Capítulo 14 ao 26




Capítulo 14 - Olá solidão. Adeus Nova York




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Ainda eram 7:30 da manhã. Como eu havia previsto, não consegui dormi. Passei a noite fazendo a mesma coisa: chorando. Se eu dormi, foi por 1 hora no máximo. Eu me perguntava a todo momento qual seria a minha reação ao ver naquele dia. Provavelmente eu teria que voltar ao lado dele no avião e eu realmente não queria dar chance pra nenhum tipo de reaproximação. Estava decidido! Eu ia embora mais cedo. Assim não teria que vê-lo e nem teria que voltar com ele no avião.

Parei de chorar. Eu agora estava pensando se eu tinha o dinheiro suficiente pra comprar a passagem. Me lembrei que já tínhamos as passagens de volta reservadas, mas era só pro voo da noite. Eu teria que comprar uma outra passagem. Eu ia embora antes que todos acordassem. Eu sabia que ninguém me deixaria ir embora sozinha, ninguém me entenderia. Me sentei na cama, olhei para a cama de . Ela estava dormindo. Me levantei, devagar. Peguei alguns sapatos que estavam espalhados pelo quarto e coloquei em minha mala. Arrastei a mala com dificuldade pra fora do quarto e a deixei no corredor. Peguei minha escova de dente, escova de cabelo e a roupa que eu vestiria. Entrei no banheiro, escovei os dentes, penteei o cabelo e me troquei. Eu estava fazendo o mínimo de barulho possível.

Desci as escadas, enquanto arrastava a minha mala escada abaixo. Cheguei no andar de baixo e voltei a sentir meu coração doer. Foi bem ali que eu e brigamos. Foi bem ali que o me disse aquelas coisas horríveis. Foi bem ali que acabou.

Peguei a agenda telefônica e liguei pra primeira companhia de taxi que achei. O taxi chegaria em 15 minutos. Aproveitei esse tempo para fazer um tour pela casa. Eu não voltaria a vê-la tão cedo. Passei pela cozinha e cheguei no quintal. Ri sozinha ao me lembrar da briga de galo que fizemos na piscina, dias atrás. Olhei pro topo do gramado, senti um aperto no coração. Me lembrei de quando eu e vimos o nascer do sol juntos. Lembrei de quando disse as coisas que ele adorava em mim e disse que gostava de mim. Também me lembrei do forte abraço que ele havia me dado naquele mesmo lugar. Sorri sozinha, porém as lágrimas voltaram a alcançar os meus olhos. Passei as mãos pelos meus olhos antes que elas pudessem escorrer pelo meu rosto.

Voltei a entrar na casa. Eu não precisava ficar lembrando dessas coisas. Fui pra sala, peguei um papel qualquer e uma caneta. Eu precisava avisá-los que eu estava indo embora. Comecei a escrever, quando ouvi alguém buzinar do lado de fora da casa. Terminei de escrever o bilhete rapidamente. O táxi tinha chego! Peguei a minha mala, abri a porta. Os seguranças me ajudaram a levar a mala até o táxi.

Antes de entrar no táxi, olhei novamente pra casa. Me Lembrei de que quando cheguei naquela casa, tinha a intenção de passar os melhores dias da minha vida nela. Acabei passando o pior deles. Entrei no táxi, avisei o motorista que queria ir pro aeroporto.

Já dentro do taxi olhei a casa, enquanto me afastava aos poucos. Cheguei no aeroporto, eram 8:30. Paguei o táxi e corri para comprar a passagem de volta pra casa. O avião sairia ás 9:30. Esperaria que pelo horário do voo, enquanto olhava as revistas na banca de jornal.

foi o primeiro a acordar na casa. Levantou e foi até a cama de para ver se ele estava vivo e viu que ele ainda estava dormindo. Abriu a porta e antes de descer passou pelo banheiro para fazer sua higiene matinal. Desceu as escadas, passou pela sala de estar e foi pra cozinha, pegou uma maça e foi em direção a sala. Iria assistir um pouco de TV.

- O que é isso? – falou sozinho, vendo um papel sobre a mesa. Ficou um tempo olhando pro papel, lendo. – Que droga.. – suspirou, chocado. Passou a mão pelo cabelo, sem saber o que fazer. Subiu as escadas correndo e foi em direção ao seu quarto. Entrou como um foguete.
- ! – gritou próximo ao ouvido de . – Vamos, acorda! – gritou, impaciente.
- Me deixa dormir. – murmurou, ainda dormindo. Odiava ser acordado.
- A foi embora! – disse, aflito. abriu os olhos no mesmo instante. Pensou se tinha ouvido direito.
- O que? – perguntou, assustado.
- Ela foi embora! – repetiu, impaciente. ficou em silêncio e se sentou na cama.
- Vocês podem parar de gritar, por favor? Tem gente querendo dormir. – apareceu revoltada e sonolenta na porta do quarto. sempre teve o sono leve. Eu realmente não sei como eu consegui ir embora sem acordá-la.
- A foi embora. – repetiu, chateado.
- O QUE? – gritou.
- Caramba! Está todo mundo surdo aqui. – revirou os olhos. Era a segunda vez que mandavam ele repetir.
- Como foi embora? Eu não ouvi ela sair. – estranhou. Voltou pro seu quarto, olhou para a minha cama. Estava arrumada. – Não acredito! – comentou, negou com a cabeça. Voltou pro quarto dos garotos. – Ela não está lá! – disse em pânico.
- Mas é isso o que estou tentando dizer! – arqueou a sobrancelha.
- Como você sabe que ela foi embora? Pode ter saído pra dar uma volta, sei lá. – perguntou. Ele não estava acreditando.
- Ela deixou isso em cima da mesa. – mostrou o papel.
- Deixa eu ver isso. – pegou o papel da mão de .



‘Vocês não devem estar entendendo nada, não é? Deixei o bilhete só pra vocês não ficarem preocupados comigo.

Então, eu estou indo embora mais cedo. Eu sei que são só algumas horas antes, mas eu prefiro assim. Eu espero que me entendam. E , eu já avisei os nossos pais. Eles vão me pegar no aeroporto. Não se preocupe. Beijos, até a volta.’


releu várias vezes. Ele realmente não estava acreditando. Eu estava indo embora e ele sabia que era por causa dele. Ele sabe sobre o meu medo de avião e não acreditaria que eu enfrentaria aquilo sozinha por culpa dele.

- Então? – perguntou devido a demora de .
- Ela está fazendo charminho. Quer que todos fiquem preocupados com ela. – revirou os olhos. Era isso o que ele queria acreditar. – Ridículo. - disse, irritado.
- E eu achando que você não poderia ser mais idiota do que já era. – fuzilou com os olhos.
- Não fui eu que estraguei tudo, querida. – disse, sarcástico.
- É claro que foi! – disse, furiosa.
- Olha só , vai cuidar do seu homem e para de ficar me julgando. Você não sabe o que aconteceu. – disse, irritado.
- Você não merece a . – olhou pra com desprezo.
- Foi ela que beijou outro ontem. Ok? – disse se defendeu. – Eu gostava dela. Eu gosto dela, mas é claro que ela não se importa e não sente o mesmo. Se sentisse, não tinha beijado o Mark ontem. – disse explicou, furioso. Não gostava de dizer isso em voz alta.
- Você é mesmo burro não é, Jonas? – riu, sarcasticamente.
- E o que eu deveria fazer, ? – sorriu falsamente.
- Ela ouviu você conversando com os garotos ontem, antes da festa. – disse explicou, sem paciência alguma. – Ela sabe sobre a sua lista nojenta. Ela sabe que você só está ficando com ela por ficar. Ela sabe que daqui alguns dias você vai trocá-la por uma qualquer e que é só mais um nome nessa sua listinha. Ela acha que você mentiu sobre tudo. – disse em tom de acusação. ficou paralisado por um tempo, absorvendo tudo. Não, isso não estava acontecendo. – Agora me responde, Jonas. – sorriu falsamente. – É errado ela querer ser beijada por um cara que realmente gosta dela? – perguntou, séria. abriu a boca para responder, não conseguiu.
- Eu não sabia disso! – disse em choque. apenas observava.
- Você não sabe de tudo, não é? – disse, sarcástica. – Por que logo ela, ? Por quê? – disse, chateada. – Ela já não sofreu o suficiente pelo Peter? – disse, olhando furiosa pro .
- Eu não tinha a intenção de fazê-la sofrer. Eu até prometi isso pra ela! – disse voltou a se defender.
- Prometeu? Ela está sofrendo horrores por sua causa! – jogou isso na cara dele.
- Eu gosto dela, ok?! – disse, olhando com raiva. – Eu não queria, mas eu gosto. – disse em tom de desabafo. – Eu disse aquilo pros caras por que eu odeio ter que assumir isso. Odeio assumir que estou maluco por ela! Odeio o fato de estar gostando tanto dela. – disse estava irritado por tê-lo forçado a dizer isso em voz alta. Seus olhos se encheram de lágrimas, talvez, lágrimas de raiva. ficou chocado por um momento e olhou pra , que sorriu. Finalmente tinha visto um pingo de sentimento no .
- E você vai deixá-la ir embora assim? – tentou encorajar .
- E o que você quer que eu faça? Cavalgue até o aeroporto e pergunto se ela quer subir comigo no meu cavalo branco pra voltarmos juntos pro nosso castelo encantado? – arqueou a sobrancelha, irônico.
- , ela também gosta de você. Uma garota não passa a noite chorando por um cara qualquer. – também tentou incentivar a fazer algo.
- Obrigado, . Agora eu me sinto melhor. – disse, irônico.
- Eu só estou querendo dizer que você não pode deixar tudo acabar assim. – revirou os olhos.
- O que está acontecendo? – disse, sonolento.
- A foi embora. – repetiu pela 10° vez.
- O que? – disse, chocado.


- Vai pro inferno. Eu não vou repetir. – revirou os olhos.
- Mas por quê? – perguntou, confuso.
- Eu e ela brigamos ontem. Ela provavelmente não quer ter que olhar na minha cara de novo. – explicou, irritado com tudo, até consigo mesmo.
- Tinha que ser. – arqueou a sobrancelha.
- Você não está ajudando, ! – quase gritou, revoltado.
- Eu sei que não. Por isso mesmo. – sorriu, falsamente. Queria que pagasse um pouco pelo que tinha feito comigo, mesmo não sabendo o que era.
- O que vocês estão fazendo ai? – apareceu no quarto.
- Estamos tricotando. – ironizou. - O que você acha que estamos fazendo, ? – arqueou a sobrancelha.
- Não to falando com você, engraçadinho. – mostrou a língua.
- A foi embora. – disse.
- POR QUÊ? – arregalou os olhos. Olhou pro . – Foi você né, Jonas? – disse em tom de reprovação.
- Mais alguém quer me acusar? Fiquem a vontade! – abriu os braços, irritado.
- Vocês avisaram o ? É a irmã dele. – perguntou.
- O que tem eu? – disse com o rosto todo amassado.
- A foi embora. – avisou.
- FOI EMBORA? COMO ASSIM FOI EMBORA? – gritou com os olhos arregalados.
- Você sabe... com as pernas dela. – sorriu, irônico.
- Cala a boca, ! – sorriu falsamente. – Por que ela foi embora? – perguntou, preocupado.
- O .. – balançou a cabeça negativamente.
- Essas briguinhas toscas de vocês não vão acabar nunca, não é? – olhou pro , indignado.
- Eu não mandei ela embora, ok? Ela foi por que ela quis. – gritou, se defendendo. Estava muito irritado, pois já estava se sentindo culpado e não precisava que todos jogassem aquilo na cara dele.
- E agora? – cruzou os braços.
- Eu ouvi certo? A foi embora? – apareceu no quarto, desnorteada.
- Ouviu.. – respondeu.
- Foi o de novo? – perguntou, olhando pro .
- Quer saber? Vão se fuder. Todos você! – gritou, furioso. Já não tinha mais paciência para aquelas acusações.
- Que horas ela foi? – perguntou.
- Não sabemos. – pensou.
- Não deve fazer muito tempo. Eu acordei ás 7:00 pra ir no banheiro e ela ainda estava na cama. – explicou.
- Ela pode não ter embarcado ainda. – analisou.
- O que vocês estão querendo dizer? – disse, sem entender.
- Vai atrás dela! Trás ela de volta! – deu a ideia.
- O que? – disse, fazendo careta. Achou que não tinha escutado direito.
- Ela foi embora por sua causa. Se vira! Vai atrás dela. – disse, revoltado.
- Sério? – não havia pensado nessa possibilidade. Ele ouviu direito?
- Espera. Eu vou ligar pra ela. – pegou o celular.

Eu já estava dentro do avião que decolaria em 15 minutos. Me assustei quando o celular em minhas mãos começou a vibrar. Olhei no visor e vi ‘’ escrito nele. Eu podia atender, ainda não estávamos no ar.

- Alô? – Eu atendi.
- ! – gritou.
- Calma! Eu estou aqui. – Eu disse depois de fazer uma careta. Pra que gritar assim?
- Onde você está? – perguntou rapidamente. Todos olhavam pra cara dela, apreensivos.
- Estou no avião. – Eu expliquei.
- Que horas o seu avião decola? – perguntou.
- Em 15 minutos. – Eu disse, consultando o relógio.
- 15 minutos! – repetiu para que todos no quarto pudessem ouvir.
- Sim. – Eu concordei.

se levantou rapidamente da cama e colocou a primeira camisa que achou em sua frente. Colocou um tênis qualquer e saiu correndo do quarto. Nem deu tempo de arrumar o cabelo.

- Eu vou te matar, garota! Por que não nos esperou? – questionou.
- Deu vontade de ir embora mais cedo. – Eu menti.
- Você está bem? – perguntou. Ela com certeza percebeu a minha voz de choro.
- Estou sim. – Eu tentei dizer de forma empolgada.
- Tudo bem, então. Boa viagem, até. – sorriu.
- Obrigada e desculpe. Eu precisava mesmo voltar. – Eu disse, percebendo o tom de voz preocupado dela. já tinha descido as escadas correndo e estava correndo em direção ao aeroporto, que ficava bem perto.
- Tudo bem. – disse, docemente.
- Beijos. – Eu disse antes de desligar.
- Beijos. – repetiu e desligou.
- Será que dá tempo? – perguntou, aflito.
- Tomara que dê. – respondeu.

estava correndo o mais rápido que conseguia. Ele queria me ver, se desculpar. Ele precisava dizer o quanto ele sentia muito, o quanto estava arrependido de ter me dito todas aquelas coisas. Ele queria dizer que gosta de mim! Gosta como nunca gostou de ninguém, gosta como nunca achou que gostaria. Olhou no relógio, 9 minutos haviam se passado. Entrou no aeroporto e foi direto para o local da compra de passagens. Ele tinha 6 minutos.

- Eu quero comprar uma passagem. – disse, respirando com dificuldade por causa da corrida.
- Não me diga. – O atendente sorriu.
- Quero uma passagem pra Atlantic City! – gritou, revoltado.
- Desculpe. O avião já vai decolar. – O atendente sorriu novamente.
- Você precisa me deixar entrar naquele avião! – disse em um tom mais calmo.
- Já sei! Você não pode deixar a sua garota ir embora com outro cara. – O atendente deduziu.
- O que? Não! – bufou. – Eu gosto dela. Ela está indo embora por minha causa. Eu não posso deixar que ela vá embora. Eu não posso perdê-la. – disse, implorando.
- Você vai ter que fazer melhor do que isso. – O atendente revirou os olhos.
- Ela acha que eu não gosto dela! Eu disse umas coisas horríveis pra ela ontem e preciso me desculpar. Eu preciso vê-la novamente. Eu preciso ter ela de volta! – implorou. – Por favor! – insistiu.
- Tudo bem, aqui está! – O atendente sorriu e estendeu a passagem pro .
- Eu te amo, cara! – sorriu, pegou a passagem, deixou dinheiro sobre o balcão e saiu em disparada em direção do embarque e desembarque. Chegou no embarque, um dos seguranças impediram ele de entrar.
- Eu tenho a passagem! – mostrou a passagem e tentou passar novamente. Os seguranças voltaram a segurá-lo.
- Tarde demais, garoto. O avião já está decolando. – O segurança disse, apontando pra um avião que estava decolando naquele mesmo minuto.

sentiu o coração pesar. Ele sabia que eu deveria estar morrendo de medo naquele momento e ele não estava lá para segurar a minha mão, para dizer que tudo ia ficar bem. Sentiu os olhos arderem.

- Não, não... – resmungou, não acreditando. – Eu sou um idiota mesmo. – balançou a cabeça negativamente. Ele se odiava naquele momento. Como ele pode ter dito aquelas coisas pra mim? Como ele pode achar aquelas coisas de mim? Tudo por causa daquela dificuldade idiota dele em assumir que gosta de alguém. Pensou no que diria a todos quando voltasse pra casa. Diria que não chegou a tempo? Diria que foi um idiota? Diria que perdeu tudo o que ele mais queria?

- Cadê ela, ? – correu até ele.
- Não deu tempo. – disse visivelmente abalado. Se jogou no sofá.
- Oh... Eu sinto muito. – disse, chateada.
- Eu estraguei tudo. – balançou a cabeça negativamente.
- Você pode falar com ela quando chegar em Atlantic City. – tentou animá-lo.
- Ela foi embora porque não queria me ver. Ela não quer me ver nunca mais! – concluiu, chateado.
- Quem sabe? – sorriu, apoiando ele.
- Eu prometi que não faria ela sofrer. – relembrou, se sentindo mal. – Eu fui pior que o Peter. – sentiu os olhos arderem novamente, negou com a cabeça.
- Não, . – sorriu. – Você é um homem bem melhor do que ele. Só precisa deixar de ter medo dos seus sentimentos. – tentou fazê-lo ficar melhor.
- Eu não tenho mais medo. Pena que é tarde demais. – concluiu. Passou a mão pelos olhos, evitando que qualquer lágrimas saísse de seu olho.
- E ai, deu tempo? – desceu as escadas junto com o resto do grupo.
- Não. – disse, triste.
- Nós vamos embora hoje. Ela não vai perder muita coisa. – concluiu.
- Eu, com certeza, perdi. – disse se levantando do sofá. Subiu as escadas sem dizer qualquer outra palavra, entrou em seu quarto. Todos se entreolharam, sem entender. Do que ele estava falando? Não, eles não entenderam o que ele quis dizer e nem perguntaram a ele. Ele parecia tão mal que resolveram deixá-lo quieto. ficou o dia todo em seu quarto. Tentaram fazer ele comer, mas ele disse que não estava com fome.

O pessoal sempre questionava o por que dele ter ficado tão mal. Eu e ele sempre brigávamos e ele nunca ficou assim. e sempre davam um jeito de arrumar uma justificava coerente.

Sim, eu sobrevivi ao avião. Tinha acabado de descer dele. Acabei de encontrar os meus pais. Eles me receberam e perguntaram o por que de eu já ter voltado. Usei a desculpa da dor de cabeça forte. Cheguei em casa e fui rapidamente pro meu quarto. Disse que havia comido no avião e não estava com fome. Claro que era mentira. Deitei em minha cama e me lembrei que da última vez em que eu havia deitado ali eu estava bem, estava feliz. Agora? Agora eu não consigo parar de chorar. Eu não estou nada bem.

se lembrou do quão feliz estava feliz no dia anterior. Ele tinha a garota dos seus sonhos, a sua garota e agora ele não tinha nada. Só a culpa, o arrependimento. Se ele pudesse voltar no tempo, diria que eu sou egoísta mesmo, egoísta por ter roubado o seu coração e por não estar querendo devolvê-lo e por não sair da cabeça dele nem por um minuto.

- , a tia do chegou. Vamos embora. – disse, entrando no quarto, pegou a sua mala que já havia sido arrumada durante o dia. não respondeu, somente pegou as suas malas e desceu. Todos já estavam lá embaixo.
- Vocês se divertiram? – Janice perguntou, empolgada. Pelo jeito a viagem tinha sido boa.
- Sim! Muito obrigada pelo convite. – sorriu fraco.
- Obrigada vocês por terem cuidado da minha casa. – Janice sorriu, agradecida.
- Está tudo em ordem, como a senhora deixou. – sorriu.
- Certo. Obrigada mesmo. – Janice voltou a agradecer.
- Imagina. – sorriu, gentil.
- E a , onde está? – Janice perguntou, confusa. Mark entrou na casa no mesmo instante. – Ahn, oi Mark. – Janice sorriu, cumprimentando ele.
- Como foi a viagem? – Mark sorriu.
- Foi ótima! – Janice disse, empolgada.
- Ainda bem. – Mark sorriu. revirou os olhos. Era melhor tirarem ele dali ou pularia no pescoço dele a qualquer momento.
- Então, cadê a ? – Janice voltou a perguntar.
- Ela foi embora hoje cedo. – explicou.
- Embora? Mas por quê? – Janice perguntou, sem entender. Mark olhou para o no mesmo instante. Ele sabia que tinha alguma coisa a ver com aquilo. também olhou pro Mark, furioso.
- Eu não sei. Uma dor de cabeça, eu acho. – se adiantou e inventou a desculpa.
- Sei. – Mark continuou olhando pro e negou com a cabeça. estava no limite. Já ia dar um passo em direção ao Mark, quando o puxou.
- Vamos colocar as malas no carro. – disse, assim que percebeu que começaria uma briga a qualquer momento. Levou até o lado de fora da casa.
- Dá pra parar de salvar a vida do Mark? – perguntou, revoltado.
- Bater nele não vai fazer a voltar. - deu uma bronca.
- Mas faria com que eu me sentisse bem melhor. - forçou um sorriso.
- Foi você, não foi? - Uma voz disse atrás de . reconheceu a voz de Mark. Antes de virar-se para olhá-lo encarou , tentou manter o controle.
- Acho melhor você ir embora, Mark. - avisou. Sabia que estava irado e que talvez não conseguiria segurá-lo dessa vez.
- Eu estou falando com você, ! - Mark disse em um tom um pouco mais alto. se virou, respirou fundo.
- Mark... - disse em tom de aviso. Mark nem se moveu.
- Ela foi embora por causa de você, não é? - Mark repetiu. não aguentou, andou em direção a ele, segurou seu colarinho e o pressionou contra parede.
- ! - disse, tentando fazer soltar Mark. Não conseguiu.
- Você está mesmo pedindo pra apanhar não é, Mark? - disse furioso, olhando Mark de perto.
- Eu vim pedir outra coisa. - Mark disse, empurrando , que largou seu colarinho e deu alguns passos pra trás.
- Está perdendo o seu tempo. - sorriu, negando com a cabeça.
- Pare de agir como um idiota e faça ela feliz. - Mark pediu.
- O que? - arqueou a sobrancelha.
- Você tem noção de quantos caras gostariam de estar no seu lugar? - Mark perguntou, revoltado.
- Tipo você? - provocou, sorrindo falsamente.
- Ela escolheu você, seu babaca! - Mark disse, furioso. - Dê valor a isso! - Mark estava impaciente.
- E o que é que você sabe? - riu da cara de Mark.
- Eu sei que ela é louca por você! - Mark quase gritou. Só não gritou por que os outros poderiam ouvir. - Se você fizer ela sofrer de novo, eu juro que vou até Atlantic City só pra quebrar a sua cara. Entendeu? - Mark disse, sério.
- Vamos? - saiu do lado de dentro da casa.
- Vamos. - sorriu e puxou , que encarava Mark, irritado com sua ameaça.

Todos se despediram de Mark. Tia Janice se encarregou de levá-los até o aeroporto. As passagens já estavam reservadas. Era só pagá-las na recepção do aeroporto. se sentiu mal ao se lembrar que eu havia passado por aquele aeroporto, por aquele embarque, naquele mesmo dia. Voltou a se lembrar que tudo era culpa dele. Se perguntou o que teria acontecido se ele tivesse chego no aeroporto a tempo de me encontrar. O que ele iria me dizer? Eu aceitaria suas desculpas? Ele nunca iria saber.

Entrou no avião e se sentou em uma das poltronas. Não havia ninguém ao seu lado. Lembrou-se de quando segurou a minha mão na ida pra Nova York e sorriu sozinho. Queria saber se na volta pra Atlantic City, eu também havia me lembrado daquilo. Queria saber qual seria a minha reação ao vê-lo na escola no dia seguinte. Queria saber qual eram suas chances de poder concertar tudo e me ter de volta.

Passei o dia no meu quarto, sem fazer nada. Só pensando. Pensando no que eu faria para evitá-lo no dia seguinte. Pensando em como deveria agir para tentar mostrar a ele que ele não havia sido o culpado da minha noite em claro. Pensando em como provaria a ele e a mim mesma de que eu não precisava dele. Decidi me distrair. Aquilo estava me deixando maluca. Liguei o notebook.

- Você vai com o ? - perguntou. Queria saber se precisava de uma carona até a sua casa. Meus pais havia ido buscar e podiam dar uma carona ao .
- Vou. O meu carro está na casa dele. - sorriu, agradecido. - Obrigado. - Sorriu.
- Até amanhã então. - disse, entrando no carro dos pais.
- Até. - e responderam juntos. Os pais de haviam ido até o aeroporto buscá-lo, assim que o avião pousou na cidade de Atlantic City. e aproveitaram para pegar uma carona.

Ouvi quando chegou em minha casa. Pensei até na possibilidade de esta com ele. Não, ele não teria coragem. Ouvi alguém subindo as escadas e depois abrindo a porta do meu quarto.

- Hey! - Ele disse, empolgado.
- Oi. - Eu sorri fraco.
- Tudo bem? - perguntou. Entendi sobre o que ele estava falando.
- Sim, tudo bem. - Eu forcei um sorriso. - E como foi a viagem? - Eu tentei mudar o assunto.
- Foi tudo bem. A tia Janice te mandou um beijo. - sorriu. Ele estava preocupado.
- Ahn, obrigada. - Eu agradeci. Ficamos em silêncio. - , ta tudo bem. Não se preocupa, ok? - Eu sorri fraco.
- Ok. - Ele sorriu, um pouco mais aliviado. - Boa noite, até amanhã. - disse, antes de fechar a porta.
- Boa noite. - Eu respondi e ele fechou a porta. Voltei a encarar a tela do notebook. Estava conversando com algumas pessoas e estava acessando algumas redes sociais.

Os meninos chegaram na casa de . Tiraram as malas do carro dos pais de . havia percebido o quão mal estava . Estava preocupado.

- Dormi aqui, . - pediu. - Você não está muito bem pra dirigir e amanhã eu vou precisar de uma carona pra escola. - explicou. <
- Não, eu não quero atrapalhar. - sorriu, agradecido.
- Não vai atrapalhar. - riu.
- Tem certeza? - perguntou, indeciso. também sabia que estava sem condições para dirigir.
- Tenho. - sorriu.
- Vou ficar, então. - sorriu, acompanhando até a porta de sua casa. Entraram e subiram até o quarto de . Os pais de conheciam muito bem e não se importaram.

arrumou a cama de no chão ao lado de sua cama. Não comeram nada pois já haviam comido durante o voo. Deitaram em suas camas. ligou o seu notebook. Fazia algum tempo que não ligava o computador. Precisava se atualizar. Viu os últimos resultados dos jogos de futebol e mostrou para . se levantou e se sentou ao seu lado para ver um vídeo de um gol que lhe mostraria. Na hora que o vídeo seria exibido, uma mensagem chegou no Facebook. Inocentemente, ele foi até a página para saber sobre o que se tratava. Na hora que viu, fez careta. Era eu quem estava falando com ele. Eu precisava muito conversar com alguém que soubesse de tudo o que estava acontecendo.


diz: - Hey -
Esperei pela resposta durante um tempo. disfarçou, mudou a página e foi mostrar o tal vídeo do gol pro .

- , responde ela. - disse, sério.
- Eu posso responder depois. - sorriu, sem jeito.
- Responde. - repetiu. cedeu e então abriu novamente a conversa.


diz: - Hey, ! -
finalmente me respondeu. permaneceu ao seu lado.

diz: - Como foi a viagem?

diz: - Foi tudo bem e a sua?

diz: - Eu tive que enfrentar o meu medo de altura. Como você acha que foi? Hahahahaha! -
Eu sorri, enquanto digitava.

diz: - Você podia ter ficado. -
continuava lendo a nossa conversa.

diz: - Eu não podia. Foi melhor pra mim. -
Eu sorri fraco, esperando pela sua resposta.

diz: - Você vai ter que vê-lo amanhã de qualquer jeito. -
digitou, depois de pensar no que digitaria.

diz: - É, eu sei. –
Suspirei, enquanto digitava.

diz: - Ele está bem? –
Sim, eu queria saber se ele estava se sentindo ao menos um pouco mal com o que ele havia feito. deixou de olhar pra tela do computador e olhou pro . O analisou por um tempo e fez careta.

- Não, né? - perguntou e sorriu fraco.

- Nem um pouco. – negou com a cabeça.


diz: - Não. -
Me senti um pouco melhor ao ler aquilo. Eu não era a única que estava sofrendo. Eu me sentia menos idiota agora.

diz: - E você?

diz: - O que você acha? :/ -
Sorri fraco, depois de digitar.

diz: - Ele está arrependido. Até foi atrás de você hoje no aeroporto. Ele não chegou a tempo. -
Meu coração se apertou. Ele estava arrependido? Já era alguma coisa, mas isso não mudava nada do que havia dito. Não mudava o que eu estava sentindo. Não diminuía a minha dor.

diz: - Tarde demais. -
se sentiu mal pelo fato do estar lendo aquilo. Isso deveria doer.

- , eu vou dormir. – disse, passando a mão pelos olhos, que estavam quase se fechando. também queria evitar mais aquele sofrimento pro .
- Me deixa conversar com ela? Eu finjo que sou você. - teve a ideia.
- Mas... - ia questionar.
- Por favor. Eu preciso. - implorou.
- Está bem, mas não faça besteira. Não faça algo que você possa se arrepender depois. - disse em tom de aviso.
- Ok! Valeu, cara. - sorriu. passou o notebook pra , que voltou pra sua cama e se sentou com o notebook em seu colo.


diz: - Você não vai dormir, não? –
tentou puxar um assunto qualquer.

diz: - Estou sem sono. Aliás, estou sem sono desde ontem.

diz: - A disse que você não parou de chorar na noite passada. –
disse, tentando chegar no assunto que ele queria.

diz: - Eu não me orgulho disso. –
Eu voltei a me sentir idiota. Passei a noite chorando por um garoto. Por que garotas são tão bobas?

diz: - Se você contar isso pro , eu mato você! –
Nenhum garoto merece saber que estamos sofrendo por ele, certo? sorriu espontaneamente.

diz: - Eu não vou contar. –
sorriu, digitando.

diz: - Eu acho que vou desistir, sabia?

diz: - Desistir do que? –
não entendeu.

diz: - Dos garotos. Nenhum deles vale a pena. –
Eu disse, irritada.

diz: - O que? Vai me dizer que você pretende virar freira? Haha. –
gargalhou sozinho. De certa forma, ele estava rindo comigo. Quando ele poderia fazer isso de novo? Ele não entendia como a pessoa que mais estava fazendo ele sofrer era a pessoa que mais fazia ele sorrir. Sorrir de verdade.

diz: - É uma boa ideia. Hahaha! –
Eu gargalhei.

diz: - Mas... você ainda gosta dele, não é? –
esperou nervoso pela resposta. Reli a pergunta algumas vezes. Como eu queria dizer que não.

diz: - Gosto, mas eu também não me orgulho disso. -
sorriu, aliviado. De certa forma, ele ainda tinha chance.

diz: - Ele também gosta de você. Eu acho que ele nunca gostou de ninguém assim. –
disse, esperando pela reação dela.

diz: - Ele pediu pra você dizer isso? –
Eu balancei a cabeça negativamente.

diz: - Não! Eu conheço ele. Ele nunca agiu da forma que ele está agindo. Eu nunca vi ele tão mal por perder uma garota. –
queria tentar me convencer.

diz: - Ele me disse coisas horríveis. Eu nunca vou conseguir desculpar ele, . –
Eu disse voltando a sentir meu coração doer.

diz: - Ele vai tentar falar com você amanhã. Você sabe. –
estava muito chateado.

diz: - Eu vou deixar ele falando sozinho. –
Eu disse com raiva.

diz: - Você não disse que gosta dele? Por que não dar uma chance? –
questionou.

diz: - Eu gosto dele. Gosto muito, mas eu tenho uma coisa chamada ‘amor próprio’ e eu pretendo mantê-lo. –
chegou a pensar em contar pra mim que era ele que estava ali. Pensou em me dizer tudo o que ele queria dizer, tudo o que ele queria ter dito no aeroporto e não deu tempo de falar. Desistiu da ideia.

diz: - Eu só queria saber se ele está sofrendo 1% do que eu estou sofrendo, só pra eu me sentir menos idiota. –
Eu desabafei. Meus olhos se encheram de lágrimas.

diz: - Ele te prometeu que não faria isso, não é? Ele me disse. –
se sentiu a pior pessoa do mundo ao se lembrar que não havia conseguido cumprir aquela promessa.

diz: - Prometeu e eu fui idiota o suficiente pra acreditar.

diz: - E ele foi idiota o suficiente pra não cumprir.

diz: - Eu só queria entender por que é que está doendo tanto dessa vez. Eu já passei por isso tantas vezes. –
Meus olhos ainda estavam cheios de lágrimas, assim como os de . Não era fácil fazer sofrer a pessoa que você mais queria fazer feliz.

diz: - Talvez, você devesse tentar esquecê-lo. Seguir a sua vida. –
sabia o quanto era difícil dizer isso. Se isso era necessário para me ver feliz, estava tudo bem pra ele. Uma hora ele conseguiria superar isso (ou não).

diz: - Como se fosse tão fácil! Me fala como! Qualquer coisa, eu faço! –
Uma lágrima ia começar a escorrer pelo meu rosto, mas eu consegui secá-la antes disso.

diz: - Eu queria poder te ajudar. –
nunca se perdoaria por estar me fazendo sofrer daquele jeito, por ter me perdido daquele jeito. Como? Como ele vai fazer para me ter de volta? Por que ele não consegue deixar de se importar como ele fez com as outras?

diz: - Eu não sei se vou conseguir olhar pra cara dele amanhã.

diz: - Com certeza não vai ser fácil pra ele também.

diz: - Eu tenho que esquecê-lo. Eu preciso fazer isso. –
Eu estava furiosa, por ainda estar chorando por ele. Quem dera fossem lágrimas de ódio. Eu não conseguia odiá-lo.

diz: - Eu realmente espero que você consiga. –
sorriu fraco, enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto. Ele a secou.

diz: - Obrigada, . –
Eu sorri, sozinha. era realmente um amigo incrível. Eu nunca saberia agradecê-lo por ter me dado tanta força.

diz: - Eu tenho que dormir agora. Tem aula amanhã cedo. –
Eu fiz careta.

diz: - É, eu também. Boa noite. –
sorriu fraco, olhando pra tela do notebook.

diz: - Boa noite. Beijos. –
Eu sorri.

diz: - Beijos. –
abaixou os olhos, triste. Ele queria poder me beijar pessoalmente agora.





Eu desliguei o notebook, coloquei ele sobre o criado-mudo que ficava ao lado de minha cama. Me aconcheguei em minha cama. Eu acho que conseguirei dormir essa noite. Não por que estava bem, mas por cansaço. O meu corpo pedia só algumas horas de sono. Eu também queria dormir. Não queria aparecer como uma zumbi na escola amanhã. nunca saberá que eu estou sofrendo por ele. Nunca! Ele vai descobrir isso amanhã! Amanhã!

desligou o notebook e colocou ele sobre o chão. Pegou o celular, passou por todos os nomes de seus contatos até chegar ao meu. Olhou fixamente para o meu nome. Talvez o celular discasse sozinho, não é? Ele queria ter coragem pra fazer isso. Desistiu da ideia, saiu da sua agenda telefônica e foi para as fotos. Queria saber se eu estava em alguma daquelas fotos. Só pra ele se lembrar de mim e do meu sorriso. Achou uma foto, eu estava com as garotas. Estávamos fazendo uma pose ridícula. Ele se lembrou do quanto ele e os garotos riram quando nós fizemos aquela pose ridícula. Todos estavam felizes na foto, inclusive eu. Por que ele foi idiota o suficiente para estragar tudo?


Capítulo 15 - Palavras que não alteram uma lista




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- ! - Minhas melhores amigas vieram me abraçar. Parecia que não nos víamos há 3 anos.


- Hey, garotas! - Eu disse, sorrindo pra todas. Elas me olharam de forma estranha. Com certeza acharam que eu chegaria devastada na escola, não é? Eu disse que não vou dar esse gostinho pro .


- Nunca mais nos abandone, mocinha! - fez cara feia.


- Eu não vou. - Eu ri, achando graça.


- Aquela casa ficou tão morta sem você,. – sorriu.


- Eu sei! – Eu disse, convencida. Todos riram.


- Eu não acredito que tenho duas aulas de matemática agora. - resmungou, mudando de assunto.


- Boa sorte com isso. - deu um tapinha em seu ombro.


- Então, tudo bem? - disse, se aproximando de mim, quando viu que ,, e não estavam prestando atenção. Ela estava se referindo ao disse, fazendo com que sorriu.


- Não precisava. - Eu não consegui olhar nos olhos dela. Eu estava mentindo. - Vamos esquecer isso, ok? - Eu forcei um sorriso e fui ao lado de e . - Mas cadê o ? - Eu perguntei, estranhando a sua demora.


- Na verdade, ele acabou e chegar. - apontou pro portão da escola. Me virei para olhar e Logo me arrependi. estava ao seu lado: mochila nas costas, mãos nos bolsos, mangas da camisa do uniforme dobradas perfeitamente até os cotovelos, cabelo estrategicamente desajeitado. Sim, ele estava mais bonito do que a última vez que eu o vi. Aproveitei para olhá-lo, enquanto ele ainda não havia me visto. Ele conversava com o .




Me perguntei como eu ainda conseguia achar ele tão lindo, como o meu coração podia disparar só de vê-lo, como as minhas mãos podiam soar só em saber que ele estava tão perto, como eu podia querer abraçá-lo forte e nunca mais soltar, como eu poderia querer beijar aqueles lábios só para ter certeza de que ele era só meu. Pois é, ele não é mais meu. Nunca foi.




Quando ele finalmente me viu, deixei de olhá-lo no mesmo instante. A cada passo que ele dava em minha direção eu sentia mais medo. Medo de não conseguir xingá-lo como eu queria, medo de não conseguir maltratá-lo, medo de não conseguir mantê-lo longe de mim.




- Eu vou descer. Ainda preciso copiar uma lição. - Eu disse, rapidamente e sai antes que alguém respondesse alguma coisa.




O sorriso de murchou, seus olhos encararam o chão quando ele me viu descer as escadas. Ele já esperava aquela minha reação, só não sabia que ficaria tão chateado quando aquilo acontecesse. olhou pro com pena. ,, e não entenderam nada, já que eu estava sorrindo e conversando em um minuto e estava tão estranha e chateada no outro. Se entreolharam.




- E ai? - disse, assim que chegou ao lado do resto da turma.


- Hey. - sorriu.


- Trouxe o meu caderno? - perguntou com desprezo.


- Bom dia pra você também,. - sorriu de forma irônica.


- Bom dia ! - fingiu um sorriso. - Agora devolve o caderno? Eu preciso ir pra sala. - revirou os olhos.


- Nossa! Calma, crianças. - riu.


- Fica quieta,! - e disseram juntos. Todos riram, menos , que fez bico.


- Nossa! Seus estúpidos.. - revirou os olhos.


- Desculpa, mas é que ele me irrita! - fez cara feia.


- Ela é quem me irrita! - respondeu, irritado.


- Calem a boca e se peguem logo vai. - revirou os olhos. e fuzilaram ele com os olhos.


- Toma aqui o seu caderno! - colocou o caderno de forma brusca na mão de .


- Idiota.. - resmungou, guardando o caderno em sua bolsa e subiu pra sua sala sem falar com ninguém.


- Nossa, o que aconteceu? - riu, enquanto via subir as escadas, revoltada.


- Nós brigamos ontem na volta.. - revirou os olhos.


- Continuem assim e daqui alguns meses vocês serão como a e o . - riu, fazendo com que todos gargalhassem. não conseguiu rir, não achou a menor graça.


- Você não vai querer seguir os mesmos caminhos que eu. Acredite.. - sorriu fraco, antes de subir as escadas em direção a sua classe. sorriu se mostrar os dentes, triste pelo amigo. Ele sabia sobre o que estava falando. O resto do pessoal (tirando a ) ficou ainda mais confuso. Voltaram a se entreolhar.


- Eu to perdendo alguma coisa? - arqueou a sobrancelha.


- e a brigaram, lembra? - tentou concertar.


- Dessa vez a coisa foi feia.. - fez careta.


- Você não faz ideia.. - disse, antes do sinal soar. Ela deu um selinho em e foi pra sua sala, assim como , , e .




Ao chegar na sala, senti um certo alivio. Eu já tinha conseguido evitá-lo na entrada. Só tinha mais o intervalo e a saída. Não seria tão difícil. Ao contrário de mim (ou não), ele parecia bastante abatido. Quando me olhou, sua expressão mudou rapidamente. Eu só queria estar feliz com isso.




As aulas nunca passaram tão devagar. Eu estava inquieta por saber que ele estava tão perto, talvez na sala ao lado. Seria tão mais fácil se ele mudasse de cidade, de estado, de pais. Só assim eu andaria por ae em paz, sabendo que não teria que vê-lo nunca mais. Por mais que isso doesse, era melhor.




O sinal do intervalo finalmente tocou e eu estava pronta. Se ele chagasse perto de mim, eu demonstraria segurança. Se ele falasse comigo, eu acabaria com ele com poucas palavras e se ele sorrisse.. Bem, se ele sorrisse, fodeu.




Fui em direção a escada para subir pro pátio da escola, alguém me puxou. Sorri, quando vi que era o . Ele passou os braços em torno do meu pescoço.




- E ai.. - Ele sorriu.


- .. - Eu revirei os olhos. - Que susto! - Eu gargalhei.


- Achou que fosse quem? - riu, desconfiado.


- Ninguém.. - Eu bufei. O que ele estava insinuando?


- Eu briguei com a .. - disse, chateado. Ele mudou o assunto.


- Você tem que falar logo com ela. Não pode esconder esse sentimento pra sempre. - Eu aconselhei. Estávamos subindo as escada.


- Ta doida? Eu nunca vou falar com ela. - riu da minha cara. Achou que eu estava ficando maluca.


- Por que não? - Eu arqueei a sobrancelha. Não vou deixar ele seguir os mesmos passos do . Não vou mesmo!


- E se ela me der um fora? - perguntou.


- Você nunca vai saber se não tentar.. - Eu sorri fraco.


- Ok, quem sabe um dia. - riu, sem jeito. Eu revirei os olhos. Homens são sempre homens, não é?




Chegamos no pátio, procuramos pelo resto do pessoal. Estavam no lugar mais obvio: a 'nossa' mesa. me guiou até lá. Quando me aproximei, vi . Ele olhava pra baixo, mexia em algo em sua mochila. Respirei fundo e sorri. Eu estava pronta. Pronta para tirar o de vez da minha vida.




- Tudo bem? - perguntou, quando nos aproximávamos ainda mais do local.


- Por que eu não estaria? – Eu forcei uma risada qualquer e ele arqueou a sobrancelha. Ele percebeu o que eu estava tentando fazer. Achou bobeira.




Chegamos no mesa. Agora é aquelas hora em que eu devo parecer feliz, em que eu devo agir normalmente, não é? Certo.




- E ai, povo. - Eu dei o meu melhor sorriso. Não olhei pra ele, mas percebi quando ele levantou a cabeça e me olhou.


- Nossa, que animação! - gargalhou.


- E por que eu não deveria estar feliz? - Eu sorri e fuzilei com os olhos. Desviei o olhar. Eu não conseguia olhá-lo por tanto tempo.


- Quer um gole, ? - estendeu a latinha de Coca-Cola.


- Não, obrigada. - Eu sorri, agradecida. Me sentei do outro lado da mesa, bem longe do .


- Nossa, tem uma garota nova na minha classe de Inglês. - fez careta.


- Meu professor de Matemática falou sobre uma aluna nova também, mas ela faltou hoje. - Eu disse, imaginando se a aluna nova da minha classe seria tão estranha quanto a de .


- Nossa, faltar no primeiro dia.. - arqueou a sobrancelha.


- Quando ela conhecer os professores e garotos dessa escola, vai querer voltar pra antiga escola dela. - gargalhou.


- Hey! – fingiu estar ofendido.


- Espero que ela não tenha a infelicidade de conhecer você no primeiro dia. Você vai assustá-la. - riu da sua própria piada.


- Dá pra vocês pararem? - pediu, furiosa.


- É! Agora que o e a pararam, vocês começam! - disse, impaciente.


- Quem disse que nós paramos? - Eu sorri de forma provocativa. se curvou para me olhar, ele arqueou a sobrancelha. Seu olhar dizia algo como 'você ta falando sério?'. No fundo ele estava feliz por eu ter mencionado ele pela primeira vez naquele dia.


- , acho que ela esta te ameaçando.. - deu uma cotovelada leve em .


- Eu também nunca vou me cansar de brigar com você, . - sorriu falsamente. Todos riram, menos eu.


- Eu com certeza já me cansei de você, . – Olhei pra ele com desprezo. riu.


- Eu sei que você está mentindo. - arqueou a sobrancelha. Garoto ousado!


- Não fala comigo ok, Jonas?? - Eu disse, furiosa. cerrou os olhos em minha direção. Fazia um tempo que ele não me ouvia chamá-lo de 'Jonas'.


- Como nos velhos tempos.. - disse, causando a risada de todos.


- Preciso comprar algo pra comer. Vem comigo . – disse, me puxando. Eu sabia que ela não queria comprar nada, só queria conversar a sós comigo. Nos afastamos da mesa e fomos em direção a cantina.


- O que você vai comprar? – Eu perguntei, olhando tudo o que poderia ser comprado na cantina.


- O que você ta fazendo? – perguntou, séria.


- O que? – Eu a olhei, sem entender. O que eu fiz de errado?


- Você vai mesmo fingir que não se importa? – perguntou, insatisfeita.


- Quem disse que eu estou fingindo? – Eu sorri falsamente.


- Eu disse. – sorriu falsamente. Revirei os olhos. Era impossível esconder algo da e isso me irritava profundamente.


- Eu não quero que ele saiba que estou sofrendo por ele. Ele não merece saber. – Eu cruzei os braços, brava.


- Você esta fazendo a coisa certa. – sorriu. Eu rapidamente olhei pra ela, abismada. Achei que ele iria me julgar.


- O que? – Eu questionei. Ela disse mesmo que eu estou fazendo a coisa certa?


- É! Vai ajudar ele dar mais valor. Se ele quiser você de volta, vai ter que correr atrás. – sorriu.


- Ele não vai conseguir isso nem se ele correr atrás. – Eu disse, séria.


- E por que não? Você gosta dele. Por que não dar uma chance? – questionou.


- Eu não quero, . Só Deus sabe o que eu estou sofrendo por causa dele. Eu não posso correr esse risco de novo. Eu posso não conseguir me levantar da próxima vez. – Eu disse, decidida.


- Em um certo momento, você não vai conseguir controlar isso. – avisou.


- Pois quando chegar esse momento, eu dou um jeito. Mudo de cidade, mudo até de país. O que eu sei é que ele não vai me ter de volta. – Eu disse, séria. Parecia até que aquelas palavras que saiam da minha boca não estavam me quebrando por dentro, mas estavam.


- Ta, então tudo bem. Eu estou com você pro que der e vier. – sorriu, me abraçando de lado.


- Obrigada. – Eu retribui o abraço. Era tão bom saber que tinha uma pessoa que sabia de tudo e que me apoiava e sempre estaria do meu lado.


- Vamos voltar pra mesa. Já vai bater o sinal. – disse, assim que eu terminei o abraço.


- Mas você não vai comprar? – Eu disse confusa, enquanto apontava pra cantina.


- Não. Não tem o que eu quero.. – riu.


- Mas você nem.. – Eu comecei a dizer, quando me puxou.


- Vem! – gargalhou. Eu comecei a rir. era maluca.




- Ué, o que você comprou? – perguntou, quando viu eu e chegando de mãos vazias.


- Acabou o que eu queria comprar. – mentiu. Eu ri baixo e voltei a sentar no mesmo lugar de antes.




O sinal do final do intervalo tocou, todos na mesa se levantaram e pegaram suas bolsas. Tirei a minha jaqueta e a guardei dentro da minha bolsa e quando me dei conta, a mesa estava vazia. Aqueles filhos da mãe nem me esperaram. Coloquei a mochila nas costas e comecei a andar em direção a escada para ir para a sala de História.


- Hey! – disse, entrando em minha frente de forma repentina. Foi só ouvir a voz dele, ver ele de perto, sentir o olhar dele sobre mim que eu me arrepiei toda. Olhei pra ele e arqueei a sobrancelha. Não respondi, apenas desviei dele continuei andando. – Eu quero falar com você. – disse, entrando na minha frente novamente. Ele tinha um sorriso desajeitado no rosto.


- E eu não quero ter que olhar pra sua cara todo dia. – Eu sorri falsamente. – Mas parece que querer não é tudo,não é? – Eu disse, irônica. riu, abaixou a cabeça e balançou a cabeça negativamente. Eu tinha acabado com ele e ele percebeu.


- Quem disse? – voltou a me olhar. Não deixaria aquilo barato.


- Eu disse! – Eu disse, impaciente. Ele estava rindo da minha cara, sério?


- Bem, eu sempre luto pelo que eu quero. – sorriu, e provocando. Eu cerrei os olhos.


- Você é tão.. – Eu disse, irritada com aquela .


- Lindo? – tentou completar a minha frase. – Irresistível? – Ele tentou mais uma vez, enquanto me lançava um olhar sexy. Eu revirei os olhos.


- Eu ia dizer idiota. – Eu quase ri da cara dele. arqueou a sobrancelha. – Chato também pode ser. Você é quem escolhe, . – Eu pisquei um dos olhos pra ele e sai. me olhou sair, indignado.




As 3 últimas aulas daquele dia pareciam uma eternidade. Os professores pareciam estar falando outra língua. tinha tirado a minha concentração.




As vezes eu me pegava rindo sozinha, quando me lembrava do que eu tinha dito pra ele. Foi exatamente do jeito que eu havia planejado, tirando os arrepios, é claro. O sinal da saída finalmente tocou. Não consegui achar nenhum rosto conhecido entre a multidão, que saia pelo portão da escola. Fui em direção ao estacionamento, sabia onde estava o carro. Esperaria lá. Me aproximei do carro e me encostei na sua lateral. Eu realmente estava me sentindo bem por ter conseguido acabar com o no intervalo.Claro! A minha felicidade SEMPRE dura pouco. Peter e Jessie estavam vindo em minha direção. Revirei os olhos. Jessie rebolava, enquanto Peter ria sozinho, olhando pra bunda dela. Parei de olhá-los para não ficar ainda mais enjoada.




- O que você ta olhando? – A voz fina e insuportável de Jessie interrompeu meus pensamentos.


- Olhando? – Eu arqueei a sobrancelha. Peter se aproximou, passou o braço em torno da cintura de Jessie, enquanto sorria pra mim.


- Olha só se não é a garota sem coração.. – Peter disse, irônico.


- Olha só se não é o garoto que levou um fora meu.. – Eu sorri de forma provocativa.


- Você não me deu um fora. Eu é que cansei de você! – Peter continuou com a irônia.


- Quer saber? Sorte dele que você dispensou ele. Agora ele tem algo bem melhor. – Jessie deu um selinho em Peter, que sorriu satisfeito.


- Se você acha.. – Eu ri, cruzando os braços.


- O que você está querendo dizer, sua ridícula? – Jessie me olhou, cerrando os olhos. Ok, ela estava tentando me deixar com medo? HAHAHAH, COITADA.


- Lerda.. – Eu revirei os olhos. Eu estava de bom humor naquela manhã. NADA! Nada mesmo ia me irritar.


- Não liga, lindinha. Ela só está com ciúmes. – Peter riu,convencido. Eu comecei a gargalhar no mesmo instante.


- Ciúmes, Peter? – Eu fiz careta. – Não seja ridículo. Aliás, não seja ainda mais ridículo. – Eu forcei um sorriso.


- O é todo seu agora, querida. – Jessie disse, cínica.


- Eu não sei como ele te aturou por tanto tempo. – Eu olhei pra ela com desprezo.


- O que está acontecendo aqui? – disse, assim que chegou ao meu lado. estava mais atrás, observando tudo.


- Nada, vamos embora. – Eu sorri pra mostrar a ele que estava realmente tudo bem. Entrei no carro. deu uma olhada maligna pra Peter, que rapidamente olhou pro chão. Peter tinha muito medo do e isso me fez voltar a rir.
entrou no carro. De longe, Peter encarou , que também o encarava.


- O que foi, idiota? – Peter olhou pro disse, fazendo com que sorriu de longe, deu alguns passos na direção de Peter. Eu e observávamos tudo de dentro do carro.


- Mas que bela troca, hein? – riu, enquanto olhava pra Jessie, que tentava se fazer de brava. – Ah não, esqueci! – disse, fingindo um sorriso. - Foi a que trocou você. – ironizou e sorriu, satisfeito. Peter fuzilou com os olhos. Ok, eu não pude conter o riso. Foi muito boa essa.

- Eu não quero falar com você, ! – Jessie disse, fazendo careta.

- Eu não estou falando com você, Jessie. – arqueou a sobrancelha, descobrindo que Jessie continuava burra.


- O que você quer hein, Jonas? – Peter perguntou, impaciente. – Quer jogar na minha cara que você consegue tirar tudo de mim? – Peter cuspiu as palavras.


- Ele só quer te irritar, Peter. Não liga pra ele. – Jessie tentou afastar Peter de disse, fazendo com que ouvia tudo com um sorriso sarcástico no rosto. – O time, a sua reputação. – Peter sorriu de forma maligna. – E é claro, a . Ela vai ser a parte mais fácil do plano. Ela continua comendo na minha mão. – Peter riu, olhando pra mim, que ainda estava dentro do carro.


- Se você chegar perto dela, eu juro que eu acabo com você. – ficou maluco. Peter poderia insulta-lo o quanto quisesse, mas quando o assunto era eu, a coisa ia complicar. disse, fazendo com que .


- Ok, já chega. – Eu revirei os olhos. Sai do carro e andei até eles. Entrei na frente de , quando vi que ele estava bem próximo de Peter. – Dá o fora, Peter! – Eu disse, furiosa.


- .. – disse, impaciente. Não precisava que ninguém ficasse defendendo ele.


- Cala a boca, . – Eu disse, ainda de costas pro .


- Eu estava contando pro seu amiguinho que eu vou conseguir você de volta. – Peter sorriu, me olhando da cabeça aos pés.


- Se você ousar cheg.. – tentou passar por mim para avançar em Peter, mas eu entrei em sua frente novamente.


- Eu já mandei calar a boca, . – Eu me virei e olhei pra ele, revoltada. revirou os olhos. Voltei a olhar pro Peter. – Coloca uma coisa nessa sua cabeça: você-nunca-vai-me-ter-de-volta. – Eu quase soletrei. – Entendeu agora? – Eu forcei um sorriso.


- Então o também não terá. – Peter cruzou os braços, ameaçando.


- Seu filho d.. – começou a dizer, quando eu (mesmo estando de costas) o empurrei.


- Já chega! Eu cansei de vocês e dessas brigas ridículas entre vocês. – Eu disse de saco cheio.


- É melhor você ir embora, antes que eu deixe o seu outro olho roxo. – disse em tom de ameaça.


- Vamos embora, amor. – Jessie conseguiu puxar Peter dessa vez.


- Vocês não vão ficar juntos. Eu mesmo vou me encarregar disso. – Peter ameaçou mais uma vez, antes de virar de costas e continuar a andar de mãos dadas com Jessie em direção ao seu carro.


- O que você ta fazendo, garota?! – gritou, bravo.


- O que você acha que eu to fazendo? – Eu olhei, impaciente.


- Não acredito que mesmo depois de tudo o que ele fez pra você, você ainda ta defendendo ele. – me olhou, irado.


- Quando você vai perceber que sair socando os outros por ai não adianta nada? – Eu perguntei, irritada. Ele parecia uma criança de 6 anos e eu, uma mãe que estava dando uma bronca em seu filho.


- Quando isso for verdade. – deu um sorrisinho sarcástico.


- Você é tão imaturo, Jonas. – Eu balancei a cabeça negativamente, indignada.


- Você nem sabe o que ele disse pra me deixar bravo daquele jeito. – disse, bravo.


- E o que ele disse? – Eu cruzei os braços, impaciente.


- Ele disse que tiraria tudo de mim, inclusive você. – começou falando irritado e terminou de forma doce.


- Ele não vai conseguir fazer isso. – Eu o encarei, séria. Vi um sorriso fraco surgur no rosto dele.


- Não? – Ele sorriu de lado, olhou pra mim. – E por que não? – Ele esperou pela minha resposta.


- Por que ele não pode tirar de você algo que você nunca teve. – Eu disse me mostrando abalada com a situação. Ele olhou pra mim, devastado. Ele não sabia que a nossa briga havia sido tão séria assim. Ele não sabia por que seu coração doeu tanto ao ouvir aquilo.


- Você nem me deixou falar, explicar.. – disse, voltando a ficar bravo.


- E nem vou. Não vai mudar nada pra mim. – Eu respondi, séria. Voltei a olhá-lo. Ele estava sem reação. Ele foi pego totalmente de surpresa com a minha resposta e atitude. Deixei ele falando sozinho, fui até o meu carro.


- Você é mesmo egoísta, não é? Você acha que só você está certa, acha que você pode ficar me julgando sem ao menos saber o meu lado da história. – gritou, furioso.


- As outras da sua lista deixavam você explicar? – Eu sorri, irônica.


- Dá pra deixar a lista fora disso? – arqueou a sobrancelha.


- Você não fez questão de me deixar fora da sua lista. – Eu disse, sentindo meus olhos arderem.


- Ok! Eu cansei disso, ok? – suspirou, impaciente. – Eu sei que o que eu fiz foi errado, mas não é por isso que eu vou deixar você ficar jogando isso na minha cara toda hora, principalmente por você não ter ouvido a minha versão da história. – disse de forma grosseira e me deixou falando sozinha, entrando em seu carro.




Eu suspirei, muito irritada. Ele sai e me deixa falando sozinha? Que filho da mãe! Fui em direção ao meu carro, entrei e bati a porta com força. Só o disse, fazendo com que fez careta. Ele com certeza não havia escutado nada, já que havia ligado o som.


- é um idiota, mas disso você já sabe. – Eu disse, furiosa. riu, enquanto ligava o carro. – Do que você ta rindo? – Eu perguntei, sem entender.


- Você e o são iguais e não conseguem se aturar justamente por causa disso. São dois teimosos e orgulhosos. – balançou a cabeça negativamente.


- Cala a boca... – Eu dei um soco no braço dele.




saiu do estacionamento e eu e saímos na sequência. Ficamos em silêncio durante o caminho todo. Estava irritada demais pra conversar.




Cheguei em casa, almocei e subi pro meu quarto. Tirei meu uniforme, coloquei uma blusinha e um shortinho qualquer. Passaria um filme na TV naquela tarde e eu tinha a intenção de assisti-lo. Eu estava fazendo qualquer coisa para me distrair.




Quando percebi que faltavam 10 minutos pro filme começar, decidi descer na cozinha para fazer pipoca. Levei um susto quando sai do quarto e esbarrei em uma pessoa.




- Você de novo? O que você ta fazendo aqui? – Ter tocado em fez com que eu me arrepiasse novamente.


- Vim aqui ver você.. – riu. Eu cruzei os braços e revirei os olhos.


- Quando é que você vai desistir, hein? – Eu encarei ele, irritada.


- Quando eu conseguir o que eu quero. – sorriu, maroto.


- Não começa com esse papinho.. – Eu fiz careta, fazendo descaso daquele papinho dele.


- E você? – perguntou e sorriu fraco.


- Eu o que? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Quando você vai conseguir olhar nos meus olhos de novo? – me encarou, enquanto esperava pela minha resposta.


- O que? – Eu me fiz de desentendida.


- Qual o seu medo? – sorriu, achando graça.


- Medo? Que medo? – Eu forcei uma risada qualquer.


- Medo de não conseguir resistir? – riu, convencido.


- Se enxerga, garoto. – Eu dei um soco no braço dele, enquanto ia em direção as escadas.


- Hey! – gritou, antes que eu pisasse no primeiro degrau. – Eu não vim aqui por você. Vim jogar com o . – piscou um dos olhos. viu o quanto eu fiquei desconcertada quando ele disse que estava ali por minha causa e desmentiu só pra fazer eu me sentir ainda mais idiota. Ele provavelmente achava que eu merecia um troco por ter tratado ele tão mal naquele dia.




Eu desci as escadas, bufando. Quem ele pensa que é? Fica me zoando na minha própria casa. Eu deveria é falar umas boas pra ele. Por que o fato de eu não olhar nos olhos dele incomodava tanto ele? Os olhos são meus! Eu olho pra onde eu quiser, certo?




- Idiota.. – Eu revirei os olhos sozinha, enquanto colocava a pipoca no micro-ondas. Disse pra mim mesma que não deixaria ele estragar a minha tarde, o meu filme. Peguei a pipoca e o refrigerante e subi em direção ao meu quarto. Entrei no meu quarto e levei um pequeno susto ao ver uma garotinha sentada em minha cama.


- Oi? – Eu arqueei a sobrancelha. A garotinha olhou pra mim, sorriu.


- Oi.. – Ela sorriu lindamente. Eu andei até ela e me sentei ao seu lado.


- Eu te conheço...né? – Eu quase ri. Ela não me era estranha.


- Eu não lembro de você.. – A garotinha fez cara de pensativa.


- Qual o seu nome? – Eu sorri, vendo o quanto ela era graciosa.


- . – Ela sorriu ao dizer o nome.


- .. – Eu pensei. Eu conhecia ela, só não sabia de onde.


- E o seu? – Ela arqueou a sobrancelha.


- , mas pode me chamar de . – Eu sorri, simpática.


- Desculpa invadir o seu quarto. É que aqueles jogos de corrida já estavam me irritando.. – Ela revirou os olhos, emburrada.


- Eu sei! Aqueles barulhos são irritantes! – Eu concordei e ela riu.


- E o meu irmão fica me zoando. Ele é um chato! – Ela cruzou os braços e fez bico.


- Seu irmão? – Eu questionei, sem entender. – Ah, o ! Você é irmã do ! – Eu conclui, surpresa.


- Infelizmente.. – Ela revirou os olhos.


- Nossa! Como você cresceu! – Eu disse, olhando ela da cabeça aos pés.


- Eu sei! Minha tia fala isso toda vez que me vê. – Ela riu.


- Já está uma moça! – Eu disse, sabendo que toda garotinha adora ouvir isso.


- Só o meu irmão não percebeu isso ainda. Aquele chato.. – Ela voltou a ficar emburrada.


- O meu irmão também é um chato. Não liga! É coisa de irmão. – Eu sorri, tentando reconfortá-la.


- O seu irmão é aquele que ta com o ? – Ela fez cara de confusa.


- Sim, infelizmente. – Eu repeti a mesma palavra que ela havia usado minutos atrás. Ela voltou a sorrir.


- Você é legal.. – Ela riu. Ela era tão linda e fofa.


- Você também é muito legal. – Eu pisquei pra ela e ela gargalhou.


- Bem que você poderia ser a minha irmã. Ia ser bem legal. – Ela teve a ideia, empolgada.


- Verdade! Eu ia adorar. – Eu também ri.


- Todo adulto é chato, mas você não é! – Ela sorriu, satisfeita.


- Bem, obrigada. Você também não é como as outras garotas da sua idade, choronas e metidas. – Eu elogiei e seu sorriso ficou ainda maior.


- Você quer ser a minha amiga? – Ela perguntou, empolgada.


- Claro! – Eu ri. – Qual é a sua idade mesmo? – Eu perguntei.


- Eu tenho 7 anos. – Ela disse, orgulhosa de si mesma.


- Tudo isso! Wow! – Eu fingi estar chocada e ela se achou e com razão. Ela era muito esperta pra ter 7 anos.


- E você? – Ela sorriu.


- Eu tenho 16.. – Eu respondi e ela concordou com a cabeça.


- Você tem quase a idade do meu irmão.. – Ela analisou e eu concordei.


- É mesmo. – Eu voltei a analisá-la. Tudo nela me lembrava o : o jeito de falar, de rir, de me olhar.


- Você é amiga dele? – Ela perguntou, enquanto pegava pipoca no saco que estava em minhas mãos.


- Não exatamente. – Eu ri. – Nós brigamos as vezes... – Eu continuei a rir, sem jeito.


- Então acho que ele ama você.. – disse na maior inocência.


- O QUE? – Eu disse, arregalei os olhos.


- É! É o que a minha mãe me diz toda vez que ele briga comigo. Ela diz: ‘Ele briga com você, mas ele te ama. – Ela disse, sem ter consciência do que dizia.


- Ah, entendi. Mas comigo é diferente. – Eu sorri, aliviada. – Vocês são irmãos, isso é normal. – Eu continuei a rir.


- Ahn ..ta. – Ela riu, enquanto olhava cada detalhe do meu quarto.





- Cadê a ? – perguntou, assim que voltou pro quarto do .


- Acho que ela foi falar com a . – disse, sem tirar os olhos do videogame.


- Então eu vou lá ver se a já fez a cabeça da minha irmã contra mim. – riu, enquanto ia em direção a porta. apenas concordou com a cabeça, sem dar atenção nenhuma.




andou na ponta dos pés até a porta do meu quarto. Ele queria nos pegar de surpresa. Espiou pela porta que estava semi-aberta e viu eu e conversando animadamente.




- Hey.. – bateu na porta e terminou de abri-la.


- E lá vem ele.. – revirou os olhos. Eu ri, adorando o jeito que ela tratava o irmão.


- Você já ta colocando a minha irmã contra mim, não é ? – sorriu e cerrou os olhos. Entrou no quarto e ficou há alguns passos da minha cama.


- Ela está defendendo você. Você devia agradecê-la. – disse, brava com o jeito que ele havia falado comigo. Eu voltei a rir. Era incrível como uma garotinha de 7 anos conseguia acabar com o .


- A ? Me defendendo? – forçou uma risada. Eu arqueei a sobrancelha e cruzou os braços.


- Eu disse que ele é chato.. – revirou os olhos.


- Ok, ela estava me defendendo do que? – sorriu, tentando ficar sério.


- Eu disse que o fato de você brigar com ela as vezes, não quer dizer que você não goste dela, não ame ela. – Eu mesma fiz questão de responder.


- Você disse isso? – sorriu, fazendo graça. – E por que você não segue o seu próprio conselho? – olhou pra mim, esperando pela minha resposta.


- Quando você vai parar? – Eu disse, revoltada.


- Só quando você me deixar explicar. – me olhou, sério.


- .. – Eu suspirei, irritada. Eu queria xingá-lo naquele momento, mas com a irmã dele ali, não dava.


- Eu queria ir naquele parquinho que tem aqui perto. – sorriu lindamente, enquanto lançava um olhar encantador pra . Ela entendeu perfeitamente o que estava ocorrendo ali e quis mudar o assunto para evitar mais briga.




balançou a cabeça negativamente quando viu que eu não iria ouvi-lo novamente, olhou pra , tentou sorrir.




- Tudo bem, vamos. Eu levo você. – sorriu fraco, seus olhos se entristeceram.


- Você pode ir também,? – sorriu pra mim, enquanto ia até o e segurava a sua mão.


- Eu? Eu nã.. – Eu comecei a dizer, achando a ideia um absurdo.


- Por favor! Eu não quero ir sozinha com o . Ele é chato...lembra? – Ela fez careta e eu ri baixo. Percebi que deu um leve sorriso e olhou pra mim.


- Mas eu.. – Eu tentei argumentar.


- Por favor, por favor, por favor, por favor! – Ela juntou as duas mãos e implorou que eu fosse. O sorriso de ficou maior.


- Ta.. eu vou. – Eu forcei um sorriso e me levantei da cama.


- YEAHHHH! – Ela gritou, enquanto batia palmas.




Coloquei uma rasteirinha e amarrei o cabelo de qualquer jeito. disse, fazendo com que foi avisar que ia sair e voltou rapidamente.


- Prontas? – Ele sorriu, olhando pra mim. Eu estava totalmente em pânico em saber que ficaria ‘sozinha’ com ele novamente. Eu não sabia se conseguiria continuar com aquela ‘atuação’, fingindo que estava tudo bem.


- Sim! – gritou, segurou a minha mão e me arrastou até onde estava e segurou a mão de com a sua outra mão.




Descemos as escadas, saímos da minha casa e fomos em direção ao parque. Eu e não falamos nada durante o caminho, já que a não deu chance. Ela contou tudo sobre os amiguinhos e professores dela. As vezes eu ria, ela era tão madura pra idade dela que eu nem acreditava que certas palavras podiam estar saindo da boca dela.




Eu não sei como e nem por que, mas eu já havia adquirido um carinho muito especial por ela. Ela é a parte inocente e doce do , que eu nunca conheci. Eu gostava de pensar que um dia, já foi como ela.




- Chegamos.. – sorriu, olhando pro parque lotado de crianças, brinquedos e bancos.


- Vocês me chamam na hora de ir embora, ta? – disse, soltando a minha mão e a de .


- Hey, mas você vai me deixar aqui.. – Eu desisti de terminar a frase ao perceber que ela já estava no gira-gira.




sorriu com os braços cruzados, enquanto olhava a irmã brincar. Eu comecei a andar em direção a um banco e me acompanhou, sem dizer nada. Quando eu me sentei, ele se sentou ao meu lado. Mantinha os olhos na irmã, assim como eu.




- Eu não acredito que ela gostou tanto de você. – disse ainda olhando pra . – Ela geralmente odeia as garotas que.. – hesitou falar, olhou pra mim, riu sem jeito.


- As garotas que fazem parte da sua lista escrota? – Eu sorri e olhei pra ele.


- Dá pra parar!? – ficou sério rapidamente. Eu resolvi não responder. Não adiantaria brigar de novo.




Ficamos um tempo em silêncio, olhando se divertir no balanço.




- Ela se parece com você. – sorriu fraco, enquanto continuava a olhar , assim como eu.


- Comigo? – Eu questionei, sem olhá-lo.


- É.. o jeito de argumentar tudo, de ficar me tirando e me irritando.. – olhou pra mim, sorriu.


- Idiota.. – Eu sabia que ele estava tentando quebrar o gelo. Eu segurei o riso, mas não consegui evitar o sorriso em meu rosto. fez o mesmo.


- Então.. de onde veio esse seu interesse repentino por crianças? – sorriu divertidamente, olhou pra mim.


- Não foi repentino. – Olhei pra ele. – Eu disse que você não me conhecia tanto quanto achava. – Eu arqueei a sobrancelha.


- Eu conheço o suficiente, você sabe disso. – disse, sério e olhou pra mim para ver a minha reação.


- Eu achei que soubesse disso, mas eu estava errada. – Voltei a olhar para , que agora estava no escorregador.


- O que você quer dizer? – continuou sério, ainda olhava pra mim.


- Se você me conhecesse assim tão bem, saberia que eu não aturaria o tipo de coisa que você fez. – Eu voltei a olhá-lo, séria. Seu rosto estava sério e sua expressão estava triste.


- ..eu não queria.. – Ele tentou dizer.


- Tudo bem,. Esquece isso. Não importa mais. – Eu tentei sorrir, pra tentar não me deixar abater pelo assunto.


- Importa pra mim. Eu me importo com você! – disse, irritado. Por que eu não deixava ele explicar?


- , nada do que você disser agora vai mudar o que você fez, o que você disse. – Eu disse deixando de olhá-lo. Olhei para evitar qualquer lágrima.
- Eu nunca quis fazer você sofrer.. – continuava olhando pra mim, mesmo quando eu não fazia o mesmo.


- Você não fez. – Eu olhei pra ele, revoltada. Eu não queria que a ideia de que eu tinha sofrido por ele passasse pela cabeça dele. – Quem disse que você fez? – Fuzilei ele com os olhos.


- Deixa eu falar. – pediu, impaciente.


- Como você pôde me dizer aquelas coisas? – Ok, agora eu ia tirar aquela história a limpo.


- Como você pôde beijar o Mark só por causa de uma lista? – retrucou.


- Como você acha que eu me senti sabendo que eu era só mais uma na sua lista? – Eu disse, indignada.


- Você não é e nem nunca vai ser só mais uma na minha lista, droga! É isso que eu to tentando te falar desde o começo! – estava realmente revoltado. – Mas você não deixa! – disse em tom de desabafo.


- Para de mentir! Para, ! Eu não aguento mais. – Eu pedi, sentindo as lágrimas alcançarem meus olhos.


- O que você quer que eu faça pra ter provar? – me olhou, sério.


- Eu não quero que você prove nada. Eu quero que você suma da minha vida. – Eu não disse com toda a raiva que eu pretendia.


- Eu não sei se eu posso fazer isso. – continuou, sério.


- Não pode ou não quer? – Voltei a fuzilar ele com os olhos.


- Eu não consigo! – quase gritou, irado.


- Por que não? – Eu perguntei, impaciente. Aquela conversa já estava me fazendo mal. Que droga!


- Quando é que você vai entender que eu gosto mesmo de você? – perguntou, serio e bravo.


- Quem gosta não faz o que você fez, não diz o que você disse. – Eu disse, mostrando o quanto aquilo estava me matando.


- Me desculpa, ok? – disse, vendo que eu realmente estava mal com tudo.


- Você não acha que duas palavras vão mudar alguma coisa, acha? – Eu encarei ele, meus olhos estava cheios de lágrimas.


- O que vocês estão fazendo? – Uma voz nos interrompeu. Eu e mudamos nossas expressões na hora. Era a .


- Não é nada. Vamos embora, . – disse, se levantando e segurando a mão da irmã.


- , eu esqueci de falar. Meu aniversário é nessa semana e eu queria que você fosse. – disse, ainda segurando a mão do irmão.


- Eu não sei.. – Eu balancei a cabeça negativamente. As lágrimas haviam desaparecido.


- É muito importante pra mim que você vá. Você é minha amiga agora e amigas vão no aniversário das outras amigas. – me olhou, docemente.


- Eu vou, então. – Eu sorri pra ela, que comemorou. não expressou reação nenhuma.


- A minha mãe vai gostar de você. – sorriu, empolgada.


- Eu espero que sim. – Eu forcei um sorriso.


- Vamos, . – começou a andar, puxando .


- Eu vou por aqui. – Eu apontei a direção contrária a que eles iam.


- Então ta, . – sorriu, soltou a mão de e correu até mim para me abraçar. Ela me abraçou tão forte e com tanto sentimento, que eu até me senti bem de novo.


- Até outro dia, . – Eu sorri pra ela, assim que me agachei em sua frente.


- Não liga pro meu irmão ta, ? Ele é chato assim mesmo, mas eu acho que ele gosta de você. – sorriu e deu um beijo em meu rosto. não ouviu, já que estava longe, esperando por .




correu até ele e segurou a sua mão. Eu sorri sozinha do que a havia acabado de me falar. Ela não fazia ideia do que estava falando. Andei em direção a minha casa, sem olhar pra trás.




- , seu tonto! Por que você deixou ela ir sozinha? – disse, brava.


- Não enche, ! – disse, irritado.


- Por que você tava brigando com ela? – perguntou, furiosa.


- Para de fazer pergunta, menina! – , revirou os olhos.


- Só um chato como você pra brigar com uma garota tão legal como ela. – balançou a cabeça negativamente, indignada.


- Ta bom, . Fica quieta! – disse, revoltado. Todos estavam contra ele e ele estava puto com isso.


- Chato.. – revirou os olhos mais uma vez.




Cheguei em casa ainda mais revoltada do que quando sai. Subi direto pro meu quarto para ninguém perceber a minha irritação. Eu sentia ainda mais raiva quando me lembrava da minha conversa com naquele dia. Se ele acha que eu vou cair no jogo dele de novo, ele esta muito enganado.




Agora, queria provar que foi sincero não só pra me ter de volta, mas para calar a minha boca, pra jogar isso na minha cara, pra me mostrar que eu estava errada a respeito dele. Ele ainda pensava como faria isso. Não estava sendo fácil, eu não estava sendo fácil, mas ele superaria aquilo, ele sabia que valeria a pena no final.


Capítulo 16 - Desistir nunca é a solução




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Dois dias haviam se passado e eu e não havíamos tido mais nenhum contato, tirando o contato visual, é claro. Eu não sei se ele estava fazendo de propósito, mas ver que ele não estava mais se importando estava me irritando. Quer dizer, eu pedi pra ele sumir da minha vida, eu sei. Mas ele nunca me escutou, por que escutaria agora? Bem agora? Quem sabe seja o melhor mesmo.




foi na minha casa durante a tarde nos últimos dois dias, mas eu nem sequer via o . Eu e ela estávamos cada vez mais próximas. Ela inclusive me contou que estava estranho nos últimos dias. Disse que ele estava inquieto e mais estressado do que normal. Sim, passou pela minha cabeça que era a responsável por isso, mas essa ideia logo saiu da minha cabeça. Afinal, ele nunca gostou realmente de mim.




O aniversário de era naquele dia e eu estava cheia de dúvidas. ‘Eu deveria ir? Qual seria a reação dele quando me visse?’. veio passar a tarde na minha casa, depois de perceber que eu precisava conversar com alguém.




- O que esta acontecendo? – perguntou, se sentando em minha cama ao meu lado.


- Por que ele esta agindo daquele jeito? – Eu perguntei, intrigada.


- Ele está agindo como você. – sorriu fraco.


- Ele nem olha mais na minha cara. – Eu bufei. Sim, aquilo estava mesmo me incomodando.


- Você acha que ele não gosta mais de você? – arqueou a sobrancelha, como se soubesse exatamente o que eu estava sentindo.


- Ele nunca gostou. – Eu olhei pra ela, confusa. – Mas ele nunca me tratou assim. – Eu encarei o chão, sem saber o que pensar.


- Você sente falta dele correndo atrás de você. – sorriu.


- Não é nada disso. – Eu disse, irritada. Eu não queria assumir isso em voz alta, ok? – Eu acho que é até melhor. Assim eu esqueço ele mais rápido. – Eu forcei um sorriso.


- Você não esta conseguindo esquecê-lo, não é? – sorriu fraco. Olhei pra ela como quem diz ‘como é que você sabe?’.


- Eu odeio ele por isso. Eu me odeio por isso. Ele é só mais um garoto, qual o problema em esquecer? – Eu disse, furiosa.


- Talvez ele não seja só mais um garoto. – riu, sabendo que estava me deixando ainda mais confusa.


- Ta, vamos mudar de assunto se não você vai começar com aqueles assuntos de novela mexicana. – Eu disse revirando os olhos e gargalhou. – Eu vou ou não no aniversário da irmã dele? – Eu perguntei, indecisa. Eu queria uma segundo opinião sobre o assunto.


- Você sabe que vai vê-lo lá, mas por outro lado, você prometeu pra irmã dele que ia. – concluiu que não havia outra saída.


- Eu sei. Eu não queria decepcioná-la. Ela está tão animada com a festa. – Eu disse, pensativa.


- Você deve ir. Você vai por causa da e não por causa dele. – me encorajou.


- Você esta certa! Tenho que deixar de viver a minha vida por causa do e fazer o que eu quiser e tenho vontade. – Eu sorri, decidida.


- Isso mesmo! – apoiou.


- Então eu vou! – Eu disse, convicta.


- Então acho melhor você se arrumar, por que já são 5 horas. – riu.


- Ok, vou tomar banho. – Eu disse me levantando da cama. – Você quer ficar aqui, esperando? – Eu sorri pra .


- Não. Eu vou embora. Acho que o vai querer sair hoje a noite também. – sorriu, se levantando da cama.


- Ok, então até. – Eu fui até ela e dei um beijo em seu rosto.


- Boa sorte. Qualquer coisa me liga. – piscou um dos olhos e eu sorri.


- Obrigada, . – Eu agradeci, comovida com tanto apoio. Ela estava me ajudando como nunca. É claro que eu me sentia mal por não estar compartilhando isso com a e , mas quanto menos pessoas souberem, melhor.


- Vai bem gata pra ele ver o que perdeu. – gargalhou, fazendo cara de safada.


- Você não presta, garota. – Eu gargalhei.


- Ok, beijos. Até. – andou rapidamente até a porta.


- Tchau. – Eu gritei, antes de ver ela passar pela porta.




Fui imediatamente tomar banho. Tomei um longo banho e fui escolher a roupa que eu iria vestir. Fiquei em dúvida entre dois vestidos. Um era mais ‘hot’ e o outro mais delicado. Optei pelo ‘hot’ (CLIQUE AQUI PARA VER O VESTIDO ), já que eu queria provocá-lo. Caprichei na maquiagem de um jeito que eu nem sabia que conseguia. Fui interrompida pelo meu celular que tocava.




- Oi , tudo bem? – Era a .


- Heey! Tudo e você? – Eu sorri, enquanto olhava pro espelho tentando arranjar o jeito certo de arrumar o meu cabelo.


- Tudo também. Então, eu queria convidar você pra ir no boliche com a gente, hoje. – disse, empolgada.


- Quem é ‘a gente’? – Sim, eu queria saber se ia também.


- Eu, , , , , e o seu irmão. – Ok, quando ela disse ‘ ’ eu desanimei. Eu tenho que assumir. Se ele estaria no boliche, pra que eu estava me arrumando toda?


- Não vai dar. Eu tenho que ir em uma festa, hoje. – Eu fingi estar chateada por não poder ir ao boliche com eles.


- Festa de quem? – perguntou, curiosa.


- Da irmã do . – Eu respondi, esperando para ver qual reação ela teria.


- Ah é, você me disse que conheceu ela. – comentou.


- Sim.. – Eu não quis dar mais detalhes.


- Não acredito que você vai me deixar segurar vela sozinha! – riu.


- Você não precisa fazer isso. – Eu dei a indireta e ela riu. Ela sabia que eu me referia ao .


- Tonta.. – Ela disse, ainda rindo.


- Você é que é tonta. Um gato como um .. – Eu tentei incentivá-la.


- Ta, já entendi. – Ela disse, se mostrando insatisfeita com o assunto.


- Então ta. – Eu parei de pressionar. Ela poderia ficar brava.


- Beijos, até. – Ela voltou a rir.


- Beijos, arrasa no boliche por mim. – Eu disse, antes de desligar.


- Deixa comigo. – Ela gargalhou.


- Beijos. – Eu finalizei o telefonema.




Voltei a me arrumar mesmo não estando mais tão empolgada. Amarrei o meu cabelo em um rabo alto, coloquei uma correntinha, anel e pulseira. Um salto alto, só pra variar. Eu iria com o meu carro, que arrumasse carona com alguém.




- , cadê a chave do carro? – Eu perguntei, entrando no quarto dele.


- Ta na sala. – Ele avisou, sem olhar pra mim.


- Valeu.. – Eu fechei a porta e desci as escadas com cuidado, já que eu estava de salto.




Peguei o presente, me despedi dos meus pais e fui pro carro. Eu já tinha ido a casa do algumas vezes, então eu sabia exatamente onde era. Cheguei na festa em menos de 10 minutos. Olhei pra casa que parecia estar lotada. A quantidade de carros na frente da casa também confirmava isso. Peguei o presente, desci do carro e fechei o mesmo. Dei uma ajeitada no vestido e fui em direção a entrada da casa, toquei a campainha.




Quando a porta foi aberta, eu não tive reação. Eu não consegui sorrir e nem falar. teve a mesma reação. Ta, ele ficou um pouquinho mais surpreso. Me olhou de cima a baixo, me deixando até meio constrangida.




- Oi.. – Ele sorriu como nunca. Quando percebi que eu também estava sorrindo, voltei a ficar séria. Ele estava realmente bonito. Usava uma camiseta branca lisa, uma jaqueta de couro por cima, calça jeans escura e tênis. Tinha uma corrente qualquer em seu pescoço e o cabelo estava desajeitado, como sempre. Seu perfume alcançou meu nariz rapidamente.


- A esta ai? – Eu respondi, fingindo estar séria.


- Sim, está. Pode entrar. – saiu de frente da porta, dando passagem para eu passar. Entrei na casa e me surpreendi com quantidade de pessoas que haviam lá. Também reparei que a casa de era muito bonita. Eu nunca havia entrado nela. – Ela esta ali.. – apontou pro outro lado da sala. Eu olhei e avistei brincando com outras 6 crianças.


- Obrigada. – Eu disse, sem olhá-lo. Não tive coragem pra fazer isso.




Andei até o outro lado da sala e me agachei atrás de . Chamei por ela e quando ela se virou, deu um sorriso enorme.




- ! – Ela gritou, me abraçando. Tive certeza de que todos na sala olharam pra nós nesse momento.


- Parabéns, ! – Eu disse, entusiasmada.


- Obrigada. – Ele disse, toda feliz. – Vem, eu quero que a minha mãe conheça você. – Ela nem deixou que eu entregasse o presente e começou a me puxar pela sala.


- Hey, espera.. – Eu ri. – Você não quer o seu presente? – Eu disse, mostrando a caixa de presente pra ela.


- Claro que eu quero! – Ela riu e pegou o embrulho das minhas mãos. – Eu vou colocar ele aqui na ‘caixa dos presentes’. – Ela disse, colocando o presente dentro de uma caixa, que tinha outros 20 presentes.


- Ta bom. – Eu sorri pra ela. – Você está muito bonita. – Eu disse e ela sorriu, agradecida.


- Você também está muito bonita, hoje. Queria ter visto a cara do meu irmão quando te viu. – Ela riu. Ok, o que ela quis dizer? Ela sabia de tudo? – Ta, agora vem conhecer a minha mãe. – Ela voltou a me puxar pela sala de estar. Chegamos na cozinha.


- Mamãe. – Ela chamou e uma bela moça se virou. Sim, ela era muito mais nova do que eu pensava. – Essa é a ! Aquela que eu te falei. – sorriu.


- A famosa ! – A mãe de riu. – Muito prazer. – Ela sorriu pra mim. Descobri de quem e herdaram aqueles belos sorrisos.


- O prazer é todo meu. – Eu sorri, sem jeito. PQP, era a mãe do !


- Você é muito mais bonita do que me disseram. – Ela continuou a sorri, gentilmente. Será que foi o que disse pra ela que sou bonita?


- Muito obrigada. – Eu disse, envergonhada.


- Mãe, o refrigerante da mesa acabou. – entrou repentinamente na cozinha. Parou de falar quando me viu.


- Você já viu a ? – A mãe de perguntou.


- Vi, mãe. – disse, olhando feio pra sua mãe.


- Vocês estudam na mesma escola, não é? – A mãe de perguntou. Algo me dizia que ela já sabia de alguma coisa.


- Sim. – Eu respondi rapidamente.


- Ela é irmã do , mãe. – explicou.


- Ahn! Você se parece um pouco com o mesmo. – Ela voltou a olhar pra mim. Ok, eu não considerei aquilo um elogio, mas eu sei que não foi por mal. – Bem, pegue os refrigerantes na geladeira e os coloque na mesa, . – A mãe de pediu e atendeu o seu pedido, sem dizer nada. – Fica a vontade, . – Ela sorriu gentilmente pra mim. Ok, acho que ela havia gostado de mim.


- Muito obrigada. – Eu sorri, agradecida. Eu e voltamos pra sala.


- , eu vou ali brincar com as minhas amigas. Você quer ir lá também? – perguntou.


- Não, vou ficar aqui. Pode ir lá. – Eu sorri pra , que correu até suas amigas na mesma hora.




Olhei pra todas aquelas pessoas desconhecidas e me senti deslocada. Fui até a mesa e peguei um refrigerante. Fiquei observando brincar de longe. Imaginei se pegaria mal se eu já fosse embora.




- Pensei que você estava no boliche. – disse, aparecendo ao meu lado. Senti meu corpo tremer ao ouvir a voz dele. Ele também segurava um copo de refrigerante e olhava pra .


- Achou errado. – Eu respondi, sem olhá-lo.


- Você não foi no boliche com os seus amigos só pra vir na festa ridícula da minha irmã? – sorriu e me olhou.


- Eu prometi pra ela que viria. – Eu olhei pra ele. – Ao contrário de você, eu gosto de cumprir as minhas promessas. – Eu disse e sorri, irônica. Eu me referia a promessa que ele havia me feito de que não me faria sofrer. Deixei ele falando sozinho e fui até . Fiquei olhando ela brincar de mais perto.




Percebi que ele continuava me observando de longe. Não olhei pra ele para que nossos olhares não se encontrassem. Fingi estar entretida com as brincadeiras que fazia ali na minha frente. Na verdade, eu não estava nem prestando a atenção. Eu estava mais ocupada, controlando o meu coração que não deixava de ficar disparado nem por um minuto. Quando percebi que ele não me olhava mais, olhei para o lugar em que ele estava e vi que ele já havia saído de lá.




- , onde fica o banheiro? – Eu agachei para perguntar a ela.


- É só subir as escadas que você acha. – Ela sorriu, olhando pra mim.


- Obrigada. – Eu agradeci e fui em direção as escadas. Aproveitei que ele não estava por perto e fui pro banheiro. Eu precisava me acalmar.




Era tão louco isso. Era só eu saber que ele estava perto, ouvir a voz dele, falar o nome dele que meu coração disparava, minhas mãos suavam frio e meu estômago era atacado por borboletas. Eu ainda não havia me acostumado com isso, talvez nunca me acostumasse. Eu nunca havia sentido aquelas coisas antes, então eu não entendi o que aquilo queria dizer.




Passei por duas portas e entrei no banheiro. Me olhei no espelho, respirei fundo. Minhas bochechas estavam rosadas. Olhei para as minhas mãos e só então percebi que elas suavam. Meu coração ainda estava disparado e as borboletas insistiam em atacar o meu estômago. Pensei em algum jeito em que eu pudesse me acalmar, não consegui. Era impossível, eu simplesmente não tinha controle sobre mim quando se tratava do .




Eu só queria entender por que mexia tanto comigo. O que aquilo queria dizer? Eu gostava mesmo dele ou ia além disso? Eu estava tão confusa. Eu só queria que tudo estivesse bem, que ele não tivesse dito e feito nada daquilo. Por que ele tinha que estragar tudo?




Ok, eu tinha que sair do banheiro. Aquele não era o lugar ideal para eu me perguntar essas coisas. Abri a porta e passei novamente pelas duas portas. Quando passei pela última, não pude deixar de olhar o quarto. já que a porta estava aberta. Era o quarto dele!




Será que eu podia entrar? Ia ser tão rápido e eu nem mexeria em nada eu só queria ver. Bem, eu entrei. Olhei a cama, que estava perfeitamente arrumada. Fui até o criado mudo, que ficava ao lado de sua cama. Me agachei para ver de pertoalguns porta-retratos que haviam ali em cima.




Sorri ao ver uma foto dele e de . Ele a segurava nas costas, enquanto ela sorria. Ele com certeza era um ótimo irmão. Pelo menos isso, né?




Olhei o outro porta-retrato, onde havia uma foto minha com meus amigos. também estava na foto. Eu me lembrava que aquela foto havia sido tirada no ano passado, quando fizemos uma excursão em um parque ecológico. Voltei a sorrir ao me lembrar do quanto nos divertimos naquela excursão.




- Você lembra dessa foto? – Uma voz me assustou. Antes de me virar eu já sabia quem era. Me xinguei mentalmente. Por que eu tinha que ter entrado ali? DROGA! BURRA, BURRA, BURRA!


- Lembro. – Eu me levantei, mesmo ainda estando de costas.


- Era tudo tão mais fácil naquela época, não é? – disse, me olhando de costas. Finalmente tive coragem de olhá-lo. Ele olhava pra mim e tinha um sorriso fraco no rosto.


- Com certeza. – Eu concordei com um sorriso de lado.


- Eu queria te agradecer. – Ele ficou sério.


- Agradecer? Agradecer pelo que? – Olhei pra ele, sem entender.


- Por você ter vindo. A ficou muito feliz. – Ele continuou a olhar pra mim.


- Não foi nada. Eu adoro ela. – Eu sorri de verdade dessa vez, mas só por que se tratava de . Quando ele me viu sorrir, sorriu também.


- Eu achei que você não viria por que eu estaria aqui. – disse, diminuindo o seu sorriso.


- É, eu pensei em não vir. – Eu desviei o olhar. Avistei um violão encostado na mesa do computador do outro lado do quarto.


- Eu estou feliz por você estar aqui. – Sim, meu coração nunca esteve tão disparado.


- Você toca? – Eu apontei pro violão. Eu fingi não ter ouvido o que ele disse anteriormente.


- Não. Eu finjo que toco. – Ele disse e olhei pra ele, quase rindo.


- Bem, eu vou descer. – Apontei pra porta. Eu precisava sair dali urgentemente.


- Espera! – Ele disse, atrás de mim. Parei de andar no mesmo instante e respirei fundo. Droga! Eu tinha quase conseguido sair do quarto a tempo. Me virei para olhá-lo. – 5 minutos! Eu preciso só de 5 minutos pra falar com você, por favor. – deu alguns passos em minha direção. Ele estava sério.


- Nós não precisamos começar com isso.. – Eu balancei a cabeça negativamente.


- Só 5 minutos. – Ele pediu com uma expressão triste. Ele precisava se explicar.


- 5 minutos! – Eu demonstrei impaciência e cruzei os braços.


- .. eu sei que o que eu disse não foi certo. Eu sei que eu fui um idiota, eu sei! Mas eu realmente não fiz por mal. Os garotos não sabiam sobre nós e ai eles vieram com o assunto da lista. O que eu poderia dizer? - disse, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Eu amoleci no momento em que ele me chamou de ‘’. Ele nunca havia feito isso.


- , essa lista nunca deveria ter existido e você sabe disso. – Eu balancei a cabeça negativamente.


- Eu sei! Eu era muito imaturo, mas agora eu mudei. Eu já encontrei a última garota da minha lista! Essa lista não tem mais utilidade nenhuma pra mim. – dizia cada palavra com o coração e aquilo estava me matando. Eu sentia algo inexplicável dentro do peito.


- .. – Eu tentei dizer alguma coisa, tentei dizer algo que fizesse ele parar com aquela tortura, mas as palavras simplesmente não saíram da minha boca.


- Me deixa terminar... – me interrompeu. – Eu sei que eu disse aquelas coisas pra você, mas eu tinha acabado de ver você beijando o Mark ...e eu estava maluco. Eu falei sem pensar. – demonstrou o quanto aquilo estava sendo doloroso pra ele também. – Eu só quero dizer que eu sinto muito. – abaixou a cabeça, levantou uma das mãos e passou os dedos em seus olhos. Não queria chorar. - Eu sinto muito por não ter cumprido a minha promessa. – Ele disse, depois de voltar a me olhar. Os olhos estavam cheios de lágrma.


- Seja sincero, . – Eu pedi, séria. – Se fosse eu quem tivesse feito isso com você, você ia me desculpar? – Eu olhei pra ele, chateada.


- Não.. – Ele sorriu sem mostrar os dentes e negou com a cabeça. Ok, ele me surpreendeu.


- Então por que eu deveria? – Eu arqueei a sobrancelha.


- Por que você é melhor do que eu. – Ele me olhou daquele jeito doce e eu desmoronei. Sim, eu fiquei sem reação.


- , eu não sei se consigo desculpar você.. – Eu tentei não parecer tão abalada quando disse essa frase. Claro que não deu certo.


- Por que? Você quer tanto isso quanto eu. – disse, sério.


- Quem disse? – Eu encarei ele, voltando a ficar brava. Era isso que eu odiava nele. Esse jeito dele de achar que eu estou loucamente apaixonada por ele.


- Eu disse! – Minha raiva aumentou, quando vi surgir um fraco sorriso no rosto dele. O tamanho do ego dele me irritava.


- Como pode caber tanto ego em uma pessoa só? – Eu perguntei, revirando os olhos.


- Como pode caber tanto orgulho em uma pessoa só? – Ele repetiu no mesmo tom que eu.


- Você nunca vai crescer, Jonas. – Eu bufei e me virei. Nós nunca íamos conseguir entrar em um acordo sobre aquilo. Fui em direção a porta. passou na minha frente, fechou a porta e ficou na frente dela. – Me deixa sair! – Eu disse, furiosa. Ele ia me trancar ali agora?


- Olha nos meus olhos e diz que você não sente mais nada por mim. Se você conseguir fazer isso eu te deixo em paz. – disse, me desafiando. – Vamos, diga! – Ele se aproximou de mim, olhando em meus olhos.


- Eu não sinto e nem nunca senti nada por você. – Eu desviei meus olhos do dele e disse.


- Certo, agora fale isso olhando nos meus olhos. – Ele quase riu. – Acho que você não consegue olhar nos meus olhos estando assim tão longe, não é? – disse, segurando minha cintura e me trazendo pra mais perto dele. Se eu fosse um centímetro mais pra frente, eu encostaria nos lábios dele. – Diz.. – pediu, olhando seriamente nos meus olhos.




Sim, agora eu estava olhando nos olhos dele. Olhando de muito, muito perto. Os olhos dele que também olhavam nos meus de repente se abaixaram até os meus lábios. Eu não tinha mais ar, mais fala, mais batimentos cardíacos, mais nada. Só havia nós ali e mais nada, nada mesmo importava. Aproveitei para olhar os lábios dele. Ele voltou a olhar em meus olhos e eu fiz o mesmo. Ele percebeu que eu estava entregue novamente. Percebi ele olhando os detalhes do meu rosto, enquanto eu olhava os olhos dele.




- Eu sinto a sua falta, . – Ele disse e sorriu fraco. Abaixei os olhos pra olhar o sorriso dele. Deus sabe o quanto eu queria sair dali, mas cada parte do meu corpo queria o contrário. O que eu podia fazer? Voltei a olhar pros olhos dele.




se aproximou uma vez, tocou seu nariz no meu e tocou levemente os meus lábios, se afastando em seguida. Fez aquilo mais duas vezes! Estava tentando me provocar! Estava tentando me fazer beijá-lo. Olhei pros olhos dele, furiosa e ele sorriu, satisfeito. Ele fez de novo. Se aproximou, tocou a ponta do meu nariz e os meus lábios de leve. Fechei os olhos lentamente, me entregando de vez. continuou brincando com meus lábios e eu não aguentei. Levei uma das minhas mãos no rosto dele e beijei ele.




Ele estava tão doido pra me beijar, que no momento que tomei iniciativa, ele puxou minha cintura com ainda mais força e colou nossos corpos. Levou sua outra mão pro meu rosto e aprofundou o beijo rapidamente. Eu aceitaria qualquer coisa que ele fizesse comigo. Já era mesmo! Eu sabia que eu me arrependeria depois, eu sabia que eu ia me odiar por ter deixado aquilo acontecer, mas eu não resisti. sabia todos os meus pontos fracos. T-O-D-O-S. O beijo foi intensificado e ele ficava apertando a minha cintura, me deixando ainda mais doida.




A essa altura, eu não estava mais me importando com nada. Eu só queria ficar ali, nos braços dele por quanto tempo eu pudesse. Deslizei a mão que estava em seu rosto até braço dele. Ele começou a sentir um enorme calor e soltou o meu rosto e a minha cintura e tirou a sua jaqueta, sem desgrudar os nossos lábios. Jogou a jaqueta em qualquer canto do quarto e voltou a segurar minha cintura. Voltei a apoiar a minha mão em seu braço e toquei em sua pele, fazendo com que ele se arrepiasse. Ele estava tão quente e é claro que eu percebi o tamanho daqueles ‘pequenos’ braços.




Eu realmente senti falta daquela sensação. Aquela sensação que eu só sentia quando estava nos braços dele. Era bom senti-la novamente. Senti que estávamos no empolgando demais e diminui a intensidade do beijo. Ele aceitou e deixou de apertar a minha cintura, apenas manteve a sua mão lá.




Sim! Eu precisava terminar o beijo. Era o aniversário da irmã dele e logo perceberiam que nós dois havíamos sumido. Quando ele puxou o meu lábio inferior com os dentes de forma delicada, aproveitei para terminar o beijo. Assim que fiz isso, me afastei dele para não ter que olhar nos olhos dele e para não cair na tentação -de novo.


- , eu não posso...nós não podemos.. – Eu disse de costas pra ele. Na verdade, estava só recuperando o folego.


- Por que não? – apareceu em minha frente, sério.


- , se você realmente gosta de mim, por favor fica longe. – Eu olhei pra ele, sentindo meus olhos arderem. – Fica longe de mim. – Eu não deixei que nenhuma lágrima escorresse pelo meu rosto. continuou olhando pra mim, chateado


- Eu não sei por que eu sempre acabo gostando das garotas que não dão valor ao que eu sinto. – disse, me olhando com desprezo. – Eu sou mesmo um idiota. – negou com a cabeça.


- Você não entende. Ninguém entende. – Eu disse, séria e irritada. Ele sempre dava um jeito de me deixar como a vilã.


- Eu prometi pra mim mesmo que nunca mais choraria por uma garota. – me olhou com raiva. – Por que eu tinha que quebrar essa promessa logo com você? – me olhou com desprezo.


- Você acha que isso está sendo super fácil pra mim, não é? – Eu sorri ironicamente. – Você acha mesmo que eu não derrubei sequer uma lágrima por sua causa, não é ? – Eu perguntei, me defendendo. Eu odiava quando ele se fazia de coitadinho.


- É isso mesmo que você quer? – voltou a me olhar com os olhos tristes. Ele estava cheio de brigas, talvez estivesse cheio de mim.


- É.. – Eu não consegui responder olhando pra ele.


- Tudo bem, então. – Os olhos de se encheram de lágrimas dessa vez, ele abaixou a cabeça e balançou a cabeça negativamente. Ele também não deixou que as lágrimas caíssem. – Eu desisto, . Eu desisto de você, eu desisto dos meus sentimentos, eu estou desistindo de nós. – disse, depois de voltar a me olhar, sério. Seus olhos ainda estavam cheios de lágrimas.


- Um dia você ainda vai me agradecer por isso. – Todo o meu corpo doía. A única coisa que eu precisava fazer era ir pra casa, chorar na minha cama e nunca mais sair de lá.


- Não tente decidir o que é melhor pra mim. Só eu posso fazer isso. – O olhar de estava diferente agora.


- ... – Eu tentei explicar.


- Vamos descer.. – Ele disse, grosso. Apenas pegou a sua jaqueta no chão e foi em direção a porta. Eu acompanhei ele e desci as escadas. Forcei o melhor sorriso que eu consegui para encarar os convidados.




Aquele dia havia acabado pra mim. Todo aquele sentimento havia voltado, meu coração estava em pedaços. Eu gosto muito dele, eu gosto tanto que eu sei que se ele me machucar novamente, será 10 vezes mais doloroso. Eu queria evitar. Eu era muito vulnerável quando se tratava dele. Se eu pelo menos confiasse nele, tivesse certeza de que nunca mais ele me magoaria novamente eu juro que eu cedia. Eu juro que eu corria pros braços dele naquele momento.




Dei um beijo na e me despedi da mãe de . Eu precisava ir embora. Eu não aguentaria mais fingir que estava tudo bem naquela noite. Disse que ia embora por que eu estava com uma dor de cabeça muito forte.




Sai da casa de e fui em direção ao meu carro e entrei. Fiquei imóvel, eu tremia, as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto. A coisa que eu mais queria era voltar pra aquela casa, me jogar nos braços dele e dizer a ele o quanto as coisas tem sido difíceis sem ele, dizer o quanto eu preciso dele.




- Droga! – Eu esmurrei o volante. Recostei a minha cabeça no mesmo, enquanto chorava. Chorava tudo o que eu tinha pra chorar. Fiquei parada na frente da casa dele uns 15 minutos. Só quando o meu choro diminuiu e consegui dirigir de volta pra casa.




Antes de chegar em casa, sequei o meu rosto e engoli o choro. e meus pais jamais poderiam saber que eu estava chorando. Só entrei em minha casa, quando a minha cara de choro havia sumido. Subi direto pro meu quarto e voltei a chorar. Me joguei na cama, sabendo que passaria a noite em claro mais uma vez.




O ? Ele estava fazendo a mesma coisa que eu. Como você acha que seria pra ele dormir naquele quarto onde nós havíamos nos beijado,onde nós havíamos nos reconciliados e onde nós havíamos novamente terminado? Como você acha que ele se sentiu sabendo que ele fez tudo o que ele podia fazer (se desculpar, se declarar) e que mesmo assim não havia me conseguido de volta? Ele já havia feito o que estava no alcance dele e não foi o bastante.


Capítulo 17 - Ciumes e música: péssima combinação




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Sim, a minha consciência dizia que eu havia feito o certo na noite passada, mas por que o meu coração dizia ao contrário? Tanto faz. Aquele era um novo dia e eu e não teríamos mais nada, nem olhares ou sequer um sorriso. Ele seria o e eu apenas a . Duas pessoas diferentes que não dependem nem um pouco um do outro pra viver, duas pessoas que não se importam uma com a outra. Simples assim. Ok, nem tanto.



- Vai ficar ai brisando, ? - interrompeu meus pensamentos.


- To esperando você, besta. - Eu revirei os olhos e ele riu.


- Vamos então. - disse, pegando a sua mochila e a colocando nas costas. Eu fiz o mesmo. Meus pais haviam saído mais cedo para trabalhar naquele dia, então não havia de quem nos despedir.




Sim, eu queria saber como é que eu conseguiria olhar para o rosto de naquele dia. Talvez eu não fizesse isso. Saber que eu teria aula de Sociologia com ele naquele dia, não facilitava as coisas.


Chegamos na escola e fomos em direção ao nosso grupo. já estava lá e eu não consegui olhá-lo, não consegui nem sequer levantar a cabeça.




- Eu estava falando pro que entrou uma aluna nova muito gata na minha aula de Física! - riu, olhando pra .


- Ele não quer saber disso. Se toca, ! - disse enciumada, fazendo gargalhar.


- Gata? Hm, apresenta pra mim. - também entrou na conversa. Ele havia esperado a primeira oportunidade pra me atingir. olhou pro e arregalou os olhos, como quem dissesse 'A ta ali!'.


- E o pegador está de volta! - revirou os olhos.


- Eu nunca deixei de ser um pegador, querida. - piscou pra , fazendo gargalhar.


- O engraçado é que homem acha que ser chamado de 'pegador' é um elogio. - balançou a cabeça negativamente e riu da cara de .


- Quando se está solteiro é um elogio sim. - respondeu, me provocando. Sim, meu sangue subiu, eu queria olhá-lo e lançar o meu olhar mais maligno. Eu não tinha mais esse direito.


- Mas e o jogo de hoje, vocês vão, garotas? - mudou o assunto rapidamente.


- Acho que sim. - disse, enquanto fazia alguma brincadeira boba com .


- Também vou. - Eu falei pela primeira vez, desde que cheguei. e eu ainda não havíamos olhado um pro outro.


- Eu e a já tínhamos falado que íamos.. - revirou os olhos.


- Ta, vamos logo pra sala. A gente se vê na aula de sociologia. – disse, pegando sua mochila que estava na escada. Sim, a aula de sociologia tinha que ser naquele dia? Era a única aula que eu tinha com o , poxa!




Ok, eu faria qualquer coisa pra ir embora antes das duas últimas aulas de Sociologia! NÃO,ESPERA! Quer saber? Eu vou ficar. Sabe por que? Eu não sou tão fraca a esse ponto, eu não vou ficar fugindo dele. Qual é, eu posso enfrentar isso, certo? É só um garoto e é claro que eu não deixaria ele perceber o quanto ele me deixa maluca.




Entrei na aula do Sr.Barry totalmente desanimada. Matemática não é exatamente a coisa que eu mais amo no mundo.




- Bom dia a todos! - Sr.Berry falou, quando percebeu que todos já estavam sentados. - Nós temos uma aluna nova. - Sr.Berry olhou pra garota em seu lado. - Essa é a Chelsea. - Ela sorriu envergonhada. Seus cabelos loiros e delicadamente encaracolados destacava ainda mais seus olhos azuis. - Espero que goste da nossa escola. - Sr.Berry sorriu, o que era MUITO raro. - Pode escolher um lugar para se sentar. – Sr.Berry se afastou da menina. Os olhos da garota foram diretamente pra carteira ao meu lado, caminhou até lá e se sentou. Ela parecia ser uma ótima garota.




- Oi.. - Eu sussurrei ao seu lado. - Eu sou a . - Sorri e ela olhou pra mim, sorridente.


- Eu sou Chelsea, mas acho que você já sabe. - Ela riu baixo e eu também.


- Você conhece a escola ou alguém daqui? - Eu perguntei, fingindo estar olhando pro Sr.Berry, que explicava uma função qualquer.


- Não.. - Chelsea fez o mesmo que eu.


- Eu te ajudo com isso depois. - Eu disse e ela sorriu.


- Obrigada! - Ela agradeceu.


Mais algumas funções eram explicadas e eu tentei prestar atenção em tudo. Eu juro! A aula acabou e fomos em direção a porta.


- Qual a sua aula agora? - Eu perguntei a ela.


- Geografia.. - Ela disse, olhando em um papelzinho em suas mãos.


- Com o Sr.Tompsom? - Eu perguntei, surpresa.


- Sim.. - Ela riu, sem entender.


- Eu também tenho essa aula agora! - Eu ri, ainda surpresa.


- Que ótimo! - Ela comemorou.


- Vem, é por aqui. - Eu guiei ela até a sala, onde nós duas entramos.




O Sr.Tompsom voltou a apresentar a Chelsea para a sala e ela voltou a se sentar ao meu lado. Ela me disse que veio de Dallas e teve que vir pra Atlantic City depois de seu pai recebeu uma proposta de emprego muito boa aqui.




- Dallas? Lá deve ser bem legal. - Eu disse, gentilmente.


- Sim, mas Atlantic City também é um lugar ótimo. - Chelsea sorriu.


- Espero que goste daqui.. - Eu disse e ela voltou a sorrir pra mim, agradecida.


- Eu também.. - Ela riu.




O sinal do intervalo bateu. Chelsea conseguiu me distrair e eu já não estava tão afetada com os problemas com o . Eu voltaria a vê-lo agora e tudo voltaria a piorar. Minha vida é assim mesmo.




- Vem, eu vou te apresentar pro pessoal e te mostrar a escola. - Eu puxei ela em direção a pátio. No caminho fui mostrando onde o banheiro feminino ficava, o ginásio, a diretoria, a cantina e etc.




Avistei os garotos e as garotas no mesmo lugar de sempre. Puxei Chelsea novamente. Ela era bem tímida, mas ela acabaria se enturmando facilmente.




- Eles estão ali. - Eu apontei e ela me acompanhou. Quando eu me aproximei, todos olharam pra mim como se dissessem 'quem é essa?'.


- Gente, essa é a Chelsea! - Eu apresentei ela e ela sorriu, sem jeito.


- Oi Chelsea.. - seu o seu melhor sorriso, quando viu que a garota estava apavorada.


- Oi.. - Ela riu, mais calma.


- Eu sou o . - se levantou.


- Nossa Jonas! Você não perde tempo, né? - riu.


- Há-há - fingiu uma risada. Chelsea ficou vermelha!


- Sai fora, Jonas. - Eu puxei a Chelsea, tirando ela de perto dele. Levei ela até as garotas, que encheram a coitada de perguntas. Elas haviam gostado de Chelsea, assim como eu.


- Chelsea, hoje tem jogo dos garotos. Vem com a gente assistir? - perguntou.


- Claro.. - Ela concordou com a cabeça.


- Combinado, então. - , que estava abraçada ao , sorriu.




Todos da turma trataram ela bem, especialmente o . Sim, eu sabia que ele estava tentando me provocar, foi por isso que eu tentei não demonstrar o quanto aquilo me irritou.




- Quais as suas última 3 aulas? - perguntou pra Chelsea.


- Inglês e duas de história - Chelsea disse, olhando em seu horário.


- Alguém tem a próxima de Inglês? - perguntou.


- Eu tenho! - e disseram juntos. Só pode ser brincadeira!


- Então vocês vão ter a próxima aula com a Chelsea. - avisou. - Mostrem a sala pra ela. - decretou.


- Eu mostro, claro. - sorriu pra Chelsea. É, eu estou me segurando pra não pular no pescoço dele. Sim, dessa vez eu fuzilei ele com os olhos. Ele olhou pra mim e sorriu, satisfeito. AI, COMO EU ODEIO ELE!




O sinal do intervalo bateu. Nós nos levantamos da mesa e pegamos nossas mochilas que estavam sobre a mesa.


- Chelsea, não liga pro . Ele é assim mesmo. - avisou, rindo.


- Hey! - arqueou a sobrancelha. Chelsea voltou a rir.


- Ta, foi mal.. - segurou o riso, enquanto recebia olhares furiosos de .


- Vamos então. - chamou e Chelsea. Chelsea se despediu das meninas e foi pra sala junto com e .




e Chelsea saíram conversando e rindo, o que me deixou ainda mais irritada. Eu não tinha raiva dela, ela não sabia de nada e não tinha nada a ver com aquilo. Eu tinha raiva dele! Eu sabia exatamente o que ele estava tentando fazer e o pior é que estava funcionando!




Fiquei a aula de Física inteira revoltada. O que me consolava era que a Chelsea parecia ser uma garota bem centrada e inteligente, ela jamais cairia nos papos ridículos do .




Chegou a aula de sociologia. Fiquei com raiva só em lembrar que teria que vê-lo agora. Entrei na sala e me sentei ao lado das garotas, que justamente naquele dia estavam do lado dos garotos. sentou algumas carteiras atrás de mim.




- Eu vou devolver aquela redação que vocês fizeram sobre o seu parceiro no trabalho que eu dei há algumas semanas. - Sra.Dark avisou e já começou a chamar os nomes dos alunos.




Me chamou e eu levantei, fui até ela, peguei a redação, voltei pra carteira e enfiei a folha de qualquer jeito no meio do caderno. Aquela redação não trazia uma boa lembrança pra mim. foi chamado na sequência e fez o mesmo que eu.




Sim, eu estava irritada. Eu não acredito que estava com ciúmes dele. Sabe o que me deixava ainda mais brava? É que ele estava adorando me ver daquele jeito. A aula de sociologia não teve nada de diferente. A Sra.Dark apenas ficou explicando algumas teorias e eu só fingi que prestava a atenção. Minha cabeça estava em outro lugar. Chelsea jamais daria mole pro , né?




O sinal da última aula bateu e todos arrumamos nossas bolsas e estávamos indo em direção ao ginásio, onde os meninos jogariam mais uma vez.




- Hey – Alguém gritou e segurou meu braço. Era ele! Ok, pensa rápido !


- Hey.. - Decidi não demonstrar a minha raiva para que não ficasse ainda mais satisfeito. Fiquei frente a frente com ele pela primeira vez desde a noite passada. Ele estava bonito só pra variar.


- Eu quero te perguntar uma coisa.. - sorriu fraco. Sério, eu não sei como demorei tanto pra perceber o quanto ele era bonito! Ok, presta atenção no que ele está falando.


- Uma coisa? - Eu arqueei a sobrancelha, me perguntando que diabos ele queria me perguntar.


- É.. - continuou a sorrir.


- Pode perguntar.. - Eu não consegui conter o sorriso ao voltar olhá-lo nos olhos.


- Sabe a Chelsea? - Ele sorriu, malandro.


- O que tem ela? - Eu cruzei os braços. Chelsea? Por que estávamos falando da Chelsea?


- Você pode arranjar ela pra mim? - continuou sorrindo daquele jeito, cínico demais. Ele estava tirando com a minha cara? DESGRAÇADO! Arqueei a sobrancelha.


- Você ta zoando, né? - Eu fingi achar engraçado.


- Eu pareço estar zoando? - arqueou a sobrancelha e sorriu de forma provocante.


- E eu tenho cara de cúpida, por acaso? - A essa altura, eu já fuzilava ele com os olhos. Sim, o meu plano de conter a raiva já era.


- Pode ou não? - quase riu. Ele sabia o quanto eu estava brava.


- Faça você mesmo. Você é um profissional, não é? - Fui eu quem sorri dessa vez. me fuzilou com os olhos e riu.


- Se eu não te conhecesse tão bem, diria que você está com ciúmes, . - riu, divertido.


- Se eu não te conhecesse tão bem, diria que você está achando que eu ainda sinto alguma coisa por você. – Eu sorri, vitoriosa.


- Se não sente, você pode arrumar a Chelsea pra mim, não é? - voltou a me provocar.


- Vai se fuder, - Eu bufei. - Usa o seu charme escroto de pegador! Quem sabe dá certo com ela? - Eu forcei um sorriso e sai, deixando ele falando sozinho.


também estava revoltado nesse momento. Agora é que ele queria me deixar ainda mais brava e ele sabia como fazer isso. Alcancei as garotas no ginásio. Chelsea já estava lá, sentada ao lado de .




- Oi ! - Chelsea sorriu, assim que me viu.


- Oi! - Eu sorri. Eu não ia descontar a raiva nela. Não mesmo!


- Olha o , que lindo! - apontou pro namorado, que se aquecia no campo.


- chegou atrasado hoje.. - , concluiu quando viu chegando no campo naquele instante.


- Ele é bonito.. - Chelsea sorriu, sem jeito. Eu suspirei. Não, não pode ser. Filho da puta, como ele conseguiu seduzi-la tão rápido?


- Eu acho que ele gostou de você.. - disse, fazendo com que Chelsea sorrisse ainda mais. A também não cala a boca, né?


- Sério? - Os olhos de Chelsea brilharam.


- Ele gosta de todas na verdade.. - Eu disse meio rindo, para que aquilo não soasse como ciúmes.


- Ele é BEM bonito.. - Chelsea voltou a repetir, enquanto olhava treinando junto com os garotos. Eu não estava acreditando. Isso não está acontecendo comigo.


- Você acha? - fez careta. - Eu prefiro o . - riu.


- é o seu irmão, não é? - Chelsea me perguntou.


- Sim.. - Eu forcei um sorriso.


- Nós podemos tentar dar um empurrãozinho em você e no . - deu a idéia. Ok, vou matar a .


- NÃO! - Eu disse no impulso. Todos olharam pra mim, sem entender. - A Chelsea é muita areia pro caminhãozinho dele. - Eu ri, disfarçando.


- Vocês acham que eu conseguiria alguma coisa com ele? Quer dizer, todas nesse colégio olham pra ele e parecem querer uma chance com ele. Por que ele me escolheria? - Chelsea disse, desanimada.


- Olha, vai começar. - Eu interrompi ao ver que o jogo tinha começado. Eu não aguentava mais ouvir o nome dele saindo da boca dela.




O jogo todo foi um tédio. O placar terminou 0x0 e os meninos saíram do campo cansados e suados como sempre.




- Esse jogo foi uma merda.. - revirou os olhos.


- Aquele goleiro tava de sacanagem comigo hoje. - bufou. O goleiro havia defendido todos os seus chutes. BEM FEITO, idiota!


- Ele defendeu umas 4 bolas sua! - disse, surpreso.


- Vocês foram bem, garotos. - tentou animá-los.


- Foram mesmo. Não é sempre que os melhores vencem.. - Eu tentei incentivá-los.


- Ta vendo? É por isso que eu te amo, . - passou os braços em torno do meu pescoço.


- Eu também amo você, mas você ta suado. Desculpa, amigo. - Eu disse tirando as mãos dele de perto de mim.


- Chata.. - mostrou a língua, fazendo com que todos rissem.


- E você Chelsea, gostou do jogo? - entrou no meio do assunto. ELE VAI VOLTAR COM ISSO? FILHO DA MÃE.


- Eu? - Ela riu, surpresa. - Eu gostei. Você joga muito bem, quer dizer.. todos vocês. - Ela voltou a rir, nervosa. Oh não, ela já estava gaguejando por causa do . Não, não!


- Você já conhece a cidade? - perguntou e sorriu pra ela. Esse sorriso é meu, pare de usá-lo com ela! ARGH!


- Não.. - Ela fez bico.


- Vamos no karaokê hoje. Assim ela já conhece um pouco da cidade. - deu a ideia pro resto do grupo.


- Demorou.. - concordou, animada. Ela adorava as noites de karaokê.


- Eu sou só vou se a não cantar.. - disse sério, causando a risada de todos.


- Cala a boca, imbecil. Só por causa disso eu vou cantar duas. - mostrou a língua.


- Eu adorei a ideia. - Chelsea riu.


- Eu e a não poderemos ir. Já tínhamos marcado de sair hoje. - disse, sem jeito.


- Hm, seus safadinhos. - disse, causando a gargalhada de todos.


- Eu também vou. - Eu disse, convicta. Eu sabia exatamente qual era a intenção de naquela noite e independente do que acontecesse, eu queria ficar sabendo.


- Eu e o podemos ir também. - sorriu, abraçada ao namorado.


- Então ta combinado. - sorriu. - Que horas? - Ele perguntou.


- Umas 19:00.. - propôs.


- Pode ser então. - sorriu, concordando.


- Que horas eu passo te pegar, Chelsea? - perguntou e eu estremeci. Aquilo era ridículo até pra ele. Por que ele fazia tanta questão de me irritar? Cacete...


- Pode ser ás 18:45.. - Ela sorriu, sem jeito. - O meu endereço eu já te passei, né? - Ela perguntou. Como assim? Aconteceu tanta coisa assim naquela aula de Inglês?


- Já.. - sorriu pra ela. Que porra de troca de olhares são esses?


- , eu vou sair com o carro. - me avisou. - Quem vai te levar? - perguntou.


- Meu pai vai me levar e me buscar. Se você quiser carona.. - ofereceu. Achei que me ofereceria carona.. aquele idiota.


- Pode ser.. - Eu sorri, agradecida.


- Ok, passo na sua casa ás 18:45. - avisou.


- Certo. - Eu confirmei com a cabeça.




Nos despedimos e fomos pra casa. Aposto que não me ofereceu carona, por que queria ficar sozinho no carro com a Chelsea. Eu não acredito que ele vai conseguir pegar a Chelsea. Que inferno!




Eu escolheria a melhor roupa pra usar no karaokê. Assim se arrependeria MUITO do que ele estava fazendo. Espero muito que tenha um garoto MUITO gato lá. Eu ficaria com ele sem hesitar. Só pro saber que eu não estou me importando com ele ou com quem ele vai ou não pegar.




Almocei e passei o resto da tarde me arrumando. Decidi deixar o cabelo solto naquele dia. Optei por um vestido azul um pouco decotado( CLIQUE AQUI PARA VER A ROUPA ). O salto não podia faltar, nem uma maquiagem simples.




Parei de arrumar quando ouvi a buzina do carro do pai de lá embaixo. Me despedi dos meus pais e fui até o carro e cumprimentei e seu pai.




- Você vai cantar hoje! - disse em tom de ordem.


- Jamais! - Eu gargalhei. Fazia meses que eles tentavam me convencer a cantar no karaokê, coisa que eu nunca fiz.


- Vai sim! Pode se preparar. - riu.




O karaokê não ficava muito longe dali, por isso chegamos logo.




- O Jonas já chegou. - disse, quando passamos pelo carro dele no estacionamento. Só de ouvir o nome dele o meu estomago embrulhou.




Entramos no local, que não estava tão lotado assim. Avistei , Chelsea e sentados em uma mesa próxima do palco.




- Ali! Vem.. - me puxou. Acompanhei ela, me preparei psicologicamente para aquele momento.


- Ainda bem que vocês chegaram! Alguém precisa me ajudar a segurar esse castiçal. - disse, fazendo todos rirem, menos eu. Eu fuzilei com os olhos. Porra, ele tinha mesmo que dizer aquilo? não vai ficar com a Chelsea. Eu sei que ele não vai fazer isso comigo! Ele na ousaria..


- Senta aqui.. - riu, sem jeito. Eu ainda fuzilava ele com os olhos, enquanto me sentava ao seu lado.


- Oi ! - Chelsea sorriu.


- Ahn, oi Chelsea! - Eu ri, sem jeito. Eu nem tinha olhado pra cara da garota.


- O e a estão chegando.. - apontou pra entrada. Todos olhamos e se aproximarem de mãos dadas.


- Demoramos? - fez careta.


- Não. Acabei de chegar também. - Eu sorri pra ela.


- E ai.. - sorriu, olhando pra todos da mesa. Se sentaram ao meu lado.




Pedimos algumas coisas para comer. e Chelsea ficavam de gracinha o tempo inteiro. Eu nunca vi ele fazendo aquelas coisas toscas. Ele só estava querendo me irritar. Aquele era o seu dom!




Chelsea estava ridiculamente caída por ele. Ela ria sem parar, ficava vermelha e estava abobalhada. Eu só queria saber como é que conseguia fazer aquilo com todas. Como eu pude ser como as outras? Logo eu?




- E ai, quem vai cantar hoje? - perguntou, enquanto bebia um copo de refrigerante.


- Eu vou, só que mais tarde. - respondeu, sem olhá-lo.


- E você Chelsea, não canta? - perguntou. Eu sentia o perfume dele de longe, o tom da voz dele causava alguns arrepios em mim. Ele falava com a Chelsea a cada 5 segundos. Era irritante!


- Eu posso cantar depois.. - Ela sorriu, sem jeito.


- Eu adoro garotas que cantam. Tem que saber entrar na brincadeira, não é? - disse e olhou pra mim, arqueou a sobrancelha. DESGRAGADO!


- Quer saber? Eu vou cantar! - Eu disse, me levantando da mesa. Todos olharam pra minha cara, chocados.


- Você o que? - disse, chocada.


- Eu vou cantar. Você queria que eu cantasse, não é? Pois eu vou cantar! - Eu sorri discretamente pro que sorriu, desconfiado.




Tomei o último gole do meu copo de refrigerante e fui em direção ao palco que estava vazio. Eu estava tão revoltada. Eu precisava fazer aquilo.




- O que ela ta fazendo? - arqueou a sobrancelha.


- Eu acho que ela usou drogas.. - sorriu, me vendo ir em direção ao palco.




Fui até o cara que controlava o karaokê e disse a música que eu cantaria. Aquela seria uma ótima chance de esfregar certas coisas na cara do , certo?


'AVRIL LAVIGNE - ALONE' apareceu no telão e arregalou os olhos, surpresa.


- Eu não acredito que ela vai cantar essa música.. - disse, sem reação.


- O que tem essa música? - olhou pra ela, sem entender.




também não entendeu, apenas virou a sua cadeira pro palco. Ele não queria perder um detalhe daquela cena inédita. Ele ia adorar me zoar por isso depois.




Subi no palco com o microfone nas mãos. Por incrível que pareça, eu não estava nervosa. Na verdade, eu estava bem relaxada, ou melhor, eu estava MUITO brava. A minha vontade de acabar com o era tanta, que eu pagaria qualquer mico pra fazer isso.




As luzes do palco foram todas pro meu rosto, quase me cegando. A música começou e eu estava tão bem, tão decidida do que estava fazendo.


OUÇA ESSA MÚSICA ,ENQUANTO VOCÊ LÊ O TRECHO A SEGUIR:




Uh, oh, uh, uh, oh
Uh, oh, uh, uh, oh

Hey man (Hey, cara)
- Olhei imediatamente pro .


Tell me what were you thinking (Me diga o que você estava pensando)


What the hell were you saying (Que diabos você estava dizendo)


Oh come on now (Oh, vamos lá)


Stop and think about it (Pare e pense nisso)
- Eu sorri de forma provocante.



- Nossa.. ela é boa. - disse, chocada.


- É.. - disse boquiaberta.



Hey now (Ei, agora)


Maybe you should just listen (Talvez você apenas devesse escutar)
- Coloquei a mão perto do ouvido.


Maybe you should stop talking for a second (Talvez você devesse parar de falar por um segundo)


Shut up (Cala a boca)


Listen to me (Me ouça)


You're so obvious (Você é tão obvio)
- Apontei pra ele e fiz cara de desprezo.


You're so oblivious (Você é tão inconsciente)
- Apontei pra ele novamente, fazendo a mesma cara.


And now you wonder why (E agora você vai saber porque)


You're the one alone (Você é o único sozinho)


So don't apologize (Então não peça desculpas)
- Fiz um sinal negativo com o dedo indicador.


And you don't even realize (E você nem sequer percebe)


You screwed it up this time (Que você estragou tudo dessa vez)


Now you're the one alone (Agora você está totalmente sozinho)




não tirava os olhos de mim. Ele estava tão chocado quanto os outros. Seus olhos estavam fixos em mim e a sua boca quase aberta. Sim, eu precisava ir mais longe. Desci do palco com o microfone nas mãos e me aproximei dele, parei em sua frente.



Hey brow (Eai,brow)


I'm just trying to let you know (Estou apenas tentando fazer você perceber)


You really think that you're special (Você realmente acha que você é especial)
- Eu abaixei um pouco para olhá-lo nos olhos.


Oh come on now (Oh,vamos lá) - Fiz careta e ri.


I've seen so much better (Eu já vi coisa muito melhor) - Pisquei um dos olhos pra ele e voltei a rir. Ele cerrou os olhos pra mim.


Hey there (Olá) 


Did you actually think that I cared? (Você realmente acha que eu me importava?)
- Arqueei a sobrancelha, enquanto ainda olhava pra ele e ele olhava pra mim.


Don't know if you want to go there (Não sei se você quer ir para lá)


Oh come on now (Oh,vamos lá)


Keep on, keep on dreaming (Continue, continue sonhando)
- Eu quase ri.



Voltei pro palco, antes que o refrão recomeçasse. Todos na mesa estavam chocados.



- Ela esta cantando pro ou é impressão minha? - perguntou, confuso.


- A é foda, sério. - riu por um segundo. Ela ainda não acreditava que eu estava fazendo aquilo.


- Eu estou perdendo alguma coisa? - perguntou olhando pro , sem piscar. ignorou. Ele apenas olhava pra mim ou melhor, me fuzilava com os olhos.



You're so obvious (Você é tão obvio) - Voltei a apontar pra ele.


You're so oblivious (Você é tão inconsciente)


And now you wonder why (E agora você vai saber porque)


You're the one alone (Você é o único sozinho)


So don't apologize (Então não peça desculpas)


And you don't even realize (E você nem sequer percebe)


You screwed it up this time (Que você estragou tudo dessa vez)


Now you're the one alone (Agora você está totalmente sozinho)


If you want to be my, oh, oh, oh (Se você quer ser meu, oh, oh, oh)
- Sorri de forma provocativa.


You know you can't play games (Você sabe que não pode jogar) - Olhei séria pra ele.


And you know what I mean (E você sabe o que eu quero dizer)


Im sorry but you don't get my, my, oh, oh, oh (Desculpe, mas você não irá ser meu, meu, oh, oh, oh)
- Fiz o sinal negativo com o dedo indicador.


I'm gone, you're still dreaming about me (Vou embora, você ainda está sonhando comigo)


Over and over and over and over again (Mais e mais e mais e mais uma vez) -
Eu estava realmente me divertindo naquele momento.


You're so obvious (Você é tão obvio)


You're so oblivious (Você é tão inconsciente)


And now you wonder why (E agora você vai saber porque)


You're the one alone (Você é o único sozinho)


So don't apologize (Então não peça desculpas)


And you don't even realize (E você nem sequer percebe)


You screwed it up this time (Que você estragou tudo dessa vez)


Now you're the one alone (Agora você está totalmente sozinho)


Uh, oh, uh, uh, oh


Uh, oh, uh, uh, oh


Uh, oh, uh, uh, oh


Uh, oh, uh, uh, oh


Terminei a música e todos começaram a me aplaudir e gritar pra mim. Eu sorri, sem jeito e desci do palco imediatamente. Não tive coragem de ir até a mesa. Passei pela mesa e fui em direção a saída. provavelmente deveria ter 500 perguntas pra me fazer agora e esse não era o momento certo para eu respondê-las.




Eu estava chocada comigo mesma. Eu não acredito que eu havia feito isso. Ri sozinha. Aquilo foi a coisa mais surreal que eu já fiz e sabe.. eu gostei.




- ..você e a .. - arqueou a sobrancelha.


- Oh meu Deus.. - Chelsea passou a mão pelo rosto, se sentindo mal por estar com naquela noite.


- COMO EU NÃO SABIA DISSO? - quase gritou.


- Depois eu explico, . - riu.


- Eu vou falar com ela.. - se levantou da mesa.


- Não, deixa que eu vou. - também se levantou.


- Tem certeza? - fez careta. não respondeu, apenas saiu em direção a saída. Ele estava furioso e queria tanto falar umas verdades pra mim.





Eu estava encostava no muro do lugar e ainda estava em choque e sorria sozinha. Nem vi quando se aproximou.




- Você quer explicar? - olhou pra mim, sério. Quando vi ele ali em minha frente, fiquei séria também.


- Não.. - Eu sorri de forma provocante.


- Você realmente acha que eu não mereço uma explicação? - perguntou novamente. Ele estava TÃO irritado.


- Acho.. - Sorri falsamente.


- Você é maluca né, garota? - quase gritou, furioso.


- Dá um tempo, . - Eu revirei os olhos.


- Você me dispensa em um dia e faz isso no outro? - arqueou a sobrancelha.


- E dai? - Eu fiz cara de tédio. Eu faço o que eu quiser e não tenho que ficar dando satisfação.


- E dai que eu to confuso, porra! - estava indignado com o que eu havia feito. - Qual o seu problema? Nós terminamos. Eu posso sair com quem eu quiser. - disse, revoltado.


- Você tem razão. Eu não tenho mais nada a ver com você. - Eu voltei a sorrir falsamente. Dei alguns passos. Tinha a intenção de deixar ele falando sozinho, mas ele me puxou pelo braço antes que eu me afastasse mais. Ele me puxou pra perto dele de forma tão rápida que não deu tempo nem de eu xingá-lo.


- O que você está fazendo? - Eu engoli seco, vendo ele de tão perto. Minha respiração estava falha e o meu coração estava disparado.


- Você me irrita, sabia? - tentou ficar bravo, mas consegui ver um fraco sorriso surgir em seu rosto.


- Você também não é uma das pessoas mais agradáveis que eu conheço. - Eu sorri, falsamente.




Meu corpo inteiro paralisou, quando os olhos dele desceram para olhar os meus lábios. Aquilo nunca era um bom sinal. Hoje eu tinha que resistir.




- Eu já disse que odeio você? - percebia o jeito que eu ficava quando estava tão perto dele e sorriu, satisfeito. Eu tentei responder, mas ele não me deu chances pra fazer isso. Sua mão ainda segurava o meu braço e ele aproveitou pra me puxar e me beijar. Eu não tive reação, apenas deixei ele me levar.




Ele me empurrou até a parede, que estava há uns 3 passos atrás de mim e me encostou lá. Talvez pra impedir que eu fugisse dele. Dei a passagem pra que ele aprofundasse o beijo rapidamente. Apoiou sua mão na parede ao meu lado e colou o seu corpo no meu. Parte da sua outra mão estava entrelaçada em meu cabelo e a outra parte estava em minha bochecha. Só Deus sabia os milhares de sentimentos que percorriam o meu corpo naquele momento. Meu coração se acalmou. Era como se aquele fosse o lugar ao qual eu pertencesse.O beijo começou a se intensifica, mas eu impedi que isso acontecesse.




- .. - Eu coloquei a mão no peito dele e o empurrei.


- O que foi? - olhou pra mim, não entendendo o motivo de eu ter interrompido o beijo..


- A Chelsea é legal demais pra você. - Eu sorri divertidamente e ele cerrou os olhos e sorriu.


- Eu sei.. é por isso que eu prefiro você. - sorriu, segurou o riso.


- Você esta me chamando de chata? - Eu fuzilei ele com os olhos, enquanto mantinha um sorriso no rosto.


- É a chata mais linda do mundo. - deu o sorrio mais lindo de todos. Nem me matou.


- Cala a boca.. - Eu revirei os olhos, rindo.


- Vem me fazer calar! - Ele me lançou um olhar provocativo.


- Nossa, essa foi péssima, Jonas. - Eu fiz careta e gargalhei.


- As outras gostavam.. - Ele sorriu, me dando o troco. Fuzilei ele com os olhos.


- Idiota... - Eu rolei os olhos.


- Quando é que você vai reconhecer que sente alguma coisa por mim? - sorriu, convencido.


- Nunca.. - Eu sorri falsamente.


- Ok, eu odeio quando você fica me enrolando. Então eu vou voltar pra Chelsea. - apontou pra entrada do lugar e quase riu.


- Para de fazer isso! - Eu disse, impaciente.


- Isso o que? - me olhou, sem entender.


- Isso de ficar tentando me deixar com ciúmes. - Eu olhei pra ele, séria.


- Eu estou maluco ou a palavra 'ciúmes' saiu mesmo da sua boca? - sorri, fingindo estar chocado.


- Seu ego me irrita. Eu já te disse isso? - Eu suspirei, furiosa.


- Já.. - revirou os olhos. Quando ele viu que eu não diria mais nada, se manifestou. - Por que você tem que ser tão complicada? - sorriu fraco. Ele continuava parado na minha frente.


- Você sabe que não tem como isso funcionar. - Eu balancei a cabeça negativamente, enquanto sorria fraco. O que eu estava dizendo não me agradava nem um pouco.


- Você não sabe! - disse, bravo. Ele ficou tão bravo do nada! - Para de ficar dizendo o que você não sabe. Para de ficar deduzindo as coisas! - disse, indignado.


- , nós fizemos tudo errado. Nós nem conseguimos conversar sem brigar. - Eu disse, chateada. Ele falava como se fosse culpa minha.


- Eu mudei! - continuou bravo.


- .. - Eu sorri, neguei com a cabeça. - Você desistiu de mim ontem e hoje você já esta saindo com a Chelsea. - Eu forcei um sorriso. - Eu não posso estar em um relacionamento assim. - Eu expliquei.


- Sabe o que me irrita? - disse em tom de desabafo.


- Eu te irrito. Você já disse. - Eu revirei os olhos e cruzei os braços.


- Eu já fiz tanta coisa por você! Eu te ajudei quando ninguém mais quis ajudar! E o que você dá em troca? - perguntou, indignado. - Nada! Nem um voto de confiança, nada! - olhou pra mim, desapontado.


- Não é tão simples assim. - Eu respondi, séria.


- Eu só queria conseguir parar de pensar em você por pelo menos um dia! Um dia! - estava jogando tudo aquilo na minha cara, assim como eu havia feito naquele palco, minuto atrás. - Um dia sem ser um idiota. - estava muito bravo.


- Vamos deixar as coisas como elas estão. - Eu sorri fraco. - É melhor pra mim.. - Eu me aproximei dele. - E um dia você vai perceber que é melhor pra você também. - Sorri novamente e me aproximei, encostando meus lábios em uma das bochechas dele. Os olhos dele se fecharam como se ele quisesse guardar cada detalhe daquele momento. Abriu os olhos quando eu terminei o beijo e me afastei de seu rosto.


- Você é o melhor pra mim, eu já sei! - sorriu, seus olhos imploravam por uma chance.


- Mude. - Eu sorri. - Mas mude de verdade, mude de coração. Quem sabe.. - Eu disse, sem jeito. Ele sorriu sem mostrar os dentes, mas havia esperanças nos olhos dele. Enquanto ele ainda tivesse esperanças, eu também teria.




Sai, deixando ele sozinho. Voltei pra dentro do local pra evitar que qualquer outra coisa acontecesse. Me aproximei da mesa com receio. Sabia que eles iam me sufocar com suas perguntas.


- Gente, estou indo embora. - Eu disse, assim que cheguei na mesa. Não tive coragem de olhar no rosto de ninguém. Peguei a minha bolsa.


- Como você vai? - perguntou.


- Vou pegar um taxi. - Eu sorri pra ele. Ele estava sempre tão preocupado comigo.


- Quer que eu vá com você? - Ele se levantou.


- Não, obrigada. Eu to bem.. - Eu voltei a sorrir pra ele. - Eu só preciso...ir pra casa. - e olhavam pra mim, chocados.


- Qualquer coisa.. você me liga.. - sorriu.


- Ok, obrigada. - Eu agradeci, sorri.


- ! Espera.. - Chelsea gritou, correu até mim. Me virei pra ela e sorri. - Me desculpa. Eu nem sei o que dizer.. eu não sabia que você e o .. - Chelsea estava transtornada.


- Você não tem do que se desculpar. Não tem nada acontecendo entre eu e o .. - Tentei acalmá-la.


- Eu devia ter percebido. Eu não sou assim. Eu não roubo garotos das minhas amigas.. eu.. - Ela estava prestes a chorar.


- Chelsea.. - Eu sorri de forma doce pra ela. - O que aconteceu entre eu e o não existe mais. Tudo bem.. - Eu ri baixo, para tentar dar uma descontraída.


- Mesmo assim! Eu não quero nada com ele! Imagina! - Chelsea afirmou, séria.


- Você é legal demais pra ele. - Eu sorri e ela riu.


- Eu espero.. - Ela gargalhou.


- Não se preocupe com isso. Eu não estou brava e nem nada. - Eu voltei a sorrir.


- Desculpa mesmo.- Ela repetiu e sorriu fraco.




Sorri pra ela pela última vez e fui em direção a saída. Eu não sei onde estava, mas eu não vi mais ele naquela noite. A única coisa que eu fiz foi pegar um taxi e ir pra casa.




Eu não estava chorando dessa vez. precisava mudar. Eu já havia me conformado de que nós não poderíamos ficar juntos se ele não mudasse. Eu não confiava nele. Se nós ficássemos juntos, eu ficaria desconfiada o tempo todo. Pra mim, não sabia o significado de 'gostar'. Se ele sabe, não respeita o seu significado e eu não posso sair com alguém assim. Não MESMO. Eu não preciso de outra desilusão amorosa.




Entrei em casa, aposto que meus pais não me viram chegar. Eles estavam assistindo TV no quarto. Subi pro meu quarto e fechei a porta. Eu não podia negar, eu estava confusa. Meu coração estava pedindo para que eu me arriscasse com o , mas a razão pedia o contrário.




Na verdade, ficar longe do era algo certo pra mim, mas aquele beijo. Bem.. aquele beijo mudou tudo de novo. Quando eu estou decidida a superá-lo, ele faz alguma coisa para mudar tudo.




Abri o guarda-roupa pra pegar o pijama. Adivinha? Lembra quando ele me emprestou o blazer dele no dia do baile? Eu esqueci de devolvê-lo.




Peguei o blazer e sorri sozinha ao lembrar daquela noite. O perfume de , que ainda estava impregnado no blazer se espalhou por todo o meu quarto. Me xinguei mentalmente. Agora teria que dormir com o perfume dele.




Pensei em devolver o blazer a ele no dia seguinte, mas só de pensar que teria que falar com ele para fazer isso.. já desisti. E sim, eu queria ter alguma coisa que lembrasse ele, que fosse dele. Fazia com que eu me sentisse mais próxima a ele, fazia com que eu sentisse que ele estava ali do meu lado, falando uma besteira qualquer.




Guardei o blazer de volta no guarda-roupa, peguei o pijama, me vesti, escovei os dentes e deitei em minha cama. Fiquei encarando o teto por alguns minutos. O que será que estava fazendo? Será que estava pensando em mim? Ele pode até estar pensando, mas com certeza não é uma coisa boa.




- Puta que pariu.. - Eu bufei, depois de levar um susto com o meu celular vibrando em cima do criado mudo, que ficava ao lado da minha cama. Peguei o celular, olhei o visor. Arregalei os olhos ao ler ' te mandou uma mensagem de texto'. Abri a mensagem.





'Você não confia em mim, não confiou quando eu disse que não sou mais o mesmo. Mas quer saber? Eu confio em você, confio que você fará a coisa certa. Vá fundo nisso! Você é bastante responsável e pensa e repensa todas as suas escolhas, mas você pode mudar isso as vezes. Sentimento não é algo que se pensa, é algo que se sente.




Só tem um problema: eu não posso esperar a vida toda por você. Não, isso não é eu sendo o antigo . Isso é eu sendo o novo . Aquele que você acha que não existe, aquele que você ignorou, aquele que você está perdendo aos poucos.




Não sei se vou consegue esquecer você. Não sei nem se eu quero fazer isso. Eu nunca me senti assim antes. Eu não queria perder isso, mas você não me dá outra escolha.




Eu só queria que você não fosse a última pessoa em quem eu penso antes de dormir.'





Meus olhos se encheram de lágrimas no mesmo instante. Eu também sabia que estava perdendo ele. Todas as garotas da escola são malucas por ele! Por que ele deveria ficar esperando a minha boa vontade? Por que ele tinha que ficar esperando por alguém que nem ao menos confia nele? Por que ele tinha que ficar esperando por algo que ele sem sabia se teria?




E eu? Por que eu tinha que me fazer de difícil? Por que eu tinha que ser tão medrosa? Quem é que tem medo de ser feliz? Quem é que tem medo de fazer aquilo que mais quer fazer?




me fazia ser uma pessoa melhor, me fazia ser uma pessoa mais corajosa, uma pessoa menos durona. fazia eu ser eu mesma e só ele conseguia fazer isso. Se conseguiu causar todas essas mudanças em mim, por que eu não poderia ter causado nele também? Por que eu não podia deixar de ser tão responsável por pelo menos um dia? Por que eu não deveria pensar só em mim dessa vez? Pensar no que eu realmente quero? Eu quero o , droga! Quem eu quero enganar?




Eu não posso controlar o coração. Se o coração escolheu ele, o que mais eu posso fazer? Lutar contra isso? Ignorar isso?




Não consegui responder a mensagem. Ele estava certo! Acabei dormindo. Eu pensaria melhor naquilo no dia seguinte. Quem sabe eu finalmente consigo deixar o meu orgulho de lado. Quem sabe eu deixo o coração falar mais alto dessa vez.


Capítulo 18 - Carta para Julieta




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




Era sábado, acordei e adivinha qual foi a primeira pessoa em quem eu pensei? Eu não conseguia controlar. O que ele estaria fazendo? Será que ele estava feliz pelo menos? A ideia de que eu estava fazendo ele sofrer acabava comigo.




Olhei no celular, nenhuma mensagem. Levantei, fui pro banheiro e encarei o espelho. Parecia estar faltando alguma coisa. Um sorriso no meu rosto, talvez. Como eu podia sorrir sem o principal causador do meus sorrisos? Era ele que faltava. Fiz a minha higiene matinal, troquei de roupa e desci pra tomar café.




- Bom dia, querida. - Minha mãe sorriu.


- Bom dia, mãe. - Eu forcei um sorriso. Me sentei para tomar café.


- Tudo bem? - Ela perguntou, se sentando ao meu lado.


- Tudo bem e você? - Eu menti.


- Também.. - Ela voltou a sorrir.


- O ainda ta dormindo? - Eu perguntei, pegando uma torrada.


- Adivinha? - Minha mãe fez careta.


- É, ele esta. - Eu ri por alguns segundos.


- Ahn.. chegou essa carta pra você hoje. - Minha mãe estendeu um envelope.


- Carta? Pra mim? - Eu arqueei a sobrancelha. Estranho. Peguei o envelope e o olhei pro, tentando adivinhar quem teria me mandado aquilo. No envelope estava escrito 'Para ' com uma letra que eu não consegui reconhecer, talvez por que tinha acabado de acordar. Ainda estava meio lerda.


- Obrigada, mãe. - Eu sorri, agradecida. Minha mãe continuou ali, olhando pra minha cara. - O que? - Perguntei sem entender, enquanto tomava uma xícara de café.


- Você não vai abrir? - Minha mãe riu.


- Depois.. - Eu também ri. É claro que eu não abriria na frente dela.


- Hm.. é de algum admirador secreto? - Minha mãe riu, fazendo cara de desconfiada.


- Mãe, não existe mais isso de admirador secreto. - Eu gargalhei.


- Você esta insinuando que estou velha? - Minha mãe fez cara de má.


- Eu? Eu não.. - Eu segurei o riso. - Eu já to subindo pro meu quarto. - Eu ia sair de fininho. Minha mãe era meio revoltada com esses assuntos de 'velhice'.




Peguei o envelope com uma das mãos e uma torrada com a outra. Me levantei e subi em direção ao meu quarto. Acabei de comer a torrada assim que cheguei em meu quarto. Fechei a porta e me sentei em minha cama com o envelope nas mãos. Abri o envelope e encontrei uma folha de caderno dobrada ao meio.




- O que é isso? - Falei sozinha, enquanto abria a folha.






'REDAÇÃO DE SOCIOLOGIA


Nome: Jonas '





Meu coração parou, minhas mãos começaram a tremer no mesmo instante. Antes de continuar a ler, pensei se eu queria mesmo ler aquilo. Meus olhos se encheram instantaneamente de lágrimas. Voltei a olhar o papel em minhas mãos.





'Eu não sei fazer redações, muito menos sobre uma pessoa como a . Eu não sei descrevê-la em palavras. Ela pode ser durona as vezes, mas eu sei, só eu sei o quanto ela é sensível e doce por dentro. Mesmo antes de hoje, eu já sabia. Eu sempre soube. Ela nunca me enganou.




Ela é diferente, sabe? Ela sabe o quanto é bonita e nunca fez questão de se exibir por isso. Diferente de todas as outras garotas. Eu não sei por que os caras não valorizam isso. Eu não sei como eles podem ser idiotas o suficiente em deixá-la ou dar o fora nela. Quer dizer... se fosse eu..'
- As lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas nessa hora eu soltei um sorriso espontâneo.





'O que eu quero dizer é que ela é de outro mundo. Eu nunca vi alguém como ela. Certo, ela adora me irritar, mas quando ela sorri, eu não sei. Algo dentro de mim sorri também... é estranho.




Eu me lembro até hoje de quando eu estava na 5° série. Fui fazer um trabalho na casa do meu novo amigo. Ela estava lá. Usava um vestido rosa, o cabelo estava preso com uma fita e ela brincava de alguma coisa qualquer com suas amigas. Todas as vezes que olho pra ela, me lembro do sorriso que ela deu quando me viu pela primeira vez. Ela mal sabia que me odiaria anos depois.'
- Aquela memória veio a minha mente no mesmo instante. As lágrimas escorriam incessantemente pelo meu rosto. Ele lembrava mesmo do vestido que eu usava naquele dia? Que tipo de garoto lembra de coisas assim?





'Há poucos minutos, ela sorriu da mesma forma pra mim. Foi como se nós tivéssemos acabado de nos conhecer. Quem dera se eu tivesse uma outra chance de fazer tudo de novo. Quem dera eu tivesse a chance de fazer as coisas certas dessa vez.




Ter a chance de ver o sorriso dela todos os dias é o bastante pra mim. Eu faria qualquer coisa para ver aquele sorriso no rosto dela todos os dias.




Hoje ela me contou uma das suas fraquezas. Eu tive vontade de abraçá-la e dizer que tudo daria certo e que eu não deixaria que mais nada ruim acontecesse com ela. Mas quem sou eu? Pra ela eu só sou o cara que usa um apelidinho ridículo para irritá-la. Aliás, ela me perguntou o motivo desse apelido, mas é claro que eu não contei. Como eu diria a ela que a chamo de apenas para me sentir mais próximo dela? Que eu só chamo ela assim para me diferenciar dos outros caras, que não sabem nada sobre ela, como eu sei?'
- Meu coração doía e as minhas mãos suavam frio. As lágrimas caiam na folha, fazendo com que algumas palavras fossem borradas.





'Ela está olhando pra mim agora mesmo e eu estou sentindo uma coisa aqui dentro, eu não sei explicar. Tudo relacionado a é inexplicável pra mim. O jeito dela, o meu jeito perto dela. TUDO! Mas é claro que ela nunca vai saber disso, afinal.. ela é a e eu sou o . Não somos próximos, não significamos nada um pro outro. Nos odiamos e sempre vai ser assim.




Sorte do cara que conseguir tê-la. Eu só queria saber qual é a sensação de gostar de alguém como ela, alguém que é inexplicavelmente maravilhosa e nem ao menos sabe disso.




Eu só quero que ela continue sorrindo. Só para eu continuar me sentindo desse jeito. Desse jeito que eu só fico quando ela sorri, quando ela olha pra mim. Desse jeito que eu não sei explicar, não entendo e não sei o que quer dizer.




Espero que tenhamos várias outras conversas civilizadas como a que tivemos hoje. Eu quero estar perto quando ela precisar de apoio, eu quero abraçá-la quando ela precisar de um abraço, eu quero defendê-la de qualquer idiota que tente quebrar o seu coração, eu quero protegê-la de qualquer sofrimento, eu quero estar tão próximo dela, como eu estive hoje. Mas é claro que eu não posso fazer nada disso. Como eu já disse, eu sou só o . Eu não mereço ter alguém tão incrível por perto.




Independentemente disso, ela sempre será o meu . Ok, não tão meu assim.'





Meu corpo parecia estar anestesiado. Anestesiado por um sentimento indescritível. Eu estava em prantos, meu coração doía, mas ele ainda batia. E se ele batia, era um sinal. Um sinal de que eu podia consertar tudo, eu podia tê-lo de volta.






'Obs: Sra.Dark, se a Sra. mostrar essa redação pra alguém, juro que troco de escola. A Sra. não vai querer perder o seu aluno favorito, não é? ' - Eu sorriso surgiu em meu rosto. Era tão insano o fato de conseguir me fazer chorar em um minuto e rir no outro.





Quando acabei de ler a carta, passei o olho por ela mais uma vez. Era a letra dele, ele escreveu aquilo. Escreveu sobre mim. Como eu pude ser tão estúpida? Como eu pude duvidar dos sentimentos dele? Ele já sentia aquelas coisas por mim antes mesmo de acontecer alguma coisa entre nós. Ele gosta mesmo de mim! Estava tão claro! Eu já sabia o que eu tinha que fazer.




Me levantei da cama com a redação nas mãos, coloquei um casaco qualquer e uma rasteirinha. Antes de descer, passei no banheiro para passar uma água no rosto. O mundo não precisava saber que eu estava chorando.




- To saindo, mãe. - Eu disse, pegando a chave do carro em cima da geladeira.


- Saindo pra onde, ? - Minha mãe disse, sem entender.


- Eu vou.. sair com as meninas. - Eu inventei na hora. - Nós vamos ao shopping. - Eu completei. - Não venho pra almoçar. - Dei um beijo no rosto dela e sai rapidamente em direção a garagem. Entrei no carro e joguei a minha bolsa de qualquer jeito no banco traseiro.




Eu tinha que falar com o , eu tinha que consertar tudo, eu tinha que tê-lo de volta. Dirigi em direção a sua casa o mais rápido que consegui. Cheguei, estacionei o carro e saltei do carro rapidamente. Toquei a campainha.


- ? - abriu a porta, arqueou a sobrancelha.


- Oi,. - Sorri pra ela. - O esta ai? - Perguntei rapidamente.


- Não esta.. ele saiu, mas não sei pra onde. - fez careta.


- Ele não disse nada antes de sair? - Eu perguntei, aflita.


- Ele disse que queria ficar sozinho. - disse, depois de se esforçar pra lembrar.


- Ficar sozinho? - Eu me esforcei para pensar em um lugar onde ele pudesse estar.


- É.. - concordou.


- JÁ SEI! - Eu quase gritei. deu um pulo, assustada.


- Sabe? - Ela riu.


- Obrigada, linda. - Eu dei um beijo no rosto dela e corri até o carro.




É claro! Que outro lugar ele iria pra ficar sozinho? Um lugar que só ele e eu conhecíamos? Como eu não pensei nisso antes? Voltei a ligar o carro e comecei a dirigir em direção ao local.




Fui pensando o caminho inteiro o que diria a ele. Como eu explicaria a mudança repentina de opinião. Sorri, quando percebi o quanto nervosa estava. O lugar não era tão perto, mas eu faria qualquer coisa para tê-lo de volta o mais rápido possível.




- Ah não.. - Eu disse, sentindo o carro morrer. - Não, não! Hoje não! - Eu fiz implorei. Tentei dar a partida, não consegui. Tentei pela segunda vez e ainda não consegui. - Vamos, por favor. - Eu implorei novamente. Como se o carro fosse mesmo me ouvir! Tentei pela terceira vez e novamente não consegui. - PUTA QUE PARIU! - Eu gritei furiosa, quando vi que o medidor de gasolina estava no zero. - Aquele filho da mãe do ... - Eu bufei, revoltada. Ele provavelmente gastou toda a gasolina na noite passada com a . - FILHO DA MÃE.. - Eu gritei, histérica. Tanto dia pro carro ficar sem gasolina, justo hoje?




Peguei o celular pra ligar e chamar o guincho. Disquei uma vez, o celular estava mudo.


- PEGA! - Eu gritei com o celular. Eu enlouqueci quando a frase ‘SEM SINAL’ apareceu no visor do meu celular. - Não, não, não, não. Isso não esta acontecendo! - Eu disse, tentando ligar novamente. – Pega, por favor! - Eu gritei novamente. Ergui o braço para ver se conseguia achar sinal. Não achei. Sai do carro e dei a volta nele com o celular no alto e nada de sinal. - Agora fodeu.. - Eu bufei, me recostando no capô do carro. - Não falta mais nada, mesmo. - Eu cruzei os braços e senti uma gota de chuva cair em minha cabeça. - ERA SÓ O QUE FALTAVA! - Eu gritei, olhando pro céu e vendo a enorme nuvem preta, que se formava em cima de mim. Olhei em volta. Eu estava no meio de uma estrada cercada por mato. Não havia carro nenhum por ali. - Eu vou matar o , juro! - Eu disse, tentando respirar fundo para não ficar ainda mais revoltada.




Sim, a chuva ficou ainda mais forte e eu tive que voltar pra dentro do carro. Fechei os vidros e tranquei as portas. Comecei a chorar, sem saber o que fazer. Eu estava sozinha no meio do nada! Eu estava com medo da chuva e principalmente com medo de ser pega por um maluca qualquer que passasse por ali.




Eu podia voltar a pé, mas não era perto e com essa chuva era impossível. - DROGA! - Eu soquei o volante. Mesmo quando eu quero fazer a coisa certa, tudo dá errado!






Depois de passar o começo da tarde fora, chegou em casa e subiu pro seu quarto sem falar com ninguém. Seu celular tocou.




- Alo? - Ele atendeu.


- E ai, cara. - respondeu.


- E ai.. - respondeu, enquanto trocava o canal da tv com o controle remoto.


- A ta com você? - perguntou.


- Vai se fuder, . - disse, bravo. - Você liga pra mim pra perguntar da ? - disse ainda irritado. Achou que estava zoando com ele por causa da noite passada.


- É sério, idiota. - quase riu. - Ela saiu com o carro e ninguém sabe onde ela ta.. - disse, sério.


- Eu não sei dela.. - respondeu, sem jeito. Quem dera se eu estivesse ali com ele. - Já tentaram o celular? - perguntou, começando a se preocupar.




entrou no quarto nesse minuto. Queria perguntar uma coisa qualquer pro irmão. pediu que ela esperasse.




- Já tentei 30 vezes. Dá fora de área.. - disse, preocupado.


- Ela não ta com as meninas? - perguntou.


- Você acha que eu já não falei com as meninas, gênio? - disse, irônico.


- Eu vou ver se consigo achar ela. Qualquer coisa eu te ligo. - disse, se levantando da cama e pegando o seu casaco.


- O que aconteceu ontem a noite, hein? – perguntou, desconfiado.


- Eu disse que vou acha-la, ok? - não quis da detalhes.


- Ta bom! – aceitou, desligou o telefone.




- O que aconteceu? - perguntou, curiosa.


- Nada.. - respondeu, pegando a chave do carro em cima do criado mudo.


- É a ? - deduziu.


- Não é nada, ! - disse, impaciente.


- Ela veio aqui, hoje.. - disse, sem saber se aquela informação ajudaria.


- O QUE? - olhou pra ela, achando não ter ouvido direito.


- Ela veio aqui! - repetiu, impaciente.


- O que ela disse? O que ela queria? - perguntou, eufórico.


- Perguntou se você estava aqui.. - respondeu, sem entender como aquilo ajudaria.


- E o que você falou? - agachou na frente da irmã para não saber de todos os detalhes.


- Falei que você tinha saído e que disse que queria ficar sozinho.. - disse, tentando lembrar o máximo de detalhes possíveis sobre a minha passagem pela casa dela naquela manhã.


- E.. - disse, impaciente. - FALA,! - gritou ,revoltado.


- Ela disse que já sabia onde você estava e saiu.. - disse, assustada com a atitude do irmão.


- Já sabia onde eu tava? - perguntou, pensativo. - Mas como? - arqueou a sobrancelha. - JÁ SEI! - gritou. É claro! Ele com certeza sabia que eu deduziria que ele estivesse no 'nosso lugar'. - Merda, não acredito que ela foi lá sozinha. - dissem ainda mais preocupado.


- Então anda logo! - riu.


- Obrigadooooooooooo,! - beijou a irmã e desceu as escadas correndo. Abriu a porta e se deparou com uma forte chuva. – E que se foda a chuva... - colocou a toca de seu casaco e correu até o carro.




Ele estava tão preocupado. Aquele lugar era perigoso e essa forte chuva piorava tudo. Se algo acontecesse comigo, ele não se perdoaria nunca. Dirigiu até lá o mais rápido que conseguiu. Parou em um lugar antes.




Quando estava quase chegando lá, viu um carro parado no acostamento. Achou que fosse o carro de , mas é claro que não era. Era impossível, não é? Foi chegando mais perto e só conseguiu ter certeza quando conseguiu enxergar a placa do carro.




- O que ela está fazendo parada aqui? - perguntou pra si mesmo em voz alta. Estacionou o seu carro atrás do meu e o desligou. Observou o carro e viu que estava tudo escuro, não conseguia ver nada. Sentiu seu coração disparar. Temeu pelo pior.




Desceu do carro e se aproximou do carro aos poucos, mesmo com a forte chuva. Olhou pro banco traseiro e viu que estava vazio. Olhou o banco da frente e ele também estava vazio.




- Caralho, cadê ela? - entrou em pânico, colocou as duas mãos na cabeça. A chuva continuava forte e ele não conseguia enxergar nada que estivesse a mais de 5 passos dele.


- ISSO É VERDADE? - virou-se rapidamente, depois de ouvir a minha voz.


- Graças a Deus! - Ele suspirou aliviado, assim que me viu.


- É verdade ou não? - Dei mais alguns passos na direção dele. A redação dele estava em minhas mãos.


- O que é isso? - olhou o papel com dificuldade. Estiquei o braço e ele pegou o papel, abriu e passou o olho por ele. Teve dificuldade em ler, pois ela estava todo molhado, mas com certeza ele reconheceu o que era e o que estava escrito ali. Olhou pra mim, sério.


- É verdade, ? - Eu perguntei pela 3° vez. sorriu, irônico


- Sério que você veio até aqui pra isso? - arqueou a sobrancelha.


- Responde.. - Eu disse, séria. Não tirei os olhos dele nem por um minuto.


- Vamos pro carro, . A chuva está forte. - começou a andar em direção ao carro, esperando que eu o acompanhasse.


- Eu não vou sair daqui enquanto você não responder.. - Eu não me movi e ele parou de andar no mesmo minuto. Voltou a me olhar, sério.


- Então fica ai.. - voltou a virar de costas e continuou a andar em direção ao carro. Antes que entrasse, parou. Achou que eu iria ceder, achou que eu ia acabar indo pro carro. Eu não fui. Ele não ia me deixar ali. Eu continuei sem me mover, porém meus olhos se encheram de lágrimas. Olhei pra ele e vi ele parado de costa pra mim.


- O que você quer que eu diga?! - gritou enfurecido, andando em direção a mim. – Hein? – Ele chegou até mim e parou na minha frente. Me olhava extremamente irritado.


- Eu quero que você diga se o que está escrito nessa redação é verdade ou se foi só pra ganhar nota! - Eu gritei, tentando evitar as lágrimas. olhou pra mim com os olhos cheios de lágrimas.


- Eu gosto de você, ! - Ele gritou, abriu os braços enquanto dizia. - Eu sou mesmo maluco por você desde do dia que eu te conheci! - As lágrimas em seu rosto se misturavam com as gotas de chuva, enquanto ele gritava.




A chuva tinha se tornado uma leve garoa e eu conseguia vê-lo bem agora. Eu conseguia ver que ele estava irritado por ter que falar tudo aquilo. Meu coração desmoralizou quando ouvi ele dizer que gostava de mim e que sempre gostou.




- Eu me importo com você, ok? Por que você acha que eu estou aqui? Ou você acha que eu vim aqui por que eu estava curioso pra saber o que você queria comigo? - Ele continuou gritando. As lágrimas não paravam de sair dos olhos dele e nem dos meus. - Eu nunca gostei de ninguém como eu gosto de você! - Ele deu mais um passo em minha direção. - Sim! Você é a última pessoa que eu penso antes de dormir e a primeira que eu penso quando eu acordo! - Ele já não estava conseguindo dizer aquilo com a raiva que queria. Ele foi amolecendo aos poucos. - Agora me diz! Me diz o que você vai fazer a respeito? - parou em minha frente, olhando em meus olhos. Seus olhos que antes me olhavam com raiva agora estavam tristes. Tristes e cheios de lágrimas. - Me diz qual parte você vai achar que é mentira dessa vez! - Ele continuou a me olhar nos olhos. - Me diz como você vai acabar com as minhas esperanças dessa vez. - Ele tentou evitar que as outras lágrimas escorressem por seu rosto. - Me diz o que mais você quer de mim, por que você já me tirou tudo! - Ele chegou mais perto. - O amor próprio, o orgulho, o coração.. – Ele tentava dizer de forma grossa, mas as lágrimas que saiam pelos seus olhos não deixavam. - E sabe do que eu mais tenho raiva? – me olhou com desprezo . - Mesmo depois de tudo, eu não consigo sentir raiva de você, eu não consigo tirar você da minha cabeça ou da minha vida. – A raiva em seus olhos se transformou em doçura . - Não dá pra olhar pra você e não sentir o meu coração disparar, não dá pra olhar pra você e não lembrar de tudo o que aconteceu em Nova York. - Meu coração estava em pedaços, as lágrimas não cessavam nem por um minuto. - É impossível estar perto de você e não sentir vontade de te abraçar, não sentir vontade de....beijar você. – Quando seus olhos decaíram até os meus lábios, uma lágrima escorreu pelo se rosto.




Eu me aproximei dele, subi uma das mãos até o seu rosto com a intenção se secar todas as lágrimas que ainda restavam lá. Ficamos olhando nos olhos um do outro durante um tempo. A garoa continuava a cair sobre nós.




- Eu amo você, . - Eu disse, enquanto ainda nos olhávamos nos olhos. Ao ouvir o que eu disse, sorriu e uma lágrima escorreu de seus olhos. Foi uma lágrima de emoção. Emoção por ter finalmente ouvido o que ele tanto queria e esperou.




voltou a olhares meus lábios e eu fiz o mesmo com os dele. Havia lágrimas em ambos os olhos. Olhou novamente em meus olhos, fazendo com que eu voltasse a olhar nos seus. Ele se aproximou lentamente e os nossos narizes se tocaram. Uma de suas mãos fez a volta em minha cintura e me puxou pra mais perto. Nossos corpos estavam colados. Ele segurou a minha mão e a levantou, entrelaçando os nossos dedos delicadamente. Fechei os olhos quando ele começou a roçar o seu nariz no meu da forma lenta. Sorriu fraco ao ver os meus se fecharem. Os lábios dele se encostaram nos meus. O beijo foi iniciado com um selinho e foi aprofundado quando eu dei passagem.




Um beijo nunca foi dado com tanto sentimento como aquele. Agora eu tinha certeza: eu estava exatamente onde eu deveria estar. Isso parecia tão claro pra mim. Parecia que os braços do tinham sido feitos sob a medida do meu corpo. Uma lágrima solitária escorreu dos meus olhos no meio do beijo.




A chuva não fez com que o beijo fosse dado de forma mais rápida. Subiu a mão que estava em minha cintura e levou até a lateral do meu pescoço, por debaixo do meu cabelo. puxou com delicadeza o meu lábio inferior, o que já havia se tornado um costume em todos os nossos beijos e descolou os nossos lábios lentamente. Abri os olhos e pude ver abrir seus olhos cheios de lágrimas lentamente, enquanto ele sorria fraco. se aproximou e beijou a lágrima que havia escorrido de meus olhos durante o beijo.




- Me desculpa, . - Eu disse e sorri fraco. Abracei ele o mais forte que eu consegui e ele retribuiu. O abraço mais doce e molhado da minha vida. Terminei o abraço. - Eu sei que a chance de darmos certo é de uma em um milhão... - Eu sorri, sem jeito.


- Nós podemos transformar essa chance em um milhão de chances. Por você, eu tento quantas vezes eu puder. - Ele sorriu sem mostrar os dentes, enquanto colocava uma mecha do meu cabelo (que por sinal estava todo molhado) atrás da orelha.


- Eu não quero ficar longe de você nunca mais. - Eu sorri, me aproximando dele e dando-lhe um selinho.


- Eu não vou deixar isso acontecer. Eu prometo. - Ele disse, olhando em meus olhos mais uma vez. Dei outro selinho, que dessa vez foi um pouco mais longo.


- Você me beijou na chuva! Foi tão fofo! - Eu ri, sem jeito.


- É, eu sei.. - Ele também riu, sem jeito. - E se você contar isso pra alguém, eu te mato. - Ele fez cara de mau.


- Ta, eu não conto.. - Eu revirei os olhos. Os dedos dele estavam entrelaçados nos meus. Ele voltou a rir, sem jeito. - Você realmente se lembra do que eu vestia no dia que nos conhecemos? - Eu perguntei, curiosa.


- Claro que eu me lembro. - Ele disse com tanta convicção, me fazendo rir.


- Onde é que você estava esse tempo todo, hein? - Eu quase ri. ainda estava em minha frente. Suas duas mãos tinham seus dedos entrelaçados nos meus.


- Bem do seu lado. - sorriu fraco.


- Como eu demorei tanto tempo pra notar você? - Eu perguntei, sem entender.


- Como eu demorei tanto tempo pra te chamar de minha? - perguntou no mesmo tom.


- De certa forma.. eu sempre fui sua. - Eu sorri, encantada. - Seu .. - Eu completei e ele riu baixo. Sim, eu me lembrei da redação dele.


- Eu achei que você odiasse quando eu te chamava assim.. – Ele arqueou a sobrancelha, rindo.


- E odeio. Odeio tudo sobre você. Mas o que eu posso fazer? Eu amo te odiar. – Ele quase riu. Negou a cabeça e cerrou os olhos. Me puxou novamente pra perto dele, soltou minhas mãos e colocou seus braços em torno de mim.


- Meu .. - Ele sorriu de forma boba, olhou meus olhos. Nossos rostos estavam bem próximos.


- Eu ficaria aqui pra sempre se eu pudesse. - Eu sorri, sem jeito.


- Eu também, mas eu acho melhor nós irmos embora. Já está escurecendo - Ele disse, olhando pro céu.


- Já? - Eu fiz bico.


- Você nunca assistiu filme de terror, não? Nós somos o casal que estamos sozinhos no meio da estrada, cercados de matos. - disse, tentando ficar sério. - O Jason deve sair detrás daquela árvore a qualquer momento. E também tem o cara da serra elétrica... - não aguentou e começou a rir.


- PARA! - Eu gritei. Ele sabia que eu morria de medo de filmes de terror. me abraçou, vendo que eu fiquei com medo.


- Eu estou aqui pra te proteger de qualquer coisa. Não se preocupa. - terminou o abraço, para que pudesse voltar a olhar meu rosto.


- Eu não estou preocupada. – Eu disse e sorri, comovida. Quando é que eu imaginaria que seria uma namorado tão fofo e romântico?


- Vem.. - Ele segurou a minha mão e me puxou até o carro dele.


- Espera, mas e o meu carro? - Eu perguntei, antes de entrar no carro dele.


- Tranca ele. - riu. - Quando nós chegarmos na sua casa, chamamos um guincho. - disse.


- Já ta fechado, só tenho que pegar a minha bolsa. - Fui até o meu carro, peguei a minha bolsa e voltei a trancá-lo.




Fui em direção ao carro do , ele abriu a porta do carro pra eu que entrasse.


- Mas eu to molhada.. - Eu fiz careta, olhando pra minha roupa.


- Não tem problema. - Ele riu, negando com a cabeça.Entrei no carro, ele fechou a porta, deu a volta no carro e se sentou no banco do motorista.




- Antes de te deixar em casa, podemos ir dar uma volta em algum lugar? - perguntou, ligando o carro.


- Pode ser.. - Eu sorri pra ele, colocando o cinto de segurança. - Só não podemos esquecer do guincho. – Eu ri.


- Ta.. - Ele riu. - Assim que acharmos sinal de celular, nós ligamos e pedimos pra eles virem buscar. - me tranquilizou.


- Certo.. - Eu concordei com um sorriso sem jeito no rosto. Eu não acredito que eu e nos acertamos.




Demoramos um certo tempo pra achar o sinal. Só achamos, quando chegamos bem perto da cidade. Liguei pro guincho, passei o endereço de onde o carro estava e eles me disseram que passariam pegar o carro em alguns minutos.




- Pra onde você ta me levando? - Eu perguntei, curiosa.


- Chegamos.. - disse, estacionando o carro. Era uma praça iluminada e bonita. - Não é o Central Park, mas com você.. todo lugar é o Central Park. - sorriu pra mim, antes que saísse do carro.




Saiu do carro, deu a volta e abriu a porta pra que eu saísse. Não havia mais chuva, só um céu cinzento. Eram 17:00. Desci do carro e eu e começamos a andar, lado a lado.


- Então.. nós estamos realmente saindo juntos...? - perguntou, querendo ter certeza. Suas mais estavam nos bolsos. Ele não conseguia acreditar no que estava acontecendo.


- Nós sempre saímos juntos...só que agora é de um jeito diferente. - Eu respondi, sorrindo de forma divertida.


- Esse jeito é o meu favorito.. - quase riu e virou o seu rosto para olhar pra mim.


- Também é o meu.. - Eu ri, achando graça.


- Eu nunca consegui encontrar uma garota como você.. – me olhou, me lançando um olhar doce.


- E o que eu tenho que as outras garotas não tem? – Eu perguntei com um olhar desconfiado. Ele tinha que tomar cuidado ao responder aquilo.


- Eu! – disse e eu ri e neguei com a cabeça.


- Nossa.. que convencido! – Eu fiz careta.


- Eu to brincando.. – gargalhou. – O que você tem que as outras garotas não tem? – repetiu a minha pergunta, pensando em uma resposta. – Pra mim tudo. – Ele disse, sério.


- Fala sério... – Eu sorri do quanto ele era bobo.


- Eu estou falando sério! – Ele riu da minha desconfiança. – Ninguém sorri como você, ninguém tem olhos tão lindos como os seus, ninguém tem um jeito tão delicado e ao mesmo tempo tão valente como você, ninguém... roubou o meu coração como você roubou. – se pôs em minha frente, fazendo com que eu parasse de andar e ficasse em sua frente.


- Quer dizer que todas as garotas que você saiu e namorou até agora foram.. – Eu disse, esperando que ele concluísse.


- Tentativas fracassadas de esquecer você ou de sentir algo maior do que eu sinto por você. – sorriu de forma encantadora.




O celular dele tocou, acabando com o clima, DROGA!




- Alô? – disse.


- Oi, . – disse.


- Oi, .. – revirou os olhos.


- Achou ela? – perguntou, curioso.


- Achei.. – olhou pra mim e sorriu.


- Cadê ela? – perguntou rapidamente.


- Ela ta aqui comigo.. – respondeu, enquanto ainda olhava pra mim com um sorriso lindo no rosto.


- Hmmmmmmmmmmmmm, seu pilantra. O que vocês estão fazendo? – disse com um tom de desconfiança.


- Há-há, gracinha. Estamos jogando futebol! O que você acha? – forçou uma risada irônica. Eu gargalhei nesse momento.


- Hm, foi mal atrapalhar. – continuou rindo.


- Tudo bem.. – também riu.


- Eu vou ligar pro , avisando que você ta com ela. Então é melhor não demorar pra levar ela embora, se não ele vai desconfiar.. – aconselhou.


- Beleza, eu já vou levar ela. – disse e voltou a revirar os olhos.


- Ta bom então. Abraço, cara. – desligou.




- Tem que me levar embora? – Eu fiz bico.


- O seu irmão vai desconfiar.. – fez cara de chateado.


- E o que tem? Uma hora ele vai ter que saber.. – Eu arqueei a sobrancelha.


- Vamos com calma! Ele vai ter que saber com calma! Deixa isso comigo.. – disse, todo precavido. – Enquanto isso eu não penso em um jeito de fazer, ele não precisa saber. – avisou.


- Ta.. – Eu revirei os olhos.


- Mas é claro que eu posso esperar mais um pouco pra te levar embora... – olhou pra cima, disfarçando. – Nós ainda temos tempo pra fazer algumas coisas, se você quiser.. – voltou a me olhar e sorriu, se achando um cara de pau.


- Eu adoraria COMER alguma coisa mesmo.. – Eu sorri, me fiz de desentendida.


- Engraçadinha.. – fez careta e depois riu. Se aproximou, segurou a minha mão.


- Qual é, foi engraçado sim.. – Eu cerrei os olhos, rindo.


- Eu adoro o seu senso de humor sem graça, . – grudou os nossos corpos e aproximou nossos rostos.


- Cala a boca.. – Eu ri e fingi estar indignada. riu, colocando seus braços em torno da minha cintura e me levantando do chão. Eu gargalhei e coloquei meus braços em torno do pescoço dele.


- Não me provoca hein, garota. – fingiu fazer cara de mal, enquanto me carregava pra algum lugar. Eu continuei rindo e coloquei as pernas em torno da cintura dele.


Me levou até um banco da praça e me colocou sentada lá, soltando a minha cintura e se sentando em minha frente. Tirei minhas pernas, que estavam em torno da cintura dele. Ele deu um enorme sorriso, me olhando nos olhos.


- Se eu pudesse, ficaria o resto da minha vida assim...olhando pra você. – disse, baixinho.


- Eu nunca achei que você fosse um romântico.. – Eu sorri fraco, olhando pra ele de bem perto.


- Eu não era.. – sorriu, sem jeito. – Já ouviu falar que o amor transforma? – perguntou com um sorriso divertido no rosto. – Você me transformou. – olhou em meus olhos, se aproximou e selou meus lábios rapidamente..


- Não quebre o meu coração de novo, . – Eu disse, um pouco mais séria. – Lembre-se que você está dentro dele. – Eu sorri sem mostrar os dentes.


- Eu não vou.. – se aproximou e deu um beijo longo em meu rosto.


- E por que você esta demorando tanto pra me beijar? – Eu disse, sem conseguir segurar o riso.


- Você me faz perder o rumo, garota .– riu, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, enquanto seus olhos encararam meus lábios. Segundos depois, nossos lábios já estavam colados. Dei a passagem pra que ele aprofundasse o beijo, rapidamente. Os dedos de suas duas mãos estavam entrelaçados no meu cabelo.




O beijo não foi tão longo, tínhamos que ir embora. Ele terminou o beijo.


- Droga, temos que ir pra casa. – disse, fazendobico. Deu mais alguns selinhos, sendo o último o mais longo deles.


- Ta, então vamos. – Eu ri com a quantidade de selinhos.




Voltamos a andar, dessa vez no caminho contrário que havíamos feito. Chegamos no carro dele, ele abriu a porta e eu entrei. Ele deu a volta e se sentou ao meu lado.


- Agora você tem que deixar eu ver a sua redação.. – disse, ligando o carro.


- Até parece.. – Eu gargalhei. – Você me entregou a sua por que você quis.. – Eu disse, ainda rindo.


- Eu não entreguei nada.. – arqueou a sobrancelha.


- Não? Então quem colocou a sua redação de baixo da minha porta, hoje? - Eu olhei pra ele, sem entender.


- Eu não sei.. – olhou pra ele, achando estranho. – Estava no meu quarto com as minhas coisas.. – disse, confuso.


- ! – Eu e falamos juntos.


- Se não fosse por ela... – Eu sorri, agradecendo ela mentalmente .


- Mas como ela sabia? – riu, chocado.


- Ela é mais esperta do que você pensa.. – Eu disse.


- Realmente.. – riu, ainda surpreso. – É igualzinha o irmão.. – disse, convencido.


- Ok, Sr.Ego. Se você quer mesmo que o não desconfie de nada, é melhor me levar embora. – Eu disse e ele riu.




Começou a dirigir e em poucos minutos, estávamos em minha casa. Fomos o caminho todo conversando e nem notamos a demora do caminho até a minha casa..


- Eu vou embora, antes que o me veja. – avisou, estacionando o carro. – Ele vai desconfiar de toda essa minha felicidade.. – disse e eu ri.


- Ok.. – Eu continuei a rir.


- Então, boa noite. – se aproximou e deu um beijo longo em minha bochecha.


- Boa noite.. – Eu sorri pra ele. – E obrigada por ter ido atrás de mim. Eu nem sei o que eu faria sozinha naquele lugar.. – Eu sorri, agradecida.


- Eu sempre vou estar aqui pra te proteger e te ajudar em qualquer coisa. Não se esqueça disso. – disse com um sorriso fraco no rosto, se aproximou e deu um beijo na ponta do meu nariz, me fazendo rir.


- Obrigada. – Eu repeti, abri porta do carro e sai.




só saiu, quando viu que eu entrei em casa. Quando cheguei, fez um interrogatório, como já era previsto.




- ONDE VOCÊ TAVA? – perguntou, revoltado.


- Acabou a gasolina do carro e não deu pra vir embora. – Eu disse, lançando um olhar maligno pra ele. Aposto que ele se lembrou de que tinha esquecido de abastecer.


- Oh, merda! Eu esqueci de abastecer.. – passou a mão pelo rosto, se lamentando.


- Ahh, é mesmo? – Fuzilei ele com os olhos.


- DESCULPA! – Ele disse, achando que eu não precisava fazer tanta tempestade só por conta daquilo.


- Ta.. – Eu revirei os olhos. – Agradeça o , depois. – Eu disse, subindo as escadas. – Ele estava passando e me trouxe de volta pra casa. – Eu gritei do andar de cima.


- E o nosso carro? – gritou, arregalando os olhos.


- O guincho está trazendo. – Eu sorri, já que ele não estava vendo e entrei no meu quarto.




Fui direto tomar banho, estava totalmente molhada. Fiquei alguns minutos embaixo do chuveiro lembrando do dia, lembrando do . Era impossível achar uma palavra pra descrever o que eu estava sentindo. Felicidade parecia tão limitado e pouco.




e eu estávamos juntos e agora era de verdade. Sabíamos o que sentíamos um pelo outro e mais nada podia estragar o que estávamos vivendo.




Eu estava tão extasiada, que não quis jantar, mesmo a minha mãe insistindo várias vezes. Quando me deitei na cama, meu celular vibrou: ‘NOVA MENSAGEM DE . Era o que estava escrito no visor. Sorri, antes de ver a mensagem.





‘Já estou sentindo sua falta.




Queria você aqui comigo, mas o que me consola é que vou ver o seu sorriso amanhã. É ele e você que me fazem ter certeza de que eu não poderia ser um cara mais feliz do que eu sou hoje.




Obrigado por existir, . Obrigado por ser minha.




Boa noite.’





Sim, meus olhos voltaram a se encher de lágrimas. não podia ser mais fofo, mais perfeito pra mim. Ele era o cara dos meus sonhos. Era tão fácil perceber.




Eu respondi a mensagem dessa vez:





‘Você mudou o meu mundo, . Obrigada por me fazer sentir o que eu nunca havia sentido.




Boa noite, .’





Ao receber a mensagem, o coração de acelerou. Leu e quando terminou, sorriu sozinho. Agora sua vida estava completa. Agora ele tinha quem ele sempre quis.


Capítulo 19 - Fazendo o primeiro encontro acontecer




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Nossa, mas que felicidade é essa? - disse, se sentando ao meu lado no sofá. Tinha acabado de acordar, assim como ele.


- Que felicidade, garoto? - Eu desconversei, sem jeito.


- Olha lá, hein .. - disse, desconfiado.


- O que? - Eu me fiz de desentendida.


- Olha o cunhado que você vai me arrumar.. - arqueou a sobrancelha e eu gargalhei pra disfarçar, é claro.


- Se toca, besta. - Eu continuei a rir e me levantei do sofá e subi pro meu quarto pra evitar mais pressão de .




Peguei o celular e deitei na cama. Já eram 10 horas e ainda não havia dado sinal de vida. Eu precisava mandar um torpedo.





'Esqueceu de mim, né? :( '





Enviei a mensagem, enquanto me deitava na minha cama e assistia um desenho qualquer.




também estava deitado na sua cama, enquanto assistia um filme que já havia assistido 30 vezes. Levou um susto quando o seu celular (que estava sobre o seu criado mudo) vibrou. sorriu, quando viu que a mensagem era minha. Leu riu, balançando a cabeça negativamente. Respondeu:





'Como se isso fosse possível!


Eu achei que ainda estava dormindo, por isso não mandei torpedo. Mas adorei saber que você não consegue ficar longe.




Bom dia, . ;)'





Ao ler a mensagem, revirei os olhos. Ele era tãaaao convencido. Ri sozinha, enquanto respondia a mensagem:




'Convencido..


Então.. tudo bem?'




Ele gargalhou quando recebeu a mensagem. Respondeu:



'Só vou ficar bem, quando eu te ver de novo. E você?'




Ri de forma boba, quando li a mensagem. Ele fazia com que eu me sentisse a garota mais especial do mundo. Respondi:




'Estou bem. Dormi muito bem..'





Ele sorriu espertamente quando leu a mensagem. Respondeu:




'Aposto que sonhou comigo.'




Gargalhei ao ler a mensagem. Respondi:




'Você tem razão..haha'




Ele riu, lendo a mensagem. Respondeu:




'Posso te ligar? Quero ouvir a sua voz.'




Morri aos poucos, enquanto li a mensagem. era tão fofo. Respondi:



'Pode!'




recebeu a mensagem e sorriu. Discou o meu número ansiosamente.




- Alô? - Eu atendi com a voz mais doce que eu consegui.


- Hey.. - Ele disse no mesmo tom que eu.


- Bom dia.. - Eu disse, quase rindo.


- Agora sim, está sendo um bom dia. - Ele respondeu.


- Como foi a sua noite? - Eu perguntei, tentando não mostrar o quanto a resposta anterior dele tinha me matado.


- Eu acho que nunca dormi tão bem. - Ele disse de forma engraçada.


- Aposto que sonhou comigo. - Repeti a frase dele e ele riu, fazendo com que eu risse também. Ouvir a risada dele aquela hora da manhã me deixava totalmente atordoada.


- Você ainda tem duvidas? - Ele perguntou, parando de rir.


- Ainda bem.. - Eu disse, encantada.




Ficamos em silêncio por um tempo. Aquele momento era tão incrível e novo pra nós, que não sabíamos como agir.




- O que vamos fazer hoje? - interrompeu o silêncio.


- Nós vamos fazer alguma coisa hoje? - Eu perguntei, empolgada.


- Claro! Eu preciso te ver ... - disse do jeito mais doce do mundo.


- Hm.. tipo um encontro?- Eu perguntei com uma voz duvidosa.


- Eu acho.. - riu. - E até sei onde nós vamos.. - Parecia que ele tinha acabado de ter uma ideia.


- Onde? - Eu perguntei, curiosa.


- Não vou contar...É surpresa! Desculpa, linda. - Ouvir ele me chamar de linda fez com que eu me arrepiasse toda.


- Hm.. - Eu disse, pensativa. - Certo, mas como vamos fazer pra nos encontrar? - Eu perguntei, sem saber.


- Vai pra casa da com o seu carro. Eu te pego lá. - deu a ideia.


- Ok, que horas? - Eu perguntei.


- Agora.. - Ele riu.


- Agora? - Eu repeti, achando ter ouvido errado.


- É! Eu quero passar o dia todo com você.- Ele explicou da forma mais doce. OMG, lindo demais.


- Para de fazer isso.. - Eu ri, sem jeito.


- Isso o que? - perguntou, sem entender sobre o que eu me referia.


- De me falar essas coisas.. - Eu disse com um sorriso bobo.


- Você vai ter que se acostumar, por que eu nunca vou deixar de te dizer o quanto você é linda e o quanto eu sou louco por você. - disse. Percebi que ele também estava todo sem jeito ao dizer isso.


- Você me deixa tão desconcertada! Eu nem sei como responder.. - Eu disse, frustrada.


- Não precisa responder. - Ele riu do quanto eu estava envergonhada.


- Ok, então eu vou me arrumar ou irei me atrasar. - Eu disse, me levantando da cama.


- Ok, eu também vou me trocar. - respondeu, enquanto também se levantando da cama.


- Como eu vou vestida? - Eu perguntei, já que eu não fazia ideia de onde nós iríamos.


- Tanto faz.. você fica linda de qualquer jeito.. - disse e eu gargalhei.


- ! - Eu até senti minhas bochechas queimarem.


- É sério! - Ele disse, controlando a risada.


- Até daqui a pouco. - Eu disse, antes que eu me atrasasse ainda mais.


- Beijos, até. - desligou o telefone.




Desliguei o telefone e fui rapidamente me trocar. Já tinha em mente a roupa que eu vestiria. Desci, avisei a minha mãe que iria a casa da e ficaria lá durante a tarde. Ela disse que estava tudo bem.




Era a hora de me trocar. Coloquei um shortinho, uma blusa branca bem larguinha e uma rasteirinha. Prendi o cabelo em um coque mal arrumado, fazendo que algumas pontas do meu cabelo ficassem soltas. Coloquei uma gargantilha e um anel que combinasse e pronto. Eu estava pronta. ( VEJA A ROUPA AQUI ).




estava tão entretido com seu jogo de videogame, que nem percebeu quando eu peguei a chave do carro em seu quarto. Desci as escadas, me despedi dos meus pais e fui pro carro.




No caminho, liguei para a para avisar que eu estava indo na casa dela e ela disse que estava tudo bem e que estava me esperando. Quando cheguei lá, ela estava lá na varanda. Fui até ela.




- Hm, ta gatinha.. - me analisou.


- São seus olhos.. - Eu disse e ela gargalhou.


- Mas então, você e o Jonas se acertaram mesmo? - perguntou, confusa.


- Sim.. - Eu respondi, sem jeito.


- Que fofos! - disse, empolgada.


- Eu até tive coragem de assumir pra ele que... - Eu comecei a dizer e parei, sem coragem.


- Assumir o que? - arqueou a sobrancelha.


- Eu disse pra ele.. que eu amo ele. - Eu sorri, sem jeito.


- COMO ASSIM? - ficou chocada.


- Foi meio que automático, espontâneo, sei lá... - Eu ri, lembrando da cena.


- Mas você ama mesmo? - me olhou ,assustada.


- Eu não sei.. - Eu olhei pra ela, confusa. - Eu nunca me senti assim. É.. - Eu pensei na palavra perfeita para usar.


- Estranho? - riu.


- É! - Eu concordei, rindo.


- Também é assim comigo e com o . É inexplicável. - sorriu de forma boba.


- É exatamente isso! - Eu concordei.


- Quem diria.. você e o .. - voltou a rir, sem acreditar.


- Pois é! Isso nunca passou pela minha cabeça. - Eu ri. - Mas é que ele é tão.. fofo, romântico e lindo. Ele se preocupa comigo, sabe? Quando eu estou com ele, eu sei que eu vou ficar bem... - Eu conclui.


- Falando nele.. - olhou pra rua. Eu olhei pra trás e vi estacionando o carro.




saiu do carro. Usava uma calça jeans escura, uma camiseta azul piscina (que por sinal era bem apertadinha :p), um tênis preto e um rayban preto. Ele olhou pra mim, sorriu. Só em vê-lo, senti meu coração disparar. Ele estava tão bonito e charmoso. Quando chegou mais perto, foi em direção a .




- Hey ! - Ele deu um beijo no rosto dela.


- Olá, Jonas. - riu. - Mas quanto perfume, hein? - fez careta.


- Só por que seu namorado é um fedido, eu não preciso ser. - disse e rapidamente levou um tapa de . - AI! - gritou, fazendo careta.


- Eu vou contar pro , hein.. - riu.


- Deixa que eu me acerto com ele depois. - brincou e piscou um dos olhos.


- Você é tão gay, Jonas. - revirou os olhos e gargalhou.


- Eu só estou brincando, garota! - continuou rindo.




então se virou pra mim, se aproximou para me beijar e eu virei o rosto, fazendo com que ele só conseguisse beijar o meu rosto.


- Hey! Vai com calma, cowboy! - Eu disse e gargalhou ao meu lado.


- O que? Vai dar uma de difícil agora? - fingiu estar bravo.


- Agora? - Eu arqueei a sobrancelha.


- Vocês podem calar a boca e ir logo? Eu ainda nem tomei café. - resmungou, rindo.


- Vamos então.. - Eu ri, dando alguns passos em direção ao carro de .


- Valeu, . - olhou pra ela e sorriu.


- Juízo hein.. - gritou. voltou a olhar pra e fez cara de safado.


- Besta.. - Eu gargalhei, dando um tapa no braço dele. riu dele mesmo.




Fomos até o carro dele, ele abriu a porta do carro para que eu entrasse, me sentei e ele fez o mesmo, segundos depois.




- Você não vai mesmo me contar aonde nós vamos? - Eu perguntei novamente, curiosa.


- Er...não. - Ele olhou pra mim e riu.


- Por que não, poxa? - Fiz bico, tentando convencê-lo.


- Deixa de ser curiosa, . - Ela sorriu, olhando pra mim.


- Então pare de me deixar curiosa, . - Eu disse e ele riu.


- Não é muito longe daqui. - avisou. - Você já vai ver onde é.. - disse, continuando a dirigir.




Não se passaram nem 10 minutos, quando entramos em uma estrada de terra.




- Eu entendi o que você quer fazer, Jonas. Esse seria um ótimo lugar pra me matar, não é? Ninguém acharia meu corpo aqui. - Eu disse, fingindo estar séria. Não fazia a menor ideia de onde nós estávamos.


- Eu sei disso.. - olhou pra mim, sério. No segundo seguinte, começou a rir.
- Você é tão engraçadinho.. - Eu fiz careta.


- Eu sou muito mais que isso. Você sabe.. - olhou pra mim, convencido.


- Eu não sei de nada.. - Eu disse, enquanto ria.




Finalmente parecíamos ter chego ao lugar misterioso. Havia um estacionamento lotado e uma placa enorme dizendo 'Camping Atlantic City'.


- Espera.. mas esse não é o.. - Eu disse, pensativa.


- Sim. Nós viemos aqui com o pessoal há 5 anos atrás.. - disse descendo do carro. Abriu a porta para que eu saísse.


- Wow! Faz muito tempo que eu não venho aqui! - Eu disse, enquanto passava um filme na minha cabeça. pegou uma cesta no porta malas do carro.


- Eu sei disso, é por isso que te trouxe aqui. - olhou pra mim e sorriu.


- Ta diferente.. - Eu analisei, enquanto nos aproximávamos da entrada do local.


- Sim, eles reformaram recentemente. - explicou.




Passamos pela portaria e entramos. Eu estava impressionada. O lugar estava realmente diferente e era realmente bom estar ali de novo.




- Está bem mais bonito aqui.. - Eu disse, olhando por todo o local. caminhava ao meu lado.


- Está mesmo. Eu também não tinha voltado aqui depois daquele dia. - também olhava por todo o local.


- Então, o que vamos fazer? - Eu parei na frente dele.


- Você ta com fome? - perguntou.


- Um pouco.. - Eu ri, sem jeito.


- Eu também! Vamos.. - sorriu, segurou a minha mão e me puxou.


- O que tem na cesta? - Eu perguntei, olhando pra cesta.


- Você já vai ver.. - continuou a me puxar.




Nós paramos em frente de um gramado, onde algumas pessoas estavam fazendo piqueniques.




- Aqui ta bom? - perguntou pra mim. Nossos dedos ainda estavam entrelaçados.


- Nós vamos fazer um piquenique? - Eu sorri, empolgada.


- Se acharmos um bom lugar, nós vamos. - disse fazendo com que risse.


- Esse lugar está bom sim. - Eu sorri pra ele.


- Então vem.. - voltou a me puxar. Paramos embaixo de uma árvore, por causa da sombra.




Nos sentamos frente a frente com as pernas cruzadas como os índios fazem. A cesta estava no chão, entre nós.




- Acho que já sei o que tem na cesta.. - Eu disse e olhou pra mim, sorriu divertidamente.


- Vamos ver.. - abriu a cesta. Aos poucos foi tirando de lá coisas como biscoitos, torradas, morangos, suco de laranja, chocolates e etc.


- Tudo isso está com uma cara tão boa.. - Eu analisei e sorriu.


- Que ótimo, por que a minha mãe passou a manhã toda fazendo essas coisas. - riu por um momento.


- Sua mãe fez tudo? E você, não fez nada? Você não tem vergonha, não? - Eu disse, tentando provocá-lo.


- Uma coisa eu fiz! - sorriu de forma esperta, olhou pra mim.


- Hm e o que seria? - Eu olhei pra ele, desconfiada.


- Chocolate quente! - tirou de dentro da cesta uma garrafa térmica.


- Não acredito! - Eu gargalhei. Rapidamente me veio a lembrança do nascer do sol que vimos juntos em Nova York, enquanto tomávamos o mesmo chocolate quente.


- Você gostou da outra vez, então.. - sorriu de forma doce pra mim. Colocou o chocolate quente em duas xícaras e me entregou uma delas.


- Ninguém faz um chocolate quente como você.. - Eu disse depois de tomar um gole do chocolate quente.


- Um elogio! Finalmente.. - riu.


- Eu também gostei do seu rayban.. - Eu disse, me aproximando e tirando o rayban dos olhos dele. - Você vai ter que me emprestar ele. - Eu disse, colocando o rayban em meus olhos.


- Ficou bom em você. - olhou pra mim e sorriu fraco.


- Ficou? - Eu olhei pra ele e fiz uma pose.


- Aliás, você está muito bonita hoje. - sorriu, sem jeito.


- Obrigada.. - Eu sorri fraco.




Terminamos de comer depois de um tempo. Os biscoitos que a mãe dele havia feito eram simplesmente deliciosos.




- Estava tudo ótimo. - Eu sorri, depois de terminar de comer o último biscoito.


- Que bom.. – Ele sorriu, satisfeito. - E o que vamos fazer agora? - olhou pra mim.


- Não sei.. - Eu disse, pensativa.


- Vamos dar uma volta, enquanto isso você vai pensando no que fazer. - disse se levantando. - Vem, eu te ajudo. - estendeu a mão em minha direção. Segurei sua mão e ele me puxou.


- Obrigada. - Eu disse, limpando toda a grama que estava no meu short.




pegou a cesta e fomos juntos levá-la até o carro dele. Na sequência, começamos a andar pelo camping.




- É engraçado voltar aqui.. - Eu ri, me lembrando do que aconteceu da última vez que estive ali.


- Só por que foi aqui que você deu o seu primeiro beijo? - olhou pra mim, sério.


- Hey! Como você sabe disso? - Eu olhei pra ele, sem entender.


- Eu vi.. - respondeu, olhou pra mim com um sorriso sarcástico no rosto.


- Não acredito! - Eu gargalhei.


- Por que você acha que eu também dei o meu primeiro beijo aqui? - riu, olhou pra mim.


- Nem vem! Nada justifica você ter beijado aquela magrela.. - Eu disse rindo e fazendo cara de nojo.


- Nem me lembra. Tenho esse trauma até hoje.. - fez cara de nojo e eu gargalhei.


- Aquele garoto nunca mais me procurou. Eu fiquei arrasada.. - Eu disse, me esforçando para lembrar do rosto do garoto.


- Ok, promete que não vai ficar brava? - fez cara de quem tinha feito coisa errada.


- Hm, por que? - Eu olhei pra ele, desconfiada.


- Promete primeiro.. - riu.


- Prometo.. - Eu continuei a olhá-lo de forma desconfiada.


- Bem.. digamos que naquele dia eu tenha encontrado aquele garoto que você deu o seu primeiro beijo. Você sabe, andando pelo Camping e ... - hesitou falar.


- E.. - Eu arqueei uma das sobrancelhas.


- E eu tive uma conversinha com ele. - riu baixo.


- Oh..não. Você não fez isso.. - Eu fuzilei ele com os olhos.


- Você prometeu que não ia ficar brava.. - sorriu, tentando fazer com que eu não ficasse brava.


- Não acredito, . - Eu comecei a rir. Ele não podia estar falando sério.


- Ele não era um bom partido pra você.. - também riu.


- E quem é um bom partido pra mim? - Eu arqueei a sobrancelha, sorrindo.


- Tirando eu, ninguém. - disse e segurou o riso.


- Que graça.. - Eu gargalhei.


- O que? Você sabe que é verdade! - riu.


- Cala a boca.. - Eu empurrei ele, enquanto ele ainda ria.




Continuamos a andar por um tempo. De repente, parou e olhou pra cima. Fiz o mesmo e vi um teleférico passando por cima de nós.




- Nem pense.. - Eu neguei com a cabeça.


- Tarde demais.. - riu e me puxou.


- NÃO ! EU NÃO VOU! - Eu tentei me soltar das mãos dele.


- Vaaamos! Por favor! - fez cara de cachorro que caiu da mudança.


- Você sabe, eu tenho medo. - Eu disse, fazendo bico.


- Eu estou com você. - sorriu lindamente, olhando em meus olhos. - Eu estou segurando a sua mão. - olhou para as nossas mãos, que estavam grudadas. - Eu não vou sair do seu lado. - sorriu fraco, esperando pela minha resposta.


- Ain..ta bom.. - Eu tentei sorrir, revirei os olhos. Como é que eu iria dizer não?


- Obrigado. - se aproximou e beijou a minha bochecha. – E devolve o meu rayban. – estendeu a mão.


- Não, por que? Eu gosto dele. – Eu fiz cara feia.


- Seus olhos são tão bonitos. Eu não consigo vê-los quando você está com o rayban. – sorriu fraco. Ok, ele me convenceu. Pegou o rayban e pendurou em sua camiseta.




A fila do teleférico não estava muito grande, portanto logo chegou a nossa vez de subir no teleférico, que tinha capacidade de 2 pessoas por carrinho.




- Ahn, , eu não quero ir mais. - Eu disse, quando vi o carrinho que subiríamos se aproximar.


- Confia em mim, ta? - segurou a minha mão com força, tentando me passar toda a tranquilidade.




O carrinho finalmente chegou até nós e eu e subimos rapidamente. O carrinho começou a andar e quando eu percebi que não havia mais nada abaixo de nós, tirando árvores. Eu pirei!




- Isso é muito alto! - Eu disse com medo. Fechei os olhos e grudei no braço dele.


- Hey, olha pra mim. Só pra mim. - disse de forma calma. Fiz o que ele pediu, ele sorriu pra mim. - Respira, ta? - Ele sorriu, preocupado. - Olha só, eu estou segurando a sua mão. - segurou a minha mão e entrelaçou nossos dedos. - Eu não vou soltar. - olhou pra mim, seus olhos doces me encaravam e o sorriso não saia de seu rosto nem por um segundo.


- Ta.. - Eu tentei relaxar. Respirei fundo e depois de um tempinho, eu parecia estar mais calma.




Ficamos um tempo em silêncio. Eu precisava me acalmar e o precisava de um tempo para pensar na coisa certa a se dizer.




- Eu estou feliz por você estar aqui. - disse, enquanto sorria fraco.


- Eu também estou feliz por estar aqui com você. - Eu sorri, sem jeito. Nossas mãos ainda estavam fortemente grudadas.




- Posso perguntar uma coisa? - Eu perguntei.


- Claro.. - sorriu, olhou pra mim.


- Se você gosta de mim há 6 anos. As namoradas que você teve até agora foram.. - Eu comecei a falar.


- Tentativas frustradas de tirar você da minha cabeça. - sorriu desconfortavelmente.


- Hm..e aquela garota que você disse que se apaixonou e quando ia contar isso pra ela, você viu que ela tinha outro.. - Eu me recordei.


- Sim, era você. - olhou para os nossos dedos entrelaçados. - Eu ia contar o que eu sentia por você e vi você com o Peter.. - pareceu chateado ao relembrar.


- Oh.. não deve ter sido legal.. - Eu me arrependi de ter tocado no assunto.


- É, não foi, mas tudo bem. - olhou pra mim. - O que importa é o agora e agora você esta aqui comigo. - começou um sorriso lentamente. Sorri, encantada.


- Nossa, a visão é linda aqui de cima. - Eu disse, olhando em volta.


- A visão é realmente linda aqui de cima. - disse olhando pra mim. Eu fiquei vermelha da hora.


- Eu não entendo como você pode estar solteiro até agora. Todas as garotas da escola querem uma chance com o Jonas. - Eu sorri, sem jeito.


- Eu já disse que eu não quero nenhuma outra. - balançou a cabeça negativamente. - Eu tenho tudo o que eu sempre quis, tenho você. - sorriu fraco, olhou em meus olhos.


- Por que eu? Vendo você falando assim, parece até que eu não sou a única garota do mundo. - Eu sorri totalmente encantada.


- É a única que me interessa. - , que ainda segurava a minha mão, começou a fazer um leve carinho na mesma.




Não deu tempo de eu responder. O teleférico parou e tínhamos que descer. Já havíamos chego ao outro lado do Camping.




- Vem, vamos conhecer esse lado do Camping. - me puxou e continuamos a andar de mãos dadas.


- Olha! Vamos ali ver. - Eu apontei. Fui eu que puxei ele dessa vez.




Andamos até um gramado, onde tinha uma grande árvore coberta de flores vermelhas. Embaixo dela, estava coberto por aquela mesmas flores, fazendo com que a paisagem ficasse ainda mais linda. Era uma das melhores imagens que eu já havia visto.




- Wow, é lindo. - disse, chocado.


- Vamos ali, embaixo da árvore. - Eu puxei ele novamente. Caminhamos até a árvore e entramos em baixo dela.


- É enorme! - disse olhando pra cima. A árvore era realmente gigante.




Me sentei sobre as flores vermelhas. continuava de pé, olhando para a enorme árvore.




- Eu acho que nunca vi uma árvore tão bonita. - Eu sorri, olhando pra cima como o .


- Nem eu.. - sorriu e olhou pra mim. Se sentou ao meu lado, ficando na direção contrária que a minha e de frente pra mim (desse jeito,clique aqui ). Estávamos bem perto um do outro e ele sorria pra mim.




- O que foi? - Eu ri, sem entender.


- Nada.. - riu também.


- Fala... - Eu quase ri. Ele estava me olhando com aquele sorriso lindo. O que aconteceu?


- Você é tão diferente das outras garotas.. - sorriu fraco.


- Por que? - Eu arqueei a sobrancelha e sorri, sem jeito.


- Enquanto as outras garotas ficam felizes por que compraram sapatos novos, você fica feliz por que encontrou uma árvore. - continuou a sorrir. Ele falava tudo tão perto de meu rosto, olhando em meus olhos e eu fazia o mesmo.




- Mas eu também fico feliz quando compro sapatos novos. - Eu disse e riu.


- Você entendeu o que eu quis dizer.. - Ele riu baixo.


- Você sabe que agora você terá que me trazer aqui sempre, né? – Eu sorri de forma divertida.


- Eu te levo pra onde você quiser. Desde que não seja pra longe de mim, tudo bem. - sorriu fraco, enquanto colocava uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.


- Eu não conseguiria ir pra longe de você, seu bobo. - Eu sorri, sem jeito.


- Olha que eu acredito, hein.. - cerrou os olhos e sorriu. Ele ainda olhava em meus olhos.


- Você não confia em mim? - Eu arqueei a sobrancelha.


- Se eu não confiasse, você acha que eu te emprestaria o meu rayban? - disse, segurando o riso.


- Você tem razão, eu esqueci do rayban. - Eu gargalhei.


- Eu gosto da sua risada. - sorriu fraco e olhou para os meus lábios.


- E eu gosto de você. - Eu sorri, sem jeito.


- Você vai deixar eu te beijar agora? - Ele sorriu todo tímido e voltou a olhar nos meus olhos.


- Eu não sei. Eu acho que eu vou ter que pensar.. - Eu fiz cara de pensativa.


- Enquanto você pensa, eu acho que eu posso dar um beijo aqui.. - se aproximou, beijou carinhosamente a minha bochecha. - E aqui.. - beijou a minha testa. Sorriu, olhou pra mim. - Aqui também.. - se aproximou, beijou a ponta do meu nariz.




Eu não conseguia dizer nada, apenas sorria enquanto ficava imóvel, deixando ele fazer o que ele quisesse. Ta, nem tudo, né?




- E é claro. Eu não posso esquecer daqui.. - quase riu, se aproximou e beijou o meu queixo. Voltou a olhar em meus olhos. As pontas dos nossos narizes se tocaram. Meus olhos abaixaram-se para olhar os lábios dele.


-Você é um bobo, sabia? – Eu ri por um momento, encantada com tudo o que ele tinha acabado de fazer.


- Sou o seu bobo. – Ele sorriu sem mostrar os dentes. Virou a sua cabeça para a direita e selou os meus lábios, virou para a esquerda e fez o mesmo. Uma das mãos dele, foram até a lateral do meu pescoço, embaixo das pontas soltas do meu cabelo.




Eu é que me aproximei dessa vez e selei os lábios dele. Ele sorriu, satisfeito. Tirou a sua mão do meu pescoço e aproximou ela do meu queixo. Um de seus dedos tocaram o meu queixo, fazendo com que meu rosto fosse em direção ao dele. Nossos lábios se tocaram e dessa vez era pra valer. Meus olhos se fecharam, assim como os dele.




O beijo começou lentamente como sempre. Eu dei a passagem que ele precisava e ele aprofundou o beijo. Enquanto nos beijávamos, o dedo de uma das mãos dele fazia um leve carinho em minha bochecha. Sua mão então desceu até o meu braço, que estava estendido já que eu estava apoiando a minha mão na grama. A mão dele deslizou delicadamente pelo meu braço, fazendo com que eu me arrepiasse inteira. Ele sorriu, quando percebeu isso. Levei a minha mão até o rosto dele para evitar que ele terminasse o beijo.




Um vento forte bateu, fazendo com que dezenas de flores vermelhas caíssem da árvore, que estava em cima de nós. Terminamos o beijo juntos e olhamos pra cima. Vimos todas aquelas flores caindo. Ainda estávamos tão perto um do outro e a minha mão ainda estava no rosto dele.




- Que ótimo! Agora nos estamos cobertos de flores. - riu, abaixando a cabeça e olhando pras nossas roupas. Tirei a mão do rosto dele e olhei para a minha roupa.


- Pelo menos não é grama como da outra vez. - Eu ri e ele também riu.


- É mesmo.. - continuou a rir. Olhou pra mim e sorriu.


- O que? - Eu perguntei, sem entender.


- Tem uma flor aqui na sua cabeça. - riu e levou uma de suas mãos até a minha cabeça e retirou a flor.


- Tirou? - Eu perguntei, rindo.


- Tirei. - Ele sorriu, olhou pra mim. Levou a mesma flor pra perto do meu rosto e a colocou atrás da minha orelha. - Assim fica melhor. - Ele sorriu, vendo como eu havia ficado com aquele pequeno adereço que ele havia acabado de colocar.


- Ficou bom? - Eu sorri, vendo o belo sorriso no rosto dele.


- Ficou linda. - Ele sorriu fraco, olhou carinhosamente pra mim. Sorri, sem jeito.


- Às vezes, eu tenho medo de isso ser só um sonho.. - Eu disse, ficando um pouco mais séria.


- Pode ser um sonho sim, mas tudo bem. Porque quando você acordar, eu prometo que vou atrás de você na vida real. - sorriu fraco.


- As vezes eu fico pensando se você é mesmo real.. - Eu sorri e olhei pro rosto dele de bem perto.


- Se eu não fosse real, o meu coração não estaria tão disparado agora. - sorriu. - Sente só. - pegou a minha mão e levou até o peito dele. Parecia que havia uma danceteria dentro dele, juro.


- Nossa.. - Eu ri, chocada.


- Ele fica assim toda vez que eu penso em você, toda vez que eu falo de você, toda vez que eu te vejo, toda vez que eu escuto a sua voz e principalmente quando eu estou perto de você, como agora . - sorriu fraco.


- Espero que eu seja a única que consiga essa proeza.. - Eu sorri, sem jeito.


- Eu tenho certeza de que você será a única. - olhou em meus olhos, se aproximou e me deu um selinho demorado. Quando ele terminou o selinho, abracei ele com força e ele fez o mesmo.


- Não tem melhor abraço que o seu, sabia? - disse em meu ouvido, quando o abraço ainda não havia sido terminado. - É a melhor sensação do mundo saber que tudo o que eu sempre quis está aqui nos meus braços. - disse olhando pra mim, depois de ter terminado o abraço.


- Eu me sinto tão bem como você... - Eu olhei ele nos olhos. - Eu me sinto.. a melhor garota do mundo. - Eu ri de mim mesma.


- Você é a melhor do mundo pra mim. - Ele sorriu docemente. - Acho que foi por isso que.. - Ele hesitou falar e sorriu, sem jeito.


- Que.. - Eu tentei fazer ele falar.


- Que... você sabe.. eu me apaixonei por você. - Ele olhou pra baixo. Fazia isso quando estava envergonhado.


- Espera. - Eu sorri, chocada. - Você acabou de dizer que você é apaixonado por mim? - Eu esperei ele voltar a me olhar e foi isso o que ele fez.


- Eu não estou apaixonado por você. - Ele disse balançando a cabeça negativamente. Se aproximou mais do meu rosto e parou quando nossos narizes se tocaram. - Eu te amo, . - Ele sussurrou, enquanto sorria fraco. Se aproximou e colou seus lábios nos meus, dando novamente um selinho demorado. Uma das minhas mãos subiu até a nuca dele ,impedindo que ele terminasse o selinho. Ele entendeu o que eu queria.




Nossos olhos se fecharam rapidamente e eu dei a passagem para que o beijo fosse aprofundado mais uma vez. Aproveitei que estávamos em um local confortável e deitei sobre as flores, trazendo ele por cima de mim. Seus cotovelos estavam apoiados nas flores que estavam no chão (nas laterais do meu corpo) para que o peso dele não recaísse tanto sobre mim. Minha mão continuava na nuca dele e as vezes eu fazia um carinho no cabelo macio dele.




Ele terminou o beijo alguns minutos depois, certamente com medo de estar me sufocando. Antes de sair de cima de mim, ficou um tempo parado me olhando de perto e sorrindo pra mim.




- Você é pesado, sabia? - Eu disse, segurando o riso.


- Os meus músculos pesam né, querida. - disse rindo, fazendo com que eu risse junto. Ele saiu de cima de mim, se deitando ao meu lado.


- Tão convencido.. - Eu fiz careta, rindo.


- Tão realista.. - Ele revirou os olhos.


- O que nós vamos fazer agora? - Eu perguntei, sem olhá-lo. Nós dois olhávamos pra cima.


- Eu já sei.. - se levantou rapidamente.


- O que você vai fazer? - Vi ele se agachando, procurando alguma coisa. - O que você ta procurando? - Eu ri, sem entender.


- Uma pedra.. - disse, ainda procurando.


- Tem uma ali.. - Eu apontei e ele foi até lá.


- Eu acho que essa dá.. - pegou a pedra nas mãos e a observou.


- Dá pra que? - Eu arqueei a sobrancelha.


- Vem, levanta. - foi até mim e estendeu o braço em minha direção. Segurei as mãos dele e ele me levantou.


- O que você vai fazer? - Eu disse, já de pé.


- Vem.. - segurou a minha mão e me puxou pra perto do tronco da árvore. Ele parou na frente do enorme tronco e começou a riscá-lo com a pedra.


- Não, não acredito.. - Eu sorri, sem acreditar.


- Eu vou escrever o meu nome e você escreve o seu.. - riu, enquanto escrevia seu nome na árvore.


- Ah para. Isso é tão careta.. - Eu fingi cara de nojo.


- Daqui alguns anos nós vamos voltar aqui e isso ainda vai estar aqui. - sorriu, entregando a pedra na minha mão.


- Mas , eu acho que nós não podemos fazer isso. Você sabe, se um dos inspetores do Camping verem isso.. - Eu disse, rindo. Ele era doido.


- Vai logo.. - me pressionou.


- Ta.. - Eu fiz careta. Escrevi o meu nome embaixo do dele. - Espera, falta o coração. - Eu disse, antes de desenhar um coração em torno dos nossos nomes. - Pronto. - Eu disse, assim que terminei de escrever.




Ambos ficamos observando o 'desenho' por um tempo. se aproximou por trás e colocou seus braços em torno do meu corpo, me abraçando por trás.




- Você tem noção de quanto tempo essa árvore vai ficar aqui? Você tem noção de quantas pessoas vão passar por aqui e ver os nossos nomes aqui? - perguntou, falando em meu ouvido.


- Eu não tinha pensado nisso.. - Eu sorri, pensando naquilo que ele havia acabado de me falar.


- Todos os casais que passarem por aqui, vão querer ter um amor como o nosso. É impossível. - beijou o meu ombro. Eu me virei de frente pra ele, os braços dele continuavam em torno da minha cintura. - Todas as garotas que passarem por aqui, vão querer um cara que as ame, como eu amo você. Mas é claro que isso também não é possível. - sorriu sem mostrar os dentes, enquanto seus olhos doces olhavam nos meus.


- E todos os caras que passarem por aqui, vão querer uma garota que ame eles, como eu te amo, . - Eu passei as minhas mãos em torno do pescoço dele. Sorri, encantada com toda a doçura dele.


- Você tem razão. Isso foi meio careta.. - fez careta.


- Ahn, foi bonitinho. - Eu sorri, olhando pro desenho.


- Você é que é bonitinha.. - Ele sorriu, dando um beijo na ponta do meu nariz.




O celular dele começou a tocar, fazendo com que nós tivéssemos que nos desgrudar para que ele atendesse.






- Alô? - quis saber quem era.


- Oi .. - disse.


- Ahn,oi .Beleza? - fez uma careta pra mim.


- Eu to bem e você, cara? - respondeu, sem desconfiar de nada.


- Também.. - disse com medo de falar alguma besteira.


- Vamos jogar? Eu comprei um jogo novo. - propôs.


- Jogar? Agora? - arregalou os olhos pra mim.


- É, ué.. - riu.


- Não dá, cara. - fingiu estar desapontado.


- Por que? - perguntou, também desapontado.


- Minha mãe pediu pra eu levar ela no mercado. Sabe como é né.. - fingiu estar chateado com a situação.


- É, eu sei. - fez o mesmo.


- Podemos marcar outro dia.. - disse, para não deixar tão chateado.


- Ou pode ser quando você chegar.. - deu a ideia.


- Quando eu chegar? - revirou os olhos pra mim.


- É, você acha que vai demorar muito ai? - perguntou.


- Um pouco, acho... - fez careta.


- Então quando você chegar, passa aqui. - pediu.


- Ta, pode ser então. - fingiu estar satisfeito.


- Beleza. Até mais, cara. - se despediu.


- Até.. - desligou o celular, fazendo cara feia.






- O que ele queria? - Eu perguntei, rindo.


- Ele quer que eu vá na sua casa, jogar o jogo novo com ele. - cruzou os braços, revoltado.


- Por que você não conta pra ele de uma vez? - Eu questionei.


- Ainda não. Quando for a hora certa, eu vou falar. Eu preciso preparar ele primeiro. - explicou.


- Você acha que ele não vai gostar? - Eu dei alguns passos em direção a ele.


- Eu acho que ele vai querer me matar. - riu.


- Não exagera.. - Eu balancei a cabeça negativamente.


- Quem disse que eu to exagerando? - voltou a rir pra mim.


- Tudo bem. Então nós temos que ir, né? - Eu perguntei meio chateada. Eu sai andando.


- Não, espera. - correu até mim, entrou na minha frente.


- Você não vai ficar chateada comigo, né? - disse, fazendo bico.


- Não.. - Eu tentei mentir.


- Vai mentir pra mim agora? - sorriu fraco.


- Só vamos embora, ok? - Eu balancei a cabeça negativamente.


- Espera, eu tenho que te dar uma coisa antes. - continuou na minha frente, evitando que eu saísse andando.




Olhei pra ele, sem entender. Ele colocou uma das mãos no bolso e de lá tirou uma caixinha. Me assustei na hora. Ele estava indo muito rápido.. né?




- Calma, não é o que você ta pensando. - riu. Abriu a caixinha e tirou de lá uma pulseira com um pingente de coração.


- Wow.. - Eu sorri, chocada.


- Eu comprei ela da última vez que eu estive aqui. Todas as minhas economias foram pra ela. - riu, se recordando.


- É linda.. - Eu disse, encantada.


- Eu comprei pra você. Eu ia te dar naquele dia, mas eu não tive coragem depois que fiquei sabendo que você tinha ficado com aquele garoto.. - sorriu, sem jeito.


- Eu não sei o que dizer, . Ela é linda. - Eu disse sorrindo como uma boba.


- É claro que eu tive que fazer uns ajustes nela, já que você cresceu um pouquinho durante esses anos. - riu. - Eu quero que fique com ela. Ela sempre foi sua. - abriu a pulseira, para colocar em meu pulso.


- Esse é o melhor presente que eu já ganhei. - Eu sorri pra ele, comovida. Tudo o que fazia era tão doce. A cada minuto ele me surpreende de um jeito diferente.


- Ficou boa. - disse, depois de colocar a pulseira em meu pulso.


- Ficou linda. - Eu sorri, ainda impressionada com a doçura daquele momento.


- Sabe esse coração? - mostrou o pingente, que já estava em meu braço.


- Sim.. - Eu olhei pra ele, esperando que ele continuasse.


- É o meu. - sorriu sem mostrar os dentes. - Agora é seu. - Ele olhou pra mim e sorriu fraco, esperando a minha reação.


- eu não sei o ...que dizer. - Eu disse, senti meus olhos se encherem de lágrimas. - Eu não sei como agradecer. - Eu sorri pra ele ,sem reação.


- Sorria. Nunca deixe de sorrir. - se aproximou, passou um dos dedos pela minha bochecha e sorriu. - Seu sorriso é a minha maior recompensa. - se aproximou ainda mais e dei um beijo demorado em minha testa. Quando ele terminou o beijo, ele voltou a olhar em meus olhos, que estavam cheios de lágrimas.




- Você é a razão do meu sorriso. - Eu sussurrei e me aproximei, dando um selinho nele. Selinho esse que iniciou um beijo rápido. O beijo foi finalizado por mim. Eu sabia que tínhamos que ir embora.




- Obrigada. Eu adorei. - Eu dei o último selinho.


- Tudo bem. - Ele sorriu, satisfeito.


- Então vamos, antes que o te ligue de novo. - Eu passei a mão pelo meus olhos para limpar qualquer vestígio de lágrima.


- Vamos combinar uma coisa: quando o estiver perto e eu disser que você é chata.. e eu pedir pra você parar de encher o meu saco, na verdade eu quero dizer que você é linda e que eu amo você. - deu a ideia.


- Hm.. e se eu disser que você é insuportável, na verdade eu quero dizer que eu te amo também. - Eu sorri divertidamente e concordou com a cabeça.


- Certo. – e eu rimos. - Então vamos.. - segurou a minha mão, entrelaçou os seus dedos nos meus e andamos em direção ao teleférico. Precisávamos pegar o teleférico novamente para voltarmos pro outro lado do camping e pegarmos o carro. Fomos pra fila do teleférico, que estava bem pequena por sinal. Entramos.




- Não está com medo agora? - sorriu, olhou pra mim.


- Eu não fiquei com medo aquela hora. - Eu revirei os olhos e ri.


- Ah não? Você quase arrancou o meu braço. - gargalhou.


- Exagerado.. - Eu mostrei a língua e ele voltou a rir.




Chegamos do outro lado do camping e fomos pro estacionamento. Pegamos o carro e fomos em direção a casa da .




- Nossa, . Você tem que renovar essa sua coleção de CD. - Eu disse procurando um CD bom pra ouvir.


- Meu carro, meu rádio. Vamos ouvir o que eu quiser. - arqueou a sobrancelha pra mim.


- Não, coloca no Rádio então. - Eu disse, dando um tapa na mão dele, quando vi que ele ia colocar o CD.


- Hey! O motorista escolhe a música. A passageira escuta e fica quietinha. - sorriu ironicamente pra mim.


- Chato.. - Eu cruzei os braços, revoltada. Ele colocou Beatles. Ta, não era tão ruim assim.




Chegamos na casa da em poucos minutos. e estavam na casa dela.




- Já chegaram? - perguntou, quando nos viu descer do carro.


- Tudo bem, gente? - Eu sorri pra eles.


- Nossa, como o deixa você de bom humor, né ? - brincou, fazendo com que e rissem.


- Nossa, você é tão engraçado ! A não deve parar de rir quando está com você. - Eu sorri, sarcasticamente.


- E ai.. - nos alcançou. Ele estava guardando a cesta de piquenique no porta malas para evitar que visse.


- E ai, cara. - e fizeram um toque qualquer.


- Por que chegaram tão cedo? - perguntou.


- O pediu pra eu ir na casa dele. - fez careta.


- Quando você vai contar pra ele? - perguntou.


- Quando ele estiver pronto pra saber. - sorriu, se sentando ao lado de .


- Então não vai ser nunca, né? Ele vai te matar. - tentou avisar.


- Eu sei, mas eu vou conversar com ele. Vai ficar tudo bem. - piscou pra mim, tentando me tranquilizar.


- Boa sorte. - fez careta.


- Eu ainda não acredito que vocês.. estão juntos. - riu, olhou pra mim e pro .


- Depois de tantas brigas e ódio..- riu.


- É , se cuida. Vai acabar acontecendo a mesma coisa com você e o . - provocou , que lhe lançou um olhar maligno.


- Nem morta.. - revirou os olhos.


- Já falei, se quiser eu arranjo o pra você. - Eu entrei na conversa.


- EU NÃO QUERO. - disse, brava.


- Ele quer.. - deixou escapar.


- O que? - de repente se interessou.


- Eu já te disse que o é afim de você. - Eu ri.


- Eu não achei que você estivesse falando sério.. - olhou pra mim, sem jeito.


- Você ainda não percebeu que ele é afim e você? Só falta ele lamber o chão que você pisa. - olhou pra cara dela e riu.


- Ele vive me irritando. - tentou justificar.


- E você acha que o não me irritava? - Eu sorri pra ela.


- Eu sei, mas vocês são exceções. - fez careta.


- Eu sei que eu sou bem mais charmoso que o e bem mais bonito e inteligente... - disse, se achando.


- .. – Eu revirei os olhos, rindo.


- Enfim, o não é tão ruim assim. – também riu.


- Parem com isso, ok? - voltou a ficar brava. - Eu não quero nada com ele e pronto. - Ele disse, convicta.


- Então ta.. - ergueu os ombros.


- Eu to indo então.. - disse, pegando a chave do carro em seu bolso.


- Dá pra você me deixar em casa? - perguntou. - Eu sei que agora vai rolar aquele papo chato de garota.. - fez careta.


- Deixo.. - gargalhou.


- Então ta. Beijos, amor. - se aproximou, dando um selinho demorado em .


- Até amanhã, amor. - sorriu, encantada.


- Sonha comigo, ta? - deu mais um selinho nela.


- É impossível não sonhar com você, meu anjo. - respondeu com um sorriso bobo.


- Ta, já chega. - disse com cara de nojo. deu alguns passos em direção ao carro do e parou, para esperar .


- Boa noite. - Eu disse, sem jeito. andou até mim e parou em minha frente.


- Boa noite.. - Ele riu, por que sabia que todos estavam olhando e esperando um beijo. se aproximou e deu um beijo demorado em minha bochecha.


- Seus chatos.. - mostrou a língua. Todos queriam ver o beijo.


- Cuida da sua vida, garota.. - mostrou a língua para . - Boa noite pra vocês. - disse, antes de virar de costas e caminhar em direção ao seu carro. Antes que ele entrasse no carro, olhou pra trás.


- ! - Ele gritou e todos olharam, inclusive eu. - Sonha comigo, ta? - disse com uma voz diferente. Ele estava imitando o . Eu gargalhei, assim como .


- É impossível não sonhar com você, meu anjo. - Eu afinei a voz para deixá-la parecida com a da . A não conseguia se conter.


- Vocês são hilários, hein.. - disse, sarcasticamente.


- Vocês são um casal agora. Eu ainda vou me vingar, Jonas.. - ameaçou.


- Eu não faço essas viadagens, não.. - segurou o riso e entrou no carro. fez o mesmo na sequência.





- TA! Agora me conta tudo! - disse, eufórica. Me sentei de frente pra e .


- Eu conto, mas só se vocês não zoarem o . - Eu disse, rindo. - Não vão poder contar pros meninos também. - Eu dei a condição.


- Nós não vamos. - disse, ansiosa.


- Prometem? - Eu disse, desconfiada.


- Prometo, caramba! - riu. - FALA LOGO, MULHER. - me pressionou.


- Bem, ele me levou pro Camping... - Eu comecei a contar.


- Aquele que nós fomos há anos atrás? - disse, pensativa.


- É, onde eu dei o meu primeiro beijo. - Eu disse para que elas se lembrassem.


- Agora eu lembro. - riu.


- Então, ele levou uma cesta pra nós fazermos um piquenique. Fizemos o piquenique, embaixo de uma árvore e depois fomos andar de teleférico. - Eu sorri, me lembrando.


- Achei que você tivesse medo de altura.. - disse, confusa.


- Eu tenho, só que ele me convenceu a ir. Ele segurou a minha mão e disse que não ia soltar. - Eu contei e elas piraram.


- Own. - Os olhos de brilharam.


- Então nós descemos e demos uma volta. Encontramos uma árvore linda. Ela era enorme, coberta de flores vermelhas. O chão, embaixo da árvore, estava coberto de flores. O lugar era incrível. Então.. - Enquanto eu contava, parecia que eu estava revivendo tudo.


- Então.. - riu, esperando a minha continuação.


- Nós sentamos e ele sentou na minha frente. Então, ele começou a dizer o quanto eu sou diferente das outras garotas, disse o quanto gostava da minha risada e.. ele acabou me beijando. - Eu continuei a contar.


- OWN,MEU DEUS! - sorriu, encantada.


- Ai, ele colocou uma flor aqui no meu cabelo. Me mostrou o quanto o coração dele estava disparado e disse que ele só ficava assim quando ele estava comigo. - Eu ri, quando vi o quão impressionada elas estavam.


- Eu não sabia que o era tão fofo.. - comentou.


- Você ainda não viu nada.. - Eu gargalhei.


- Ta, continua.. - disse, eufórica.


- Ele então disse que se apaixonou por mim, por que eu sou a melhor garota do mundo pra ele. Então.. ele disse.. que.. - Eu hesitei dizer. e me olhavam, esperando pela minha continuação.


- Não acredito que ele disse.. que.. - sorriu, chocada.


- Sim, ele disse que me ama. Depois nós escrevemos o nosso nome naquela árvore... - Eu ri da surpresa delas.


- OWWWWWWWWWWN.. - Elas disseram juntas.


- Ai ele me deu essa pulseira. - Eu mostrei a pulseira em meu pulso.


- Tem um coração, own.. - olhou a pulseira de perto.


- Ele me disse que esse é o coração dele e que agora ele é meu. - Eu sorri, enquanto um filme passava pela minha cabeça.


- ELE NÃO FEZ ISSO! OH MY GOD! - gritou, perplexa.


- O É MUITO FOFO. - estava em choque.


- E ai nós viemos embora. - Eu terminei a história.


- Que perfeito. - Os olhos de brilharam.


- Ah e esqueci de de contar. Ele disse que gosta de mim há 6 anos. - Eu disse e elas arregalaram os olhos.


- Mas então foi quando vocês se conheceram.. - concluiu.


- Pois é.. - Eu concordei.


- Ele esperou 6 anos por você! - disse,surpresa.


- Eu sei! É insano.. - Eu ri baixo.


- Cara, eu preciso de um namorado. - disse com um bico enorme.


- , você não tem alguém por que você não quer. Você sabe que você é afim do e ele também é afim de você. - Eu disse, séria para que ela não achasse que eu estava zoando.


- Blá,blá. Vocês só falam disso. - revirou os olhos.


- Ela ta certa.. - concordou comigo.


- Eu já entendi, ok? E não quero que vocês façam nada. - tentou sorrir.


- Mas.. - tentou questionar.


- Por favor.. - implorou.


- Ta.. - e eu dissemos juntas.


- Muito obrigada. - Ela sorriu, agradecida.


- Ok, garotas. Eu tenho que ir embora. - Eu me levantei. - Acho que o já chegou na minha casa há algum tempo. Já posso ir pra lá. - Eu expliquei. Eu e havíamos combinado de chegarmos em horários diferentes na minha casa para que o não desconfiasse.


- Ok.. - sorriu pra mim.


- Vou ficar. Meu pai vem me buscar daqui a pouco. - explicou.


- Boa noite. - Eu dei um beijo em cada uma.


- Vê se disfarça essa sua felicidade ou o vai perceber. - me avisou.


- Ok, eu vou tentar. - Eu ri.


- Boa noite. - sorriu pra mim.




Eu fui pro meu carro e dirigi em direção a minha casa. Quando cheguei lá, vi o carro de estacionado e sorri sozinha. Entrei em casa. Meus pais estavam no sofá, assistindo uma novela qualquer. Sentei ali com eles e conversei por um tempo. Subi pro andar de cima na sequência e decidi entrar no quarto de .




- Oi .. - Entrei no quarto dele, sem bater.


- Oi.. - olhou pra mim. estava ao lado dele. - Onde você tava? - Ele perguntou.


- Na casa da .. - Eu menti na cara dura. Qual é, era por um bem maior.


- Hm.. - Ele voltou a jogar.


- OI . - disse, usando seu tom de implicância.


- Não enche, Jonas. - Eu sorri falsamente pra ele.


- Estúpida como sempre. - ironizou.


- Chato como sempre. - Eu também ironizei.


- Já estava sentindo falta dessas brigas.. - riu.


- Não sei como você aguenta ela.. - suspirou.


- O que? – Olhei pro e fuzilei os olhos.


- Você é chata garota. Não enche o meu saco. - me olhou, sério. Aqui está o nosso trato! Ele estava dizendo que me ama! Own.


- E você é um idiota insuportável. - Eu disse, fingindo estar brava. Bati a porta com força e ri sozinha. Quando entrei no meu quarto, fechei a porta e me recostei dela. Eu ainda não acreditava em tudo o que havia acontecido naquele dia.




Fui pro banho e fiquei um bom tempo lá. Ás vezes eu parava e pensava. Pensava se eu merecia mesmo tudo aquilo, pensava se tudo aquilo era real, pensava se aquilo duraria para sempre. Quando terminei o banho, me troquei e fui pra minha cama. Tinha duas opções: Ou eu dormiria muito bem ou eu não dormiria.




tinha despertado uma coisa jamais despertada em mim: o amor. Eu nunca soube qual era a sensação de amar e ser amada. me ensinou isso. Me ensinou que não importa o quanto tempo passe, quantos lugares você passe, quantas pessoas você conheça. O amor pode estar do seu lado, onde você menos espera.




Quando saiu da minha casa, foi direto pra sua casa. Ainda estava meio abobalhado. Não sabia como havia conseguido disfarçar perto de . Só ele sabia qual era aquela sensação. Sensação essa que ele esperou 6 anos pra sentir, sensação que ele chegou a achar que não sentiria.




estava apaixonado como sempre esteve, mas dessa vez era diferente. Era diferente por que ele não sentia mais aquele medo de me perder pra qualquer outro cara qualquer. Ele sabia que eu sentia o mesmo, ele sabia que eu queria aquilo tanto quanto ele, ele sabe que eu sou dele e de mais ninguém.




Chegou em casa, não quis jantar. Foi pro seu quarto, tomou um banho rápido e foi pra cama. Pegou o celular, me escreveu um torpedo:




'Eu sonhei tanto com o dia de hoje, que acho que nem preciso mais dormir. A minha vida se tornou o meu maior sonho e eu quero viver todo o resto dela do seu lado.



Obrigado pelo melhor dia da minha vida. Ele não seria possível se você não estivesse comigo.



Eu amo você hoje, amanhã e sempre.


Beijos, .'





Quando escutei meu celular vibrar, sorri. Eu já sabia que era ele. Parece que enquanto eu lia aquela mensagem, eu ouvia ele me dizendo aquelas palavras. Respondi:








'Você transformou o meu mundo, .Ele é melhor, agora que você está nele.



Obrigada por tudo. Cada palavra, cada gesto significou o mundo pra mim.



Eu amo você, .


Beijos.'




Ao receber a mensagem, sorriu de forma boba. Cada detalhe daquele dia passava pela cabeça dele. Seu coração ainda estava disparado a as suas pernas ainda estavam bambas. Ele mal esperava pelo dia seguinte, ele mal esperava para me ver de novo, ele mal esperava para sentir tudo de novo.


---


Peter não está em paz, é claro. Ele sabe que eu e estamos juntos e ele não vai sossegar enquanto não nos separar.




- Já sei o que vou fazer pra separar aquele casalzinho ridículo. – Ele sorriu, pensativo. Seu plano seria posto em prática no dia seguinte.


Capítulo 20 - Strike do amor




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Bom dia, mãe. - Eu sorri pra minha mãe, assim que cheguei na cozinha.



Eram 6 horas da manhã e eu já estava pronta para ir pra escola., como sempre, estava atrasado.



- Bom dia, querida. - Minha mãe, sorriu. - Nossa, mas toda essa produção é só pra ir pra escola? - Minha mãe, riu.


- Produção? Que nada mãe, me arrumei em 5 minutos. - Eu tentei desconversar. Ok, na verdade foram 15 minutos. TA! Foi meia hora e dai? O vai estar lá, né.


- Ta legal, me conta quem é ele.. - Minha mãe se sentou em minha frente.


- Ele quem, mãe? - Eu gargalhei. Na verdade, eu estava disfarçando.


- Eu sou a sua mãe, lembra? Eu sei quando você está mentindo. - Minha mãe sorriu sarcasticamente.


- Ahn, droga. - Eu voltei a rir, sem jeito.


- Fala, quem é? - Minha mãe arqueou a sobrancelha.


- É um garoto da escola.. - Eu não quis dar detalhes.


- Eu quero o nome, .. - Minha me fuzilou com os olhos.


- . O nome dele é , mãe. - Eu disse, apenas esperando que ela mesma juntasse os fatos.


- não é o nome do.. - Minha mãe arregalou os olhos.


- Amigo do ? Sim, é ele mesmo. - Eu ri da surpresa dela.


- Uau! Ele é muito bonito. - Minha mãe sorriu pra mim, meio chocada.


- É, eu sei! - Eu continuei a rir da surpresa dela.


- Mas ele também gosta de você? - Minha mãe perguntou, curiosa.


- Gosta.. - Eu sorri, sem jeito.


- E vocês já.. - Minha mãe riu.


- Mãe! - Eu fiz cara feia pra ela. Eu não vou contar isso pra ela.


- Ta bom! - Minha mãe revirou os olhos. - Mas.. o seu irmão já sabe disso? - Minha mãe olhou pra mim, séria.


- Não.. - Eu disse, tomando uma xícara de café. - E nem vai saber por enquanto, então cuidado com o que você fala perto dele. - Eu avisei a minha mãe.


- Eu não vou contar nada, mas você sabe que ele vai acabar descobrindo, né? - Minha mãe fez careta.


- O vai contar pra ele antes disso acontecer. - Eu sorri, para que minha mãe não se preocupasse com isso.


- Espero. - Minha mãe voltou a sorrir. - Querida, eu quero que você saiba que por mim está tudo bem. Eu conheço a mãe dele e ela é uma ótima pessoa. Ele também é um bom garoto. - Minha mãe sorriu carinhosamente.


- Obrigada, mãe. - Eu me levantei e abracei ela por um momento.


- Não esqueça de trazê-lo aqui para conversar com o seu pai, depois do seu irmão saber de tudo. - Minha mãe disse de forma séria.


- Vai com calma, mãe.. - Eu gargalhei e revirei os olhos.


- Bom dia. - apareceu do nada na cozinha, me dando um susto.


- Ahn, oi . - Eu sorri para que ele não desconfiasse do assunto que eu e minha mãe conversávamos.


- Oi, querido. - Minha mãe foi até ele e deu um beijo em seu rosto.


- Vamos, ? Eu acho que nem vou comer.. - disse, colocando a mochila nas costas.


- Como não vai comer? É claro que vai. - Minha mãe disse, brava.


- Eu não to com fome, mãe. Eu como alguma coisa no intervalo. - sorriu.


- Se você não come, como é que você vai aprender? - Minha mãe cruzou os braços, fazendo cara feia.


- Mãe, a comida vai pro estômago e não pro cérebro.. - arqueou a sobrancelha. Eu não me contive. Comecei a ter a ataques de risos.


- Eu sei, mas se você não comer, o seu cérebro não funciona direito. - Minha mãe bufou.


- Ok mãe, eu to com muito sono pra debater biologia com você agora. - riu. - Eu como no intervalo, ok? Não se preocupa. - foi até ela e a beijou.


- Então ta, né.. - Minha mãe balançou a cabeça negativamente.




saiu pela porta em direção ao carro. Antes de sair, beijei a minha mãe.




- Fui, mãe. - Eu peguei a minha mochila e fui em direção a porta.


- Boa aula. - Minha mãe sorriu.


- Obrigada.. - Eu sai apressadamente pela porta.




Entrei no carro e me sentei ao lado de . Ele ligou o som, assim como ele fazia todos os dias.




- Vamos sair, hoje? - perguntou.


- Vamos. Onde? - Eu sorri, já empolgada.


- Vamos no boliche.. - deu a ideia.


- Eba! Combinado! - Eu me empolguei. Eu adoro jogar boliche.


- Você convida as meninas e eu os meninos. - avisou. Era mais uma oportunidade de ver o . É claro que eu iria!




Chegamos na escola na sequência e como sempre, todos já estavam lá. Eu e nos aproximávamos do pessoal e avistei . Ele ria enquanto conversava sobre uma coisa qualquer com e .




Depois de um certo tempo, ele me viu. Sorriu olhando pra mim, por um segundo. estava por perto e não podia desconfiar de nada.




- Está contando pra eles sobre a sua derrota de ontem , ? - riu. Ele não perdia a oportunidade de se gabar na frente do , quando ele vencia um jogo de videogame.


- Eu deixei você ganhar, seu troxa.. - entrou na brincadeira, riu.


- Deixou? Que tal deixar eu ganhar novamente, essa noite? Só que dessa vez no boliche. - aproveitou para convidar.


- É claro que eu vou, cara. Já me viu perder uma oportunidade de revanche? Ainda mais sabendo que eu sou o melhor daqui no boliche.- disse, se achando.


- E quem é que ganhou da última vez? - entrou na conversa.


- Não se intromete.. - revirou os olhos.


- QUEM? QUEM? - disse, se achando a última bolacha do pacote.


- Eu também deixei você ganhar.. - fez careta.


- A sua bondade é comovente, Jonas! - gargalhou.


- Imagina! Deixar todos ganharem? Mas que boa ação. Agora eu tenho certeza de que você vai pro céu, Jonas. - disse, fazendo com que todos gargalhassem.


- Fica quietinha vocês duas por que a única garota aqui que tem a capacidade de ganhar de mim é a . - sorriu, olhou pra mim. Ele queria me trazer pra conversa.


- Isso é verdade...a é muito boa. - teve que concordar.


- Eu sei disso..- Eu pisquei pros garotos.


- É boa, mas não é melhor do que eu, . - falou comigo pela primeira vez naquele dia. Ok, eu tinha que ser grossa, certo?


- Não me provoca, Jonas... - Eu ri e disse em tom de aviso.


- Não estou provocando. Só estou dizendo a verdade. - riu pra mim novamente.




Como eu queria poder abraçá-lo naquele momento. Ele estava tão bonito e charmoso. Era tão difícil ter que brigar com ele. Ok, eu me divertia um pouco.




- Vamos ver hoje, então. - Eu pisquei pra ele e ele sorriu fraco. Minha piscada pareceu ter seduzido ele, haha.



- É, você se fodeu agora, Jonas. - gargalhou.


- Por que? Você está me ameaçando, por acaso? - me fuzilou com os olhos.


- Você está se sentindo ameaçado? - Eu encarei ele com um sorriso irônico no rosto.


- , ela já acabou com você antes mesmo do jogo começar. Desiste. - não se conteve.


- Ainda dá tempo de desistir, cara. - riu.


- Se eu ganhar, o que eu ganho, ? - quase riu dessa vez.


- Eu decido isso mais tarde. - Eu ri, sem jeito.


- Oi, gente. - Chelsea se aproximou.


- Ahn, oi Chelsea. - sorriu pra ela.


- Atrasada, como sempre. - Eu gargalhei e ela riu também.


- O ônibus atrasou.. - Ela fez careta.


- Se você morasse perto da minha casa, eu podia te dar carona.. - sorriu de forma sedutora.




Aproveitei que eu estava atrás de e lancei o meu olhar mais maligno pra ele. Ele riu da minha cara. Adorava me provocar.




- Ta tudo bem, . - Chelsea ficou sem jeito, já que sabia sobre eu e o .


- É , tudo bem. - Eu arqueei a sobrancelha. olhou para nós dois e viu que aquela cena poderia fazer com que desconfiasse de tudo.


- Então, Chelsea. Quer ir no boliche com nós, hoje? - mudou o assunto.


- Claro, que horas? - Chelsea sorriu.


- Umas 7:30 ta bom, né? - perguntou.


- Pode ser.. - concordou.


- Combinado, então. É naquele que fica aqui perto da escola, né? - Chelsea perguntou, confusa.


- Esse mesmo. - sorriu, concordou.


- Eu estarei lá.. - Chelsea sorriu fraco.




O sinal do inicio das aulas tocou naquele mesmo instante. percebeu que eu fiquei brava.




- Até o intervalo, povo. - se despediu, assim como o resto do grupo.




Eu não olhei na cara do , apenas desci as escadas em direção a minha classe.


- Hey.. - apareceu do meu lado. Eu não respondi, apenas revirei os olhos. - Me diz que você não ficou brava, por favor. - continuou a andar ao meu lado. Eu continuei sem responder. - Vai me ignorar. Sério? - disse, bravo. - Muito maduro da sua parte, . - disse, antes de parar de me acompanhar. Ok, agora eu estava muito mais brava.


- Você quer mesmo falar de maturidade? VOCÊ? - Eu virei e vi ele subindo as escadas, já de costas pra mim .Ele então parou e voltou a me olhar.


- Olha só, ela sabe falar.. - sorriu ironicamente.


- Irritante, como sempre, não é? - Eu bufei e virei de costas pra ele.


- Ta, espera. - correu até mim. - Eu não quero brigar. Ok? - sorriu fraco, olhando pra mim de perto.


- Ta.. - Eu respirei fundo, dei um pequeno sorriso.


- Isso foi um sorriso? - levantou o meu rosto, para ver melhor o meu rosto.


- Para, seu chato. - Eu ri, tirando a mão dele do meu rosto. A escola inteira podia ver aquilo, né?


- Eu quero saber o que eu vou ganhar se eu ganhar no boliche, hoje.. - riu.


- O que você quer ganhar? - Eu perguntei, inocentemente.


- Tem certeza de que você não sabe? - fez careta.


- Eu acho que eu faço uma ideia.. - Eu ri.


- Eu quero um beijo. - disse, sem delongas.


- Se você está tentando me convencer a deixar você ganhar o jogo de hoje a noite, você está perdendo o seu tempo. - Eu avisei ele e ri.


- Droga.. - fez bico. - Mas e você? O que você vai querer de mim se você ganhar? - sorriu e olhou pra mim.


- Não sei, talvez nada. - Eu fiz cara de pensativa e arqueou a sobrancelha.


- Nadinha? – fez bico.


- Nadinha. – Eu sorri pra ele, seguramente.


- Será que eu posso pelo menos te levar no boliche? - perguntou, fez cara de cachorro que caiu da mudança.


- Acho que não.. - Eu fiz bico.


- Ahn.. - fez cara de chateado.


- Mas convida a Chelsea. Quem sabe ela não aceita ir com você? - Eu disse em tom provocativo.


- E lá vai você, de novo... Eu só estava tentando ser legal. - disse, impaciente.


- Então seja menos legal. - Eu sorri sarcasticamente e sai em direção a minha sala. Minha professora havia acabado de passar por mim e já estava entrando na classe. revirou os olhos e subiu as escadas em direção a sua classe.Ele odiava quando eu ficava brava com ele.




As aulas de geografia nunca passaram tão rápido. Assim que o sinal do intervalo soou, desci. Encontrei e conversando no meio do pátio.




- Oi garotas.. - Eu sorri pra elas.


- Oi, .. - Elas responderam juntas e sorriram pra mim.


- Cadê o resto do povo? - Eu perguntei. Eu sabia que eles ainda não haviam descido, mas foi só um jeito de puxar assunto.


- Estão descendo ali.. - apontou pra escada. e conversavam de forma descontraída, enquanto , e faziam o mesmo.


- E ai.. - disse se aproximando de e dando um beijo em seu rosto.


- Hey baby. - abraçou .


- Hey.. - sorriu de fora comovida.




olhou pra mim, queria saber se eu ainda estava brava com ele. Eu não olhei pra cara dele, eu só conversei com as meninas e com o durante o intervalo. Eu não estava tão brava, só que eu queria fazer o aprender uma lição. Eu sei o tipo de garoto que ele é, que ele sempre foi. Eu também sei que ele me ama, mas ele está acostumado a fazer essas gracinhas com as garotas, só que eu preciso que ele me respeite também, não é? Eu preciso que ele pense 5 vezes antes de fazer esse tipo de coisa, por que independentemente de ser brincadeira ou não, isso me deixa chateada e maluca de ciúmes.




Meu celular vibrou no meu bolso. Eu ainda conversava com as garotas. Cliquei para ler o torpedo:




'Não vai mesmo olhar na minha cara? :('




Era do . Pensei alguns segundos antes de responder. Respondi:




'Não!'




Guardei o celular no bolso novamente e voltei a prestar a atenção na conversa das meninas. Percebi que olhava pra mim. Olhava esperando que eu olhasse pra ele. Eu estava adorando provocá-lo daquele jeito.




O sinal do final do intervalo tocou e eu continuei sem olhá-lo. Fui pra sala de aula meio chateada. Não é que eu queira mudar quem o é, eu amo quem ele é. Amo mesmo. Eu só queria que esse lado pegador dele fosse direcionado só pra mim. Não, não é egoísmo.




Todas as garotas da escola são a fim dele, todas querem uma chance com ele. Ele é o garoto mais charmoso e lindo que eu já vi em toda a minha vida. Eu só queria que essa insegurança que eu tenho nele desapareça. Eu só quero ter certeza de que eu posso realmente entregar o meu coração pra ele. Eu quero ter certeza de que quando eu não estiver com ele, ele não vai sair por aí, cantando todas as garotas.




O sinal da saída tocou e eu sai rapidamente. Não queria encontrá-lo, pelo menos não agora. logo apareceu, pegamos o carro e fomos embora. Eu só queria que ele não estivesse me odiando naquele momento, mas ele não entende. Ele nunca vai entender. É isso que os homens fazem, certo? Não entendem NADA.




Eu passei a tarde toda daquele jeito. Eu me perguntava a todo momento se eu estava fazendo a coisa certa e eu sabia que eu estava.




Iríamos ao boliche em uma hora e eu já tinha que começar a me arrumar. Eu não estava tão empolgada pra arrumar naquela noite. Optei por uma blusa jeans um pouco comprida, shorts preto e uma bota preta ( VEJA A ROUPA AQUI ). Deixei o meu cabelo solto, já que eu não estava a fim de arrumá-lo. Coloquei um brinco qualquer e algumas pulseiras. A maquiagem foi passada da forma mais simples que eu consegui. veio me chamar, disse que já estávamos indo. Eu só peguei a minha bolsa e acompanhei ele até o andar debaixo. Nossos pais nos deram dinheiro e nós fomos pro carro.




- Você ta bem? - perguntou, olhou pra mim.


- Estou.. - Eu forcei um sorriso.


- Tem certeza? - Ele ligou o carro.


- Tenho, não se preocupa. - Eu sorri de verdade dessa vez. Como eu diria que estava daquele jeito por que estava com ciúmes do melhor amigo dele?


- Tudo bem, então.. - sorriu e começou a dirigir.




Ok, eu já havia prometido pra mim mesma que não ficaria daquele jeito a noite toda. Eu ia sair com os meus melhores amigos pra jogar o meu jogo favorito e iria ganhar do meu adversário favorito.




Quando chegamos lá, logo entramos. Sabíamos que todos já estavam nos esperando e com certeza não estavam nada felizes. Olhei pro , ele já estava olhando pra mim. Me olhava de forma tão doce ao mesmo tempo tão intensa. Ele estava incrível com uma calça jeans, uma camiseta branca lisa e por cima uma camisa xadrez com apenas 3 botões abotoados e o tênis, é claro. Um relógio estava em seu pulso e uma corrente qualquer estava no seu pescoço. Não havia homem mais estiloso do que ele naquele lugar e é claro que todas as garotas dali perceberem. Não tiraram os olhos dele. Vadias! Deixei de olhá-lo quando me aproximei do resto do pessoal.




- Nossa, ! Você esta linda.. - me elogiou, sorriu pra mim e beijou o meu rosto.


- Awn, obrigada. - Eu sorri, agradecida.


- Esta mesmo, ! - Chelsea sorriu pra mim. - Quem é que você está querendo impressionar? - Chelsea riu. Haha, que engraçadinha a Chelsea, né?


- Não quero impressionar ninguém. Só quero ganhar. - Eu coloquei a minha bolsa sobre a mesa. - Pronto, Jonas? - Falei com ele e ele pareceu chocado. Não esperava que eu falasse com ele.


- Eu nasci pronto, querida. - piscou pra mim. Todos riram.


- Pronto pra perder? - Eu arqueei a sobrancelha e cruzei os braços, olhando pra ele.


- Vamos ver.. - se levantou, passou por mim e foi em direção a pista de boliche.


- Mas que competição saudável.. - suspirou e todos voltaram a rir.




Escolhemos a ordem dos jogadores. As mulheres iriam primeiro que os homens. Eu era a última das garotas e era o último dos garotos.




- Ahn, droga. - fez bico, depois de jogar a sua bola e não acertar nenhum pino.


- 3 PINOS! WOW, SOU FODA! - disse, se achando. Eu ri da empolgação dela. Eram só 3 pinos!


- Argh, merda! - bufou, depois de só ter acertado 1 pino.


- Droga.. - Chelsea disse, depois de não acertar pino algum.


- Agora a vai humilhar.. - comentou, vendo eu me levantar e ir até a pista.


- Tonto.. - Eu ri, pegando a bola. Ok, modéstia parte.. eu realmente era boa nesse esporte. Só nesse também. Todos observavam e esperavam a minha jogada. Eu joguei a bola e...STRIKE!




- NOOOOOSSA! - gritou. - Bate aqui, sister. - foi até mim e estendeu a mão. Eu 'bati', enquanto gargalhava.


- Ela vai acabar com você, Jonas.. - disse em tom de aviso.


- Ok, minha vez. CALEM A BOCA e não me façam perder a concentração. - disse, fingindo estar bravo.




Ok, é claro que os meninos iam fazer ele perder a concentração. Quando viram que ele ia jogar, , e se aproximaram dele por trás de forma silenciosa e gritaram, fazendo com que se assustasse e não derrubasse nenhum pino.




- CARALHO! - Ele gritou bravo. - Seus filhos d... - riu. Os garotos gargalhavam como nunca, assim como eu e as meninas.


- Você levou um susto.. - não conseguia parar de rir.


- HÁ-HÁ. - fingiu estar rindo.


- Ok, minha vez. - levantou, ainda rindo. - PUTA QUE PARIU.. - gritou, irritado. Acertou 8 pinos.


- Porra, mais um pouquinho e eu fazia strike.. - suspirou, inconformado. Ele derrubou 8 pinos também.


- Aprendam como é que se faz.. - riu, se achando. Observei ele se aproximar da pista, pegou a bola e olhou para os pinos por alguns segundos.




- WOOOOOOW! - gritou, quando viu que tinha feito strike.


- Putz, que cagado.. - disse, chocado.


- Quando quiser desistir, é só falar, . - se aproximou de mim e piscou. AI, QUE RAIVA! Agora eu estava brava. Eu ganharia aquele jogo.




Continuamos a jogar e os meus resultados e os resultados do estavam muito altos, porém MUITO próximos. Estávamos quase empatados.




- Nossa, nem tem mais graça.. - fez bico.




Era a última rodada, eu estava na frente de e era a minha última jogada. Eu só precisava fazer um Strike. Só assim ele não teria chances de me alcançar.


- AAAAAAAAAAAHN não.. - Eu coloquei as duas mãos em meu rosto, sem acreditar. Eu só derrubei 5 pinos! Isso quer dizer que se o fizer Strike, ele venceria. NÃAO!


- HÁ-HÁ, já ganhei .. - gargalhou, se levantou e foi pegar a sua bola.


- Não, você vai errar.. - Eu disse, furiosa.


- Assista, . - piscou pra mim e sorriu. Eu revirei os olhos. ARGH!


- HAHAHAHA,SOU FODA! - gritou depois de fazer um belo strike.


- Nãaaaaaaao. - Eu bufei, irritada. Agora teria que ficar aguentando o me zuando.


- Parabéns, Jonas. Você teve muita sorte,hoje. - brincou.


- Sorte, né? - riu.


- Você ganhou no último pino.. - disse, inconformado.


- Pois é ,mas eu .. - Ele foi até mim, aproximou o seu rosto do meu. - GANHEI. - Ele quase gritou. Desgraçado, filho da mãe.


- Vai se fuder, Jonas. - Eu disse na cara dele e sorri ironicamente.


- Você tem que saber perder, . - riu da minha cara.


- é o... - Eu me segurei para não falar. - SOME de perto de mim, Jonas. Você é me irrita, garoto. - Eu bufei, empurrando ele pra longe de mim.


- E.. lá vamos nós.. - fez careta.


- Para de encher o saco dela, .. - riu, vendo que eu realmente estava irritada.


- Se fosse ela que tivesse ganho, ela estaria esfregando na minha cara agora! - disse, bravo.


- Eu vou ao banheiro, gente. Antes que eu soque a cara desse garoto. - Eu fuzilei com os olhos e sai.


- Hey, mas espera ae.. - foi atrás de mim.


- Ok, deixa eles se entenderem. Vamos jogar outra partida.. - disse e os garotos e as garotas concordaram.







- ! - gritou atrás de mim e eu continuei andando, ignorando ele. - ! - Ele gritou mais uma vez. Ele andou mais rapidamente e me alcançou, segurou o meu braço e me virou para que eu pudesse olhar pra ele. - Não está ouvindo eu te chamar, não? - disse, fuioso.


- Não. - Eu sorri ironicamente e puxei o meu braço com força, me soltando das mãos dele. Voltei a andar em direção ao banheiro, que ficava nos fundos do lugar.




voltou a andar mais rápido e conseguiu me alcançar novamente, quando eu estava prestes a entrar no banheiro. Me empurrou, fazendo com que eu encostasse na parede atrás de mim.




- Sai.. - Eu tentei empurrar ele, não consegui. Ele estava me pressionando contra a parede e consequentemente contra ele também.


- Você pode parar de ser mimada por um minuto? - disse, revoltado.


- Me- larga! - Eu comecei a estapeá-lo, tentando afastar ele de mim. Ele segurou as minhas mãos, fazendo com que eu não tivesse mais nenhum recurso.


- Você é a única garota que me importa nesse lugar, nesse pais, nesse mundo. Quando é que você vai entender isso? Quando é que você vai entender que eu não quero mais ninguém, além de você? - disse, irritado. Disse tão perto do meu rosto que eu tive que me pressionar ainda mais contra a parede para que a boca dele não encostasse na minha.


- Quando você parar de dar em cima de todas as outras garotas.. - Eu disse no mesmo tom usado por ele.


- Ciúmes, agora? Sério? Eu esperei você por 6 anos e você acha que eu vou trair você com qualquer uma que aparecer? - disse, indignado.


- Ou com a Chelsea, talvez.. - Eu sorri, sarcasticamente.


- Esquece a Chelsea, ok? - ficou ainda mais bravo. - Da pra você confiar em mim? Talvez eu mereça 1% da sua confiança, não acha? - ainda me pressionava contra parede e nossos rostos ainda estavam próximos.


- Confiança se conquista, querido. - Eu disse, irônica.


- 6 ANOS! Isso é o suficiente pra você? - soltou os meus braços, mas ainda me pressionava contra a parede.


- Nem tanto.. - Eu fiz careta.


- Olha, eu paro. Ok? - respirou fundo. - É o meu jeito, mas eu mudo. Eu mudo por você. - disse, sério.


- Ok.. - Eu respirei fundo também.





Enquanto isso na pista de boliche....




Todos jogavam empolgadamente. estava ganhando dessa vez.


- E ai, ! - Uma voz disse, atrás de todos. Todos olharam pra trás no mesmo instante.


- Peter? Porra, você de novo? - cruzou os braços, insatisfeito.


- Sabia que encontraria vocês aqui.. - Peter sorriu.


- Olha só, eu to começando a achar que você tem uma paixão super secreta por mim. Você está em todos os lugares que eu vou! - riu. - Desculpa, mas eu não curto esse tipo de coisa. - continuou a rir.


- Vai se fuder, . - Peter ficou revoltado. - Você é que não pega nem resfriado. - Peter gargalhou.


- Ok, Peter. Hora de ir. - deu alguns passos em direção ao Peter.


- Não sem antes fazer o que eu vim fazer aqui. - Peter olhou pro .


- Se você chegar perto da , eu deixo o seu outro olho roxo. Já estou avisando.. - disse, já perdendo a paciência.


- É sobre ela mesmo que eu quero falar.. - Peter sorriu falsamente.


- É melhor você dar o fora.. - ameaçou.


- Supera garoto! Ela não quer mais nada com você. - gritou de longe. Estava ao lado das meninas.


- Você tem razão, lindinha. Comigo ela não quer mais nada, mas com outra pessoa.. - Peter disse. Ao ouvi-lo chamar de 'lindinha', avançou no Peter e o segurou pelo colarinho.







Eu e continuávamos na mesma situação.




- Você pode me soltar? - Eu olhei pro , irritada.


- Você não vai fugir? - riu.


- Não.. - Eu também ri. Ele me soltou. Continuávamos próximos, mas ele não estava mais me prensando contra a parede. Eu podia fugir se eu quisesse, mas é claro que eu não queria.


- Então, você sabe... Eu ganhei o jogo e eu acho que eu mereço alguma coisa, certo,? - sorriu, malandro.


- Merece parabéns. - Eu sorri, sendo cínica. - Parabéns . - Eu ri.


- Engraçadinha. - fingiu rir. - Você sabe o que eu quero. - sorriu fraco.




Olhando ele de tão perto fazia com que eu visse todos os detalhes perfeitos de seu rosto. Suas pintinhas que eram tão charmosas, o sorriso incrível e seus belos olhos tão intensos e as vezes tão doces.


- Não, eu não sei.. - Eu me fiz de desentendida.


- Por que é que você tem que me ouvir dizer, hein? - arqueou a sobrancelha. - Eu quero um beijo, você sabe. - Ele sorriu fraco, olhou para os meus lábios, tentando criar um clima.


- Ahn, você quer um beijo? - Eu ri e olhei pros lábios dele. Me aproximei do rosto dele e ameacei beijá-lo duas vezes. Ele riu, sabendo que eu queria provocá-lo. Na terceira vez, me aproximei e olhei nos seus olhos. - Vai ficar querendo.. - Eu ri e sai, deixando ele falando sozinho.




Quando achei que tinha me livrado dele, ele me alcançou novamente, segurou o meu braço, me puxou e me beijou. Dei a passagem rapidamente e o beijo foi aprofundado. Devo dizer que o beijo foi intensificado dessa vez. Não sei se é por que nós dois estávamos com raiva. Uma das mãos dele foram até a minha cintura e a outra teve seus dedos entrelaçados no meu cabelo. Colocou o braço em torno da minha cintura, grudando meu corpo ao dele. Uma das minhas mãos subiu até a nuca dele. Entrelacei meus dedos no cabelo dele.







Peter continuava perturbando a todos, o que era a sua especialidade. Quando e percebeu o que Peter veio fazer ali, entraram em desespero. Eles precisavam tirar o Peter dali! Ele iria contar sobre eu e o .


- Vai embora, Peter. - correu até eles e segurou por trás afastando ele de Peter.


- Eu já disse que eu não vou antes de fazer o que eu vim fazer.. - Peter gritou, furioso. As garotas olhavam a cena, sem piscar. não aguentou, foi até Peter e segurou ele pelo colarinho.


- Ou você vai por bem ou vai por mal. ESCOLHE. - disse, irado. Ele não deixaria o Peter contar nada para o .


- ..a sua irmã.. - Peter tentou falar com .


- CALA A BOCA. - pressionou ainda mais Peter.


- Espera, . Deixa ele falar.. - se intrometeu. Agora ele estava curioso pra saber o que tanto o Peter queria contar.


- Não, .. - tentou argumentar.


- DEIXA ELE FALAR. - gritou bravo, sabendo que alguma coisa estava errada.


- Não, eu vou quebrar ele.. - disse, prestes a socar Peter, até que o puxou por trás.


- Deixa, cara. Eu quero ouvir o que ele tem a dizer. - afastou de Peter.


- , não.. - tentou interferir.


- Fala, Peter. - ficou frente a frente com Peter.


- Cadê a sua irmã? - Peter sorriu.


- O que tem a minha irmã? - arqueou a sobrancelha.


- E o seu melhor amigo, ? Cadê ele? - Peter ficou sério.


- Do que você ta falando, imbecil? - perguntou, revoltado.


- Onde será que o e a estão agora? Quer dizer.. será que eles estão juntos.. ou.. - Peter disse de forma cínica.






- Desgraçado.. ele ta contando.. - disse baixo pro .


- Contando o que? - perguntou, sem entender.




- FALA DE UMA VEZ! - gritou. Na verdade, aquela possibilidade já havia passado pela cabeça de , mas ele não queria acreditar.


- O seu melhor amigo ta pegando a sua irmãzinha, amigo. - Peter sorriu sarcasticamente.


- O e a ? - riu por um segundo. - Ótima tentativa, Peter. - balançou a cabeça negativamente, achando tudo muito engraçado.


- Então cadê eles? - Peter disse, sério. olhou pra trás, implorou mentalmente para que eu ou estivéssemos ali. Nós não estávamos.




voltou a encarar Peter, dessa vez sem reação. - Eles com certeza devem estar em algum lugar por aqui, se pegando.. - Peter completou, riu. - Agora eu posso ir embora. - Peter olhou pra e e riu.


- Seu filho da p... - quis ir até ele e socá-lo, mas o segurou.


- Agora não adianta mais, cara. - estava tenso, assim como todos. Ele não sabia o que aconteceria agora.


- Cadê eles? - foi até a garotas.


- Eu não sei.. - e responderam juntas. Elas realmente não sabiam.




saiu em disparada para procurar eu e o . O resto do pessoal foi atrás dele para evitar possíveis tragédias.




Ele olhava pra todos os cantos, tentando nos encontrar. Desejava que tudo aquilo que Peter havia dito fosse mentira. Como ele desejava.






e eu continuávamos a nos beijar, sem preocupação nenhuma. Ambos queríamos aquilo, ambos estávamos gostando daquilo, por que parar, certo?




Quando avistou eu e juntos, mais a frente fez careta. Ele sabia que não terminaria bem.




- Caralho, fodeu.. – suspirou.


- O também é burro, né? Aqui no meio do boliche, porra? – balançou a cabeça negativamente.




- , me fala que essa não é a minha irmã. - A voz de de repente nos assustou. finalizou o beijo na hora e olhou pra trás.


- ? – Ele engoliu seco. - Eu não.. quer dizer, não é isso que você ta pensando.. - começou a gaguejar. Eu fiquei paralisada, não tinha reação.


- , eu não acredito.. - se mostrou arrasado.


- ! Escuta! Deixa eu explicar.. - disse nervoso, ele mal sabia por onde começar.


- Explicar? Você quer explicar? - estava irado. Sua chateação virou raiva. Ele deu alguns passos na direção do , mas e o seguraram por trás. - Você é o meu melhor amigo, porra! Como você tem coragem de ficar com a minha irmã pelas minhas costas?! - estava se sentindo traído. Traído pela sua irmã e pelo seu melhor amigo.


- , eu não.. - não soube como continuar.


- , nós íamos te contar.. - Eu tentei acalmar .


- E você cala a boca, ! - gritou comigo. - Eu converso com você depois. - me olhou, furioso. - Meu assunto agora é com esse traíra. - voltou a olhar .


- Soltem ele.. - falou pro e pro .


- Mas , ele.. - tentou argumentar.


- Solta.. - olhou seriamente pro . Eles soltaram , que permaneceu parado.


- Desde quando? - olhou pro , furioso.


- Você não entendeu, . Eu não tive a intenção de.. - tentou explicar.


- RESPONDE A MINHA PERGUNTA! - Eu nunca vi o tão bravo em toda a minha vida.


- Nova York.. - abaixou a cabeça, chateado.




avançou sobre e quando o alcançou, deu o seu melhor soco no mesmo. caiu no chão, meio tonto. Se não corresse e segurasse o , ele ficaria horas socando o a noite toda.




não teve reação. Ele podia revidar, mas ele não quis. Era o seu melhor amigo ali e ele jamais o machucaria.




- ! - Eu gritei, revoltada. - TA MALUCO, idiota? - Eu corri até o e me ajoelhei para ver se ele estava bem. - , você ta bem? - Eu perguntei, aflita.


- Eu acho que eu to. Ai.. - disse, colocando a mão em sua cabeça. Olhei para o local onde o soco havia acertado. O supercílio dele havia sido cortado e não parava mais de sangrar.


- Ta tudo bem? - correu até nós.


- Preciso de pano, alguma coisa pra colocar aqui em cima do corte. - Eu pedi em pânico.


- Não, eu to bem.. - tentou levantar.


- Fica quieto, . - Eu disse, brava. Ele estava lá sangrando rios e estava dizendo que estava tudo bem. ¬¬


- Encontrei esse pano.. - correu e jogou o pano. Eu peguei e coloquei ele sobre o corte de .


- Segura aqui, . - Eu coloquei a mão dele sobre o pano e soltei.




O boliche inteiro havia parado para ver a cena. Estavam todos olhando em volta de nós. continuava a segurar , que observava de longe.




- ,me escuta. Por favor! - levantou o mais rápido que conseguiu.


- Eu não esperava isso de você, . Juro que eu não esperava. - balançou a cabeça negativamente. Ele estava visivelmente chateado.


- Me desculpa, cara! Eu ia te contar, eu juro que eu ia. Eu só ..não sabia como.... - também estava chateado. Não gostava nem um pouco de ver seu melhor amigo olhando pra ele daquele jeito.


- Não sabia como? - riu. - Um simples 'oi ,estou pegando a sua irmã' era o suficiente. - voltou a ficar sério.


- Eu tinha medo da sua reação. Eu tinha medo de você não aceitar e.. - balançou a cabeça negativamente. Não sabia mais como justificar o seu erro.


- E olha só o que aconteceu, ! Eu continuo não aceitando. - sorriu sarcasticamente. - Me solta. - olhou pro .


- Eu não vou soltar, . - revirou os olhos.


- Eu não vou bater nele, caralho. Solta! - puxou o seu braço com força, se vendo livre de . - Vocês já sabiam disso? - olhou pra trás, onde estava o resto do grupo. Ninguém se manifestou, ninguém teve a coragem de dizer que sim ou que não. A verdade poderia doer, não é?


- Eu não sabia.. - disse, chateada em ver o quase namorado daquele jeito.


- Todos vocês sabiam? - perguntou, inconformado. - Então eu fui o último a saber? - sorriu falsamente. - Todos vocês estavam me fazendo de idiota, que ótimo. - ironizou, negando com a cabeça.


- A culpa foi minha, . Eu pedi pra eles não contarem. Eu disse que queria contar pra você quando eu estivesse pronto pra falar e você estivesse pronto pra ouvir. - tentou limpar a barra dos amigos, que realmente não tinham nada a ver com a situação.


- Más notícias, : eu ainda não estou pronto. - olhou com desgosto e balançou a cabeça negativamente.


- Desculpa, cara. - nunca se sentiu tão mal.


- Tanto faz, não é? Vocês começaram isso sem o meu consentimento, então vocês podem continuar sem o meu consentimento. - olhou pra mim. Ele estava tão chateado comigo. Eu via nos olhos dele.


- Você também está namorando a minha melhor amiga e eu não disse nada! Por que você ta fazendo isso, agora? - Eu andei até o , revoltada.


- Você não me contou, . Você sempre contou pra mim. - me olhou, desapontado.


- Eu estou contando agora. - Eu disse, séria.


- Não importa mais. Vocês podem ficar juntos, eu não ligo. - disse também sério. - Eu só espero que você tenha pelo menos tenha a decência de não vir falar comigo de novo e nem olhar na minha cara, Jonas. - olhou severamente pro e saiu.


- Awn, merda. Essa porra ta ardendo.. - reclamou, ainda segurando o pano contra o seu corte.


- Eu vou te levar embora, ok? Eu cuido disso pra você na sua casa. - Eu disse, vendo que o corte ainda não havia parado de sangrar.


- Não, não precisa. - balançou a cabeça negativamente.


- Precisa sim. - Eu sorri pra ele. - Eu só vou pegar a chave do meu carro. Coloquei a mão no bolso do e peguei a chave de seu carro. Eu sai e fui em direção a mesa, onde estava a minha bolsa.


- Onde você vai com o carro? - apareceu atrás de mim.


- Vou levar ele pra casa. - Eu virei e encarei ele de perto.


- Deixa que ele vai sozinho, ué. Ele já é bem grandinho. - revirou os olhos.


- Acontece que ele está sangrando, idiota! - Eu disse, revoltada. - Aliás, obrigada por isso e obrigada também por ser o idiota mais desprezível que eu já conheci. - Eu sorri falsamente e o empurrei, tirando ele da minha frente. Procurei pelo e quando o achei, fui até ele.




- , pega a chave do carro do e leva o pessoal pra casa. Eu vou levar ele pra casa com o meu carro. Eu preciso fazer o curativo dele.. - Eu pedi, estendendo a mão para entregar a ele, a chave do carro do . Ele sorriu.


- Claro, . - Ele pegou a chave.


- Obrigada, . - Eu sorri fraco.


- Relaxa, tudo bem? Tudo vai ficar bem. - sorriu, tentando me acalmar.


- Obrigada. - Eu abracei ele com força. Terminei o abraço, sorri agradecidamente pra ele e fui até o .




estava sentado em uma cadeira e o pano ainda estava em suas mãos.




- Pronto, vamos. - Eu segurei a mão dele e o puxei.


- Não, eu consigo ir sozinho. - deu dois passos sozinho e quase caiu.


- Consegue, não é? - Eu ri, segurando ele no mesmo segundo. Ele estava perdendo muito sangue e estava fraco. Os braços dele estavam em torno do meu pescoço.


- Precisa de ajuda pra levar ele? - veio oferecer.


- Não, obrigada. - Eu sorri, agradecida.


- Tudo bem. - sorriu. - Toma cuidado. - Ele se demonstrou preocupado.




Eu levei até o estacionamento, abri o meu carro e o coloquei no banco do passageiro.


>br>
- Deixa que eu dirijo.. - tentou argumentar.


- Não, fica quietinho aí. - Eu bati a porta do carro e dei a volta, me sentando no banco do motorista. Liguei o carro rapidamente e dirigi em direção a casa do . Cheguei lá em poucos minutos. estava delirando, falando umas coisas estranhas que estavam me fazendo rir.


- Onde é que eu to? - olhou em volta, assim que eu estacionei o carro em frente a sua casa.


- Na sua casa.. - Eu ri, sai do carro e dei a volta para ajudá-lo a sair.


- Ahn, meu Deus! - olhou pras suas mãos, assustado. - Eu to sangrando! - gritou e eu gargalhei.


- É mesmo? - Eu continuei a ri, coloquei os braços dele em torno do meu pescoço e andei, ou melhor, arrastei ele em direção a casa. Toquei a campainha e esperei que alguém atendesse.Sorri quando vi que atendeu a porta.


- Nossa , você ta bem? - Ela arregalou os olhos, quando viu que seu irmão estava sangrando.


- Ta tudo bem, . Eu só preciso fazer o curativo. - Eu sorri, tentando acalmá-la. - Você tem aquela maleta de primeiros socorros aqui na sua casa? - Eu perguntei, ainda na porta.


- Eu sei onde tem, entra.. - Ela abriu a porta por inteira e subiu as escadas correndo.


- Hey, . - Eu chamei ele, que parecia estar meio tonto.


- Essa coisa não vai parar de sangrar, não? Eu nem sabia que tinha tanta sangue assim dentro de mim.. - disse, fazendo com que eu risse.


- Você nunca foi bom com biologia, .. - Eu sorri, sentei no sofá e coloquei a cabeça dele no meu colo. Talvez se ele ficasse olhando pra cima, o corte pararia um pouco de sangrar.


- Achei.. - gritou, descendo as escadas. Ela estava meio assustada, tadinha.


- Obrigada. - Eu sorri depois dela me entregar o primeiro socorros. Ela não tirava os olhos de e fazia careta quando via o sangue.


- , cadê a sua babá? - perguntou, sem olhar para . Ele estava voltando ao normal.


- Dormindo.. - revirou os olhos.


- O que? - quase levantou, eu impedi ele de fazer isso. - Como dormindo? - disse, indignado.


- Você sabe.. na cama, com lençóis e com direito a baba no seu travesseiro e tudo.. - riu e eu ri com ela.


- Meu travesseiro? - revirou os olhos.


- Eu não ia dar o meu pra ela, né? - continuou a gargalhar.


- Você me paga, .. - tentou se levantar novamente.


- Hey, hey. Você não vai sair daqui.. - Eu impedi ele de se levanta novamente.


- Você me paga depois então, .. - disse meio rindo e eu ri junto.


- Até parece.. - revirou os olhos. A era demais, sério. Ninguém tirava o melhor que ela. Eu era fã dela, juro.


- Sobe pro seu quarto, vai . - disse, bravo.


- Mas.. - Ela tentou argumentar.


- Vai ! - Ele gritou novamente. Ela fez bico, cruzou os braços e subiu as escadas revoltada.


- E eu achando que a sua implicância era só comigo. - Eu ri e cerrou os olhos pra mim.


- Para de puxar o saco dela, ok? - revirou os olhos.


- Ta.. - Eu ri novamente. Abri a maleta de primeiros socorros, peguei o curativo e um remédio para cortes.


- Parou de sair sangue? - perguntou, tentando enxergar a seu supercílio.


- Um pouco.. - Eu sorri, olhando pro corte.


- Que ótimo, então você não precisa fazer mais nada.. - tentou se levantar.


- Boa tentativa.. - Eu ri e balancei a cabeça negativamente.


- Não, . Isso arde, eu não quero que você passe isso em mim. - fez careta e um bico enorme.


- , eu preciso passar senão não vai melhorar nunca. - Eu olhei pra ele com dó.


- Foda-se. Eu não vou deixar você passar esse treco em mim.. - ficou sério, emburrado.


- Hey, olha pra mim. - Eu segurei o rosto dele e o coloquei na direção do meu, olhamos nos olhos um do outro. - Você confia em mim? - Eu perguntei e continuei a olhá-lo.


- Confio, mas é que.. - tentou justificar.


- Eu prometo que eu vou fazer de tudo pra doer menos. Eu juro, . - Eu olhei pra ele, séria. Ele olhou pra mim por um tempo, pensativo.


- Ta, mas por favor.. acaba com isso logo. - fez careta novamente. Fechou os olhos, receoso.


- Ok, fica calmo, tudo bem? - Eu sorri, ao ver ele de olhos fechados. Ele ficava tão fofo daquele jeito.


- Ta.. - Ele concordou e continuou de olhos fechados.


- Eu vou contar.. - Eu avisei. - 1.. – Assim que eu disse, coloquei o algodão cheio de remédio no supercílio dele.


- AAI.. - Ele segurou o grito, talvez para não assustar . Tirei o algodão imediatamente e coloquei o curativo.


- Pronto.. - Eu sorri, satisfeita com o que eu havia feito.


- Porra, o que aconteceu com o 2 e 3? - abriu o olhos, revoltado.


- O que? - Eu ri.


- Quando você conta, você conta '1,2,3 e já'. - arqueou a sobrancelha. Ainda estava deitado em meu colo, olhando pra mim.


- É o uma técnica pra fazer doer menos. Dói menos se eu te pegar de surpresa. - Eu ri da revolta dele.


- É, não adiantou isso de 'doer menos'. - se levantou do meu colo, ainda revoltado. Eu estava achando graça de tudo aquilo.




Ele se levantou e foi até o espelho, que ficava ali na sala. Olhou uma, duas, três vezes.




- Você acha que as garotas vão me achar mais sexy com esse curativo? - olhou pra mim e sorriu, cínico.


- Há-há.. - Forcei uma risada irônica e me levantei do sofá.


- Você tem razão, eu sou sexy de qualquer jeito. - riu. Eu tive que rir dessa vez, foi inevitável.


- Onde os seus pais estão? - Eu perguntei, percebendo que a casa estava vazia.


- Foram na casa de uns amigos.. - sorriu, se aproximou de mim. Ficamos um momento em silêncio, não sabíamos como começar aquele assunto.




- , o que o disse foi.. - Eu comecei a falar.


- Foi certo, . Eu entendo ele. - olhou pra mim, eu arqueei a sobrancelha.


- O que? - Olhei pra ele se entender.


- Eu estava pensando que talvez nós devêssemos esperar um pouco a poeira abaixar. Assim eu conseguiria me acertar com o e tudo ficaria bem. - sorriu fraco.


- O que? Eu não sabia que a perda excessiva de sangue causava estupidez aguda. – Eu encarei ele, sem acreditar.


- O que eu disse de errado? - riu, sem entender.


- Tudo, . - Eu olhei pra ele, irritada.


- Eu não entendi.. - abriu os braços e levantou os ombros.


- Você tem que se acertar comigo e não com o . - Eu olhei pra ele, séria.


- Eu sei disso, mas é que talvez nós.. - Ele começou a dizer.


- , você nunca teve uma ideia tão estúpida quanto essa.. - Eu balancei a cabeça negativamente. Eu não estava acreditando.


- , tenta entender. Ele é o meu melhor amigo. - disse, tentando se justificar.


- E ele é o meu irmão, e dai? - Eu comecei a demonstrar a minha revolta. - Eu não pedi um tempo pra você por causa disso. - Eu olhei pra ele, indignada.


- Não é assim também.. – revirou os olhos.


- ..eu quero isso e eu acho que você também quer. Por que nós devemos sacrificar tudo pelos outros? - Meus olhos se encheram de lágrimas.


- Por que eu não me sinto bem fazendo isso sem a permissão dele. - disse, sério. não gostou do fato de eu não estar aceitando aquilo bem.


- Você precisa da aprovação do meu pai e não do meu irmão, seu idiota. – Eu disse, furiosa. Não deixei que nenhuma lágrima escorresse pelo meu rosto.


- , eu esperei você por 6 anos! Você acha que eu quero fazer isso? Você acha que eu quero perder tudo o que eu sempre quis logo agora? - ainda não estava tão alterado, mas estava um pouco bravo.


- , você quer me ver feliz, não quer? – Encarei ele.


- É tudo o que eu mais quero.. - respondeu de forma calma e doce.


- Eu sou feliz com você, . - Eu me aproximei dele. - Você disse que nunca me levaria pra longe de você. – Olhei nos olhos dele.




Eu sabia que se eu e dependêssemos da autorização do para ficarmos juntos, isso nunca aconteceria. acabaria se afastando de mim. Não por ele e nem por mim, mas pelo .




- Eu vou continuar perto de você. Te protegendo de qualquer coisa, te amando todos os dias e vendo os seus sorrisos, mesmo que eu não seja o motivo deles. - se aproximou, colocou cada uma de suas mãos em cada lado do meu rosto. – Mas eu preciso fazer isso. Por favor, tenta entender. – Os olhos tristes de me olharam de bem perto.


- Eu não acredito que você vai jogar tudo fora por causa de um capricho do .. – Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, mas eu continuava olhando pra ele, irritada.


- Eu jamais jogaria tudo fora, por que você é o meu tudo e sem você.. eu não sou nada. - Os olhos dele se encheram de lágrimas dessa vez. - Eu só quero que façamos isso da maneira certa. Com a aprovação de todos, inclusive das pessoas que são importantes pra você e pra mim. - passou um de seus dedos pelo meu rosto, secando uma das dezenas lágrimas que estavam ali.


- Então.. nós estamos terminando.. - Eu tirei as mãos dele do meu rosto e me afastei um pouco. Passei as pontas dos meus dedos pelo meu rosto, secando todas as lágrimas que ainda restavam lá.


- Não, nós só estamos dando um tempo.. - tentou acalmar as coisas.


- Não, . Eu estou terminando. - Eu olhei pra ele. Ele engoliu seco, me olhou totalmente sem reação.


- Não.. mas eu não.. - tentou explicar.


- , eu não posso ficar com alguém que coloca a felicidade dos outros na frente da sua própria felicidade. - Eu balancei a cabeça negativamente. Os olhos de se encheram de lágrimas rapidamente e uma logo escorreu pelo seu rosto. - ,eu não posso esperar por você, por que eu não tenho certeza se você vai voltar. Eu não posso ficar a vida toda esperando a boa vontade do . - Foram os meus olhos que se encheram de lágrimas dessa vez e mais uma vez eu conseguia contê-las.


- Você ainda não confia em mim, não é? - me encarou, sério.


- Isso é o que eu mais queria. - Meu coração estava doendo. Doendo por ter que vê-lo chorar. - Mas tudo o que você me passa são inseguranças. Esse é um relacionamento cheio de oscilações, . E nós dois sabemos que isso não funciona. - Eu balancei a cabeça negativamente, virei de costas e andei em direção a porta. Eu não aguentava mais olhar pra ele daquele jeito.


- Não, espera. - Ele foi atrás de mim e me acompanhou até o lado de fora da casa. - Onde você vai? - Ele perguntou, se colocando na minha frente.


- Eu vou embora, . - Eu passei por ele e andei em direção ao meu carro. - Eu não suporto mais isso. - Eu entrei no carro, as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto.


- , você não pode dirigir assim. Eu levo você. - tentou abrir a porta e antes que ele fizesse isso, eu liguei o carro. - Não, não.. . - tentou falar comigo mais uma vez e a única coisa que eu fiz foi acelerar o carro.




As lágrimas não paravam de escorrer pelo meu rosto, era involuntário. Eu estava com raiva. Raiva por ter me deixado passar por aquilo mais uma vez.
- Burra.. - Eu soquei o volante.




- Merda. - correu pra dentro da sua casa e pegou a chave do carro da sua mãe. Sabia a bronca que levaria mais tarde, mas ele precisava me 'acompanhar' até em casa para ter a certeza de que eu estava bem. Ele sabia o quanto eu estava nervosa com toda a situação. Entrou no carro da sua mãe o mais rápido que conseguiu, ligou o carro e seguiu o mesmo caminho que eu.




Quando olhei no retrovisor e vi o carro dele atrás de mim, fiquei ainda mais revoltada. O que ele estava fazendo? Por que ele tornava tudo mais difícil? Eu decidi ignorá-lo. Continuei a dirigir normalmente, fingindo que ele não estava ali. Parei no farol e voltei a olhar no retrovisor, ele ainda estava atrás de mim.




O semáforo ficou verde e eu avancei. O que eu não pude prever é que um cara bêbado passasse no semáforo vermelho e acertasse em cheio o meu carro.




ficou intacto, tudo tinha acontecido bem ali na sua frente. Seus olhos se encheram instantaneamente de lágrimas, ele começou a chorar de forma involuntária.


- Não.. .. – abriu a porta do carro de sua mãe com força. Ele viu o quanto a batida foi forte, sabia das possíveis conseqüências daquilo. Estava tremendo, suava frio, seu peito doía, seu coração temia pelo pior e as lágrimas não davam descanso.


- ! – Ele gritou, antes de correr o mais rápido que conseguiu até o meu carro. Se ajoelhou bem ali na frente, soluçava de tanto chorar. Medo era o que mais sentia. Medo de perder o seu tudo, medo de que lhe restasse apenas o nada.


Capítulo 21 - Consequências




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ :




- , fala comigo. - disse aos prantos. Ele tremia como nunca. Colocou suas mãos em cada lado do meu rosto. - ! - Ele gritou dessa vez. Abaixou a cabeça, não conseguia parar de chorar. - Por favor, , não faz isso. - implorou com a sua voz de choro, olhou pra mim novamente e balançou a cabeça negativamente, enquanto tentava segurar o choro.




Sim, eu estava desacordada. Durante a batida, bati a cabeça com muita força no vidro do carro, fazendo com que eu a cortasse e perdesse uma quantidade enorme de sangue.




pegou o celular, discou o número da emergência o mais rápido que conseguiu.




- ALÔ! EU PRECISO QUE VOCÊS MANDEM UMA AMBULÂNCIA PRA RUA EINSTEN JARK. - nem deixou que a atendente falasse.


- Fique calmo, senhor. - A atendente disse, percebendo o quanto ele estava nervoso.


- EU NÃO QUERO FICAR CALMO! EU SÓ PRECISO DE UMA AMBULÂNCIA AGORA! ACONTECEU UM ACIDENTE.. - começou a gritar, furioso e nervoso.


- Senhor, se acalme ou eu não vou entender o que você está dizendo. - A atendente disse com toda a calma no mundo.




respirou fundo, olhou pra mim novamente, que ainda estava dentro do carro. Desligou o celular e caminhou até mim novamente. Colocou a mão no meu pulso e viu que ainda haviam batimentos cardíacos.




- Eu preciso que você seja forte. Eu não vou deixar nada acontecer com você. Eu prometo...- disse. Consegui me tirar de dentro do carro com muito sacrifício. Me carregou em seus braços e me levou até o seu carro, me colocando no banco de passageiro. Durante o caminho, olhava pra mim na esperança de me ver acordada, mas isso não aconteceu. Eu continuava ali, desacordada. Naquela altura, ele não estava mais chorando. Sua vontade de salvar a minha vida era maior do que qualquer sentimento.




Chegou no hospital em poucos minutos. Estacionou na porta do hospital, abriu a porta do carro rapidamente, voltando a me carregar em seus braços e me levou pra dentro do hospital.


- EU PRECISO DE UM MÉDICO! - gritou, olhando para todos os cantos do hospital na esperança de encontrar um médico por ali.


- O que aconteceu? - Uma enfermeira correu até ele.


- Um acidente de carro.. - explicou. - Por favor, me diga que você pode ajudá-la. - Os olhos de voltaram a se encher de lágrimas.




Alguns outros enfermeiros de aproximaram com uma maca. Me tiraram dos braços do e me colocaram sobre ela. Um médico se aproximou.




- Nós vamos fazer de tudo para salvá-la, garoto. - O médico olhou pro com pena. Um dos enfermeiros começaram a empurrar a maca pra dentro de uma UTI.


- ESPERA! Eu vou com ela.. - correu atrás deles.


- Não, você não pode entrar. - Um enfermeiro o segurou.


- Eu não posso deixá-la.. - tentou passar pelo enfermeiro novamente. - Eu prometi que não faria isso. – As lágrimas escorriam pelos olhos de , enquanto ele ainda tentava passar pelo enfermeiro. - Eu preciso ficar com ela, por favor. - implorou.




- Eu preciso que você se acalme, garoto. Nós vamos fazer de tudo por ela. Nós não vamos desistir dela. Eu prometo. - O enfermeiro tentou acalmá-lo. - Nós vamos vir avisar você assim que tivemos uma posição sobre a situação dela. Tente avisar a família dela. - O enfermeiro saiu, deixando sozinho ali naquele corredor.




viu o enfermeiro se afastar e entrar na mesma sala pra onde eu havia sido levada. levou as mãos a cabeça, entrelaçou seus dedos em seu cabelo. Os olhos ainda estavam cheios de lágrima.




- O que foi que eu fiz? - se encostou na parede e deslizou por ela até chegar ao chão. Se sentou, enquanto ainda chorava muito.


- Você precisa se acalmar. Beba essa água com açúcar. - Uma enfermeira se ajoelhou em sua frente.


- Eu não quero. - passou a mão pelo seu rosto, secando as lágrimas. Não era tão confortável chorar na frente de uma desconhecida.


- Beba, por favor. - A enfermeira insistiu.


- Eu não devia ter deixado ela entrar naquele carro.. - suspirou, sentindo seus olhos voltarem a se encher de lágrimas.


- A culpa não foi sua. Eu tenho certeza. - A enfermeira tentou fazê-lo melhorar.



- Eu não sei o que eu vou fazer se... - não conseguiu dizer. - Eu nunca vou me perdoar. - balançou a cabeça negativamente, sentindo seu coração se apertar.



- Não pense desse jeito, moço. A sua amiga está sendo avaliada pelo melhor médico do hospital. Eu tenho certeza de que ela ficará bem. - A enfermeira sorriu, tentando tranquilizar .


- Eu acho que vou aceitar beber isso.. - apontou pro copo de água com açúcar.


- Ahn, sim. - A enfermeira lhe entregou o copo e ele bebeu tudo de uma vez só.


- Por favor, vá ver como ela está. Eu preciso saber se ela está bem. - se levantou, assim como a enfermeira.


- Não adianta. Eles ainda estão fazendo os exames. Quando eles souberem, eles vão vir avisar. - A enfermeira sorriu e saiu, deixando sozinho novamente.




Andou até a sala de espera e se sentou. Pegou o meu celular, que havia ficado com ele e o encarou por um tempo. Como é que se diz pro seu melhor amigo que a irmã dele sofreu um acidente? Achou o número de , hesitou algumas vezes para discar.




- Droga.. - Ele suspirou. Ele estava mal, seu corpo todo doía, seu coração estava em pedaços e a sua cabeça parecia que explodiria. Olhou pra cima, encarou o teto por um tempo. Tentou se acalmar, para que não percebesse o seu nervosismo pelo telefone. Voltou a encarar o celular e discou. jamais atenderia, se ligasse pelo celular dele. Por isso ele estava usando o meu.




- Alô? - respirou fundo ao ouvir a voz de .



- Alô.. - tentou engrossar um pouco a voz, para que não percebesse que estava chorando.


- Você pego o celular da minha irmã pra me ligar? Eu já mandei você sumir, porra! - ainda estava no boliche. Todos estavam a sua volta, ouvindo ele falar no telefone.


- Cala a boca e escuta, caralho. - se revoltou por um momento. Aquilo já estava sendo difícil e o ainda ficava destratando ele.


- O que você quer? - disse, grosso.


- A sua irmã.. - não conseguiu terminar a frase.


- Qual, aquela que você estava pegando pelas minhas costas? - ironizou.


- .. - suspirou, irritado.


- Fala.. - revirou os olhos.


- Aconteceu um acidente.. - conseguiu dizer.


- Espera, acidente? - paralisou. Todos olharam pra sua cara, assustados.


- É, um cara bateu no carro da sua irmã e.. - parou de falar, não conseguia continuar. Seus olhos voltaram a se encher de lágrimas.


- ONDE VOCÊS ESTÃO? - gritou em pânico.


- Hospital James Fox.. - respondeu.


- Eu já estou indo ai.. - desligou o celular. Ficou paralisado por um momento.


- O que aconteceu? - perguntou, aflito.


- A sofreu um acidente.. - andou em direção a saída do local. Ele estava em pânico. Não sabia como reagir a tudo aquilo.


- MEU DEUS! - gritou, chocada.


- Vamos pro hospital agora.. - deu a ideia. Todos passaram no caixa rapidamente e foram imediatamente pro estacionamento. pegou o carro do e levou todos pro hospital, que não ficava muito longe dali.




ficou pálido, quando viu o médico que havia me atendido estava se aproximando. Tinha medo do que poderia escutar.




- Você é o garoto que trouxe aquela garota que sofreu o acidente, não é? - O médico perguntou pro e ele se levantou e encarou o médico.


- Sou eu.. - engoliu seco. Suas mãos tremiam e suavam frio.


- Nós fizemos alguns exames. O estado dela é estável. Já contamos o sangramento da cabeça dela e agora precisamos avaliar mais internamente para saber se a batida pode ter quebrado ou prejudicado alguma coisa. - O médico disse, sério.




sorriu, aliviado. Ainda estava bastante preocupado, mas aquela notícia já era uma grande coisa.




- Cadê a minha irmã? - andou até o , desesperado. - O que aconteceu com ela? – Havia desespero em seus olhos .


- Olá, eu sou o médico que está cuidando da sua irmã. - Dr. Phil sorriu pro e entendeu a mão.


- Oi, como ela esta? - perguntou, apertando a mão do médico.


- É o que eu acabei de falar pro garoto. O estado dela é estável. Aparentemente não há nada de grave, mas ainda temos alguns exames para fazer. - O médico explicou.


- Graças a Deus.. - respirou aliviado.


- Ahn! E você deveria agradecer o seu amigo. - O médico sorriu pro e apontou pro . – Se ele não tivesse trazido a sua irmã pro hospital de forma tão rápida, talvez não conseguiríamos salvá-la. Ela estava sangrando muito e corria o risco de sofrer uma hemorragia interna. - olhou pro e não conseguiu dizer nada.


- Bem, trarei novas noticias assim que as tiver. - O médico se retirou. Voltou a entrar na mesma sala de antes.




não olhou pro , apenas andou até a cadeira em que estava sentado antes e se sentou. fez o mesmo, sentando-se ao seu lado.




- Como ela ta? - chegou eufórico. Tinha vindo correndo do estacionamento do hospital.


- O estado dela é estável. Ainda tem que fazer alguns exames.. - respondeu, sem olhar pro .


- , o que aconteceu? - se sentou a lado de .


- A culpa foi toda minha.. - encarou o chão, sabia que começaria a chorar.


- Hey! Não faz isso! - falou bravo. - Eu não vou deixar você ficar se culpando. - olhou pro , sério


- Nós saímos do boliche, fomos pra minha casa e ela fez o meu curativo. - levantou o rosto, olhou pro com o rosto coberto de lágrimas.


- Calma, cara. - se assustou ao ver que estava realmente chorando.


- Então eu disse pra ela que era melhor se nós déssemos um tempo.. - balançou a cabeça negativamente. escutava tudo, sem olhá-lo e sem se manifestar.


- Por causa do , né? - concluiu.


- É.. - encarou as suas mãos, que seguravam o meu celular.


- E dai.. - incentivou uma continuação.


- Ela terminou com tudo e saiu da minha casa. – passou as mãos pelos olhos. Tinha a intenção de parar de chorar.


- Com o carro.. - concluiu e negou com a cabeça.


- É! Então eu peguei o carro da minha mãe e fui atrás dela. Eu sabia que ela não estava bem pra dirigir. - Os olhos de continuavam cheios de lágrimas, seus cílios estavam molhados. - Então ela parou no semáforo.. - colocou uma mão em cada olho. Sabia que choraria, sabia que não aguentaria. - E quando ela avançou.. - Os olhos de ficaram pesados, ele não conseguia mais segurar as lágrimas. olhou pro e balançou a cabeça negativamente. As lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. - Foi bem na minha frente. Foi tudo tão rápido que eu não consegui... - já estava aos prantos. se levantou, puxou e o abraçou. o abraçou com força. Estava precisando daquilo naquele momento.




Os olhos de estavam cheios de lágrimas, enquanto ouvia a história de . A única coisa que pensava era que se ele não tivesse começado aquela briga no boliche, se ele tivesse aceitado que ficássemos juntos, talvez eu estivesse bem e cheia de saúde.




- Eu nunca vou me perdoar se acontecer alguma coisa com ela. Nunca. - disse, depois que ele e já tinham terminado o abraço.


- Ela ta bem? - O resto do pessoal chegou. Todos estavam aflitos.


- Ainda estão fazendo alguns exames. O estado dela é estável. - disse de forma triste.


- Own, coitada da minha amiga.. - começou a chorar.


- Mas ela vai ficar bem, não é? - foi até o e se agachou em sua frente, para que ficasse da sua altura.


- Eu espero.. - tentou sorrir, mas não deu certo.


- Vai ficar tudo bem.. - se aproximou de e o abraçou.


- Eu sei que vai.. - disse, esperançoso. Algumas lágrimas escorreram pelo seu rosto. - Eu vou lá fora ligar pros meus pais.. - saiu, levando a com ele.




olhou pro e não sabia o que dizer, não sabia se podia confortá-lo de alguma forma. Andou até ele e se sentou ao seu lado.


- E ai,cara.. - disse, chateado.


- E ai.. - tentou sorrir.


- Eu queria saber o que eu deveria te falar agora, mas sinceramente.. eu não sei. - encarou o chão. Aquela situação era horrível.


- Tudo bem.. - balançou a cabeça de forma negativa.


- Você quer saber? Ela é a garota mais durona e forte que eu já conheci. - disse com um quase sorriso.


- Eu também.. - sorriu, seus olhos ainda estavam cheios de lágrimas.


- Eu tenho certeza de que ela vai ficar bem. - disse da forma mais convicta.


- Obrigado, cara. - se levantou e eles fizeram o seu tradicional 'toque' e se abraçaram rapidamente.


- , eu posso falar com você? - voltou a aparecer na sala de espera. o olhou, confuso. se sentou ao lado das garotas.


- Claro.. - foi até ele.


- Lá fora. Vem.. - mostrou a direção com a cabeça e começou a andar. o acompanhou.




Eles chegaram do lado de fora do hospital e pararam. Ficaram frente a frente.




- O que foi? - perguntou, sério.


- Eu não sei como dizer isso. Eu não sei.. - balançou a cabeça de forma negativa.


- Pode falar.. - continuou sério.


- Eu quero te agradecer pelo que você fez pela minha irmã.. - encarou o chão por um minuto e no outro voltou a olhar pro .


- Não precisa. - disse e negou com a cabeça.


- Você salvou a vida dela e eu nunca vou poder te agradecer o suficiente. - deu alguns passos em direção ao . Seus olhos estavam cheios de lágrimas.


- Ela ficar bem vai ser a minha maior recompensa, cara. - sorriu fraco. Seus olhos estava um pouco vermelhos por causa das lágrimas.


- Eu sempre quis que a minha irmã encontrasse um cara legal, sabe? Alguém eu que tivesse certeza de que faria o meu papel quando eu não estivesse por perto. Alguém que a protegesse, como eu a protejo. Alguém que zele pelo bem dela, assim como eu zelo. Alguém que fizesse ela feliz. Alguém legal e de confiança. Alguém que fosse o meu melhor amigo, já que ele estaria cuidando de algo tão valioso pra mim. - As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de .


- Você não precisa fazer isso.. - tentou poupá-lo.


- Não, eu preciso dizer isso. - voltou a ficar sério, segurou as lágrimas.


- Ela encontrou esse cara certo. Escolheu o meu melhor amigo, o cara que eu mais confio no mundo.. e eu estraguei tudo. - encarou o chão por um minuto, sentia vergonha do que havia feito. - E olha o que aconteceu.. - levantou o rosto e olhou para ainda chorando.


- A culpa não foi sua, foi minha. - tentou evitar que as lágrimas escorressem pelo seu rosto, mas isso não foi possível.


- Eu quero que você saiba que, depois que ela sair desse hospital.. eu aprovo que vocês saiam. - sorriu pro . - Eu tenho certeza de que ela não vai encontrar um cara mais legal do que você. - se aproximou de e estendeu a mão. sorriu pra ele, apertou sua mão.


- Você não sabe o quão importante é pra mim ouvir isso de você. - sorriu fraco com os olhos cheios de lágrimas. sorriu e o abraçou.


- Desculpa, cara. - disse, chorando nos braços de .


- Não se preocupa com isso.. - deu alguns tapinhas em suas costas e sorriu comovido.


- Vai ser incrível ter você como cunhado. - riu, depois que terminou o abraço. Seu rosto estava coberto por lágrimas.


- Você também. - também riu.


- Ela vai ficar bem... - sorriu.


- Sim, ela vai. - sorriu, satisfeito com o que tinha acabado de ouvir.


- Meus pais chegaram. Isso não vai ser fácil. - disse, depois de olhar pra trás e ver seus pais estacionando o carro.


- Certo, eu vou entrar pra que você fique mais a vontade com eles. - sorriu pra mais uma vez e voltou a entrar no hospital.




Entrou na sala de espera novamente, todos estavam em silêncio. e estavam desolados, enquanto as garotas choravam silenciosamente.




- Tudo certo entre vocês? - perguntou, assim que se sentou ao seu lado.


- Tudo.. - voltou a ficar sério. Havia se lembrado dos riscos que eu ainda corria.


- Cadê ele? - perguntou, procurando por .


- Os pais dele chegaram. Ele está explicando tudo. - avisou. Estava lamentando por . Sabia o quão duro seria pros meus pais.


- Ahn.. - concordou, sem reação.




Minutos depois, viu meus pais entrarem na sala de espera ao lado de . Minha mãe chorava e meu pai estava visivelmente abalado.




A primeira coisa que a minha mãe fez, foi ir até o e abraçá-lo. Abraçá-lo com todo o carinho e gratidão do mundo.





- Obrigada, querido. - Minha mãe continuava abraçando-o forte. - Você salvou a minha filha. - Minha mãe olhou pra ele. O rosto dela estava coberto de lágrimas. - Obrigada. - Minha mãe sorriu, emocionada.




Os olhos de se encheram rapidamente de lágrimas. Ele estava comovido com toda a emoção da minha mãe e estava ainda mais comovido com o abraço que ele havia dado nele. Foi um abraço de verdade, sabe?




- A senhora não precisa me agradecer. - tentou sorrir. Minha mãe não respondeu, apenas sorriu pra ele mais uma vez. Voltou a se colocar ao lado do meu pai. Os braços dele estavam em torno do pescoço dela, enquanto ele tentava acalmá-la quando nem mesmo ele estava calmo.




As horas foram se passando rapidamente. O médico não voltou durante a noite. A sala de espera foi ficando vazia aos poucos. As garotas foram as primeiras a irem embora, foi na sequência. só foi embora ás 4 da madrugada, deixando somente , e meus pais na sala de espera.




O dia amanheceu e meus pais dormiram sentados nas cadeiras da sala de espera. também acabou dormindo depois de um tempo. foi o único que não conseguiu dormir a noite toda. Se eu saísse daquela UTI, ele queria ser a primeira pessoa a me ver. Ele só queria me ver novamente.




- Bom dia. - O médico apareceu na sala de surpresa. e os meus pais acordaram na hora, assustados.


- Olá, Dr. - Meu pai se levantou rapidamente e apertou a mão do médico.


- Bem, vocês são os pais da ? - Dr. Phill perguntou.


- Sim, somos nós. - Minha mãe respondeu rapidamente.


- Eu preciso que vocês preencham algumas fichas. - O Dr. sorriu.


- Claro, mas e a minha filha? - Minha mãe perguntou, aflita.


- Nós finalizamos os exames e os resultados vão sair em 2 horas. - O médico avisou.


- Mas nós não podemos entrar para vê-la? - se manifestou.


- Bem, até podem.. mas ela está dormindo e não vai acordar tão cedo. - O médico deu a opção a eles.


- Não tem problema. - sorriu, animado com a chance de ver a sua irmã.


- Tudo bem, enquanto isso, os seus pais vão comigo preencher as fichas. - O médico sorriu para os meus pais, que concordaram com a cabeça.


- Certo. - concordou.


- Mas só um de vocês vai poder entrar, claro. - O médico apontou pro e pro .


- Ahn.. - fez careta.


- Desculpe, garoto. - O médico lamentou.


- Vamos, Sr. e Sra. . - O médico pediu que meus pais o acompanhassem e assim foi feito. Passou pela enfermaria e a avisou que havia permitido a entrada de uma visita ao meu quarto de UTI.


- Eu quero que você vá, . - se sentou ao lado do .


- O que? - olhou pra ele, sem entender.


- Eu quero que você seja o primeiro a vê-la. - sorriu pro .


- Não, eu não posso. Você é o irmão dela.. - negou com a cabeça.


- Eu sei que você quer isso e você merece mais do que ninguém. Você passou a noite toda em claro. - se levantou, incentivando .


- Não, vai você, cara. - continuou não aceitando.


- , é sério! Eu quero que você vá. Por favor, vai. - insistiu.




estava maluco para me ver, mas ele tinha que ser conveniente. Era o meu irmão, né?


- Você tem certeza? - começou a sorrir.


- Tenho! Anda logo. - o empurrou em direção ao corredor.


- Obrigado. - sorriu pra ele, agradecido.




Andou até a enfermaria e falou com uma das enfermeiras. Avisou que iria me visitar. Uma delas se prontificou a levá-lo até o meu quarto.




encarou a porta branca que tinha o número 345 na parte superior. Na hora lhe faltou coragem, não sabia em que estado me encontraria.




- Você tem 20 minutos. - A enfermeira entregou um papel nas mãos dele e saiu, deixando ele sozinho em frente a porta.




engoliu seco, segurou a maçaneta da porta e a girou. A primeira coisa que conseguiu enxergar foi uma cama, na qual eu estava deitada. Seus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente. Entrou no quarto e fechou a porta devagar. Voltou a olhar para a cama e deu alguns passos em sua direção. Só conseguiria ver o meu rosto se ele se aproximasse. Deu mais alguns passos e chegou até a minha cama. Olhou pra mim pela primeira vez e uma lágrima escorreu por todo o seu rosto. Havia tubos no meu nariz e no meu braço e um curativo enorme em minha cabeça.




As lágrimas escorriam de seus olhos involuntariamente e seu coração doía como nunca. Nunca, nem em seus piores pesadelos, ele imaginou que me veria daquele jeito. Ele se sentou na lateral da minha cama.




- Hey, . - Ele disse com a voz falhando, por causa do choro. Levou a sua mão ao meu rosto e acariciou ele com um dos dedos. Ficou olhando para mim por um tempo, tentando saber o que diria. - Quando nós éramos crianças, sabe qual era o meu passatempo favorito? - perguntou de forma retórica. Abaixou a cabeça, não conseguia parar de chorar. - Meu passatempo favorito era assustar você e quebrar as suas bonecas. - sorriu, se lembrando. - Então nós fomos crescendo e você acabou se tornando essa garota linda que eu sempre fui apaixonado e.. - chorava como nunca, não conseguia falar mas ele precisava. - Sabe qual continuava sendo o meu passatempo favorito? - segurou a minha mão e a acariciou. - Irritar você e quebrar a cara dos seus namorados. - sorriu novamente. - Era meio que o meu dever, sabe? Eu sempre fui o garoto que você mais odiou. Eu tinha a obrigação de manter esse meu status. Era o único jeito de ficar perto de você, era o único jeito de fazer parte da sua vida, nem que fosse da forma mais insignificante. - passou a mão pelo seu rosto e secou algumas lágrimas que estavam lá. - Foi tão fácil me apaixonar por você.. - Entrelaçou os nossos dedos e sorriu, olhando para as nossas mãos grudadas.
- Antes de tudo ter acontecido entre nós, eu amava você. Amava de um jeito doido, eu sei, mas amava. Eu achava que era impossível sentir algo maior e mais forte por você. Então, quando nós começamos a ficar juntos, eu descobri que eu estava errado. - conversava comigo, como se eu estivesse ouvindo tudo. As lágrimas escorriam livremente pelo rosto dele, enquanto ele falava. - Quando você me abraça, é como se todo o meu mundo estivesse nos meus braços. Quando você sorri pra mim, nada mais importa. Pode acontecer tsunami bem ali do meu lado, mas se você estiver sorrindo pode ter certeza que eu sentarei só para não perder nenhum detalhe do seu lindo sorriso. E quando você me beija.. - Uma lágrima passou pelo sorriso fraco dele. - É como se o mundo parasse e só existisse nós dois. Nesses momentos, eu tinha certeza de que você era minha, só minha... pra sempre. - O sorriso no rosto de se desmanchou e as lágrimas ainda estavam lá.




- E ontem.. eu quase você. - estava aos prantos. Ele não conseguia controlar. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e o seu rosto estava coberto de lágrimas. - Você sempre disse que se sentia tão segura comigo. Eu sempre quis te passar essa segurança, mas dessa vez eu falhei, eu sei. Me desculpa. - voltou a olhar pra mim com seus tristes olhos. Ficou um tempo em silêncio, não conseguia falar. - Como é que eu vou voltar pra aquela escola amanhã, sabendo que você não vai estar lá? - tentou parar de chorar. - Como é que eu posso estar lá, sabendo que você está aqui sozinha.. desse jeito? - balançou a cabeça negativamente e ainda chorava bastante. - Me diz o que eu devo fazer! - se levantou, ficou de costas pra mim e encarou a porta. - Me diz o que eu tenho que fazer pra não me sentir desse jeito! - voltou a me olhar, mesmo de longe.




- Mais 5 minutos, moço. - A enfermeira entrou, avisou e logo se retirou.




voltou a se aproximou de mim e me observou ainda de pé. - Você vai ficar bem, ok? - colocou o meu cabelo atrás da orelha. - Eu prometo. - repetiu, enquanto as lágrimas encharcavam o seu rosto. Se aproximou e beijou lentamente a minha testa. - Eu sei que você não está me ouvindo.. mas saiba que eu te amo. - disse bem perto do meu rosto. - Te amo mais do que tudo, . - sorriu, enquanto várias lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto. Ele se aproximou e selou os meus lábios. Fechou os olhos, esperando que quando os abrisse, fosse ver os meus olhos de tão perto novamente. Os abriu e me olhou tristemente mais uma vez. – Volta logo pra mim. - se aproximou novamente e voltou a selar os meus lábios de forma mais rapida.




virou de costas, passou a mão pelo rosto. Não queria que todos vissem que havia chorado. Respirou fundo e abriu a porta. Não olhou pra trás, sabia que não conseguiria sair se fizesse isso. Ele não suportava a ideia de que eu ficaria ali sozinha.




Chegou na sala de espera e todos estavam sentados: , e , que haviam acabado de chegar. Todos olharam pro e é claro que perceberam que ele havia chorado, mas mesmo assim ele tentou sorrir.




- Como ela esta? - se levantou e caminhou até o .


- Ele ta.. - não conseguiu dizer. Encarou o chão, pois sabia que voltaria a chorar. começou a chorar ao vê-lo daquele jeito. Ela se aproximou e o abraçou. - Eu quero tirá-la de lá. Eu quero tê-la comigo de novo. É pedir muito? - chorou nos braços de . e observavam tudo ainda sentados. Não sabiam como reagir.




- Hey, . - se levantou, seus olhos estavam alagados, mas ele não deixaria que nenhuma lágrima escorresse pelo seu rosto. - Ela vai voltar, cara. Ela vai voltar pra você! Vai voltar por que você salvou a vida dela. Você merece tê-la de volta. - sorriu pro amigo. terminou o abraço com e sorriu pro .


- Eu sei.. - sorriu fraco. - Eu só preciso que isso seja logo. Eu não aguento vê-la daquele jeito. - conseguiu impedir que mais lágrimas saíssem de seus olhos.


- Vai ser muito em breve. - se aproximou e estendeu a mão para que eles fizesse o seu tradicional 'toque'. Assim foi feito.


- Você não quer comer alguma coisa, ? - disse, preocupado.


- Não, eu to bem. - sorriu de forma agredecida pro . Estava tentando se acalmar, pois queria parar de chorar.


- , você não dormiu e nem comeu nada desde ontem a noite.. - também estava preocupado.


- Eu to bem. Não se preocupem comigo. - voltou a dizer.


- Eu quero que você vá pra lanchonete do hospital agora, coma alguma coisa e depois vá pra sua casa pra descansar. - disse com autoridade.


- Eu não vou sair daqui,. - revirou os olhos.


- Anda logo, ! - disse, brava. - Uma pessoa doente, é o suficiente. - e levantaram e andaram até o .


- Vai logo, . - fez cara de bravo.


- Nossa, mas vocês são chatos, hein? - resmungou e se levantou, emburrado.


- O que você chama de chatice, eu chamo de preocupação, idiota. - revirou os olhos.


- Se tiver alguma noticia me liga, ! - ordenou.


- Ta, pode deixa. - se sentou, enquanto via os 3 amigos abandonarem a sala de espera.




foi direto pra casa. e se certificaram de deixá-lo lá, já que ele não iria pra escola naquele dia. chegou em casa e a sua mãe veio falar com ele. Ela estava muito preocupada, mesmo tendo ligado pra ela durante a noite para explicar tudo.




- Como ela está? - A mãe de se aproximou.


- Do mesmo jeito. Os resultados dos exames saem daqui a pouco. - disse se jogando no sofá.


- E como está o seu curativo? - A mãe de , se referindo ao corte no supercílio.


- Eu nem me lembrava disso.. - passou a mão pelo curativo. – Ai, merda. - Sentiu que ainda doía e fez careta.



- Você quer algum remédio? - A mãe de se aproximou e se sentou ao seu lado.


- Não mãe, obrigado. - sorriu fraco. A mãe de o olhou por um tempo e deu um pequeno sorriso.


- Você está mesmo bem, querido? - Ela passou a mão pelo cabelo do filho. É claro que ela sabia que ele não estava nada bem.


- Sim, mãe. Não se preocupa ta? - Ele se aproximou e beijou o rosto da mãe.


- Tudo bem. - A mãe dele sorriu, preocupada. Observou o filho subir as escadas de forma exausta.




entrou em seu quarto, fechou a porta e caminhou lentamente até a sua cama e se sentou nela. Passava os olhos por todo o quarto. Procurava algo que pudesse lhe distrair, algo que pudesse tirar a sua cabeça daquele hospital. Só conseguiu o contrario.




Tudo naquele quarto fazia se lembrar de mim. O local em que havíamos nos beijado há dias atrás, o porta-retrato que eu observei naquele mesmo dia, o violão que eu citei. TUDO.




Deitou na cama e encarou o teto por um tempo, sem dizer nada. Esticou o braço para pegar o porta-retrato ao lado de sua cama. Observou o porta-retrato de perto. Nunca havia sido tão doloroso ver aquela foto. Me observou através da foto por alguns minutos. Percebeu o quanto eu estava feliz no dia em que aquela foto foi tirada e se lembrou de como havia me visto minutos atrás. Aquela imagem não conseguia sair da cabeça dele e toda vez que ele pensava nisso, sentia o corpo todo estremecer. Parecia que o chão sumiria de seus pés a qualquer momento. Acabou dormindo por pura exaustão. Acordou 3 horas depois com o seu celular tocando.




- Alô? - disse, ainda sonolento.


- Oi .. - Era o .


- Ahn, oi e ai? - se levantou na cama. O porta-retrato ainda estava em suas mãos. Observou ele mais uma vez.


- Os resultados dos exames saíram. O médico vai vir falar nos explicar tudo em meia-hora. - avisou.


- Ta, eu já estou indo ai. Chego em 15 minutos. - se levantou e foi até o guarda-roupa, pegando a primeira roupa que viu.


- Ok, até daqui a pouco. - desligou.




precisava tomar banho. Havia passado a noite no hospital e estava com a cara inchada. Tomou o banho mais rápido de todos e colocou a roupa que havia escolhido. Foi até a frente do espelho para arrumar o seu cabelo. Sorriu se lembrando que eu sempre lhe disse que gostava dele bagunçado. Sendo assim, preferiu deixar ele bagunçado. Ele não sabia se poderia me ver acordada naquele dia. Desceu as escadas rapidamente e viu a sua mãe na cozinha.




- Onde você vai? - A mãe dele viu que o filho estava prestes a sair.


- Vou pro hospital. O médico vai falar sobre os resultados do exame. - pegou uma maça na fruteira.


- Ahn, sim. Boa sorte, então. - Ela sorriu pra ele.


- Tudo bem se eu for com o seu carro? O meu está no hospital.. - fez careta.


- Claro.. - A mãe dele voltou a sorrir.


- Obrigado, mãe. - se aproximou e beijou o rosto de sua mãe.


- Vai dar tudo certo, querido. - A mãe dele se aproximou e beijou o seu rosto e o abraçou.


- Eu sei, mãe.. - Ele sorriu, agradecido.




Saiu rapidamente pela porta e entrou no carro. Dirigiu até o hospital e quando chegou lá, olhou no relógio. Havia demorado exatos 15 minutos! entrou no hospital totalmente confiante, foi até a sala de espera e avistou sentado ao lado de seus pais.




- Hey.. - se levantou para fazer o seu tradicional 'toque' com o .


- Hey.. - sorriu pro amigo.


- Você parece melhor.. - riu.


- Eu dormi um pouco.. - confessou e riu.


- Ainda bem.. - sorriu.


- Sr. e Sra. ? - O médico entrou na sala.


- Sim, somos nós. - Meus pais se levantaram. e olharam pro médico.


- Vocês podem vir até a minha sala, por favor? - O médico sorriu.


- Nós podemos ir também? - perguntou ao lado de .


- Claro.. - O médico concordou e caminhou até a sua sala. Meus pais, e acompanharam ele.


- Sentem-se.. - O médico disse, sentando em sua cadeira. Todos também se sentaram. Olhavam fixamente pro médico e esperavam uma notícia boa.


- Ela vai ficar bem, doutor? - Minha mãe se adiantou.


- Bem, aparentemente sim. - Pode se perceber o alivio de todos na sala.


- Então ela não tem nada? Vai sair daqui sem problema nenhum? - sorriu, empolgado.


- Era exatamente isso que eu ia falar. - O médico fez uma cara não muito boa. - Na hora do acidente, a bateu fortemente a cabeça no vidro da frente do carro. - O médico iniciou sua explicação.


- Sim.. - concordou. Se lembrava de ter visto o curativo em minha cabeça durante a sua visita.


- Durante essa batida, uma parte de seu cérebro foi levemente afetada e ela perdeu uma pequena parte da memória. - O médico tentou tornar tudo menos ruim.


- Você esta dizendo que ela perdeu a memória? - arregalou os olhos e engoliu seco. paralisou. Esperava que o médico dissesse que estava brincando.


- Não totalmente. Na verdade, foi uma perda bem pequena. - O médico voltou a explicar.


- Ela sofreu ‘Perda de Memória Temporária e Limitada’. - O médico disse como se todos soubesse o que aquilo significava.


- Como assim.? - Meu pai estava tenso.


- Na verdade, é bem relativo. Varia de pessoa pra pessoa. Ela pode se lembrar de todos e não se lembrar de apenas uma pessoa ou ela pode não se lembrar de ninguém e se lembrar somente de uma pessoa. - O médico disse. e se entreolharam. Aquilo não era bom.


- Você disse que é temporário, não é? - Minha mãe tentou obter uma boa notícia.


- Sim, ela vai se esquecer dessa ou dessas pessoas somente por um tempo. Aos poucos ela vai se recordando. - O médico explicou.


- Mas demora muito? - perguntou, curioso.


- Isso varia, mas é importante deixar claro que ela deve se recordar sozinha. Qualquer ajuda para tentar faze-la lembrar pode causar um grande choque nela. - O médico avisou a eles.


- Ela precisará de remédios, doutor? - Minha mãe perguntou, implorando para que a resposta fosse não.


- Não, ela se recordará sozinha e aos poucos. No tempo dela. - O médico orientou.


- Tem mais alguma coisa? – Minha mãe perguntou, aflita.


- Não, esse é o maior problema. O resto são só algumas feridas e cortes causadas pelo acidente, mas que já foram bem tratadas. - O médico trouxe um certo alivio pra todos. Uma perda de memória temporária não era um grande problema, comparado ao que poderia ter acontecido.


- E ela está acordada? Nós já podemos vê-la? - Meu pai disse, ansioso.


- Sim, ela acordou há alguns minutos. Parece normal, lembra do acidente e sabe exatamente onde está. - O médico explicou a todos. se encheu de medos. Tinha medo de que eu não me lembrasse dele ou talvez tivesse medo de que eu o culpasse pelo acidente.


- Yeah! - comemorou. Não via a hora de me ver. Só assim ele saberia que eu estava bem.


- Obrigada, doutor. Muito obrigada. - Minha mãe agradeceu o médico, comovida. Ele também havia salvado a minha vida.




Eles saíram da sala do médico e foram até a enfermaria. Pediriam os cartões de visita para poderem entrar em meu quarto. pegou o cartão, assim como minha mãe e meu pai.




- , você não vai entrar? - olhou pra ele, sem entender.


- Não. Eu acho que.. vocês deveriam ficar a sós com ela. - sorriu fraco. É claro que não era por isso que ele não queria entrar.


- Não, imagina. Pode entrar.. - sorriu, gentil.


- Não podem ir. Eu espero vocês aqui. - disse e se sentou em uma das cadeiras da sala de espera. sabia que havia alguma coisa errada, mas depois resolveria isso.




e os meus pais andaram até o meu quarto e entraram. Olhei pra porta imediatamente e os reconheci rapidamente.




- Oi, querida. - Minha mãe já estava chorando. Eu já disse o quanto ela é emotiva? Bem, estou dizendo agora.


- Oi, mãe. - Sorri pra ela e a abracei.


- Tudo bem, filha? - Meu pai sorriu pra mim.


- Eu to bem, pai. - Eu sorri pra ele para que a minha resposta fosse ainda mais convincente.


- Oi . - sorriu, sem jeito. Nosso último encontro não foi tão amigável assim.


- Oi, mané. - Eu ri e ele gargalhou.


- Eu senti falta de você me chamando de 'mané'. - continuou rindo.


- Ok, vamos recuperar o tempo perdido, mané. - Eu ainda ria. – O que você acha, mané? - Eu não conseguia parar de rir.


- Ok, já matei a saudade. Pode calar a boca agora. - cerrou os olhos e depois riu.


- Aff, cala a boca você. - Eu revirei os olhos.


- Ok, não comecem! - Meu pai arqueou a sobrancelha.


- Ta.. - Eu e rimos.




Eles ficaram mais algum tempo ali comigo. Eu perguntei sobre a escola e amigos. Perguntei quando eu sairia daquele hospital e eles não souberam responder. Disseram que conversariam com o médico depois.




Se despediram de mim depois de mais ou menos uma hora. Eu estava odiando ficar naquele hospital. Eu não via a hora de sair dali e reencontrar os meus amigos, voltar pra casa e dormir na minha cama.




- Como ela está? - perguntou, assim que viu aparecer na sala de espera.


- Ela está muito bem. Se lembrou de todos nós. - sorriu, satisfeito.


- Ela perguntou de mim? - perguntou, esperançoso.


- Na verdade, não. - fez careta. - Eu sinto muito, cara. - se mostrou chateado pelo amigo.


- Não, tudo bem. Ela só deve estar cansada. - pensou positivo e tentou sorrir.


- É.. - concordou. - Vamos? Nós precisamos descansar. Amanhã tem escola. - lembrou .


- Você tem razão. Vamos.. - sorriu. Parecia incomodado e chateado.




estava certo de uma coisa: não estava tudo bem. Pelo menos, não pra ele. As duas opções que ele considerou anteriormente ainda estavam valendo: eu não me lembrava dele ou eu estava com tanta raiva por causa do acidente, que não queria vê-lo em minha frente. Essa era a única coisas que pensava. Ele acreditava mais na segunda opção, já que eu estava me lembrando de muitas pessoas. Não era possível que eu me esquecesse só dele.




queria saber como seria viver, sabendo que eu odiava ele de verdade. Como seria me ver todos os dias na escola e não receber um sorriso meu, um abraço e nem sequer um olhar. Nada fazia mais sentido.



Capítulo 22 - Pela segunda vez




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Querido, acorda. Hora de ir pra escola. – A mãe de , tentou acordá-lo.


- Ta, mãe. Já vou levantar. – se espreguiçou. Sua mãe saiu do quarto, sabia que ele realmente iria se levantar.




repensou se faria mesmo aquilo. Não seria fácil entrar naquela escola e ficar lá por 5 horas. Sabia que tinha que ir. Não podia parar a sua vida por causa de mim, mesmo querendo muito fazer isso. Levantou e foi tomar banho. A água do chuveiro nunca pareceu tão fria. Talvez fosse o seu corpo que estivesse quente demais. Cada gota que tocava o seu corpo era como uma agulha perfurando a sua pele.




O que ele mais queria era ter coragem pra saber a verdade. A verdade do por que eu não perguntei sobre ele. Se eu havia me esquecido dele ou apenas estava com raiva. Aquilo estava matando ele.




Saiu do banho e se trocou. Encarou o espelho, enquanto abotoava a camisa do uniforme. Percebeu o quanto parecia mal. Notou o seu cabelo desarrumado e não teve coragem de arrumá-lo. Eu gostava dele daquele jeito e é daquele jeito que ele ficaria.




Prometeu pra si mesmo que tentaria ficar bem. Não queria sofrer por antecedência. Seus amigos estariam lá pra ajudá-lo e isso era a única coisa que o consolava.




- Vamos, mãe? – apareceu na cozinha, onde sua mãe fazia o café. Ela o levaria na escola hoje, já que seu carro ainda estava no hospital. Ele passaria lá depois da escola para pegá-lo.


- Vamos. – A mãe dele sorriu e pegou sua bolsa.


- Onde você vai, mamãe? – apareceu de pijama na cozinha. Ainda estava sonolenta.


- Bom dia, querida. – Sua mãe a beijou na testa. – Vou levar o seu irmão na escola, mas eu já volto. – Ela sorriu para .


- Ahn.. – Ela olhou pro . É claro que ela percebeu o quanto ele estava mal.


- Sobe e volta a dormir. Se quiser ir lá dormir com o papai pra não ficar sozinha, pode ir. – A mãe de sugeriu.


- Ta bom.. – concordou.




Ela estava maluca para perguntar pro sobre mim, mas tinha medo disso magoá-lo. Não sabia o que tinha acontecido.


- .. – Ela disse, ainda em dúvida.


- O que foi? – olhou pra ela, esperando que ela continuasse a falar.


- Como que a está? – andou até ele.




sorriu fraco. Sabia o quanto gostava de mim e o quanto eu gostava dela. Se agachou em frente dela para poder olhar seu rosto de mais perto.




- Ela está no hospital, mas está tudo bem. Daqui alguns dias, ela já vai sair de lá. – continuou a sorrir fraco. Viu a preocupação no rosto de .


- Eu posso ir visitá-la? – disse, como se tivesse acabado de ter uma ideia. Olhou pro e pra sua mãe.


- Não sei. Se o seu irmão quiser te levar, tudo bem. – A mãe de concordou.


- Eu posso, ? – olhou docemente pro .


- Eu não sei, . – fez careta. Não sabia se eu me lembraria de . Era arriscado.


- Por favor, por favor! – implorou.


- Olha, eu vou tenta, ok? – sorriu pra ela e ela comemorou. – Vou tentar te levar lá hoje. – disse e comemorou ainda mais.


- Obrigada ! – Ela o abraçou forte. – Você é o melhor irmão do mundo. – Ela disse, enquanto ainda estava abraçada a ele. sorriu, satisfeito com o que havia escutado.


- Agora vai lá voltar a dormir. – terminou o abraço e sorriu pra ela.


- Ta bom. Boa aula. – beijou o seu rosto e subiu as escadas em direção ao andar de cima. se levantou. havia conseguido fazer ele se sentir um pouco melhor.


- Vamos. – Sua mãe foi em direção a porta e ele a acompanhou, depois de pegar a sua mochila. Ambos saíram e foram pro carro.




Foram o caminho todo em silêncio. Os pensamentos de estavam no hospital. Queria saber se eu estava bem, se eu sairia de lá logo e se eu sentia tanta vontade de vê-lo como ele estava sentindo vontade de me ver.




- Boa aula, querido. - A mãe de beijou o seu rosto. apenas sorriu e desceu do carro com a mochila nas mãos.




O carro de sua mãe se distanciou da escola e ele encarou a entrada da escola por um tempo. Várias pessoas com o mesmo uniforme entravam pelo portão. Seu coração estava dolorido. Como ele não queria ter que fazer aquilo.




Deu alguns passos e passou pelo portão com a cabeça baixa. Chegou no pátio da escola e avistou seus amigos de longe. Faltava alguém ali. Sorriu de forma chateada. Não queria se sentir daquele jeito, não queria sentir a minha falta. Andou até eles e quando se aproximou, todos viraram para olhá-lo.



- Hey, . - sorriu, tentando anima-lo.


- Hey.. - tentou sorrir, colocou as mãos no bolso de sua calça.


- Eu tenho uma boa notícia. - sorriu, empolgado.


- CONTA! - quase gritou, curiosa.


- O médico disse que talvez a possa receber alta amanhã. - viu todos comemorar. Percebeu o sorriso aliviado no rosto de .


- Que rápido.. - se surpreendeu.


- O médico disse que o mais grave é a perda de memória, mas essa parte só depende dela mesma. - explicou.


- Nós combinamos de ir visitá-la, hoje. - sorriu, ansiosa.


- Será que ela vai se lembrar de mim? - pensou alto.


- Se ela tiver sorte, não.. - não perdeu a chance de irritá-lo.


- Cala a matraca, vai .. - revirou os olhos.


- Você vai entrar para visitá-la hoje, não é ? - perguntou, olhando pro , que estava inquieto.


- Eu acho que não. A quer ir visitá-la. Vou ceder o meu lugar pra ela. - respondeu, tentando não demonstrar o real motivo dele não querer fazer aquilo.


- .. você ta bem...? - perguntou, preocupado. Todos haviam percebido que ele não estava bem.


- Por que todo mundo fica me perguntando isso? - se mostrou bravo. - Ela esta internada num hospital e eu nem sei se ela vai se lembrar de mim, não sei se ela vai se lembrar do amor que eu sinto por ela, não sei se ela vai se lembrar de todos os momentos que nós passamos juntos e também não sei se ela vai passar o resto da vida me odiando. - disse de forma grossa. - Como vocês acham que eu estou? - olhou seriamente pra todos. Ninguém conseguiu respondê-lo e ficaram em silêncio. - Eu vou pra aula. - desceu as escadas ainda furioso.




Ele entendia que seus amigos estavam preocupados com ele, mas ele já estava de saco cheio de todos estarem sufocando-o com as suas preocupações, de todos fazerem aquela mesma pergunta que eles já sabiam a resposta.




teve suas aulas de matemática e depois uma de física. Não estava prestando a atenção em nada, não queria saber nada. O sinal do intervalo tocou e ele foi pro pátio, sem o menor ânimo.




- Oi.. - disse, antes de se sentar na mesa ao lado de seus amigos.


- E ai...- ia dizer algo sobre o acontecido anterior, mas resolveu não tocar no assunto.


- Se você precisar de alguém pra conversar.. - foi gentil com o .


- Eu não preciso. - disse de forma grossa e olhou pra de forma séria.


- , você não precisa ter medo do que vai acontecer.. - tentou ajudá-lo.


- Eu não estou com medo. - ficava cada vez mais irritado.


- Você devia ir vê-la, . - aconselhou.


- Pra que? Ela não quer me ver ou já teria perguntado de mim. - respondeu, grosso.


- Ou ela se esqueceu! - respondeu, séria.


- E isso deveria me consolar? - arqueou a sobrancelha. - Gostar de uma pessoa por 6 anos e quando eu finalmente consigo tê-la, ela acaba se esquecendo de tudo. - disse com irônia.


- , se a estivesse aqui, ela não iria gostar que você estivesse agindo desse jeito.. - balançou a cabeça negativamente.


- Mas ela não está aqui, . - encarou . - Vocês não entendem, não é? Vocês nunca vão entender. - se levantou da mesa, revoltado. também se levantou. Estava irritado agora.


- Hey, é a minha irmã! Você acha que eu estou bem com tudo isso? - olhou pro , irritado.


- Pelo menos você sabe que ela se lembra de você. - olhou pra , indignado. não conseguiu respondê-lo. Olhou para os amigos e negou com a cabeça. - Olha, eu sei que vocês querem me ajudar e eu agradeço por isso, mas nada do que vocês disserem ou fizerem vai fazer com que eu me sinta melhor. Nada. - saiu e foi em direção ao ginásio da escola.




- Eu nunca vi ele desse jeito.. - comentou.


- Ela tem que se lembrar dele.. - disse com convicção.


- Ele está com medo dela não se lembrar dele.. - concluiu.


- Sim, não deve ser fácil perder uma pessoa assim tão de repente.. - disse, chateado.


- Nós devemos deixa-lo em paz um pouco. Ele precisa ficar sozinho. - disse, voltando a se sentar.


- Talvez com o treino de hoje, ele se acalme. - analisou.


- Sim, tomara. - concordou.







foi até o ginásio e se sentou na arquibancada por um tempo. Estava sozinho, sem ninguém para lhe fazer perguntas, sem ninguém para se preocupar com ele e sem ninguém ter que esconder suas lágrimas. Ele encarou o céu, que estava nublado. O céu parecia tão vazio e sombrio quanta a sua vida nos últimos dois dias.




- Por que é que tudo teve que dar errado pra nós? - Os olhos de se encheram de lágrimas, enquanto ele ainda observava o céu. - Por que nós não podíamos simplesmente ficarmos juntos como os outros casais? - Uma lágrima escorreu pelo rosto de . Lágrima essa, que foi secada rapidamente por um dos dedos dele. - Por que eu simplesmente não posso ter você aqui do meu lado? - não deixou que mais nenhuma lágrima escorresse pelo seu rosto e passou as mãos em seus olhos.




Nada poderia explicar o jeito que ele estava se sentindo e a única que pessoa que poderia fazer com que ele ficasse bem, não se importa mais com ele. Qual é a sensação de perder um amor finalmente correspondido depois de 6 anos?




O sinal do final do intervalo não deixou que continuasse com seus pensamentos. Se levantou, passou pelo pátio e foi pra sua sala. Teria duas aulas de história e uma de geografia.




Saiu das aulas e foi direto pro treino. Sabia que treinar era uma das únicas chances de se distrair. Chegou lá e voltou a ver seus amigos, que sorriram pra ele quando o viram. Eles entendiam perfeitamente o momento pelo qual estava passando e só queriam ajudá-lo. Ambos se trocaram no vestiário e subiram pra quadra. O treinador havia proposto alguns alongamentos e um jogo-treino.




Ao chegar no treino, Peter avistou e revirou os olhos. Peter já sabia de toda a história e não estava nem um pouco satisfeito. O time foi dividido e como sempre, e Peter ficaram em times diferentes. , e ficaram no time do .




O jogo começou e estava a todo vapor. Estava tão disposto a manter a sua cabeça naquele jogo, que fez de tudo para se concentrar nele. Resolveu descontar toda a sua raiva e tristeza naquele jogo. Acabou fazendo uma falta grave em um dos jogadores do time adversário.




- Desculpa, foi sem querer. - se agachou para se desculpar com o garoto.


- Ta tudo bem. – O garoto sorriu pro , para que ele não se preocupasse.


- TA MALUCO, JONAS! Você quase quebrou a perna do cara. - Peter gritou. Estava esperando por uma chance para irritá-lo. A chance era issa.




estava com tanta raiva de Peter, que achou melhor não olhá-lo para não começar uma briga. Peter já havia estragado a noite anterior e era o principal culpado de tudo, mas não perderia o seu tempo com ele.




- Aliás, você adora sair por ai machucando os outros, não é? - Peter provocou novamente. Todos perceberam que ele se referia a mim.




, que já havia se levantado e estava andando na direção contrária a Peter, parou e no instante seguinte já estava segurando Peter pelo colarinho e o pressionando contra a parede. já estava se sentindo culpado o suficiente.




- Péssimo dia pra isso, Peter. - pressionou ainda mais Peter contra a parede.


- Larga ele, . - e o puxaram, fazendo com que ele soltasse Peter. - Deixa ele. - disse, afastando de Peter.




respirou fundo e ficou de costas pro Peter. e ainda o seguravam.




- Me solta. – puxou seus dois braços com força. e foram obrigados a soltá-los.


- Não sei por que está tão irritado! Você quase matou ela e sabe disso! - Peter voltou a gritar.




Agora sim, estava irado. Seu sangue subiu no mesmo minuto e ele voltou a andar em direção ao Peter e assim que se aproximou, fechou uma das mãos e socou o rosto de Peter o mais forte que conseguiu. Peter tentou reagir, mas lhe acertou outro soco do outro lado de seu rosto. Peter caiu no chão, zonzo.



- ! - gritou, entrando na sua frente. - Olha o que você esta fazendo! - continuou a gritar. Ele nunca viu alguém socar uma pessoa com tanta raiva e nem com tanta força.


- Você não ouviu o que ele disse? - também gritou, tentando se justificar. Peter continuava ali, caído. Tentava se levantar, mas não conseguia pois ainda estava atordoado.


- , desce pro vestiário. - o puxou.


- É melhor, . - ajudou a puxar pro vestiário.


- É melhor você mudar de escola, Peter ou eu vou te pegar! - gritou, enquanto e puxavam ele pro vestiário.


- Eu vou estar esperando! – Peter gritou. Ele também estava fora de si.
tentou se soltar de e . Queria voltar lá e matar aquele desgraçado do Peter. Não conseguiu. Com muito sacrifício, e conseguiram colocar dentro do vestiário. estava muito bravo..


- Eu vou acabar com aquele filho da puta.. – gritou, tentando passar pela porta e sendo impedido por , que entrou em sua frente.


- ! SE ACALMA, CARALHO! – gritou, revoltado. ficou quieto.


- Não foi culpa minha! Eu teria feito qualquer coisa pra impedir aquele acidente. – gritou, sentindo seus olhos lacrimejarem.


- Todos sabemos disso, . Você sabe que o Peter gosta de irritar você. Ele sabe que você é idiota o suficiente pra cair nas provocações dele. – disse, revoltado. ficou em silêncio, não conseguiu responder.


- Olha , eu não faço ideia do que você esta sentindo, mas você não pode ficar se torturando desse jeito, cara. - disse, tentando ajudar o amigo.


- O que vai adiantar toda essa sua revolta? - também tentava ajudar.


- Ah, vão se foder vocês dois! - revirou os olhos. Estavam cansado de todos ficarem dizendo como ele tinha que se comportar. Estava cansado de ninguém entender pelo que ele estava passando.


- Você não deixa ninguém te ajudar! - gritou.


- Eu não preciso de ajuda, porra! - gritou, voltando a ficar furioso.


- Então é melhor você parar de agir como um idiota ou quem vai te dar um soco serei eu! - gritou de um jeito nunca visto antes. até se assustou com a reação do amigo. saiu do vestiário revoltado.


- Você não é o único que está sofrendo aqui, Jonas. Não é só você que está sentindo a falta dela. Pare de se torturar, pare de achar que você é o único que está preocupado com ela, pare de dar as porcarias dos seus showzinhos, pare de achar que o mundo só gira ao seu redor, seu egoísta! - gritou. Saiu do vestiário e bateu a porta com força.




estava irritado. Irritado com tudo que tinha ouvido, irritado por saber que eles estavam certos. - DROGA! - Socou o armário em sua frente. Nunca havia passado por uma situação tão difícil como aquela, nunca havia agido daquela forma.




Sentiu raiva de si mesmo, sabia que estava errado, sabia que ele parecia uma garotinho marrento de 10 anos. Ele só precisava descontar toda a raiva que ele sentia dele mesmo em alguém ou em todo mundo. Era mais fácil pra ele descontar nos outros do que descontar em si mesmo. Não adiantaria nada, não traria o que ele tanto queria de volta.




- MERDA! - socou o armário pela segunda vez. As lágrimas voltaram aos seus olhos. Se recostou sobre um dos armários, levou as mãos até o seu rosto. Não queria mais se sentir daquele jeito, não queria que tudo sempre fosse tão difícil pra ele. Deslizou pelo armário até chegar ao chão do vestiário, onde se sentou com as mãos ainda em seu rosto.




Ficou ali por um tempo. Queria cavar um buraco ali mesmo, entrar nele e nunca mais sair. queria entender como o amor pode ser tão bom e intenso em um dia e se transformar em dor e tristeza no outro. Ele só queria que aquela dor parasse.




Quando finalmente conseguiu se levantar, trocou de roupa ali mesmo no vestiário e foi em direção ao estacionamento da escola. Tinha certeza de que ainda encontraria os seus amigos lá. Sabia exatamente o que precisava fazer.




Chegou no estacionamento e lá estavam eles na frente do carro da minha mãe. os olhou. Quando se aproximou de , e percebeu que eles ficaram quietos e o olharam.




- Eu preciso falar com vocês. - olhou de forma chateada pros amigos.


- Falar ou gritar? - cruzou os braços e arqueou a sobrancelha.


- Eu quero... me desculpar, ok? - negou com a cabeça. Não se orgulhava do que tinha feito.


- Você não precisa, . - tentou evitar que passasse por isso.


- É que.. não tem sido fácil pra mim. - sorriu fraco.

- Nós sabemos, . Também não tem sido pra nós. - deu um pequeno sorriso. estava finalmente se abrindo. Isso era bom.


- Eu costumava a chegar todos os dias na escola e ver ela. As vezes ela estava conversando com as amigas outras vezes brincando com o . - sorriu, se recordando. - Quando ela me via, ela sorria e revirava os olhos de um jeito que só ela sabe fazer. - continuou a sorrir. - Chegar aqui hoje e não ter nada disso, não ver nada disso... - negou com a cabeça. - Eu pirei. - olhou tristemente pros amigos, que ouviam ele atentamente.


- Não tem problema em você se abrir com nós, . - deu alguns tapinhas no braço de .


- Eu só.. sinto a falta dela. - sorriu fraco. - Eu estou com medo. - Os olhos de se encheram de lágrimas quando ele olhou pros amigos. - Tenho medo de que quando ela me veja, ela não faça a menor ideia de quem eu seja. Tenho medo de deixar de ser o cara mais irritante que ela conhece. Tenho medo de deixar de fazer parte da vida dela novamente. Tenho medo de descobrir que ela não me ama mais. - Enquanto dizia, seu coração se aliviava. Ele estava precisando falar e desabafar.


- , se ela te esquecer, você pode reconquistá-la. - deu a ideia e sorriu.


- Mais 6 anos? - negou com a cabeça.


- Olha, vamos pensar nisso depois. Vamos pensar no agora! - disse,sério.


- Você não pode guardar toda essa culpa, toda essa mágoa dentro de você, . - aconselhou.


- Eu sei. Desculpa, eu só precisava descontar em alguém.. - sorriu fraco.


- Ou socar alguém, né? - riu, fazendo com que também risse.


- Acho que você quebrou todos os ossos do rosto do Peter. - gargalhou.


- Ele mereceu.. - também riu.


- Ele é quem foi o culpado de tudo. - disse.


- Sim, se ele não tivesse aparecido aquela noite.. - se recordou daquela terrível noite.


- Qual? Aquela em que você rasgou o meu supercílio? - ironizou, mostrando o seu curativo.


- Essa mesmo.. - riu, sem jeito.


- Como ele sabia sobre você e a ? - perguntou, intrigado.


- Não sei. Nós nunca fizemos nada na escola. - se recordou.
- É mesmo! Então alguém contou pra ele.. - disse, pensativo.


- Quem contaria? Nenhum dos nossos amigos fariam isso. - disse, achando estranho.


- Eu sei, mas foi alguém. - respondeu.


- Bem, depois nos vemos isso. Eu tenho que ir pro hospital. Querem ir comigo? - convidou.


- Eu quero. Vou visitar a . - sorriu.


- Eu também! - disse, empolgado com a ideia.


- Então eu também vou. Tenho que pegar o meu carro. - explicou.


- Então vamos. - entrou no carro e os garotos fizeram o mesmo.




Foram pro hospital. Encontrariam com as garotas, que também haviam combinado de me visitar hoje. Ao chegar lá, nem sequer entrou no hospital. Foi direto pro estacionamento do hospital e pegou o seu carro. Se despediu dos amigos e avisou que voltaria mais tarde com .




- Ainn, não acredito que eu vou ver a ! - disse, empolgada.


- Eu estou com saudade dela. - fez bico.




Eles passaram pela enfermaria e pegaram seus cartões de visita.




- Melhor eu entrar primeiro. Se entrar todo mundo de uma vez, ela pode se assustar, sei lá.. - disse, andando na frente do resto do grupo.


- POR QUE VOCÊ? - o olhou, irritado.


- Por que eu sou o irmão dela.. - disse sarcasticamente.


- E eu sou o melhor amigo dela. - revirou os olhos.


- Quem disse? - entrou no meio da conversa.


- Ninguém disse, mas todo mundo sabe. - riu.


- Convencido.. - revirou os olhos.


- Eu vou entrar primeiro. - correu até a porta.


- Não, eu é que v.. - disse, vendo entrar no meu quarto.




Estava deitada vendo TV, quando alguém entrou euforicamente pela porta do meu quarto. Olhei assustada e ele sorriu pra mim.




- Oi, linda. - Ele riu.


- Oi, gatinho. - Eu pisquei pra ele e ele gargalhou. Se sentiu aliviado ao perceber que eu havia me lembrado dele.


- Que susto você me deu, hein. - Ele se aproximou e beijou o meu rosto.


- Eu sei.. - Eu sorri fraco. - Desculpe por isso. - Continuei a sorrir.


- O que importa é que você esta bem. - sorriu docemente pra mim.


- E o resto do pessoal? - Eu perguntei, curiosa. Nenhum deles haviam dado as caras.


- Pois é, eu tenho uma surpresa pra você. - sorriu divertidamente, andou até a porta e a abriu.




Quando eu vi todos eles, o tamanho do meu sorriso não foi o suficiente pra demonstrar a minha felicidade. Estavam todos ali: , , e . Eles sorriam pra mim.


- Não acredito! - Eu disse, surpresa. Eles entraram no quarto e se aproximaram da minha cama.


- , que saudade. - me abraçou.


- ! Own, eu também estava. - Abracei ela fortemente.


- Como você está? - sorriu pra mim.


- Entediada! - Eu revirei os olhos. - Eu quero sair daqui! – Aquele lugar era tão tedioso.


- Mais tarde eu venho te raptar, . - brincou, fazendo com que eu gargalhasse.


- Eu vou esperar, hein! - Eu continuei a rir.


- , aquela escola não tem a menor graça sem você! - riu e me abraçou.


- Eu sei.. - Sorri, me achando.


- Convencida.. - fez careta.


- Convencida nada. Eu sei que vocês me amam e não vivem sem mim. - Eu brinquei.


- Você tem razão! - concordou e riu.


- Então , nós só viemos aqui pra te dizer que estamos com você! - sorriu pra mim.


- Nós não esquecemos de você nem por um minuto e estamos torcendo pra que você saia daqui logo pra você voltar a animar aquela escola. - disse, fazendo com que eu ficasse até um pouco emocionada.


- Awn, gente. Vocês são tão lindos. São os melhores amigos do mundo. - Eu abri os braços e eles me deram um abraço coletivo. - Ok, vocês não precisam me sufocar. - Eu brinquei e eles se afastaram de mim no mesmo minuto, assustados. - Eu to brincando! - Eu gargalhei e eles reviraram os olhos.


- Deu o horário de vocês. - A enfermeira entrou no quarto e logo saiu.


- Que droga. - bufou.


- Eu vou sair daqui logo, ok? O doutor até disse que talvez me libere hoje. - Eu sorri, empolgada.


- Estarei esperando por você amanhã na escola. - riu.


- Pode esperar. - Eu gargalhei.




Todos se despediram e voltaram a me deixar sozinha. Eu amava cada um deles de um jeito especial. Eles eram os melhores amigos que eu poderia ter. Eu estava sentindo tanta falta deles, que eu não via a hora de voltar pra escola só para matar essa saudade.




almoçou rapidamente. estava simplesmente eufórica para ir até o hospital. estava pensando se deveria ou não entrar em meu quarto junto com . Resolveu decidir isso lá mesmo.




entrou no carro, depois de receber um beijo de sua mãe. também entrou no carro, colocou o cinto de segurança e começou a dirigir. estava pensativo, estava em silêncio. Não sabia se deveria ou não voltar a me visitar.




- Por que nós paramos aqui? - perguntou, depois de ver que não havia hospital algum ali onde havia estacionado.


- Eu preciso comprar uma coisa. Espera ae. - desceu do carro e entrou em uma floricultura. sorriu, entendendo perfeitamente o que seu irmão estava fazendo.




Foi só entrar na floricultura, que ele sabia qual flor levaria. Se lembrou que eu sempre dizia que rosas vermelhas é a coisa mais romântica que um homem pode dar pra uma mulher. Pediu para a atendente uma rosa solitária. Não precisava de um buquê. Não queria que o meu quarto parecesse um velório. Pagou pela rosa e voltou pro carro. estava satisfeita com a atitude do irmão.




- Segura pra mim? - estendeu a rosa para sua irmã segurar e ela o fez.




voltou a dirigir, dessa vez em direção ao hospital. Estacionou o carro e conduziu até o interior do hospital. não gostava de estar ali. Nada naquele hospital lhe trazia uma boa lembrança.




- Ahn, oi Chelsea. - sorriu ao ver a amiga.


- Oi, . - Ela sorriu, sem jeito. Certamente ela não esperava ver ali.




estava ao lado de e segurava a sua mão. Olhou pra Chelsea dos pés a cabeça e fez careta.




- Eu vim visitar a . - Chelsea se explicou rapidamente. - Você também vai? - Ela perguntou.




pensou um tempo antes de responder. Não estava pronto pra fazer isso. Muito menos pra fazer isso na frente da sua irmã.




- Não, mas a minha irmã vai. - olhou pra e sorriu. olhou pra ele, confusa. Ela achava que ele ia entrar com ela.


- Você não vai entrar comigo? - arqueou a sobrancelha.


- Não... mas a Chelsea entra com você. Não é, Chelsea? - olhou pra Chelsea, implorando.


- Claro. Vamos lá, mocinha. - Chelsea estendeu a mão para que a segurasse. não havia gostado nenhum um pouco da Chelsea. Não sabia por que, só sabia que não havia gostado. Mesmo assim, segurou a sua mão. Elas já estavam andando em direção ao quarto, quando percebeu que ainda estava com a rosa nas mãos.


- ! Vem aqui um pouco. - se agachou e correu até ele.


- O que foi? - Ela sorriu, confusa.


- Você pode entregar isso pra por mim? - estendeu a rosa.


- Eu posso sim. - segurou a rosa.


- Não precisa dizer que fui eu que dei. Só entregue pra ela. - orientou , que concordou com a cabeça. - E Chelsea.. - olhou pra Chelsea. - Se ela não se lembrar da
, invente alguma história de que ela é sua prima ou sei lá. - também orientou Chelsea, que concordou. - Então, vão lá. - se levantou e se sentou em uma das cadeiras da sala de espera.




Observou e Chelsea entrarem em meu quarto. Como queria ter coragem para fazer o mesmo.




- Oi . - Chelsea sorriu fraco, quando me viu. Quando eu a vi, a reconheci.


- Hey Chelsea! - Eu sorri pra ela. Estava feliz por ela estar ali. Olhei pra garotinha ao seu lado. - Não acredito! ! - Eu sorri, surpresa.


- ! - Ela correu me abraçou. Tinha uma rosa vermelha nas mãos.


- Você ta bem? - Eu olhei pro rostinho delicado dela.


- Sim, mas estava com saudade de você. Estava preocupada também. - disse como se tivesse 20 anos. A maturidade dela ainda me surpreendia.


- Eu também estava com saudades. - Eu pisquei pra ela e ela riu graciosamente.


- Como você esta, ? - Chelsea sorriu pra mim.


- Eu estou ótima. Ainda não sei o que eu estou fazendo aqui. - Eu disse e Chelsea riu.


- Você realmente parece bem. - Chelsea continuou a sorrir.


- , olha. - Ela estendeu a rosa. - É pra você. - disse com um sorriso fofo no rosto.


- Owwwn, obrigada sua linda! - Eu segurei a rosa, encantada. - Eu adoro rosas vermelhas. - Eu disse, cheirando aquele perfume que só as rosas têm.


- Ainda bem que gostou. - sorriu, satisfeita. havia acertado perfeitamente no presente.


- Obrigada mesmo. - Eu pisquei pra ela novamente e ela riu.


- Quando você acha que sai daqui? - Chelsea perguntou.


- Não sei, talvez hoje. - Eu estava realmente empolgada com essa possibilidade.


- Que ótimo! Mas quando você vai poder voltar pra escola? - Chelsea se mostrou curiosa.


- Se eu sair hoje, eu volto amanhã. Estou com uma estranha saudade da escola. - Eu ri e ela riu junto comigo.


- Ainda bem, estamos sentindo a sua falta. - Chelsea sorriu amigavelmente.


- Own! Ainda bem.. - Eu sorri divertidamente.


- Mais 5 minutos. - A enfermeira disse e se retirou, como fazia sempre.


- Eu queria ficar aqui com você, . - fez bico.


- Quando eu sair daqui, eu prometo que nós passaremos um dia inteiro juntas, ok? - Eu sorri. Eu estava encantada com toda a fofura e doçura dela.


- Ta bom. - Ela ainda parecia chateada por ter que ir embora.


- Então, até amanhã, não é? - Chelsea riu.


- Sim, espero que sim. - Eu sorri, torcendo para ter alta hoje.


- Sai logo dai, ta? - me abraçou novamente. Eu não sei por que, mas eu sentia um carinho enorme por ela.


- Pode deixar. - Eu sorri pra ela.




Elas se afastaram. Antes de sair, voltou a me olhar e se despediu com uma das mãos e sorriu. A visita dela tinha sido uma das melhores que eu havia recebido até agora. Porém, Chelsea parecia estranha. Não sei dizer o por que e nem como, mas ela estava estranha.




Ao ver sua irmã sair pela porta do quarto, se levantou rapidamente. Estava maluco pra saber cada detalhe do que tinha acontecido lá dentro.




- , como foi? - se agachou na frente dela.


- Ela esta muito bem, . - sorriu, toda feliz em dar aquela notícia.


- Sério? - sorriu como nunca.


- Sério! Ela disse que até pode sair daqui hoje e ir pra escola amanhã. - disse e paralisou.


- Amanhã? - repetiu, sem acreditar.


- É! Ainda bem, né? - sorriu, empolgada.


- Ela falou alguma coisa sobre mim? - perguntou, cheio de esperança.


- Não.. - disse, mostrando-se triste pelo irmão. sorriu fraco, não queria demonstrar o que realmente estava sentindo perto de sua irmã.


- Tudo bem, vamos embora então. - se levantou. Passou a mão pelos seus olhos, já que sentiu seus olhos lacrimejarem, mas ainda assim tentava manter o sorriso em seu rosto.




havia percebido o quanto o irmão havia ficado mal, mas não quis falar nada para não deixá-lo ainda pior.


- Você precisa de uma carona, Chelsea? - perguntou.


- Não precisa, né? - se adiantou e fez careta.


- ! - olhou a irmã com cara feia.


- Tudo bem, . Eu vou passar na casa da minha tia, que fica aqui nessa mesma rua. - Chelsea sorriu, sem jeito.


- Vamos, . - começou a puxar o irmão pelas mãos.


- Tem certeza? - perguntou novamente, enquanto ainda o arrastava pra saída do hospital.


- Não, obrigada. - Chelsea sorriu, vendo que já estava quase fora do hospital.


- Até mais. - gritou antes de finalmente estar do lado de fora do hospital. - Qual o seu problema, ? - perguntou, sem entender o motivo de ter odiado tanto Chelsea.



- Eu não gosto dela. - revirou os olhos.


- Não precisava tratar ela assim. - respondeu, bravo. Já tinham entrado no carro.


- Ela quer roubar você da ! Você acha que eu não sei? - gritou, irritada.


- ... - respirou fundo e negou com a cabeça. Ele não entendia qual o tipo de ligação que eu e tínhamos. Era inexplicável. - Eu não sei se eu e a ainda estamos juntos.. - disse, demonstrando toda a sua tristeza com o assunto.



- Mas , você não gosta mais dela? Você até deu uma rosa pra ela, hoje. - não entendia como era possível eu e estarmos separados.


- Você não entende, . - negou com a cabeça.Ligou o carro,estavam indo pra casa.


- Mas ela é a garota perfeita pra você, . Você sabe disso! - estava inconformada.


- Nós podemos mudar de assunto? - estava irritado. Não era culpa dele. Nada era culpa dele.




não respondeu, apenas suspirou. Ficaram o resto do caminho em silêncio e quando chegaram em casa, subiu direto pro seu quarto.




Não era possível! Não era possível que eu tenha me lembrado de e não me lembrasse dele. 'Por que ela não esta perguntando sobre mim? Por que ela não está sentindo a minha falta?' era o que se perguntava a todo o momento.




Como seria se eu voltasse pra escola no dia seguinte? Será que eu olharia pra ele e diria 'Oi , tudo bem?' ou até um 'Você é um idiota. Não quero te ver nunca mais.' ? Pior seria se eu dissesse 'Quem é você?' ou até 'Eu te conheço de algum lugar?'. Estava ansioso para o dia seguinte, afinal, ele finalmente descobriria a verdade. Mas também estava com medo. Medo de saber que ele não significa mais nada pra mim.






Eu estava esperando ansiosamente pela visita do médico. Eu precisava que ele me desse alta naquele dia. Eu não aguentava mais ficar ali nem mais um minuto. Meus pais estavam ali comigo.


- Com licença. - O médico disse, enquanto entrava no quarto.


- Olá. - Eu sorri empolgadamente pra ele. Eu queria demonstrar o quanto eu estava bem.


- Você parece bem hoje, . - O médico sorriu, olhando alguns papéis. Certamente era os resultados de alguns exames que eu havia feito naquela manhã.


- Pois é! Eu nunca estive melhor. - Eu continuei a sorrir.


- Você não está dizendo isso só pra eu te dar alta, não é? - O médico sorriu de forma desconfiada.


- Ta, eu confesso que isso passou pela minha cabeça, mas eu realmente estou bem. - Eu ri.
- Ok, pra sua sorte eu prezo muito a sinceridade. Você foi sincera então eu acho que você merece uma recompensa.. - O médico sorriu divertidamente.


- AAAAAAAAAAH! OBRIGADA! - Eu gritei totalmente empolgada. Meus pais e o médico riram de toda a minha empolgação.


- Qualquer coisa que você sinta, me procure imediatamente. - O médico exigiu.


- Pode deixar. - Eu levantei da cama.


- Ok, nós vamos sair pra você se trocar. - Minha mãe sorriu. Eles saíram e eu me troquei rapidamente. Aquela roupa de hospital era horrível. Eu precisava tirar aquilo logo.




O médico aproveitou a oportunidade para falar com meus pais.




- Nós precisaremos trazer ela aqui quando ela se lembrar de alguém que havia esquecido? - Meu pai perguntou.


- Não. Ela vai sofrer um choque quando isso acontecer, o que na maioria das vezes é natural. - O médico tranquilizou os meus pais. - As dores de cabeça é que são um problema, então se ela sentir qualquer dor de cabeça vocês devem trazê-la aqui para que eu possa fazer alguns novos exames. - O médico orientou.


- Certo. - Minha mãe concordou com a cabeça.


- E se lembrem: ela deve se lembrar sozinha das pessoas que esquecer. A memória dela deve voltar na hora certa. Ninguém pode adiantar esse processo. O choque poderá ser muito maior e poderá ter consequências ainda piores. - O médico disse novamente para que aquilo não fosse esquecido.


- Nós vamos cuidar para que esse processo não seja adiantado, doutor. - Meu pai disse seriamente.


- Ótimo. - O médico sorriu, satisfeito.


- Eu nem acredito que vou sair daqui. - Eu abri a porta do quarto. Já estava pronta. UFA!




Me despedi do meu médico e meus pais agradeceram ela umas 30 vezes. Pisar fora daquele hospital foi a melhor sensação do mundo. Ver todas aquelas pessoas, a rua, os carros, tudo. Parecia que eu havia nascido de novo.






O celular de tocou, enquanto ele assistia um filme de comédia qualquer. Filme esse que não estava tendo nenhuma graça pra ele.


- Alô? - atendeu.


- ! - Era o .


- Ahn, oi . - disse, enquanto ainda prestava a atenção no filme a sua frente.


- Então, eu liguei pra te fazer um convite. - disse.


- , quantas vezes eu tenho que te dizer que eu só gosto de mulheres? - brincou.


- Ah, vai se foder. - gargalhou. - É sério! - disse.


- Fala... - ainda ria.


- Bem, vai ter uma festa de boas vindas hoje, aqui na minha casa. - disse, receoso em dar mais detalhes.


- Boas vindas de quem? - não entendeu.


- Da minha melhor amiga.. - disse, sabendo que entenderia o que ele queria dizer dessa vez. O coração de disparou, ele paralisou.


- Você quer dizer que a .. - estava em choque.


- Ela recebeu alta agora a tarde. - disse todo feliz.


- Mas.. como você sabe? - não estava a acreditando.


- Aquela hora que nós fomos no hospital, o falou com o médico e ele disse que daria alta para ela hoje. - explicou.


- Eu não...acredito.. - sorriu fraco.


- Você vem, né? - perguntou, percebendo o quanto estava chocado.


- Eu vou, claro. - sentiu uma coisa tão boa. Estava feliz por eu ter saído daquele lugar horrível, estava feliz por que voltaria a me ver.


- Certo. - estava aliviado. Tinha medo que não fosse.


- Quem vocês convidaram? - questionou.


- O e a é que vão cuidar disso. - explicou. - vai cuidar da bebida e da comida e a e a vão cuidar da decoração aqui de casa. - continuou a explicar.


- O que eu posso fazer? Eu quero ajudar. - se dispôs a ajudar.


- Eu quero que você passe o dia se arrumando pra ficar bonito pra hoje a noite, o que com certeza deve demorar. - tentou irritar .


- Haha, que gracinha. - usou seu tom sarcástico.


- É, sério. Nós queremos que você esteja preparado pra hoje a noite. - disse.


- Eu nunca vou estar preparado, cara. - riu, sem jeito.


- Eu só quero que você esteja aqui ás 8 horas, ok? - insistiu.


- Ta bom. - cansou de oferecer ajuda.


- Até mais tarde. - desligou o telefone.
sorriu, enquanto continuava a segurar o celular em suas mãos. Ele não estava acreditando. Ele iria me ver naquela noite e mesmo que a notícia que ele tivesse lá não fosse boa, me ver já era um motivo mais do que suficiente para ele ir a essa festa.







Sai do hospital e fui direto pra casa. Ver todo aquele movimento novamente nunca foi tão incrível. Estava até com saudade do trânsito da cidade, que por sinal estava um inferno naquele dia.




- Mãe, cadê o ? - Eu perguntei, curiosa. não tinha dado as caras naquele dia.


- Não sei.. - Minha mãe disse num tom suspeito. Ok, isso não me convenceu.




A primeira coisa que fiz foi ir pro meu quarto. Apesar de ter sido apenas 2 dias, eu estava morrendo de saudade da minha cama. Aquela cama de hospital era um lixo.




- Olá, quarto. - Eu falei sozinha como uma maluca e ri de mim mesma.


- Querida, nós vamos sair pra fazer algumas compras. Fique arrumada. - Minha mãe disse, quando passou pelo meu quarto. COMPRAS? EBA!




Eu e minha mãe passamos o dia no shopping. Compramos algumas roupas e eu comprei um vestido maravilhoso e sapatos novos.






Enquanto isso, os meus amigos e meu irmão planejavam uma festa surpresa de boas vindas pra mim. Seria na casa de , já que os pais dele haviam feito uma viagem de 2° lua de mel.




As garotas decoravam a casa, enquanto se desdobrava em 2 pra comprar comida e bebida suficiente pra todos e e convidavam todos pra festa. Minha mãe também sabia de tudo. Ela não compraria um vestido novo pra mim a toa, certo? Não acredito que não percebi isso.




só deu notícia ás 6 horas da tarde, quando ligou no meu celular.


- Oi irmãzinha. - Ele disse, assim que eu atendi.


- Onde você se meteu, garoto? - Eu disse.


- Eu e os garotos estamos jogando videogame. - mentiu.


- Ahn, ta. Você sabia que eu recebi alta? - Eu perguntei, indignada. Como assim ele nem tinha ido me ver ainda?


- Sabia. Que bom, né? - Ele disfarçou.


- 'Que bom, né?' - Eu repeti a frase dele, revoltada.


- Então, eu liguei pra te convidar pra ir em uma festa hoje. - colocou o seu plano em ação.


- Festa de quem? - Eu não me lembrava de alguém que fizesse aniversário naquele mês.


- Um garoto na escola. - mentiu novamente. A festa na verdade era minha!


- Eu vou, mas quem vai? - Eu perguntei. Queria saber se meus amigos iam estar lá.


- Toda a galera. - explicou.


- AH, QUE ÓTIMO! Eu preciso estrear o meu vestido e sapatos novos. - Eu disse, empolgada. Tudo o que eu mais precisava era de uma festa.


- Faz algumas horas que você saiu do hospital e já foi fazer compras? - perguntou, chocado.


- Não enche o saco, garoto. - Eu bufei. Ele tinha essa mania de dizer que eu sou uma viciada em compras.


- Tanto faz.. - revirou os olhos. - A festa é as 8:30, então esteja pronta ás 8 horas, ok? - me avisou.


- Ok. - Eu concordei.


- Até daqui a pouco então. Beijos. - desligou.


- YEAH! - Eu comemorei. Eu realmente precisava de uma festa e dos meus amigos.






estava nervoso, não sabia que roupa vestir e qual perfume usar. Parecia que estava se arrumando pro seu primeiro encontro. Pensou várias vezes no que iria me dizer. Havia colocado em sua cabeça que não sentiria mais medo. Estava convicto de que eu apenas estava brava com ele e ele faria qualquer coisa para concertar isso. Nem que ele tivesse que se ajoelhar e gritar pra todo mundo ouvir o quanto me amava e o quanto sentia muito.




Já eram 7 e meia e já estava pronto. Ansioso como nunca, esperava mais um pouco para sair de casa para que não chegasse na casa de tão cedo.




vestia sua tradicional camiseta branca lisa e uma camiseta xadrez (amarela mostarda e preta) por cima, que ele havia deixado desabotoada. Ele também usava calça jeans escura e seu também tradicional tênis de marca. Um relógio de marca estava em seu pulso e uma corrente qualquer em seu pescoço. O cabelo? Adivinha? Daquele jeito que eu gosto.




Ele havia se olhado no espelho umas 10 vezes pra conferir se estava realmente bem. Se um dos garotos estivessem ali, certamente diriam que ele estava agindo como uma garota. Chegou na casa de ás 8 horas, como havia combinado. Esperava ansiosamente pela minha chegada.






Já havia, dado 8 horas e eu não estava pronta e é claro que o estava me apressando.


- Anda, , já ta bom. - Ele disse, batendo na porta do meu quarto.


- Esperaaaaaaaaaaaaaaaaa. - Eu disse, revoltada.




Eu já havia me trocado, só faltava os últimos retoques da maquiagem. Passei o meu batom preferido e voltei a olhar no espelho. Deus, como eu havia adorado aquele vestido ( VEJA O VESTIDO ROUPA AQUI ) e aqueles sapatos, que pareciam que haviam sido feitos para os meus pés, sem tirar que combinava perfeitamente com o meu vestido novo. Meu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo bem alto e algumas pontas do mesmo caiam nas laterais do meu rosto ( VEJA O PENTEADO AQUI ).


- Pronto, ! - Eu abri a porta, revoltada. Ele sempre ficava me apressando! me olhou, assustado.


- Nossa.. - Ele sorriu.


- Se isso foi um elogio, obrigada. - Eu gargalhei.


- Esse vestido precisava ser tão curto? - fez careta.


- Não precisava, mas ele é tão lindo que merece uma exceção, não acha? - Eu perguntei.


- Você fala como se eu fosse um especialista em moda. - riu da minha cara.


- Ta, cala a boca e vamos logo. - Eu dei um tapa no braço dele. Descemos as escadas e nos despedimos de nossos pais. É claro que eles não estariam na festa e por isso, voltaram a nos passar aquelas tradicionais regras.






bebeu uns 7 copos de refrigerante em menos de 10 minutos. Estava tão nervoso, que não conseguia se controlar.




- , é melhor você parar de beber isso ou quando ela chegar você vai passar mais tempo no banheiro do que com ela. - brincou.


- Eu to nervoso.. - riu de si mesmo.


- Nós percebemos. - gargalhou.


- Ela não chega logo! - disse, aflito.


- Calma, ela ta chegando. - tentou acalmá-lo.




A casa de estava ficando lotada de pessoas que haviam sido convidadas e pessoas que não haviam sido convidadas. e tinham feito um bom trabalho.






Eu e já havíamos saído de casa e estávamos a caminho da casa de . me disse que passaria na casa de para busca-lo, pois teria que dar carona pra ele até a tal festa. É claro que eu não desconfiei de nada.




Quando chegamos em frente a casa de , eu desci do carro. Queria vê-lo logo. Me aproximei da porta ao lado de , que estava muito estranho.




- ELA CHEGOU! - gritou, assim que recebeu um toque de em seu celular.




A música foi desligada e as luzes apagadas. Batemos na porta duas ou três vezes e ninguém atendeu.




- Tem certeza que ele esta ae? - Eu perguntei, já que tinha percebido que as luzes da casa estavam todas apagadas.


- Tenho! - disse em um tom suspeito. - Vamos entrar. Ele deve estar lá em cima ouvindo música e não deve estar ouvindo a campainha. - deu a idéia.


- É mesmo. - Eu disse, já colocando a mão na maçaneta e girando.




- SURPRESA! - Todos gritaram e a luz se acendeu na mesma hora. Todos estavam ali, não acredito.


- Oh meu Deus. - Eu sorri, surpresa. Minha boca se abriu involuntariamente. Eu estava em choque.




De onde estava, ele conseguia ter a visão perfeita de mim. Quando eu apareci naquela porta, ele sorriu. Seu sorriso era uma mistura de felicidade e nervosismo. Ele se arrepiou das cabeças aos pés, suas pernas estavam bambas.




Ele observava cada detalhe de mim. Queria saber se tudo estava do mesmo jeito que ele havia visto da última vez. A única coisa que ele conseguia pensar era no quanto eu estava bonita com aquele vestido e o quanto o meu sorriso fazia com que seu coração disparasse.




- Eu não acredito. - Eu ri de forma boba. Naquela altura, eu já estava abraçando todos.


- É bom ter você de volta, melhor amiga. - me abraçou forte.


- Não acredito que escondeu isso de mim. - Eu fiz cara feia pra ele e ele gargalhou.


- Desculpe. - Ele continuou a rir.


- Não chora, pelo amor de Deus. A sua maquiagem está maravilhosa. - disse, quase rindo.


- Ok, eu estou me esforçando pra isso. - Eu gargalhei. Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Eu não acredito que eles fizeram tudo aquilo pra mim.




Depois de cumprimentar todos que eu conhecia, observei os detalhes da decoração da festa. Estava tudo lindo e combinando.




- Foi você, né ? - Eu sorri pra ela. Ela era a nossa designer. Só ela sabia fazer as melhores combinações e decorações de festas.


- Culpada. - riu. – Mas a me ajudou. - apareceu ao lado de .


- Ficou tudo lindo, meninas. - Eu abracei as duas. - Obrigada. – Eu sorri, agradecida.


- Você merece. - sorriu.


- É bom você comer, por que eu passei o dia comprando tudo isso. - me mostrou a mesa cheia de comidas e bebidas.


- WOW! - Eu sorri, olhando pra quantidade de coisas gostosas que haviam ali.




não tirava os olhos de mim. Acompanhava todo o meu trajeto com os olhos, esperando que por algum momento eu procurasse por ele. também queria matar a saudade que estava. Ele não se importava que eu não olhasse pra cara dele. Ele só queria ficar ali, olhando pra mim.




A música voltou a tocar e eu fui comer e beber alguma coisa antes de começar a dançar. Fiz isso em poucos minutos e fui pra pista de dança. O clima estava bastante animado, enquanto tocava uma música qualquer da Katy Perry. As garotas estavam ali comigo. Estávamos dançando como malucas.




Foi só começar ‘Moves Like Jagger’ do Marron 5 pra eu literalmente me soltar. Eu sou totalmente maluca por aquela música. Eu e as garotas até tínhamos uma coreografia ensaiada e colocamos ela em prática pela primeira vez.




Os garotos? Adivinha...




- Eu já disse pra parar de usar esses vestidos curtos. - riu ao lado dos garotos. Todos observavam nós dançarmos.


- Sabe, eu não me importo da usar. Eu até gosto.. - gargalhou.


- .... - não conseguiu falar. - Cara, é impressão minha ou depois que a sua irmã saiu do hospital, ela esta ainda mais.. - parou antes de dizer a última palavra, olhou pro e riu.


- Se você disser gostosa, eu te quebro. - arqueou a sobrancelha. e não conseguiriam controlar suas risadas.


- Eu ia dizer linda! Err.. - não conseguia parar de rir.


- Bom mesmo. - disse, sério.


- Que absurdo! Eu sou o único cara puro desse lugar. - disse, segurando a sua risada.


- Puro? Eu já peguei você olhando pra bunda da umas 30 vezes, hoje. - disse, fazendo com que todos voltassem a rir.


- Mentiroso. - fingiu esta indignado com a acusação.




Em certa parte da música, eu e as garotas descíamos até o chão. Ao verem aquilo, os garotos não conseguiram nem piscar.


- Ok, depois dessa eu vou no banheiro. - disse, meio chocado.


- Elas querem nos matar.. – riu, sem jeito.




saiu e foi em direção ao banheiro. realmente estava certo quando disse que ele havia exagerado no refrigerante. Entrou no banheiro e antes de sair, conferiu o espelho novamente. Estava tudo em ordem, assim como quando havia saído de casa.




Saiu do banheiro e olhou direto pra pista de dança, não queria me perder de vista. Olhou para a pista com mais esforço, não estava me achando. Continuava olhando, enquanto caminhava em direção aos garotos, que estavam no mesmo lugar de antes.




- Ei.. - ouviu, depois de sentir algo molhado em seu peito. Olhou pra sua camiseta e viu que estava toda molhada.


- Hey, toma cuidado. - disse, enquanto levantava a cabeça. Quando olhou pra pessoa em sua frente, paralisou. Não, não podia ser.


- Awn, desculpa. Eu não te vi. - Eu disse, vendo a mancha enorme que eu tinha causado na camiseta branca dele.




não se moveu por um tempo, não conseguia falar ou se mover. Só paralisou, olhando pra minha cara. As borboletas atingiam o seu estômago e o seu coração estava disparado. Simplesmente por que ele estava próximo de mim.


- Você está bem? - Eu arqueei a sobrancelha, sem entender o por que dele estar tão chocado.


- Eu estou.. eu só não.. - começou a gaguejar.


- Eu te molhei todo.. - Eu fiz careta olhando pra camiseta dele.


- Não se preocupa, eu estou bem. - negou com a cabeça e sorriu, sem jeito. Ainda estava olhando para o meu rosto de forma estranha.


- Espera, me deixa tentar limpar isso. - Eu me virei, esperando que ele me acompanhasse até a cozinha. Olhei pra trás e ele ainda estava lá, parado.


- Você esta bem mesmo? - Eu voltei a me aproximar dele. Estava rindo. Ele estava agindo como um maluco.


- Desculpa. - Ele riu, sem jeito. - Eu só estou.. - não conseguiu explicar o que estava fazendo.


- Ok, não importa. - Eu desisti de esperar ele terminar a frase. - Vem, eu vou recuperar a sua camiseta. - Eu segurei a mão dele e o puxei.




Fomos pra cozinha e eu peguei o primeiro pano que eu achei e o molhei. Me aproximei dele e sorri, demonstrando o que eu tinha a intenção de fazer.




- Não precisa, sério. Ta tudo bem. - sorriu fraco.


- Precisa sim. Pode ir ficando quietinho. - Eu disse, puxando a parte manchada da camiseta pra frente e passando um pano nela seguidas vezes.




sorriu. Sorriu por estar tão perto de mim de novo, sorriu por sentir o meu perfume de novo, sorriu por sentir a minha pele tocar na dele novamente, sorriu por me ouvir mandando ele ficando quieto de novo, sorriu por perceber que toda a minha atenção estava direcionada somente pra ele novamente, sorriu por perceber a minha preocupação com ele novamente.




Depois de passar o pano naquela mancha dezenas vezes, eu finalmente desisti. A mancha não tinha sumido totalmente, mas tinha diminuído bastante.




- Que ótimo, agora eu tenho uma blusa manchada e molhada. - Ele brincou, rindo.


- Não seja, ingrato. A minha intenção foi boa. - Eu ri baixo.


- Sério, obrigado. - engoliu o sorriso e tentou ficar sério. Estava se sentindo de forma inexplicável por poder ao olhar meus olhos de perto novamente, por poder sentir meu olhar sob ele novamente.




- Não precisa agradecer. - Eu sorri pra ele.


- Está gostando da sua festa? - Ele perguntou, tentando puxar assunto. Não queria que eu fosse pra longe dele.


- Sim, está tudo incrível. - Eu disse, ainda sem acreditar em toda aquela festa.


- Ainda bem que gostou. - sorriu fraco e olhou em meus olhos de uma forma tão intensa, que eu até fiquei sem jeito.


- Ta, eu preciso voltar pra lá. As garotas devem estar me esperando. - Eu disse, ainda sem jeito. Foi o único jeito que eu achei de sair dali.


- Com certeza elas estão. - sorriu de um jeito incrível, que até me fez olhar para os seus lábios. Ok, espero que ele não tenha percebido isso.


- Ok, até depois. - Eu ia saindo. Andei até a porta e parei, voltei a olhar pra trás. - Espera, eu nem perguntei o seu nome. - Eu ri da minha própria estupidez. Eu tinha que saber o nome daquele GATO.




O sorriso no rosto de desmoronou diante dos meus olhos. Ele tentou sorrir sem mostrar os dentes, mas não deu tão certo. Uma tristeza inexplicável invadiu os seus olhos. Eu poderia jurar que eu vi algumas lágrimas lá dentro.




- O que? - Ele só podia ter escutado errado. Não, não podia ser.


- O seu nome.. - Eu dei alguns passos na direção dele. Estava sorrindo, mesmo sem ter entendido o por que da sua decepção.




O coração de estava quebrado em milhões de pedacinhos. Parecia que o seu chão havia sumido e que ele estava caindo, caindo e caindo pra um lugar que ele tinha certeza de que era longe de mim.




- Sou o . - A voz dele saiu falha. Eu não sabia o que havia acontecido, mas eu acho que eu precisava deixá-lo sozinho.




Todo o medo que ele sentiu nesses dois dias, haviam se transformado em mágoa. Mágoa por ter perdido a coisa mais valiosa pra ele: o meu amor. Amor que eu não sentia e nem me lembrava que senti. Amor que eu só recebia. Recebia o maior amor do mundo, o amor mais verdadeiro e sincero que já existiu, o amor que eu não me lembrava que existia, o amor do .


Capítulo 23




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Ok, . Se divirta. - Eu disse e voltei a andar em direção a porta e passei por ela.




me viu sair pela porta, sem reação. Estava paralisado, enquanto seus olhos continuavam cheios de lágrimas.




- Não.. - Ele suspirou, sentindo que seu corpo ia desabar. Levou as mãos a cabeça e entrelaçou os seus dedos em seu cabelo. O que ele faria agora? Estava perdido, sem rumo. Estava desolado e ninguém podia ajuda-lo.






Quando sai da cozinha, logo avistei as garotas que ainda dançavam na pista de dança. Me aproximei delas e voltei a entrar no clima.


- Gente, acabei de conhecer um cara. - Eu disse, rindo.


- Nossa, mas você só saiu por 3 minutos. - gargalhou.


- Eu sei. Eu encontrei ele no caminho e nós acabamos nos encontrando e eu derrubei refrigerante na camiseta dele.. - Eu ainda ria.


- Como ele era? - disse, surpresa.


- Eu não sei explicar.. - Eu ri, sem jeito.


- Sabe pelo menos o nome dele? - também estava rindo.


- . - Eu sorri ao dizer o nome dele. Todas pararam de dançar no mesmo minuto e paralisaram, olhando pra minha cara.


- Você disse ? - arqueou a sobrancelha.


- Sim, por que? Vocês conhecem? - Eu sorri divertidamente, sem entender. Tinha dito algo errado? Elas se entreolharam. - O que foi? - Eu já estava ficando preocupada.


- Nós conhecemos ele.. - riu, tentando disfarçar.


- E por que vocês fizeram essa cara? - Eu perguntei, desconfiada.


- Não é nada. - negou com a cabeça.


- É que ele é bonitão.. - mentiu.


- EU SEI! - Eu sorri.


- Vocês conversaram? - perguntou, curiosa.


- Na verdade, não. Eu só ajudei ele a limpar a camiseta dele e perguntei o nome dele. - Eu expliquei.


- Ahn.. - concordou com a cabeça. - Eu já volto, meninas. - saiu e foi em direção aos garotos. Eu, e continuamos dançando.


- Por que parou de dançar? Você estava dançando muito bem, amor. - disse, tentando ficar sério, enquanto e gargalhavam.


- Vocês não prestam. - revirou os olhos.


- E a , esta gostando a da festa? - perguntou, me vendo dançar de longe.


- ELA NÃO LEMBRA DO . - disse em pânico.


- O QUE? - arregalou os olhos. - Ahn não.. - não acreditou.


- Ele vai ficar muito mal quando ele souber disso. - disse, preocupado com o amigo.


- Ele já sabe! - explicou, aflita.


- COMO JÁ SABE? - não estava acreditando.


- Eles se encontraram e conversaram. Ai ela perguntou o nome dele.. - disse, mostrando-se triste com toda a situação.


- Eu tenho pena do , sério. - negou com a cabeça.


- Cadê ele? Ele deve estar mal.. - perguntou, preocupado.


- Exatamente! É por isso que eu vim avisar vocês. - disse, séria.


- Ele disse que ia no banheiro.. - se recordou.


- Vou ver se ele esta lá. - disse, indo em direção ao banheiro no mesmo instante.






Depois de saber da notícia, não sabia o que fazer, pra onde ir e com quem ir. Nada mais fazia sentido, nada doía mais do que o seu coração ,nada era pior do que saber que eu já não era mais dele.




Precisava sair daquela cozinha. Saiu pela primeira porta que encontrou, a porta dos fundos. Não podia voltar pra festa. Não aguentaria olhar pra mim novamente. Ao sair da casa, se deparou com o quintal da casa de , que tinha uma piscina grande e algumas espreguiçadeiras de sol em sua volta. Se aproximou e se deitou em uma delas.




Ficou encarando o céu por um bom tempo. Estava bastante estrelado e uma lua cheia e luminosa estava sobre ele. sentia vontade de chorar e gritar. Angústia foi a única palavra que ele conseguiu achar para descrever o que ele estava sentido. Esperou tanto tempo para que eu e ele ficássemos juntos e agora? Agora tudo estava acabado, pelo menos temporariamente. Mas quem garante que depois de eu recuperar a memória, eu vou querer voltar pra ele? Eu com certeza vou conhecer pessoas novas, caras novos durante esse tempo. E se eu conhecer um cara incrível nesse meio tempo? Era isso que passava pela cabeça de .




Sabe o que também passava pela cabeça de ? Ele. Onde ele ficaria no meio disso tudo? Será que ele realmente merece passar por isso mais uma vez? Será que ele realmente quer passar por isso mais uma vez? Não, ele não tinha dúvidas do quanto me amava, mas tinha dúvidas se eu o amava. Ele tinha medo. Ele poderia sim me reconquistar, mas ele não conseguiria me perder de novo, ele não conseguiria passar por toda aquela situação de novo.






não foi achado no banheiro, nem em um dos quartos ou na pista de dança. O celular ele não atendia. Todos estavam preocupados, mas estavam disfarçando para que eu não percebesse nada. Não seria nada fácil me explicar.




- O que esta acontecendo? - Eu perguntei, vendo todos agirem de forma estranha. As garotas já haviam parado de dançar, mas ficavam puxando assuntos incomuns comigo, enquanto os meninos rondavam a festa toda.


- Não esta acontecendo nada.. - riu, sem jeito.


- Sério, o que esta acontecendo? Por que vocês estão agindo assim? - Eu arqueei a sobrancelha. Odeio que me escondam alguma coisa.


- Não é nada. É impressão sua, . - sorriu.


- Odeio quando vocês mentem pra mim. - Eu revirei os olhos. Os garotos se aproximaram e aparentavam estar preocupados.


- Oi garotas. - foi até o meu lado, forçou um sorriso.


- , o que esta acontecendo? – era meu irmão. Eu faria ele falar.


- Não esta acontecendo nada. - riu, sem jeito.


- .. - Eu comecei a ficar irritada.


- Um amigo nosso estava aqui na festa e nós não estamos mais achando ele. - disse com receio.


- Só isso? - Eu fiz careta.


- É.. - sorriu, aliviado em ver que eu já não estava tão desconfiada.


- Qual amigo? Eu posso ter visto ele por ae.. - Eu tentei ajudar.


- .. - disse, sem se lembrar de que eu havia conhecido (de novo) o .


- ? Será que é o mesmo que.. - Eu disse, pensativa. Todos se entreolharam.


- Acho que não.. - riu, disfarçado.


- Eu acho que eu vi ele com vocês, quando eu cheguei. - Eu me lembrei.


- Tem certeza? - sorriu.


- Tenho. Eu vi ele. - Eu sorri por estar feliz em dar essa notícia a eles.


- Ahn é? Onde? - aproveitou, já que eu já sabia de tudo. Ok, não tudo.


- Na cozinha.. - Eu disse.


- Eu já olhei lá.. - disse, insatisfeito.


- Por que vocês estão tão desesperados pra achar ele? - Eu perguntei, sem entender.


- Por que.. por que ...sim, ué! - riu, disfarçando.


- Mas nós não queremos estragar a sua festa por causa disso. - sorriu pra mim.


- É, voltem pra pista de dança, garotas. - sugeriu.


- Ok, vamos. - segurou a minha mão e me puxou. e nos acompanharam.




Voltamos pra pista de dança e mesmo enquanto nós dançávamos, eu sentia que havia alguma tensão ali. Saber que eles estavam me escondendo alguma coisa me deixava furiosa mas eu não iria insistir. Como eles mesmos disseram, não vou estragar a minha festa por nada.




Dançamos mais umas 3 músicas e a casa continuava lotada de pessoas que eu não fazia ideia de quem eram. Nada tirava da minha cabeça que eles me escondiam algo.




- Garotas, eu vou ao banheiro e já volto. - Eu menti e sai em direção ao banheiro. Passei reto pelo banheiro e voltei pra cozinha.




Sim, eu estava procurando ele. Não que eu estivesse interessada nele, mas é que se eu achasse ele talvez eu descobrisse o que eles estavam me escondendo e principalmente: a tranquilidade voltaria a reinar na festa. Toda aquela tensão deles em achar o tal estava me enlouquecendo. Ele realmente não estava na cozinha. Encarei a porta, que parecia dar no quintal da casa. Decidi ir até lá. Talvez ele estivesse lá, não é?




- Desculpe por invadir o seu quintal, . - Eu falei sozinha, antes de abrir a porta.






A primeira coisa que avistei foi a piscina, que estava maravilhosamente iluminada. Me aproximei e encarei a piscina por um tempo com um sorriso bobo no rosto. Aquela água estava tão convidativa, mas é claro que eu não entraria nela.


- Deixa eu adivinhar... - Uma voz disse atrás de mim. - Gosta de nadar? - Ele disse e eu me virei para olhá-lo.


- Como você adivinhou? - Eu sorri. Era ele, o .


- Foi só um palpite.. - Ele sorriu sem mostrar os dentes. Suas mãos estavam no bolso e ele ainda estava há alguns passos de mim.


- Você sabia que está todo mundo te procurando? - Eu sorri, sem jeito. Sim, ele me deixava desconcertada.


- Esse todo mundo inclui você? - Ele deu alguns passos na minha direção.


- Talvez.. - Eu fiz careta.


- Por que eles ou vocês estão procurando? - sorriu e mostrou os dentes dessa vez.


- Você desapareceu do nada. Acho que eles ficaram preocupados. - Eu expliquei.


- Eu gosto de sumir as vezes. Eu sou bom nisso.. - Ele sorriu, encarou o chão por um segundo e voltou a me olhar no outro.


- Essa frase foi muito 'Edward Cullen'. Se você é um vampiro, é bom falar logo. - Eu brinquei e ele gargalhou.


- Você tem o humor sem graça do seu irmão. - fez careta.


- Bem, você riu... - Eu segurei o riso.


- Ta, mas foi só um pouco. - revirou os olhos e fui eu quem gargalhei dessa vez.




olhava todo encantado pra mim. Estava com saudade de me ver sorrir, do jeito em que os meus olhos quase se fechavam enquanto eu ria, tinha saudade do som da minha risada, tinha saudade de sentir aquela sensação que ele só sentia quando sabia que era a razão do meu sorriso.




- Você é a amigo do meu irmão há quanto tempo? - Eu perguntei, curiosa. Eu não me lembrava dele.


- Há pouco tempo.. - mentiu. Se ele dissesse que conhece o há 6 anos, eu certamente estranharia o fato de eu nunca ter visto ele.


- Deve ser mesmo, por que eu nunca tinha te visto. - Eu sorri sem mostrar os dentes. Aquelas palavras quebravam de uma forma inexplicável, mas ele não podia demonstrar isso. Pelo menos, não na minha frente.


- É.. eu também nunca tinha te visto. - sorriu fraco. Andou até a piscina e olhou pro fundo dela. Talvez devesse entrar ali e ficar lá embaixo até que aquela dor parasse, até que eu voltasse a me lembrar dele, até que eu não voltasse a tratá-lo como um cara qualquer.


- Você esta bem? - Eu fui até ele e parei ao seu lado.


- Eu estou bem. - Ele virou o seu rosto para me olhar e sorriu de um jeito triste.


- Olha, eu nem te conheço mas eu sei que você está mentindo. - Eu tentei fazer com que ele desabafasse. Eu sabia que ele precisava.




não respondeu, apenas se sentou na beira da piscina, cruzou as pernas como um índio. Fiz o mesmo segundos depois, só que eu tirei a sandália e coloquei os pés na água. Eu estava de vestido e era a melhor posição em que eu poderia me sentar.


- ? - Eu chamei por ele para mostrar que eu ainda esperava a sua resposta.




me conhecia tão bem. Ele sabia que eu não desistiria enquanto ele não falasse qual era o problema. Depois de um tempo, conseguiu achar uma solução.




- Tem uma garota.. - Ele sorriu fraco e olhou pra mim.


- Eu sabia que alguma garota estava envolvida nisso. - Eu disse e ele riu por um segundo. - O que tem ela? - Eu voltei a ficar séria. Não queria que ele achasse que eu não estava levando ele a sério.


- Nós ficamos juntos por um tempo, na verdade, estávamos juntos até poucos dias atrás. - Ele olhou pra mim de forma triste.


- O que aconteceu? - Eu estava curiosa pra saber o que tinha acontecido.


- Ela terminou comigo há 2 dias atrás.. - estava contando a sua verdadeira situação, só que de forma diferente.


- Ela deu um motivo? - Eu disse, sensibilizada. Ele parecia muito mal com toda a situação.


- Disse que não me amava mais. Disse que nada do que nós dois havíamos vivido juntos tinha sido importante. Era tão insignificante, que ela havia esquecido de tudo, inclusive do amor que ela um dia sentiu por mim. - Os olhos de estavam cheios de lágrimas, mas ele evitou que qualquer lágrima caísse passando as mãos pelos seus olhos.


- Nossa, isso deve estar doendo. - Eu sorri fraco, quando ele olhou pra mim.


- E está. - Ele também sorriu fraco.


- Você.. ainda ama ela? - Eu perguntei, sabendo que as chances dele responder aquilo eram baixas. Afinal, ele nem me conhecia.




olhou pra mim, sorriu tristemente e hesitou falar. Ele tinha que falar. Ele precisava falar aquilo pra mim, mesmo que fosse da forma mais indireta do mundo.




- Amo. - Ele olhou em meus olhos pra dizer. - Amo mais que tudo. – Seus olhos continuavam fixos no meu da forma mais doce do mundo.


- Eu espero que um dia eu seja amada do jeito que você ama ela. - Eu sorri, comovida com toda aquela sinceridade nos olhos dele. Eu me arrepiei dos pés a cabeça.




queria tanto dizer que aquela garota era eu. Era eu quem ele amava mais que tudo, era eu quem ele queria ter ao seu lado para sempre, mas ele não podia.


- Você vai. Eu garanto. - me disse com toda a convicção do mundo.


- Eu queria saber o que te falar agora. - Eu disse, olhando pra piscina na minha frente. Aliás, a água estava deliciosa.


- Não precisa falar nada. Só de você estar aqui, já está ajudando muito. - disse, também olhando pra piscina.


- Ela é uma idiota, sabia? - Eu disse, indignada.


- O que? - riu. Pensou não ter ouvido direito.


- Essa garota...é uma idiota. - Eu ri junto com ele.


- Por que? - ainda ria um pouco.


- Você é um cara legal. Ela não podia te deixar assim. - Eu disse, revoltada.


- E você? - sorriu sem mostrar os dentes.


- Eu? - Eu me fiz de desentendida.


- É.. você gosta de alguém? - aproveitou pra saber até onde eu sabia e sentia.


- Claro que eu gosto. Tem os meus amigos e a minha família.. - Eu continuei a me fazer de desentendida.


- Você sabe do que eu estou falando.. - revirou os olhos.


- Não. - Eu respondi asperamente. - Não gosto e estou feliz assim. - Eu respondi, séria.


- Por que? - estava interessado no assunto.


- Por que amor é sinônimo de sofrimento. Você ama uma pessoa, mas você sabe, bem lá no fundo, que em alguma hora ela vai te machucar, ela vai fazer você sofrer. - Eu disse, olhando pra ele.




entendia exatamente o que eu estava falando. Ele sabia mais do que ninguém. O amor nunca veio sem sofrimento.


- Você está certa. - sorriu pra mim, demonstrando a sua concordância comigo. - Eu só queria que o meu coração concordasse com você. - sorriu fraco.


- Está vendo? - Eu sorri, comprovando a minha teoria de que o amor só causa sofrimento. riu baixo por um tempo.




Ele havia me surpreendido. Eu realmente não achava que ele fosse tão sentimental e profundo. Os garotos de hoje em dia só querem saber de pegar as garotas e jogá-las fora. ama essa garota de forma tão intensa, que eu pude perceber isso nos olhos dele. O jeito que ele fala dela é uma coisa de outro mundo. Mesmo ela fazendo ele sofrer, os olhos dele brilham quando ele falava nela.




Ficamos em silêncio por um tempo. Eu estava pensativa e não sabia o que deveria dizer ou fazer. Era uma situação estranha.




- Posso perguntar uma coisa? - quebrou o silêncio, fazendo com que eu olhasse pra ele.


- Pode.. - Eu sorri espontaneamente.


- Você realmente quer perder a sua festa de boas vindas por causa de mim? - sorriu fraco.


- Verdade, os meus amigos vão me matar. - Eu ri ao perceber que ele estava certo. se levantou no mesmo segundo.


- Vem, me dá a sua mão. Eu te ajudo a levantar. - disse ao perceber que seria complicado eu me levantar com aquele vestido curto. Tirei o pé da água e virei de frente pra ele, estendi as minhas mãos e ele as segurou, me puxando.


- Obrigada. - Eu sorri, agradecida.




se arrepiou da cabeça aos pés ao tocar em minhas mãos. Ficou com medo de eu perceber. Seu coração, que estava triste e machucado de repente voltou a disparar como nunca.




Soltei as mãos dele para pegar os meus sapatos e colocá-los nos meus pés. Depois que fiz isso, ajeitei o vestido e voltei a olhar pro . Ele também olhava pra mim.




- Você não vai voltar pra lá? - Eu apontei em direção a casa.


- Acho que vou ficar mais um pouco aqui. Avise os garotos que eu estou aqui, por favor. - sorriu fraco. Seu rosto voltou a ter aquela expressão de tristeza, apesar do sorriso.


- Tudo bem, eu aviso. - Eu disse, há alguns passos dele.


- Obrigado. - Ele suspirou e voltou a sorrir daquela forma triste, fazendo com que eu me sentisse mal por ele.




Não respondi, apenas sorri. Me virei em direção a porta e dei alguns passos em direção a ele e parei. Me virei para olhá-lo e ele estava lá, olhando pra mim. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e a sua expressão de tristeza acabava comigo. Quando ele viu que eu havia voltado a olhá-lo, ele tentou disfarçar as lágrimas com um sorriso. Não funcionou.




Eu queria tanto ajudá-lo, eu queria tanto fazer com que ele se sentisse melhor. Eu ainda olhava pra ele, enquanto pensava na melhor forma de fazer aquilo. Dei alguns passos em direção a ele e parei em sua frente. Ele olhava pra mim, sem saber o que eu faria. Me aproximei ainda mais dele, coloquei os braços em torno do corpo dele e o abracei. Ele não se moveu. Nem sequer moveu os braços para compartilhar o abraço.




Os olhos de voltaram a se encher de lágrima e uma delas escorreu pelo seu rosto. Eu estava próxima a ele novamente e o seu coração se desmoronava a cada segundo daquele abraço. Era como se aquele abraço fosse tudo o que ele mais precisasse, mas doía tanto. Todo aquele sofrimento que ele havia guardado pra si mesmo estava sendo libertado naquele abraço.




Voltou a sentir o perfume do meu cabelo novamente. Ele sentiu tanta falta de sentir aquele cheiro. Sentiu falta de sentir os meus braços em torno de seu corpo, o meu toque em sua pele. Sentiu falta do meu carinho e da forma que eu me importava com ele.




Fechou os olhos por um segundo. Queria sugar cada detalhe daquele momento, cada sentimento que estava sentindo. Sentimento que foi sentido somente por ele, é claro. Como ele queria poder colocar os seus braços em torno de mim e me abraçar ainda mais forte. Ele não podia fazer isso. Doeria muito quando ele soltasse.




- Eu sinto muito. - Eu disse sem olhá-lo, pois eu ainda estava abraçada a ele. Eu não saberia explicar o que eu estava sentindo. Eu só estava tentando passar pra ele toda a força que eu conseguia. Não sei por que, mas eu não queria que ele sofresse.




Ouvir a minha voz tão perto de seu ouvido de novo, fez os olhos de se encherem ainda mais de lágrimas, mas ele não deixaria que mais nenhuma escorresse pelo seu rosto.




O abraço foi rápido, mas para havia durado horas. Tanta coisa foi desabafada ali, sem ele ter que dizer uma só palavra. Terminei o abraço, olhei pra ele e sorri fraco. Ele olhava pra mim da forma mais doce do mundo.




Dei alguns passos pra trás e voltei a encarar a porta, andei até ela, girei a maçaneta e entrei na casa novamente. Eu estava me sentindo melhor depois daquele abraço. Agora eu sabia que eu havia ajudado ele. Nem que fosse da forma mais simplória, mas eu sei, eu senti que eu ajudei.




E o ? havia se lembrado do por que me amava tanto. Havia se lembrado do por que se apaixonou por mim e do por que eu era a única garota que importava pra ele.




entendeu que não é só um olhar que fala mais do que mil palavras. Um abraço também falava mais do que mil palavras e no abraço de minutos atrás, ele havia dito muito mais do que mil palavras. Ele tinha dito 'eu te amo' dezenas de vezes. Eu não ouvi, mas eu senti. Senti que ele era especial e diferente de qualquer outro.






Procurei os garotos imediatamente. Precisava dizer a eles que havia encontrado o .Eles estavam no mesmo lugar de antes.


- Achei o . - Eu disse, assim que cheguei até eles.


- Onde ele esta? - perguntou, aliviado.


- No quintal, perto da piscina. - Eu disse e eles saíram quase correndo pra lá.




Sentei em uma cadeira que havia ali perto. Estava meio extasiada com o que havia acabado de acontecer, com o que eu havia acabado de sentir.




Os garotos chegaram no quintal e avistaram de costas e de frente pra piscina.




- ! - gritou, para que percebesse que eles estavam ali. olhou pra trás e esperou que eles se aproximassem.


- Você esta bem,cara? - disse, preocupado. Percebeu a expressão triste de seu amigo.


- Ela não lembra de mim. - olhou pros amigos e seus olhos se encheram de lágrimas.


- , eu sinto muito. - negou com a cabeça.


- Eu não acredito que perdi ela de novo. - estava inconsolável. Todos percebiam o esforço dele para não derramar mais nenhuma lágrima.


- Ela pode se apaixonar por você de novo,. Você consegue fazer isso. - disse, desesperado. Ver o daquele jeito era triste demais pra ele.


- Eu não quero fazer isso. Eu não posso.. - negou com a cabeça, enquanto seus olhos não paravam de se encher de lágrimas.


- Por que não pode? - não entendeu.


- Vocês não entenderam? - sorriu fraco.


- Entender o que? - estava aflito.


- Ela perder a memória e se esquecer só de mim. Isso não é estranho pra vocês? - disse, sério.


- Do que você esta falando, ? - não estava entendendo onde estava tentando chegar.


- Ela teve uma nova chance. Uma chance de me esquecer, uma chance pra conhecer um outro cara. O cara certo dessa vez. O cara que vai fazê-la feliz. O cara da vida dela. O cara que não sou eu. - disse com seu rosto todo molhado de lágrimas.


- Para com essas merdas, . - disse, impaciente.


- Eu não vou impedir ela de ter a vida que ela merece. Ela me perdeu e nem sabe disso. Ela não precisou sofrer e se eu tenho que sofrer no lugar dela, tudo bem. Eu não me importo. - tentava parar de chorar, estava certo do que devia fazer.


- Eu não vou deixar você fazer isso, . - disse, sério.


- Eu não mereço ela. Eu não posso continuar fazendo ela sofrer como eu fiz. - sentiu seu coração doer, quando disse isso.


- Eu vou te dar um soco se você continuar falando essas merdas. - disse, olhando nos olhos.


- Vocês podem me bater se vocês quiserem. Eu posso passar a minha vida sofrendo por causa dessa minha decisão, mas se é esse preço que eu tenho que pagar para vê-la feliz, tudo bem. - estava mesmo falando sério. Os garotos se entreolharam, sem saber o que fazer para tirar aquela ideia da cabeça dele.


- Como você acha que ela vai se sentir, sabendo que você nem ao menos tentou reconquistá-la? - perguntou, tentando colocar o mínimo de dúvida na cabeça de .


- Acordem, isso aqui não é o 'Como Se Fosse Pela Primeira Vez'. Isso é vida real. Minha vida real e está decidido. Vocês são os meus amigos e vão ter que aceitar a minha decisão. - estava tão certo no que estava fazendo.


- Você é quem sabe, . - negou com a cabeça.


- Você vai perceber. Eu sei que uma hora ou outra você vai perceber que você tomou a decisão errada. Eu realmente espero que não seja tarde demais. - tentou avisar o amigo pela última vez.


- Eu estou com você, .Eu não concordo, mas aceito a sua decisão. - foi forçado a aceitar.


- Valeu.. - pareceu aliviado em receber o apoio dos amigos.






A festa acabou aproximadamente ás 2 da madrugada. Tivemos que ficar até depois da festa para ajudar a arrumar a sua casa, que tinha ficado toda bagunçada. Eu não tinha mais visto o tal naquele dia. Provavelmente ele tinha ido embora como os outros convidados. Ele nem se despediu de mim? Ok, tanto faz. Não faz a menor diferença pra mim, eu acho.






já estava em casa. Depois de conversar com os amigos, decidiu ir embora antes de me ver novamente. Apesar de triste, estava feliz por conseguir tomar a decisão certa pelo menos uma vez na sua vida. Ele não podia ser egoísta. Não dessa vez. Não comigo. Pela primeira vez na vida dele, ele ia pensar em uma outra pessoa antes dele mesmo e essa pessoa sou eu. Ele sabia que seu amor por mim seria maior do que qualquer sofrimento que ele passasse.




só queria que algum dia eu me lembrasse que alguém me amou mais do que tudo. Queria que eu me lembrasse de tudo que nós um dia passamos juntos. Queria que eu me lembrasse e soubesse que independentemente de onde nós estivéssemos e com quem nós estivéssemos, sempre teria uma pessoa que me ama e que só quer me ver feliz.




A noite havia sido ótima pra mim. Eu tinha amigos incríveis e um irmão incrível. No dia seguinte eu voltaria pra escola e pra rotina. A rotina que eu tanto senti falta. Não posso negar, que antes de dormir eu lembrei do sim. Eu só queria saber se ele estava bem. Ele parecia estar tão mal.




Para , a única coisa pior do que ir pra escola sabendo que eu não estaria lá, era ir pra escola sabendo que eu estava lá sem me lembrar dele. A coisa mais difícil do mundo pra ele, era saber que nós estaríamos no mesmo lugar e ele não poderia me abraçar, me beijar, me fazer rir e me irritar. Ele estava fora da minha vida e ele estava certo em fazer o possível pra se manter nesse status.




Acordar naquela manhã foi tão difícil quanto dormir na noite passada. tomou o seu tradicional banho, colocou o uniforme e foi pra frente do espelho, arrumar o cabelo. Havia decidido que arrumaria o cabelo a partir de agora. Não fazia mais questão de que eu achasse ele bonito. Não precisava mais estar bonito pra mim, por que não faria a menor diferença pra mim. Desceu para tomar café. Estava inquieto. Todos perceberam isso.


- Você está bem, filho? - O pai de perguntou, preocupado.


- Eu estou bem. Eu só estou com um pouco de sono, mas daqui a pouco passa. - forçou um sorriso, que ajudou a convencer seu pai.




Se despediu dos pais e foi pro seu carro. Torceu para que seu carro não pegasse, para que assim ele não precisasse ir pra escola. Pois é, o carro pegou. Chegou na escola em 5 minutos, como de costume. Desligou o carro no estacionamento da escola e ficou parado ali por um tempo, pensando.




teria que lutar contra a simples vontade de estar perto de mim. Ele não precisava que eu olhasse pra ele ou notasse a sua presença. Ele só queria estar perto de mim, queria acompanhar o meu dia, acompanhar todas as minhas risadas e sorrisos, mesmo que ele não seja o responsável por eles. Ele não podia fazer isso. Ele tinha que sumir. Sumir da minha vida e era isso que ele faria.




Acho que eu nunca acordei tão feliz pra ir pra escola como hoje. Fiquei meia-hora me arrumando e o ficou meia-hora me apressando. Quando cheguei na escola, foi a melhor felicidade da minha vida, sério! Todos os meus amigos estavam me esperando.




- Que saudade eu estava disso aqui. - Eu disse, entrando na escola ao lado da turma.


- Sério? Eu nunca sentiria saudade disso aqui. - revirou os olhos, fazendo com que todos rissem.


- Tudo está igualzinho.. - Eu disse, olhando pros detalhes da escola.


- Você não ficou longe nem 5 dias.. - gargalhou.


- Eu sei, mas foi uma eternidade pra mim. - Eu disse, reconhecendo todos da escola, mesmo eu não conversando nem com a metade.




Quando tomou coragem para sair do carro, faltavam apenas 4 minutos pro sinal da primeira aula. Colocou a mochila nas costas, trancou o carro e entrou na escola. Passou pelo portão e pelo grande corredor que terminaria no pátio da escola, onde ele sabia que eu estaria.




Pisou no pátio e eu fui a primeira pessoa que ele viu. Eu ria de uma piada ridícula qualquer que havia me contado. queria tanto poder correr até lá, me abraçar e dizer que aquela escola não teve a menor graça sem mim. Queria me beijar na frente da escola toda. Agora não havia mais motivo de esconder o romance. Queria que todos soubessem que ele é o cara mais sortudo do mundo por ter o meu amor. Bem, ele não tinha mais essa sorte e isso doía mais do que tudo. Continuou a me observar, mesmo de longe e andando. Percebeu que meu cabelo estava amarrado do jeito que ele tanto gostava, mas ele sabia que eu não havia feito aquilo pra agradá-lo.




Diferente dos outros dias, não foi até os seus amigos. Parou para falar com os meninos do futebol. precisava se acostumar com aquela sua nova decisão e por enquanto o jeito mais fácil de fazer isso é manter distância de mim. Os garotos do time do futebol (do qual era capitão) falavam de um jogo qualquer que havia acontecido no final de semana. fingia prestar atenção, porém sua cabeça estava em outro lugar.




- Nossa, . Essas suas piadinhas são péssimas. - Eu gargalhei, junto com as garotas.


- São péssimas, mas vocês riem, né? - arqueou a sobrancelha.


- Quem está rindo? Eu já parei. - Eu segurei o riso.


- Oi .. - Uma voz disse, atrás de mim. Não reconheci, me virei para ver quem era.


- Oi.. - Eu sorri, sem jeito. Na verdade, eu não fazia ideia de quem era.


- Eu queria saber se você está bem.. - Ele sorriu pra mim. Todos os meus amigos pararam para ver a cena, inclusive o meu irmão que estava com uma cara nada boa.


- Sim, eu estou bem. Obrigada. - Eu respondi de forma estranha. Quem é ele?


- Eu fico feliz. - Ele sorriu de forma sedutora.


- Desculpa, mas eu não consigo me lembrar de você. - Eu fiz careta. Isso era meio constrangedor. Os garotos ao meu lado se entreolharam.


- Eu sou o...Peter. - Ele estendeu a mão em minha direção. Eu sorri e segurei a sua mão. Ele a levou até a sua boca e a beijou.


- Bem, acho que você já sabe o meu nome. - Eu sorri fraco. Ele até que era bonito.


- Claro que sei. Todos sabem.. - Ele riu.


- Todos sabem? - Eu ri, sem entender. Eu era algum tipo de garota popular por um acaso?


- Sim. Como poderiam não saber o nome da garota mais bonita da escola? - Ele disse na maior cara de pau.




O sinal da primeira aula bateu naquele mesmo instante, quebrando totalmente o clima que havia se criado ali. Ele estava flertando comigo nos primeiros 5 minutos que falou comigo.


- Eu vou ter que ira pra sala. - Eu sorri pra ele, ainda sem jeito.


- Tudo bem.. - Ele sorriu de forma encantadora. - Nos vemos no intervalo? - Ele propôs.


- Eu acho que sim. - Eu sorri divertidamente. Ele piscou e saiu, cercado de alguns amigos.


- É impressão minha ou ele estava flertando comigo? - Eu gargalhei ao perguntar pra todos em minha volta.


- Ele estava sim. - disse, fazendo uma cara feia pro .


- Ele até que é bonito. - Eu ri, ainda se jeito.


- Quem vê cara, não vê coração,. - olhou pra mim, sério.


- NOSSA! - Eu disse, revirando os olhos.


- Ele ta certo. - também estava certo.


- Vocês estão com ciúmes de mim, sério? - Eu gargalhei.


- Eu não tenho ciúmes de você, . - revirou os olhos.


- Muito menos eu. - fez careta.


- Então parem de querer tomar decisões por mim. - Eu disse, brava. - Vou pra sala. Tchau , tchau garotas. - Eu fiz questão de ignorar e . QUE SACO! Eu não sou mais uma criança.




não viu nada do que havia acontecido. Se tivesse visto, provavelmente teria pirado e pulado no pescoço do Peter. Eu também não havia visto . Na verdade, eu nem fazia ideia de que ele estudava na mesma escola que eu.


- Eu sei muito bem o que o Peter esta armando. - bufou.


- Ela esqueceu dele! É a chance dele de reconquistá-la. - concluiu.


- Pior é que não tem como nós pedirmos pra ela não sair com ele. Se fizermos isso, teremos que dar um motivo. Não podemos contar tudo o que o Peter fez. - negou com a cabeça.


- Ela tem que se lembrar sozinha. - fez careta.


- Falando nisso, cadê o ? - perguntou. Ninguém havia visto até aquele momento.


- Não é ele ali? - apontou pra uma rodinha de garotos.


- O que ele esta fazendo lá? - não entendeu nada.


- Eu vou ver. - saiu e foi até a rodinha. Se aproximou de . - ! - Quase gritou.


- O que? - virou para olhar o amigo.


- O que você esta fazendo ai? - arqueou a sobrancelha.


- Estou aqui, ué. - desconversou.


- Eu sei o que você está fazendo. - negou com a cabeça. andou até ele. Não queria que todos ouvissem aquela conversa.


- Estou conversando com os caras.. - disse, achando que era o óbvio.


- Você que se afastar da ? Tudo bem, foda-se! Mas você não vai afastar os seus amigos, . - disse, sério.


- Eu não podia ir lá com vocês. Ela tava lá. Eu não.. - não conseguiu terminar a frase. A tristeza voltou para o seu rosto.


- Você não consegue ficar perto dela? - concluiu.


- É! - suspirou, tentando não demonstrar o quanto estava mal.


- Pois é, você não consegue, mas o Peter consegue. - disse, sério.


- Peter? - A expressão de mudou rapidamente. - O que esse merda fez agora? - ficou furioso só em ouvir o nome dele.


- A não lembra dele. - disse, sem enrolação.


- O QUE? - não podia ter escutado bem. - O que você quer dizer? - não entendeu onde estava querendo chegar.


- Eu estou querendo dizer que ou você reconquista a ou o Peter vai fazer isso e ninguém vai poder impedi-lo. - estava falando daquele jeito, pois estava tentando fazer mudar de ideia.


- Ninguém? - forçou um sorriso. - Então olha isso. - saiu, decidido a achar Peter e acabar com aquela história de vez.



Capítulo 24 - Sabor chiclete  




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Hey, hey, hey! - correu atrás de e entrou em sua frente. - Ta maluco? - arqueou a sobrancelha.


- Vou bater no Peter. Qual a novidade? - sorriu falsamente e passou por , que voltou a alcançá-lo e entrou em sua frente novamente.


- Pode ir parando ae. - colocou a mão no peito de e o empurrou de leve pra trás.


- Sai da minha frente ou vou ter que te socar também. - voltou a sorrir falsamente.


- Você não vai fazer isso aqui. Não na frente da . - disse, sério.


- Você sabe que não vai conseguir me fazer mudar de ideia.. - estava impaciente.


- Isso mesmo,! Vai lá socar o Peter e aproveita e explica pra que você bateu nele, por que ele estava dando em cima da sua garota. - disse sarcasticamente. - Ahn é, ela não é mais sua garota, não é? Então aceite as porras das consequências. - disse irritado e saiu, deixando falando sozinho.




estava muito bravo. Sabia que estava certo. Sabia que teria que aturar as provocações de Peter, sem dizer uma palavra. Sabia que não tinha mais direito nenhum de controlar com quem eu saia ou não.






Todos foram pras suas respectivas salas de aula. O intervalo se aproximava e sabia que não tinha mais como se esconder de mim. Só precisava conseguir disfarçar perfeitamente os seus arrepios, as borboletas em seu estômago e seu coração disparado, quando estava perto de mim. Ele tinha que fingir que não se importava.




O sinal do intervalo tocou e estava mais tenso do que nunca. Sabia que deveria agir normalmente. Ele tinha que conseguir fazer isso. Era o único jeito. Desceu até o pátio e de longe viu todos sentados na mesma mesa de sempre. Eu estava de costas, mas é claro que ele me reconheceu. Deu alguns passos em direção a mesa e parou. Não estava sendo fácil. Seu coração estava disparado e as suas mãos suavam frio.




- Droga, . Vamos.. - sussurrou pra si mesmo, tentando tomar a coragem que precisava. Deu mais alguns passos e finalmente chegou na mesa. - E ai.. - disse sorrindo, enquanto se sentava ao lado de , em um banco que ficava em minha frente.




Quando olhei pra ele, não acreditei. Olhei uma, duas, três vezes. Era ele mesmo! Mas como? Eu não sabia que ele estudava aqui. MEU DEUS,ELE ESTUDA AQUI!




- Você? - Eu sorri, surpresa.


- Ahn, oi . - Ele sorriu pra mim. Todos na mesa se calaram e observavam a cena.


- Você não disse que estudava aqui.. - Eu sorria, ainda sem acreditar.


- Você não perguntou, né? - riu da minha cara.


- Foi aqui que eu conheci o , . - entrou no meio da conversa.


- Mas como eu nunca te vi? - Eu perguntei, sem entender. Eu jamais esqueceria um garoto como aquele.


- Ele é novo aqui.. - explicou, rapidamente.


- É, entrou na escola semana passada. - completou a mentira.


- Ahn, entendi. - Eu sorri pro , sem jeito. - Seja bem vindo, então. - Eu estava tão envergonhada. Acho que todos perceberam.


- Obrigado. - sorriu e levantou as sobrancelhas, também sem jeito.


- Oi, . - Peter apareceu ao meu lado. Ele tinha um sorriso tímido no rosto.


- Awn, oi Peter. - Eu deixei de olhar para olhar Peter.


- O que você esta fazendo? - Peter forçou um sorriso e olhou pro .


- Eu acabei de descobrir que o estuda aqui. Ele estava na minha festa. - Eu sorri e voltei a olhar pro . Ele olhava com uma cara nada boa pro Peter.


- Oi . - Peter sorriu falsamente e estendeu a mão para apertasse. Foi o único modo que achou para irritá-lo.


- Oi. - disse com uma das sobrancelhas arqueada e apertou a sua mão. Apertou mesmo e de propósito. - Você joga no time, não é? - aproveitou a primeira chance que teve de revidar.


- Sim. - Peter sorriu, sem entender onde estava querendo chegar.


- Prazer, eu sou o seu novo capitão. - riu por um minuto da cara de idiota de Peter.


- Então , você quer ir até o ginásio? Você sabe.. dar uma volta.. - Peter ignorou e sorriu pra mim.


- Agora? Pode ser. - Eu me levantei da mesa. Confesso que fiz aquilo de propósito. Eu queria irritar e .


- Então vamos.. - Peter sorriu e riu discretamente pro . fuzilou ele com os olhos por alguns segundos.


- Eu vou também. - se levantou repentinamente da mesa.


- Você o que? - Peter arqueou a sobrancelha.


- Eu estou cansado de ficar sentado. Vou dar uma volta com vocês. - sorriu divertidamente pra Peter. - Tudo bem pra você, ? - sorriu encantadoramente pra mim. ? Ele me chamou de . OMG!


- Claro! - Eu ri, totalmente envergonhada.


- Então vamos.. - foi até o meu lado e nós começamos a andar.




Peter não estava acreditando no que estava acontecendo. Queria pular no pescoço de e matá-lo ali mesmo. É claro que ele não pôde fazer isso.




- Como está a sua camiseta? - Eu ri e olhei pro .


- Você tirou grande parte da mancha, ontem. Não se preocupe com isso. - sorriu fraco e olhou pra mim. Ele tinha uma coisa no olhar. Era diferente. Eu não sabia explicar.


- E você, como está? - mantinha aquele mesmo sorriso e aquele mesmo olhar sobre mim.


- Eu estou bem. Só estou feliz em estar de volta a minha rotina. - Eu disse.


- Você deve ter sentido falta de todo mundo. Você sabe, seus amigos. Foram poucos dias, mas pra você pode ter durado uma eternidade. - estava sério, enquanto falava. Ele simplesmente ficava lindo tão sério daquele jeito. Ok, parei.


- É exatamente isso. - Eu sorri, impressionada com a capacidade dele em dizer exatamente o que eu estava pensando.


- , o que você acha de nós sairmos, sexta? - Peter entrou no meio da conversa. Peter procurava um assunto em que fosse melhor que , um assunto que pudesse chamar a minha atenção. Ele não conseguiu achar nenhum.


- Não dá, eu tenho um jantar na sexta. - Eu fingi estar desapontada.


- E amanhã? - Peter insistiu.


- Prova.. - Fiz careta.


- E hoje? Hoje você pode? - Peter sorriu pra mim de forma doce.


- Hoje? Hoje eu posso ...eu acho. - Eu sorri fraco. Na verdade, eu só aceitei por que não tinha nada a perder. Ia passar a noite no meu quarto, fazendo coisas inúteis e o Peter parecia querer tanto aquilo, que eu não consegui negar.


- Então.. eu passo te pegar as 7, ok? Eu sei onde o mora. - Peter disse, todo empolgado.


- Perfeito. - Eu sorri pra ele para tentar demonstrar que eu também estava ansiosa por hoje a noite.




tentava ter alguma ideia para evitar aquilo. Nada vinha em sua cabeça. O que mais doía nele era saber que eu queria sair com o Peter. O cara mais egoísta e mau caráter da escola. Como eu pude aceitar? Por que eu estou demorando de novo pra perceber quem o Peter realmente é?




Sua garota tinha um encontro essa noite e não era com ele. não sabia o que fazer e nem como lidar com aquilo. Só sabia que não podia fazer nada pra impedir sem me contar toda a verdade. Teria que assistir eu me apaixonar pelo Peter de novo.




O sinal do final do intervalo tocou. Minha próxima aula era de Matemática. O professor não permitia que ninguém chegasse atrasado. Era por isso que eu tinha que ir pra sala voando.


- Bem garotos, eu tenho que ir. - Eu sorri e olhei pro e depois pro Peter. - Vejo você mais tarde, Peter. - Eu ri pro Peter e sai pela porta do ginásio em direção a sala de aula.




e Peter permaneceram no ginásio. Peter sorriu como um idiota, enquanto se corroía por dentro e fuzilava Peter com os olhos.




- E mais uma vez eu fui mais rápido que você, Jonas. - Peter sorriu sarcasticamente.


- Eu não vou te dar outro soco, Peter. - olhou pro Peter, sorriu e negou com a cabeça.


- Ela vai voltar a ser minha, Jonas. - Peter provocou novamente.


- Ela nunca foi sua, idiota. - bufou, tentando se controlar. Não queria perder a paciência com Peter de novo. Era exatamente isso que ele queria.


- Hoje eu vou reconquistá-la, Jonas. Eu só queria que você tivesse lá para ver a cena. - Peter riu sarcasticamente.




deu alguns passos na direção de Peter e parou quando estava bem perto dele. Queria dizer aquilo bem na cara dele.




- Presta bem a atenção, Peter. Não vai acontecer NADA essa noite. Você entendeu? - olhou nos olhos de Peter, tentando transmitir toda a raiva que conseguia.


- E pra que você acha que serve encontros, ? - Peter riu da cara de . Peter também olhava fixamente pros olhos de .


- Peter, eu juro por Deus, se você encostar um dedo nela, eu.. - O sangue de subiu. Ele estava se controlando para não bater no Peter novamente.


- Você o quê, ? O que você vai fazer? - Peter abriu os braços, sorrindo ironicamente. - Você vai me dar outro soco? E como você vai explicar isso pra ela? - Peter estava falando alto. Pela primeira vez, ele estava deixando o sem argumentos.


- Você é um covarde, Peter. Vai ficar se escondendo na sombra dela agora? - riu por um segundo. - Tudo isso é medo de me enfrentar? - continuou a rir.


- Eu não tenho medo de você, . Eu só não vou perdê-la pra você de novo. - Peter disse um pouco nervoso.


- É sobre isso, então? Medo de perdê-la pra mim de novo? - riu baixo.


- Eu já disse que não tenho medo, Jonas. - Peter estava sério. estava pegando no seu pronto fraco.


- Acontece que isso não é uma disputa, Peter. Eu não vou disputá-la com você. Ela não merece nenhum de nós dois. - disse, sério.


- Eu prefiro que ela mesma opine sobre isso. - Peter revirou os olhos.


- Eu fui legal dessa vez. Eu te avisei antes. Aproveita essa oportunidade, por que eu não vou ter dó de você dá próxima vez. - disse com cara de mal. Ele saiu, deixando Peter falando sozinho.






Foi o dia mais angustiante da vida de . Durante a tarde, ele pensava em mil coisas que poderiam impedir aquele encontro. Nenhuma de suas ideias pareciam boas o bastante. encarava o relógio de 5 em 5 minutos e fazer aquilo não deixava ele mais calmo. A hora do encontro se aproximava e ainda não sabia o que fazer.




Quando o relógio marcou 18:30, tomou uma decisão. Iria pra minha casa! Ainda não sabia o que faria pra me impedir de sair com o Peter, mas arranjaria um jeito.




Eu já estava pronta, mesmo faltando 15 minutos. Eu não queria me atrasar. Afinal, era o primeiro encontro. Não queria causar uma péssima impressão.




Não demorei pra escolher a roupa perfeita pra ocasião. Um shortinho, uma blusa soltinha e um salto enorme, do jeito que eu adoro ( VEJA A ROUPA AQUI ).




Ao chegar em minha casa, olhou no relógio e viu que faltavam apenas 15 minutos para que Peter chegasse para me buscar. Ele não tinha tempo pra pensar, não tinha tempo pra nada. Saiu imediatamente do carro e andou até a porta da minha casa. Tocou a campainha uma vez.




Quando a campainha tocou, entrei em desespero. Deveria ser o Peter, que aliás estava um pouco adiantado. Desci as escadas o mais rápido que eu consegui e quando cheguei na frente da porta, ajeitei o cabelo mais uma vez. No segundo em que eu abri a porta, a expressão séria de se transformou em um lindo sorriso. Antes de dizer qualquer coisa, me olhou da cabeça aos pés, me deixando até meio constrangida.




- Oi.. - Ele sorriu, sem jeito.


- Oi . - Eu sorri pra ele. Ele provavelmente tinha vindo até ali para falar com o .


- Eu..vou chamar o . Só um minuto. - Eu ia saindo, deixando a porta aberta.


- Não. - Ele disse rapidamente. Eu me virei e voltei até a frente da porta. - Eu vim falar com você. - Suas bochechas ficaram meio rosadas, fazendo com que eu risse baixo.


- Pode falar então.. - Eu esperei ele dizer.


- Oi , querido. Tudo bem? - Minha mãe apareceu do nada na porta. COMO ASSIM, ELA CONHECE O ?


- Oi, Sra. . Estou bem e a Sra.? - sorriu simpaticamente pra ela.


- Estou bem também. - Minha mãe sorriu e voltou a fazer o que fazia na cozinha.


- Você.. conhece a minha mãe? - Eu perguntei, confusa.


- Eu conheci ela durante os dias que você estava no hospital. - inventou uma mentira qualquer.


- Ahn, entendi. - Eu sorri e concordei com a cabeça.


- Então, você pode vir.. - fez careta, estava sem jeito. - Você sabe.. aqui fora. - apontou pra varanda da minha casa. - A sua mãe.. - disse, sem emitir som algum.


- Ahn, é claro. - Eu ri. Sai pro lado de fora da casa e fechei a porta. - Pronto. Você está seguro agora. - Eu disse e ele gargalhou.




O silêncio permaneceu por um tempo. não sabia como e nem por onde começar e eu ainda não havia entendido o que ele queria comigo.




- Ta, eu não sei como dizer isso. - colocou as mãos no bolso, encarou o chão por uns segundos e voltou a olhar pra mim.


- Qual é! Eu já sujei e lavei uma camiseta sua. Nós já somos íntimos um do outro. Vai em frente, pode falar. - Eu tentei fazer com que ele ficasse menos nervoso.


- Você não pode sair com o Peter essa noite. - disse depois de um tempo. Olhou pra mim, sério.


- Por que não? - Eu arqueei a sobrancelha.


- Por que... - pensou antes de responder. - Ele não tem uma boa fama com as garotas.. - respondeu, sério. não estava mentindo dessa vez.


- Como assim? - Eu continuei sem entender.


- Ele já saiu com quase todas as garotas da escola e magoou grande parte delas. - explicou.


- E você acha que vai acontecer o mesmo comigo? - Eu sorri, achando fofo o fato dele estar preocupado.


- Eu não quero que você seja magoada. - sorriu de forma doce.


- Eu sei me cuidar, . Tudo bem. - Eu sorri sem mostrar os dentes.


- O que eu tenho que fazer pra você não ir? - arqueou a sobrancelha e sorriu.


- Você não vai querer saber. - Eu gargalhei e fica careta.


- Qualquer coisa. - também riu.


- Me dê dois bons motivos pra não ir. - Eu cruzei os braços e esperei que ele dissesse seus motivos.


- Bem, primeiro por que o Peter é um idiota. - disse, rindo. - E segundo, por que ele não merece você. - sorriu, arqueando suas duas sobrancelhas, achando que aqueles motivos eram suficientes.


- Ok, agora dê dois motivos convincentes, . - Eu sorri, demonstrando que ainda não havia sido convencida.


- Ta. - revirou os olhos e suspirou. Pensou por uns segundos. - Você mal conhece ele. Sua mãe não te ensinou a não entrar no carro de estranhos? Vai que ele te leve, sei lá.. pra detrás de uma moita, fazer sei lá Deus o que. - disse, fazendo com que eu gargalhasse.


- Você vai ter que caprichar nesse seu segundo motivo convincente... - Eu ainda estava rindo.


- Você não pode sair com ele...por que.. você tem que sair comigo. - sorriu, sem jeito. Olhou pra mim de forma encantadora, esperando pela minha resposta.


- E o que faz você pensar que eu prefiro sair com você e não com ele? – Eu sorri sem mostrar os dentes. Eu estava gostando daquele assunto. Queria me aprofundar nele.


- Você sabe.. eu sou mais legal e bem mais bonito que ele. - sorriu divertidamente.


- E convencido também. - Eu ri e revirei os olhos.


- É sério! Não sai com ele. - olhou em meus olhos, fazendo com que eu sentisse um arrepio estranho.


- Ele chegou! - Eu disse, vendo o carro de Peter estacionar em frente a minha casa.


- Oh, merda. - arregalou os olhos. - Vou me esconder aqui, atrás da árvore. Até ele ir embora. - correu e se escondeu atrás da enorme árvore que havia no jardim da minha casa.




Eu estava confusa. Não sabia se deveria sair com o Peter. não tinha motivos pra mentir pra mim. Ele estava certo. Eu não conhecia Peter direito e convenhamos.. eu não estou tão a fim dele assim. A proposta do foi realmente tentadora. Ele me chamou pra sair!




Eu não queria dar o fora no Peter. Não mesmo. Ele parecia legal, mas o convite de era simplesmente irrecusável. Não que eu esteja a fim dele, mas é que ele é um cara tão legal e.. bonito. Eu quero mesmo sair com ele.




- Oi linda. - Peter sorriu, quando se aproximou de mim e beijou o meu rosto.


- Oi Peter. - Eu sorri, sem jeito.


- Você está demais. - Peter me olhou de cima abaixo. Essa olhada dele foi diferente da do . Quando me olhou de cima abaixo, não havia desejo nos olhos dele. Havia doçura.


- Obrigada. - Eu estava pensando em como daria o fora nele.




estava aflito atrás da árvore. Não sabia se eu ia ou não dar o fora no Peter. sabia que ele já não significava nada pra mim. Não fazia sentido eu desistir de sair com o Peter pra sair com o ele. Ele nem havia mostrado interesse por mim, ao contrário do Peter.




De onde estava, ele conseguia ouvir a minha conversa com o Peter. Estava receoso com o que iria ouvir.




- Então, vamos? - Peter se aproximou de mim.


- Você não sabe.. - Eu tentei parecer chateada. - A minha mãe ficou doente agora a tarde. Ela acabou de me dizer que quer que eu fique com ela, hoje a noite. - Eu tentava transpor a minha tristeza ao máximo.


- Não acredito. - Peter fez bico. - Você está até pronta. - Peter estava arrasado.


- Eu sei. É uma pena. - Eu também fiz bico.




Enquanto isso, comemorava silenciosamente atrás da árvore. Sorriu de forma aliviada, quando me ouviu dar aquela disculpa. Queria tanto sair dali e zoar com a cara do Peter.




- Nós podemos marcas outro dia.. - Peter propôs.


- Claro. - Eu concordei com cabeça.


- Então, tudo bem. - Peter estava tão triste, que me deu até pena.


- Desculpe. - Eu voltei a fazer cara de triste.


- Boa noite então, princesa. - Peter se aproximou novamente e deu outro beijo em meu rosto.


- Boa noite. - Eu sorri pra ele, ainda com dó.




Peter foi até o seu carro, entrou nele e saiu na sequência. Esperei que ele fosse embora, ainda na porta da minha casa. Quando vi que ele havia ido embora, olhei pra árvore, esperando que saísse de lá.




- Não acredito que eu fiz isso. - Eu ri, vendo se aproximar todo feliz.


- Você fez a coisa certa. Você sabe que fez. - sorriu divertidamente e andou até mim, parando em minha frente.


- Certo e pra onde você vai me levar agora? - Eu sorri pra ele.


- Vou te levar até a porta da sua casa. - deu dois passos e parou em frente a porta da minha casa. - Pronto. - riu da minha cara.


- Você não faria isso. - Eu fuzilei ele com os olhos.


- O que? Mentir só pra você não sair com o Peter? - segurou o riso.


- É! - Eu arqueei a sobrancelha.


- É, eu não faria isso. - riu mais uma vez e negou com a cabeça.


- Então, pra onde nós vamos? - Eu repeti a pergunta.


- Eu não sei. Eu nem estou vestido pra sair com você. - olhou pra sua própria roupa e passou a mão pelo cabelo. - Quer dizer.. você está.. - Ele sorriu, sem jeito. - Bonita e eu estou assim. - abriu os braços, rindo para mostrar o quanto se sentia péssimo com aquela roupa.
- Você não está tão mal.. - Eu sorri pra ele.


- Olha só o meu cabelo. Está todo bagunçado! - passou a mão novamente pelo cabelo e fez careta.


- Eu gostei.. dele assim. - Eu sorri fraco. Estava meio envergonhada. O que é que eu estava dizendo?




parou e ficou olhando pra mim sorrindo. Sorrindo como um idiota. Ele voltou a sentir aqueles sentimentos que ele só sentia quando eu sorria pra ele, quando ele me tinha tão perto dele. Eu havia voltado a dizer que gosto do cabelo dele todo desajeitado, como antes. Eu não estava me lembrando. Eu estava voltando a sentir as coisas que sentia antes daquele acidente.




- Pra onde você quer ir? - ainda estava anestesiado por todo aquele sentimento.


- Bem, está calor. Sorveteria seria uma boa ideia? - Eu perguntei em dúvida. Não sabia se ele acharia uma boa ideia ou não.


- Seria! Eu estava mesmo pensando nisso. - riu.


- Certo, então.. vamos. - Eu dei alguns passos e parei ao lado dele.


- Vamos. - e eu caminhamos lado a lado em direção ao seu carro. Quando chegamos lá, ele abriu a porta do lado do passageiro para que eu entrasse no carro e eu entrei. Na sequência, ele deu a volta e entrou em seu carro pelo lado do motorista. começou a dirigir em direção a uma sorveteria que havia no centro da cidade. O sorvete de lá era o melhor da cidade.




No início, ficamos em silêncio. Estava um clima estranho. Um clima que eu não conseguia decifrar o que era.




- Sabe, você não precisava ter me convidado pra sair, só por que eu ia sair com o Peter. - Eu coloquei fim naquele silêncio perturbador.


- Você pediu dois motivos. Foi a única coisa que eu pensei. - riu e olhou pra mim.


- Era só você dizer que estava com ciúmes... - Eu disse, segurando o riso.


- O QUE? - olhou pra mim, fazendo careta. - Eu não estava com ciúmes de você. - arqueou a sobrancelha.


- Não? E o que foi isso de 'o Peter não é uma boa pessoa'? - Eu estava achando tudo aquilo muito engraçado. ficou simplesmente atacado quando eu disse a palavra 'ciúmes'.


- É a verdade e não ciúmes. - riu da minha cara.


- E foi só comigo que você fez isso? Você disse que o Peter já saiu com quase todas da escola. Por que você não impediu as outras? - Eu sorri e arqueei a sobrancelha.


- Por que eu nem conheço elas. - respondeu, sem olhar pra mim, já que estava estacionando o carro em frente a sorveteria.


- Você também não me conhece. - Eu continuei questionando. Eu queria tirar alguma coisa dele. Eu sabia que tinha alguma coisa.


- Não? Eu sei o seu nome, sei onde é a sua casa e conheço a sua família. Você já deixou de ser uma desconhecida pra mim, . - desligou o carro e voltou a me olhar.


- Dois dias, . Você me conhece há dois dias. - Eu sorri, quase rindo da cara dele.


- Por que você está falando assim? - riu e negou com a cabeça.


- Por que eu fui a única que você impediu de sair com o Peter, ? - Eu perguntei, sem paciência.


- EU ME PREOCUPO COM VOCÊ! OK? - disse, irritado. - Era isso que você queria ouvir? - me olhou, sério.


- Era exatamente isso. - Eu sorri pra ele, satisfeita.




Eu abri a porta e desci do carro. fez o mesmo, segundos depois.




- Por que você quer tanto me ouvir dizer que eu me importo com você? - perguntou, indignado. Ele ainda estava de um lado do carro e eu em outro.


- Por que era o mínimo que eu merecia ouvir, depois de você ter arruinado o meu encontro. - Eu ri baixo e dei a volta no carro, ficando ao seu lado.


- Chata.. – bufou e riu. olhou pra mim e riu, enquanto negava com a cabeça. Demos alguns passos em direção a sorveteria. Entramos e nos sentamos em uma mesa que tinha apenas dois lugares.




- Já escolheram os sabores que vão querer? - O garçom se aproximou ao ver que eu e olhávamos o cardápio.


- Aqui tem sorvete de chiclete! Eu preciso experimentar. - Eu disse, parecendo uma criança de 5 anos.


- Eu também nunca provei, mas acho que prefiro de chocolate. - riu da minha cara e olhou pro garçom, enquanto negava com a cabeça.


- Eu já trago. - O garçom saiu, depois de anotar os pedidos em um papel.


- Do que você esta rindo? - Eu ri, vendo que ele ainda ria da minha cara.


- Não to rindo. - segurou o riso.


- Chato.. - Eu mostrei a língua e ele voltou a rir, depois de olhar pra mim.




O sorvete não demorou pra chegar. fez questão de pagar. Ele era muito divertido e tinha um cavalheirismo que eu nunca vi igual.




- Você quer dar uma volta na praça, enquanto nós tomamos o sorvete? - propôs, depois que saímos de dentro da sorveteria e ficamos parados lá na frente.


- Claro. Vamos lá. - Eu sorri fraco, olhando pra ele.




A tal praça ficava do outro lado da rua, então foi só atravessarmos a rua que já tínhamos chegado nela. Andávamos lado a lado.




- Era pra você estar em um encontro agora, mas ao invés disso, você está andando em uma praça comigo, enquanto você toma um sorvete de chiclete. Desculpa por ter estragado a sua noite. - disse, depois de darmos alguns passos na praça em silêncio.


- Tudo bem.. - Eu sorri e neguei com a cabeça. - Eu estou me divertindo com você. - Eu disse, sem pensar.




tentou esconder toda a felicidade que sentiu naquele momento. Ele estava fazendo com que eu me divertisse novamente. Ele estava fazendo com que tivéssemos um momento só nosso.. como antigamente.




- Apesar de você ser a única garota que eu conheço que toma sorvete de chiclete, você também está me divertindo. - segurou o riso. Sabia que estava me provocando.


- HEY! - Eu ri e entrei na frente dele, fingindo estar furiosa.


- Calma, eu estava brincando. - não conseguiu parar de rir.


- Brincando, não é? - Eu segurei o riso e arqueei a sobrancelha. - Ok, eu sei que você está maluco para experimentar o meu sorvete. Pode experimentar - Eu estendi o braço, enquanto segurava o sorvete.


- Não, obrigado. - fez careta.


- Só um pouquinho, . - Eu implorei do jeito mais doce que eu consegui.


- Ta.. - revirou os olhos. - Mas só um pouco. - se aproximou e quando estava prestes a encostar seus lábios em meu sorvete, aproximei o meu sorvete do rosto dele, fazendo com que ele ficasse todo melecado.


- Ops.. - Eu segurei a risada.


- OPS? Não acredito que eu cai nessa. - revirou os olhos.


- Você mereceu. - Eu ainda estava gargalhando.


- Eu vou dar 5 segundos pra você correr, antes que eu pegue o meu sorvete e faça o mesmo com você. - disse com um sorriso perverso no rosto, enquanto olhava pra mim.


- Você não se atreveria.. - Eu fingi nem acreditar na ameaça dele.


- 1, 2.. - ria pra mim, enquanto contava.


- Não, . Você não vai.. - Eu não acreditava que ele ia fazer isso mesmo.


- 3.. - disse, rindo.


- Merda. Eu to de salto.. - Eu sai correndo no mesmo segundo da forma mais lenta do mundo. O salto não estava me ajudando. Tirei a sandália, enquanto corria e fiquei descalço para poder correr ainda mais rápido. Quando olhei pra trás, vi que já estava se aproximando de mim. – NÃO, ! PARAAA! - Eu gritei, enquanto passava por diversas árvores.


- Você não quer mais brincar? - dizia, enquanto corria atrás de mim.


- Não quero! - Eu gritei, vendo que ele estava se aproximando.


- Tarde demais.. - disse, assim que conseguiu segurar um dos meus braços.


- Não, . Por favor! - Eu implorei, tentando me soltar da mão dele.


- Você começou.. - me empurrou, me encostando na árvore mais próxima.


- Você não vai fazer isso. - Eu ri e neguei com a cabeça.


- Quer pagar pra ver? - cerrou os olhos, enquanto um sorriso divertido permaneceu em seu rosto.


- Quero. - Eu disse e no mesmo instante dei um tapa na mão dele, fazendo com que o sorvete dele caísse no chão.


- Hey! Isso é trapaça! - olhou pra mim, indignado.


- Isso é autodefesa, querido. - Eu pisquei pra ele e voltei a rir.


- Você é uma chata. Sabia disso? - arqueou a sobrancelha.


- É, sério. Me desculpa. Eu só estava brincando. - Eu disse, parando de rir. - Deixa que eu te ajudo a limpar isso. - Eu peguei o guardanapo que havia restado do meu sorvete e me aproximei dele para limpar o seu rosto.


- Não, tudo bem. Deixa que eu limpo. - sorriu, sem jeito.


- Não! Eu sujei, eu limpo. - Eu disse bem próxima do rosto dele. Toquei no rosto dele pela primeira vez e senti ele se arrepiar todo. Sorri fraco, quando percebi isso.




mantinha os olhos abertos e me observava de perto, enquanto eu limpava seu rosto com toda a delicadeza do mundo. Olhou os meus olhos, que lhe traziam uma paz enorme. Olhou as pintinhas em meu rosto, que ele considerava um charme. Olhou os lábios, que lhe traziam as melhores recordações da sua vida. Enquanto eu limpava, eu também não perdi a oportunidade de vê-lo de tão perto. Olhei os lábios, que eram a base pra aquele lindo sorriso que só ele conseguia dar. Olhei os olhos que por coincidência, também olhavam nos meus.




- Pronto, está limpo, mas ainda esta meio melado. - Eu disse rindo, ainda meio sem jeito com o que havia acabado de acontecer. Dei alguns passos pra trás e voltei a me encostar na árvore. Ele não disse nada, apenas continuou a me observar da mesma forma que antes.


- O que foi? - Eu ri, sem jeito. Ele estava me olhando daquele jeito tão doce. Tinha um sorriso bobo em seu rosto.


- Pergunta de novo.. - deu alguns passos em minha direção.


- Perguntar? - Eu não entendi. - Perguntar o que? - Estava me perguntando se ele estava ficando maluco.


- Perguntar se eu quero experimentar o seu sorvete.. - sorriu do jeito mais lindo do mundo, me deixando até meio zonza. Ele se aproximou ainda mais, fazendo com que nossos corpos se tocassem.


- Mas.. o sorvete acabou.. - Eu ri, sem entender. Perto dele eu era a pessoa mais lerda do mundo.


- Pergunta.. - não quis explicar. Ele me olhava nos olhos de um jeito que ninguém nunca havia olhado, de um jeito tão cheio de sentimento, de um jeito que só ele conseguia.


- Você quer experimentar um pouco...do meu.. sorvete,? - Eu ri de mim mesma. Nem sabia o que estava fazendo. Só sabia que eu estava entregue naquele momento.


- Na verdade.. eu quero! - sorriu sem mostrar os dentes. - Eu quero muito... - aproximou o seu rosto do meu. Nossos narizes se tocaram e nossos lábios fizeram a mesma coisa na sequência. Fechamos os olhos.




sabia que era errado. Ele sabia que havia prometido pra si mesmo que iria se afastar de mim. Ele simplesmente não resistiu. Toda aquela minha delicadeza com ele, toda aquela minha doçura com ele, fez com que ele se quebrasse em pedaços. Fez com que aquele que queria se afastar de mim, se quebrar em pedaços. Porém, também fez com que o que tanto me queria de volta, se regenerasse bem ali na minha frente só para poder me beijar mais uma vez.




O beijo foi começado com um selinho. Um selinho demorado e cheio de sentimento. Uma das mãos dele subiu até o meu rosto, puxando os meus lábios contra os dele. Dei a passagem para que ele aprofundasse o beijo, mas isso não aconteceu. Ele desgrudou nossos lábios abruptamente.




- ..eu não ..posso. - disse com dificuldade.


- Não pode? Como assim 'não pode'? - Eu sorri, sem entender.


- Me desculpa, mas eu não posso fazer isso. - me olhou nos olhos. Havia desespero em sua voz. Ele tirou a mão de meu rosto e deu alguns passos pra trás.


- Tudo bem, ? - Eu vi o quanto ele estava incomodado com o que tinha acabado de acontecer.




Milhares de coisas passavam pela cabeça de nesse momento. Ele odiava a si mesmo. Odiava por ter falhado com consigo mesmo e principalmente comigo. Lá estava ele, sentindo tudo aquilo de novo. O coração disparado, implorando por mais um beijo, por qualquer tipo de aproximação. estava lutando contra cada músculo do corpo, que direcionavam ele a mim. Ele estava fazendo isso por mim. Só tem um problema: eu não sabia disso.




- Isso não podia ter acontecido. - disse, ainda de costas pra mim.


- Foi só um beijo.. - Eu ri, sem entender aquele desespero dele. Andei até ele e parei em sua frente. Ele levantou o seu rosto para olhar pra mim.


- Você está certa. - sorriu fraco. - Eu só me deixei levar pelo momento.. - forçou um sorriso, sem sucesso.


- É a garota, não é? - Eu sorri fraco para demonstrar que não estava afetada com o momento. me olhou e demorou um pouco pra responder.


- Sim, é a garota. - sorriu, sem jeito.


- É.. eu notei. - Eu sorri sem mostrar os dentes. Ele certamente percebeu o quanto eu fiquei chateada.


- Me desculpa. A última coisa que eu queria no mundo era te magoar. - estava morrendo aos poucos por dentro, por ter que ver aquele meu olhar triste novamente. Por fora, ele se mantinha forte. Ele não podia deixar que nada do que ele estava sentindo transparecesse.


- Tudo bem. Você não magoou. - Eu tentei dar o meu melhor sorriso para tentar enganá-lo.


- Olha, tudo bem se você quiser me xingar e me odiar.. - disse, querendo que eu realmente fizesse aquilo.


- Sinceramente, ? - Eu sorri de forma sincera. - Eu gosto de você, . Você é um cara legal, engraçado e foi muito atencioso comigo até agora. - Eu disse sem fazer drama algum. Eu estava falando de coração mesmo. - Eu nunca passei por isso que você está passando, mas eu realmente espero e torço muito para que essa sua garota acorde e veja o erro que ela cometeu. - Eu sorri fraco, quando ele sorriu de forma admirável pra mim.


- Parece tão fácil, saindo da sua boca. - mantinha aquele mesmo sorriso no rosto.


- Mas.. - Eu hesitei, antes de continuar. - Você não pode deixar de viver a sua vida, por causa dela. Não deve se prender a ela, até por que.. ela também não está se prendendo a você. - Eu disse, séria. Eu não estava tentando me privilegiar com aquele meu discurso, mas eu realmente achava aquilo.


- Tudo o que eu mais queria era seguir com a minha vida. Era tirar ela da minha cabeça, mas eu não consigo. Eu.. - olhou pra mim e negou com a cabeça. - Simplesmente não consigo. - sorriu de forma triste.


- Isso que você está dizendo é a coisa que uma garota mais sonha em ouvir de um garoto. Não acredito que a sua garota não esteja aqui para ouvir isso. - Eu disse, encantada com as palavras dele, as atitudes dele e principalmente: com ele.




Não era inveja ou ciúmes, mas eu realmente senti uma vontade imensa de ser a garota de quem ele estava falando. Eu realmente gostaria de saber, como é ser amada desse jeito tão sincero e intenso.




sorriu fraco pra mim. Tudo o que ele mais queria dizer era 'Minha garota está ouvindo, sim. Você é a minha garota.', mas ele não podia. Queria muito me dizer aquilo só para voltar a ver aquele lindo sorriso no meu rosto.




- Alguém já te disse isso? - olhou pra mim de forma chateada. Aposto que estava sentindo dó.


- Não.. - Eu sorri, também de forma chateada.


- Talvez algum garoto já tenha dito isso, mas sem você saber. Você sabe, pra ele mesmo ou pra algum amigo. - tentou me animar. Aquela também era uma indireta. Algum garoto já tinha me dito isso sim e esse garoto foi ele.


- Mesmo assim.. eu continuo sem ouvir isso de alguém. - Eu disse com um sorriso fraco no rosto. Eu não queria mostrar que estava abatida com o assunto, mas eu sou tão transparente. Encarei o chão por um tempo com vergonha de olhar nos olhos.


- Hey.. - andou até mim, tocou o meu queixo com uns dos dedos e levantou o meu rosto, fazendo com que eu olhasse em seus olhos. - Um dia um cara incrível vai te dizer isso. Eu tenho certeza, ok? - sorriu do modo mais lindo do mundo, fazendo com que eu perdesse o ar por alguns segundos.


- Tem? - Eu sorri pra ele, divertidamente. Rir, era o meu jeito de não mostrar o quanto eu estava caidinha por ele. Mas disso, você já sabe!


- Tenho! Você é linda, . - disse com toda a convicção. - É impossível que nenhum cara se apaixone por você. É impossível que um cara consiga esquecer você. – disse do modo mais lindo do mundo. Ele era tão incrível.


- Você vai.. - Eu sorri fraco. Por incrível que pareça, não tive vergonha nenhuma ao dizer aquilo. Queria mais era ver a reação dele.


- Não vou.. - negou com a cabeça e riu. - Toda vez que eu ver um sorvete de chiclete, vou lembrar de você. Toda vez que eu ver aquela mancha na minha camiseta, eu vou lembrar de você. - continuou rindo.


- É bom mesmo. - Eu fingi estar séria, mas não consegui conter a risada.


- Ok, acho que nós temos que ir embora. Já são mais de 10 horas. – estragou totalmente o clima. Chato.


- Certo. Vamos, então. - Voltamos pelo mesmo caminho que tínhamos feito anteriormente.




Entramos no carro do e permanecemos em silêncio o caminho todo. Eu estava totalmente confusa sobre aquele encontro, aquele beijo e sobre o .




estava tão confuso quanto eu, mas por outros motivos. Ele sabia exatamente o quanto me amava. Isso não era dúvida pra ele. O que o deixava confuso eram as atitudes dele. Se ele queria tanto se afastar, por que me beijou naquela noite? Por que o que ele sentia era tão forte que ele não conseguia se segurar quando estava perto de mim?




Chegamos em minha casa e desligou o carro. Eu estava meio chateada. Afinal, nós haviamos nos beijado e achava que aquilo havia sido um erro, enquanto eu sonharia com aquilo o resto da semana.




- Então.. boa noite. - se antecipou. Queria evitar qualquer conversa que levasse a um beijo.


- Boa noite. - Eu olhei pra ele, sorri e abri a porta do carro.




sabia que deveria abrir a porta pra mim, mas ele queria evitar de bancar o 'cara perfeito'. Não queria que eu achasse isso dele.




Desci do carro, minhas sandálias estavam em minhas mãos. Andei até a porta, sem olhar pra trás. Não queria que ele achasse que eu estava encantada com ele. me observava andar em direção a porta. A cada passo que eu dava em direção a porta, era um pedaço do seu coração que se quebrava, pois ele sabia que a cada passo eu estaria mais longe dele. Entrei em casa com o coração nas mãos. Queria ficar mais tempo com ele, mas ele não queria estar comigo, ficar comigo. Ok, eu já havia entendido isso.




Deitei em minha cama com a consciência pesada. Sim, eu estava um pouco a fim do , mas não queria forçá-lo a fazer nada que ele não queria fazer. Aquele beijo foi por impulso. Eu forcei o encontro, eu forcei a aproximação. Eu havia acabado de notar que eu era a única que havia tomado atitudes naquele encontro, tirando o beijo, mas isso nunca é bom.




chegou em casa e não quis jantar. A única coisa que passava pela cabeça dele era aquele beijo. Não foi o beijo que ele vem sonhando há dias, mas foi um beijo. Foi um contato com o meu corpo que ele estava louco pra fazer. Foi uma saudade que ele estava louco pra matar. Foi o sentimento que ele queria tanto voltar a sentir. Foi uma nova oportunidade de voltar a me considerar dele, nem que fosse por alguns segundos. Foi a chance de realizar o sonho de seus últimos dias.




Mesmo de depois disso tudo, ele ainda mantinha a sua opinião sobre tudo. Eu não pertencia mais a ele, eu pertencia ao homem da minha vida, ao homem que vai me fazer realmente feliz e ele estava certo de que ele não era esse cara. Ser esse cara, sempre foi o seu maior sonho. Sonho que ele já havia considerado impossível de realizar.




O celular de tocou em cima de seu criado mudo, que ficava ao lado de sua cama. Não conhecia o número, mas mesmo assim decidiu atender.




- Alô? - atendeu, curioso pra saber quem era.


- Jonas! - ouviu aquela voz, que foi facilmente reconhecida por ele.


- Peter? - fez careta. Por que Peter estava ligando pra ele?


- Eu sei o que você fez, eu sei de tudo. - Peter disse, irado.


- Sabe do que, idiota? - gargalhou.


- Eu te avisei, Jonas e você não ouviu. - Peter disse com a voz grossa.


- O que você esta querendo dizer? - quase riu da ameaça ridícula de Peter.


- Eu vou contar pra ela, Jonas. Vou contar tudo! Sobre tudo o que ela passou, sobre quem ela esqueceu, sobre como você causou o acidente dela. - Peter disse, furioso. Odiava ser feito de idiota.


- Você não tem coragem.. - riu ironicamente.


- Você não deveria me desafiar desse jeito, Jonas. - Peter disse e desligou o celular.


Capítulo 25 - Sacrifícios do amor  




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




não conseguiu dormir a noite inteira. As palavras de Peter não saiam da sua cabeça. Ele teria mesmo coragem de contar tudo pra mim? queria acreditar que não, mas não podia arriscar. Não desse jeito.




Sua raiva por Peter parecia ter triplicado (se é que isso era possível). Voltou a se sentir um idiota por ter saído comigo naquela noite e ter causado tudo aquilo. Mais uma vez, a culpa era dele e ele estava ciente disso.




Tentou voltar a falar com o Peter a noite toda, mas ele não o atendia. Queria tentar convencê-lo a não fazer aquilo, queria dizer que faria qualquer coisa para que ele não me contasse nada. Porém, teria que esperar até a manhã do dia seguinte na escola.




Cochilou por uma hora e acordou ás 5 da manhã, assustado. Não podia se atrasar pra escola naquele dia. Pelo contrário, tinha que chegar mais cedo. Queria resolver toda aquela situação com Peter logo.




Ainda restava uma hora para que ele começasse a se arrumar pra ir para escola e o sono não queria voltar. Uma hora para pensar, uma hora pra continuar pensar naquela pessoa que não saia da sua cabeça. Sentia um aperto no peito, enquanto cada lembrança passava pela sua cabeça: os sorrisos, os beijos, os abraços, as brigas, as provocações e os tapas que de vez em quando eu dava nele. Sim, ele tinha saudades de quando nós estávamos juntos, mas ele também tinha saudade dos momentos que tínhamos antes de tudo acontecer entre nós. Tudo era tão mais fácil, tão mais simples. me tinha ao seu lado todos os dias. Hoje, ele se pergunta como pôde achar que aquilo não era suficiente. Valeu mesmo a pena estragar tudo o que tínhamos?




Pegou o celular em um ato involuntário. Já estava acostumado a fazer aquilo todos os dias antes de dormir. Tinha um sorriso divertido e bobo no rosto, enquanto observava uma foto minha na tela de seu celular em que eu fazia uma careta divertida. A foto foi tirada há mais ou menos um ano atrás, quando a turma fez uma competição pra ver quem fazia a careta mais feia. ganhou, mas eles gostaram da minha careta. Gostaram tanto, que até tirou uma foto.




O sorriso no rosto dele se tornou um pouco mais doce, quando a foto foi mudada e então veio uma foto nossa. A foto tirada no dia do nosso passeio ao Camping. Estávamos no teleférico, quando ele decidiu tirar uma foto. Colei o meu rosto ao dele e sorri. No dia, nem cheguei a ver o resultado da foto, mas ele estava ali, nas mãos do .




Através da foto, reparava em cada detalhe do meu rosto. Não queria se esquecer de nada. Não queria que aquela minha imagem, que ainda estava em sua cabeça, sumisse. Não queria se esquecer do meu cheiro, que ainda estava impregnado em seu nariz. Não queria se esquecer do som da minha voz, que sussurrava ‘eu te amo’ todos os dias em seu ouvido. Não queria se esquecer do meu toque, que só de se lembrar faziam com que ele se arrepiasse da cabeça aos pés.




se lembrou o quanto estava feliz no dia em que aquela foto foi tirada. Foi o nosso primeiro e último encontro. Não queria se esquecer nunca daquele dia. Eu já havia me esquecido de tudo. Alguém tinha que se lembrar daquele dia memorável. Alguém tinha que se lembrar que aquele dia existiu. Alguém tem que lembrar para saber e dizer aos outros que o amor verdadeiro existe e que ele estava presente naquele Camping, naquela tarde.




Eram 6 horas. Hora de levantar, hora de concertar mais uma burrice sua. Trocou de roupa rapidamente, depois de tomar banho e escovar os dentes. Pegou apenas uma maçã na fruteira, para que sua mãe não ficasse falando por ai que ele não estava se alimentando direito. Deixou seu carro no estacionamento da escola e foi pro portão da escola, esperar por Peter.




Fui pra escola de ônibus naquele dia, pois acordou doente naquela manhã. Era mais uma gripe qualquer, mas ele estava mal.




Ver parado na frente do portão da escola assim que eu virei a esquina me fez dar o sorriso mais espontâneo da minha vida. Sim, passou pela minha cabeça que talvez ele estivesse ali, me esperando. Me aproximei dele e ele pareceu não me notar.


- Oii.. - Eu apareci em sua frente e ele pareceu surpreso. Sorriu sem jeito.


- Oi. - Ele disse, sem se aproximar. Nem pra um beijo no rosto, nada.




Sorrimos um pro outro, esperando que o outro puxasse assunto. Eu só conhecia ele há alguns dias, mas de alguma forma eu sabia que ele não estava bem. O sorriso dele tinha algo triste, os olhos estavam vermelhos como se ele não tivesse dormido a noite toda.


- Você esta bem? - Eu olhei pra ele, séria. Ele riu de forma estranha antes de me responder. Ele gostou de saber que eu ainda conhecia ele o suficiente pra saber quando ele estava bem ou não.


- Por que você esta perguntando? - sorriu fraco, enquanto olhava pra mim.


- Não sei.. - Eu ri de mim mesma.


- Eu estou bem.. - tentou forçar um sorriso maior para me convencer. Não conseguiu.


- Por que eu tenho a impressão de que você está mentindo? - Eu arqueei uma das sobrancelhas.


- É só impressão mesmo. - também arqueou uma das sobrancelhas, enquanto olhava pra mim. Desviou os olhos para uma pessoa qualquer que passava pelo portão da escola.


- É por causa daquele beijo? - Eu fiquei séria, já que o assunto era sério. voltou a olhar pra mim, também estava sério agora, mas parecia incomodado com o assunto.


- Não. É claro que não. - negou com a cabeça.


- O que foi então? - Eu insisti.


- Eu já disse que estou bem, . - disse de forma grossa. Sorri, sem jeito. Não queria mostrar a ele o quanto aquilo tinha me afetado.


- Tudo bem. Eu vou entrar. - Eu sorri fraco, enquanto olhava pra ele. Cruzei os braços e dei alguns passos pra dentro da escola.




Sim, foi grosso de propósito. Ele percebeu a forma com que eu falei do beijo da noite passada e também percebeu que aquilo havia mexido mesmo comigo. A solução mais rápida em que pensou foi a de ser grosso e estúpido comigo. Queria fazer com que eu odiasse ele. No segundo seguinte, se arrependeu. Ele simplesmente não conseguia mais me tratar daquele jeito. Não depois de tudo, não depois de tudo que ele estava sentindo. Ele não podia me beijar em um dia e ser estranhamente estúpido no dia seguinte. Ele não era assim. Deu alguns passos, me alcançou e segurou o meu braço, me virando de frente pra ele.




- Espera.. - Ele disse se mostrando arrependido. - Desculpa. Eu não queria ter falado desse jeito com você. - Ele estava se sentindo mal por aquilo.


- A culpa foi minha. Eu não tenho que ficar me entremetendo nas suas coisas, nos seus problemas, nos seus assuntos. Você mal me conhece. - Eu sorri fraco. Apesar de não querer demonstrar, eu tinha odiado o que ele fez, mas eu também sei que errei.


- Conheço sim. - sorriu sem mostrar os dentes. Meus olhos até encararam os lábios dele por alguns segundos, só pra eu olhar mais um pouco aquele sorriso.


- Conhece? - Eu arqueei uma das sobrancelhas e cruzei os braços.


- Eu sei que você derruba refrigerante na camiseta dos outros e gosta de sorvete de chiclete. O que mais tem pra saber? - segurou o riso. Diferente de mim, que ri como uma maluca.


- Ok, você anda me espionando? - Eu ainda estava rindo.


- Culpado! - ergueu aos mãos pra cima e riu.


- ! - Peter apareceu do nada, atrás de mim.


- Ahn, oi Peter. - Eu ainda estava rindo do .


- Oi. - Peter sorriu pra mim e na sequência olhou pro , ficando sério. - Ainda bem que te achei. Queria mesmo falar com você. - Peter voltou a me olhar, enquanto sorria. O sorriso no rosto de desapareceu no mesmo momento.


- Sobre o que? - Eu sorri. Ainda estava achando graça das brincadeiras do . Eu não sabia a gravidade daquela conversa.


- Peter.. nós podemos conversar antes? - entrou no meio da conversa. Ok, agora eu percebi uma certa tensão ali.


- Conversar sobre o que, Jonas? - Peter olhou pro , furioso.


- Sobre.. aquela coisa. - disse e olhou pra mim disfarçadamente. - Eu quero concertar aquilo. - voltou a olhar pro Peter. Ele estava tentando controlar a sua raiva, já que ela não adiantaria nada descontar em Peter.




Peter ficou olhando pro por um tempo, pensando se deveria ou não ouvir o que ele tinha a dizer. Eu estava ali no meio, sem entender nada.


- Tudo bem, vamos conversar. - Peter sorriu cinicamente pro , que sentiu um enorme alivio.


- Certo, então eu acho que eu devo entrar, não é? - Eu sorri, sem jeito.


- Boa aula. - sorriu de forma encantadora pra mim. Era incrível como o sorriso dele era diferente de todos os outros.


- Falo com você no intervalo, . - Peter sorriu e piscou pra mim.




Entrei na escola sem entender o que estava acontecendo ali. A cara deles não estavam nada boas. Alguma coisa estava acontecendo e eu não estava sabendo. Isso era um fato.




- Fala logo antes que eu me arrependa. - Peter cruzou os braços, olhando pro de forma tediosa.


- Você não pode contar pra ela, Peter. - pediu com todo o coração. Não arrumaria confusão dessa vez.


- Você também não podia ter estragado o meu encontro com ela ontem e adivinha só? - Peter disse de forma sínica.


- Eu sei que errei, mas é que.. - hesitou falar. - Eu gosto mesmo dela. - disse sério, mas mesmo assim estava sem jeito.


- E você acha que eu não gosto? - Peter bufou.


- Se você gosta mesmo dela, não deveria fazer nada que pudesse prejudicá-la. - começou a ficar exaltado, mas ainda estava tudo sob controle. - O médico foi bem claro. Contar a verdade a ela poderia causar um choque ainda maior. Poderia fazer com que ela piorasse. - tentava comover Peter de alguma forma.


- Eu me importo com ela e é por isso que eu não posso deixar que ela cometa o mesmo erro 2 vezes. Eu não posso deixar que ela fique com você de novo. Você não faz bem a ela e você sabe disso. - Peter disse em tom de desabafo. - Acredite! Eu contar a verdade pra ela, não vai ser pior do que se ela voltar a ficar com você. - Peter continuava irritado.


- E se eu não tentasse mais nada com ela? Eu posso fazer isso. - propos.


- Eu não confio em você, Jonas! Como vou saber se vocês não estão saindo escondido? - Peter negou com a cabeça, indignado.


- Peter, não faça por mim. Faça por ela! Se você ama ela só um pouquinho, não conte pra ela. Eu me afasto! O caminho fica livre pra vocês dois! - propôs, enquanto jogava todo o seu orgulho no lixo.


- Então eu quero que você faça uma coisa. Será só uma garantia de que ela não aceitará você de volta. - Peter sorriu, animado.


- Qualquer coisa! - disse, sem pensar. Ele não hesitou nenhum minuto. Ele não hesitou por mim.


- Certo! Então será assim: A partir de agora, você fará o que eu pedir. Se você se negar a fazer alguma coisa ou se você tentar estragar o meu lance com a mais uma vez, eu conto a verdade pra ela no mesmo minuto. - Peter sorriu de forma ameaçadora. Era o melhor acordo de sua vida. - Aceita o acordo? - Peter esticou o braço, esperando que apertasse a sua mão para selar o acordo.


- Aceito! - apertou a mão de Peter sem pensar duas vezes.


- Está feito! - Peter tinha conseguido tudo o que queria. - Acho que nós já podemos começar. - Peter disse, todo animadinho.




O que podia fazer? Se era isso que ele teria que fazer para que eu não me prejudicasse, para que o meu problema de memória não ficasse ainda pior, ele faria. Faria sem pensar! A vantagem de Peter era que ele ACHAVA que gostava de mim gostava de mim, enquanto SABIA que me amava. Me amava como nenhuma uma outra pessoa seria capaz de amar.




- Podemos, se você quiser. - estava disposto a enfrentar qualquer coisa.




Só por que ele estava sendo tão corajoso, não quer dizer que ele também não sentia medo de me fazer sofrer, não quer dizer que ele não sentia medo de me perder sabendo que não poderia fazer nada pra impedir isso.




- Garotas odeiam caras insensíveis que as beijam em um dia e no outro já estão beijando uma outra bem na sua frente. - Peter introduziu sua ideia.


- Você esta falando sério? - arqueou a sobrancelha.


- Eu pareço estar brincando? - Peter fuzilou com os olhos.


- Isso vai mudar alguma coisa? - não entendia qual era o objetivo de tudo aquilo.


- Ela vai te odiar e não vai mais querer olhar na sua cara. É o suficiente pra mim. - Peter sorriu, satisfeito.


- Esse é o seu jogo? Fazer ela me odiar para que ela passe a gostar de você? Você só consegue fazer isso, conquistando o ódio dela por mim? - estava revoltado com aquilo. Só que provocar o Peter não era mais tão saudável.


- Qual é, ! Você sempre foi o pegador da escola. O cara que todas as garotas queriam e que a maioria conseguiu. Que tal voltar aos velhos tempos? - Peter ironizou.


- Eu não sou mais daquele jeito. - se irritou ainda mais, mas estava se esforçando para se controlar.


- Bem, você vai voltar a ser hoje. - Peter disse em tom de ordem.


- Quer saber? Eu não sei onde você quer chegar com toda essa merda que você esta armando, mas aceitei o acordo e vou cumpri-lo. Você quer que eu beije uma garota na frente dela? Ok, eu vou beijar uma garota na frente dela. É só me dizer onde e quando. - odiava Peter mais do que qualquer um. Sim, ele havia feito aquele acordo, mas não é por isso que ele teria que ficar aguentando aqueles papos ridículos do Peter.


- Hoje no intervalo. - Peter voltou a ficar sério. Não havia gostado do jeito que havia falado.


- E como você vai fazer ela ver? - perguntou, curioso.


- Todos vão ver! - Peter sorriu divertidamente.


- O que você quer dizer? - não estava acreditando.


- Eu quero dizer que você vai beijar a Jessie no meio do pátio da escola. - Peter disse, quase rindo.


- A Jessie? Por que ela? Vocês não estavam juntos? - estava indignado. A Jessie? Sério? Justo ela?


- Não estamos mais juntos. - Peter explicou.


- Ok, tanto faz. Eu vou fazer. Já posso entrar, não é? - revirou os olhos e deu mais alguns passos pra dentro da escola. Peter o alcançou e segurou seu braço bruscamente.


- Não tente dar uma de espertinho, Jonas. Eu quero um beijo de verdade e quero que pareça real. Tente só fazer graça e você verá o que acontece. - Peter intimidou e depois o soltou, empurrando seu braço.




estava tão furioso, que se pudesse quebrava o Peter em dois em um só soco. Ele estava sendo intimidado pelo Peter! Isso era a coisa mais humilhante pra ele. Pisou no pátio da escola e avistou seus amigos, que conversavam em uma rodinha. Se aproximou, tentando se acalmar. Eles não podiam nem desconfiar do que estava acontecendo. Eles não entenderiam. Ninguém poderia entendê-lo.




- E ai, cara! - se aproximou e eles fizeram um toque de mãos qualquer.


- Estou indo e você? - se esforçou pra sorrir.


- Também. - sorriu e olhou pro por um tempo. Havia percebido que algo estava errado, assim como eu.


- Oi meninas! … - olhou pros outros amigos que estavam atrás de . Eu também estava lá.


- , seu bicha! Onde você se meteu? Liguei pra você ontem umas 30 vezes. - se aproximou de .


- Não consegue ficar longe, não é? - riu e todos riram junto.


- Tudo certo mesmo? - perguntou, preocupado.


- Eu to bem, cara. Larga do meu pé. - riu para que eles não interpretassem a sua frase de forma errada.


- Não liga, . Ele me tratou do mesmo jeito há minutos atrás. - Eu disse, só pra irritar .


- Eu só dormi demais. Ainda estou com o meu 'mal humor' matinal. - sorriu. Não queria descontar nos seus amigos, como havia feito das outras vezes.


- Bem, a sua cara diz totalmente o contrário. Parece que você passou a noite em claro. Está parecendo um zumbi. - disse rindo.


- Sabe o que eu mais admiro em você, ? A sua delicadeza e doçura. - ironizou, causando a risada de todos.


- Eu também, ! - concordou, rindo.


- Calem a boca, vai. - revirou os olhos.


- Cadê seu namorado, ? - perguntou, percebendo que não estava ali.


- Ele não é meu namorado. - fez careta.


- Ele esta doente.. - Eu respondi rapidamente. Acho que só fiz isso pra receber a atenção dele. Só pra sentir o olhar dele sobre mim novamente.


- O que ele tem? - mostrou-se preocupado com o amigo.


- Uma gripe forte.. - Eu disse com dó de .


- Coitado.. - se mostrou chateado pelo amigo. - Vou ver se vou visitá-lo.. - disse com um sorriso fraco no rosto.


- Ele vai adorar.. - Eu disse de forma boba. Eu é que iria adorar ter ele na minha casa.




O sinal do inicio da primeira aula tocou e subimos pra nossas salas. teve as duas primeiras aulas com que ficou no pé dele nas duas aulas, por achar que estava escondendo algo. insistia em dizer que estava tudo bem e que era impressão dele, mas era teimoso. Ele não havia se convencido.




Passei a manhã toda pensando em uma coisa: ! Isso era insano! Eu não conhecia ele nem há uma semana. Como eu podia estar tão a fim dele? Como era possível? O que ele tinha demais? O que ele tinha que os outros caras não tinham? Ele tinha o destino de ser o homem da minha vida, mas é claro que eu não sabia disso. Eu só tenho 17 anos.




Hora do intervalo e eu estava toda feliz, pois eu veria ele novamente. Já , passaria o intervalo todo na sala de aula se pudesse só pra não precisar fazer o que Peter tinha mandado, só pra não causar o meu sofrimento mais uma vez.




Quando desci pro intervalo, os garotos não estavam lá. e haviam ido na cantina e parecia que não havia descido da sala de aula ainda. Aproveitei que só estavam as garotas lá para contar sobre a noite passada. me pediu segredo, mas elas são minhas melhores amigas. Era impossível não contar.




- Você saiu com o , ontem? - arregalou os olhos, assim como e .


- É! Fala baixo, doida. - Eu disse, rindo.


- E AI? - estava maluca de curiosidade.


- Fomos em uma sorveteria...e nós.. - Eu hesitei falar e comecei a rir.


- NÃO! Vocês não.. - estava chocada.


- Vocês se beijaram? - riu.


- Siiiiiiiiiim. - Eu disse, toda boba.

- AWWWWWWN! - As três gritaram juntas.


- Não é pra contar pra ninguém. não quer que conte. - Eu disse, séria. Elas tinham que saber que eu estava falando sério.


- É por isso que vocês estão agindo desse jeito, né? - riu.


- É, deve ser. - Eu ri, sem jeito.


- Você gosta dele? - Os olhos de brilharam.


- Eu não sei.. - Eu ri, confusa. - Eu acho que sim. – Foi só falar nele que quem apareceu descendo as escadas? O próprio.


- Falando nele.. - disse ao ver descendo as escadas.


- Você acha que ele gosta de você? - já sabia a resposta disso, mas queria saber o que eu achava.


- Eu não sei, é complicado. Ele é tão doce e fofo comigo, mas eu também sei que tem uma outra garota na história. Ele ainda é apaixonado por ela, mas.. o jeito que ele me beijou ontem. Foi uma coisa tão.. cheia de sentimento, sabe? - Eu ri de forma boba. - Não sei se ele gosta de mim, mas alguma coisa especial ele sente. Eu não sou qualquer uma pra ele. - Eu disse, feliz por finalmente poder contar aquilo pra alguém. Estava me matando.




desceu as escadas e me viu conversando com as garotas. Percebeu que eu sorria e contava algo empolgadamente. Sorriu sozinho, somente por ver aquele sorriso no meu rosto. Um pouco atrás de mim, viu Jessie e Peter conversando. Seu coração pesou.




Peter chamou fazendo um gesto com a cabeça. Jessie saiu de perto de Peter e foi até a escada e esperou lá de pé. Ela escolheu justo um lugar em que eu tinha total visão, um lugar que ficava bem na minha frente.




foi até Peter. Não estava bem. A única coisa que o consolava era saber que fazendo aquilo, estaria me salvando de uma possível piora no meu problema de memória.




- O que você quer? - disse de forma áspera, quando chegou em Peter.


- 5 minutos. Daqui 5 minutos você vai beijar a Jessie, ok? - Peter disse, sem sentir o mínimo de remorso.


- Eu tenho mesmo que fazer isso? Eu dizer que vou sair da vida dela não é o suficiente pra você? - tentou fazer Peter mudar de ideia uma última vez.


- Ok, eu só vou ali contar pra ela e já volto. - Peter bufou e deu alguns passos em minha direção.


- Não, espera! - disse e Peter parou de andar e voltou até o . - Eu faço! - disse, desolado. Respirou fundo.


- Bom! Estarei olhando. - Peter sorriu e saiu, indo até os seus amigos que também esperavam pra ver a cena.




olhou no relógio, tinha mais 2 minutos. Os 2 últimos minutos em que eu não odiaria ele. 2 minutos pra cometer a maior burrada da sua vida, mas a melhor da MINHA vida. Era por mim! Tudo o que ele estava fazendo era por mim. Ele não faria isso por mais ninguém.




Olhou pra mim novamente. Foi naquele exato instante que olhei pra ele. Nós olhamos por alguns segundos, sem reação. Foi ai então em que eu sorri pra ele. Os olhos de se encheram instantaneamente de lágrimas e ele sorriu pra mim o sorriso mais lindo de todos.




Naquele momento ele teve certeza de que realmente valeria a pena fazer aquilo tudo por mim. Olhou no relógio, havia dado os 5 minutos. Começou a andar em direção a Jessie, passou por mim e chegou até ela. Eu observava cada movimento dele e me virei para ver onde ele havia ido. Ele conversava com uma garota.


- Como nos velhos tempos, . - Jessie sorriu, satisfeita. Sabia exatamente o que ia fazer.


- Não. Nos velhos tempos eu queria fazer isso. - sorriu cinicamente e se aproximou de Jessie e selou os lábios dela. Sim, o beijo foi aprofundado rapidamente. Não foi beijinho não, foi BEIJÃO. Como o Peter queria.




No primeiro instante, fiquei sem reação ao ver o beijo. Não podia estar acontecendo! Meu coração se apertava a cada segundo que eu via aquele beijo. Quem era essa garota e por que ele estava beijando ela? Eu achei que não queria se envolver com ninguém agora, por causa daquela garota que ele é apaixonado. Essa dai não parecia ser ela. Eu saberia se fosse.




beijava Jessie e não sentia nada. Era como se estivesse beijando uma parede fria e sem sentimento. Não havia.. paixão, não havia química, não havia nada. Ter a Jessie em seus braços era a mesma coisa que ter nada.




Eu entendi! era igualzinho a todos os outros garotos. Não se importam com o que eu penso ou sinto. Só querem sair pegando todas as garotas bonitas e gostosas que veem em sua frente. Ele só foi legal e fofo esse tempo todo só pra que eu ficasse com ele. Era por isso que ele estava tão diferente hoje. Ele já havia conseguido o que ele queria, não precisava mais de mim, não precisava mais me fazer de idiota.




- Espera.. não é o ali, beijando a Jessie? - disse, enquanto ele e voltavam da cantina. olhou por um tempo. Não estava acreditando.


- Que merda é essa que ele esta fazendo? - não entendeu o que estava acontecendo.




terminou o beijo depois de um bom tempo. Demorou para terminar o beijo de propósito. Não queria que Peter reclamasse de nada. A parte favorita dele quando me beijava, era olhar em meus olhos de tão perto por um tempo, depois que um de nós dois finalizássemos o beijo. Ele adorava olhar o meu rosto de tão perto, ele adorava sentir a minha respiração em sua boca, ele adorava o meu sorriso quando eu percebia que estávamos ali parados, olhando um pra cara do outro há um tempão. Não teve nada disso dessa vez.




Mesmo estando tremendamente chateada, continuei a olhar os dois para saber o que aconteceria a seguir. O beijo foi terminado e não houve olho no olho, sorriso e nem nada.




- Pra alguma coisa aquela ridícula serviu, não é? O seu beijo está cada vez melhor. - Jessie sorriu, fazendo charme.


- Desculpe, não posso dizer o mesmo de você. - sorriu cinicamente. - Você não presta, garota. - fuzilou Jessie com os olhos e saiu.




estava há alguns passos de mim, quando olho pra mim. Meus olhos estavam fixos nele. Eu estava tão decepcionada. Apesar de tudo, o rosto dele estava com a expressão de tristeza. Seus olhos estavam murchos, não havia sorriso. Seu olhar dizia 'Me desculpe.', enquanto o meu dizia 'Vai se foder!'.




Ver todo aquele ódio misturado com tristeza em meus olhos, mataram . Ele queria correr até mim e dizer o quanto sentia o muito, que quem ele queria estar beijando naquela escada era eu. Continuamos nos olhando. Não foi preciso dizer nada. Toda a nossa discussão já havia sido feita através dos olhares. Neguei com a cabeça, desapontada.


- Vou descer.. - Passei pelas garotas e desci as escadas, furiosa.




passou as duas mãos pela cabeça, inconformado com tudo o que tinha acabado de acontecer. Sentou na escada atrás dele, já que Jessie havia saído de lá. Encarou o chão por um tempo. Tentou achar alguma solução. Não achou nenhuma.


- Você vai contar o que está rolando agora? - disse assim que ele e se aproximaram de . apenas os olhou. Os olhos estavam com lágrimas, porém nenhuma lágrima havia escorrido de lá. se levantou e saiu sem responder os amigos, indo em direção ao ginásio de esportes.




Entrou na quadra de futebol que estava vazia. Havia uma bola de futebol bem em seu centro. se aproximou, suspirou e a chutou com toda a força que conseguiu em direção ao gol.




- MERDAAAA! - Ele gritou, desabafando. Se aproximou da trave e de costas se encostou nela e foi deslizando até o chão lentamente. Levou as mãos a cabeça novamente. Não era fácil saber que esta fazendo a coisa errada, mas a coisa errada era por uma boa causa.




Minha reação foi pior do que eu esperava. Como eu já disse, eu nem conheço ele direito. Por que me apeguei tanto a ele? Por que gostei dele tão rapidamente? Por que doeu tanto saber que eu não significava pra ele? Sim, meu dia havia acabado. As piadinhas toscas do professor de História parecia não ter a menor graça e as equações de matemática eram irreconhecíveis pra mim.




só estava presente de corpo nas últimas 3 aulas, por que a cabeça, a alma e todo o resto estavam na sala ao lado. Como explicaria pra mim o que fez? Como se explicava uma coisa que não tinha explicação? Ele fez por mim, mas ele não podia me dizer isso.




Quando o sinal da saída tocou, fui a primeira a sair da sala. Queria sair o mais rápido possível de lá para não correr o risco de encontrá-lo. Talvez ele também não quisesse mais me ver. Afinal, eu nunca signifiquei nada pra ele, certo?




Agradeci mentalmente por não ter ido na escola naquele dia. Ele ficaria me fazendo perguntas e iria querer ajudar, quando nesse momento eu só quero ficar sozinha. Decidi voltar pra casa a pé. Aproveitaria esse tempo andando para pensar.




Ao sair da escola, não me procurou. Não por que ele não queria, mas por que Peter não iria gostar nada. Ele não podia mais irritar Peter e ele já havia entendido isso. Não viu os amigos. Pensou que talvez eles tivessem me dado carona até a minha casa, já que não havia ido a escola.




Foi pro estacionamento e revirou os olhos, quando viu Jessie apoiada em seu carro esperando por ele. Se aproximou com uma cara de poucos amigos.




- Demorou, lindinho. - Jessie sorriu e colocou a mão na cintura.


- Estava te evitando. - disse e forçou um sorriso sarcastico.


- Não adianta você ficar se fazendo de difícil. - Jessie gargalhou.


- Não estou me fazendo de difícil. Apenas não estou a fim de você. - quase riu da cara dela.


- Você não pode estar falando sério, . - Jessie começou a finalmente levar a história a sério.


- Eu nunca brincaria com isso. - disse sério. - Na verdade, eu brincaria sim. - riu. - Mas esse não é o caso. É sério, Jessie. Me deixa em paz. - disse e entrou no carro, abaixou o vidro e ligou o carro.


- O que ela tem que eu não tenho, hein ? - Jessie se debruçou na janela do carro, deixando o seu 'pequeno' decote a amostra.


- Tudo! É exatamente por isso que eu amo ela. - disse depois de analisar Jessie com um olhar de desprezo e sorrir cinicamente.




saiu com o carro, deixando Jessie totalmente humilhada no meio do estacionamento da escola. Falar aquelas coisas pra Jessie fazia com que ele se sentisse um pouco melhor. Ligou o som em uma estação de rádio qualquer e fez o mesmo caminho de sempre para voltar pra casa. Tinha decidido que iria fazer de tudo para me esquecer. Iria ocupar todo o tempo em que ele passava pensando em nós e em mim com outras coisas. Iria há algumas baladas, iria jogar alguns campeonatos de videogame e viraria a noite assistindo sua série favorita.




- Não.. não pode ser. - disse sozinho, perplexo. Passando por uma das ruas perto da minha casa, adivinha quem ele viu? Sim, eu mesma. Coincidência ou destino? Tanto faz. Só sei que não pensou duas vezes em vir até mim. Peter não estava ali, não tinha como ele ver ou saber. Estava andando distraidamente, quando um carro começou a andar devagar ao meu lado. Olhei contrariada.


- Você só pode estar brincando.. - Eu disse, irritada.


- Quer uma carona? - ofereceu, pensando em um jeito melhor de começar aquela conversa.


- Não. – Eu disse sem olhá-lo.


- Por que não? - insistiu.


- Por que eu não quero, ok ? - Eu parei de andar e olhei pra ele para dizer isso.


- Ok, eu sei que eu te devo uma explicação. - foi direto ao assunto. Não adiantava ficar enrolando.


- Você não me deve nada. Eu não quero nada que venha de você. - Eu parei de andar. Estava irritada. Ele queria brigar? Ok, vamos brigar então.


- Você também vai querer me convencer de que você não está brava? - arqueou a sobrancelha.


- Não pense nem por um segundo que você seja o responsável por isso. - Eu estava brava mesmo, mas odiaria que ele soubesse que era por causa dele. desligou o carro e saiu dele, indo até mim e ficando em minha frente.


- Eu sei que o que eu fiz foi errado.. - negou com a cabeça, desaprovando a sua própria atitude.


- Eu já disse que não quero que você explique nada. - Eu disse, fuzilando ele com os olhos.


- Eu não queria causar nenhum mal a você. Essa nunca foi a minha intenção.. - parecia mesmo arrependido.


- O que mais você quer de mim, ? - Não consegui dizer isso com toda a raiva que queria.


- Quero que você me desculpe. - olhou em meus olhos, fazendo com que eu desviasse os meus no mesmo instante.


- Tinha que ser mesmo na minha frente? Você tinha mesmo que esfregar na minha cara que eu fui só mais uma pra você? – Eu não queria, mas meus olhos se encheram de lágrimas. Ver aquelas lágrimas em meus olhos quase fez desistir de tudo.


- Você não foi só mais uma. - sorriu, tentando me acalmar. - Eu sei que em algum lugar por ae, tem um cara incrível esperando que você apareça na vida dele. .. - se aproximou ainda mais de mim, colocou uma mão em cada lado do meu rosto. - Eu daria qualquer coisa pra ser esse cara, mas infelizmente eu não sou ele. - disse olhando em meus olhos de perto.


- Como você sabe disso? - Meus olhos continuavam cheios de lágrimas. Olhava pros lábios dele a cada 5 segundos. Era inevitável e incontrolável. - É a sua garota, não é? A que você namorava.. - Eu logo conclui. - Ela é a mulher da sua vida. É por isso que você sabe que eu não posso ser essa pessoa. - Eu sorri fraco. Concluir aquilo não foi tão fácil quanto pareceu.


- Quer saber? Talvez não seja ela. Talvez tenha chego a hora de eu finalmente superar ela. - finalmente conseguiu tomar uma posição.


- Você fez isso muito bem essa manhã. - Eu forcei um sorriso, apenas para fazer ele se sentir ainda pior.


- Acredite! Eu estou evitando que você sofra ainda mais no futuro. Eu não sou o cara que você merece. Não sou eu. - tentou justificar, apenas pra se sentir menos culpado.


- Esse era o seu plano então? - Eu sorri ironicamente. - Fazer com que eu te odeie? - Olhei nos olhos dele. Queria que ele respondesse olhando nos meus olhos.




não respondeu, apenas ficou olhando pra mim com seu olhar triste e ao mesmo tempo tão doce. Suas mãos continuavam em minha cabeça e ainda continuávamos próximos.




- Bem.. - Eu sorri fraco, enquanto uma lágrima solitária escorria pelo meu rosto. - Você conseguiu. - Eu toquei as mãos dele para retirá-las de meu rosto, mas continuei a olhá-lo depois de dar alguns passos pra trás. – Fique a vontade para sumir da minha vida, . - Eu passei a mão pelo meu rosto para secar o rastro daquela lágrima, virei de costas e continuei a andar a caminho da minha casa.




me observava, enquanto eu me afastava. Ele sabia que esse adeus era diferente de todos os outros. Os olhos dele se encheram ainda mais de lágrimas e antes que qualquer lágrima escorresse pelo seu rosto, ele passou a mão nos olhos. Odiava me decepcionar, odiava me fazer sofrer, odiava me perder mesmo quando ele não me tinha. Ele tinha me perdido de novo sim, mas das outras vezes ele podia concertar, ele podia tentar me reconquistar. Ele não podia fazer isso dessa vez, por que isso poderia fazer com que Peter contasse toda a verdade pra mim.




Olhou pro chão, desolado e se surpreendeu em achar algo brilhante no chão. Não conseguiu enxergar de longe, pois as lágrimas em seus olhos atrapalhavam. Se agachou e pegou com uma das mãos. Era a minha pulseira. Aquela que ele havia me dado.




Olhou a pulseira e sorriu, se lembrando do dia em que ele havia me dado ela. O pingente de coração continuava ali. Era o coração dele. Era como se eu tivesse devolvido pra ele de maneira involuntária. se levantou com a pulseira nas mãos e olhou para frente para ver se eu ainda estava perto. Eu não estava. Ele sorriu fraco e abriu a porta do seu carro, entrou e ligou o carro. Olhou a pulseira mais uma vez e a colocou em cima do banco do passageiro. Passou a manga do agasalho em seu rosto para que as lágrimas desaparecessem de seu rosto.




Dirigiu até a sua casa e quando chegou lá, guardou minha pulseira em uma das gavetas de seu criado mudo. Só precisava dormir para esquecer um pouco tudo aquilo. Dormiu a tarde toda e só acordou ás 7 da noite.




Eu? Estava em casa assistindo pela 20° vez aquele filme meloso e romântico. Eu estava praticamente sozinha. Meus pais teriam que trabalhar até mais tarde, todos os dias daquela semana e estava em seu quarto, tentando se recuperar de sua gripe. A campainha tocou e eu levantei rapidamente, achando que a pizza que eu havia pedido tinha chego. Abri a porta com o dinheiro nas mãos.




- Peter? - Eu me assustei em vê-lo ali.


- Oi.. - Ele sorriu de forma sedutora.


- Você ta bem? - Eu perguntei, ainda meio sem entender a visita dele.


- Estou melhor agora... - Ele sorriu, assim como eu.


- Você quer entrar? - Eu perguntei, sendo educada.


- Não, prefiro que você saia aqui fora. Tudo bem pra você? - Peter deu alguns passos pra trás e eu o acompanhei, fechando a porta.


- Claro.. - Eu sorri fraco.


- Eu preciso te dizer umas coisas.. - Peter parecia nervoso, mas estava agindo como um fofo.


- Peter... - Eu tentei evitar qualquer coisa, mas ele foi mais rápido.


- Só me deixa falar, ok? - Peter pediu gentilmente, deu alguns passos em minha direção e parou.




havia decidido que iria até a minha casa levar a minha pulseira. Sabia o quanto ela era importante pra mim e que eu deveria estar procurando por ela feito louca. Disse pra si mesmo que só iria até lá entregar a pulseira. Sem conversas, sem aproximações, nada. Apenas entregar e ir embora. Pegou a pulseira em suas mãos e foi para a garagem de sua casa para pegar o seu carro. Entrou nele e começou a dirigir em direção a minha casa.




- Eu sinto muito pelo acidente. - Peter sorriu fraco. Levou uma de suas mãos até o meu rosto, colocando uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.


- Obrigada. - Eu disse, realmente agradecida. - É muito importante pra mim. - Eu fiquei até meio comovida com a situação.


- Quando aconteceu aquele acidente, tudo o que eu conseguia pensar era que se acontecesse algo com você, eu não conseguiria fazer uma coisa que eu venho querendo fazer há algum tempo. - Peter disse aquilo de uma forma tão intensa, tão cheia de sentimentos que eu não sabia nomear.


- Uma coisa? - Eu sorri, sem jeito. - Que coisa? - Ok, pergunta ingênua eu sei. Mas quer saber? Eu sabia do que ele estava falando, eu sabia o que ele queria e eu estava muito bem com aquilo. Sim, eu estava muito carente. Primeiro, por que descobri que o cara que eu estava a fim não está a fim de mim e segundo por que eu passei a tarde vendo filmes românticos. Agora tinha um cara na minha porta, me falando todas aquelas coisas fofas e sendo tão doce. Por que eu não deveria dar uma chance a ele, a mim mesma? Por que eu deveria deixar uma pessoa que nem se importa comigo me influenciar tanto? Eu não estava fazendo nada errado.




chegou em minha casa. Estacionou o carro, algumas casas antes da minha, já que já tinha um carro estacionado na frente da minha casa. Começou a andar a pé até lá. Minha pulseira estava em suas mãos. Por mais que ele quisesse me deixar em paz, ele precisava me devolver o seu coração que ele sabia que só pertencia a mim.




- Isso.. - Peter se aproximou rapidamente e me beijou. Deixei que ele conduzisse o beijo, que foi aprofundado quando ele pediu passagem. Colocou uma de suas mãos em minha cintura e colou nossos corpos. Subi uma de minhas mãos até a sua nuca, fazendo com que ele sentisse mais firmeza para continuar o beijo.




Os meus olhos estavam fechados, mas mesmo assim eu via a imagem de beijando aquela garota. Lembrar daquilo só me fazia querer intensificar o beijo cada vez mais. Por que eu não estava sentindo nada? Por que eu não estava toda arrepiada? Por que? DROGA!




chegou em frente a minha casa e quando olhou para a porta, parou de andar no mesmo instante. O coração parou e o corpo pararam. Os olhos se encheram imediatamente de lágrimas. Era como se o chão tivesse partido e ele estivesse caindo em um buraco. Um buraco bem fundo. O mais fundo deles. Um buraco em que ele não precisasse ver mais aquilo que estava vendo, sentir aquilo que estava sentindo. Como ele queria ir até lá e tirar o Peter de perto de mim. Mandar que ele ficasse longe do que era dele. Foi ai que a ficha caiu: eu não era mais dele.




Deu alguns passos pra trás, não tendo mais visão daquela cena. As lágrimas caiam cada vez mais e percorriam todo o seu lindo rosto. Como ele queria ser o Peter naquele momento. Como ele queria me ter em seus braços e estar nos meus braços. Como ele queria receber aquele leve carinho na nuca, enquanto eu o beijava. Nada daquilo era mais possível.




Colocou minha pulseira em seu bolso e andou em direção ao seu carro. Entrou e sentou. Não teve coragem de ligar o carro, não conseguia. Passou os dedos pelo seu rosto, secando suas lágrimas. Não queria se sentir assim.


- ? - Alguém bateu no vidro de seu carro. olhou para fora do carro e viu , que entrou e se sentou no banco do passageiro.


- O que você esta fazendo aqui? - perguntou, sem entender.


- O que VOCÊ esta fazendo aqui? - deduziu que tinha algo haver comigo. - Você estava chorando, cara? - olhou o rosto de de mais perto.


- Chorando? Não. - riu para disfarçar.


- Ok, me conta. Agora! - cruzou os braços, irritado.


- Não tenho nada pra contar. - arqueou a sobrancelha.


- Conta, . - olhava pro amigo, sério. suspirou, desistindo.


- A e o Peter... - sorriu fraco. - Eles.. estão juntos de novo. - finalizou com dificuldade.


- Por que? O que aconteceu? - não entendeu como aquilo era possível.


- Eu acabei de ver eles ficando ali na frente da casa dela.. – disse de forma triste.


- Desgraçado.. - bufou, abrindo a porta do carro.


- Não, espera .Não faz nada, sério. - disse de dentro do carro. ignorou e começou a andar em direção em minha casa. Chegou lá e viu eu e Peter, que ainda nos beijávamos.


- ENTÃO.. - disse, sério. Interrompi o beijo no mesmo segundo, olhando rapidamente para ver quem era. Vi e sorri de forma desconsertada. – Interrompi alguma coisa? - disse, parecendo estar furioso.


- Não.. nós só estávamos.. conversando. - Eu disse, gaguejando.


- Conversando, hm? - cruzou os braços e me fuzilou com os olhos.


- Acho melhor você ir embora, Peter. - Eu disse para evitar qualquer confusão.


- Eu também acho, Peter. – sorriu falsamente pra Peter.


- Tudo bem.. - Peter forçou um sorriso.




andou até mim e ficou ao meu lado para evitar que Peter tentasse qualquer reaproximação pra se despedir.




- Até amanhã.. - Eu disse um pouco mais alto, enquanto Peter se afastava.


- Até.. - Peter se virou e sorriu pra mim. Entrou em seu carro e saiu com o mesmo, segundos depois.


- Até amanhã o caralho. Se ele chegar perto de você amanhã, eu quebro ele. - olhou pra mim, bravo.


- Não se mete, . - Eu disse, irritada.


- Está vendo? Você fica 5 minutos com esse Peter e já vira outra pessoa. - continuava bravo.


- OUTRA PESSOA? Outra pessoa só por que eu beijei ele? - Eu estava indignada. Não fazia o menor sentido.


- A minha melhor amiga jamais ficaria com um cara diferente a cada dia. - finalmente falou o que queria.


- Então o te contou, não é? - Eu neguei com a cabeça.


- Você não esta vendo o que você esta fazendo? - perguntou, revoltado.


- Pergunte ao se ele sabe! - Eu respondi, rapidamente.


- Não, eu estou perguntou pra você! - voltou a ficar sério.


- Ele ficou com aquela garota na minha frente hoje. O que eu deveria fazer? Passar o dia chorando no meu quarto? - Eu perguntei, brava.


- Beijar o Peter é que não era, não é? - negou com a cabeça.


- Por que você está do lado dele? - Eu estava revoltada.


- Se você acha que eu estou aqui para defender o , então você não faz mais a mínima ideia de quem eu realmente seja. - parecia chateado agora.


- O que você quer dizer? - Eu perguntei.


- Quero dizer que eu não estou aqui te dizendo todas essas coisas só pra pegar no seu pé. Eu quero o seu bem e é por isso que não gosto do Peter. - explicou de forma mais calma.


- Então me deixei decidir o que é pro meu bem, ok? - Eu disse, séria. Não podia deixar que os outros controlassem a minha vida.


- Você não gosta dele, você sabe disso. Você sabe, ! Por que esta fazendo isso? - estava tentando fazer com que eu enxergasse.


- Eu não dou esse tipo de satisfação nem pros meus pais e não vou dar pra você. - Eu disse, ainda brava. olhou pra mim por um tempo com sua expressão de chateação.


- Que bom que você está tão cheia de si mesma. Vejo que você não precisa mais dos seus amigos, não é? - me olhou com desprezo. - Tchau, . - saiu, todo tristinho da minha casa.




Olhei ele se afastando e senti uma coisa ruim. Eu estava fazendo tudo errado. Era o meu melhor amigo. Era pra ele que eu contava tudo, era ele que tantas vezes me fez sorrir quando eu queria chorar, era ele que tantas vezes me apoiou e me incentivou quando ninguém fez isso. Eu não podia tratá-lo assim, não podia fazer isso com ele.




Quando vi ele saindo de frente da minha casa, sai correndo atrás dele.




- ! - Eu gritei, enquanto continuava correndo.




estava no carro que estava estacionado bem ali, onde o estava. Como ele não queria ser visto, se escondeu no carro.




se virou para ver o que eu queria e se surpreendeu ao ver que eu já estava tão perto e que pulei nos seus braços, abraçando ele o mais forte que eu conseguia.


- Me desculpa.. - Eu disse, sem soltá-lo. sorriu, aliviado. Sua melhor amiga estava de volta. Antes tarde do que nunca. Quando ele percebeu que eu estava chorando, ele terminou o abraço para poder olhar em meu rosto.


- O que esta acontecendo, ? - segurou o meu rosto com as duas mãos e passou os dedos pelo meu rosto, secando as minhas lágrimas.


- Eu estou fazendo tudo errado. Eu estou tão confusa.. - Eu soluçava, enquanto falava. Acho que eu estava procurando alguém para desabafar desse jeito. Ainda bem que eu tinha o .


- Fala o que esta acontecendo.. - olhava pra mim, preocupado.


- Eu gosto dele! - Eu disse aos prantos.




escutava tudo de dentro do carro. Quando ouviu aquela frase, parou até de respirar para que escutasse ainda melhor o que eu estava dizendo.




- Do Peter? - fez cara feia. Não podia ser o Peter!


- Do . Eu gosto do . - Eu continuava chorando.




Quando ouviu aquilo, não conseguiu conter o sorriso em seu rosto. Mesmo quando o Peter fazia ele ser o pior cara do mundo, eu ainda gostava dele. Ele não conseguia acreditar.




- Então por que você esta ficando com o Peter? - perguntou, confuso.


- Eu só queria deixar de sentir isso por ele. Eu quero esquecê-lo e o Peter pode me ajudar nisso. - Eu tentei explicar da melhor maneira possível.


- Você sabe que está fazendo isso da maneira errada, não é? - perguntou.


- Eu sei, mas pode dar certo. Eu posso começar a sentir alguma coisa pelo Peter.. - Eu insisti com aquela ideia.


- Certo, eu acho que você precisa descansar um pouco, ta? Você parece estar meio cansada e confusa. - olhou pra mim de forma preocupada. - Então eu quero que você entre na sua casa agora, suba pro seu quarto e só acorde amanhã de manhã para ir para a escola, ok? - sorriu de forma fraternal.


- Ok.. - Eu sorri fraco, ainda com algumas lágrimas nos olhos.


- Boa noite, então. - Ele se aproximou e deu um beijo em meu rosto.


- Boa noite. - Eu sorri e devolvi o beijo em seu rosto. - Obrigada. - Eu disse antes de voltar pra minha casa.




Entrei em casa disposta a seguir o conselho de . Subi pro meu quarto, querendo acordar só no dia seguinte. Eu ainda estava confusa, mas estava um pouco mais aliviada. Eu tinha desabafado e talvez agora eu consiga tomar a decisão certa, que eu nem sabia qual era ainda.




esperou que eu entrasse em casa para poder ir falar com , que ainda o esperava no carro ali na frente da minha casa.


- Você ouviu o que ela disse? - perguntou, se sentando no banco do passageiro.


- Cara.. - sorriu de forma boba. - Ela gosta de mim.. - parecia não acreditar.


- É, mas ela não queria gostar. - disse, sério.


- Ela não gosta do Peter! - sorriu, todo feliz.


- Exatamente! Você também gosta dela. Por que vocês não estão juntos? Por que você beijou a Jessie, hoje? - estava impaciente. Sabia que algo estava acontecendo.


- Sei lá, deu vontade. - mentiu na cara dura.


- Deu vontade? Eu te conheço, Jonas! - ficou ainda mais bravo, quando percebeu que estava mentindo.


- Você esta viajando, . - negou com a cabeça.


- Eu sei que antes você veio com aquela conversa de que você não fazia bem a ela e que iria se afastar, mas agora? Ficando longe você está fazendo ela sofrer ainda mais. - tentava entender tudo aquilo.


- Eu já sei e já me sinto culpado o suficiente por isso. Obrigado. - ironizou.


- Eu estou falando sério, Jonas! Para de brincar com a garota. - continuou bravo.


- Eu não estou brincando com ela, porra! - se irritou. Não era justo ter que ouvir isso. Não com tudo aquilo que ele estava fazendo.


- Certo. - se acalmou. - Faça o que você tem que fazer, mas faça longe dela. Eu odeio vê-la daquele jeito. - pediu encarecidamente.


- E você acha que eu gosto, não é? - estava indignado.


- Não acho que você gosta, só acho que você não se importa. - explicou.


- Não me importo? - até riu com tamanha ironia.


- Então por que beijou a Jessie na frente dela? - pressionou. Queria fazer falar.


- Se você me perguntar isso mais uma vez, juro que mando você descer do carro. - disse, parando de olhar na rua por onde dirigia e olhando pra ,lhe lançando um olhar maligno. então ficou quieto. Foi assim até o final do caminho. levaria ele pra casa.




continuava intrigado com aquela história. Não fazia o menor sentido ter beijado a Jessie. Todos sabem o que ele sente por mim. Um sentimento não pode mudar tão rapidamente. Não um sentimento como aquele.


- Eu não sei o que está acontecendo, mas eu vou descobrir, . - disse antes de descer do carro.




tinha raiva por ser uma pessoa tão transparente. Todos os seus amigos sabiam exatamente o jeito dele, como ele agia e se comportava. Sabiam também quando havia algo errado e até quando ele estava mentindo.




Foi pra casa, estava exausto. O dia tinha sido terrível, mas saber que apesar de tudo eu ainda gostava dele, salvou o seu final de noite. Não estava totalmente feliz, pois eu estava sofrendo. O que mais mexeu com ele, foi saber que eu tive duas chances e nas duas, eu acabei gostando dele. Isso era louco, era insano! Era possível uma pessoa se apaixonar pela mesma pessoa duas vezes? Não, não era. Deitou em sua casa e no minuto seguinte, a campainha de sua casa tocou. Se levantou pra atender com toda a preguiça do mundo.


- Chelsea? - arqueou a sobrancelha, quando a viu em sua porta.


- Você precisa saber de uma coisa, . - Chelsea disse, parecendo tensa.



Capítulo 26 - Ele está de volta




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:




- Você esta bem, Chelsea? - percebeu que ela parecia nervosa.


- Fui eu, ! - Chelsea gritou, tirando um peso de suas costas. a olhou por um tempo, tentando entender qual era o sentido daquilo.


- O que você fez? – perguntou, intrigado.


- Fui eu que contei tudo pro Peter! Fui eu desde o começo! - Chelsea começou a chorar desesperadamente. não teve reação. Estava perplexo. Não esperava isso dela. Nunca.


- Contou o que, Chelsea? - fazia ideia do que era, mas não queria acreditar.


- Sobre você e a . Eu contei sobre o acidente, a perda de memória dela e.. - Chelsea hesitou contar a pior parte. - Eu contei que vocês ficaram na noite passada. - Chelsea disse, enquanto ainda chorava.




não sabia o que dizer, estava surpreso. Olhou pra Chelsea por um tempo, sem saber o que fazer. Sentiu raiva sim, mas também estava se sentindo traído e não sabia como reagir com tudo aquilo.




- Eu só quero perguntar uma coisa, Chelsea.. - disse com sua expressão séria. - Por que? - estava bravo. - O que nós fizemos pra você? - perguntou.


- Desculpe, . Eu era nova na escola e o Peter foi legal e deixou que eu fizesse parte do grupo de amigos dele, desde que eu fizesse isso pra ele. - Chelsea tentava explicar da melhor forma possível. - Então eu me aproximei de vocês, mas vocês acabaram se tornando meus amigos. Os amigos que eu nunca tive. - Ela chorava dolorosamente, mas não estava convencendo . - Eu disse pro Peter que eu não queria mais fazer parte disso, mas ele disse que contaria tudo pra vocês se eu abandonasse ele no meio do plano. Eu não tive coragem. Eu não queria perder a amizade de vocês. - Chelsea disse. estava com pena dela, mas não podia ignorar tudo o que ele havia feito.




- Você já perdeu, Chelsea. - disse de forma chateada, mas grossa.


- Tudo bem. Eu sei o que eu fiz e sei que não há perdão, mas eu quero que você saiba que eu não estou mais ajudando ele. Eu não vou contar mais nada pra ele e não vou fazer mais nada que ele pedir. - Chelsea passou a mão pelo seu rosto, secando suas lágrimas.


- É meio tarde pra fazer isso, não acha? - negou com a cabeça e virou-se de costas, entrou dentro de sua casa e já estava quase fechando a porta, quando Chelsea o impediu.


- Espera, . - Chelsea empurrou a porta com as mãos. deixou que ela terminasse de abrir a porta e a olhou, querendo saber o que ela queria. Ela mexeu em sua bolsa por um tempo e de lá tirou um papel. - Eu quero que fique com isso. - Ela estendeu a mão, segurando o papel.


- O que é isso? - franziu a testa, sem entender.


- Só pega, ok? Peter me entregou isso há alguns dias. Achou que talvez eu pudesse usar isso contra vocês. - Chelsea explicou. Não estava mais chorando, mas estava abalada. estendeu a mão e pegou o papel, fechando a porta na cara de Chelsea, segundos depois.


- Tudo bem, ? – A mãe de perguntou, antes que o filho começasse a subir as escadas em direção ao seu quarto.


- Tudo, mãe. - sorriu fraco pra mãe e foi pro seu quarto na sequência.




Não deu muita atenção para o que Chelsea havia lhe dado. Deixou o papel sobre a sua cama e foi tomar banho. Precisava relaxar um pouco e esquecer tudo o que Chelsea havia lhe falado e o chuveiro era um dos seus lugares favoritos pra fazer isso.




Ficou embaixo do chuveiro por um tempo. Tentava entender tudo aquilo que ele sentia por mim. É possível mesmo amar tanto uma pessoa por tanto tempo? É possível ter certeza de que não pode amar mais uma pessoa e saber que está errado apenas olhando pra ela? É possível amar tanto uma pessoa e não poder tê-la? É possível querer a felicidade de alguém mais do que a sua própria felicidade? Sim, é possível.




Saiu do chuveiro bem melhor. É claro, seus problemas ainda não haviam sido resolvidos, mas as vezes ele ficava tão confuso consigo mesmo, com seus sentimentos e suas ações, que as vezes precisava parar e pensar. Pensar em tudo.




Se trocou, colocando apenas o shorts do pijama. Passou a toalha pelo cabelo algumas vezes. Odiava que ele ficasse pingando. Depois de deixá-lo mais úmido, deixou do jeito que estava. Ninguém veria seu cabelo, não tinha motivo para arrumá-lo.




Finalmente se sentou em sua cama. Estava com um pouco de sono, mesmo tendo dormido durante a tarde. Percebeu que aquele papel que Chelsea havia lhe entregado ainda estava ali. Não faria mal se visse o que estava escrito ali, não é? Pegou a carta em suas mãos. Não havia nenhuma identificação por fora e teve que abri-la.




- Não.. - negou com a cabeça lendo o título 'Redação de Sociologia'. - Não pode ser. - suspirou, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. Abaixou a carta e parou de olhá-la por alguns minutos. Pensou em não ler, mas mudou de ideia. Necessitava ler as minhas palavras, ver a minha letra, saber o que eu falei sobre ele.





'Escrito por .





? Céus, que garoto insuportável! Tudo bem que nós conversamos hoje por um bom tempo e não houve brigas. Eu sei que ele gosta de ser chato só pra me irritar, mas ele não fez isso hoje.




Eu não posso dizer que nunca tenha conhecido esse lado dele, por que eu já conheci sim. Faz tempo, mas eu conheci. Não sei por que, não consigo me esquecer desse dia. Eu lembro tão pouco da minha infância, mas disso? Disso eu lembro como se fosse hoje. Eu até acho que é por isso que eu aturo tanto ele. Talvez eu tenha esperanças de que aquele garoto que me ajudou no dia que eu mais precisei, volte. Eu sei que aquele garoto está em algum lugar dentro dele. Eu tenho certeza disso todas as vezes que olho pra ele.
'- Enquanto lia, parecia me ouvir dizendo cada palavra.





'Há 5 anos atrás, eu passei por uma situação muito difícil. Talvez a mais difícil de toda a minha vida. Perdi a minha melhor amiga, minha avó. Eu estava tão arrasada naquele dia e pior: estava inconsolável. Várias e várias pessoas tentaram me acalmar, me tranquilizar naquele dia, mas só uma pessoa conseguiu.'
- parou de ler, tentando se recordar desse dia. Se lembrava do dia em que minha avó morreu, mas não dos detalhes.





'Me lembro de ter ido até a cozinha para tomar um café. Eu havia passado a madrugada acordada e estava parecendo um zumbi. Apesar de estar com 12 anos, eu sabia muito bem o que havia acontecido e que eu havia perdido a minha avó para sempre.




Entrei na cozinha, que estava vazia e me sentei na mesa, enquanto escarava o chão de forma fixa. Percebi que alguém entrou na cozinha e não tive coragem de ver quem era. Essa pessoa então andou até mim e parou em minha frente. Me senti forçada a olhar e quando olhei, vi . Dei um pulo na cadeira e me levantei. Não queria que ele percebesse que eu estava chorando novamente'.
começou a se lembrar, mas não de forma tão detalhada como eu estava fazendo na carta.





'Fui até o bebedouro e bebi um copo de água. Quando me virei, estava bem em minha frente. Olhei pra ele, irritada. Nos olhamos por um tempo, encarando um ao outro. Cada segundo que eu olhava pra ele, eu me quebrava por dentro. Eu estava muito mal e estava segurando toda a minha angústia ali na frente dele. Não consegui segurar por tanto tempo. Desisti daquela troca de olhares e encarei o chão, começando a chorar. Voltei a olhar pra ele e enquanto ainda chorava, eu disse: - Eu não quero perdê-la, '.




Os olhos dele se entristeceram e ele me abraçou no auge do seu impulso. Eu não só aceitei o seu abraço, como contribui com ele. Toda a minha angústia foi libertada naquele simples abraço, que pode não ter tido valor algum pra ele, mas pra mim significou o mundo. Ele foi o meu super-herói naquele dia e não faz a menor ideia disso. Sabe o que mais me comove nisso tudo? tinha apenas 13 anos, quando fez isso. Qual garoto de 13 anos faria isso? Qual garoto de 13 anos tem essa sensibilidade? é incrível e não sabe disso.'
- sorriu fraco, feliz por ter lido aquela última frase.





'Eu e não temos nada em comum, não temos assunto, não temos absolutamente nada. Eu queria ser legal com ele, mas o meu orgulho não deixa. Por isso eu prefiro esperar até o momento em que o garoto que me abraçou naquele dia tão difícil, decida voltar. O ódio que mantemos um pelo outro é o que nos mantem ligados. Baixar a guarda pode significar perdê-lo. Eu não quero isso.'
- Os olhos de se encheram de lágrimas.





'Quero pra sempre na minha vida, nem que esse 'sempre' seja repleto de brigas. Eu não me importo. Eu só quero ter essa pessoal especial perto de mim. É uma forma de não me esquecer dele, de não me esquecer o que ele fez aquele dia.'
- Uma lágrima escorreu pelos olhos dele e ele a secou rapidamente.





'Tem outra coisa..




As garotas dessa escola são malucas pra terem um momento com ele, pra terem a atenção dele. Gosto de ter algo que tanta gente quer ter e não tem. Quando estou com ele, me sinto bem por estar ali. Não só por estar fazendo inveja a todas as garotas da escola, mas também por que gosto de estar com ele.'
- sorriu, achando graça.





'Não sei o que eu teria feito aquele dia sem ele. As vezes eu acho que ele não apareceu na minha vida por acaso. Foi destino. Ele tinha que estar lá pra me ajudar a passar por aquilo. Ele tem que estar do meu lado todos os dias pra eu ter certeza de que vou ficar bem, como eu fiquei naquele dia.




Sei que quando eu precisar, o que eu quero tanto reencontrar vai aparecer e vai estar lá pra me segurar e me levantar todas as vezes que eu cair. É por isso que eu não posso perdê-lo. É por isso que quero tê-lo sempre por perto. é meu porto seguro e nenhuma atitude dele e nada do que ele fale vai mudar isso.
- colocou a carta sobre a cama novamente e colocou as suas duas mãos no rosto, enquanto se deitava na cama. Tirou as mãos do rosto e as subiu até o seu cabelo, passou por eles e colocou duas mãos embaixo de sua cabeça, encarando o teto de seu quarto mais uma vez.




Não sabia o que fazer, o que pensar. Antes de tudo acontecer entre nós, eu já dizia que não queria perder o . 'Destino' era a palavra que ecoava em sua cabeça. Se eu não queria perdê-lo, se o tal destino nos queria juntos.. Quem era ele pra querer o contrário? Não tinha esse direito. Não podia tomar essa decisão por mim.




sempre achou que ele não significava nada pra mim. Ele descobriu que estava errado. Descobriu que mesmo ele me irritando, me fazendo sofrer todos os dias, eu queria ter ele por perto. Ele não podia ignorar isso. Ele não podia fingir que não havia entendido o que todo aquele momento quis dizer. Não podia fingir que não havia entendido que aquilo foi um empurrão. O empurrão que ele precisava para fazer o que tinha que fazer.




Olhou para o relógio e viu que ainda eram 10 horas da noite. Ainda dava tempo! Ainda dava tempo de concertar tudo. Trocou de roupa o mais rápido que conseguiu, colocando uma calça jeans escura, seu tênis e uma camiseta lisa preta. Viu seu boné pendurado na cabeceira de sua cama e decidiu colocá-lo, já que seu cabelo ainda estava meio úmido. Pegou a chave do carro e desceu as escadas de sua casa correndo. Ouviu sua mãe resmungar alguma coisa, mas não prestou atenção. Saiu e fechou a porta, indo em direção ao seu carro.




Eu já estava de pijama, quando decidi mexer um pouco no computador. Alguém bateu na porta e entrou.




- Oi ... - Sorri pra ele, vendo que ele já estava com uma carinha melhor.


- Oi.. o pai e a mãe não voltaram ainda? - perguntou, entrando no meu quarto e se aproximando da minha cama.


- Não. Eles ligaram e disseram que vão demorar um pouco mais hoje, pois alguns funcionários faltaram, então estão tendo que cobrir eles. - Eu expliquei.


- Hm, entendi. - sorriu.


- Você comeu a pizza que eu levei pra você? - Eu perguntei, preocupada.


- Comi! Aliás, estava muito boa. - riu.


- Você esta melhor? - Eu perguntei.


- Estou tão bem, que vou até ir na casa da agora. - disse, fazendo careta. Sabia que eu ia implicar.


- Agora? - Eu arqueei a sobrancelha.


- É! Eu estou com saudades.. - fez bico.


- Você avisou ela? - Eu perguntei, rindo do bico enorme dele.


- Avisei! Ela está me esperando. - sorriu, todo alegre. - Você não se importa de ficar um pouco sozinha? - perguntou.


- Não, claro que não. Pode ir. - Eu sorri para mostrar a ele que eu ficaria bem.


- Certeza? - perguntou, fazendo careta.


- Certeza! - Eu sorri pra ele. - Mande beijos pra por mim. - Eu disse, querendo que ele fosse de uma vez.


- Eu mando! - se aproximou e deu um beijo em meu rosto. - Até depois. - se despediu, saindo do meu quarto. Voltei a dar atenção ao meu notebook. Entrei em algumas redes sociais só pra me atualizar.




chegou na frente da minha casa no exato momento em que ia em direção a garagem da minha casa.




- ! - gritou, correndo até o amigo.


- E ai, cara! - e fizeram o toque que sempre faziam.


- Sua irmã esta em casa? - olhou pra janela do meu quarto e percebeu que a luz estava apagada.


- Você vem na minha casa, nem pergunta como eu estou e já vem perguntando da minha irmã? - fez uma cara de mal. - Desse jeito você fere os meus sentimentos, . - fez cara de triste e em seguida começou a rir.


- Eu senti falta dos seus momentos gays.. isso ajuda? - disse rindo.


- É claro que sentiu.. - gargalhou.


- Então, cadê ela? - voltou naquele assunto.


- Ela esta lá em cima.. - apontou pra casa. - Ainda bem que você esta aqui. Não queria deixar ela sozinha.. - sorriu pro amigo.


- Certo, eu aceito isso como um convite pra entrar. - deu uns tapinhas no braço de e começou a andar em direção a porta da minha casa.


- Fica a vontade.. - gritou, rindo e negando com a cabeça. Pegou o seu carro e foi pra casa de , como pretendia fazer.




entrou na minha casa e subiu as escadas correndo. Chegou na porta do meu quarto e bateu sem pensar duas vezes. Olhei pra porta e bufei.




- , seu cabeçudo. Vai de uma vez.. - Eu disse baixo, me levantando da cama e abrindo a porta. - , eu já.. - Eu parei de falar, quando vi quem realmente estava ali. As mãos de estavam uma em cada lado da parede que cercava a porta. Sua cabeça estava abaixada e foi levantada quando eu abri a porta. Havia um lindo sorriso em seu rosto. - O que você está fazendo aqui, ? - Eu perguntei, quase sem voz. Estava tão surpresa.


- Eu gosto de você! - disse, sem responder a minha pergunta. Ele tinha um sorriso doce em seu rosto.


- Você está bêbado? - Eu arqueei a sobrancelha.


- Continuaria gostando de você mesmo se estivesse bêbado.. - sorriu, quase rindo.


- Muito engraçado, . - Eu fingi um sorriso. - Pode ir embora agora. - Eu fui fechando a porta e ele impediu, segurando a porta com uma de suas mãos.




Certo! Ele estava tão perfumado, que estava me deixando tonta e aquele boné? Deus.. aquele boné dava a ele um toque ainda mais charmoso. Por que ele tinha que ser tão irresistível?


- O que você quer, ? - Eu disse, impaciente.


- VOCÊ! - respondeu sem pensar. Ele me olhava de forma séria e ao mesmo tempo tão doce. Certo, aquilo me quebrou!


- Desculpa, mas isso não está mais disponível pra você. - Eu disse, sarcástica.


- Então diz que você não sente nada por mim. - deu alguns passos em minha direção, fazendo com que eu andasse pra trás.


- Vai embora,! - Eu virei de costas pra ele, irritada.


- Está vendo? Você não consegue dizer. - sorriu, satisfeito.



- Quem deixou você entrar aqui? - Eu mudei o assunto, furiosa.


- O .. - respondeu, dando alguns passos em minha direção. Xinguei mentalmente. Me virei para expulsá-lo dali de vez e acabei dando de cara com o .


- Eu já mandei você ir embora.. - Eu disse, evitando olhar nos olhos dele. Eu me perdia quando fazia isso.


- Não vou embora enquanto não ouvir você assumir.. - disse sorriu, malandro. Ele sabia que estava me colocando contra a parede.


- ASSUMIR O QUE, ? QUE DROGA! – Eu estava muito impaciente. Ele estava me pressionando e eu não aguentaria por tanto tempo.


- Assumir que você também gosta de mim. - Ele segurou a minha mão. - Assumir que você também sente esse arrepio quando nos tocamos. - olhava em meus olhos de forma intensa e ao mesmo tempo, delicada. Seu sorriso era encantador e o seu boné deixava ele ainda mais... quente.


- Isso já funcionou com alguma garota? - Soltei a minha mão da dele e me afastei um pouco.


- Quando eu fizer isso com as outras garotas, eu te conto. - sorriu sarcasticamente e piscou um dos olhos pra mim.


- Você é tão idiota.. - Eu revirei os olhos. - Vai embora! AGORA! - Eu gritei, furiosa. Eu já estava irritada e ele ficava me provocando!


- Você não ouviu nada do que eu disse? Eu disse que gosto de você! - abriu os braços, começando a ficar impaciente.


- Você não ouviu nada do que eu disse? Eu disse pra você ir embora da minha casa! - Eu disse, irônica.


- Eu ouvi! - disse, furioso. - Eu entendi, ok? - me olhou com chateação. – Eu achei que talvez nós... – hesitou falar e negou com a cabeça. – Esquece. – Suspirou, desapontado.




virou de costas e deu alguns passos em direção a porta do meu quarto. Eu observava ele de costas, enquanto ele se afastava. Por incrível que pareça, eu não queria que ele estivesse indo embora. Eu estava irritada sim, mas também não estava totalmente satisfeita com as minhas atitudes. parou de andar, antes mesmo de chegar na porta do meu quarto.




- NÃO! - Ele disse ainda de costas. Virou pra mim, enquanto negava com a cabeça. – Quer saber? - Começou andar na minha direção. - Se for pra você me odiar, que seja por isso. - Quando já estava perto de mim, passou a mão pela sua cabeça, jogando seu boné no chão. Continuou andando e quando chegou até mim, se aproximou colocando uma mão em cada lado do meu rosto, entrelaçando seus dedos no meu cabelo e me beijando. Cheguei a empurrá-lo com a força que me restou durante o beijo, mas não foi o suficiente. A força se transformou em fraqueza. Deixei que ele aprofundasse o beijo rapidamente. O beijo ia se intensificando a cada segundo. Desentrelaçou os dedos de uma de suas mãos do meu cabelo e deslizou até a minha cintura, apertando-a de forma delicada. Sua outra mão deslizou do meu rosto para uma das laterais do meu pescoço, deixando do embaixo de meu cabelo. Minha mão também decidiu se mover. Uma delas subiu até a nuca dele e a outra agarrava uma parte da sua camiseta na parte de baixo.




começou a me empurrar pra trás, fazendo com que eu me encostasse em uma parede, atrás de mim. me pressionou contra a parede, enquanto continuava a me beijar. Grudou o seu corpo no meu e aos poucos foi diminuindo a intensidade do beijo. Desgrudou nossos lábios abruptamente, só para olhar os meus olhos de tão perto de novo.




- Eu te odeio. - Eu disse, enquanto nossos corpos ainda estavam colados. olhava em meus olhos com um sorriso bobo.


- Diz de novo? - pediu com um sorriso divertido no rosto. Havia sentido tanta falta de me ouvir dizer isso.


- Cala a boca.. - Eu revirei os olhos. Era alguma piada? Empurrei ele, tirando suas mãos de mim. Me afastei dele e fiquei de costas pra ele por um tempo. Ainda estava meio atordoada.


- É só isso que você vai dizer? - disse, irritado. Eu não havia sido tão difícil assim das outras vezes.


- O que você acha que está fazendo? - Eu me virei pra ele, furiosa.


- Você não pode contar isso pra ninguém.. - voltou ao seu estado 'racional'. Sabia que Peter não podia descobrir que aquilo havia acontecido.


- É claro que eu não vou contar! Ou você acha que vou sair por ae me gabando por que você me beijou? - Eu disse sarcasticamente. - Me gabando por ser a segunda garota que você beija hoje? Não faz muito o meu estilo! - Eu sorri ironicamente. - Se é que eu não fui a quinta, não é? - Eu continuei ironizando.


- Já chega disso, ok? - se irritou. - Eu já disse que é de você que eu gosto. Para de lutar contra isso! Pare de arrumar motivos pra não acreditar! – deu alguns passos na minha direção. Estava muito bravo.


- É você quem me dá esses motivos! - Eu gritei, furiosa.


- Olha nos meus olhos e veja se estou mentindo. - se aproximou ainda mais de mim, olhando nos meus olhos de perto. Olhei nos olhos dele por alguns segundos. Segundos suficientes para perceber o quanto eu estava maluca por ele, por aqueles olhos, por aqueles lábios.


- Vai embora, . - Eu me afastei mais uma vez.


- Você percebeu, não é? Não fui só eu que quis aquele beijo. - sorriu, tentando me fazer enxergar a realidade.


- Eu não queria te beijar, se é isso o que você está querendo dizer! - Eu voltei a ficar irritada. - Você me beijou a força! - Eu fuzilei ele com os olhos. - Eu tentei afastar você de mim, mas não consegui. - Eu tão furiosa.


- Você se refere aos 5 primeiros segundos do beijo? - sorriu de forma debochada. - Eu lembro mesmo! - começou a rir. - Não resistiu por tanto tempo, não é? - continuou rindo da minha cara.


- OLHA , FAZ UM FAVOR? – Eu fingi um sorriso. - VAI SE FUDER, OK? - Eu gritei sentindo cada gota do meu sangue ferver.


- Sabe, se você quiser outro beijo, é só pedir. Não precisa ficar passando vontade não. - disse com o seu tom cínico, que tanto me enlouquecia.


- SAI! - Eu gritei, apontando a porta. - AGORA! - Eu bufei, me sentando em minha cama. Se eu chegasse perto dele, acabaria matando ele.


- TA BOM! - riu mais uma vez. – Mas saiba que eu não desisti de você e nem de nós. - sorriu satisfeito, enquanto andava em direção a porta. Girou a maçaneta e abriu a porta, saindo em seguida. Fechou a porta com o sorriso mais bobo do mundo no rosto. Não acreditou que tinha feito aquilo. Não acreditou que voltou a se sentir daquele jeito tão único.




Ainda sorria sozinho do lado de fora do meu quarto. Levou as mãos até a cabeça, passando as mãos pelos cabelos, sem reação alguma. Percebeu que estava sem o seu boné. Se lembrou que o havia jogado no chão, segundos antes de me beijar. Fez careta, quando conclui que teria que voltar ao meu quarto para buscar o seu boné.




Eu estava totalmente confusa, sentada em minha cama. Não entendia o que estava sentindo, o que havia sentido durante o beijo. Foi diferente de tudo que já havia sentido. Interrompi meus confusos pensamentos, quando a porta do meu quarto foi aberta novamente.


- Eu.. esqueci o boné.. - fez careta, apontando pro seu boné, que estava no chão do meu quarto.





Lancei pra ele o meu olhar mais maligno e o observei, enquanto ele entrava no meu quarto, se agachava e pegava o seu boné, colocando-o na sua cabeça em seguida, mas dessa vez com a aba para trás. Andou até a porta do meu quarto e antes de sair, olhou pra mim.




- Aliás, gostei do seu pijama. - Ele sorriu divertidamente. Peguei a primeira almofada que encontrei na minha frente e ataquei em direção a ele. Ele saiu e fechou a porta, antes que a almofada o alcançasse.


- IDIOTA! - Eu gritei, prestes a ter um ataque de nervos. riu mais uma vez, sozinho. Foi em direção a escada e as desceu rapidamente.




Fazia um bom tempo que não se sentia tão feliz. Estava adorando voltar a sentir aquilo. Não conseguia descrever o que sentia. A única coisa que sabia era que estava se sentindo igual ao jeito que se sentia antes daquele acidente acontecer.




Concluiu que ninguém mais poderia dar essa felicidade a ele, que não podia mais viver longe de tudo aquilo, que não podia ficar sem o meu beijo, sem ouvir o som da minha voz, sem sentir o meu perfume que não era igual a de nenhuma outra, sem tocar em minha pele e sentir todos os sentidos do meu corpo ficarem lerdos e dando a ele liberdade total para fazer o que quisesse comigo.




Entrou em seu carro e antes que pudesse ligá-lo, seu celular tocou. Pegou o celular no bolso da calça e viu o número de Peter. Revirou os olhos e suspirou, insatisfeito.




- Alô? - disse com sua voz de desgosto.


- ? - Peter disse.


- Você liga no meu celular e esperava que quem atendesse? O coelhinho da páscoa? - disse, sarcástico.


- O coelhinho da páscoa não vai me dar o que eu quero.. - Peter aproveitou a oportunidade.


- Ei, cara! Melhor você comprar uma playboy então, por que não vou te dar o que você quer.. - não perdeu a oportunidade de provocá-lo.


- Vai se foder, Jonas. - Peter se irritou.


- Tudo bem, já me mandaram fazer isso hoje. - suspirou, sem paciência. - O que você quer, hein Peter? - perguntou, impaciente.


- Quero voltar a me tornar o rei daquela escola.. - Peter disse, sem rodeios.


- O que você quer dizer? - não entendeu.


- Adivinha quem é vai desistir do cargo de capitão do time amanhã? - Peter perguntou cinicamente. - Ou melhor.. Adivinha quem vai se tornar o novo capitão do time da escola amanhã? - Peter perguntou, deixando bem claro o que queria.




Ser capitão do time, foi algo que sonhou toda a vida e lutou pra conseguir. Será que ele desistiria de seu grande sonho, de seu maior privilégio pra atender o pedido do Peter, ou melhor, para manter a minha memória intacta?


15 comentários:

  1. Cara, eu não consegui terminar de ler a fic. Ele não pode beijar a Jessie, seria magoar eu demais! Ela é muito boa, mas tive que parar
    Um bjo

    ResponderExcluir
  2. Poxa esse Peter é mesmo um idiota , deixa o Joe e eu sermos felizes :C poxa kk' poxinha '-'

    ResponderExcluir
  3. CADE A CONTINUAÇÃOOOOOOOOO?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tem varias continuaçoes, Vai la em cima la em cima mesmo e vai tar escrito lá -> Capitulos você clica e começa a ler do 26 ate o 30, e assim vai ;)

      Excluir
  4. Nossaaa to sofrendo d++ juntoo com eles...........awnnnnnnn to amanduh''''

    ResponderExcluir
  5. Amo muito essa fic. Não vejo a hora de ficar com o Nick :P

    ResponderExcluir
  6. Caramba piter deixa eu ficar com o jonas impas CARALHO...

    ResponderExcluir
  7. Uau da vontade de ser eu mesma mas na história :3 Queria ter um Garoto como esses kkk

    ResponderExcluir
  8. A minha historia não e com os Jonas, minha historia e om os One Direction
    Nome: Barbara = apelido: Bia = sobrenome: James = apelido ironio: docinho
    Amado Jonas: Niall
    Segundo Jonas: Liam = sobrenome do segundo Jonas: Payne
    terceiro Jonas menos importante: Zayn
    Seu famoso irmão: Harry
    o nome da irmã do meu amado: Gemma
    uma amiga: Marcelli = apelido dessa amiga: doidinha
    outra amiga: Eduarda
    a ultima amiga: Clarice
    brite meu nome: Barbara!!

    e assim e minha historia Jonas

    ResponderExcluir
  9. O meu também não é com os Jonas,é com a 1D,o meu boy magia é o Liam,meu segundo Jonas é o Niall,sobrenome Horan,terceiro Jonas Louis,meu irmão Harry e o nome da irmã de Liam é Nicola.
    Nada contra mas Gemma é a irmã do Harry......Rshrsh
    Barbara trindade



    ResponderExcluir
  10. Eu li essa história (pela metade) há alguns anos. Acho que em 2013
    E recentemente lembrei e voltei a ler. E sinceramente TO MORRENDO QUE HINOOOOOOOOOOO DE FIC. Você quer fic bem elaborada e com boa ortografia @?

    ResponderExcluir
  11. Voltando do túnel do tempo. Super clichê mas a gente esses Jonas kkkkk bjssss

    ResponderExcluir
  12. Meu deussss, eu li essa fic em 2014 e to lendo agora de novo!!! que nostalgia lembrar de tudo isso, parabéns por escrever tão bem!!! :)

    ResponderExcluir