- Como vocês acham que eu me sinto sabendo que estou arruinando o baile de vocês? – Eu estava indignada.
- ... – tentou argumentar.
- Não, eu estou falando sério. Se continuarem com isso eu vou embora. – Pronto, havia achando um jeito de chantageá-los. – Eu não vou ficar aqui atrapalhando vocês. – Eu olhei seriamente pra cada um deles.
- Então vamos revezar. – achou uma solução. – Um casal vai dançar e o outro fica aqui. Depois nós trocamos. – explicou.
- Não acredito nisso.. – Eu rolei os olhos.
- Boa ideia! – sorriu para o amigo.
- Vocês começam! – foi esperto. Ele não queria dançar, é quem queria.
- Vamos dançar? – olhou pra . Nem sequer um sorriso ele deu.
- Claro. – sorriu, mas ela não conseguiu receber o sorriso de volta. Era uma música lenta e boa pra dançar.
- Eles estão meio brigados. – Eu afirmei, olhando e dançarem.
- A e o também parecem não estar muito bem. – lembrou-se de comentar.
- Sim, eles estão frios um com o outro. – Eu concordei.


continuava na correria em sua casa. Tomou um rápido banho e colocou rapidamente o smoking. Foi até o espelho e arrumou sua gravata e aproveitou para ajeitar o cabelo. Usou o gel para colocá-lo um pouco para trás. Colocou os sapatos e passou tanto perfume, que provavelmente permaneceria em seu corpo por uma semana. se olhou no espelho pela última vez e sorriu pra si mesmo. Ele não me contaria que estava a caminho, pois preferia fazer uma surpresa.

Eu continuava sentada, vendo e dançando aquela música lenta. Eles não pareciam tão confortáveis com aquela situação. Eu também vi quando eles abandonaram a pista de dança quando começou uma música mais animada. Esse é definitivamente o tipo de música que e preferem dançar. Todos sabiam disso.

- É a vez de vocês. – chegou na mesa e deu alguns tapas leves no ombro do .
- Eba! Vamos lá, baby. – levantou-se, animada.
- Vamos.. – revirou os olhos, sendo puxado pela namorada.
- O também não gosta de dançar. – Eu dei um fraco sorriso, olhando para e começarem a dançar.
- Eu acho que nenhum cara gosta de dançar. – riu.
- Você pode dançar com o , . – teve a ideia.
- O que? – Eu arqueei a sobrancelha, achando que não tivesse entendido.
- É, ! Dança comigo! Aposto que eu danço bem melhor que o . – disse todo convencido.
- Não, não precisa. – Eu neguei com a cabeça.
- Vamos, dance comigo! – insistiu com um bico.
- É o seu baile de formatura, . – forçou um sorriso. – Você tem que dançar. É uma tradição. – Ela ainda tentava m convencer.
- Eu já quebrei algumas tradições de bailes de formatura hoje. Não vai ter problema se eu quebrar mais uma. – Eu não tirava os olhos dos casais que se divertiam na pista de dança. Eu me perguntava por que eu também não podia estar me divertindo. Que péssima ideia eu tive de sentar de costas para a porta e de frente para a pista de dança!
- , você está nos ouvindo? – perguntou, vendo o quão distraída eu estava.
- Eu estou ouvindo. Desculpa. – Eu neguei rapidamente com a cabeça e olhei para os meus amigos. – Eu estou meio.. – Eu forcei um sorriso, sem querer terminar a frase.
- Você deveria estar se divertindo, . – me olhou com tristeza.
- Eu não consigo. – Eu suspirei longamente. – Eu nem sei o que estou fazendo aqui. – Eu voltei a negar levemente com a cabeça. – Qual é a graça em ver todo mundo se divertindo, menos você? Qual a graça saber que hoje deveria ser a melhor noite da minha juventude e eu sentir como se fosse a pior? – Eu disse visivelmente chateada com a situação.
- O que eu posso fazer pra você ficar feliz? – também ficou chateado ao me ver daquele jeito.
- Você não pode fazer nada, . – respondeu por mim. – Só tem uma pessoa que poderia fazer. – Ela me olhou, como se soubesse exatamente o que eu estava sentindo.

continuou dirigindo feito um maluco até chegar no estacionamento do local do baile. Ele parou o carro em uma vaga qualquer e começo a andar rapidamente até uma das entradas do baile. Ele deveria estar correndo, mas sabia que se fizesse isso ele chegaria até mim completamente suado. Ele não podia correr esse risco. Chegou em uma das entradas e encontrou alguns seguranças.

- A entrada não é aqui? – perguntou para um dos seguranças.
- É na primeira porta a direita. Passe pela cortina e estará no baile. – O segurança respondeu com a voz grossa e sem dar sequer um sorriso.
- Obrigado. – agradeceu e rapidamente virou-se para a direção que o segurança havia dito.


- Eu acho que vou embora. – Eu disse, fazendo e me olharem com uma expressão de surpresa.
- Não, não vai. – afirmou, sério. Ele não me deixaria ir embora. E
- Porque eu deveria ficar aqui? Isso está ficando cada vez mais difícil. – Eu me referia a ausência do . – Além do mais, não tem chance alguma desse baile se tornar mais divertido pra mim. – Eu finalizei, certa de que havia tomado a melhor decisão.

se aproximou da porta, que estava coberta por uma cortina branca e quase transparente. Seus passos foram diminuindo, pois ele foi ficando cada vez mais nervoso. Quando ele chegou em frente a cortina, que estava quase completamente fechada, ele parou. As primeiras pessoas que eles viram foram e , que estavam sentados de frente para ele. Naquela mesma mesa havia uma garota de costas, que ele conseguiu reconhecer imediatamente não só pelo cabelo, mas pelo vestido. não se moveu, apenas ficou me observando de costas, sentindo o seu coração disparar, fazendo com que ele tivesse certeza de que ele sairia pela sua boca a qualquer momento.

- Não vai embora, . – fez um bico. – Você vai se arrepender mais tarde. – tinha certeza do que dizia. O baile de formatura é o sonho de qualquer garota, é o momento pelo qual toda garota espera anos para passar.
- Eu já estou arrependida de ter vindo aqui hoje. – Eu respondi, sentindo meus olhos começarem a arder. Estava demorando. Eu não esperava mesmo que fosse fácil ver o seu sonho se tornando um pesadelo.

Sabe aquela sensação quando tem alguém te olhando? sentiu essa sensação. Ele deixou de me olhar para saber de quem se tratava. O primeiro lugar em que ele olhou foi a porta de entrada. Ele viu parado do outro lado da cortina e ele se conteve para não dar um enorme sorriso. Por debaixo da mesa, ele cutucou o braço de , que olhou para para ver o que ele queria e ela viu que ele olhava fixamente para outro lugar. acompanhou o seu olhar e também viu . Ela teve vontade de sair comemorando pelo salão todo, mas ela foi bem discreta.

- Vocês avisam o que eu peguei um taxi pra casa? – Eu olhei para e que estavam em minha frente. Estava prestes a me levantar da cadeira.
- , você não pode ir! – disse em um tom de ordem.
- E porque não? – Eu não entendia o porquê eles queriam tanto que eu ficasse ali, sentada naquela mesa. A expressão de mudou de uma hora pra outra. Ela sorriu sem mostrar os dentes e os olhos dela pareciam ter um brilho de felicidade.
- Porque a sua felicidade acabou de chegar. – O sorriso de aumentou e ela olhou para alguém atrás de mim.

Pensar naquela possibilidade já fez o meu coração comemorar de formas inexplicáveis. Olhei para o , sentindo as lágrimas invadirem os meus olhos. sorriu de um jeito carinhoso e afirmou com a cabeça e depois também olhou para alguém atrás de mim. Não, não podia ser! Eu tive até medo de me virar e me decepcionar por não ser quem eu esperava. As lágrimas continuavam enchendo os meus olhos, enquanto eu me virava lentamente para ver de quem se tratava.

As cortinas na frente do voavam para todos os lados, enquanto ele via eu me virar em sua direção. Quando eu terminei de virar totalmente o meu corpo, eu senti meu coração respirar aliviado. Era ele! Era o mesmo garoto que havia feito daquele, o melhor dia da minha vida. estava com aquela expressão séria que o deixava tão absurdamente bonito. Eu me esqueci de tudo! Esqueci que eu estava em um baile. Esqueci que meus amigos estavam ali. Naquele momento era somente eu e ele.

conseguia enxergar as lágrimas em meus olhos de longe. Quando ele viu eu me levantar da cadeira, ele decidiu vir até mim. Eu me levantei da cadeira e dei apenas mais um passo, pois eu vi que ele estava vindo em minha direção. continuava vindo em direção, sem tirar os olhos de mim. Percebi seus olhos observarem o meu vestido, enquanto ele se aproximava. Minhas mãos estavam sobre o meu vestido, pois a qualquer momento eu o levantaria para sair correndo para os braços dele.

Diversas pessoas passavam entre nós, mas isso não fez com que deixássemos de nos olhar. O coração de continuava absurdamente disparado por me ver tão bonita, logo quando ele achava que era impossível ficar mais impressionado. continuava olhando e parecia que não chegava nunca. O baile todo parecia ter notado que o capitão, o cara mais bonito da escola havia chego.

Quando parou em minha frente, nenhum de nós dois teve coragem de dizer uma só palavra. Ficamos nos olhando por um bom tempo, ambos sem acreditar que estávamos juntos naquele baile de formatura. continuava olhando para as lágrimas em meus olhos, o coração não conseguia se acalmar de jeito algum. Um sorriso foi surgindo aos poucos em meu rosto e os olhos dele desceram até os meus lábios para acompanhar aquilo de perto. Os olhos voltaram a olhar nos meus e um tímido sorriso também surgiu em seu rosto. Eu não sei se foi coincidência, destino ou armação, mas uma música lenta começou naquele exato momento.

- Aceita dançar a minha primeira e a sua última dança comigo? – estendeu uma das mãos em minha direção. Eu abaixei o meu rosto para olhar para a sua mão e logo levantei uma das minhas mãos e a coloquei sobre a dele.
- É claro. – Eu respondi com um fraco sorriso, sentindo ele segurar minha mão. Eu me virei e comecei a puxá-lo em direção a pista de dança. Demos no máximo 2 passos, quando ele me puxou minha mão repentinamente, fazendo com que voltasse a ficar de frente pra ele e ficasse bem próxima ao seu rosto.
- E vê se me deixa te guiar dessa vez. – disse com um olhar sedutor e um quase sorriso. Eu olhei, perplexa. Ele é quem me puxou pela mão dessa vez, me levando em direção a pista de dança.

Chegamos no centro da pista de dança e ele virou-se de frente pra mim. Levou uma das mãos para a minha cintura e me puxou pra bem perto. Eu voltei a olhar o seu rosto de bem perto, demonstrando o quanto eu estava louca para beijá-lo. Ele levantou nossas mãos que ainda estavam coladas e a mão que havia me sobrado foi até um de seus ombros. Continuamos nos olhando nos olhos, quando começou a dançar e a me levar junto com ele.

- Bonito vestido. – quase deu um sorriso que mostraria os seus dentes e os olhos dele desceram rapidamente.
- Você está bonito. – Eu dei um sorriso maior que o dele.
- E você está absurdamente linda. – olhou os detalhes do meu rosto e depois o meu sorriso.
- São seus olhos. – Eu disse, sem graça.
- Os meus e os de todos os outros caras do baile. – disse, fazendo aquela cara que fazia quando estava com ciúmes. Eu nem tive tempo para responder, pois ele afastou nossos corpos para me virar duas vezes.
- Como conseguiu chegar a tempo? – Eu perguntei, assim que ele voltou a colar nossas cinturas.
- É uma longa história. Você não acreditaria. – quase riu. Ele não me deixou responder novamente, pois ele voltou a afastar nossos corpos. Esticou o seu braço e me jogou pra longe, enquanto eu girava duas vezes. Quando eu achei que eu é quem teria que voltar a me aproximar, ele puxou minha mão e em segundos meu corpo se chocou com o seu.
- Aquelas aulas de dança realmente foram boas pra você. – Eu segurei a risada, quando voltando a dançar na mesma posição inicial.
- Você não faz ideia. – também segurou sua risada.
- Está tentando fazer bonito? Sabe que pra continuar com a coroa do rei do baile deveria ter chego mais cedo. – Eu disse um pouco mais séria. O olhar de demonstrava a agora a sua indignação. Ele apertou ainda mais a minha cintura e começou a empurrar o meu corpo para trás, trazendo o seu por cima do meu, sempre mantendo o seu rosto bem próximo ao meu.
- Acha mesmo que eu vim até aqui por causa dessa coroa? – ainda mantinha aquele olhar de indignação e aquele riso no rosto. Meus olhos desceram imediatamente para os meus lábios e ele fez o mesmo.
- Parece que não. – Eu respondi, sem tirar os olhos dos lábios dele. voltou a puxar o meu corpo e voltamos a ficar frente a frente. Estávamos prestes a nos beijar e nem percebemos que a música havia acabado. O beijo só não aconteceu, porque uma voz alta nos interrompeu e ela vinha do palco.
- Boa noite a todos. – Olhamos para ver e vimos que era uma das coordenadoras da escola. – Eu gostaria de parabeniza-los por esse baile incrível. – Ela continuou e todos a aplaudiram. Eu e nos afastamos e nos viramos para o palco. Nós continuávamos de mãos dadas. – Eu também estou aqui para revelar quem são os donos das coroas desse ano. – Ela disse e eu pude perceber a aflição vinda de todas as garotas do baile. A coordenadora abriu um envelope e voltou a aproximar sua boca do microfone. – E o Rei do baile deste ano é, surpreendentemente.. – Ela fez um certo mistério. – Jonas. – Ela disse e todos olharam imediatamente para o .
- Eu? – apontou pra si mesmo, incrédulo. Não era possível, ele havia acabado de chegar. – Mas eu acabei de chegar. – me olhou, sem reação. Nada como ser o capitão do time de futebol!
- Vai logo! – Eu dei um enorme sorriso, pois estava feliz por ele e o empurrei em direção ao palco. soltou a minha mão e foi em direção ao palco. Todos percebiam o quanto ele estava surpreso.
- Parabéns, . – A coordenadora disse, colocando a coroa em sua cabeça. olhava para o público e sorria feito um idiota, sem entender nada do que estava acontecendo.
- Agora, o mais esperado! – A coordenadora voltou a falar no microfone. – A Rainha do Baile deste ano é.. – Ela afastou-se novamente do microfone e abriu o envelope. Eu nunca tive tanta esperança de ganhar aquela coroa na vida. O meu par era o rei e eu era a namorada dele. Todos sabem o que geralmente acontece nos filmes. Eu olhava para a coordenadora da forma mais aflita do mundo. – Jessie! – A coordenadora disse, acabando com todas as minhas chances. olhou para a coordenadora, confuso. Depois me olhou e certamente viu a minha cara de decepção. O público aplaudia Jessie, que subia no palco. – Parabéns, Jessie! – A coordenadora disse, depois de colocar a coroa em sua cabeça. Jessie começou a fazer pose com a sua nova coroa. Ela me olhou por algum tempo com aquele olhar esnobe. Eu a aplaudia, demonstrando o quanto eu estava decepcionada com tudo aquilo.
- Esperem, esperem! Eu tenho uma coisa pra dizer! – tomou conta do microfone e todos ficaram em silêncio para ouvi-lo. Eu tinha certeza que ele faria algo para me deixar menos decepcionada. Eu sabia! – Eu queria agradecer a todos que me elegeram como o Rei do baile e eu queria parabenizar a Jessie. – olhou para a Jessie, que ainda estava próxima a ele. – Mas eu queria que soubessem que apesar de a Jessie ter sido a escolhida de vocês, eu tenho a minha escolhida. – olhou pra mim no meio da multidão. – E eu acredito que eu, como Rei, tenho o direito de escolher a minha Rainha. – levou uma das mãos em sua cabeça e pegou a sua coroa. – A minha verdadeira Rainha. – olhou rapidamente para Jessie, que estava quase chorando de tanta raiva. – Então eu gostaria de chamar ao palco o único motivo de eu estar aqui essa noite, minha Rainha favorita em todo o mundo.. – sorriu de um jeito incrivelmente doce. – . – disse o meu nome e todos me olharam. Eu podia sentir minhas mãos tremendo.

Eu segurei a parte debaixo do meu vestido, enquanto eu caminhava em direção ao palco. As pessoas me aplaudiam e gritavam o meu nome. Eu podia sentir os olhares de Jessie me fuzilando. Subi as escadas com cuidado para não cair e finalmente cheguei no palco. Parei, sem saber o que fazer. me olhou e me chamou com uma das mãos. Eu fui até ele, totalmente nervosa. Quando cheguei em sua frente, ele deu um enorme sorriso. Levantou a sua coroa com uma das mãos.

- Essa coroa não é só por ser a Rainha desse baile, mas também é por todas as vezes que você fez com que eu me sentisse o cara mais sortudo do mundo. – disse daquele jeito lindo, enquanto ele colocava a coroa em minha cabeça. – Gostaria de dizer alguma coisa? – apontou para o microfone.
- Quero. – Eu quase ri, vendo a cara dele de surpresa. Ele passou o microfone pra mim e eu o ajustei para a minha altura. – Ei, pessoal! – Eu forcei um sorriso. – Eu queria agradecê-los por terem me escolhido como Rainha do baile, mas eu não vou, porque na verdade vocês não me escolheram. – Eu disse com uma certa ironia. – Então eu realmente gostaria de agradecê-los por não terem me escolhido. Você não precisa ser a escolhida de vários, quando ser a escolhida de um é mais do que suficiente. – Eu disse, vendo uma parte me aplaudir e a outra vaiar. Adorei sambar na cara deles. Olhei pro e ele ria feito doido.
- Você é maluca. – segurou a minha mão e me puxou em direção a escada.
- Você não tem sido um bom exemplo. – Eu gritei, enquanto ele puxava pelo salão.
- , eu nem vi que você estava aqui e de repente vejo você recebendo a coroa do baile? – abriu os braços, quando chegamos na mesa em que eles estavam.
- Você sabe que eu seria o Rei do baile mesmo não estando aqui. – disse, convencido. revirou os olhos e depois me olhou.
- Como você consegue? – sorriu para o e depois voltou a me olhar. Eu não entendi nada.
- Consigo o que? – arqueou a sobrancelha.
- Dá última vez que eu vi a ela parecia estar em um velório e agora parece que está vivendo o melhor dia da vida dela. – disse, me fazendo rir.
- O que eu posso fazer? Eu causo esse efeito nas pessoas. – ergueu os ombros, segurando uma risada.
- Menos, Jonas. – Eu tentei ficar séria apenas para tirar com a cara dele.
- Jonas? – fingiu ter ficado ofendido. – Tem noção de quanto tempo você não me chama assim? – riu, pois achou o fato engraçado.
- Provavelmente o mesmo tempo que você não me chama de . – Eu olhei pra ele com um quase sorriso.
- Eu achei que odiava quando eu te chamava assim. – ainda ria um pouco.
- Eu odeio, mas você sabe que a minha definição de ódio não é muito normal. – Eu fiz careta ao terminar a frase. – Principalmente quando se trata de você. – Eu mordi o lábio inferior, pois sabia que ele ficaria louco com a minha última frase. voltou a me olhar com a boca quase aberta e com o olhar de indignação.
- Então você me odeia? – puxou rapidamente minha mão, fazendo com que nossos corpos se colassem. Ele segurou a minha cintura e me abaixou, trazendo seu corpo por cima de mim. Nossos rostos estavam bem próximos e nós sorriamos um para o outro.
- Ok, talvez eu goste de você só um pouquinho. – Eu fiz uma careta e ele riu ainda mais. se aproximou e roubou um longo selinho.
- Melhor.. – Ele me trouxe pra frente e fui eu quem roubei o selinho dessa vez.
- O meu nível de diabete já está subindo. Já podem parar. – revirou os olhos.
- Vocês viram a cara da Jessie? – chegou com sem que eu nem percebesse.
- Ela queria matar a . – gargalhou.
- E parece que não é só ela. – olhou para os lados e viu que algumas pessoas nos olhavam torto.
- A propósito, eu adorei o seu discurso. – piscou para mim.
- Eu sei que não tem nada a ver com o assunto, mas.. – fez careta por tocar no assunto. – Que horas é o seu voo amanhã? – Ela perguntou.
- Está marcado para ás 9hrs da manhã. – Eu sorri, me aproximando do e levantando o seu braço para que eu visse a hora em seu relógio. - Já é meia noite! – Eu me assustei com o horário.
- Você deveria ir embora. Amanhã você viaja cedo. – disse, demonstrando o seu lado responsável.
- É, eu sei.. – Eu olhei pro e fiz careta. Eu não queria ir!
- Eu levo ela. – rapidamente se ofereceu.
- É, eu sabia que diria isso. – riu rapidamente. – Mas leve-a direto pra casa, . Os meus pais vão ficar bravo se ela chegar tarde hoje. – disse, pois sabia que costumava a parar em alguns lugares antes de me levar pra casa.
- Pode deixar! – o olhou, sério.
- Então.. – Eu achei que teria que me despedir.
- Não começa com aquelas despedidas dramáticas! Deixa pra amanhã! – se antecipou.
- É, nós vamos todos no aeroporto amanhã de manhã e ai nós nos despedimos, ok? – disse, séria.
- Vocês vão? – Eu achei não ter entendido direito.
- É claro! – sorriu de forma fraternal. – Todos nós! – Ele reafirmou. Só ao pensar na manhã seguinte, eu já senti um certo desespero.
- Então, até amanhã. – Eu nem queria me despedir com abraços e beijos, pois eu sei que eu já começaria a chorar.
- Até amanhã! – jogou um beijo.
- Tente não se atrasar! – disse, causando a risada de todos.
- Eu não vou! – Eu gritei, já que já estava a uma certa distancia deles.
- Vejo você em casa. – me olhou e fez um olhar severo pro , que havia entendido o recado.
- Boa noite. – acenou com a mão e eu nem tive tempo de responder, pois alguém me surpreendeu por trás.
- Onde acha que vai sem se despedir de mim? – Ouvi dizer e sorri, antes mesmo de me virar para olhá-lo.
- ! – Eu o abracei e ele riu com a minha empolgação. – Você vai estar lá amanhã, não vai? – Eu queria tanto que ele também fosse ao aeroporto.
- É claro que eu vou! – disse como se fosse óbvio. Ele olhou para , que estava ao meu lado. – Ainda bem que chegou, cara. Ela estava muito tristinha. – voltou a me olhar.
- É o que me falaram.. – continuava segurando uma das minhas mãos.
- Vocês já estão indo embora? – percebeu, pois estávamos perto da saída.
- Estamos e parece que você também está. – sorriu pro amigo, procurando discretamente por .
- Estou! está me esperando no carro. – apontou em direção a saída.
- Todos estão indo embora, não é? O baile já está no final. – Eu olhei em volta, vendo que o salão começava a ficar sozinho.
- Parece que sim. – concordou, vendo algumas pessoas saindo pela porta. – Então, eu vou indo. Vejo vocês amanhã de manhã. – me abraçou e depois fez o seu tradicional toque de mãos com o .
- Até lá. – Eu acenei com uma das mãos.
- Boa noite, cara. – também respondeu, vendo o amigo sair rapidamente pela porta onde as outras pessoas saiam.

Eu e também fomos em direção a saída. me guiou até o estacionamento, já que o seu carro estava estacionado no fundo do estacionamento. Não se fui só eu que notei que aquele carro estava silencioso demais. No fundo eu sabia que o motivo era a ida pra Nova York dali poucas horas. estava inquieto e as vezes em que eu falava com ele, ele se esforçava para não demonstrar o que realmente sentia.

Quando ele estacionou o seu carro em frente a minha casa, eu não sabia exatamente o que fazer. Eu queria pedir para que ele voltasse a ligar o carro e me levasse pra longe dali para que eu não precisasse pegar aquele voo na manhã seguinte. O seu carro já estava estacionado em frente a minha casa há uns 3 minutos e nós ainda não havíamos falado absolutamente nada.

- Então eu acho que é isso. – disse, olhando para qualquer coisa do lado de fora do carro.
- Você me leva até a porta? – Eu perguntei e ele me olhou rapidamente.
- É claro. – abriu rapidamente a sua porta do carro e depois foi abrir a minha. – Eu te ajudo. – estendeu a mão e me puxou para fora do carro.
- Obrigada. – Eu agradeci e esperei que ele fechasse a porta para que ele me acompanhasse até a porta. Eu queria dizer qualquer coisa, mas eu não conseguia. passou por mim e deu alguns passos. Olhou para trás e viu que eu não estava o acompanhando.
- Ei, não vai vir? – estendeu a mão com um fraco sorriso em seu rosto. Nem um sorriso eu consegui forçar. Andei até ele, segurei sua mão e ele rapidamente entrelaçou os nossos dedos. Nós dois caminhávamos até a porta da minha casa e coincidentemente, olhávamos para o chão. Paramos em frente a porta e ficamos frente a frente. Nossos dedos ainda estavam entrelaçados e não conseguíamos olhar para o rosto um do outro.
- Você vai estar no aeroporto amanhã? – Eu perguntei depois de finalmente olhá-lo. A cabeça dele estava baixa, ele olhava nossos dedos entrelaçados.
- Você sabe que eu vou. – levantou o seu rosto para me olhar. Os olhos estavam tristes, mas ele se esforçava para sorrir. – Eu nunca te deixei sozinha. Não é agora que vou deixar. – me puxou com uma das mãos para mais perto dele e eu o abracei. Meus braços estavam em torno de suas costas e os dele em torno do meu pescoço. Uma das mãos dele entrelaçaram-se em meu cabeço e ele beijou minha cabeça.

Eu sentia uma coisa tão ruim dentro de mim e definitivamente era a minha ficha que estava caindo. Era um sentimento tão estranho que eu não tinha reação sobre ele. Eu não chorava e nem tão pouco sorria. Parecia que eu estava descobrindo aquele sentimento, aquela sensação que eu sabia ser algo ruim.

- É melhor você entrar. – terminou o abraço.

também estava se segurando para não desabar. Ele estava se segurando MUITO para não começar a dizer tudo o que ele queria dizer. estava se segurando para não me pedir pra ficar. O pedido que ele quis fazer desde o dia em que ele descobriu que eu iria para Nova York. queria muito que eu entrasse de uma vez em minha casa, para que ele pudesse parar de se segurar e pudesse liberar toda a tristeza que ele começava a sentir.

- É, eu vou entrar. – Eu me afastei e toquei a maçaneta da porta e a girei. – Boa noite. – Eu voltei a me aproximar e selei seus lábios. tocou o meu rosto com suas duas mãos, fazendo com que aquele selinho fosse prolongado. As mãos dele deslizaram até chegar em meu pescoço e eu descolei nossos lábios lentamente.

Ficamos um tempo com os olhos fechados e sentindo a respiração um do outro de bem perto. Abrimos os olhos e ambos encontramos tristeza. deixou de me tocar e abaixou a cabeça novamente. Eu resolvi entrar antes que o meu choro viesse a tona. Eu entrei em minha casa e fechei a porta sem nem olhá-lo. Eu não aguentava ver aquela tristeza em seu rosto.

suspirou longamente e negou com a cabeça, sem deixar de olhar para o chão. Levantou o seu rosto e encarou a porta da minha casa e sentiu seus olhos arderem. resolveu sair dali o mais rápido possível. Foi para o seu carro e começou a dirigir imediatamente para a sua casa. No caminho para casa, teve a péssima ideia de ligar o rádio. As músicas mais tristes sobre despedida começaram a tocar, uma atrás da outra. Parecia ser algum tipo de brincadeira de mal gosto. As lágrimas continuavam em seus olhos e ele resolveu desligar o rádio. Ele tentava não pensar no dia seguinte.

Eu subi para o meu quarto em silêncio. Os meus olhos estavam perdidos, eu estava perdida. Eu ainda não sabia o que era aquele sentimento ruim que a cada segundo triplicava dentro de mim. Entrei em meu quarto e fechei a porta, ficando recostada na porta olhando para o meu quarto por um tempo. Vi as minhas malas em um canto e o meu guarda roupa vazio do outro. Na verdade, aquela cena descrevia exatamente o que eu estava passando. O guarda roupa vazio significava Nova York. Um lugar onde eu estaria sozinha, o lugar onde não havia ninguém que eu amava, mas também era um lugar enorme onde eu poderia enchê-lo de coisas novas, experiências novas, vida nova. As malas significava Atlantic City! Atlantic City está absurdamente cheio de coisas que são minhas. Meus amigos, minha família, meu namorado e meu passado. Ninguém vive só com suas roupas velhas. Roupas novas também são boas, também faz você se sentir feliz e realizada com quem você é e com o que está se tornando a cada dia. Eu não posso ter os dois? A mala e o guarda-roupa? Infelizmente não.

Dei alguns passos em meu quarto e me sentei na cama, enquanto ouvia o carro de estacionar em frente a minha casa. Olhei para o meu criado-mudo e vi o porta-retrato. Aquele maldito porta-retrato que a qualquer dia desses vai acabar com a minha vida. Era uma foto minha e do . Nós estávamos na escola e eu beijava o seu rosto, enquanto ele olhava para câmera dando um enorme e lindo sorriso. Aquele mesmo sorriso que eu havia visto naquela cachoeira, hoje a tarde. O mesmo sorriso que havia desaparecido no momento que saímos daquele baile e voltamos para a realidade.

Quando as lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos, eu deixei o porta-retrato de lado. Passei as mãos embaixo dos meus olhos para secar as lágrimas e passei a olhar aquelas malas novamente. A passagem do voo da manhã seguinte estava na primeira gaveta do meu criado-mudo e eu a abri para pegá-la. Olhei a passagem por um bom tempo e percebi que a única sensação que ela me trazia era ruim. Não havia nada de bom. Todos os motivos que antes eu tinha para ir para Nova York pareciam pequenos e insignificantes agora.

A passagem continuava em minhas mãos, quando eu deixei de olhá-la para olhar aquele coração em minha mão. O coração que me dava forças cada vez que eu me sentia sozinha. Agora eu me dei conta de que em todas as vezes que eu já precisei daquele coração, eu não estava realmente sozinha. Aquele coração foi só mais uma coisa que me fortaleceu, quando eu achei que estava sozinha. O que acontecerá quando eu estiver realmente sozinha em Nova York? Se o sofrimento já existe, imagina quando eu estiver lá? Eu não sei por que eu ainda tento. Todo mundo sabe que eu não vou conseguir! Todos sabem que eu não vou conseguir ficar longe da minha família, dos meus amigos e do . Droga, eu não consigo ficar longe dele!

As chaves do meu carro agora estavam em minhas mãos e eu sabia exatamente o que fazer. Larguei passagem, porta-retrato, malas e guarda-roupa pra trás. Nada mais importava naquele momento. Desci as escadas ainda com a roupa do baile e corri para fora da minha casa, indo até o meu carro. Mesmo com o salto, eu continuei a dirigir em direção a casa dele. deveria ser a primeira pessoa a saber da minha decisão. As lágrimas continuavam a escorrer pelo meu rosto, enquanto eu sentia minhas mãos tremerem no volante.

havia chego em casa e foi direto para o seu quarto para trocar aquela roupa que tanto lhe incomodava. Colocou um shorts e uma camiseta mais velha e decidiu comer alguma coisa na cozinha. Ia passando pelo meu quarto e decidiu entrar para ver como eu estava. Afinal, amanhã não seria um dia fácil pra mim. Abriu a porta do quarto e não me encontrou.

- Droga, .. – suspirou, furioso. Voltou para o seu quarto, pegou o seu celular e começou a digitar rapidamente o número do celular do .

havia chego em casa há menos de 5 minutos. Só havia dado tempo dele subir para o seu quarto e tirar a gravata e o blazer. O seu celular começou a tocar e ele voltou a pegar o blazer para pegar o celular no bolso do mesmo. Olhou no visor do celular e viu o nome do e rapidamente atendeu.

- ? – perguntou, estranhando a ligação.
- Porra, ! Eu não falei pra você trazer ela direto pra casa? – disse, irritado.
- O que? Do que está falando? – fez careta, pois não estava entendendo nada.
- Onde vocês estão, ? Porque a não está em casa? – repetiu demonstrando impaciência.
- Como não está em casa? Eu acabei de deixá-la ai! – ficou imediatamente sério e preocupado.
- Ela não está aqui, ! – começou a se apavorar.
- Droga, eu não sei onde ela pode estar! – disse, olhando pela janela.
- O carro dela não está na garagem! – entrou em desespero, quando abriu a porta de sua casa e viu que o meu carro não estava lá.
- Não está? Mas.. – ia continuar a frase, quando viu o meu carro estacionar em frente a sua casa. – Ela acabou de chegar aqui. – disse, sem saber se a minha visita era algo bom ou ruim.
- Graças a Deus.. – suspirou, aliviado.
- Eu te ligo depois. – desligou o telefone na cara do amigo e jogou o celular de qualquer jeito na cama, saindo correndo em direção a sala e depois em direção a porta.

Eu desci do carro e ainda haviam lágrimas e mais lágrimas no meu rosto. Eu podia perceber que toda a minha maquiagem havia borrado e eu nem estava me importando. Segurei a parte debaixo do vestido e sai correndo em direção a porta da casa do . Ele abriu a porta, quando eu já estava há poucos passos dela. ficou imóvel, esperando que eu chegasse até ele. É claro que ele viu todas as lágrimas em meu rosto e isso fez com que ele voltasse a sentir seus olhos arderem novamente.

- Eu não posso, . – Eu disse assim que o abracei. – Eu não consigo fazer isso. – Eu disse com a voz totalmente embargada, fazendo me apertar ainda mais contra o seu corpo. Os olhos dele se encheram totalmente de lágrimas, pois ele conseguia sentir o meu desespero em cada gesto, em cada palavra minha.
- Calma, está tudo bem. – disse com a voz calma, segurando o choro. Terminou o abraço porque eu precisava dizer aquilo olhando em seus olhos.
- Essa pode ser a pior decisão da minha vida, mas eu não vou voltar atrás! – Eu disse, olhando nos olhos dele completamente cheios de lágrimas.
- Que decisão? – engoliu o choro, sem saber o que esperar da resposta da sua pergunta.
- Eu vou ficar, . – Eu disse, segurando o resto das lágrimas que queria descer dos meus olhos. – Eu não vou pra Nova York! – Eu reafirmei, aliviada por dizer aquilo.
- Você o que? – me olhou, perplexo.










CONTINUA...









Nota da Autora: 


Hey! Então, eu espero que estejam gostando da fanfic. Está dando muito trabalho, mas eu estou AMANDO escrevê-la. Eu me inspirei em uma outra fanfic que eu li e fiz as minhas MUITAS alterações (com a autorização da autora da mesma). Como vocês já perceberam, ela está em andamento. Eu vou postar de acordo com o que eu for escrevendo. 

Vocês devem ter percebido que nessa fanfic, os Jonas não são tão 'politicamente corretos' e nem tem uma banda. Eu achei legal fazer uma coisa diferente.

Enfim, deixe o seu comentário aqui embaixo. A sua opinião é importante, pois me incentiva a escrever ainda mais e mais.

Beijos e qualquer coisa e erro, mandem reply pra mim lá no @jonasnobrasil . 


12 comentários:

  1. Menina vc quer me desidratar de tanto chorar neh kkkkkkkk Amoooo demais a sua fic! Nao vejo a hora do proximo capítulo! !

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  2. FILHA, TU PIROU NA BATATINHA?????
    anda logo com isso, apenas pirando aqui, te amo rah anda logo bjoooos

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  3. OMG!!!! Como vc ousa interromper meu momento com o Nick!!!!!!!! Era o momento perfeito e a irmã dele tinha mesmo que ficar doente??? mesmo assim to amando a fic, por favor continue escrevendo espero que eu não vá pra NY, beijoss

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  4. rah, caralho mano, tu sabe que tu é perfeita, mas poxa vida, eu tenho 100timentos!!!

    PS:POOOOR FAVOR NÃO PARA DE ESCREVER!!!

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  5. QUE ISSSSSO , meu.. não pode acabar sério! Mas tipo, eu pirei? kkk tipo: ok Lauren, okay... kkkk
    POSTA LOGO!

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  6. OMG! Como assim?? Meu Deus, ai meu coração, tô pirando eternamente aqui, posta logo, não vou aguentar, quero o próximo capitulo AGORA haha Vc é mto foda e talentosa, queria ter essa criatividade :) Estou amando, sua fic é ótima, a mais perfeita de todas!!! Sacanagem a irmã do meu amado adoecer, pq ela tinha q ficar doente numa hora dessas?? Mais sua fic está sensacional :)

    PS: Estou chorando q nem uma louca aqui rsrs Vc tem o dom de me desidratar a cada capitulo kkkk

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  7. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH CHOREI DEMAIS COM ESSE CAPÍTULO!!! POR FAVOR NÃO DEMORA PRA POSTAR O PRÓXIMO!!!!!!!!!

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  8. POSTA O OUTRO CAPITULO LOGO PQ EU N AGUENTO MAIS PRA SABER OQ VAI ACONTECER DEPOISSSSSSSSSSSSSSSS

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  9. Meu Deus Raah....eu fiquei sem agua no corpo hsuahsu Muito Perfeito esse capitulo muito mas muito mesmo...não demore pra postar o proximo capitulo...bjoos

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  10. Poooor favooor!!! Posta o Próximo capítulo Logooo, anciosaaaa >< rsrsrs

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  11. OMG OMG, eu amei tudo amei. Amei a formatura o dia perfeito ao lado do Jonas, o modo como ele fez tudo o modo como ele me trata, amei o baile pq esses são um dos meus sonhos é como se eu tivesse realizado ele. Cantar na formatura :''') a escolha da música foi perfeita pude sentir cada momento. A cachoeira... A quase primeira vez, enfim foi tudo muito perfeito. Por favor posta logo o prox cap, pq nesses ultimos três dias eu não sei mais o que fazer sem ler essa fic, to viciada. Parabéns, muito ansiosa pelo prox <3333

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  12. GENTE! Eu simplesmente amei!!!!!!! Por favor, não para de postar eu não consigo viver sem a sua fic!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Tu é d+!!!!!! Posta logo o proximo! Bjs <3

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